Presidência de Moçambique no Conselho de

segurança da ONU manchada de sangue P.12

NGANI
Moçambique falando por si!

Segunda-feira, 03 de Abril de 2023

Propriedade: Info-Media -
Edição Semanal LXXVII, Ano II
Preço: 50,00 MT
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Situação sombria
na UniLúrio
NGANI - Segunda-feira, 03 de Abril de 2023 P02

SOCIEDADE

Entidades públicas acusadas de promoverem

ataques contra activistas dos DH
A Rede Moçambicana de como elementos cruciais com papel fun-
damental no processo de desenvolvimen-
Defensores de Direitos Hu- to.
manos (RMDDH) acusou A Presidente do Fórum de Organizações
Femininas no Niassa (FOFeN), Marta
veementemente as entida- William, também agradeceu pela insta-
des públicas no país, com lação da RMDDH em Niassa, pois o seu
maior enfoque à Polícia da órgão tem levado a cabo diversas acções
visando acabar ou reduzir com os proble-
República de Moçambique mas da violação dos direitos humanos, es-
(PRM), de serem respon- pecificamente sobre os casamentos e gra-
videzes prematuras, abandono das rapari-
sáveis pelos ataques dos gas nas escolas, sobretudo após os ritos de
protectores dos direitos hu- iniciação, para além das violências domés-
manos, caracterizados por tica ou psicológica contra às mulheres.
Em nome das mulheres, William pre-
repressões, perseguições, tende ver a inclusão da camada feminina,
raptos e até assassinatos. através do aumento do seu número nos
cargos de chefia, criação de oportunida-
des para financiamento de projectos de
PEDRO FABIÃO desenvolvimento, entre outros, como par-

