Você está na página 1de 27

Tópicos de Redação

Jurídica II

Coesão

EMERJ – CP II
Prof. Mário Arrais

 Mestre em Letras Vernáculas - UFRJ


 Especialista em Literatura Brasileira
 Professor do Col. São Vicente de Paula
 Professor Titular – Fac. De Administração – UNIFASE
- Fac. Medicina Petrópolis
 Membro do Comitê de Ética em Pesquisa – UNIFASE
 Educador Sec. Municipal de Educação de Petrópolis
NEXOS – JUNÇÕES TEXTUAIS

CATAFÓRICO/ANAFÓRICO

ATO DA
ANAFÓRICA ENUNCIAÇÃO CATAFÓRICA

RETOMADA DE
ANTECIPAÇÃO DE
TERMO
TERMO A SER
ANTERIORMENTE
ENUNCIADO
ENUNCIADO
coesão
RECURSOS TEXTUAIS PRONOMES RELATIVOS

PRONOMES DEMONSTRATIVOS

LOCUÇÕES TEXTUAIS DE
RETOMADA
coesão
RECURSOS TEXTUAIS
PRONOMES RELATIVOS

Os autores de quem falo são os clássicos


Os recursos com os quais nos expressamos definem o nosso estilo

O país onde vivo demanda justiça social

Foi admirável a maneira como se comportou na oitiva

O escritor cujo* livro li é português

A época quando o Brasil foi colônia foi determinante


para usos linguísticos
coesão
RECURSOS TEXTUAIS
Uso do pronome cujo

O jogador cuja atuação critiquei foi substituído


Essa é a magistrada em cuja capacidade todos confiam.
A vítima cujos pais ouvi está no tribunal.

Aquele é o juiz a cujas decisões fizemos elogios.

Aquele é o autor com cujas ideias não concordo.

Aqueles são os políticos armamentistas contra cujas


ideias sempre lutamos.
coesão
PRONOMES
RECURSOS TEXTUAIS DEMONSTRATIVOS

ESTE > ESTA > ESTES > ESTAS

VARIÁVEIS ESSE > ESSA > ESSES > ESSAS

AQUELE > AQUELA > AQUELES >AQUELAS

ISTO

INVARIÁVEIS ISSO

AQUILO
Coesão - Anafórica
“ Parece que há duas sortes de vocações : as
que têm língua e as que a não têm.
As primeiras realizam-se; as últimas
representam uma luta estéril entre um
impulso interior e a ausência de um modo de
comunicação com os homens “

Machado de Assis , Cantiga de esponsais


coesão
“ Parece que há duas sortes de vocações : as
que têm língua e as que a não têm.
As primeiras realizam-se; as últimas
representam uma luta estéril entre um
impulso interior e a ausência de um modo de
comunicação com os homens “

Machado de Assis , Cantiga de esponsais


coesão
com pronomes demonstrativos

“ Nossas virtudes morais beneficiam


principalmente os outros; as intelectuais, ao
contrário, de início, a nós mesmos.
Eis porque aquelas nos tornam, em geral,
amáveis e estas odiáveis “

Shopenhauer, Aforismos Para a Sabedoria de Vida


coesão
com pronomes demonstrativos

“ Nossas virtudes morais beneficiam


principalmente os outros; as intelectuais, ao
contrário, de início, a nós mesmos.
Eis porque aquelas nos tornam, em geral,
amáveis e estas odiáveis “

Shopenhauer, Aforismos Para a Sabedoria de Vida


Suponho finalmente que os ladrões de que falo não são aqueles miseráveis, a quem a
pobreza e vileza de sua fortuna condenou a este gênero de vida, porque a mesma sua
miséria, ou escusa, ou alivia o seu pecado, como diz Salomão. O ladrão que furta para
comer, não vai, nem leva ao inferno; os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são
outros ladrões, de maior calibre e de mais alta esfera, os quais debaixo do mesmo nome
e do mesmo predicamento, distingue muito bem S. Basílio Magno: Não são só ladrões,
diz o santo, os que cortam bolsas ou espreitam os que se vão banhar, para lhes colher a
roupa: os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a
quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a
administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os
povos. — Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os
outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam,
são enforcados: estes furtam e enforcam. Diógenes, que tudo via com mais aguda vista
que os outros homens, viu que uma grande tropa de varas e ministros de justiça levavam
a enforcar uns ladrões, e começou a bradar: — Lá vão os ladrões grandes a enforcar os
pequenos. — Ditosa Grécia, que tinha tal pregador! E mais ditosas as outras nações, se
nelas não padecera a justiça as mesmas afrontas! Quantas vezes se viu Roma ir a
enforcar um ladrão, por ter furtado um carneiro, e no mesmo dia ser levado em triunfo
um cônsul, ou ditador, por ter roubado uma província. E quantos ladrões teriam
enforcado estes mesmos ladrões triunfantes? De um, chamado Seronato, disse com
discreta contraposição Sidônio Apolinar: Seronato está sempre ocupado em duas
coisas: em castigar furtos, e em os fazer. — Isto não era zelo de justiça, senão inveja.
Queria tirar os ladrões do mundo, para roubar ele só.
(http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/fs000025pdf.pdf)
O ladrão que furta para comer, não vai, nem leva ao inferno; os que
não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões, de maior
calibre e de mais alta esfera, os quais debaixo do mesmo nome e do
mesmo predicamento, distingue muito bem S. Basílio Magno: Não são
só ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas ou espreitam os que se
vão banhar, para lhes colher a roupa: os ladrões que mais própria e
dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis
encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a
administração das cidades, os quais já com manha, já com força,
roubam e despojam os povos. — Os outros ladrões roubam um
homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do
seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são
enforcados: estes furtam e enforcam.

