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Planejamento Patrimonial e

Sucessório
Roteiro
➢ Introdução
➢ Mitos e Riscos
➢ Riscos Empresariais
➢ Direito de Família e Sucessões
➢ Planejamento Patrimonial e Sucessório
➢ Aspectos Societários
❖ A Criação de Holdings
❖ Governança Corporativa
➢ Operações Societárias
❖ Transformações
❖ Fusões
❖ Incorporações
❖ Cisões
➢ Aspectos Tributários: Questões relevantes
➢ Modelos Ilustrativos
➢ Minutas e Modelos
➢ Exercícios
➢ Referências
➢ Encerramento
Introdução
Introdução - Empresas Familiares
O que é?
▪ É toda aquela que esteja ligada a uma família durante pelo menos duas gerações. Isto, se
essa ligação resulta em uma influência recíproca, tanto na política geral do
empreendimento, como nos interesses e objetivos da família

Quais são os tipos?


▪ Tradicional, que mais corresponde ao estereótipo da instituição, o capital é fechado, existe
pouca transparência administrativa e financeira e a família exerce um domínio completo
sobre os negócios;

▪ Híbrida, onde o capital é aberto, mas a família ainda detém o controle, havendo, contudo,
maior transparência e participação na administração por profissionais não-familiares;
▪ Influência familiar, em que a maioria das ações está em poder do mercado, mas a família,
mesmo afastada da administração cotidiana, mantém uma influência estratégica através
de participação acionária significativa.
Introdução
Empresas Familiares - Representatividade no cenário econômico
Introdução
Empresas Familiares - Visão tridimensional

Legenda
1. Familiares não proprietários nem
gestores;
FAMÍLIA
2. Sócios Proprietários não gestores e não
1 familiares;

6 3. Gestores não proprietários e não


4 familiares;
7
2 3 4. Familiares proprietários não gestores;
5 GESTÃO
PROPRIEDADE 5. Proprietários gestores não familiares;
6. Gestores familiares não proprietários;
7. Familiares gestores e proprietários.
Introdução
Empresas Familiares - Estrutura sintética

Empresa Familiar

Família Propriedade Gestão

Governança
Introdução
Empresas Familiares - Problemática existente nas empresas familiares

Quais são as principais problemáticas?

▪ Falta de preparo ou o desinteresse dos sucessores em assumir a gestão dos


negócios;
▪ Dificuldade dos fundadores em assumir o evento de seu próprio falecimento;
▪ Falta de preparo dos fundadores;
▪ Intermináveis disputas judiciais entre os herdeiros pelo poder de controle da
sociedade;
▪ Dilapidação do patrimônio da empresa pelos sucessores;
▪ Diminuição ou perda do valor de mercado da companhia;
▪ Outros (por exemplo: a quebra da companhia).
Introdução
Empresas Familiares - Problemática existente nas empresas familiares
Introdução
Resolução de conflitos existentes nas empresas familiares

Tem procedimento? Qual é o tipo de procedimento?


Introdução
Empresas Familiares – Com algum planejamento
Planejamento Patrimonial e
Sucessório

Mitos e riscos
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Mitos e riscos

▪ “Blindagem Patrimonial”;

▪ Base de cálculo do ITCMD;

▪ Doação de quotas/ações de forma parcelada.


Riscos Empresariais
Introdução
Risco Empresarial

Desconsideração da Personalidade Jurídica


▪ Em caso de abuso de personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou
pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério
Público, quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e
determinadas relações sejam estendidas aos bens particulares dos administradores ou
sócios da pessoa jurídica. (Art. 50, CC/2002).

Risco Trabalhista
▪ A Legislação Trabalhista opera com o conceito de “Grupo Econômico”, desde que haja
interesse integrado, efetiva comunhão de interesses e atuação conjunta das empresas
dele integrantes, para fins de responsabilização por débitos trabalhistas, tornando
responsáveis solidárias pelos débitos trabalhistas, todas as empresas do grupo que
dirige, controla ou administra a empregadora (art. 2º paragrafo terceiro / CLT).
▪ Ademais a Justiça do Trabalho, aplica indiscriminadamente a teoria da desconsideração
da personalidade jurídica para atingir os bens dos sócios nas sociedades em que a
responsabilidade é limitada, independentemente da presença dos requisitos elencados
pelo art. 50 do Código Civil.
Introdução
Risco Empresarial

Risco Consumerista
▪ O CDC estabelece no artigo 28, a desconsideração da personalidade jurídica da
fornecedora, para atingir a pessoa dos sócios ou das sociedades integrantes de grupos
societários, quando, em detrimento do consumidor, houver:

▪ abuso de direito;

▪ excesso de poder;

▪ infração da lei, fatos e atos ilícitos, violação dos estatutos ou contrato social;

▪ a falência, estado de insolvência ou encerramento das atividades, provocadas por má-


gestão; e

▪ sempre que a personalidade jurídica for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de


prejuízos causados aos consumidores.
Introdução
Risco Empresarial

Risco Tributário
▪ Os diretores, gerentes ou representantes legais de pessoas jurídicas de direito privado,
serão pessoalmente responsáveis pelos tributos devidos pela empresa, quando agirem
com excesso de poderes, infração de lei, contrato social ou estatutos (art.135, III /CTN).

▪ Diferenciação entre sonegação e inadimplemento.

Entendimento do STJ quanto à responsabilidade fiscal do ex-sócio


▪ Superior Tribunal de Justiça tem jurisprudência reconhecendo que:

▪ Apenas o sócio administrador pode ser responsabilizado pelas dívidas da sociedade, não
podendo tal responsabilidade ser estendida aos sócios que não participaram da
administração;
▪ Será necessário nexo de causalidade entre sua ação ou omissão e o débito fiscal;

▪ Apenas em caso de sonegação, ou seja, quando houver infração da lei ou do contrato e


não em casos de simples inadimplemento.
Introdução
Risco Empresarial

▪ A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que a responsabilidade do


art. 135 do CTN é subjetiva:

▪ TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. TRIBUTO DECLARADO PELO


CONTRIBUINTE. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO. DISPENSA. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO. TRIBUTO NÃO PAGO PELA
SOCIEDADE. [...] 2. É igualmente pacífica a jurisprudência do STJ no sentido de que a
simples falta de pagamento do tributo não configura, por si só, nem em tese,
circunstância que acarreta a responsabilidade subsidiária do sócio, prevista no art. 135 do
CTN. É indispensável, para tanto, que tenha agido com excesso de poderes ou infração à
lei, ao contrato social ou ao estatuto da empresa (EREsp 374.139/RS, 1ª Seção, DJ de
28.02.2005). 3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente
provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08. (REsp
1101728/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
11/03/2009, DJe 23/03/2009)
Introdução
Risco Empresarial

ANTECENTE
▪ Atuação com excesso de poderes, infração à lei ou ao contrato social que “resulta”
na ocorrência de fatos jurídicos tributários.
▪ a atuação com excesso de poderes, infração à lei ou ao contrato social deve
mascarar a
ocorrência do fato tributário ou implicar o seu inadimplemento ;
▪ necessidade da presença do dolo;

▪ o mero não pagamento do tributo não é suficiente para a


responsabilização ( jurisprudência do STJ nesse sentido);

▪ art. 13 da Lei 8.630/93 – débitos para a Seguridade Social (posição do STJ e o RE


526.276)
– revogado pela Lei 11.941/09.

CONSEQUENTE
▪ Contornos da relação na qual o sujeito que pratica o ilícito terá que responder
exclusivamente pelo débito tributário.
Introdução
Risco Empresarial

STJ: dissolução irregular é ato presuntivo de infração à lei:


▪ A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de que somente é
permitido o redirecionamento da execução fiscal aos sócios-gerentes da empresa
executada nas hipóteses de obrigações tributárias resultantes de atos praticados com
excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, ou ainda no caso de
dissolução irregular da sociedade empresária, independentemente da natureza do débito
excutido. 2. A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça declarou a
inconstitucionalidade do art. 8º do Decreto-Lei n. 1.736/1979. Precedente: AI no REsp
1.419.104/SP, de minha relatoria, DJe 15/8/2017. (Resp 1.664.203);

▪ Súmula 435: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar


no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o
redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.

▪ Dissolução irregular: responde pelo débito o sócio que administrava a sociedade à


época do fato gerador ou o que o fazia quando da dissolução irregular? Resp 1.377.019
Introdução
Risco Empresarial

▪ Desrespeito à disposição expressa do contrato social ou estatuto, e que tem por


consequência mascarar a ocorrência de fatos jurídicos tributários ou implicar o
inadimplemento de tributos.

▪ Exemplo: alienação desautorizada expressamente pelo estatuto de ativo fixo da


sociedade.

▪ Ocorre quando o administrador pratica algum ato, ainda que em nome da sociedade,
extrapolando os limites do contrato social ou do estatuto. É ato “além do autorizado”.

▪ Não se confunde com prática pura e simples de ato não permitido expressamente (art.
1.015 do CC).

▪ O excesso de poderes, para fins tributários, se configura quando o fato for alheio aos fins
da sociedade e provocar consequências fiscais típicas.

▪ Exemplos:
▪ Sócio de empresa exclusivamente comercial que decide passar a prestar serviços

▪ Diretor de RH que fecha negócios não autorizados pelo contrato social


Introdução
Risco Empresarial

▪ PROCESSUAL CIVIL. RECURSO SUBMETIDO À SISTEMÁTICA NO ART. 543-C DO CPC.