A
Sheila Nhancale te dos direitos humanos.
Coordenadora Nacional O Director Executivo da Organização
da Rede Moçambicana de monetários dos projectos em acção ou em
perspectiva, a fonte frisou que a RMDDH Comunitária Estamos em Niassa,
Defensores dos Direitos Feliciano dos Santos, confessou existir
Humanos (RMDDH), conta com o apoio financeiro da União
Europeia e, também está-se a traba- alguma confusão na percepção sobre os
Sheila Nhancale, falando em exclusivo direitos humanos, pela experiência dos
ao Jornal NGANI na última quarta-fei- lhar em coordenação com o Centro de
Aprendizagem e Capacitação da Sociedade trabalhos que neste momento a sua ins-
ra (29/03) em Lichinga, à margem da ce- tituição faz nos distritos de Lichinga,
rimónia de lançamento da sua organiza- Civil (CESC), através do Programa Igual.
Nhancale disse que, até agora, a Lago, Chimbunila, Mandimba, Cuamba
ção no Niassa, afirmou que no âmbito do e Mecanhelas. “Infelizmente, temos visto
exercício das suas actividades os defenso- RMDDH está estabelecida em quase todas
as províncias do país, através dos respecti- que há muitas violações dos direitos hu-
res dos direitos humanos muitas vezes en- manos. Então, todos nós temos a respon-
frentam riscos pelo trabalho que vem rea- vos núcleos, exceptuando a de Inhambane
cujo processo para o efeito está em acção sabilidade de defendermos os nossos direi-
lizando e são vistos no país como inimi- tos humanos. É importante que se tenha a
gos do Estado. e com a implantação de todas as represen-
tações em todo o território nacional, es- rede estendida na província do Niassa pe-
Segundo Nhancale, estas entidades pú- Santos Calisto la vastidão do direito humano e não ape-
blicas, muitas vezes, não têm entendido perar-se-á ver imprimido um carácter de
A nossa interlocutora explicou que, flexibilidade de acesso aos serviços da sua nas pela violação física”, disse Santos.
essencialmente qual é o trabalho dos de- O Delegado do Instituto de Patrocínio
nesse processo, na protecção física, em ca- agremiação e, também, fazer com que a
fensores dos direitos humanos, apesar de e Assistência Jurídica (IPAJ) no Niassa,
so de necessidade de fazer com que o de- comunicação seja muito mais fluida e que
ser uma missão para o bem-estar de todos Soares Nicachapa, disse que as queixas da
fensor dos direitos humanos e sua família os defensores dos direitos humanos traba-
os cidadãos. Com efeito, em 2019, surgiu sociedade civil sobre a violação dos direi-
não sejam atacados pelos vários riscos que lhem sempre em rede para maior seguran-
a rede no âmbito da necessidade de garan- tos humanos têm sido cada vez mais re-
possam influenciar, a RMDDH garante ça, localmente.
tir a protecção física e virtual dos mesmos correntes em Moçambique, principalmen-
vários serviços como a deslocação ou rea- A propósito da cerimónia, o Director
que, no contexto moçambicano, frequen- te no que diz respeito aos grandes investi-
locação de um ponto para outro dentro ou Executivo do Fórum de Organizações Não
temente são mal vistos e são sujeitos às mentos que tanto impactam as condições
fora do país para que os que perseguem Governamentais do Niassa (FONAGNI),
mais variadas formas de repressão, perse- da vida das comunidades dos locais afec-
os activistas não tenham acesso a pessoa e Agostinho Chiporo, agradeceu pela im-
guição, raptos e até assassinatos pelos seus tados.
que os locais onde lhes são colocados não plantação da Rede Moçambicana de
trabalhos. Segundo ele, uma das atribuições do
sejam do conhecimento público. Direitos Humanos na província e desa-
Estas conclusões, segundo ela, resul- IPAJ é de defender o estado de direito de-
Ao nível virtual, sabido que há uma fiou ao Governo da província que enca-
tam de vários estudos feitos nacional e in- mocrático, os direitos e as liberdades fun-
tendência ou crescimento do seu activis- re o processo de direito à liberdade de ex-
ternacionalmente com bases e fundamen- damentais dos cidadãos, promovendo o
mo, muitas vezes, os defensores dos direi- pressão, de reunião, de criação de associa-
tos de que o próprio Governo está a atacar acesso à justiça e o respeito pela legalida-
tos humanos são atacados nas suas con- ções como preponderantes no país e que
os activistas desta classe no país e há uma de devido aos seus impactos sobre os di-
tas, sendo preciso garantir a existência de as Organizações da Sociedade Civil não
tendência de encobrir ou ofuscar o traba- reitos humanos e com o lançamento da
software de protecção e o treinamento em sejam vistas como opositoras, mas sim
lho feito pelos defensores dos direitos hu- RMDDH em Niassa, foi encontrado um
segurança digital, por exemplo.
manos ou organizações da sociedade civil parceiro que, de lado a lado e de mãos da-
A Coordenadora Nacional da RMDDH
em Moçambique, a partir das mensagens das, juntos se trabalhará em prol da defesa
avançou que, primeiramente, há parce-
transmitidas pelos órgãos públicos. do cidadão indefeso e com mais enfoque
rias e experiências estratégicas interna-
“A implicação negativa é mesmo essa. naquele que se encontra economicamen-
cionais na África Austral e no mundo, no
Persiste a repressão das liberdades funda- te carenciado. Contudo, Nicachapa exor-
geral, a partir da Southern Africa Human
mentais no nosso país e ataques sucessi- tou a RMDDH para condução do proces-
Rights a Defenders Network (Southern
vos aos defensores dos direitos humanos. so de defesa e protecção dos direitos hu-
Defenders); African Defenders; e a Front
As pessoas não entendem muito bem qual manos de forma transparente e inclusivo.
Line Defenders, para além das internas,
é o papel dos defensores dos direitos hu- Igualmente, exortou a todos cidadãos mo-
com quem, dependemente cada necessi-
manos. Então, é preciso mudar esta ten- çambicanos, organizações socioeconómi-
dade, a RMDDH tem desencadeado ac-
dência retórica negativa contra essa classe cas e privadas, académicos, os magistra-
ções de protecção dos direitos humanos
e fazer chegar a informação certa sobre o dos judiciais e outros para um engajamen-
com elas.
nosso trabalho”, disse Sheila Nhancale. to activo nesta defesa.
Mesmo sem fazer saber dos valores Soares Nicachapa
NGANI - Segunda-feira, 03 de Abril de 2023
Estudantes denunciam maus tratos
e desorganização na UniLúrio
Através de uma carta na
posse do NGANI, os es-
tudantes da Faculdade de
Arquitetura e Planeamento
Físico, (FAPF) da Univer-
sidade Lúrio em Nampula,
denunciam maus tratos e
desorganização na gestão,
protagonizados pela direc-
ção daquela instituição de
ensino superior.
AGOSTINHO MIGUEL
S
egundo a carta, os queixosos
são estudantes finalistas dos
cursos de Arquitetura, Ur-
banismo para além dos cur-
sos profissionalizantes com duração de
dois anos ali ministrados. O curso de
arquitetura por exemplo, tem a duração
de cinco anos, sendo quatro destinados
parte curricular e um para trabalho prá-
tico, mas o que se assiste actualmente, é
uma desorganização total, porque exis-
tem quatro turmas diferentes no quinto
ano, cada uma a sua maneira.
Os denunciantes dizem que a turma
de 2020 tem enfrentado dificuldades
para concluir o trabalho de culminação
do curso e como resultado as defesas
são feitas em pequenos grupos, facto
que leva à desistência do grosso núme-
ro deles e as actividades são realizadas
sem nenhum plano analítico por parte
daquela instituição de ensino superior.
A carta refere que, até o dia 15 do
mês passado, os estudantes reprovados
ainda não tinham informações oficiais
sobre as actividades e os passos subse-
quentes. “A turma de 2021 foi dividida
em dois grupos, mas ambos os grupos
estão incertos sobre a situação actual
movida pela direcção da faculdade. Em
31 de Janeiro, um pequeno grupo re-
alizou a defesa, enquanto outro grupo
passou o ano de 2022 trabalhando nos
seus trabalhos de conclusão do curso,
pensando que defenderiam no final do
ano lectivo de 2022, mas foi em vão”,
dizem os estudantes revoltados.
Para além dos reprovados, os estu-
dantes que terminaram seus cursos ain-
da não receberam informações oficiais
sobre as datas das suas defesas. “A tur-
ma foi dividida em dois grupos sem jus-
tificativa clara. Em 2023, um novo gru-
po ingressou para fazer o 5º ano, mas
”O que tenho a dizer é de que esses estudantes estão fora da instituição e pretendem incitar os outros
para inviabilizar o funcionamento normal da nossa instituição”
até agora não há informações formais
sobre o que fazer ou qual será o próxi-
mo passo, deixando-os incertos sobre o
seu futuro”, denunciaram
Quanto ao curso de urbanismo que
foi fundado em 2017, os estudantes di-
zem que apresenta graves erros na sua
parte curricular. O curso tem a dura-
ção de quatro anos, sendo que os três e
um semestre são dedicados às discipli-
nas e outro reservado para trabalho de
conclusão do curso. Entretanto, actual-
mente existem duas turmas no quarto
ano, onde uma delas deveria ter con-
cluído no final do ano lectivo de 2022,
mas, não o fez porque havia outro gru-
po aguardando pela defesa.
As ditas vítimas dos maus tratos,
acrescentaram na carta que a turma que
recentemente defendeu, levou cerca de
um ano para finalizar as monografias.
“A outra turma que deveria ter defen-
dido no ano lectivo de 2022 não rece-
beu qualquer informação oficial sobre
as actividades até o dia 15 de Março de
2023”, relataram.
Outro problema que apoquenta os
discentes tem a ver com a falta de es-
tágios depois de terminar os cursos.
Os estudantes acreditam haver falta
de capacidade por parte da direcção
para essa actividade, porque a divulga-
ção dos trabalhos de defesa leva mais
de três meses razão pela qual, sentem-
-se marginalizados e abandonados à
sua sorte. Na carta, os estudantes di-
zem que os seus encarregados de edu-
cação estão agastados com a situação
porque compromete a vida profissional
dos educandos, que abdicaram de vá-
rios males que apoquentam a camada
juvenil. NGANI sabe que, das inúme-
ras vezes que os estudantes conversa-
ram com a direcção da faculdade, na
pessoa do respectivo director Bernardo
Xavier, nunca houve consenso. Esgota-
das as tentativas de diálogo com a di-
recção, os queixosos viram-se obriga-
dos a enviar uma carta à Secretaria de
Estado da província de Nampula, pe-
dindo ajuda e uma inspecção na facul-
dade.
São estudantes que visam desestabili-
zar a instituição
Abordado pelo NGANI, o director
da faculdade de Arquitetura e Plane-
amento Físico da Universidade Lúrio
em Nampula, Bernardo Xavier, disse
que as denúncias arroladas pelos estu-
dantes são falsas e têm por objectivo
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SOCIEDADE
criar agitação no seio dos educandos
com o intuito de inviabilizar o decur-
