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MELHORIA NO CONTROLE DE TEMPERATURA EM CUBA DE INOX PARA O


SEGMENTO DE RESTAURANTE SELF SERVICE COM A TROCA DO
TERMOSTATO POR UM CONTROLADOR DE TEMPERATURA DE BAIXO
CUSTO

CRISTIANO JUNCA – ACADÊMICO DO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA,


ISADORA POTIGUARA GOTARDO – MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL –
DOCENTE MULTIVIX – SERRA

O trabalho propõe uma implementação de melhoria na qual visa uma simples


automação em cubas de inox, do segmento de restaurante self service, que consiste
na troca do termostato por um controlador de temperatura de baixo custo
objetivando o controle mais fino da temperatura da cuba de inox para alimentos que
necessitem de temperaturas mais altas afim de se evitar a proliferação de bactérias
nos alimentos servidos ao cliente final, o consumidor. A metodologia utilizada neste
trabalho visa investigar se a simples automação com a troca do termostato pelo
controlador de baixo custo vai gerar mais facilidades de manuseio por parte dos
funcionários de qualquer estabelecimentos comerciais e, por fim, o resultado
alcançado é uma maior confiabilidade na segurança alimentar, menores
manutenções das trocas da resistência elétrica no decorrer do uso das cubas de
inox e uma redução do consumo de energia em cada balcão de inox.
Palavras-Chave: manutenção; controlador; alimento saudável; cliente final;
eletricidade,

1. INTRODUÇÃO

Os serviços de alimentação têm se expandido em todo o país, sendo os


restaurantes do tipo self-service uma das preferências atuais dos consumidores pela
sua praticidade e variedade de alimentos. No entanto, as condições higiênicas
desses locais nem sempre são suficientes, pois os alimentos são fonte de
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contaminação por microrganismos e aumenta o risco de contrair doenças


alimentares.

Para isso, o controle do tempo e da temperatura são um dos meios mais


eficazes ao combate de micro-organismos, conforme a resolução RDC n°216 da
Anvisa. Levando-se em conta esses fatores, o presente estudo tem como objetivo
fazer uma abordagem teórica de uma cuba de self-service e mantê-la a uma
temperatura entre 70°C a 90°C com a finalidade de se evitar que bactérias do tipo
patogênicas que formam esporos (Bacillus cereus, Clostridium perfringens) voltem a
sua forma ativa e se multipliquem e contaminem os alimentos.

Para que haja um bom funcionamento de uma cuba quente de um self-


service, este trabalho visa também a dimensionar todos os condutores elétricos e
suas proteções termomagnéticos conforme a norma NBR 5410:2004, o
dimensionamento e a instalação de um controlador DM STC-1000 com o intuito de
manter a temperatura entre 70°C a 90°C e, além disso, dimensionar a parte elétrica
para o acionamento do dispositivo que irá aquecer a água.

Por fim, este trabalho tem a intenção de mostrar através da automação do


balcão de inox uma redução da manutenção nesses equipamentos do segmento de
self service, a redução das trocas das resistências elétricas apenas com a troca do
termostato por um controlador digital de baixo custo e a redução da conta de energia
do estabelecimento comercial.

2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 INTRODUÇÃO

Na atualidade, cada vez mais aparecem novas ocorrências de DTA’s


(Doenças Transmitidas por Alimentos) em todo o mundo. Nota-se uma enorme
quantidade de pessoas na qual fazem as refeições fora de casa, tendo como
contrapartida à necessidade de uma produção de alimentos em escala industrial,
dificultando, portanto, o preparo ou a conservação das refeições que podem trazer
inúmeros riscos para a saúde de quem consome esse tipo de refeição.
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As DTA’s (Doenças transmitidas por alimento) são todas as ocorrências


clínicas consequentes da ingestão de alimentos que possam estar contaminados
com micro-organismos patogênicos (infecciosos, toxinogênicos ou infestantes), ou
seja, doenças resultantes do consumo de perigos biológicos, químicos ou físicos nos
alimentos ofertados para alimentação dos clientes em geral.

O presente trabalho visa demonstrar, de forma acadêmica, uma sugestão


de automação comercial com uso de um controlador digital de baixo custo para dar
fim aos casos de DTA’s (Doenças transmitidas por alimento) presente na grande
maioria de comércios de Self service. Ademais, o trabalho conta com a ajuda da
resolução RDC n° 216 da Anvisa como embasamento teórico para auxiliar no melhor
trato com os alimentos com controle da temperatura para cada tipo de alimento, mas
o trabalho vai se ater apenas em uma faixa de temperatura padrão que vai de 70°C
até 90°C.

