Você está na página 1de 6

O cateterismo urinário é utilizado em pacientes com

dificuldades ou incapacidade de urinar e consiste na


introdução de uma sonda na bexiga para remover o urina.
Os registros iniciais dessa prática são encontrados entre os egípcios; naquele momento,
oco tubos feitos de cobre e laca foram usados. Mais tarde, os gregos, romanos e Chinês
usou equipamento similar. Foi somente no século X, no entanto, que os registros das
primeiras sondas uretrais flexíveis, feitas de couro animal. Avanços no confecção de
cateteres urinários só pode ser observada no século XIX, como resultado de o tratamento
da borracha e as técnicas inovadoras da urologia francesa.
.
O processo de inserção do cateter vesical deve ser estéril ou limpo, de acordo com sua
tempo de permanência. Riscos de Trauma e Infecção do Trato Urinário (ITU) sempre
existem. 
Na cateterização urinária intermitente, os cateteres são retirados logo após o
esvaziamento a bexiga, o que implica menores taxas de ITU. No atraso da cateterização
urinária, os riscos de UTI são mais significativos. A ITU provoca atraso no uso de
cateteres urinários
intimamente relacionado com o tempo de permanência e o crescente número de
pacientes
cateter Implica repercussões econômicas, seqüelas e imensuráveis
danos à população.
Os traumas que a inserção do cateter causa geralmente não são diagnosticados,
resultando em lesões e formas falsas, que podem ou não vir com sangramento uretral e
trato urinário infecção; eles provocam manifestações dolorosas devido ao atrito do mal
lubrificado cateter contra a mucosa uretral e / ou as manobras agressivas decorrentes da
a força aplicada para inseri-lo Traumas são comuns em pacientes do sexo masculino e
atualmente sendo considerada como a principal causa de estenose da uretra.
.
Na cateterização urinária, o enfermeiro é responsável por realizar, treinar e supervisionar
as práticas em cateterismo e a manutenção urinária.

TÉCNICA DO CATETERISMO VESICAL DE DEMORA


 
Objetivos da técnica: promover o esvaziamento da bexiga, monitorizar débito urinário, preparar
para cirurgias, realizar irrigação vesical, proporcionar continência urinária adaptada ao cateter
visando diminuir o contato da urina com lesões de pele.
   

Materiais necessaries Justificativa

 
01 Pacote estéril de cateterismo vesical Uso do pacote operacionaliza o trabalho da
(01 cuba rim, 01 pinça Pean, 01 pacote de enfermagem e pode reduzir o risco de contaminação
gaze em uma cuba redonda pequena); durante a realização da técnica
01 Campo fenestrado estéril com fenda O campo fenestrado aumenta a área estéril de trabalho
durante a técnica, apesar de ser opcional
em alguns serviços.
01 Cateter uretral (tipo Foley/duas vias) Selecionar o menor calibre capaz de proporcionar
(usualmente de 12Fr a 16Fr); uma drenagem de urina adequada e minimizar as
lesões uretrais.
O uso do cateter de silicone é indicado por alguns
pesquisadores, para reduzir o risco de incrustações e
obstruções do cateter.
  01 Bolsa coletora A bolsa deve ter uma extensão de cumprimento
suficiente para permitir a mobilidade, não
proporcionar tensão no cateter e consequente lesão
uretral(9,15,16). São recomendados alguns itens na
bolsa coletora para facilitar o cuidado e reduzir o risco
de infecção: válvula antirrefluxo, câmara de
gotejamento e via de aspiração para coleta de
Exame.
  01 Frasco com solução antisséptica   Os antissépticos mais utilizados nas instituições
aquosa tópica. brasileiras são a Clorexidina 2% e PVPI tópico 10%
(9, 16). A Clorexidina é mais indicada para indivíduos
alérgicos ao iodo, se o indivíduo desconhecer alergias
questionar sobre alergias a frutos do mar (16). A
solução aquosa é indicada para o uso em
mucosas.
01 Agulha calibrosa. Para aspiração da água destilada que preencherá o
balonete.
01 Seringa de 20 ml com bico luer slip. Este bico é indicado para o encaixe no cateter para
testar e preencher o balonete.
Gel anestésico estéril (01 Seringa pré- Indicada a seringa pré-enchidas, descartável após cada
enchidas para procedimentos urológicos procedimento, proporcionando a praticidade e
ou 01 Tubo de gel anestésico estéril com diminuindo o risco de contaminação da
01 Seringa de 20 ml). técnica(9,14, 16). O reaproveitamento do tubo de gel
anestésico
estéril não é indicado, devendo ser aberto um novo
tubo a cada procedimento.
01 Ampola de 10 ml de água destilada. O soro fisiológico e ar não são indicados para o
preenchimento  do  balonete,  pois  o  ar  pode  ser
esvaziado   espontaneamente  e  o   soro  fisiológico
pode cristalizar e dificultar a deflação do balonete(9,
13).
Alguns países possuem também a seringa pré-
enchida com água destilada.