so normal das actividades naquela fa-
culdade.
Segundo Xavier, parte dos denun-
ciantes são estudantes que não perten-
cem a instituição por diversos motivos,
um dos quais, tem a ver com a falta de
dinheiro para terminar os seus cursos.
“Tive essa informação, mas não consti-
tui verdade. O que tenho a dizer é que
esses estudantes estão fora da institui-
ção e pretendem incitar os outros para
inviabilizar o funcionamento normal
da nossa instituição”, referiu.
O dirigente assegurou que nos pró-
ximos dias vai reunir com os supostos
grevistas com vista a encontrar estraté-
gias para solucionar os problemas. Aos
renitentes, Xavier avisa que, a direcção
da faculdade irá tomar medidas coer-
civas contra estes por alegadamente te-
rem violado o código de conduta inter-
na.
“Eles violaram as normas internas
da instituição. A direcção sempre es-
teve aberta. Temos também a reito-
ria para solucionar os problemas, para
além, dos directores dos cursos. Esgo-
tadas as tentativas iriam procurar ou-
tras vias. Mas, marcamos um encontro
para primeira semana de abril no senti-
do de eles apresentarem todas as preo-
cupações para juntos procurarmos so-
luções”, frisou. Questionado sobre a
falta de estágios na instituição, o direc-
tor da faculdade de Arquitetura e Pla-
neamento Físico, refutou igualmente a
informação e disse que maior número
dos estudantes têm estagiado no Con-
selho Municipal de Nampula e nalguns
campus criados pela universidade.
NGANI - Segunda-feira, 03 de Abril de 2023
ISSM, IP celebra a semana internacional
do dinheiro
No âmbito da Celebração
da Semana Internacional
do Dinheiro (Global Mo-
ney Week), que se assina-
lou de 20 ao 26 de Março
de 2023, sob o lema: “Pla-
nifique o Seu Dinheiro e
Organize o seu Futuro”
(Plan your Money, plant
your Future), o Instituto
de Supervisão de Segu-
ros de Moçambique, IP
(ISSM, IP), realizou pa-
lestras sobre seguros, de-
safios e outras actividades
reacreativas dirigidas aos
estudantes do ensino se-
cundário da província de
Inhambane.
REDACÇÃO
A
Escola Secundária 29 de
Setembro da Maxixe foi
o estabelecimento de ensi-
no anfitrião da cerimónia
de abertura do evento decorrido no dia
20 de Março de 2023, tendo o ISSM, IP
ministrado acções sobre seguros, abran-
gendo mais de 700 estudantes.
No evento, o Instituto apresentou de
forma interactiva, o tema sobre Noções
do Seguro e sua Importância, abordan-
do conceitos relacionados com a ac-
tividade seguradora, nomeadamente,
Tomador de Seguro, Apólice de Seguro,
Risco, Segurado, Sinistro e Prémio de
Seguro. Explicou a necessidade de se ter
um Contrato de Seguro para se precaver
de riscos futuros, incertos e prejudiciais
quando se realizam. Esta é a quinta vez
que o ISSM, IP participa da Celebração
da Semana Internacional do Dinheiro,
enquadrado na Estratégia de Educação
Financeira em Seguros, no âmbito da
implementação da Estratégia Nacional
Polícia neutraliza quadrilha que
roubava e alterava as características
de motorizadas
O
roubo de motorizadas na
via pública, na cidade de
Nampula, virou uma prá-
tica reiterada nos últimos
dias e acontece sob olhar incrédulo das
pessoas que deveriam repor a legalidade.
NGANI reportou há dias sobre o calvá-
rio que os moto-taxistas vivem no exer-
cício das suas actividades, caracterizado
por agressões até à morte e depois roubo
dos seus meios circulantes.
Na sequência disso, três moto-taxistas
perderam a vida nos finais do ano passa-
do e outros contraíram ferimentos após
serem espancados com recursos a ins-
trumentos contundentes, por forma a ce-
der a pressão dos gatunos que queriam as
suas motorizadas.
Na última quinta-feira, dois indiví-
duos com idades compreendidas entre
15 e 27 anos, recolheram às celas por ale-
gadamente terem sido flagrados a alterar
as características originais de uma mo-
torizada numa das oficinas do bairro de
Carrupeia, na cidade de Nampula.
Segundo a porta-voz do Serviço
Nacional de Investigação Criminal
(SERNIC) em Nampula, Enina Tsinine,
os indivíduos detidos fazem parte de uma
quadrilha que se dedica ao roubo das
de Inclusão Financeira adoptada pelo
Governo de Moçambique cujo objecti-
vo é garantir a disponibilidade e acessi-
bilidade de produtos e serviços financei-
ros de qualidade e adequado às neces-
sidades da maioria da população mo-
çambicana, visando contribuir para o
motas na via pública e enviam a uma ofici-
na para alterar as características, que pas-
sa necessariamente pela mudança da cor e
a retirada de algumas peças que incluem
chapas de matrículas.
Tsenine disse que, está acção levada a
cabo pelos meliantes visa dificultar a re-
cuperação das motorizadas por parte dos
proprietários. A descoberta da quadri-
lha resultou de um trabalho operativo do
SERNIC. A fonte assegurou que neste mo-
mento decorrem diligências com vista ao
desmantelamento de várias redes de mal-
feitores que actuam no roubo de motoriza-
das na apelidada capital do Norte.
P04
SOCIEDADE
bem-estar e o progresso económico e so-
cial das comunidades.
Ao longo da semana decorreram vá-
rias actividades de sensibilização so-
bre hábitos financeiros saudáveis pa-
ra crianças e jovens, nas seguintes insti-
tuições de ensino da cidade da Maxixe
e de Inhambane: Escola Secundária 29
de Setembro, Escola Secundária 1º de
Maio de Chicuque, Escola Secundária
18 de Novembro, Escola Secundária
Emília Dausse, Escola Secundária 3 de
Fevereiro, Escola Secundária de Muelé.
A Semana Internacional do Dinheiro
é uma iniciativa da Child and Youth
Finance International, que a partir de
2018 passou a ser organizada pela Rede
Internacional de Educação Financeira
da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE/
INFE) e comemora-se em todo o mun-
do com o objectivo de promover a sen-
sibilização de hábitos financeiros saudá-
veis para crianças e jovens sobre ques-
tões relacionadas ao dinheiro, por meio
de actividades interactivas e recreativas.
AGOSTINHO MIGUEL
“Os dois indivíduos detidos fazem par-
te de uma quadrilha de ladrões de moto-
rizadas e foram flagrados a alterar as ca-
racterísticas originais de um motociclo. O
SERNIC está no encalço de outras redes
e dentro de alguns dias vamos desenca-
dear uma operação com objectivo de des-
mantela-las, neutralizando os respectivos
mandantes”, assegurou.
Os indiciados refutam todas acusações
que pesam sobre si e disseram ser polido-
res de motorizadas no bairro de Carrupeia
e no acto da neutralização encontravam-
-se numa residência de um amigo de onde
teriam se refugiado por causa da chuva.
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PUBLICIDAEE
FICHA TÉCNICA: Rua das FPLM, n°112 – Bairro de Muahivire – Nampula – Registo 23/GABINFO/Março 2018
Email: semanariongani@gmail.com; Redação: Agostinho Miguel, António Cintura, Júlio Paulino e Pedro Fabião (Chefe);
Opinião: Afonso Almeida Brandão, Jaime Gode, Juleca Paposseco e Laura Nhaueleque. Grafismo e fotografia: NGANI
NGANI - Segunda-feira, 03 de Abril de 2023
OPINIÃO
Para um estreante, a Presidência
de Moçambique no Conselho de
Segurança foi aceitável
N
uma altura em que
África é considerada
o novo epicentro do
terrorismo no mun-
do, era suposto que a presidência
de Moçambique do órgão mais im-
portante da Organização das Na-
ções Unidas (ONU), o Conselho
de Segurança, fosse extremamente
profunda na análise dos principais
factores de risco a paz e segurança
global, e da África de forma parti-
cular. E para um país que no tercei-
ro mês da sua admissão se estreou
na liderança do Conselho de Segu-
rança, podemos considerar que a
prestação de Moçambique foi bem-
-sucedida.
Na qualidade de presidir o Con-
selho de Segurança, ao Estado Mo-
çambicana cabia conduzir as reuni-
ões e representar o Conselho como
um órgão da ONU, assim como a
organização do programa de traba-
lho mensal. Para além de questões
organizacionais, a diplomacia mo-
çambicana chefiou uma série de de-
bates com particular destaque para
a situação da (i) guerra russo ucra-
niana; (ii) o vigésimo quinto (25)
aniversário da resolução 1325 sobre
Mulheres, Paz e Segurança, (iii) a
paz e segurança em África e a situ-
ação (iv) terrorismo e prevenção do
extremismo violento.
Iniciando com o assunto polémi-
co e que divide as grandes potên-
cias, já havíamos alertado para que
a diplomacia Moçambicana fosse
prudente no tratamento do confli-
to Russo Ucraniano, e foi na sessão
que debateu sobre ameaças à paz e
segurança internacionais, num en-
contro que terá iniciado com o tes-
temunho de um cidadão Russo,
mas com a carreira feita na Ucrâ-
nia, que nas notas de abertura, acu-
sa frontalmente o regime ucrania-
Consultor e Activista de Direitos Humanos
Presidente Filipe Nyusi
no de lhe ter acusado de ser pró-russo
e com isso detido ilegalmente. O tes-
temunho foi endossado por uma ou-
tra pessoa, que descreve o governo de
Zelensky como aquele que se coloca
acima da lei. E concedida a palavra
ao representante Russo no Conselho
de Segurança, destacou que o recente
conflito Russo Ucraniano é resultante
da Russofobia.
O argumento russo foi prontamente
rebatido por países como Japão a des-
tacar que a discriminação não pode
ser justificativa para o uso da força.
O Reino Unido destacou que a Rus-
sofobia consiste em mais uma descul-
pa da Rússia para justificar o conflito,
a França e Malta destacaram que esta
é uma forma de distrair o mundo das
atrocidades e da guerra, com justifica-
tivas cínicas; Enquanto a China reite-
rou o debate e diálogo entre as partes;
os EUA destacaram que se trata sim-
plesmente de uma manipulação.
Para levar as partes à razão e ao
entendimento mútuo, Moçambique
convidou para refrear o uso de uma
linguagem que incita a violência, dis-
NGANI
Jaime Newton Z. Gode
criminação e hostilidade contra indiví-
duos, grupos e apelou por uma cultura
de paz, tolerância, respeito e entendi-
mento.
Esta foi uma sessão bem conduzida
pelo Estado Moçambicano, tendo em
conta os interesses contraditórios das
grandes potências, e que até este mo-
mento a neutralidade ainda não ficou
inquinada.
Mas foi a sessão que discutiu sobre
o terrorismo e o extremismo violento
que teve maior destaque, pessoalmen-
te presidida pelo Presidente da Repú-
blica, Filipe Nyusi – que reconheceu o
terrorismo como uma situação critica
em África, considerado o novo epicen-
tro de ataques terroristas, que tendem
a operar em regiões ricas em recursos
naturais, de fácil extracção, aliando ao
comércio ilegal para financiar as suas
actividades.
Para o Pr. Filipe Nyusi, os factores
socioeconómicos estão a ser determi-
nantes para recrutar os jovens, e foi
nessa abordagem que propôs um me-
canismo comum para resiliência co-
munitária que previna o extremismo
P06
violento e nesse caso, seria necessário
investir no desenvolvimento sustentá-
vel local – sobretudo a geração de em-