A outra parte do trabalho consiste na utilização da Nbr 5410:2004 para


auxiliar na montagem elétrica e automação para o balcão de inox aquecido com o
intuito da segurança contra choques elétricos dos usuários e uma menor
manutenção neste tipo de equipamento que consiste em uma menor troca das
resistências elétricas.

2.2 RESOLUÇÃO RDC N° 216 DA ANVISA

Este trabalho fará a utilização da resolução RDC n° 216 da Anvisa para


discutir um pouco a respeito das dificuldades encontradas em estabelecimentos
comerciais, do segmento de alimentos, nas quais encontram enormes problemas
para fazer o bom manejo e trato com a preparação de alimentos para o cliente final,
o consumidor.

A resolução RDC n° 216 tem o objetivo de estabelecer procedimentos de


boas práticas para serviços de alimentação a fim de garantir as condições higiênico-
sanitárias do alimento preparado. Além disso, a aplicação dessa resolução é para os
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serviços de alimentação que realizam atividades de manipulação de alimentos,


preparação de alimentos, fracionamento, armazenagem, distribuição, transporte,
exposição à venda, cozinhas de um modo geral, lanchonetes, padarias, pastelarias,
restaurantes e congêneres.

Levanta-se um questionamento acerca dos benefícios e malefícios do tempo


e o controle da temperatura muito alto ou muito baixo dentro das cubas de inox para
a preparação de alimentos. A temperatura sugerida neste trabalho será entre 70°C e
90°C para poder evitar possíveis infecções nos alimentos, mas há possíveis
possibilidades de se trabalhar com outras temperaturas para cada tipo de alimento
sugerido pela RDC n° 216 da ANVISA, conforme observado o texto abaixo:

O tratamento térmico deve garantir que todas as partes do alimento atinjam


a temperatura de, no mínimo, 70ºC (setenta graus Celsius). Temperaturas
inferiores podem ser utilizadas no tratamento térmico desde que as
combinações de tempo e temperatura sejam suficientes para assegurar a
qualidade higiênico-sanitária dos alimentos (RDC n° 216, 2004, p. 9).

A boa utilização da temperatura será sempre útil para se evitar


contaminantes por parte de bactérias (Staphylococcus aureus e Salmonella sp) que
causam doenças como a diarreia, gripes e vômitos leves. Os níveis de temperatura
citados anteriormente servem para matar bactérias que fazem malefícios para o
consumidor final causando a morte de suas proteínas desnaturando (perdem sua
forma natural e sua função) e por isso a maioria dos seres vivos, incluindo as
bactérias patogênicas, morrem.

O efeito de temperaturas altas tem uma grande influência na boa forma de


evitar tais contaminantes e esse método simples serve como ajuda a manter os
níveis consideráveis de higiene em um determinado estabelecimento.

Quando se trata de temperaturas abaixo de 70°C, o alimento terá problemas


aparentes como a proliferação de bactérias em grandes quantidades e causando
problemas a saúde do ser humano. Quando a temperatura está acima de 90°C,
começa-se o princípio da evaporação da água e chegando a um ponto final da cuba
de inox não ter líquido e, assim, a resistência interna queimar e causar queimaduras
nos funcionários dos estabelecimentos ou princípio de incêndio no local de trabalho,
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assim, o alimento que está sempre em temperaturas altas apresentam aparência de


queimado ou o gosto diferente daquilo que é esperado para aquele alimento.

Nesse sentido, o conhecimento dos parâmetros de temperaturas aceitáveis


é fundamental na avaliação dos riscos que os alimentos podem representar à saúde.
A temperatura ocupa lugar de destaque dentre os inúmeros parâmetros extrínsecos
que favorecem a multiplicação desses micro-organismos em alimentos.

Assim, o uso da temperatura é muito importante para o segmento de


comércio de alimentos, mas não é tudo. As pessoas esquecem que por trás de um
equipamento em bom estado e funcionando está o uso da eletricidade e da
automação da variável temperatura. Neste trabalho final será sugerido, a partir de
agora, um modelo hipotético da automação de uma cuba em inox com a finalidade
de controlar a temperatura entre 70°C a 90°C e com toda a segurança para aqueles
que manuseiam todos os dias e para as pessoas que sempre fazem a manutenção
nesse tipo de balcão.