(http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/fs000025pdf.pdf)
O ladrão que furta para comer, não vai, nem leva ao inferno; os que
não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões, de maior
calibre e de mais alta esfera, os quais debaixo do mesmo nome e do
mesmo predicamento, distingue muito bem S. Basílio Magno: Não são
só ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas ou espreitam os que se
vão banhar, para lhes colher a roupa: os ladrões que mais própria e
dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis
encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a
administração das cidades, os quais já com manha, já com força,
roubam e despojam os povos. — Os outros ladrões roubam um
homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do
seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são
enforcados: estes furtam e enforcam.

(http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/fs000025pdf.pdf)
Estrutura do texto dialético.
( Tese x anti-tese = síntese )

Entre os muitos méritos dos nossos livros nem sempre figura o da pureza da
linguagem. Não é raro ver intercalados em bom estilo os solecismos da linguagem comum,
defeito grave, a que se junta o da excessiva influência da língua francesa. Este ponto é objeto
de divergência entre os nossos escritores. Divergência, digo, porque, se alguns caem naqueles
defeitos por ignorância ou por preguiça, outros há que os adotam por princípio ou antes por
uma exageração de princípio.
Não há dúvida que as línguas se aumentam e se alteram com o tempo e as
necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos, é um
erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas
novas. A este respeito a influência do povo é decisiva. Há, portanto, certos modos de dizer
locuções novas, que de força entram no domínio do estilo e ganham direito de cidade.
Mas se isso ó um fato incontestável, e se é verdadeiro o princípio que dele se deduz,
não me parece aceitável a opinião que admite todas as alterações da linguagem, ainda aquelas
que destroem as leis da sintaxe e a essencial pureza do idioma. A influência popular tem um
limite; e o escritor não está obrigado a receber e dar curso a tudo o que o abuso, o capricho e a
moda inventam e fazem correr. Pelo contrário, ele exerce também uma grande parte de
influência a este respeito depurando a linguagem do povo e aperfeiçoando- lhe a razão.

(Machado de Assis, Instituto de Nacionalidade, In: Obras Completas, vol 3. RJ, Nova Aguilar, 1973, pp 808-9)
coesão
Procedimento catafórico
A obra em si mesma é tudo : se te
agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se
não te agradar, pago-te com um piparote,
e adeus.
coesão
Procedimento catafórico
A OBRA EM SI É
TUDO :

SE TE AGRADAR, SE NÃO TE
OU AGRADAR, PAGO-
PAGO-ME DA TE COM UM
TAREFA PIPAROTE
coesão
Procedimento catafórico

(...) Quando um elemento anafórico está


empregado num contexto tal que pode
referir-se a dois termos antecedentes
distintos, isso provoca ambiguidade e
constitui uma ruptura de coesão.
COESÃO
Procedimento catafórico
(...) Quando um elemento anafórico está
empregado num contexto tal que pode
referir-se a dois termos antecedentes
distintos,

isso
Isso provoca ambiguidade e constitui uma
ruptura de coesão.
AMBIGUIDADE

(...) COM A CLÁUSULA DE REVERSÃO: SE O


DONATÁRIO MORRER ANTES DO DOADOR, O
BEM VOLTA AO SEU PATRIMÔNIO. Código Civil

A vacina do HPV, que causa mais de 805 dos


cânceres orofaríngeo e de útero, está
disponível na rede pública de saúde.
USO DA VÍRGULA – Período Composto
Entre as subordinadas

Substantivas Adjetivas Adverbiais

• Não se • Nas • Nas


separam por explicativas condicionais,
vírgulas por ou quando
serem vêm antes da
estruturas or. principal
sintáticas
USO DA VÍRGULA – Período Composto
Entre as subordinadas

Substantivas Adjetivas Adverbiais

• Convém que • Os eleitores, • Se não


ponderemos que não se procurares
no ato do voto interessam senão a
por política, recompensa,
são o trabalho
governados vai parecer-
pelos que se te penoso(...)
interessam
USO DA VÍRGULA – Período Composto
Entre as coordenadas

Adversativas Explicativas Distributivas

• Amor da • O homem, • Ora eles


pátria não que vinha a eram
movido de cavalo, parou capazes de
premio vil, defronte da atos de
MAS alto e igreja. *** vandalismo,
quase eterno. ora de
altruísmo
Uso do ponto e vírgula

Somos a memória que temos e a


responsabilidade que assumimos; sem
memória não existimos, sem
responsabilidade talvez não mereçamos
existir,
Uso do ponto e vírgula

Somos a memória que temos e a


responsabilidade que assumimos ;
sem memória não existimos, sem
responsabilidade talvez não mereçamos
existir,
Uso do ponto e vírgula

A obra em si mesma é tudo : se te


agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se
não te agradar, pago-te com um piparote,
e adeus.
Uso do ponto e vírgula

A obra em si mesma é tudo :


se te agradar, fino leitor, pago-me da
tarefa ;
se não te agradar, pago-te com um
piparote, e adeus.

Você também pode gostar