EXECUÇÃO FISCAL. INCLUSÃO DOS REPRESENTANTES DA PESSOA JURÍDICA, CUJOS
NOMES CONSTAM DA CDA, NO PÓLO PASSIVO DA EXECUÇÃO FISCAL. POSSIBILIDADE.
MATÉRIA DE DEFESA. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. INVIABILIDADE. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. 1. A orientação da
Primeira Seção desta Corte firmou-se no sentido de que, se a execução foi ajuizada
apenas contra a pessoa jurídica, mas o nome do sócio consta da CDA, a ele incumbe o
ônus da prova de que não ficou caracterizada nenhuma das circunstâncias previstas no
art. 135 do CTN, ou seja, não houve a prática de atos "com excesso de poderes ou
infração de lei, contrato social ou estatutos". (...) 3. Contudo, no caso concreto, como bem
observado pelas instâncias ordinárias, o exame da responsabilidade dos representantes da
empresa executada requer dilação probatória, razão pela qual a matéria de defesa deve
ser aduzida na via própria (embargos à execução), e não por meio do incidente em
comento. 4.Recurso especial desprovido. Acórdão sujeito à sistemática prevista no art.
543-C do CPC, c⁄c a Resolução 8⁄2008 - Presidência⁄STJ. (REsp 1.104.900/ES, Rel. Min.
Denise Arruda, 1ª Seção, DJ 25.03.09 – Recurso Repetitivo)
Introdução
Risco Empresarial

▪ TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. TRIBUTO DECLARADO PELO


CONTRIBUINTE. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO. DISPENSA. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO. TRIBUTO NÃO PAGO PELA
SOCIEDADE. [...] 2. É igualmente pacífica a jurisprudência do STJ no sentido de que a
simples falta de pagamento do tributo não configura, por si só, nem em tese,
circunstância que acarreta a responsabilidade subsidiária do sócio, prevista no art. 135 do
CTN. É indispensável, para tanto, que tenha agido com excesso de poderes ou infração à
lei, ao contrato social ou ao estatuto da empresa (EREsp 374.139/RS, 1ª Seção, DJ de
28.02.2005). 3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente
provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08. (REsp
1101728/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
11/03/2009, DJe 23/03/2009)
Direito de Família e
Sucessões
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais
Modificações recentes no Direito de Família Brasileiro
▪ Reconhecimento da união estável como entidade familiar;

▪ Isonomia dos filhos havidos dentro e fora do casamento;

▪ Igualdade entre cônjuges;


▪ Facilitação do divórcio;

▪ Mais recentemente: reconhecimento da união e casamento homoafetivos.

União Estável
▪ É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher,
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo
de constituição de família (art. 1723 do CC/2002).

▪ Pode ser estabelecida entre solteiros, viúvos, divorciados, separados judicialmente,


separados de fato.

▪ Para ser caracterizada não é necessária a coabitação, inexiste prazo mínimo;


▪ Existência de direitos sucessórios;

▪ Regime Patrimonial: Se não houver contrato regulando o regime de bens em vigor na


união estável, prevalecem as regras da comunhão parcial, inclusive para administração e
disposição. (Código Civil Brasileiro, art. 1.725).
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais
Regime de Bens
▪ Comunhão parcial (regime legal se não houver pacto ou impedimento).

▪ Separação obrigatória de bens (Código Civil, art. 1.641).


▪ Comunhão universal (pacto antenupcial).

▪ Separação total de bens (pacto antenupcial).


▪ Participação final nos aquestos (pacto antenupcial).

Comunhão Parcial de Bens:


▪ É o regime legal na falta de pacto antenupcial.

▪ Na comunhão parcial de bens, se comunicam os bens que


onerosamente na constância do casamento. forem adquiridos

▪ Não se comunicam os bens adquiridos antes do casamento ou os bens adquiridos de


forma gratuita após o casamento. Ex: heranças e doações.

▪ Comunicam-se os frutos.
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais

Separação Obrigatória de Bens


▪ É o regime imposto por lei em casos especiais, como no casamento dos maiores de 70
(setenta) anos.

▪ Os bens não se comunicam, mesmo aqueles adquiridos na constância do casamento.

Comunhão Universal de Bens:


• Todos os bens se comunicam, tenham sido adquiridos ou não na constância do casamento
ou de forma onerosa ou gratuita.
• Apenas não se comunicam os bens gravados com cláusula de incomunicabilidade.

Separação Total de Bens:


• Cada um dos cônjuges conservará com exclusividade o domínio, posse, e administração
de seus bens presentes e futuros e a responsabilidade pelos débitos anteriores e
posteriores ao casamento.
• Existirão dois patrimônios distintos: o do marido e o da mulher.
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais

Participação Final nos Aquestos:


▪ Os cônjuges formam bens particulares (gestão e disposição) incomunicáveis durante a
vigência do casamento, que se tornam comuns no momento da dissolução da sociedade
conjugal (por divórcio ou morte).
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais

Sucessão no Direito Brasileiro

▪ Sucessão Legitima:
Art.1.829 CC – A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

I.– aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado


este com o falecido no regime da comunhão universal ou no da separação obrigatória
de bens (art.1640, par. Único), ou se no regime da comunhão parcial, o autor da
herança não houver deixado bens particulares;
II.– aos ascendentes em concorrência com o cônjuge;

III – ao cônjuge sobrevivente.

Art. 1.832 – Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, I) caberá ao cônjuge


quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo sua participação ser
inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.
Art. 1.836 – Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em
concorrência com o cônjuge sobrevivente.
Art. 1.838 - Na falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por
inteiro ao cônjuge sobrevivente.
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais

Sucessão no Direito Brasileiro


▪ Sucessão Legitima:

▪ Herdeiros Necessários: descendentes, ascendentes e cônjuge.

▪ Os descendentes excluem os ascendentes.

▪ O cônjuge será sempre herdeiro necessário, exceto no regime da comunhão


universal de bens, onde é meeiro, ou seja, titular de metade do patrimônio comum,
ou na comunhão parcial, quando o cônjuge não houver deixado bens particulares,
nas hipóteses em que concorrer com descendentes.

▪ Sucessão Testamentária

▪ Código Civil, art. 1.857 CC: Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da
totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte.
▪ O autor da herança poderá dispor de seus bens através de testamento.
▪ Havendo herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge) o testador
poderá dispor apenas da metade da herança (disponível), sendo que a outra
metade deve ser destinada obrigatoriamente aos herdeiros necessários (legítima).
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais

Sucessão no Direito Brasileiro


▪ Sucessão na Comunhão Universal de Bens:

▪ 50% - meação
▪ 25% - legítima (descendentes ou ascendentes + cônjuge sobrevivente)

▪ 25% - disponível

▪ Na comunhão universal, se não houver descendentes, cônjuge recebe à título de


meação e também recebe a título de herança se concorrer com ascendentes
(art.1.829, II CC).

▪ Sucessão na Comunhão Parcial de Bens:


▪ Bens Comuns: O cônjuge será meeiro dos bens comuns, não sendo herdeiro, se
concorrer com descendentes. Se concorrer com ascendentes será herdeiro também
da meação dos bens comuns.

▪ Bens Particulares: Quanto aos bens particulares, o cônjuge sobrevivente concorrerá


com os descendentes e ascendentes.
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais

Sucessão no Direito Brasileiro


▪ Sucessão na Separação Total de Bens:
▪ 50% Legítima – descendentes ou ascendentes + cônjuge sobrevivente.

▪ 50% disponível.

▪ Sucessão na União Estável:


Art. 1.790 CC: O companheiro ou companheira participará da sucessão do outro
quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas seguintes
condições:
I.– se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma cota equivalente a dos filhos;
II.– se concorrer com filhos só do autor da herança, caber-lhe-á metade da cota que
couber aos filhos e
III.– se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a 1/3 da herança.
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais

Óbito, deixando
COMUNHÃO PARCIAL DE BENS cônjuge e 3
25 anos filhos
------------------------------------------- -------------------------------------------
Nascimento Casamento Óbito

Bens adquiridos antes do Bens adquiridos de forma onerosa


casamento e aqueles recebidos a durante o casamento
título gratuito

D
D L M L
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais

Divórcio
COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
25 anos
-------------------------------------------
Nascimento Casamento Divórcio

Bens adquiridos de forma onerosa


durante o casamento

M
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais

Óbito, deixando
COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS conjugê e 3
25 anos filhos
---------------------------------------- ------------------------------------------
Nascimento Casamento Óbito

Bens adquiridos antes ou após o


casamento, bem como aqueles
recebidos a título gratuito

D
M L
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais
Divórcio
COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS
25 anos
------------------------------------------- -------------------------------------------
Nascimento Casamento Divórcio

Bens adquiridos antes ou após o


casamento, bem como aqueles
recebidos a título gratuito

M
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais
Óbito, deixando
SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS cônjuge e 3
25 anos filhos
------------------------------------------- -------------------------------------------
Nascimento Casamento Óbito

Bens adquiridos antes ou após o


casamento, bem como aqueles
recebidos a título gratuito

D L
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais

Divórcio
SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS
25 anos

Nascimento Casamento Divórcio

Não há partilha dos bens


particulares de nenhum dos
cônjuges.
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais

Óbito, deixando
SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS cônjuge e 3
> 70 anos filhos
-------------------------------------------------------------- ---------------------
Nascimento Casamento Óbito

Bens adquiridos antes do Bens adquiridos de forma onerosa


casamento e aqueles recebidos a durante o casamento
título gratuito

D
D L M L
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais

Divórcio
SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS
> 70 anos
---------------------
Nascimento Casamento Divórcio

Bens adquiridos de forma onerosa


durante o casamento

M
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais

PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS Óbito, deixando


cônjuge e 3
25 anos filhos
------------------------------------------- -------------------------------------------
Nascimento Casamento Óbito

Bens adquiridos antes do Bens adquiridos de forma onerosa


casamento e aqueles recebidos a durante o casamento
título gratuito

D
D L M L
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais

PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS Divórcio


25 anos
-------------------------------------------
Nascimento Casamento Divórcio

Bens adquiridos de forma onerosa


durante o casamento

M
Introdução
O Direito de Família e suas implicações patrimoniais
Quadro Comparativo dos Regimes de Comunhão de Bens:
O Fracasso das Empresas Familiares

▪ Existe solução?
▪ Qual é a melhor alternativa?

Planejamento Patrimonial e Sucessório


Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos preliminares

O que é?
▪ Planejamento Patrimonial e Sucessório trata-se de um mecanismo jurídico que
permite estabelecer a sucessão patrimonial inter vivos, contendo restrições que
propiciarão a não dilapidação de patrimônio.

