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Aula 01 - Requisitos Iniciais da Recuperação Judicial e Conceitos Prévios do Pedido

O sentido da reforma é superar o dualismo pendular, ou seja, a mentalidade em que ou


se beneficia o credor ou se beneficia o devedor. Daniel Carnio entende que o sistema de
insolvência não deve existir para defender interesses parciais, ele deve estar acima do
interesse das parte, são interesses de ordem pública/social cujo objetivo é a preservação
dos benefícios econômico-sociais.

A reforma tem como objetivo a eficiência na concepção do seu resultado de interesse


publico e para isso é preciso oferecer ferramentas mais potentes de ajuda a recuperação
do devedor viável e do outro lado dar aos credores instrumentos de controle que
equilibrem as forças dentro do processo recuperacional. Demais disso, os juízes e
administradores devem ser proativos no sentido de que o processo atinja sua
finalidade que é de interesse publico, garantindo o melhor resultado sem, contudo,
serem parciais. Não devem ser espectadores passivos dentro desse processo.

O processo deve ser dotado de controles em que as partes se desincumbam dos ônus.

Deve-se ter a compreensão que o modelo norte-americano se difere do modelo


brasileiro uma vez que o modelo americano colocou o interesse do credor como limite
do processo. O processo se faz no interesse do credor. No sistema brasileiro,
especificamente no art. 47 da LREF, fica claro que o interesse é a realização do interesse
maior, compatibilizando os valores desse artigo. Principalmente a função social, sendo
compatível com o ordenamento jurídico brasileiro.

A lei ampliou as opções da empresa devedora, isso porque a empresa devedora tem
como opção o sistema de pré-insolvência (seção II), predominantemente extrajudicial,
com menor dano de imagem, mais célere e menos custoso.

Por meio desse novo instrumento, ampliou-se o acesso à justiça (o resultado útil do
processo) e por outro lado, preserva-se o poder judiciário, que não tem condições de
absorver uma grande quantidade de processos.

Deve-se primeiro pensar se é possível se utilizar do sistema de pré-insolvência antes de


ingressar com uma recuperação judicial.

Muito se discutiu à época do PL 1397 sobre os mecanismos de pré-insolvância

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