2.3 AUTOMAÇÃO DE BALCÕES DE INOX NO SEGMENTO SELF SERVICE

Automação é um sistema que emprega processos automáticos que


comandam e controlam os mecanismos para seu próprio funcionamento e é um
sistema que faz uso de técnicas computadorizadas ou mecânicas com o objetivo de
harmonizar e melhorar todos os processos produtivos nos mais diversos setores da
economia. A ideia de automação está diretamente relacionada à ideia de que as
máquinas aceleram tarefas quase sempre sem intervenção humana. Eis uma
definição de automação no fragmento abaixo:

Automação é a substituição do trabalho humano ou animal por máquina.


Automação é a operação de máquina ou de sistema automaticamente ou
por controle remoto, com a mínima interferência do operador humano.
Automação é o controle de processos automáticos. Automático significa ter
um mecanismo de atuação própria, que faça uma ação requerida em tempo
determinado ou em resposta a certas condições. (RIBEIRO, 2001, p. 13).
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Com o conceito de automação acima trabalhado, esta pesquisa apresentará


logo abaixo o desenho esquemático do processo que será a automação de uma
cuba de inox de um balcão de self service na qual será objeto de estudo para este
trabalho e será melhor detalhado mais à frente. Observe abaixo o protótipo em
estudo:

Figura 1 - ESQUEMÁTICO DO PROTÓTIPO Fonte: Própria (2023)

A partir do desenho esquemático acima, pode-se começar a explanar um


pouco melhor como funcionará esta pesquisa e a função de cada equipamento no
todo. O princípio deste trabalho partirá do sensor NTC que é um sensor de
temperatura na qual pode ser definido basicamente como um dispositivo de
monitoramento que, com base em seu funcionamento interno, é capaz de detectar a
temperatura de um determinado local e enviar o sinal monitorado para o controlador
de temperatura.

A função do sensor NTC, no processo, será de controlar a temperatura da


água para não abaixar menos que 70ºC e (não permitir a proliferação de bactérias
presentes em alimentos) não permitir também que a temperatura suba acima de
90ºC para não ter problemas com o início da evaporação da água dentro da cuba de
inox.

Permitir, assim, um controle da temperatura fixa dentro dos dois valores


citados acima para um melhor aproveitamento inteligente do uso do balcão aquecido
para o segmento de restaurantes. Lembrando que a mesma automação pode ser
utilizada com temperaturas diferentes para outros tipos de alimentos.
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Outra parte importante desse processo será a utilização do controlador STC-


1000 que terá a função de receber o sinal a dois fios do sensor NTC e estabilizar o
controle da temperatura da água dentro do range estabelecido (70ºC até 90ºC).
Além disso, o controlador será configurado com uma alimentação bivolt (127/220V)
nos pinos 1 e 2, a entrada do sensor NTC será através dos pinos 3 e 4 e, por fim, os
pinos 5 e 6 acionará a resistência elétrica do balcão do self service.

O funcionamento básico desta automação funciona com a alimentação do


controlador nos pinos 1 e 2 na tomada, o sensor NTC já vem no kit do controlador
digital e o mesmo manda um sinal da temperatura da água para os pinos 3 e 4 com
intuito de manter o controle da temperatura setado em 70ºC até 90ºC. Já através
dos pinos 5 e 6, o controlador manda um sinal para ligar ou desligar a resistência
elétrica para manter a água dentro dos limites da temperatura escolhida.

O controlador fica monitorando a água aquecida no momento que é ligado e


parametrizado até o desligamento de todos os equipamentos da cuba de inox e o
bom deste tipo de controlador que ele não perde o parâmetro inserido nele quando
desligado.

Por fim, a carga utilizada para este projeto será uma carga resistiva que foi
estimada com a alimentação em 220Vac e potência estimada em 1800W. A carga
resistiva apresenta fator de potência em 1, portanto, não será preciso nenhum
equipamento extra para fazer a correção do fator de potência do mesmo.

Apenas será feita o controle fino da carga resistiva mantendo a temperatura


entre 70ºC até 90ºC com intuito de se economizar energia elétrica sem muita
flutuação da temperatura, ou seja, evitando que se ligue muitas vezes a resistência
elétrica durante o expediente de uma loja em funcionamento e assim tendo uma
menor manutenção da resistência elétrica do balcão do self service.

