Alienação Parental

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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por PAULO FERNANDO DE ANDRADE GIOSTRI, protocolado em 21/11/2021 às 11:02 , sob o número WRPR21705186831
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1018666-71.2020.8.26.0506 e código 85FE1B2.
EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2° VARA DE FAMÍLIA E
SUCESSÕES DA COMARCA DE RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO
Processo nº: 1018666-71.2020.8.26.0506
A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO

PAULO, na tutela dos interesses de ANDRÉ DOS SANTOS MELO, por seu órgão de
execução que abaixo subscreve, vem à presença de Vossa Excelência, manifestar ciência
do Ato Ordinatório de fls.262, bem como requerer o que segue.
Depreende-se do laudo psicossocial de fls. 253/259, que de

fato, a Requerida não tem dito a verdade a esse nobre juízo ao passo que reiteradamente
pratica alienação parental a fim de afastar a filha do pai, ora Requerente.
Primeiramente, a Requerente declara no estudo psicossocial,

assim como em sua peça contestatória protocolada em 07/08/2020, que o genitor
supostamente teria desaparecido por 3 anos.
REGIONAL DE RIBEIRÃO PRETO

Rua Alice Além Saad, 1256 – Ribeirão Preto/SP – CEP: 14096-570 – Tel: (16) 3629-2902
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Facilmente, depreende-se dos autos a total inveracidade de
tal alegação. Nota-se que a Requerida foi citada em 24/07/2020. No entanto, na
conversa juntada aos autos em fls.14, é possível perceber um acordo proposto pela
própria Requerida, dois meses antes, em 22/05/2020. Ressalta-se que esta Ação sequer
havia sido protocolada e ambos mantinham contato telefônico.

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Se não bastasse, no estudo psicossocial a própria Requerida
declara que permaneceu em um relacionamento amoroso com o Requerente até janeiro de
2018, ou seja, menos de 3 anos da propositura desta Ação.
A própria requerida traz em fls.76, um comprovante de

depósito bancário feito em 23/12/2019, confirmando que o Requerente não estava
desaparecido.

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Facilmente é possível observar que a Requerida falta com a
verdade, perante o juízo, inclusive na perícia judicial!
Ademais afirma que foi programada uma visita para o

Requerente ver a filha, e que supostamente não teria aparecido. Em verdade, no dia 8 de
agosto de 2020, o Requerido dispendeu dos seus parcos recursos para viajar de São Paulo
para Ribeirão Preto, a fim de usufruir do seu direito de convivência familiar com sua filha,
nos termos da r.Decisão proferida em fls. 30/32, e sob a total ciência da Requerida.
No entanto, mais uma vez, foi impedido. Por isso, registrou

um Boletim de Ocorrência.

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Novamente verifica-se que a Requerida falta com a verdade
perante o juízo!
Outrossim, a Requerida acusa reiteradamente o Requerente

de fazer-lhe constantes ameaças. Que o interesse dele é vingança porque ela está em outro
relacionamento. Não obstante, nunca trouxe aos autos qualquer prova de tal alegação
infundada e inverídica.

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mas sim com a filha.

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comprovam que o Requerente sempre deixou claro que não queria falar com a Requerida,
Na realidade há diversas conversas juntadas aos autos que
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Requerida em relação ao Requerente.

Nota-se que constantemente as ameaças são feitas pela
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Consta nos autos provas das ameaças da Requerida contra o
Requerente, para tentar afastá-lo da filha. Por outro lado, não há nos autos qualquer prova
de ameaça proferida pelo Requerente em relação à genitora de sua filha.
Mais uma vez, nota-se que infelizmente, a Requerida falta

com a verdade!

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Não fosse o bastante, a Requerida acusa reiteradamente o
Requerente, de esconder-se do judiciário.
Ora Excelência, o Requerente como principal interessado

dessa Ação, sempre informou seu endereço, telefone e e-mail, conforme observado em fls.
1, 195 e 220.

