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Citação recomendada:Broitman, C., Cobeñas, P., Escobar, M., Grimaldi, V., & Sancha, I.
(2022). Um olhar ideológico sobre nossos estudos sobre matemática escolar e deficiência:
da segregação à inclusão. Arquivos de Ciências da Educação, 16(21),
e109. https://doi.org/10.24215/23468866e109
Resumo: Os autores analisam como seus estudos colocam em jogo uma perspectiva de
direitos humanos e uma visão não neutra da matemática escolar. Colocam em diálogo
contribuições conceituais de outros estudos didáticos que contemplam a diversidade com
sua preocupação com as condições para a inclusão de um trabalho matemático cooperativo
entre alunos com e sem deficiência. Eles discutem o modelo médico, os pressupostos
biológicos, bem como o viés aplicacionista de certas linhas da neurociência. Sintetizam
resultados de seus estudos em educação especial, em salas de aula multisseriadas rurais e
em salas comuns, apontando nelas a sobrevivência de certas práticas segregatórias. As
reflexões finais enfatizam como suas pesquisas desafiam as perspectivas pedagógicas atuais
no sistema educacional e nos convidam a reconhecer aspectos ideológicos do trabalho
didático.
Abstrair: Os autores analisam como seus estudos envolvem uma perspectiva de direitos
humanos e uma visão não neutra da matemática escolar. Relacionam contribuições
conceituais de outros estudos didáticos que contemplam a diversidade com sua
preocupação com as condições para uma educação inclusiva que promova o trabalho
matemático cooperativo entre alunos com e sem deficiência. Eles discutem o modelo
médico, os pressupostos biólogos, bem como o viés aplicacionista de certas linhas da
neurociência. Eles sintetizam os resultados de seus estudos em educação especial, em salas
de aula multisseriadas rurais e em salas regulares, apontando a persistência de certas
práticas segregacionistas. As reflexões finais enfatizam como sua pesquisa interpela as
perspectivas pedagógicas atuais no sistema educacional e convidam a reconhecer aspectos
ideológicos do trabalho didático.
O que foi dito até agora visa mostrar que tanto a perspectiva pedagógica
da Educação Inclusiva quanto a da Didática da Matemática de tradição
francesa apresentam uma sólida consistência ideológica e são consistentes
com uma abordagem que coloca os direitos dos sujeitos em primeiro lugar.
Para a Educação Inclusiva, o "outro" (como definido pelo sistema
educacional a partir de uma perspectiva normalizadora) é um sujeito de
direito em sua condição de ser humano e, como tal, tem o direito de
aprender. Para a Didática da Matemática o "outro" é uma matéria de direito
intelectual na medida em que pode aprender sob certas condições (mesmo
necessárias para serem estudadas e geradas por alunos com deficiência).
Testa Nesse cenário, uma das questões centrais é sobre os efeitos sobre
As concepções do mundo sobre os princípios teórico-ideológicos do
novo certo, a maneira pela qual eles contribuem para moldar uma
ideologia naturalizada sobre o social e o tipo de práticas escolares
que, a partir do produções que se desenvolvem em diferentes campos
do conhecimento, estão alcançando estabelecer com a força do
legítimo.
Este legitimidade, cuja forma manifesta é a resignação diante da
marginalização de vastos grupos sociais, é construído através de cada
vez mais sutil e Expressões eufemizadas de racismo, que perturbam os
modos de socialização das novas gerações. Entende-se, assim, que os
próprios excluídos, neste Capitalismo sem restrições e sem
maquiagem, internalize em sua autoimagem que o seu O destino é
algo natural. (Llomovate e Kaplan, 2005, p. 15-16)
Sim Nossa identidade é que somos todos iguais, e ela é definida não
apenas pelo abstração legal de nivelar-nos e equiparar-nos a todos os
cidadãos, mas Até porque todos nos comportamos da mesma maneira,
vamos falar da mesma forma. linguagem, vamos ter os mesmos heróis
e aprender as mesmas coisas, então Quem persistir em afirmar sua
diversidade será percebido como um perigo para essa identidade
coletiva, ou como sujeitos inferiores que ainda não o fizeram atingiu
o nosso grau de civilização. Acreditamos que este é o padrão básico
com o que as diferenças em nossas escolas foram processadas. Um
variedade de hierarquias, classificações e desqualificações dos
sujeitos, cristalizando a diferença, como inferioridade, deficiência ou
incapacidade, ignorância, incorregibilidade. (Dussel, 2004, p. 309-
310)
Este autor constata que uma ideia que sustenta as intervenções dos
professores é a de que os erros se devem ao não domínio do conhecimento
ou do saber-fazer. Eles geralmente são corrigidos rapidamente,
substituindo-os por respostas corretas e priorizando as respostas ao
raciocínio subjacente a eles. Em geral, os alunos são convidados a falar para
que possam oferecer as respostas corretas, mas é a voz dos professores
que se encarregam de comentar os erros e, ao mesmo tempo, corrigi-los.