2.4 CARACTERÍSTICAS DO CONTROLADOR STC-1000


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O controlador STC-1000 possui a capacidade de detectar o valor da


temperatura ambiente, controlar líquidos ou ambientes aquecidos ou
resfriados. Além disso, possui autocalibrarão de temperatura interna, tempo de
atraso (delay) para acionamento da saída de refrigeração ou aquecimento e alarme
para quando a temperatura exceder o limite escolhido de temperatura.

Por fim, quando ocorrer um erro com o sensor NTC, o controlador consegue
fazer um check-up de possíveis erros que podem estar ocasionando no sensor de
temperatura. Esse controlador é ideal para controle de temperatura de aquários,
estufas, viveiros, chocadeiras, hidroponia, refrigeradores, fornos elétricos, cubas
elétricas e dentre outros equipamentos elétricos.

O modelo do controlador STC-1000 possui algumas características como o


consumo de energia menor que 3 Watts, capacidade com 1 (um) contato a relé de
saída (10A/220Vac), 1 metros comprimento da sonda do sensor NTC (incluso),
alimentação bivolt, faixa de medição entre -50ºC até 99.9ºC, resolução do display
em 0.1ºC, 1 (uma) saída de alarme e dimensional do controlador em 71x85x29mm.

Ademais, o controlador possui internamente um controle PID já instalado


para fazer automação de sistemas de aquecimento ou sistemas de resfriamento,
acompanha no seu kit uma trava para fixação em porta de painel, possui ajuste de
temperatura e conseguem-se fazer mudança de parâmetros através dos botões
incorporados no corpo do controlador de temperatura.

O controlador trás, em seu manual, o diagrama de fiação. O diagrama de


fiação consiste em mostrar através de um desenho elétrico chamado diagrama de
fiação todo o esquemático de como será feita a montagem do controlador. Observe
o esquema de fiação do controlador STC-1000 na figura abaixo:
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Figura 2 – DIAGRAMA DE FIAÇÃO Fonte: Própria (2023)

Outro ponto relevante é a sinalização sonora através de um buzzer (buzina)


que há no próprio equipamento e a sinalização de erro que o próprio controlador
consegue mostrar em seu display de led. O controlador aciona o seu alarme interno
quando há possíveis erros como, por exemplo, no sensor NTC, erro de curto-circuito
na instalação do controlador e erro na carga (resistência térmica). Portanto,
eliminando todo o erro de montagem existente no balcão de inox, o sistema volta a
exibir a temperatura normalmente em seu display.

O manual do controlador STC-1000 orienta a não errar a ligação dos pinos


de alimentação, pinos do sensor e pinos de saída para a carga (resistência elétrica).
Esse cuidado da ligação dos pinos deve-se ter na hora da montagem para não
queimar o próprio equipamento e/ou choque elétrico no profissional que faz a
montagem elétrica. E outro item comentado no manual é trabalhar a montagem do
controlador com o disjuntor de proteção do circuito do balcão de inox sempre
desligado para que o eletricista quando fizer a montagem não tome choque elétrico,
conforme NBR 5410:2004.

Para conclusão, o manual faz a proibição de não usar o controlador em


ambientes úmidos, ambientes de altas temperaturas que ultrapassem o range
(escala) do controlador e locais com forte interferência eletromagnetismo ou forte
corrosão. Além disso, a fonte de alimentação deve estar de acordo com o valor de
tensão indicada na instrução do equipamento e para evitar interferência
eletromagnética entre o cabo do sensor e o cabo de força é indicado manter uma
distância adequada entre ambos os cabos.
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2.5 DIMENSIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS USADOS

Um dos problemas mais comuns e graves que ocorrem em instalações


elétricas ao redor do mundo, tanto residenciais quanto comerciais, são os curto-
circuito ou a sobrecarga em tomadas que pode atingir grandes proporções e até
causar incêndios e problemas irreparáveis em toda a fiação. Além do perigo, isso é
sinônimo de custos adicionais, pois a fiação deve ser substituída, e qualquer objeto
plugado na tomada pode sofrer sérios problemas. Observe um trecho do site
“Agência Brasil” falando um pouco sobre incidentes elétricos:

Mais de 50% dos incêndios ocorridos em casas ou apartamentos, no ano


passado, resultaram de sobrecarga no sistema elétrico. Segundo a
Associação Brasileira de Conscientização dos Perigos da Eletricidade
(Abracopel), em 2020, foram registrados no país 583 incêndios por
sobrecarga, com 26 mortes. Desse total, 309 incêndios ocorreram em casas
e apartamentos, resultando em 23 mortes (Vide referência).