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Mais uma vez, a requerida falta com a verdade perante esse
juízo!
No entanto, vale ressaltar que o ponto preocupante do estudo

psicossocial é o resultado da clara e evidente alienação parental praticada pela Requerida
contra a própria criança para afastá-lo do pai.
O Requerente precisou entrar com a presente Ação tendo em

vista que pelo fato de não poder se aproximar da Requerida, a mesma não permitia que o
pai pegasse a criança com a avó materna.
Posteriormente, houve decisão liminar, concedendo o pedido

para que o Requerente retirasse a criança na residência da avó materna. No entanto, restou
comprovado nos autos que a Requerida, nunca passou o endereço correto, sempre impediu
o pai de ver a filha.
Mais tarde, foi feito o acordo entre as partes para que as

visitas ocorressem de maneira virtual por vídeo conferência. Conforme já exposto em
fls.202/203, na primeira chamada a filha demonstrou profundo carinho para com o pai.
Depois, surpreendentemente a criança pediu para o pai não ligar mais, expressando medo
injustificado.

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Sabe-se que de acordo com a definição dada pela Lei de
Alienação Parenta nº. 12.318/2010, alienação parental ocorre quando:
Art. 2o Considera-se ato de alienação parental a interferência

na formação psicológica da criança ou do adolescente
promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou
pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua
autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor
ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à
manutenção de vínculos com este.
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação

parental, além dos atos assim declarados pelo juiz ou
constatados por perícia, praticados diretamente ou com
auxílio de terceiros:
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do

genitor no exercício da paternidade ou maternidade;
De mais a mais, doutrina e jurisprudência são firmes em

situar que a Lei de Alienação Parental deve ser acomodada nessas situações.

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Bem a propósito, os Tribunais têm entendido quanto a
importância de proteger a criança dessa Síndrome criminosa que afeta a personalidade da
criança de maneira negativa por toda a sua vida.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. REGULAMENTAÇÃO

DE VISITAS. DECISÃO GUERREADA QUE REDUZIU A
VISITAÇÃO PATERNA PARA UMA VEZ NO FINAL DE
SEMANA E SOB SUPERVISÃO. INCONFORMISMO.
PLEITO DE REFORMA PARA AMPLIAÇÃO DAS
VISITAS. DESCABIMENTO. NECESSIDADE DE
DILAÇÃO PROBATÓRIA. INFORMAÇÕES NOS AUTOS
QUE INDICAM A PRÁTICA DE ALIENAÇÃO
PARENTAL POR PARTE DO GENITOR. INCIDÊNCIA
DO ART. 6º, INCISO II, DA LEI Nº 12.318/10. DECISÃO
MANTIDA EM SUA INTEGRALIDADE. ANÁLISE DE
FATOS NOVOS POSTERIORES À DECISÃO.
PREJUDICADO. QUESTÃO NÃO LEVADA À
APRECIAÇÃO PELO JUÍZO DE ORIGEM. RECURSO
PARCIALMENTE CONHECIDO, E NESTA EXTENSÃO,
DESPROVIDO.
1. Como é cediço, o direito à visitação assegura a

manutenção de direitos e garantias fundamentais,
especialmente dos laços afetivos, dentre os quais estão o
direito à liberdade, ao respeito, à dignidade, a vida
comunitária e especialmente a convivência integral
familiar. Tal direito da criança é inalienável, para que se