Ele ressalta que erros muito esporádicos são analisados pelos alunos ou
propostos pelo professor para interpretação conjunta.
Perrin Glorian revela que, por vezes, o ensino dirigido a alunos "com
dificuldades" recorre a problemas específicos que se baseiam na realidade
quotidiana. Charlot (1991) também enfatiza criticamente esse tipo de
intervenção diante das dificuldades dos alunos e afirma que ela obedece à
hipótese de que esse apelo facilitaria a compreensão. Perrin Glorian aponta
que essa decisão pode instalar um verdadeiro mal-entendido entre o
professor e certos alunos, um localizado na lógica matemática, o outro na
lógica da vida cotidiana. Nos termos de Charlot, poderíamos considerar
que o professor está tentando apelar para o "sujeito epistêmico", mas suas
decisões realmente desafiarão o "sujeito empírico" sem favorecer a
entrada em uma maneira de se ligar à matemática escolar.
Tanto nas atividades realizadas em sala de aula quanto nas palavras dos
professores, foi possível perceber que o objetivo do ensino de matemática
encontra seu significado na utilidade para o cotidiano. Lembrando o
número de telefone, endereço e conhecimento prático são alguns exemplos
identificados. A utilidade torna-se o fim do ensino: funcionar de forma
autônoma em suas vidas diárias. Essa orientação é uma das finalidades
reconhecidas na produção curricular local; No entanto, acreditamos que
não deve ser o único. A priorização dessa intenção exclui outras
finalidades, principalmente aquela intenção formativa que busca imergir
os alunos na cultura matemática a partir de uma posição de produtores de
conhecimento.
Um fenômeno que nos chamou a atenção ao longo deste estudo foi o fato
de que as escolas rurais foram escolhidas para que as crianças com
deficiência iniciassem o ensino fundamental mesmo quando residissem
em áreas urbanas. Às vezes, essa decisão era tomada pelas famílias ou
recomendada pela escola especial ou jardim de infância que os alunos
frequentavam. Perguntamo-nos por que as famílias decidem ou aceitam a
decisão de matricular ou transferir seus filhos para uma escola rural
quando vivem em áreas urbanas. A partir dos dados foi possível saber que
algumas das razões para estas decisões assentam no pressuposto de uma
menor procura de alunos, bem como de uma maior flexibilidade nos
tempos de avaliação e acreditação. A explicação também foi identificada de
que menos alunos promovem maiores possibilidades de atendimento
personalizado.
Considerações Finais
Referencias bibliográficas.
Broitman, C., Cobeñas, P., Dibene, L., Escobar, M, Falco, L, González, E.,…
Grimaldi, V. (septiembre, 2018). ¿Qué matemáticas escolares viven hoy
en las aulas de educación especial? Ponencia presentada en las
Terceras Jornadas de Enseñanza, Capacitación e Investigación en
Ciencias Naturales y Matemática, Buenos Aires, Argentina.
Grimaldi, V., Cobeñas, P., Filardi, M., Murúa, L., Herrero, G., Villanueva,
A.,… Sancha, I. (mayo, 2019). Enseñar y aprender matemática en aulas
de educación primaria con alumnos con y sin discapacidad. Ponencia
presenta en las V Jornadas de Enseñanza e Investigación Educativa en
el campo de las Ciencias Exactas y Naturales. Ensenada, Argentina:
Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación, Universidad
Nacional de La Plata.
Howard, S., San Martin, C., Salas, N., Blanco, P. y Díaz, C. (2018).
Oportunidades de aprendizaje en matemáticas para estudiantes con
discapacidad intelectual. Revista Colombiana de Educación, 74, 197-
219.
Anotações