Como é realizado?
▪ Os Planejamentos são elaborados de forma criteriosa, levando-se em
consideração a forma de sociedade (sociedade anônima, limitada, etc.), a
composição societária (capital aberto, fechado, ou outro), o principal objetivo
(familiar ou patrimonial, por exemplo), as estratégias de negócios, a forma de
administração, as relações familiares, as finanças, o mercado, entre outros
fatores.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos preliminares
Quais são os seus objetivos? (1)

Possibilitar a conjugação das atividades das empresas familiares e os bens da


família, em sociedades (empresas) distintas, de maneira a proporcionar:

▪ A separação dos institutos: família, propriedade e gestão;

▪ A prosperidade das empresas familiares;

▪ Maior organização e eficácia em termos de governança corporativa,


permitindo a convivência harmoniosa entre os herdeiros e colaboradores;

▪ Viabilizar o afastamento do fundador ou do principal executivo da empresa;

▪ Conferir transparência à administração da empresa e à prestação de contas;


Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos preliminares

Quais são os seus objetivos? (2)

▪ Permitir que familiares sejam investidores;

▪ Redução de custos financeiros e economia tributária;

▪ Fácil acesso ao crédito no mercado;

▪ Ocultar a realidade patrimonial;

▪ Proteção, disposição e partilha do patrimônio familiar;

▪ Evitar a dilapidação do patrimônio familiar;

▪ Agilidade no processo de inventário.


Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos preliminares
Quais são os mecanismos utilizados?
▪ Reorganizações societárias;

▪ Criação de Holdings, com a instituição de cláusulas contratuais ou estatutárias;


▪ Versão de ativos em capital de sociedade, seguida da doação de quotas/ações aos
descendentes. Referida doação, normalmente, é gravada com usufruto, cláusula de
reversão, inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade;

▪ Transferência de ativos para entidade local ou externa, dependendo da estrutura;


▪ Acordos de acionistas ou quotistas;
▪ Implementação de regras de Governança corporativa, com fins de profissionalizar a
gestão e administração das Empresas;

▪ Uso de testamento, juntamente com doações clausuladas.


Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos preliminares
Testamento:
▪ Ato personalíssimo e revogável (arts.1.858/1.969, CC).

▪ O Testador pode dispor sobre a sua herança, devendo observar a legítima.

▪ Necessidade de inventário judicial, com possibilidade de questionamentos.


▪ Custos: taxas judiciárias e honorários advocatícios (6% do valor do patrimônio pela tabela
de honorários da OAB-SP).

Doação com Reserva de Usufruto


▪ Incidência do ITCMD – A doação é fato gerador do ITCMD. Em alguns Estados, na doação
com reserva de usufruto, o imposto incide sobre 2/3 do valor do bem doado (SP), sendo
que incidirá sobre os outros 1/3 no momento da extinção do usufruto.

▪ A grande desvantagem da doação é que o doador perde a livre disposição dos bens, pois
dependerá da anuência do nu-proprietário e respectivo cônjuge para a alienação dos
bens doados com reserva de usufruto.
Planejamento Patrimonial e
Sucessório

Aspectos Societários:
A criação de Holdings
Planejamento Patrimonial e Sucessório
A Criação de Holdings

O que é?
▪ Sociedade empresária com objetivo de administração de bens, móveis e
imóveis, da família, incluindo participações societárias.

Finalidade e Objetivos:
▪ Organizar o patrimônio familiar;

▪ Proteger o patrimônio familiar e da empresa;

▪ Evitar que a empresa seja prejudicada pela sucessão, possibilitando a agilidade


e rapidez na questão de partilha de bens;

▪ Possíveis ganhos tributários.


Planejamento Patrimonial e Sucessório
A Criação de Holdings

Exemplo: Sociedades
Empresárias

FILHO X Holding
Operacional
Sociedades
PAI Holding Familiar Empresárias

MÃE

FILHO Y Holding
Patrimonial
Patrimônio Familiar:
Imóveis;
Etc.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
A Criação de Holdings

A integralização do capital social


▪ O capital social da Holding Patrimonial será composto mediante integralização de bens
imóveis pertencentes ao patriarca. A propriedade dos imóveis será transferida para a
sociedade no momento da constituição da empresa;

▪ Os bens móveis, como automóveis, por exemplo, não são recomendados para a
integralização, pois essa categoria de bens possui uma elevada taxa de depreciação.

Valor da integralização (1)

▪ O valor monetário dos bens imóveis que serão transferidos e integralizados no capital social
da empresa será o valor constante na Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física
(DIRPF) do patriarca, do ano-calendário vigente e não pelo valor de mercado do bem;

▪ A integralização dos imóveis pelo valor constante na DIRPF é prevista no Decreto nº


3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda).
Planejamento Patrimonial e Sucessório
A Criação de Holdings

Valor da integralização (2)

▪ Essa condição gera grande benefício tributário em relação ao processo de inventário,


sendo que caso a sucessão seja realizada perante o Poder Judiciário o patrimônio
será reavaliado pela Secretaria da Fazenda onde o valor dos bens presente no
espólio serão reavaliados e tributados pelo valor atual de mercado;

▪ Os valores atribuídos aos bens deverão ser apurados pelo Fator de redução do
ganho de capital disponível no site da Receita Federal;

▪ Outro grande benefício tributário em relação a integralização pelo valor constante na


DIRPF consiste no fato de não ser devido o Imposto de Renda sobre o ganho de
capital, haja vista que os bens integralizados pelo mesmo valor já declarado
anteriormente.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
A Criação de Holdings

Imóveis adquiridos na planta e parcelados perante as construtoras


▪ Os imóveis que foram adquiridos ainda na planta e de maneira parcelada junto as
construtoras, poderão ser integralizados no capital social da Holding Patrimonial
mesmo sem possuírem a matrícula definitiva, ou seja, poderão ser integralizados
somente com o contrato de compromisso de compra e venda firmado com a
construtora;

▪ Para essa integralização deverá estar no corpo do contrato social a descrição do


imóvel presente no compromisso de compra e venda. O valor do imóvel para a
integralização será o valor das parcelas pagas até o momento da constituição da
empresa, e não o valor total do contrato de compromisso de compra e venda.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
A Criação de Holdings

A averbação da transferência de bens no cartórios de registro de imóveis


▪ Após o arquivamento do contrato perante a Junta Comercial, será emitida uma
certidão que deverá ser levada perante os Cartórios de Registro de Imóveis para ser
promovida a averbação transmitindo a titularidade dos bens imóveis para a
sociedade;

▪ Nesse momento, a regra aplicável a situação é prevista no art. 64 da Lei nº 8.934/94,


sendo a certidão emitida pela Junta Comercial documento hábil para efetuar o
registro:

Art. 64. A certidão dos atos de constituição e de alteração de sociedades


mercantis, passada pelas juntas comerciais em que foram arquivados, será o
documento hábil para a transferência, por transcrição no registro público
competente, dos bens com que o subscritor tiver contribuído para a formação
ou amento do capital social.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
A Criação de Holdings

Anuência do cônjuge para a integralização do capital social e na doação de


quotas
▪ A autorização do cônjuge no planejamento sucessório é exercida através da outorga
uxória, caso o patrimônio seja integralizado pelo patriarca, ou da autorização marital
caso o patrimônio seja integralizado pela matriarca;

▪ A cláusula da outorga/autorização é essencial para a validade do ato, devendo estar


expressamente no contrato, com a devida assinatura do(a) outorgante ao final do
contrato;

▪ A autorização se dará no momento da integralização do capital ou na doação de


quotas.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
A Criação de Holdings

Quem deverá figurar como sócio das Holdings Familiares?


▪ Os herdeiros deverão compor o quadro societário das Holding Familiares, ficando os
patriarcas somente como usufrutuários e administradores, tendo deste modo o total
controle da sociedade.

Importante lembrar que:


▪ Os herdeiros menores de idade poderão figurar como sócios de uma Sociedade,
desde que devidamente representados ou assistidos por ambos os pais. No entanto,
vale salientar que qualquer tipo de alienação de ativos na Sociedade, dependerá de
prévia autorização judicial.
Planejamento Patrimonial e
Sucessório

Aspectos Societários: Governança


Corporativa
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Governança Corporativa

O que é?
▪ Sistema pelo qual as sociedade são dirigidas e monitoradas, envolvendo os
relacionamentos entre acionistas, conselho de administração, diretoria, auditoria
independente e conselho fiscal.

Finalidades e Objetivos
▪ Conformidade no cumprimento de institutos legais, estatutos sociais e regimentos
internos;
▪ Transparência das informações que impactam os negócios e a gestão;
▪ Prestação de contas dos administradores aos acionistas;
▪ Equidade no tratamento dos acionistas.
Introdução
Empresas Familiares - Governança Corporativa

Principais Instrumentos Societários


▪ Contrato Social ou Estatuto Social;
▪ Acordo de Sócios/Acionistas.

Principais Mecanismos
▪ Mecanismos de controle (prestação e aprovação de contas, limitação de poderes, etc.);
▪ Estabelecimento de diversos níveis de deliberação;
▪ Regras claras de solução de conflitos entre os sócios e entre os administradores;
▪ Regras precisas de sucessão;
▪ Regras de alienação de quotas/ações.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Governança Corporativa

A Administração
▪ Em uma empresa familiar, a administração deve ser exercida de maneira harmônica e eficaz,
no sentido de assegurar a organização e o profissionalismo da gestão, garantindo que a
passagem da direção para os herdeiros seja segura e livre de riscos, dando ao fundador
fundamental presença e participação nessa importante fase;
▪ Sendo assim, aplicamos as técnicas mais sofisticadas de Governança Corporativa (como a
criação de um Conselho de Família, Conselho de Administração, de um Código de Conduta,
adoção de métodos alternativos para resolução de conflitos, dentre outros) que permitem a
profissionalização e perenidade das empresas familiares;
▪ Os administradores nomeados deverão ter formação condizente com o cargo e farão jus a
uma retirada mensal a título de “pró-labore”. No caso de sócio não-administrador, este
receberá tão somente os dividendos;
▪ A quantia retirada de “pró-labore” não deve ser elevada, visto que incidirá sobre esses
rendimentos o recolhimento de INSS e Imposto de Renda.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Conselho de Família

O que é?
▪ Órgão “extra” sociedade, vinculado a uma ou mais famílias, encarregado da sucessão
e da gestão de conflitos entre as famílias e/ou herdeiros.