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mantenha contato real e próximo com os genitores e sua
constelação familiar integral, tudo focado no melhor interesse
da criança. 2. Portanto, o critério que deve orientar a decisão
do magistrado em relação à guarda e/ou visitação, é o
princípio do melhor interesse da criança e do adolescente, o
qual determina que seja tomada a decisão que melhor atenda
ao bem-estar deles. (TJPR; Rec 0061521-27.2020.8.16.0000;
Curitiba; Décima Segunda Câmara Cível; Rel. Des. Rogério
Etzel; Julg. 19/03/2021; DJPR 30/03/2021
Nota-se no estudo psicossocial que a criança não estava

confortável. Pelo contrário, estava nervosa, preocupada com o que teria que dizer.
Nesse sentido verifica-se as falas ensaiadas com a criança

pelos fatos provados nos autos. Primeiramente, a criança diz que teria medo do pai porque
supostamente teria tentado lhe bater quando tinha 4 (quatro) anos.
Ora, se a criança tem 7 anos atualmente, o suposto fato teria

ocorrido há 3 anos atrás. Não é exatamente esse o período de tempo que a própria
Requerida insiste em afirmar que o requerido estava desaparecido? Como ele poderia ter
tentado bater na criança se estava desaparecido?
Ademais, como é possível crer que uma criança permaneceria

com um trauma durante 3 anos, por algo que sequer chegou a acontecer? O pai
supostamente teria tentado bater e a criança teria profundo medo três anos depois ao ponto
de sequer querer ver o pai até mesmo por vídeo conferência?

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Ora Excelência, é cristalina a alienação parental praticada
pela requerida! Reiteradamente, a Requerida não tem falado a verdade a este nobre juízo
com o intuito de induzi-lo a erro!
Verdadeiramente nunca houve agressão física ou verbal do

pai para com a filha! Sempre houve um relacionamento de amor, carinho e confiança.
Sentimentos fundamentais para o crescimento saudável de toda criança.

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A criança sempre teve um relacionamento achegado com o
pai, ora Requerente, conforme observado nas fotos acima. Recentemente, conversou com o
pai por vídeo conferência e agora no estudo psicossocial sequer consegue descrever a
aparência física do pai? Não há lógica! É evidente e gritante, a alienação parental praticada
pela Requerida com intuito de afastar pai e filha.
Portanto, estando devidamente comprovado que a Requerida

não tem falado a verdade dos fatos para este juízo e tem praticado reiteradamente alienação
parental, requer que a presente Ação seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE, a
fim de proteger os melhores interesses da criança, para que não se torne um adulto que
pensa que foi rejeitada pelo pai, por crer nas inverdades da genitora.

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Outrossim, requer a expedição de ofício ao juízo deprecado a
fim de informar se agendaram o estudo psicossocial para o Requerente, nos termos da r.
Decisão de fls.233, a fim de dar o regular prosseguimento ao feito.
Termos em que, pede deferimento.

Ribeirão Preto, 16 de setembro de 2021.
PAULO FERNANDO DE ANDRADE GIOSTRI

2ª Defensoria de Ribeirão Preto
OAB/SP 104.654

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Depreende-se do laudo psicossocial de fls. 253/259, que de

Primeiramente, a Requerente declara no estudo psicossocial,

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A própria requerida traz em fls.76, um comprovante de

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Ademais afirma que foi programada uma visita para o

No entanto, mais uma vez, foi impedido. Por isso, registrou

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Outrossim, a Requerida acusa reiteradamente o Requerente

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Mais uma vez, nota-se que infelizmente, a Requerida falta

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Ora Excelência, o Requerente como principal interessado

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No entanto, vale ressaltar que o ponto preocupante do estudo

O Requerente precisou entrar com a presente Ação tendo em

Posteriormente, houve decisão liminar, concedendo o pedido

Mais tarde, foi feito o acordo entre as partes para que as

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Art. 2o Considera-se ato de alienação parental a interferência

Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação

I - realizar campanha de desqualificação da conduta do

De mais a mais, doutrina e jurisprudência são firmes em

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1. Como é cediço, o direito à visitação assegura a

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Nota-se no estudo psicossocial que a criança não estava

Nesse sentido verifica-se as falas ensaiadas com a criança

Ora, se a criança tem 7 anos atualmente, o suposto fato teria

Ademais, como é possível crer que uma criança permaneceria

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Verdadeiramente nunca houve agressão física ou verbal do

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Portanto, estando devidamente comprovado que a Requerida

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Termos em que, pede deferimento.

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