pregos para os jovens.
Este foi um tema que consideramos
um debate da África, que tal como re-
flectido no artigo da edição passada,
sublinhamos que as políticas ineficien-
tes são as causas dos protestos sociais
em África; e aliado ao terrorismo, este
é resultado em parte da governação que
gera um sentimento de privação relati-
va, com muito jovens desprovidos (po-
bres e miseráveis), que decidem se in-
tegrar em movimentos terroristas para
alterar a sua situação socioeconómica.
Foi por este facto que a Suíça, desta-
cou que somente um Estado de Direito,
prevenção, parcerias, inclusão e respei-
to ao direito internacional é que pode
ser possível combater o terrorismo, su-
blinhando nos aspectos que dizem res-
peito a Governação.
Mas para a vice-presidente do Ga-
bão, Rose Christiane Raponda, a in-
tensificação do terrorismo é resultado
do fracasso do multilateralismo (des-
crito como um sistema de ajuda-mu-
tua, composto por três ou mais partes),
enquanto por outro lado, o Estado Is-
lâmico vem se consolidando em Áfri-
ca. Com esta posição foi possível inferir
que os Estados africanos se deslocaram
ao Conselho de Segurança para efeitos
de cobrança de ajuda e não de tomada
de protagonismo como era expectável.
Para um Estado que se estreia, essa
actuação foi aceitável, conseguiu re-
flectir sobre o terrorismo de forma pro-
funda – e este era o momento ideal para
tal. Não foi possível conseguir uma re-
solução, porque pela natureza e peso
específico pode levar meses de negocia-
ções prévias; mas houve uma declara-
ção presidencial e uma declaração de
imprensa com os principais outcomes sa-
ídos nas sessões, que se considera um
dado positivo.
NGANI - Segunda-feira, 03 de Abril de 2023
AD LITTERAM
Moçambique precisa de novos
partidos políticos e de gente séria
para governar o país
P
ara este novo ano de 2023 desejamos
a todos os nossos compatriotas um
Moçambique finalmente economi-
camente próspero. Tal prosperidade está to-
talmente nas nossas mãos. E os nossos Jovens
constituem uma força adormecida que precisa
de acordar quanto antes. É só livrarmo-nos
da récua Frelimista-Socialista e renegarmos
cada falso e pseudo-jornalista ao serviço da
dita Comunicação Social que temos, de jornais
como NOTÍCIAS, DOMINGO, DIÁRIO
DE MOÇAMBIQUE, PÚBLICO, RÁDIO
MOÇAMBIQUE e TVM, subornados que
estão para elogiar os Frelimistas da VOZ DO
DONO, que é como quem diz, “encostada e
de feição evidente” ...
Para já começamos com o pé esquerdo.
Não podemos continuar a aceitar um Presi-
dente da República QUE TEM NOMEADO
uns tantos Ministros sem mundo nem visão
—, quanto a nós Ministros só jotas socráticos
dependentes da política como a anedota de um
Celso Correia. E de exonerar, de uma assen-
tada, cerca de 50 dos seus Ministros, ao fim e
ao cabo, limitados e de vistas curtas. Também
não ser perdeu nada... Filipe Nyusi só sabe ir
buscar gente igual a ele. Gente sem profissão
nem resultados. Os exemplos estão à vista de
todos...
Sempre os mesmos que nos puseram em
últimos no que diz respeito aos Países dos
PALOP´s e da África Austral, mais as dignís-
simas esposas. O Ministro Celso Correia insul-
tou recentemente os valentes profissionais da
Imprensa séria, nomeadamente, a RENAMO
e a FAO, com Sede em Itália, que denunciam
a incompetência e o compadrio nepotista Fre-
limista e Socialista Terceiro-Mundista, de fei-
ção Soviética e Comunista do Partido ao qual
ele está ligado. Como um burgesso que espezi-
nha uma flor rara e valiosa, ficando orgulhoso
disso, Celso Correia insultou quem lhe deu na
“real gana” de insultar, com a arrogância que
o caracteriza, dizendo nas “enter-linhas” que
os Partidos da Oposição eram compostos por
“Políticos que guincham”. Este é o verdadeiro
Celso Correia, muito diferente daquele que a
Imprensa Moçambicana subornada por fundos
públicos nos vende. A Comunicação Social (ao
serviço deles) mente, por exemplo, que Celso
Correia e alguns dos nossos Governantes levi-
tam nas alturas da boa educação e saber estar
muito acima do estilo directo (e racista) do Ga-
neral Alberto Chipande. Contudo, honra lhe
seja feita, pois ao que sabemos, nunca Celso
Correia insultou os seus “camaradas” de Par-
tido de forma tão brejeira e leviana como fez o
General Maconde..
No entanto, Celso Correia é um Ministro
que se comporta como um arruaceiro numa
tasca, partindo para a agressão verbal ou
ameaçadora cada vez que é questionado sobre
ser incapaz de apresentar qualquer resultado
positivo para Moçambique, desde que assumiu
a Pasta da Agricultura e Desenvolvimento
do actual Elenco Governativo da FRELIMO,
como um embriagado conduz um carro. Parte
tudo à frente até ao inevitável despiste da Al-
drabice e da Mentira, como aconteceu recen-
temente em Itália. Ou seja, este “cabotino e
aldrabão” comporta-se como se fosse o nú-
mero um do Governo, tal e qual como quando
era um Empresário dos seus próprios negócios.
Não tem qualquer contenção nas contas, nem
sabe o que é boa governação de nada e nem
contenção no que diz quando abre a boca. No
entanto, verdade seja dita, é um dos Ministros
«mais queridos» do nosso Presidente da Repú-
blica. O grosseiro Celso Correia exemplifica
assim, inúmeras vezes, que ele e a sua récua
de “boys” assessores e governantes Frelimis-
ta-Socialistas-Comunistas só sabem zurrar in-
sultos, esbanjar dinheiros públicos, dizer men-
tiras e aumentar as falsas expectativas do Povo
Moçambicano com aldrabices, com um único
objectivo em proveito próprio da FRELIMO
Socialista e afundar o nosso País já de si “mal
visto” lá fora, e em último lugar no sector Eco-
nómico de África e da Europa.
Na burricada da actual Direcção Frelimis-
ta foram/são ainda “peritos” em destruir a
LAM, a Educação, a Saúde, o Desemprego e
demais serviços públicos, para além de “arras-
tarem” consigo e subornarem a TVM, a RM
os Jornais debaixo da sua “alçada”, para cen-
surar a Sociedade Civil inteligente que se opo-
nha à Frelimo-Socialista indigente. Talvez
por isso todos os Moçambicanos inteligentes,
trabalhadores, cultos e produtivos só se ouçam
bem ao longe, de fininho e muito baixinho, na
TV-África ou na RTP, SIC e TVI portuguesa,
como esta “cambada” ufana alardeia ao dizer
que guinchamos... Os novos “berardos”, que
traem Moçambique nos Órgãos de Comuni-
cação que a FRELIMO controla só dão voz
alta aos Frelimistas-Socialistas a zurrarem.
Nas tais VOZES DO DONO não há “boy”
menbro (ou simpatizante) Frelimista-Socia-
lista iletrado e mau governante que não tenha
amplo espaço de opinião, sem solução nova ou
eficaz para Moçambique. E é de lamentar que
poucas são as Vozes da Oposição — nomeada-
mente, da RENAMO e MDM — à estagnação
Frelimista-Socialista sem inovação. A maioria
da nossa Imprensa séria e merecedora de ser
apoiada pelos nossos Leitores — tais como
os jornais EVIDÊNCIAS, NGANI, CANAL
DE MOÇAMBIQUE e TV-SUCESSO — os
outros restantes Órgãos de Comunicação So-
cial além de estarem ao serviço da VOZ DO
DONO são um deserto Frelimista-Socialista
em termos de falta de ideias, mentirosos, cor-
ruptos e ladrões (basta citar o exemplo da co-
bertura (?) jornalística que foi dada por eles ao
caso das Dívidas Ocultas), sem qualquer críti-
ca à falta dos graves problemas de que carece a
nossa Justiça, a Sociedade, no geral, e o Povo,
em particular. JUSTIÇA? Ninguém sabe onde
ela pára... Filipe Nyusi e os seus “boys” Freli-
mistas são uma tristeza franciscana a Governar
Moçambique desde 1975. Apesar de sermos
um País com vários Séculos de História, com
Recursos Humanos e de topo a nível dos Países
da África Austral e de muitos Países Europeus,
— com uma temperatura Climática e Cultura
maravilhosa —, para além de termos uma lo-
calização geográfica fabulosa, à nossa volta,
incluindo ainda os restantes Países dos PALO-
Afonso Almeida Brandão
P´s, bem perto, porém nas mãos dos Partidos
“zurrantes” como Moçambique (FRELIMO)
e Angola (MPLA), a verdade é que estamos
em último do Continente Africano e também
da Europa.
Filipe Nyusi é uma “criatura poucochinha”
e sem mundo que pôs Moçambique (quase)
em último lugar entre os Países que fazem par-
te dos PALOP´s e também da África Austral.
Isto depois de mandar mentir na IMPRENSA
que controla de que quem se lhe opunha na
FRELIMO, na Oposição ou na População, é
que era poucochinho. A verdade é que a VOZ
DO DONO continua a mentir muito pois são
uma IMPRENSA subornada que o socrático
Nyusi e Companhia Limitada era/é enorme e
continua a fazer grandes feitos. Ridículo e Ver-
gonhoso, numa palavra! Em suma: tais meios
de Comunicação Social (TV, Rádio e Jornais),
subornados pelo Governo Frelimista-Socia-
lista pró-Sovoético e Comunista, continuam a
mentir descaradamente com a maioria dos Go-
vernantes convencidos e incompetentes, como
é o caso flagrante do Ministro Celso Correia
e do Presidente Nyusi que nem falar português
sabe. Basta ouvi-lo a discursar (ou a falar em
público) para ficarmos com os pêlos eriça-
dos... Uma desgraça!...
Os desavergonhados donos de tal IM-
PRENSA não têm vergonha de desinformar
e enganar 30 Milhões de cidadãos para que
estes votem FRELIMO. Mantêm, assim, Mo-
çambique na prisão Frelimista-Socialista da
cada vez maior miséria e pobreza de África.
A este ritmo de fracassos sucessivos do Parti-
do que nos Governa, desde que o nosso País é
Independente, nunca foram denunciados como
deve ser, além-Fronteiras, na Grande Impren-
sa Estrangeira. Qualquer dia, além de ficarmos
colocados no último País dos PALOP´s, até
Marrocos (no Norte de África) nos ultrapas-
sam. Somos governados há praticamente cin-
co décadas seguidas pela FRELIMO e pelo seu
“comboio Socialista-Comunista” carregado de
mordomias. Esta gente é Governo desde 1975
e já ganharam raízes profundas. Primeiro com
Samora Machel, depois com Joaquim Chissa-
no, a seguir com Armando Guebuza e agora
com Filipe Nyusi. Ele e a sua burrama frelimis-
ta-socialista só têm feito asneiras na Governa-
ção para que outros paguem a dívida e as ban-
carrotas sucessivas que tal tropa tem criado.
No entanto, aí de quem questionar tal des-
graça de resultados fraquíssimos do Partido no
Poder, pois corre o risco de ser preso, torturado
ou aniquilado, como aconteceu com o saudoso
jornalista Carlos Cardoso. A manada frelimis-
ta parte logo para o insulto arrogante, quando
não para a agressão e prisão compulsiva. Foi o
que todos assistimos com o Cortejo Fúnebre
do AZAGAIA. A arrogância da FRELIMO
da sua Polícia e dos Militares, é inversamente
proporcional à sua competência.
Como pavões de cérebros pequenos, mas
com muitas plumas, pavoneiam-se num País
cada vez mais Miserável e com mais de 65% de
Moçambicanos a viver no Limiar da Pobreza.
Não obstante, todos os Membros do Governo
circularem em frotas infindáveis de carros de
P07