Finalidades e Objetivos
▪ Solucionar os conflitos de interesses familiares;
▪ Criar regras de convivência entre família e sociedade;
▪ Permitir a convivência harmoniosa entre os herdeiros;
▪ Dar respaldo às sucessões;
▪ Colaborar com o Planejamento Sucessório.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Conselho de Família – Aspectos Societários

Exemplo:
Conselho de
Família

Holding Familiar Holding Familiar Holding Familiar


(Família X) (Família Y) (Família Z)

Holding Familiar
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Conselho de Administração

O que é?
▪ É um órgão colegiado de uma sociedade encarregado de orientar e tomar as
decisões estratégicas do negócio;
▪ É o elo entre a propriedade (sócios) e a gestão (diretores/administradores).

Finalidades e Objetivos
▪ Evitar disputas entre os sócios na tomada de decisão;
▪ Aumentar o grau de profissionalização da sociedade;
▪ Facilitar a transferência de gestão na sucessão;
▪ Prestar contas aos sócios.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Conselho de Administração – Aspectos Societários

Exemplo:

Holding Familiar Holding Familiar Holding Familiar


(Família X) (Família Y) (Família Z)

Holding Familiar

Conselho de
Administração
Diretoria/Administradores
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Acordo de Acionistas ou Quotistas

O que é?
▪ Documento societário que outorga validade jurídica para as regras de sucessão,
gestão e controle da sociedade, vinculando sua aplicação aos sócios/acionistas e à
própria sociedade.

Finalidades e Objetivos
▪ Disciplinar os direitos e obrigações dos sócios;
▪ Aumentar a segurança jurídica de tais direitos;
▪ Criar regras para o ingresso de herdeiros na sociedade;
▪ Definir parâmetros para saída de sócios.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Acordo de Acionistas ou Quotistas – Aspectos Societários

Exemplo:

Holding Familiar Holding Familiar Holding Familiar


(Família X) (Família Y) (Família Z)

Holding Familiar
Acordo de
Acionistas ou
Quotistas
Planejamento Patrimonial e Sucessório
A Criação de Holdings

Exemplo: Diretoria/Administradores

Conselho de Sociedades
Empresárias
Administração

FILHO X Holding
Operacional
Sociedades
PAI Empresárias
Holding Familiar
MÃE

FILHO Y Holding
Patrimonial Patrimônio Familiar:
Imóveis;
Conselho de Acordo de Etc.
Família Acionistas ou
Quotistas
Operações Societárias
Operações
Os planejamentos podem, de alguma forma, se utilizar de operações atinentes às
reorganizações societárias que envolvem as seguintes operações:

Transformação Incorporação

Fusão Cisão

Por meio de tais operações, as pessoas jurídicas mudam de tipo societário,


aglutinam-se ou dividem- se, visando os sócios adotar a respectiva
sociedade de perfil mais adequado à realização do seu objeto social.
Aplicação e utilização
➢ As operações societárias poderão ocorrer entre sociedades do
mesmo tipo (como uma fusão entre duas sociedades limitadas) ou
entre tipos societários diversos (como a incorporação de uma
sociedade limitada por uma sociedade anônima).

Art. 223 LSA: A incorporação, fusão ou cisão podem ser operadas entre sociedades de tipos
iguais ou diferentes e deverão ser deliberadas na forma prevista para alteração dos
respectivos estatutos ou contratos sociais.

Comprovação de quitação de
tributos e contribuições sociais
federais
➢Não há necessidade de apresentação das Certidões Negativas de
Débitos relativos aos tributos e contribuições sociais federais, para
fins de arquivamento das operações no Registro Público de Empresas
Mercantis e Atividades Afins.
Transformações (arts.
220 a 222 da LSA)
Conceito

Transformação:
❖ É o ato pelo qual uma sociedade empresária altera seu tipo societário.

EMPRESA EMPRESA
ALFA Ltda. ALFA S/A

Observações

• Não ocorre a extinção de nenhuma pessoa jurídica;


• A sociedade é mantida, com alteração na estrutura societária existente;
• Não há relação de sucessão, mas continuação da relação originária;
• São alterados os atos constitutivos da sociedade, as obrigações e direitos dos sócios, afetando o
grau de responsabilidade de seus sócios;
Especificidades
➢Comumente utilizada para constituir uma sociedade do tipo “piloto”
sob a forma de sociedade limitada, como primeira etapa, que, depois
de montada em toda a sua estrutura legal, é transformada em
sociedade anônima.

➢Os livros comerciais não se encerram e neles deve apenas ser


lançado um termo de averbação da nova feição jurídica adotada.

➢ Quórum para aprovação:

❖ Unanimidade dos sócios;

❖ Se prevista no contrato/estatuto social não se exige a unanimidade, mas os


dissidentes têm o direito de recesso (art. 1.114 CC);

❖ Possível prever no contrato/estatuto social a renuncia dos sócios ao direito de


retirada, no caso de transformação (art. 221, parágrafo único da LSA)
Fusões (arts. 228 da
LSA e 1.119 do Código
Civil)
Conceito

➢União de 2 (duas) ou mais sociedades (de tipos iguais ou diferentes)


para constituir uma nova sociedade, logicamente, resultará na
extinção – sem dissolução e liquidação – das sociedade fusionadas.

Art. 228. A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar
sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.
§ 1º A assembléia-geral de cada companhia, se aprovar o protocolo de fusão, deverá
nomear os peritos que avaliarão os patrimônios líquidos das demais sociedades.
§ 2º Apresentados os laudos, os administradores convocarão os sócios ou acionistas das
sociedades para uma assembléia-geral, que deles tomará conhecimento e resolverá sobre a
constituição definitiva da nova sociedade, vedado aos sócios ou acionistas votar o laudo de
avaliação do patrimônio líquido da sociedade de que fazem parte.
§ 3º Constituída a nova companhia, incumbirá aos primeiros administradores promover o
arquivamento e a publicação dos atos da fusão.

Art. 1.119. A fusão determina a extinção das sociedades que se unem, para formar sociedade
nova, que a elas sucederá nos direitos e obrigações.
EMPRESA ALFA

EMPRESA
GAMA

EMPRESA BETA

¹ A sociedade que surge assumirá todas as obrigações ativas e passivas das sociedades fusionadas.
² Deverá se proceder todo o processo de criação de uma nova pessoa jurídica (novo registro no Cadastro Nacional de
Pessoas Jurídicas, inscrição estadual, municipal, alvarás de localização etc.)
Sucessão Universal

➢ Como a fusão é causa direta (art. 219, inciso II da LSA) de extinção


das sociedades fusionadas, estas não estarão sujeitas às regras de
dissolução e liquidação, contidas nos artigos 206 a 218 da LSA. Isso
porque a nova sociedade sucede aquelas em TODOS os direitos,
obrigações e responsabilidades outrora assumidos,
consubstanciando na chamada SUCESSÃO UNIVERSAL, decorrente
da continuidade das obrigações e dos direitos que compõem o
patrimônio transferido para a nova sociedade.

“Art. 219. Extingue-se a companhia:


I.- pelo encerramento da liquidação;
II.- pela incorporação ou fusão, e pela cisão com versão de todo o patrimônio em outras
sociedades.”
Procedimento Societário

➢Fase 1: É recomendado que esta operação seja precedida da


celebração de Carta de Intenções, Memorando de Entendimentos, e, se
possível, de Due Dilligence.

➢Fase 2: Celebração pelos administradores das companhias


envolvidas do Protocolo e Justificativa;
➢ Fase 3: Realização de Assembleias Gerais Extraordinárias em cada
uma das sociedades que almejam se fundir, com o fim de deliberar
sobre os documentos societários de protocolo e justificação
(aprovação ou rejeição) e nomear os peritos que avaliarão os
patrimônios líquidos das sociedades a serem fundidas:

❖ Convocação e Publicação nos termos dos arts. 123, 124 e 289 da LSA – Em S.A’s de
capital aberto observar o art. 2º, §1º da Instrução da CVM nº 319/99;

❖ Quórum para instalação: 2/3, no mínimo, do capital social votante em primeira


convocação e, em segunda convocação, com qualquer número (art. 135 LSA);

❖ Quórum para deliberação:


•S.A’s: aprovação de acionistas representativos de metade, no mínimo, das ações
com direito a voto, salvo estipulação contratual/estatutária de quórum maior (art.
136, IV da LSA);
•LTDA’s: voto favorável de sócios titulares de, pelo menos, 75% do capital social.
➢Fase 4: Após a formalização e apresentação dos laudos de avaliação
pelos peritos, os administradores das companhias envolvidas
convocarão uma única assembleia conjunta da sociedade a ser
constituída, para deliberar sobre os laudos de avaliação das
sociedades, e, após aprovação sem ressalvas ou retificações dos
laudos, aprovarão definitivamente a fusão com a consequente
constituição de nova sociedade.

❖ Convocação e Publicação nos termos dos arts. 123, 124 e 289 da LSA – Em S.A’s de
capital aberto observar o art. 2º, §1º da Instrução da CVM nº 319/99;

❖ Quórum para instalação: 2/3, no mínimo, do capital social votante em primeira


convocação e, em segunda convocação, com qualquer número (art. 135 LSA);

❖ Quórum para deliberação:


•S.A’s: aprovação de acionistas representativos de metade, no mínimo, das ações
com direito a voto, salvo estipulação contratual/estatutária de quórum maior (art.
136, IV da LSA);
•LTDA’s: voto favorável de sócios titulares de, pelo menos, 75% do capital social.