02 Gazes ou bolas de algodão (sendo Utilizadas para a desinfecção e abertura da ampola


uma com álcool 70%). de água destilada.
01 Par de luvas de procedimento estéril. Indicadas para manter a técnica asséptica.
01 Adesivo ou fita hipoalergênicos. Para fixação do cateter e prevenção de lesões de
pele em indivíduos alérgicos.
01 Etiqueta de identificação da bolsa Para identificar a bolsa coletora.
coletora ou caneta retroprojetora.
Biombos. Para manter a privacidade do indivíduo(13-15).
01 Toalha ou tecido impermeável Para proteger a cama, evitando molhá-la durante o
Procedimento.
   
Descrição da Técnica Justificativas e Comentários
1. Revisar os registros do paciente Assegurar que a intervenção correta está sendo
buscando a indicação do procedimento, realizada, excluir possíveis alergias (látex, iodo e
alterações geniturinárias, intercorrências esparadrapo) e complicações em procedimentos
e alergias; Anteriores.
2.    Explicar     o    procedimento    e     a Manter    o    direito    do    paciente    à    orientação,
finalidade do mesmo ao paciente; consentimento e a cooperação do mesmo.
3. Encaminhar o paciente para Reduzir a microbiota e o risco de
higienização íntima prévia, caso o infecção (13,14,16). Antes   da   realização    do   CVD  
paciente esteja acamado o profissional é    amplamente recomendada a higienização da
deve realizar a higienização; genitália(9,11,13,17). Pacientes independentes podem ser
encaminhados para    realizarem     a    auto-
higienização,     já    nos pacientes dependentes a
higienização deve ser
realizada pela equipe de enfermagem.
4. Realizar higienização das mãos; Reduzir a microbiota e o risco de infecção.
5. Reunir todo o material na bandeja e Promover a organização e o uso eficiente do
colocar sobre a mesa de cabeceira; tempo..
6. Proteger a unidade do paciente com Manter privacidade e dignidade do paciente
biombos;
7. Posicionar o (a) paciente em decúbito Facilitar o acesso à genitália e a realização do
dorsal; procedimento.
Masculino:     afastar    ligeiramente     as
pernas;
Feminino: posição ginecológica
8     Colocar    uma    toalha    ou    tecido Evitar molhar a cama.
impermeável    abaixo    das   nádegas    e
coxas do paciente.
9. Utilizando técnica asséptica abrir o Oferecer acesso fácil aos materiais durante a
pacote de cateterismo entre as pernas do realização da técnica
paciente, próximo à genitália;
10. Umedecer as gazes/bolas de algodão Iniciar com esse passo evitando que os outros
da      cuba    redonda,         com solução materiais impeçam o acesso à cuba redonda para
antisséptica, desprezando o primeiro colocar a solução antisséptica.
jato no lixo;