Para que se tenha uma noção do que é curto-circuito e sobrecarga, este


trabalho fará um breve relato sobre o que é um e o outro. Um curto-circuito elétrico
ocorre em uma grande corrente elétrica, que é muito ou ligeiramente mais alta que o
normal e, assim, ocasionando queima do equipamento. Observe um fragmento do
professor Mamede explicando um pouco sobre curto-circuito:

As Correntes de curto-circuito adquirem valores de grande intensidade,


porém com duração geralmente limitada a frações de segundo. São
provocadas comumente pela perda do isolamento de algum elemento
energizado do sistema elétrico. Os danos provocados na instalação ficam
condicionados à intervenção correta aos elementos de proteção. Os valores
de pico estão normalmente compreendidos entre 10 e 100 vezes a corrente
nominal no ponto de defeito da instalação e dependem da localização deste.
(MAMEDE, 2001, p. 189).

Já para a sobrecarga elétrica pode ser causada por vários motivos, sendo o
mais comum que o usuário conecte vários dispositivos na mesma tomada através de
benjamim ou filtros de linha. Como resultado, o sistema tem uma carga nominal
muito alta e assim gerando a queima da tomada juntamente com todos os
equipamentos plugados ali. Observe um trecho sobre sobrecarga do site “Mundo da
Elétrica”:
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A sobrecarga elétrica é o aumento da corrente elétrica em um circuito. Isso


acontece quando muitas cargas são ligadas no mesmo circuito, ou seja,
quando muitos aparelhos elétricos estão ligados ao mesmo tempo. O
principal motivo de haver uma sobrecarga em uma instalação é o
dimensionamento incorreto dos cabos e/ou dispositivos de proteção. Este
problema é ainda mais grave quando pensamos que o brasileiro
infelizmente não tem o hábito de fazer manutenções regulares na instalação
elétrica, e em grande parte dos casos não fazem o novo dimensionamento
da instalação elétrica quando os novos aparelhos são instalados (Vide
referência).

Para que em uma instalação não haja os problemas citados acima (curto-
circuito ou sobrecarga), este trabalho recorrerá a NBR 5410 versão final 2004 para o
dimensionamento de um circuito para a energização da simulação do balcão de self
service que o trabalho está desenvolvendo hipoteticamente. Além disso, as partes
que serão dimensionadas pela NBR 5410 são os disjuntores, os fios utilizados nas
conexões, o tipo de tomada a ser utilizada e a infraestrutura para montagem elétrica.
Um ponto levantado na pesquisa visa em utilizar a Nbr 5410 em
proporcionar uma melhor segurança para as pessoas não habilitadas em
eletricidades em manusear esta cuba de inox e em promover a segurança em
eletricidade para uma possível manutenção no equipamento de qualquer cliente por
profissionais habilitados em eletricidade.

Para que essa simulação ocorra, foi escolhido uma potência estimada de
cuba de 1800W em 220Vac. A partir da potência da cuba, o disjuntor utilizado para
esta simulação será de 16A curva C com proteção contra sobrecarga e curto-circuito
com padrão Din e deverá ser um circuito específico para a cuba de inox. Os cabos a
serem utilizados serão de #4,0mm² com isolação em PVC 450/750V e a tomada
específica para este balcão de inox será um padrão modelo tipo Steck de
16A/220Vac com instalação aparente (todos os cabos deverão ser acomodados em
conduítes embutidos em alvenaria ou em eletrodutos em PVC aparente).

2.6 MANUTENÇÃO PREVENTIVA

A manutenção preventiva é uma medida extremamente importante para


otimizar a vida útil dos equipamentos e garantir o uso eficiente. De acordo com a
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norma NBR 5462/94, esta manutenção é definida em intervalos pré-determinados ou


de acordo com critérios especificados com o objetivo de reduzir a probabilidade de
falha ou deterioração do equipamento em análise. Por isso, deve-se priorizar pela
manutenção preventiva porque acaba se tornando mais viável e econômico para o
proprietário do balcão de inox para o segmento de self service.

A manutenção preventiva é uma intervenção planejada, preparada e


programada antes da data provável de ocorrência da falha, ou seja, é um pacote de
serviços de inspeção, ajuste, manutenção e eliminação de falhas do sistema, cujo
objetivo é prevenir falhas. Assim, é possível manter uma boa instalação elétrica nos
balcões aquecidos seguindo a Nbr 5410:2004 e utilizando mão de obra qualificada.