❖ Na fase 4, os sócios/acionistas de cada uma das companhias deliberarão, apenas,


sobre o laudo de avaliação da(s) outra(s) companhia(s), pois são impedidos de
votarem a respeito da avaliação do patrimônio liquido da sociedade que fazem parte
(Art. 228, §2º da LSA)
❖ No art. 226 da LSA, é exigido que o valor do patrimônio liquido vertido para a formação
do capital social seja, ao menos, igual ao montante do capital a realizar, e no art. 264,
impõe que o calculo dos patrimônios líquidos da incorporadora e da incorporada, sejam
realizados de acordo com o valor de mercado.

➢ Fase 5: Arquivamento dos atos no registro do comércio pelos


primeiros administradores da sociedade constituída, e, tratando-se
de companhia aberta, aprovada a operação pela CVM, sendo que, no
caso de instituição financeira, cabe também a aprovação pelo do
Banco Central do Brasil.

❖ A sociedade resultante da fusão deverá obedecer todos os procedimentos legais inerentes


à constituição de sociedades, entre outros, o registro na Junta Comercial e a inscrição no
CNPJ.

❖ Fase 6: Publicação dos atos pelos primeiros administradores da


sociedade constituída.
Sociedades sob controle comum
➢ Diante do fato de que uma Única vontade – a do acionista
controlador comum – decide pela aprovação da operação nas
assembleias gerais de ambas as sociedades, a Lei das S.A’s, impõe
um procedimento especial (art. 264), a fim de assegurar que a
operação não prejudique os acionistas minoritários.

❖ Elaboração – facultativa, de uma avaliação adicional das sociedades envolvidas na


operação, pelo critério do patrimônio liquido a preços de mercado ou por outro critério
admitido pela CVM, de modo que o laudo de avaliação permita aos acionistas
minoritários avaliarem a equidade da relação de substituição de ações proposta pelos
administradores e pelo controlador;

❖ O laudo de avaliação adicional servirá, também, como parâmetro alternativo para a


definição do valor de reembolso na hipótese de retirada pelos minoritários dissidentes,
sempre que a relação de troca prevista no Protocolo for menos vantajosa que aquela
resultante da avaliação adicional;

❖ Não restringiu a participação do acionista controlador nas deliberações sobre a operação,


no entanto, no que se refere às S.A’s de capital aberto o atual entendimento da CVM
aponta para a proibição do voto do acionista controlador por afrontar o art. 115, §1º da
LSA (Parecer de Orientação nº 34/2006 da CVM).
Sociedades sob controle comum

➢ Recomendações da CVM – Parecer de Orientação nº 35/2008:

❖ Seja constituído um comitê especial independente em cada uma das sociedades


envolvidas, com a atribuição de negociar a operação e submeter suas conclusões ao
Conselho de Administração; ou

❖ A operação seja condicionada à aprovação da maioria dos acionistas não controladores,


inclusive preferencialistas.
➢ Devido às providencias necessárias para a constituição de uma
sociedade, providencias essas que demandam tempo e impedem que
a nova sociedade opere regularmente, e, como as sociedades
fundidas, se extinguem, a atividade empresarial fica paralisada até
sua regularização. Por tal motivo, as operações de fusão são cada
vez menos utilizadas, passando as sociedades empresárias a se
utilizarem, em seu lugar, da Incorporação.
Incorporações –
normal, inversa (arts.
227 da LSA e 1.116 do
CC) e de ações (art.
252 da LSA)
Conceito
➢Caracterizada quando uma sociedade é absorvida por outra (de tipos
iguais ou diferentes), passando a ser sua sucessora em todos os
direitos e obrigações, permanecendo, assim, a sociedade
incorporadora com a mesma personalidade jurídica.

Art. 227. A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por
outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações.
§ 1º A assembléia-geral da companhia incorporadora, se aprovar o protocolo da operação,
deverá autorizar o aumento de capital a ser subscrito e realizado pela incorporada mediante
versão do seu patrimônio líquido, e nomear os peritos que o avaliarão.
§ 2º A sociedade que houver de ser incorporada, se aprovar o protocolo da operação,
autorizará seus administradores a praticarem os atos necessários à incorporação, inclusive a
subscrição do aumento de capital da incorporadora.
§ 3º Aprovados pela assembléia-geral da incorporadora o laudo de avaliação e a
incorporação, extingue-se a incorporada, competindo à primeira promover o arquivamento
e a publicação dos atos da incorporação.

Art. 1.116. Na incorporação, uma ou várias sociedades são absorvidas por outra, que lhes
sucede em todos os direitos e obrigações, devendo todas aprová-la, na forma estabelecida
para os respectivos tipos.
❖ A figura jurídica da incorporação não mais aparece em diversas legislações estrangeiras
(Alemanha, França, Itália, Argentina, dentre outras), pois passou a ser considerada uma
modalidade de fusão, a denominada “fusão por absorção”, onde uma sociedade é
absorvida por outra, sendo extinta.

Sucessão Universal

➢ Como a incorporação é causa direta (art. 219, inciso II da LSA) de


extinção da sociedade incorporada, esta não estará sujeita às regras
de dissolução e liquidação, contidas nos artigos 206 a 218 da LSA.
Isso porque a sociedade incorporadora sucede aquelas em TODOS
os direitos, obrigações e responsabilidades outrora assumidos,
consubstanciando na chamada SUCESSÃO UNIVERSAL, decorrente
da continuidade das obrigações e dos direitos que compõem o
patrimônio transferido para a sociedade incorporadora.

“Art. 219. Extingue-se a companhia:


I.- pelo encerramento da liquidação;
II.- pela incorporação ou fusão, e pela cisão com versão de todo o patrimônio em outras
sociedades.”
Tipos de Incorporação (1)
➢ Incorporação normal (art. 227 da LSA):

❖ Ocorre quando uma sociedade é, de fato, incorporada por outra;

❖ Utilizada, principalmente, quando há o interesse em adquirir participação acionária


relevante ou de fazer oferta pública para a aquisição de uma companhia,
suscitadoras do desencadeamento de poison pills (destinadas a dificultar as
aquisições de controle ou de parcelas relevantes de uma companhia), de modo que o
potencial comprador pode, simplesmente, incorporar ou fazer uma fusão, como no
caso da BM&FBovespa.

➢ Incorporação inversa:

❖ Ocorre quando uma sociedade controlada incorpora sua controladora;

❖ Por conta do agravamento da crise econômico-financeira, vem sendo muito


utilizada em reorganizações societárias no Brasil, como alternativa de sobrevivência
para as sociedades afetadas pela crise, com o objetivo de preservar prejuízos fiscais
das controladas e compensá-los com lucros futuros.
Tipos de Incorporação (2)
➢ Incorporação de Ações (Lei 6.404/1976 – artigo 252):

❖ Possui como finalidade unificar as companhias mediante a consolidação de todos os


corpos acionários em uma única sociedade;

❖ Constitui a operação pela qual uma sociedade anônima é convertida em


subsidiária integral de outra companhia brasileira;

❖ Substituição de ações das sociedades incorporadas por ações da incorporadora;

❖ O aumento de capital da companhia incorporadora decorre da incorporação de


ações, ou seja, constitui um ato complementar e necessário e não voluntário;

❖ Os acionistas da sociedade incorporadora não terão o direito de subscrever o


aumento de capital da incorporadora: as novas ações são atribuídas
necessariamente aos até então acionistas da sociedade incorporada, que
passa, enquanto subsidiária integral, a ter apenas um acionista, qual seja, a
sociedade incorporadora;

❖ A sociedade incorporada subsiste integralmente como pessoa jurídica,


em sua plenitude patrimonial e administrativa.
Tipos de Incorporação (3)
➢ Incorporação de Ações/Share Deal (Lei 6.404/1976 – artigo 252):

❖ Não se justifica a oferta pública;

❖ Aos acionistas dissidentes é garantido o exercício do direito de recesso (retirada).

➢Incorporação de sociedades com patrimônio liquido negativo e a


versão de parcela patrimonial negativa para outras sociedades em
decorrência de cisão:

❖ Divergências:

POSSIBILIDADE: Parecer DNRC/CONJUR/ MICT nº 129/96

IMPOSSIBILIDADE: Parecer JUCESC nº 002/2006


Procedimento Societário

➢Fase 1: É recomendado que esta operação seja precedida da


celebração de Carta de Intenções, Memorando de Entendimentos, e, se
possível, de Due Dilligence.

➢Fase 2: Celebração pelos administradores das companhias


envolvidas do Protocolo e Justificativa;
Procedimento Societário
➢Fase 3: Realização de Assembleia Geral Extraordinária na
incorporadora que deliberará sobre os documentos societários de
protocolo e justificação (aprovação ou rejeição), bem como
autorizarão o aumento de capital social na incorporadora a ser
subscrito e integralizado com versão do patrimônio liquido das
incorporadas, e, ainda, nomeará os peritos para avaliação desse
mesmo patrimônio das incorporadas (possibilidade de ser realizada
juntamente com a Fase 5):

❖ Convocação e Publicação nos termos dos arts. 123, 124 e 289 da LSA – Em S.A’s de
capital aberto observar o art. 2º, §1º da Instrução da CVM nº 319/99;

❖ Quórum para instalação: 2/3, no mínimo, do capital social votante em primeira


convocação e, em segunda convocação, com qualquer número (art. 223 c/c 135
LSA);

❖ Quórum para deliberação:


• S.A’s: maioria absoluta dos votos, salvo estipulação contratual/estatutária de
quórum maior (art. 129 da LSA);
• LTDA’s: voto favorável de sócios titulares de, pelo menos, 75% do capital social.
Procedimento Societário
➢Fase 4: Realização de Assembleia Geral Extraordinária na(s)
sociedades que será(ão) incorporada(s) que deliberará sobre: o
protocolo, a justificação (aprovação ou rejeição) e o laudo de avaliação
de seu patrimônio liquido, autorizando, por fim, os administradores a
subscrevem o aumento de capital social na incorporadora,
integralizando-o com a versão de seu patrimônio liquido
(incorporada) (art. 226 e 264 da LSA).

