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Ainda Beiras et al., (2017), nos diz que a violência doméstica contra a
mulher é compreendida como a ideia de desigualdade entre os sexos, onde é
estabelecida uma relação em que um "coisifica" o outro.
Dias (2008) relacionando com a Lei nº 11.340 de 2006, estabelece que o
sujeito ativo (autor de violência) pode ser tanto um homem quanto outra
mulher. Mas, a pessoa em situação de violência deve ser considerada do sexo
feminino, o que abrange lésbicas, transexuais, travestis e transgêneros que
considerem a sua identidade social como feminina (DIAS, 2008). Porém, de
acordo com diversos estudos, o maior número de casos referentes à violência
doméstica são praticados por homens contra mulheres com quem possuem
relações íntimas.
Conforme Singulano e Teixeira (2020), o ambiente familiar é onde ocorre
a maior parte das violências cometidas contra crianças, idosos e mulheres,
partes hipossuficientes nas relações familiares patriarcais, nas quais quem
detém a autoridade é o homem provedor do lar. Pode-se também associar
a universalidade da violência doméstica e familiar, verificável em todas as
culturas e classes sociais, a dois fatores em especial: a intensidade emocional
e a intimidade que permeiam as relações familiares, o que as torna mais
“explosivas”; e a tolerância à violência no âmbito familiar, que, segundo o
autor, é até mesmo aprovada, enquanto método disciplinador.
Ainda Dias (2008), observa que a violência doméstica é estabelecida
entre pessoas que possuem algum tipo de vínculo seja, doméstico, familiar ou
de afetividade. Portanto, não necessariamente o autor de violência é alguém
com quem a mulher em situação de violência tenha uma relação de casamento
ou namoro, a violência pode ser cometida de um irmão contra uma irmã, de um
patrão contra sua empregada, ou até mesmo de uma filha contra uma mãe.
Dias (2008, p. 64) reconhece a violência física como qualquer ação com
o uso da força física que “ofenda o corpo ou a saúde da mulher”. São inclusas
na violência física agressões que não provoquem marcas visíveis no corpo da
mulher. A autora abrange inclusive o estresse crônico causado pela
decorrência da violência, como “dores de cabeça, fadiga crônica, dores nas
costas e até distúrbios no sono” (DIAS, 2008, p. 64).
Diversos atos podem ser compreendidos como violência física de acordo
com o Ministério da Saúde (2002), como mordidas, empurrões, tapas, chutes,
cortes, socos, queimaduras, estrangulamento, uma pessoa obrigar a outra a:
sair de sua própria casa, tomar medicamentos inadequados, fazer uso de
álcool ou outras drogas. Amarrar, arrastar, tirar a roupas sem o consentimento
da outra pessoa, abandonar em lugares desconhecidos, causar danos à
integridade corporal ao outro por algum tipo de negligência.
Ainda conforme o Ministério da Saúde (2002), com relação à violência
sexual, pode ser o sexo forçado no casamento, que é quando é imposto à
mulher continuar a realizar relações sexuais com o (a) parceiro (a), por isso
fazer parte de suas obrigações enquanto esposa. Além do sexo forçado, o
Ministério da Saúde traz também o assédio sexual, como alguma atitude de
conotação sexual que possa causar qualquer tipo de constrangimento de uma
das partes. O assédio é realizado junto a um poder de superioridade na
hierarquia, seja no mercado de trabalho, ou dentro da própria família (BRASIL,
2002).
A violência psicológica é estabelecida através de qualquer: “[...] ação ou
omissão que causa ou visa a causar dano à autoestima, à identidade ou ao
desenvolvimento da pessoa” (BRASIL, 2002, p. 20), como realizar constantes
humilhações e insultos, críticas pelo desempenho sexual, desvalorizando,
chantageando, ridicularizando ou isolando o outro de amigos e familiares.
Praticar ameaças, manipulações afetivas, explorações, confinamento
doméstico, atos de negligências, privar da liberdade, como trabalhar, estudar,
cuidar de sua aparência e de seu dinheiro.
Ainda temos a violência econômica ou fianceira, “[...] todos os atos
destrutivos ou omissões do (a) agressor (a) que afetam a saúde emocional e a
sobrevivência dos membros da família” (BRASIL, 2002, p.21), como roubar,
destruir bens pessoais, ou conjugais. Não pagar a pensão alimentícia, fazer
uso de recursos econômicos de outras pessoas sem o consentimento.
REFERENCIAS