alta gama e motoristas privados, pagos pelos
Moçambicanos (que constituem o erário Públi-
co). Assim, se ao longo deste 2023 queremos
sair de tal triste Destino, os Moçambicanos, na
sua grande maioria, não podem continuar em
casa ou sentados nas Esplanadas dos Cafés a
ver o comboio de arrogantes e convencidos
frelimista-socialistas a passar, carregado de
mordomias para eles próprios e para “os ami-
gos” e “compadres” na Imprensa e em tantos
outros sectores de actividade empregadora, en-
quanto empobrecem todo o País.
Os cerca de quinze milhões (mais coisa,
emenos coisa) que não votam têm de sair para
votar na FRELIMO, RENAMO ou MDM.
Mas a verdade é que a FRELIMO não tem
(ainda!) nenhum Partido que lhes faça frente
como deve ser pois a sua “máquina partidária”
está bem montada, “oleada” e endinheirada,
fora as “falcatruas” de Votos comprados ou
simplesmente que desaparecem, à Boca das
Urnas.
Em quem quer que seja, menos na FRELI-
MO e nas suas muletas Socilalistas Comunis-
tas. Não pode haver mais falta de oposição e
falta de votos contra os eleitores fáceis de en-
ganar para votar na Esquerda personificada em
tropa como Chissano, Guebuza e Nyusi, há
quase cinco décadas. Os actuais Eleitores Fre-
limistas são gente responsável por porem os fi-
lhos e netos de toda a classe Média, mais de al-
gumas boas centenas, a emigrar para trabalhar
fora. Isto depois de estudarem num País falido
como Moçambique e em bancarrota devido à
actual direcção do Partido da FRELIMO.
Não pode haver mais desculpas para os
anos Futuros. Os Moçambicanos são culpados
de termos entregue à FRELIMO o Poder, pois
nunca passaram de Governantes arrogantes,
convencidos e incompetentes. A continuidade
desse Poder “entranhou-se na pele” de tal ma-
neira desta gente que vai ser difícil retirá-la. E
quando os fracos resultados Frelimistas (rara-
mente) são denunciados nesta ou naquela per-
ca de Edilidade — como tem sido o caso das
cidades da Beira (Albano Carige) e de Queli-
mane (Manuel Araújo) —, a FRELIMO parte
para o insulto tóxico. E Nyusi mente ao dizer
apoiar de causas “woke” (politicamente cor-
rectas), mas é ele que é um grande exemplar
de macho tóxico. A sua toxicidade masculina
antiquada e falta de cultura contemporânea de
boa gestão condena Moçambique ao atraso.
Não pode ser mais tolerada.
Está desadequada em relação às necessida-
des do Mundo Moderno. Moçambique precisa
de mais políticos com a energia, frontalidade
e a “garra” de Manuel Araújo ou Venâncio
Mondlane para tornar um País Verdadeira-
mente Feliz, Capaz, Sério Bem Governado e
com Visão no Horizonte — que tarda em che-
gar. E que a Juventude acorde para a Realidade
difícil que o País está a atravessar, em direcção
ao Abismo. É urgente que surja, na ribalta,
mais um ou dois Partidos Políticos capazes de
fazer a diferença e de proprorcionar aos Mo-
çambicanos o caminho certo e merecido para
a Igualdade de Oportunidades que NUNCA
EXISTIU no País.
NGANI - Segunda-feira, 03 de Abril de 2023
PENSAMENTOS À TONA
Minha profissão não
existe mais!
U
m filósofo dos tempos
idos, se a memória não me
falha, Heraclito, disse que
no mundo tudo fluía. Nun-
ca houve tanto sentido numa só fala. O
sentido surge ao testemunhar tanta mu-
dança no nosso meio que até fica difícil
de acompanhar. Para alguns de nós, uma
profissão poderia ser para o resto da vida.
Porém, nos dias actuais o mundo profis-
sional faz jus às palavras de Heráclito.
Do nada, podemos acordar e perceber
que nossa profissão já não existe mais ou
não é mais necessária. Foi assim que al-
gumas pessoas que aprenderam a dacti-
lografar, viram-se inúteis da noite para o
dia com a substituição gradual das suas
máquinas para dar lugar aos famosos
“faz tudo” refiro-me concretamente dos
computadores.
Então, dactilografar já não se fazia ne-
cessário e parece até ser possível contar
com os dedos das mãos as instituições
que ainda precisam dos serviços de um
dactilógrafo. Enquanto os dactilógrafos
resistem de um lado, do outro temos os
“paneleiros” cuja existência vai sobrevi-
vendo como pode. Isto devido a prolife-
ração de lojas que oferecem vários tipos
de panelas e vai se tornando raro, uma
pessoa pensar em encomendar uma pa-
nela. O caso dos dactilógrafos e panelei-
CARTA DO LEITOR
Este é o caminho para a barragem de Mphanda
Nkuwa no Zambeze
A
Justiça Ambiental (JÁ)
está completamente erra-
da ao estar a fazer guerra
com a barragem no Zam-
beze, uma coisa é lutarem por serem
pagas indeminizações justas às famílias
que tenham que ser deslocadas e nisso
não vejo problema. Em Portugal, em
2000, as famílias do Alqueva foram
deslocadas e tudo decorreu de forma
pacifica.
O governo terá que arranjar modo
de dar terras às famílias noutra zona,
com irrigação que permitiria tira-las da
pobreza e criar mais valia. Mphanda
Nkuwa no Zambeze não pode parar, a
TotalEnergies talvez fique com a cons-
trução e operação, vai permitir produ-
ros são só exemplos das várias profissões
que vão correndo risco de extinção. Para
muitos de nós, vendo estas mudanças
acontecerem tão rápido, o que estaríamos
dispostos a fazer para não cair na inutili-
dade? Ficamos de braços cruzados vendo
nossas profissões virarem fumaça?
Vale lembrar que há bem pouco tem-
po tivemos uma aula muito prática que
pode ter passado despercebida. E o gran-
de professor dessa aula foi a COVID-19,
uma doença que levou várias nações se-
não todas ao confinamento. Em meio a
este cenário, enquanto uns ficavam confi-
nados em casa, houve gente cuja natureza
do seu trabalho deveria continuar no seu
posto, exercendo suas tarefas e ou obri-
gações. Nesta situação, podemos captar
uma das primeiras lições que consistiu em
dar a conhecer as profissões que parecem
estar muito longe de entrar em extinção.
Sem muito esforço, podemos nos lembrar
dos profissionais que continuaram firmes
no trabalho, enquanto muitos de nós per-
manecíamos trancados, indo ao trabalho
uma vez e outra e muitas vezes de forma
virtual.
Contudo, em linguagem popular, diz-se
que uma moeda sempre tem dois lados:
cara e coroa. É neste ditado, que pode-
mos nos apoiar para olhar o outro lado da
pandemia. Enquanto alguns profissionais
zir Hidrogénio verde e Amónia verde
fundamental para a produção de ferti-
lizantes que Moçambique tanto precisa
para acabar com a fome e a desnutrição.
Amónia verde não emite CO2 para
a atmosfera um dos gases hoje respon-
sáveis pelas alterações climáticas. Esse
Hidrogénio verde poderia ser misturado
com o gás natural de Palma até 10% e se-
ria uma mais-valia para a venda do gás,
que quando queima emite menos 10%
de CO2, contribuindo para a emissão de
menos gases de efeito de estufa.
Moçambique com Mphanda Nkuwa
no Zambeze se tornaria num país neutro
em emissões de CO2, reduzindo o con-
sumo de petróleo importado, o transpor-
te rodoviário poderia se fazer com carros
Juleca Paposseco
mantinham suas actividades em tempos
tão difíceis, outros poderiam estar na
condição de achar que “minha profissão
não existe mais”. Um exemplo claro que
pode, se encaixar neste pensamento, foi o
que aconteceu a classe dos músicos. Com
o “fique em casa”, já não podiam se apre-
sentar ao seu público. Neste sentido, esta-
ria chegando mais uma lição que mostrou
aos músicos, que não bastava apenas can-
tar e esperar um convite para se apresen-
tar em “shows”.
Parece lógico pensar que se calhar, te-
nha existido algum músico que terá se
questionado sobre como iria sobreviver se
a situação da pandemia continuasse por
muito tempo, ou ainda do porque de não
ter escolhido uma outra profissão. Desta
forma, e diante de uma situação que pare-
cia colocá-los em apuros, a classe viu-se
obrigada a se reinventar. E foi assim que
os músicos, na sua maioria, passaram a
usar plataformas digitais, como um espa-
ço onde poderiam continuar mostrando
o seu trabalho. Assim alguns e não todos
conseguiram salvar a sua carreira não per-
mitindo que uma pandemia a extinguisse.
Assim sendo, podemos perceber que
por causa das mudanças que ocorrem no
mundo, quer pelo desenvolvimento, quer
por doenças e pandemias, quer por outros
eventos e desafios, nossas profissões são
eléctricos e camiões movidos a hidrogé-
nio. O carvão de Tete a médio prazo vai
deixar de ter valor, Portugal já fechou
as centrais a carvão e a médio prazo a
India fará o mesmo, Moçambique tem
que mudar para as energias renováveis
e tendo o Zambeze faz todo o sentido
aproveitar para produção de energia e
irrigação.
Quando a Zambézia começar a pro-
duzir arroz, 270 milhões de USD anual-
mente de arroz importado poderão
deixar de o ser e milhares de postos de
trabalho serão criados. O Porto de Ma-
cuze na Zambézia pode ser construído e
viabilizado para a exportação de hidro-
génio, porto que tanta falta faz na Zam-
bézia. Não, não estou a sonhar, Angola
P08
afetadas. Por isso, as profissões de ontem
podem não ser as de hoje. As exigências
de uma determinada profissão também
parecem estar a mudar com o tempo.
Desta forma, faz sentido passarmos a nos
preocupar sobre como poderemos acom-
panhar as mudanças no mundo.
Faz sentido também termos em conta as
mudanças no mundo, na hora de escolher
um determinado curso, para não correr o
risco de passar 4 anos estudando algo já ul-
trapassado. Faz sentido nos preocuparmos
em adquirir habilidades que são necessá-
rias para sobreviver no mundo profissio-
nal. Faz sentido imitarmos os informáti-
cos, eles estão em constantes mudanças, o
mundo das TIC`s vai evoluindo cada vez
mais e em passos tão galopantes que um
programa que foi válido ontem hoje pode
não valer, as linguagens de programação
vão mudando sempre sem falar dos pró-
prios computadores que já não constitui
surpresa ver um computador no pulso.
Basta só se lembrar dos Pentium I, II,
III, IV onde estão? Poderiamos talvez imi-
tar o que acontece com os ˝boleiros˝ eles
estão sempre metidos em algum curso
pois o mundo da confeitaria assim exige,
e se eles não fazem mudanças, ficam para
trás enquanto outros avançam com novos
modelos. E eu, será que vou parar de es-
crever?
já está a mudar para o Hidrogénio verde,
fazendo acordos com a Alemanha.
Moçambique também tem que mu-
dar. Uma organização ecologista como
a JA a fazer guerra contra a produção
de energia verde, que não emite gases
com efeito de estufa, não se compreen-
de. Algo está errado no pensamento des-
ses Pseudo Ecologista lá de Maputo do
tempo dos Dinossauros em que querem
continuar a queimar petróleo e emitir
gases que agravam o efeito de estufa. O
colono construiu Cahora Bassa, agora
está na altura dos neocolonialistas da
Frelimo provarem que são melhores que
o colono e construir Mphanda Nkuwa
no Zambeze.
PM
NGANI - Segunda-feira, 03 de Abril de 2023 P09
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ECONOMIA