❖ Convocação e Publicação nos termos dos arts. 123, 124 e 289 da LSA – Em S.A’s de
capital aberto observar o art. 2º, §1º da Instrução da CVM nº 319/99;

❖ Quórum para instalação: 2/3, no mínimo, do capital social votante em primeira


convocação e, em segunda convocação, com qualquer número (art. 135 LSA);

❖ Quórum para deliberação:


•S.A’s: aprovação de acionistas representativos de metade, no mínimo, das ações
com direito a voto, salvo estipulação contratual/estatutária de quórum maior (art.
136, IV da LSA);
•LTDA’s: voto favorável de sócios titulares de, pelo menos, 75% do capital social.
Procedimento Societário
➢Fase 5: Realização de Assembleia Geral Extraordinária na
incorporadora que deliberará sobre o laudo de avaliação e, se
aprovado, sobre a subscrição e integralização no capital social da
incorporadora pelo acervo liquido das incorporadas, autorizando os
administradores a tomarem todas as providências necessárias à
implementação da operação (possibilidade de ser realizada
juntamente com a Fase 3):

❖ Convocação e Publicação nos termos dos arts. 123, 124 e 289 da LSA – Em S.A’s de
capital aberto observar o art. 2º, §1º da Instrução da CVM nº 319/99;

❖ Quórum para instalação: 2/3, no mínimo, do capital social votante em primeira


convocação e, em segunda convocação, com qualquer número (art. 223 c/c 135
LSA);

❖ Quórum para deliberação:


• S.A’s: maioria absoluta dos votos, salvo estipulação contratual/estatutária de
quórum maior (art. 129 da LSA);
•LTDA’s: voto favorável de sócios titulares de, pelo menos, 75% do capital social.
Procedimento Societário
➢Fase 6: Aprovada a incorporação pelas companhias, ocorrerão
mutações patrimoniais nas sociedades envolvidas, com o aumento de
patrimônio liquido (aumento do capital social) da incorporadora e,
como visto, a extinção da incorporada, cabendo à companhia
incorporadora o arquivamento e a publicação dos atos da
incorporação (arts. 124, 227, §3º e 289 da LSA).

➢Fase 7: Arquivamento dos atos no registro do comércio, e, tratando-


se de companhia aberta, aprovada a operação pela CVM, sendo que, no
caso de instituição financeira, cabe também a aprovação pelo do
Banco Central do Brasil.

➢ Fase 8: Publicação dos atos da incorporação.


Sociedades sob controle comum
➢ Diante do fato de que uma única vontade – a do acionista
controlador comum – decide pela aprovação da operação nas
assembleias gerais de ambas as sociedades, a Lei das S.A’s, impõe
um procedimento especial (art. 264), a fim de assegurar que a
operação não prejudique os acionistas minoritários.

❖ Elaboração – facultativa, de uma avaliação adicional das sociedades envolvidas na


operação, pelo critério do patrimônio liquido a preços de mercado ou por outro critério
admitido pela CVM, de modo que o laudo de avaliação permita aos acionistas
minoritários avaliarem a equidade da relação de substituição de ações proposta pelos
administradores e pelo controlador;

❖ O laudo de avaliação adicional servirá, também, como parâmetro alternativo para a


definição do valor de reembolso na hipótese de retirada pelos minoritários dissidentes,
sempre que a relação de troca prevista no Protocolo for menos vantajosa que aquela
resultante da avaliação adicional – prazo para o direito de recesso é aquele previsto no
art. 137, IV e V da LSA;

❖ Não restringiu a participação do acionista controlador nas deliberações sobre a operação,


no entanto, no que se refere às S.A’s de capital aberto o atual entendimento da CVM
aponta para a proibição do voto do acionista controlador por afrontar o art. 115, §1º da
LSA (Parecer de Orientação nº 34/2006 da CVM).
Cisões (art. 229 da
LSA)
Conceito
➢Constitui negócio plurilateral, que tem como finalidade a separação
do patrimônio social em parcelas para a constituição ou integração
destas em novas sociedades ou existentes:

Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio
para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a
companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu
capital, se parcial a versão.
§ 1º Sem prejuízo do disposto no artigo 233, a sociedade que absorver parcela do
patrimônio da companhia cindida sucede a esta nos direitos e obrigações relacionados no
ato da cisão; no caso de cisão com extinção, as sociedades que absorverem parcelas do
patrimônio da companhia cindida sucederão a esta, na proporção dos patrimônios líquidos
transferidos, nos direitos e obrigações não relacionados.
§ 2º Na cisão com versão de parcela do patrimônio em sociedade nova, a operação será
deliberada pela assembléia-geral da companhia à vista de justificação que incluirá as
informações de que tratam os números do artigo 224; a assembléia, se a aprovar, nomeará
os peritos que avaliarão a parcela do patrimônio a ser transferida, e funcionará como
assembléia de constituição da nova companhia.
§ 3º A cisão com versão de parcela de patrimônio em sociedade já existente obedecerá às
disposições sobre incorporação (artigo 227).
Conceito (2)
§ 4º Efetivada a cisão com extinção da companhia cindida, caberá aos administradores das
sociedades que tiverem absorvido parcelas do seu patrimônio promover o arquivamento e
publicação dos atos da operação; na cisão com versão parcial do patrimônio, esse dever
caberá aos administradores da companhia cindida e da que absorver parcela do seu
patrimônio.

§5º As ações integralizadas com parcelas de patrimônio da companhia cindida serão


atribuídas a seus titulares, em substituição às extintas, na proporção das que possuíam; a
atribuição em proporção diferente requer a aprovação de todos os titulares, inclusive das
ações sem direito a voto.
Tipos de Cisão
➢ Cisão total:

❖ Ocorre quando o patrimônio da sociedade cindida é absorvido por uma ou mais


sociedades (já existentes ou constituídas deste acervo), extinguindo-se a sociedade
cindida, porém sem se dissolver e liquidar (art. 219, inciso II da LSA);

➢ Cisão parcial (spin off):

❖ Decorrente da versão de parcela do patrimônio da sociedade cindida a ser absorvido


por outra ou outras sociedades (já existentes ou constituídas deste acervo), sem que
a sociedade cindida se extinga, mas com a redução proporcional de seu capital
social;

Finalidade
❖ Acomodar os interesses individuais dos sócios ou acionistas;

❖ Estratégia operacional das sociedades envolvidas para sua racionalização ou


expansão, objetivando maior produtividade e competitividade.
Tipos de Cisão
Cisão Total
Tipos de Cisão
Cisão Parcial (spin off)
Sucessão Universal
➢ Com a cisão ocorrerá, também, a SUCESSÃO UNIVERSAL, porém
com algumas diferenças em relação às operações de fusão e
incorporação:

❖ Na cisão total haverá a sucessão universal de todos os direitos, obrigações e


responsabilidades, solidariamente, pelas companhias que absorverem o patrimônio
cindido;

❖ Na cisão parcial o protocolo da operação poderá prever que as companhias que


absorverem parcela do patrimônio serão responsáveis apenas pelas obrigações que
lhes forem transferidas, sem qualquer solidariedade com a cindida (art. 233 e
§único da LSA):

Art. 233. Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que absorverem
parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da companhia
extinta. A companhia cindida que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio
responderão solidariamente pelas obrigações da primeira anteriores à cisão.
Parágrafo único. O ato de cisão parcial poderá estipular que as sociedades que absorverem
parcelas do patrimônio da companhia cindida serão responsáveis apenas pelas obrigações
que lhes forem transferidas, sem solidariedade entre si ou com a companhia cindida, mas,
nesse caso, qualquer credor anterior poderá se opor à estipulação, em relação ao seu crédito,
desde que notifique a sociedade no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data da
publicação dos atos da cisão.
Procedimento Societário: cisão total
ou parcial, com a constituição de
nova(s) Sociedade(s)
➢Fase 1: É recomendado que esta operação seja precedida da
celebração de Carta de Intenções, Memorando de Entendimentos, e, se
possível, de Due Dilligence.

➢ Fase 2: Celebração pelos administradores das companhias


envolvidas do Protocolo e Justificativa;

➢Fase 3: Realização de Assembleia Geral Extraordinária na sociedade


a ser cindida que deliberará sobre os documentos societários de
protocolo e justificação (aprovação ou rejeição), bem como na
nomeação dos peritos para avaliação do patrimônio líquido da
companhia a ser cindida, definindo as parcelas do acervo líquido que
serão vertidas para a formação do capital da(s) sociedade(s)
originária(s) da cisão:

❖ Convocação e Publicação nos termos dos arts. 123, 124 e 289 da LSA – Em S.A’s de
capital aberto observar o art. 2º, §1º da Instrução da CVM nº 319/99;
Procedimento Societário: cisão total
ou parcial, com a constituição de
nova(s) Sociedade(s) (2)
❖ Quórum para deliberação: aprovação de acionistas que representem metade, no
mínimo, das ações com direito a voto, salvo estipulação contratual/estatutária de
quórum maior nas companhias de capital fechado (art. 136 da LSA).

❖ Quórum para instalação: 2/3, no mínimo, do capital social votante em primeira


convocação e, em segunda convocação, com qualquer número (art. 135 LSA);

➢Fase 4: Realização de Assembleia Geral Extraordinária na sociedade


a ser cindida que deliberará sobre a aprovação do laudo de avaliação
e, se aprovado, constituição das novas sociedades.

❖ Convocação e Publicação nos termos dos arts. 123, 124 e 289 da LSA – Em S.A’s de
capital aberto observar o art. 2º, §1º da Instrução da CVM nº 319/99;

❖ Quórum para instalação: 2/3, no mínimo, do capital social votante em primeira


convocação e, em segunda convocação, com qualquer número (art. 135 LSA);
Procedimento Societário: cisão total
ou parcial, com a constituição de
nova(s) Sociedade(s) (3)
❖ Quórum para deliberação: aprovação de acionistas que representem metade, no
mínimo, das ações com direito a voto, salvo estipulação contratual/estatutária de
quórum maior nas companhias de capital fechado (art. 136 da LSA).

