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É preciso, pois, especular acerca do que a lei considera como doença mental.
Delmanto (2002), afirma que a expressão inclui as moléstias mentais de qualquer
origem. Na mesma linha de raciocínio, Mirabete (2001), afirma que a expressão
inclui todas as alterações mórbidas à saúde mental, desde as de origem orgânica, às
tóxicas ou funcionais. De igual modo, Damásio de Jesus (1999), assevera que em se
tratando de um pressuposto biológico da inimputabilidade, a expressão abrange
diversos transtornos, aos quais definiu de maneira igualmente ampla, como psicoses,
esquizofrenia, loucura, histeria, paranoia. A partir dessas considerações, não
parece pairar dúvidas de que o Transtorno de Personalidade Antissocial estaria
incluído no âmbito da expressão "doença mental", embora não haja uma certa
alienação mental que talvez seja concebida ao se falar em doença mental, assim como
não seja tão evidente as manifestações da patologia, porquanto a sintomatologia do
transtorno já envolve comportamentos transgressores, costumeiramente confundidos
com o comportamento puramente criminoso, isto é, sem o componente patológico
determinante. Nessa perspectiva, o agente antissocial seria inimputável, ou, pelo
menos semi-imputável.
REFERÊNCIAS:
DELMANTO, Celso et al. Código penal comentado. Rio de Janeiro: Renovar, 2002.
FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
JESUS, Damásio Evangelista de. Direito penal: parte geral. São Paulo: Saraiva,
1999.
HOLMES, David. S. Psicologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas,
1997.
MIRABETE, Júlio Fabrini. Código Penal interpretado. São Paulo: Atlas, 2002.