Para uma boa manutenção preventiva do balcão aquecido, primeiro é fazer


uma verificação de todos os bornes dos disjuntores e os bornes do balcão de inox
para ver se estão frouxos e apertá-los para não dar um contato falso e assim evitar
um curto-circuito. Verificar se o controlador está conectado corretamente para fazer
o controle de temperatura na resistência elétrica do balcão de inox e outro ponto de
verificação é observar se estão utilizando corretamente a tomada tipo Steck e o
disjuntor corretamente especificado deste circuito.

Por fim, a manutenção deverá ser feita anualmente por profissionais


habilitados para fazer checagem básicas nas tomadas e disjuntores de toda a
instalação e ainda é recomendado que todos os funcionários de self service saibam
detalhes básicos para manter as instalações elétrica de toda instalação em
condições básicas de uso e assim evitar qualquer tipo de acidente contra a vida dos
funcionários de uma loja e a própria segurança dos mesmos.

3. METODOLOGIA

A metodologia aplica a este trabalho inicialmente é a explicativa. O trabalho


é ainda embrionário e tem o intuito de se verificar se a automação do sistema de
balcões de inox, do segmento de self service, será mais segura para o manuseio
dos funcionários no momento da escolha da temperatura para cada tipo de alimento,
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redução das manutenções elétricas nas resistências elétricas e a redução do


consumo elétrico por cada equipamento (evitando ligar e desligar da resistência
elétrica).

Outro ponto importante é a abordagem qualitativa de cada parte do projeto


em discussão, neste trabalho acadêmico, que visa mostrar a importância de um bom
projeto no sistema de automação de um balcão para aquecimento. Além disso, o
tipo de pesquisa realizada é exploratória e visa através de estudo bibliográficos e
através de uma abordagem hipotética mostrar alguns resultados práticos para fazer
uma verificação se vale a pena ou não financeiramente a automação deste tipo de
balcão de inox.

Os procedimentos utilizados nesta pesquisa será apenas bibliográfica e a


ideia é fazer uma inferência apenas hipotética do pensamento desenvolvido nesta
pesquisa. Para fazer um experimento sobre o tema, teria que haver mais tempo para
fazer uma montagem de todos os equipamentos e fazer uma análise mais
aprofundada com todos os equipamentos em uso, assim, fica a sugestão de
futuramente um outro grupo venha a pegar esta pesquisa e fazer a aplicação prática
do sistema em análise e fazer uma verificação de todo o sistema e chegar a um
resultado se é valido ou não financeiramente a automação dos balcões de inox para
segmento de restaurante a quilo.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
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5. REFERÊNCIAS

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA. Resolução – RDC Nº


216, de 15 de setembro de 2004. Estabelece procedimentos de boas Práticas para
serviço de alimentação, garantindo as condições higiênico-sanitárias do alimento
preparado. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 setembro de 2004.

CESAR G. VICTORA. MORTALIDADE POR DIARREIA: O QUE O MUNDO PODE


APRENDER COM O BRASIL? 27/02/2009. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/jped/a/wgPNzkLdvwRCXKCvYqdqb6F/?lang=pt#; Acessado
em: 02/11/2022.

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EVITAR! 10/05/2015. Disponível em: https://www.mundodaeletrica.com/sobrecarga-
nas-instalacoes-eletricas-saiba-como-evitar/; Acessado em: 04/11/2022.

FILHO, João Mamede. Instalações Elétricas Industriais. Rio de Janeiro: Ltc –


Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 2002.

RIBEIRO, Marco Antônio. Aplicações de Automação. Bahia: Tek Treinamento &


Consultoria Ltda, 2001.

LAMB , Frank. Automação industrial na prática (Tekne). Porto Alegre: AMGH


Editora LTDA, 2015.

FIALHO, Arivelto Bustamante. Instrumentação Industrial: Conceitos, Aplicações


e Análises. São Paulo: Editora Erica, 2013.
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Manual de normalização de trabalhos acadêmicos e científicos da MULTIVIX/Centro


Universitário Multivix Vitória, ES: MULTIVIX, 2022.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo:


Cortez, 2002.

ALANA GANDRA. SOBRECARGA NA REDE ELÉTRICA CAUSA MAIS DE 50% DOS


INCÊNDIOS DOMÉSTICOS 03/05/2021. Disponível em:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2021-05/sobrecarga-na-rede-eletrica-
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - Instalações Elétricas de


Baixa Tensão. NBR 5410:2004 versão corrigida.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5462: Informação e


documentação: Referências. Rio de Janeiro, 1994.

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