➢ Fase 5: Realização de Assembleia de Constituição para a


criação da(s) nova(s) sociedade(s).

❖ O procedimento a ser seguido deverá obedecer o tipo societário escolhido (LTDA,


S.A de capital aberto, S.A de capital fechado)

➢Fase 6: Arquivamento dos atos no registro do comércio, e, tratando-


se de companhia aberta, aprovada a operação pela CVM, sendo que, no
caso de instituição financeira, cabe também a aprovação pelo do
Banco Central do Brasil.
Procedimento Societário: cisão total
ou parcial, com a constituição de
nova(s) Sociedade(s) (4)
➢Fase 7: Publicação dos atos societários da cisão, parcial ou
total, é obrigatório, conforme dispõe o parágrafo 4º do art. 229
da LSA.
Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio
para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a
companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu
capital, se parcial a versão.
(...)
§ 4º Efetivada a cisão com extinção da companhia cindida, caberá aos administradores das
sociedades que tiverem absorvido parcelas do seu patrimônio promover o arquivamento e
publicação dos atos da operação; na cisão com versão parcial do patrimônio, esse dever
caberá aos administradores da companhia cindida e da que absorver parcela do seu
patrimônio.
Procedimento Societário: cisão total
ou parcial, com versão da parcela
cindida ao patrimônio de
sociedade(s) já existente(s)
➢Fase 1: É recomendado que esta operação seja precedida da
celebração de Carta de Intenções, Memorando de Entendimentos, e, se
possível, de Due Dilligence.

➢Fase 2: Celebração pelos administradores das companhias


envolvidas do Protocolo e Justificativa;

➢Fase 3: Realização de Assembleia Geral Extraordinária na cindida


que deliberará sobre os documentos societários de protocolo e
justificação (aprovação ou rejeição), bem como autorizarão o aumento
de capital social na sociedade beneficiária a ser subscrito e
integralizado com versão do patrimônio liquido da cindida, e, ainda,
nomeará os peritos para avaliação desse mesmo patrimônio da
cindida:
Procedimento Societário: cisão total
ou parcial, com versão da parcela
cindida ao patrimônio de
sociedade(s) já existente(s) (2)
❖ Convocação e Publicação nos termos dos arts. 123, 124 e 289 da LSA – Em S.A’s de
capital aberto observar o art. 2º, §1º da Instrução da CVM nº 319/99;

❖ Quórum para instalação: 2/3, no mínimo, do capital social votante em primeira


convocação e, em segunda convocação, com qualquer número (art. 135 LSA);

❖ Quórum para deliberação: maioria absoluta dos votos, salvo estipulação


contratual/estatutária de quórum maior (art. 129 da LSA).

➢Fase 4: Realização de Assembleia Geral Extraordinária em cada uma


da sociedades beneficiárias que deliberará sobre os documentos
societários de protocolo e justificação (aprovação ou rejeição), bem
como a aprovação do laudo de avaliação:

❖ Convocação e Publicação nos termos dos arts. 123, 124 e 289 da LSA – Em S.A’s de
capital aberto observar o art. 2º, §1º da Instrução da CVM nº 319/99;
Procedimento Societário: cisão total
ou parcial, com versão da parcela
cindida ao patrimônio de
sociedade(s) já existente(s) (3)
❖ Quórum para instalação: 2/3, no mínimo, do capital social votante em primeira
convocação e, em segunda convocação, com qualquer número (art. 135 LSA);

❖ Quórum para deliberação: maioria absoluta dos votos, salvo estipulação


contratual/estatutária de quórum maior (art. 129 da LSA).

➢Fase 5: Realização de Assembleia Geral Extraordinária na sociedade


que será cindida que deliberará sobre o laudo de avaliação de seu
patrimônio liquido, autorizando, por fim, os administradores a
subscrevem o aumento de capital social na beneficiária,
integralizando-o com a versão de seu patrimônio líquido (cindida).

➢Fase 6: Aprovada a cisão pelas companhias, ocorrerão mutações


patrimoniais nas sociedades envolvidas, com o aumento de
patrimônio liquido (aumento do capital social) da receptora e a
extinção ou redução do patrimônio liquido da cindida, conforme o
caso.
Planejamento Patrimonial e
Sucessório

Aspectos Tributários: Questões


relevantes
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos tributários - Questões relevantes

A incidência de ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis)

▪ O ITBI (ou ITIV) é um tributo de competência municipal, que tem como fato gerador a
transmissão “inter vivos”, a qualquer título, de propriedade ou domínio útil de bens
imóveis;

▪ Com a constituição de Holdings surge a dúvida da incidência ou não desse tributo.


Conforme determina da Constituição Federal, o ITBI não terá incidência nas hipóteses
de integralização de capital social, EXCETO quando a atividade preponderante da
Holding seja de caráter imobiliário (administração, compra e venda e a locação de
imóveis).
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos tributários - Questões relevantes

Regime de tributação
▪ Em regra estará vedada a opção pelo regime tributário do SIMPLES Nacional. Esta
opção somente poderá ser feita se o objeto social for único e exclusivamente a
compra e venda de imóveis, o que não é viável;

▪ As Holdings poderão ser tributadas pelo regime do Lucro Real, Arbitrado ou


Presumido. Salienta-se, desde já, que o regime tributário pertinente para este tipo
de empresa é o Lucro Presumido;

▪ Lucro Presumido: Pessoa Jurídica cuja receita bruta total, no ano calendário anterior,
tenha sido igual ou inferior a R$ 78 milhões.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos tributários - Questões relevantes

Regime de tributação: Lucro Presumido

Imposto de Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ


▪ Sobre as receitas oriundas de locações, a alíquota é 15%. Essa alíquota será aplicada
na base de cálculo de 32% sobre a receita apurada. Ou seja, 4,80% sobre o total da
receita bruta;

▪ A Holding que auferir receita bruta superior a R$ 20 mil ao mês, ou superior a R$ 60


mil no trimestre terá que apurar o adicional de alíquota do IRPJ (10%). Todavia, esse
percentual irá incidir tão somente sobre o montante que ultrapassar o limite
estabelecido;

▪ Mesmo tendo a incidência de CSLL, PIS e COFINS, a tributação das receitas pela
pessoa jurídica é extremamente vantajosa em comparação com a tributação das
receitas operadas pela pessoa física.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos tributários - Questões relevantes

Regime de tributação: Lucro Presumido

Contribuição social sobre o Lucro Líquido -CSLL


▪ No tocante a CSLL, a alíquota da Holding Patrimonial optante pelo Lucro Presumido é
de 9% aplicada sobre a base de cálculo de 32%, ou seja, 2,88% sobre a receita bruta.

Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público e


Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – PIS/PASEP e COFINS

▪ Na carga tributária das Holdings também irá incidir a tributação de PIS, com sua
alíquota fixada em 0,65% sobre a receita bruta, e COFINS, com alíquota fixada em
3% também sobre a receita bruta.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos tributários - Questões relevantes

Tributação incidente na locação de bens imóveis (Lucro Presumido):

Pessoa Jurídica X Pessoa Física


TRIBUTO ALÍQUOTA TRIBUTO ALÍQUOTA
PIS 0,65% IRPF 27,5%
COFINS 3,00%
IRPJ(32%*15%) 4,80%

CSLL (32%*9%) 2,88%


Total: 11,33%
IRPJ (Adicional) 3,20%

Total: 14,53%
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos tributários - Questões relevantes
Tributação incidente na venda de bens imóveis (Lucro Presumido):

Pessoa Jurídica X Pessoa Física

TRIBUTO ALÍQUOTA
IRPF 15%
PIS 0,65%
COFINS 3,00%
IRPJ (8%x 15%) 1,2%

CSLL (12%x9%) 1,08%


Total: 5,93%
IRPJ (Adicional) 0,8%
Total: 6,73%
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos tributários - Questões relevantes

Distribuição de lucros aos sócios

▪ Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados, pagos ou


creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou
arbitrado, não ficarão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte, nem
integrarão a base de cálculo do imposto de renda do beneficiário, pessoa física ou
jurídica;

▪ É possível que as Holdings tributadas pelo lucro presumido, distribuam os seus lucros
ou dividendos mediante simples escrituração contábil, mesmo que o período-base
não esteja encerrado;

▪ Com isso existe a possibilidade de distribuição de lucros mediante balanços


intermediários (mensais, trimestrais ou semestrais).
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos tributários - Questões relevantes

Desoneração tributária no aspecto da Sucessão

Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação – ITCMD (1)

▪ O ITCMD é um imposto de competência Estadual, concernente a doação e Causa


Mortis;

▪ Vale frisar que o ITCMD irá incidir sobre a doação de quotas com reserva de usufruto
na Holding Patrimonial. Todavia com a constituição de uma Holding Patrimonial, a
sucessão é realizada ainda em vida, reduzindo e eliminando os imposto de um
futuro processo de inventário;

▪ Na doação de quotas com reserva de usufruto a tributação do ITCMD é segregada,


sendo o recolhimento feito em dois momentos. No primeiro momento o
recolhimento será feito na instituição do usufruto, ou seja, na doação das quotas da
Holding Patrimonial; já no segundo momento, o recolhimento se dará na extinção
do usufruto, na ocorrência da Causa Mortis.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos tributários - Questões relevantes

Desoneração tributária no aspecto da Sucessão

Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação – ITCMD (2)

▪ A grande vantagem tributária referente à tributação do ITCMD na doação de quotas


com reserva de usufruto consiste no fato da segregação do recolhimento do
imposto, onde o primeiro recolhimento será tributado sem nenhuma reavaliação por
parte do Estado, sendo o referido imposto recolhido pelo valor do Patrimônio
Líquido (valor de mercados dos bens), quotas essas representadas pelos imóveis
integralizados no capital social;