Banco Mundial desembolsa 17 milhões de dólares

norte-americanos para o ProEnergia
O Banco Mundial desem- bou sendo electrificado pela EDM.
A EDM, na qualidade de quem vem
bolsou cerca de 17 milhões implementando a estratégia definida
de dólares norte-americanos pelo Governo de Moçambique no sec-
para o arranque da segunda tor energético, tem a missão de mate-
rializar o Programa Energia para To-
fase do Programa Energia dos (ProEnergia) que visa o alcance do
para Todos (ProEnergia), acesso universal a energia eléctrica até
com a designação ProEner- ao ano de 2030 e que a taxa de acesso
à energia deverá ser de 100%. Actual-
gia Plus, para electrificação mente, Niassa tem uma taxa de aces-
de oito Postos Adminis- so de 45% alcançada com a ligação de
trativos que até ao final da cerca de 33.009 novos consumidores no
ano 2022. Para este ano a meta é ligar
primeira etapa ainda não 43.000 novos clientes em toda a provín-
tinham sido abrangidos por cia.
esta iniciativa presidencial. Chivale disse ainda que o Programa
ProEnergia, dada a sua dimensão, está
sendo implementado de forma faseada
PEDRO FABIÃO Director dos Serviços provinciais de Infra-estruturas no Niassa, Américo Chivale
e de Outubro de 2020 a Fevereiro do

