O documento resume um capítulo de um livro sobre as linguagens sobre Jesus. A linguagem neopentecostal distorce as Escrituras e interpreta-as de forma livre, atribuindo promessas de Deus como obrigações. Ela também vê a prosperidade como sinal de bênção divina e o sofrimento como maldição. Além disso, a teologia neopentecostal é fragmentada e segue líderes sem hierarquia.
Descrição original:
Resenha sobre o Capítulo III do livro "Linguagens Sobre Jesus".
O documento resume um capítulo de um livro sobre as linguagens sobre Jesus. A linguagem neopentecostal distorce as Escrituras e interpreta-as de forma livre, atribuindo promessas de Deus como obrigações. Ela também vê a prosperidade como sinal de bênção divina e o sofrimento como maldição. Além disso, a teologia neopentecostal é fragmentada e segue líderes sem hierarquia.
O documento resume um capítulo de um livro sobre as linguagens sobre Jesus. A linguagem neopentecostal distorce as Escrituras e interpreta-as de forma livre, atribuindo promessas de Deus como obrigações. Ela também vê a prosperidade como sinal de bênção divina e o sofrimento como maldição. Além disso, a teologia neopentecostal é fragmentada e segue líderes sem hierarquia.
O Cap. III denominado “A Linguagem Neopentecostal” do livro As Linguagens Sobre
Jesus aponta as deformidades que existem nessa linguagem, não diferente das demais tratadas nos capítulos anteriores, é uma linguagem distorcida, voltada aos moldes individuais, seja da pessoa ou do grupo que se relaciona com as Escrituras. Nessa linguagem, a interpretação é bem livre, ou melhor, libertinada ao ponto de ignorar demasiadamente o contexto no qual o texto foi escrito. Ao relerem, os neopentecostais atribuem muitos imperativos acerca das verdades bíblicas, do que é promessa de Deus, como se Ele fosse obrigado a cumpri-la, ou como se a promessa fosse algo do qual acreditam e não um projeto diferente, mais especificamente, como se fossem bonanças desejadas a promessa de Deus. A crítica é bem clara e coerente ao afirmar que a fé ganha a mesma caricatura que uma varinha de condão por meio da qual se realiza todos os desejos que o indivíduo diz ser promessa que Deus vai cumprir, geralmente, são ligadas a bens: riqueza, bom emprego e estabilidade de vida, saúde, milagres miraculosos, etc.
Uma observação perspicaz é feita com relação ao pentecostalismo e ao
neopentecostalismo: a importância que cada um dá ao significado da obra de Jesus, quer dizer, no tradicional, a libertação proporcionada por Jesus é mais voltada a salvação, enquanto a outra corrente é mais no sentido espiritual, contra os demônios. Faz sentido, já que no neopentecostalismo, há um foco maior nos exorcismos. O problema é que a visão dos que crescem nesse meio fica distorcida proporcionando a tendenciosa maneira de ver as coisas negativas ou sofridas da vida como uma consequência espiritual, negando a culpabilidade ou imprudência da pessoa e acusando um suposto espírito mau ou demônio, ou coisa do tipo. Essa observação não é citada, mas é uma possibilidade que pode ser facilmente pensada levando em conta o fato de o indivíduo ser muito influenciado pelos meio pelas experiências que teve.
Outro dado importante marcado acerca do neopentecostalismo é a sua fragmentação
teológica, ou seja, eles não seguem uma linha específica, escolhem no modo como crer e, como os líderes não tem uma relação entre si muito direta, nem segue qualquer hierarquia, são distintas, não objetivas mesmo sendo neopentescostais, mas há uma ideia: o neopentecostal, para ser considerado abençoado, não pode ter problemas, ou ao menos não desastrosos, deve ter certo grau de prosperidades. Se não for assim, está sendo refém do diabo, tem pouca fé, é infiel. E relação com Deus/Jesus, enfim, com o Senhor é um tanto interesseira de modo que o indivíduo exige e Deus atende, ou melhor, deve atender. Outro detalhe um tanto esquisito é que Jesus é uma espécie de bode-expiatório: ele já sofreu as nossas dores e sofrimento e as levou com Ele, as exterminou ao ressuscitar, então, não temos mais que sofrer, se sofrermos é maldição. Dinheiro, saúde, vida boa (sem sofrimento), bonança, são todos sinais de bênção.
A linguagem neopentescotal de Jesus é, de fato, intrigante. É retrógada com relação à
questão dos sinais de bênção como prosperidade, é muito similar ao mercado no sentido de atração de novos fiéis, pois oferece muitas promoções fáceis, não no sentido de cargos, mas de bens mesmo, recompensas. A tática atrativa passa pela empatia, como a estratégia das propagandas que precisam seduzir o indivíduo pela afetividade sutil. O neopentecostalismo acaba sendo um modo triste de se ver a relação com Deus, a pessoa de Jesus, enfim, a vida religiosa como um todo.