▪ Em comparação com o processo de inventário, caso o patrimônio esteja em nome


da pessoa física, na ocorrência da Causa Mortis o espólio será reavaliado pelo
Estado e tributado sobre o valor de mercado, sendo o recolhimento do ITCMD pago
integralmente nesse momento, gerando desta maneira uma alta carga tributária,
tendo a incidência da Taxa Judiciária (1%) e dos honorários advocatícios (10% a
20%).
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos tributários - Questões relevantes

Contribuição Sindical Patronal


▪ A Nota Técnica SRT/CGRT 50/2005, do Ministério do Trabalho e Emprego, adota o
entendimento de que o artigo 580 da CLT é taxativo ao estabelecer a
obrigatoriedade do recolhimento da contribuição sindical tão somente para os
empregados, os agentes ou trabalhadores autônomos e os profissionais liberais, e os
empregadores;

▪ Recentemente, o Tribunal Superior do Trabalho proferiu duas importantes decisões


isentando as empresas classificadas como holdings sem empregados do
recolhimento da contribuição sindical. De acordo com o TST, somente as empresas
que possuem empregados estão obrigadas a recolher a contribuição sindical
patronal;

▪ Portanto, as Holdings, desde que não possuam empregados, não estão obrigadas a
efetuar o recolhimento da contribuição sindical patronal.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos tributários - Questões relevantes

Vantagens e Desvantagens – Quadro Comparativo (1)

INVENTÁRIO (PESSOA FÍSICA) PLANEJAMENTO (PESSOA JURÍDICA)

ITCMD (ou ITD) -4% à 8% sob o valor de mercado dos -2% sob o valor de mercado dos bens ou
bens ou direitos à época da direitos à época da ocorrência do fato
ocorrência do fato gerador (Estado da gerador (Estado da Bahia);
Bahia); -4% sob o valor de mercado dos bens ou
-4% sob o valor de mercado dos bens direitos à época da ocorrência do fato
ou direitos à época da ocorrência do gerador (Estado de São Paulo).
fato gerador (Estado de São Paulo).

ITBI (ou ITIV) -3% (Salvador/BA) ou isento se a holding


0%
não possuir atividade imobiliária;
-2,5% (São Paulo/SP) ou isento se a
holding não possuir atividade imobiliária.
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos tributários - Questões relevantes

Vantagens e Desvantagens – Quadro Comparativo (2)

INVENTÁRIO (PESSOA FÍSICA) PLANEJAMENTO (PESSOA JURÍDICA)


TRIBUTAÇÃO 12,00% ou 15,00%; adota-se o adicional de
INCIDENTE DE 0% A 27,5%; DE FORMA A IR de 10% como integrante da alíquota.
SOBRE OS RESPEITAR A TABELA ANUAL
RENDIMENTOS DIVULGADA PELA RECEITA FEDERAL
DO BRASIL
TEMPO
(Médio) 5 anos 1 ano (a depender da estrutura)
Planejamento Patrimonial e Sucessório
Aspectos tributários - Questões relevantes

Vantagens e Desvantagens – Quadro Comparativo (3)

INVENTÁRIO (PESSOA FÍSICA) PLANEJAMENTO (PESSOA JURÍDICA)

LOCAÇÃO DE BENS Isento até R$ 1.903,98 mês;


IMÓVEIS 7,5%: de R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65;
14,53%
15%: de R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05;
22,5%: R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68;
27,5%: acima de R$ 4.664,68 por mês.

VENDA DE BENS
15% - Ganho de capital 6,73% - sobre o valor total da operação
IMÓVEIS
SUCESSÃO
CONFORME NOVO Cônjuge é herdeiro Cônjuge não é herdeiro
CÓDIGO CIVIL
Planejamento Patrimonial e
Sucessório

Modelos ilustrativos
Exemplo 01:

Casal Filho 01 Filho 03


Filho 02
(PF ou PJ) (PF ou PJ) (PF ou PJ)
(PF ou PJ)
1% 1%
97% 1%
Holding
Familiar OFF
SHOR
Conselho de E
Família
99% 99%

X Ltda. 1% Y Ltda.
95% 5%

Administradora
de Imóveis Matriz
1% 99%

Conselho
Administração

Filial 1 Filial 4
Filial 2 Filial 5
Filial 3 Filial 6
Exemplo 02:

OFF
SHORE Sócio
LL.C Sócio PF
Ltda.
PF

Holding
HOLDING FAMILIAR Licenciamentos

Conselho
HOLDING HOLDING HOLDING de
Operacional 03 Operacional 02 Operacional 01 Administração

Novos SOCIEDADE
Negócios Operacional

Novos
Negócios LOJA
Física e Virtual
Novos ADMINISTRADORA
ADMINISTRADORA Negócios Franquias
Imóveis LOCAÇÃO
Produtos
Minutas e Modelos
Exercício
Planejamento Patrimonial e Sucessório – A prática
• O senhor e a senhora CM (casados sob o regime de comunhão
parcial de bens), os procurou para elaborar e executar o
planejamento patrimonial e sucessório de sua família (composta
pelo casal e 2 filhos solteiros – Gustavo e Giovanna).

• A família já possui uma empresa denominada Beta LTDA que


desenvolve atividades industriais, bem como recebem em suas
pessoas físicas renda (R$ 25.000,00/mês) provenientes da locação
de bens imóveis próprios (fazenda, galpão e apartamento no
Guarujá/Sp).

• A família possui 4 imóveis, sendo:


a. A residência do casal;
b. Uma fazenda que encontra-se arrendada;
c. Um galpão utilizado para o desenvolvimento das atividades industriais por Beta
S.A, mas de propriedade conjunta do casal;
d. Apartamento localizado na cidade de Guarujá/SP, que encontra-se alugado.
Planejamento Patrimonial e Sucessório – A prática

1. Considerando o disposto acima, qual arquitetura societária é a mais


indicada?

2. Qual será o roteiro de integration process desta operação?

3. Para integralização de bens imóveis na(s) empresa(s) que será(ão)


criada(s), deverá haver o recolhimento de ITBI?
Se a família não quiser recolher o ITBI, existe alguma alternativa para que os imóveis
sejam integralizados e o casal continue percebendo as rendas locatícias em sua pessoa
física? Se sim, qual e por quanto tempo?

4. Haverá economia tributaria no recebimento das verbas locatícias se


estas forem percebidas por uma PJ com atividade de locação de bens
imóveis próprios?

5. Quais gravames deverão acompanhar a doação das quotas do casal aos


filhos? Porque?
Planejamento Patrimonial e Sucessório – A prática

6. Após o casamento de Gustavo e Giovanna, com seus respectivos


cônjuges, é recomendado que estes constituam, dentro de suas famílias,
as suas próprias Holdings Familiares? Porque?
Referências
➢ Referências

Básicas:

•CASTRO, Leonardo Freitas de Moraes. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO - ANÁLISE DE


CASOS. 1º, 2º e 3º volume. 2ª edição. São Paulo: MP Editora, 2014.

•COELHO, Fábio Ulhoa; FÉRES, Marcelo Andrade (COORD.). EMPRESA FAMILIAR. São
Paulo. Saraiva. 2014.

•MAMEDE, Gladston; MAMEDE, Eduarda Cotta. HOLDING FAMILIAR E SUAS


VANTANGENS: PLANEJAMENTO JURÍDICO E ECONÔMICO DO PATRIMÔNIO E SUCESSÃO
FAMILIAR. 5ª Ed. Atlas. São Paulo. 2013.

•PRADO, Roberto Nioac; PEIXOTO, Daniel Monteiro; DE SANTI, Eurico Marcos (COORD.).
DIREITO SOCIETÁRIO: ESTRATÉGIAS SOCIETÁRIAS, PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E
SUCESSÓRIO. 2ª Ed. Série Gvlaw. São Paulo. Saraiva. 2011.
➢ Referências
Complementares:
•ANDRADE FILHO. Edmar Oliveira. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO. 2ª edição. São Paulo:
Saraiva, 2015.

•BARRETO, Paulo Ayres. PLANEJAMNETO TRIBUTÁRIO: PERSPECTIVAS TEÓRICAS E


PRÁTICAS. In: Revista de Direito Tributário, nº 105. São Paulo. Editora Malheiros. 2009.

•CARVALHO. Paulo de Barros. A LIVRE INICIATIVA NO DIREITO TRIBUTÁRIO BRASILEIRO.


In: Derivação e Positivação no Direito Tributário. São Paulo. Editora Noeses. 2011.

•CARVALHO. Paulo de Barros. ENTRE A FORMA E O CONTEÚDO NA DESCONSTITUIÇÃO


DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS SIMULADOS. In: Revista de Direito Tributário nº 114. São
Paulo. Editora Malheiros. 2011.

•COELHO, Fabio Ulhoa. CURSO DE DIREITO COMERCIAL, VOLUME 2: DIREITO DE


EMPRESA. 13ª Edição. São Paulo. Saraiva. 2009.

•DOS SANTOS, Rodrigo Baraldi. O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO EM REORGANIZAÇÕES


SOCIETÁRIAS. Colação Academia-Empresa 12. São Paulo. Editora Quartier Latin. 2014.
➢ Referências
Complementares:

•IUDICIBUS, Sérgio de. CURSO DE CONTABILIDADE PARA NÃO CONTADORES. 7ª Edição.


São Paulo. Editora Atlas. 2011.

•IUDICIBUS, Sérgio de. MANUAL DE CONTABILIDADE SOCIETÁRIA. São Paulo. Editora


Atlas. 2010.

•MCNAUGHTON, Charles William. ELISÃO E NORMA ANTIELISIVA – COMPLETABILIDADE


E SISTEMA TRIBUTÁRIO. São Paulo. Editora Noeses. 2014. Capítulos IV e V.

•PRADO, Roberta Nioac; PEIXOTO, Daniel Monteiro. REORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS:


ASPECTOS SOCIETÁRIOS E TRIBUTÁRIOS. 1 Edição. Editora Saraiva. São Paulo. 2012.

•WARDE JR., Walfrido Jorge. FUSÃO, CISÃO, INCORPORAÇÃO E TEMAS CORRELATOS.


São Paulo. Editora Quartier Latin. 2009.
Obrigado!

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