11. Abrir a embalagem externa do cateter Abrir a embalagem externa do cateter uretral e mantê-
uretral (mantê-lo dentro embalagem lo dentro embalagem plástica, assim protege o cateter
plástica) da seringa, da agulha, da bolsa caso o mesmo encoste em algo fora do campo estéril.
coletora, do campo fenestrado e da seringa Organizar e oferecer fácil acesso aos materiais para a
com gel anestésico estéril ou 01 seringa de realização da técnica.
20 ml, colocando-os no campo do pacote
de cateterismo;
12. Abrir o pacote de luvas estéril e Facilitar o manuseio do material estéril sem
calçá-las; contaminá-los e evitar a infecção cruzada.
13. Conectar a agulha à seringa, solicitar Afastar-se do campo para retirar o ar da seringa,
ao auxiliar que desinfecte e abra a ampola evitando molhar o campo.
de água destilada e posicione-a para
aspiração do conteúdo. Retirar o ar da
seringa, desconectar a agulha e
conectar a seringa à via do balonete do
cateter (válvula de inflação);
14. Efetuar o teste do balonete do cateter O teste prévio do balonete é recomendado para
injetando volume de água destilada confirmar sua integridade, evitando o deslocamento,
indicado pelo fabricante. Após realizar o saída acidental do cateter e nova cateterização(15).
teste, esvaziar o balonete e manter a Volumes altos de água para insuflar o balonete devem
seringa conectada ao cateter; ser evitados, pois podem impedir o total esvaziamento
da bexiga, mantendo urina residual e propiciando a
proliferação de microorganismos e a aumentando
probabilidade de infecção.
15. Caso não tenha disponibilidade de Desconsiderar esse passo se tiver disponível a seringa
seringa pré-enchida com gel anestésico de gel pré-enchida, caso contrário, afastar- se do
estéril, solicitar ao auxiliar que abra o tubo campo para retirar o ar da seringa, evitando molhar o
de gel anestésico (com a agulha utilizada campo.
para aspirar a água). Em seguida, retirar o
êmbolo da seringa de 20 ml e solicitar ao
auxiliar que despeje o gel dentro da
mesma. Após, recolocar
o êmbolo da seringa e retirar o ar;
16. Posicionar o campo fenestrado com a O campo fenestrado aumenta a área estéril de trabalho
fenda para baixo sobre o períneo do durante a técnica(9). A fenda para baixo
paciente, expondo a genitália; facilita a retirada do campo após o término do
procedimento.
17. Expor o meato uretral com a não mão Facilitar a visualização do meato uretral e evitar o
dominante. Esta mão deve ficar potencial de contaminação do cateter durante a
expondo   a   região   até   o   término da Inserção.
inserção do cateter; Considerar contaminada a mão não dominante que
Masculino: segurar o pênis posicionando- está expondo o meato.
o perpendicularmente e retrair o prepúcio;
Feminino: Com o dedo indicador e
polegar abrir os pequenos lábios;
18. Usando uma pinça estéril na mão Iniciar a antissepsia sempre partindo da área menos
dominante, pegar uma gaze umedecida contaminada para a mais contaminada, visando
com solução antisséptica e proceder a reduzir o número de microorganismos, e evitar trazê-
antissepsia do meato uretral; los ao meato uretral.
Masculino:    em    movimento    único    e Ressalta-se que a antissepsia não substitui a
circular na uretra, repita o mesmo higienização da genitália pré-cateterização(9,18,19).
movimento agora até a base da glande,
depois    o    mesmo    até    o    prepúcio.
Trocando a gaze em cada movimento
Feminino: com movimento circular no
meato, deslizando sempre no sentido
ântero-posterior. Repetir o movimento
realizando a antissepsia do meato uretral
deslizando pelo pequeno lábio direito com
a segunda gaze e, em seguida, deslizando
pelo pequeno lábio esquerdo com a
terceira gaze.
19. Após a antissepsia, desprezar a Fixar a pinça na borda inferior do campo ou em um
pinça; local para itens contaminados
20. Pegar a seringa com gel anestésico Para potencializar o efeito anestésico do gel é
estéril; recomendado esperar de 3 a 5 minutos para a inserção
Masculino:     injetar     lentamente    pelo do cateter.
meato uretral, cerca de 5 a 10ml de gel; .
Feminino: injetar diretamente no meato O gel anestésico lubrifica e facilita a introdução do
uretral     ou    lubrificar     o     cateter    e cateter pelo meato uretral e minimiza o desconforto
acomodá-lo sob uma gaze dentro da cuba do procedimento.
rim ou;
21. Introduzir o cateter; Retirar o cateter da embalagem plástica.
Masculino: Mantendo o pênis posicionado A posição masculina de 90° retifica a curvatura da
em 90°, introduzir o cateter pelo meato uretra e minimiza o risco de trauma.
uretral, até a bifurcação do mesmo; Introduzir o cateter até a sua bifurcação no homem e
Feminino: introduzir o cateter pelo meato mais cerca 5,0cm após a urina fluir na mulher,
uretral, cerca de 5,0 cm após a urina fluir. assegura a seu posicionamento na bexiga e reduz o
risco de insuflar o balonete no meato uretral.
22. Injetar a água destilada que está na Injetar o volume indicado pelo fabricante. O soro
seringa na via do balonete; fisiológico e ar não são indicados para o
preenchimento do balonete, pois o ar pode ser
esvaziado espontaneamente e o soro fisiológico pode
cristalizar e dificultar a deflação do balonete.
23. Tracionar o cateter delicadamente Posicionar o balonete na base da bexiga e garantir a
até obter resistência; drenagem da urina.
24. Masculino: Reposicionar o prepúcio Evitar a retração e constrição do prepúcio na base da
glande e prevenir a parafimose.
25. Fixar o cateter com a fita A ficção correta impede a tração do cateter e
hipoalergênica, deixando uma folga, minimiza o risco de traumas uretrais e no colo vesical
permitindo livre movimentação dos
membros inferiores;
Masculino: fixar na região supra-púbica
ou na face anterior da coxa;
Feminino: fixar na região da face interna
da coxa;
26. Colocar a bolsa coletora na parte Garantir a drenagem por gravidade. Evitar a tração do
inferior da cama do mesmo lado em que cateter e o refluxo de urina.
foi fixado o cateter, abaixo do nível da
bexiga;
27. Observar o volume drenado e as Monitorar a drenagem adequada de urina.
características da urina;
28. Recolher o material usado e colocá- Manter o ambiente organizado.
lo na bandeja;
29. Identificar a bolsa coletora com data, Promover a segurança do paciente.
hora, nº do cateter utilizado, volume
injetado no balonete, nome do executor
da técnica;
30.  Reposicionar confortavelmente a Evitar lesões de pele, restaurar o conforto e a
paciente e certificar-se que a pele e a segurança.
cama do paciente estão secos;
31.    Encaminhar    o   material    para    o Evitar a contaminação do meio ambiente
desprezo adequado;
32. Higienizar as mãos; Reduzir risco de infecções.
33. Realizar a anotação de enfermagem. Anotar a indicação da cateterização, data e hora do
procedimento, tipo e tamanho do cateter, volume de
água instilado no balonete, sistema de drenagem
utilizado e intercorrência durante o procedimento(9).
Avaliar diariamente a necessidade de troca ou
retirada do cateter, visando o controle e redução de
infecções.

Você também pode gostar