O
Para Cuamba, com capacidade de 15 tir-se-á tarifas competitivas, uma vez se corrente ano terminou a primeira eta-
director dos Serviços pro-
MWO e com um orçamento de 31 mi- tratar de um processo competitivo para pa, contra a previsão inicial de Abril
vinciais de Infra-estrutu-
lhões de dólares, o escopo de trabalho a selecção de empreiteiro/promotor; e, de 2022. Com financiamento do Banco
ras no Niassa, Américo
compreende, dentre vários, o estudo de igualmente, poderá gerar, durante a sua Mundial, a Suécia, Noruega e a União
Chivale, que se pronun-
viabilidade para desenvolvimento de construção, postos de trabalho que vão Europeia, num investimento de 8.3 mi-
ciou sobre isso na última sexta-feira
um projecto de uma Central Solar na ci- catapultar a economia local através de lhões de dólares, cuja implementação
(31/03) na cidade de Lichinga aquan-
dade de Cuamba, construção, operação geração de serviço básico para servir o física é de 88%.
do do decurso da 1ª Sessão Ordinária
e manutenção da central eléctrica de pessoal da obra e acelerar o desenvolvi- O director frisou que dentro do mes-
do Conselho Provincial de Coordena-
Tetereane; e o comissionamento das in- mento das comunidades. mo projecto, havia o plano de extensão
ção-2023, referiu que se prevê no seu
fra-estruturas da central solar, linha de de 100 quilómetros para rede de média
escopo, a extensão de 308 quilómetros
transmissão, e equipamentos de potên- Acções de electrificação durante o tensão; 244 para as de baixa tensão e
de linha de Média Tensão, Instalação
cia na Subestação ainda em Cuamba. quinquénio igual área para a implantação de Pos-
de 258 Postos de Transformação, alar-
Em termos de impacto do projecto, O director Chivale disse que para o tes de Transformação Eléctrica (PTE).
gamento de 294 quilómetros de Baixa
o director dos Serviços Provinciais de presente quinquénio 2020-2024 a Elec- Tudo isso foi executado por completo,
Tensão para acomodar as 43.000 liga-
Infra-estruturas avançou que o mesmo tricidade de Moçambique (EDM) ficou excepto o de baixa tensão que foi de 83
ções previstas para o presente ano.
vai melhorar a qualidade e segurança com a responsabilidade de electrificar por cento, igualmente para as novas li-
Para o distrito de Majune, a electri-
de fornecimento de energia eléctrica os Posto a Administrativos através da gações.
ficação irá ocorrer em Nairubi e Mua-
em Cuamba, onde o irá decorrer. Com rede eléctrica nacional e o FUNAE para Segundo ele, em alguns destes lo-
quia, sendo que no primeiro decorre o
o projecto, Niassa passará a ter a sua os sem previsão desta mesma rede num cais como Mitava, Chimbunila-sede,
processo de mobilização do empreitei-
própria fonte de energia eléctrica que se futuro muito próximo. Chiuanjota há apenas os Postos de
ro e no segundo estão em curso traba-
vai associar à energia de Cahora Bassa, Assim, no período em alusão, o FU- Transformação instalados e que, no en-
lhos preliminares para início das obras,
Mocuba e Nacala, assim como a inicia- NAE havia sido responsabilizado para tanto, ainda não foi estendida a rede de
o mesmo que acontece para Meluluca,
tiva poderá empregar mais de 300 mo- electrificar os Postos Administrativos Baixa Tensão que permitirá a ligação
no Lago. Nos distritos de Maúa e Ma-
çambicanos, durante a sua construção, de Meponda, no distrito de Lichinga; de clientes, facto que se deveu à ruptu-
vago, respectivamente, nos Postos Ad-
postos de trabalho que vão catapultar Matchedje, em Sanga; Gomba e Maton- ra de stock de postes desta classe onde,
ministrativos de Maiaca e M’sawize,
a economia local através de geração de dovela, em Mecula; e Lissiete, em Man- a título elucidativo, na EDM, Área de
aguardam-se os concursos, enquanto
serviço básicos para servir o pessoal da dimba. Ao longo da mesma faixa tem- Serviço ao Cliente (ASC) de Lichinga,
que para Chiúta, Nacumua e Muipite,
obra, entre outros. poral foram acrescidos os de Meluluca, tem cerca de 40 postos de transforma-
cada um nos distritos de Mecanhelas,
Para o Projecto Central Solar de Li- Muaquia, Nacúmua, Muipite e Chiúta, ção que aguardam pela rede para efei-
Metarica e Nipepe, estão na fase de
chinga, cuja capacidade não foi avan- respectivamente nos distritos de Lago, tos de ligação aos clientes, um factor
Procurement.
çada e que está em curso a finalização Majune, Metarica, Nipepe, Mecanhelas que condicionou o alcance da meta de
Por outro lado, o director Chivale
dos estudos de viabilidade, cobrindo e foi retirado a sede do Posto Adminis- 40.000 novas ligações para o ano 2022
avançou que dada a longa extensão
as componentes técnica, económico-fi- trativo de Mandimba, Lissiete que aca- na província.
da linha de transporte entre a Hidro-
nanceira, ambiental e social, tem um
eléctrica de Cahora-Bassa (HCB) ao
orçamento de 40 milhões de USD e
Niassa, muitas perturbações têm sido
o escopo de trabalho tem a ver com a
registadas uma vez se tratar de linha
construção, operação e manutenção da
aérea exposta aos eventos de natureza
Central Solar no distrito de Chimbu-
atmosférica donde, muitas vezes, os
nila; construção da linha e upgrade da
consumidores de energia eléctrica nes-
Subestação de Lichinga; e o comissio-
ta província ressentem-se, sobretudo na
namento das infra-estruturas da Central
época chuvosa. Neste momento decor-
Solar.
rem projectos de construção de centrais
Para o mesmo projecto, ver-se-á me-
solares no âmbito do Programa de Lei-
lhorada a qualidade, quantidade e segu-
lão de Energias Renováveis (PROLER)
rança de fornecimento de energia eléc-
e que nesta parcela do território nacio-
trica na região de Lichinga, aliviando
nal serão beneficiados os distritos de
a carga da Linha Centro-Norte; garan-
Cuamba e Lichinga.
NGANI - Segunda-feira, 03 de Abril de 2023 P`11

SAUDE
NGANI - Segunda-feira, 03 de Abril de 2023
Presidência de Moçambique no Conselho de
segurança da ONU manchada de sangue
A presidência de Moçambi-
que no Conselho de Segu-
rança das ONU foi mancha-
da por sangue derramado no
dia 18 de Março em todo o
país, quando a polícia des-
carregou violência excessiva
sobre jovens que decidiram
homenagear Azagaia.
MANGAVA DOS SANTOS
E
mbora a Polícia tenha apareci-
do a acusar políticos da oposi-
ção, activistas e todos que não
cantam a música do partido
no poder, de tentativa de golpe de Estado
e de agitadores, as justificações não con-
venceram os moçambicanos. Aliás, no dia
em que o Presidente da República, Filipe
Nyusi, ia discursar em Washington, diver-
sos textos em português, inglês e francês
foram partilhados condenando a violên-
cia policial contra jovens armados com
cartazes, mensagens e música do Azagaia.
Com Nyusi a presidir a reunião da Co-
missão sobre construção da paz a nível
dos embaixadores, com o tema “A expe-
riencia de Moçambique na Construção da
Paz: Lições aprendidas e desafios”, o che-
fe de Estado foi confrontado com a viola-
ção dos direitos humanos. “Sr. Presidente,
como silenciar as armas se estas servem
para disparar o povo que reivindica os di-
reitos”, lê-se numa das declarações. “O
presidente Filipe Nyusi não tem moral
para falar de paz e segurança internacio-
nal, porque no próprio país, ele e o seu Go-
verno é que semeiam injustiça e violência
estrutural”, disse outro. “O presidente Fi-
lipe Nyusi e seu Governo não conseguem
calar as armas dos insurgentes em Cabo
Delgado, mas sim, as usam para combater
e disparar jovens desarmados que defen-
dem a democracia”, escreveram.
Mencionando Nyusi, os internautas
disseram que não se vão esquecer do dia
18 de Março, não só porque dois jovens
perderam o olho, mas porque ficou claro
que manifestar-se nas ruas não é seguro.
Moçambique destaca que desafios afri-
canos podem ser resolvidos pelos líderes
locais
Moçambique partilhou na Organiza-
ção das Nações Unidas (ONU) as práticas
e lições aprendidas na implementação do
Acordo de Paz de Maputo e defendeu que
os “desafios africanos podem ser resolvi-
dos pelos líderes locais”.
Destacando a importância do diálogo
com a oposição e do respeito mútuo, o
Presidente de Moçambique, Filipe Nyu-
si, indicou que uma das lições mais im-
portantes que tirou do processo foi que os
P12
POLÍTICA
(SADC), libertando distritos junto aos
projetos de gás, mas surgiram novas va-
gas de ataques a sul da região e na vizinha
província de Nampula. O conflito já fez
um milhão de deslocados, de acordo com
o Alto Comissariado das Nações Unidas
para os Refugiados (ACNUR), e cerca de
4.000 mortes, segundo o projeto de registo
de conflitos ACLED.
Dessa forma, Nyusi aproveitou a reu-
nião para pediu apoio técnico e financeiro
para fortalecer a capacidade dos parceiros
bilaterais e multilaterais que se desdobra-
ram no terreno.
“Da mesma forma, é importante apoiar
as iniciativas que visam capacitar os jo-
vens para lidar com o desemprego e ou-
tros fatores que podem atraí-los para as
fileiras do terrorismo”, advogou.
Questionado sobre as lições aprendidas
“Temos liderado directamente o processo de paz, colocando os interesses do povo moçambicano
em Moçambique que podem ser úteis para
em primeiro lugar. Este tem que ser o processo”, disse Nyusi.
desafios africanos podem ser resolvidos práticas de combate ao terrorismo, Filipe outros países, o professor de Direito Inter-
pelos líderes africanos, salientando que o Nyusi destacou a importância da parce- nacional Chaloka Beyani, um dos convi-
“processo moçambicano está a ser resolvi- ria e cooperação com Ruanda e com as dados da reunião, destacou o envolvimen-
do por moçambicanos”. “Temos liderado populações locais, advogando que graças to da oposição. “A primeira lição é visão e
directamente o processo de paz, colocan- a esses esforços conjuntos, Moçambique liderança, que envolveu a oposição. E ser
do os interesses do povo moçambicano está “gradualmente a restaurar a paz e as capaz de chegar um entendimento com
em primeiro lugar. Este tem que ser o pro- pessoas voltam gradualmente para as suas eles sobre as causas do conflito e o que
cesso”, disse Nyusi. casas”. precisa ser feito”, enunciou.
O chefe de Estado participou numa “Quando os países africanos trabalham “A segunda lição é entender como é que
reunião da Comissão de Consolidação da juntos e bilateralmente, eles podem encon- aspetos da Constituição e leis precisam de
Paz da ONU com foco em Moçambique, trar e implementar soluções para lidar com ser mudados quando o processo de paz
onde foram partilhadas as melhores práti- qualquer tipo de ameaça à paz e seguran- estiver completo, e, por fim, a constitucio-
cas e lições aprendidas no país na imple- ça. (...) Mas devo dizer que o terrorismo nalização do acordo de paz em si. Para ser
mentação do Acordo de Maputo para a não acabou em Moçambique. Apesar de totalmente implementado deve ser parte
Paz e Reconciliação Nacional – assinado ter enfraquecido, os terroristas continuam da lei suprema do país”, defendeu.
em 2019 -, de forma a facilitar o intercâm- ativos e procuram inventar novas formas A reunião na ONU foi liderada pelo
bio de experiências com outros países. Re- de atuação, tentando conquistar corações presidente da Comissão de Consolida-
flectindo sobre alguns pressupostos que e mentes das populações locais”, alertou. ção da Paz, o croata Ivan Simonovic, que
“têm permitido o sucesso do processo de A província moçambicana de Cabo apresentou aos restantes diplomatas um
consolidação da paz em Moçambique”, Delgado enfrenta há cinco anos uma in- balanço da situação em Moçambique, des-
embora admitindo que “possa não ser surgência armada com alguns ataques tacando que as perspetivas económicas de
perfeito”, Nyusi afirmou que um dos prin- reclamados pelo grupo extremista Esta- médio prazo do país “parecem promisso-
cipais constrangimentos observados foi a do Islâmico. A insurgência levou a uma ras”, ao mesmo tempo em que a redução
falta de apropriação nacional, com nego- resposta militar desde julho de 2021 da pobreza, as alterações climáticas, o ter-
ciações feitas através de intermediários. com apoio do Ruanda e da Comunidade rorismo ou a criação de empregos ainda
“Trazíamos gente de fora para resolver de Desenvolvimento da África Austral representam um desafio.
problemas que eles não entendiam bem.
Embora tenhamos tido o apoio da comu-
nidade internacional (...), concordamos
que o processo deve ser conduzido e lide-
rado pelos próprios moçambicanos e que
as soluções devem ser baseadas na nossa
própria realidade”, sustentou. “Os actores
nacionais conhecem melhor as nuances
do conflito, pelo que o papel dos parceiros
internacionais deve ser de apoio”, acres-
centou.
O presidente moçambicano partilhou
ainda que a construção da confiança foi
um factor decisivo para o sucesso das pri-
meiras etapas das negociações. “A cons-
trução da confiança mútua foi a estraté-
gia de implementação progressiva que
facilitou a criação das condições, formal
ou informalmente, para a assinatura de
acordos. Muitos elementos do acordo fo-
ram implementados antes da assinatura O dia em que a polícia descarregou violência excessiva sobre jovens que decidiram homenagear
dos acordos”, sublinhou Nyusi. Já nas Azagaia
NGANI - Segunda-feira, 03 de Abril de 2023 P`13

CULTURA

Viver à Margem: um filme a não perder

Interpretação Soberba de Richard Gere

Richard Gere numa das suas melhores interpretações de sempre

Oren Moverman assina uma obra segura e honesta, que passa ao largo dos holofotes mediáticos. Premia-
do em Toronto, “Viver à Margem” conta-nos a história de George, um sem-abrigo nas ruas de Nova Ior-
que. Hipotecou o futuro nos tratamentos do cancro da mulher e o cancro venceu, perdeu o emprego, refu-
giou-se no álcool, afastou a filha, perdeu a casa. Agora vive a invernia nova-iorquina, a chuva, o vento e
a companhia forçada de outras almas penadas com vivências distintas, comuns no desfecho.

A
temperatura, as ruas
inóspitas aos desapos-
sados, a comida, a cer-
veja, o whisky, o abri-
go, as regras, as filas, as esperas, as
filhas de espera. O desfile de quem
sorri a perda da Dignidade não tem
fim.
Richard Gere brinda-nos com uma
interpretação tocante e franca. Parco
nas palavras, guia-nos numa jorna-
da, em certos aspectos, demasiado
voyeurista. Não fala, não come, não
dorme, por vezes bebe. Tenta recupe-
rar forças para encarar a filha.
Tenta recuperar a identidade, a
certidão de nascimento, o apelido,
em contrapé com a torrente burocrá-
tica. Qual seria o seu emprego? Sa-
be-se lá! Em boa verdade, isso pou-
co importa. O emprego sumiu entre
as frestas da vida, a casa devolveu-o
à rua e a cidade permanece imóvel,
bloco em bruto, a Manhattan que o
reconduz ciclicamente ao bar onde
a filha trabalha, que lhe afiança o
retorno e, subitamente, lhe cerra a
porta. Alguns edifícios dessa cidade
são inexpugnáveis, tal o passado de
George.
Uma nota para Ben Vereen no pa-
pel de Dixon, o enérgico sem-abrigo
que decide acompanhar George, en-
tre a narração de feitos passados em
serões jazz que talvez não passem de
efabulações e problemas com dro-
gas, permite ao espectador recupe-
rar o fôlego da sucessão de misérias
apresentadas na tela. Moverman ser-
ve-se de um curioso artifício cénico
que quadra na perfeição o distancia-
mento do olhar que os sem-abrigo
convocam. Opta por filmar grande
parte das cenas do lado de fora dos
edifícios. Desta forma, o espectador
observa George através de janelas,
portas, vitrinas. A sua voz mistura-se
e, por vezes, dissipa-se no ruído am-
biente, perde-se na cidade sem fim.
Viver à Margem traça detalhada-
mente o esboço dos excluídos e reve-
la à contraluz as cicatrizes do sonho
americano. A fragilidade do sistema
de saúde, o preço dos seguros, a im-
potência da segurança social, a indi-
ferença perante o outro.
Estes já não são os tempos de “Na
Penúria em Paris e Londres” de
Orwell… Um fime que recomenda-
mos vivamente e que poderá ser visto
através do Youtube ou da NETFLIX.
AFONSO ALMEIDA
BRANDÃO
NGANI - Segunda-feira, 03 de Abril de 2023 P14