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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS

VANESSA FREITAS VICENTE R.A.142.212

SÍNTESE DO CAPÍTULO 6: A CRISE DA ORDEM COLONIAL (1919-1939)

In: HISTÓRIA CONCISA DA ÍNDIA MODERNA. São Paulo: Edipro, 2013

Guarulhos 2022
METCALF, Barbara e METCALF, Thomas. História Concisa da Índia Moderna. Cap. 6
"A crise da ordem colonial (1919-1939)." p.194-201.

“A História Concisa da Índia Moderna”, livro escrito por Barbara D. Metcalf,


professora de História Emérita da Universidade da Califórnia, Davis; e Thomas R.
Metcalf, historiador especializado nos temas da Índia Colonial e do Imperialismo
Britânico, e professor emérito de Estudos da Índia da Universidade de Berkeley,
Califórnia. A narrativa concentra-se no tema fundamentalmente político das estruturas
sociais, econômicas e institucionais que sustentaram e transformaram sucessivamente a
Índia, primeiro sob o domínio colonial britânico e, em seguida, após 1947, como um país
independente.

A síntese a seguir trata do capítulo sobre a história indiana a partir da crise do


domínio colonial britânico. O capítulo se inicia identificando o ano de 1919 como divisor
de águas na história moderna da Índia, tendo como seu maior representante a figura
mundialmente emblemática de Mohandas K. Gandhi. Os objetivos da administração
britânica, conforme declarado em 1917 por Edwin Montagu, político do Partido Liberal
britânico, eram de conceder à Índia um progressivo desenvolvimento de suas instituições
políticas e governamentais, conforme bem lhes parecesse. A ideia era um governo
dualista – Diarquia – no qual se divida as funções do governo: o governo central sob
domínio inglês e alguns setores sob controle de ministros indianos.

O governo diárquico desagradou sistematicamente os nacionalistas indianos, os


quais já vinham desde muito reivindicando o “autogoverno”. Em 13 de abril de 1919, a
população de Amritsar, cidade da província de Punjab, no norte da Índia, realizou uma
manifestação pacífica contra a dominação colonial, o que resultou no fuzilamento de 370
manifestantes e mais de mil feridos (METCALF e METCALF. 2013, p.194). Foi nesse
cenário, acrescido dos descontentamentos em diversos seguimentos da sociedade indiana
que surge Gandhi, pregando a revolução pacifista de não cooperação e a transformação
moral não apenas dos indianos, mas de toda a sociedade humana. Para tanto, Gandhi
precisou firmar aliança com diversas comunidades da sociedade indiana e membros do
Congresso, como os muçulmanos do khilafat. Com o término da primeira campanha
gandhiana de não cooperação, as relações no congresso se tornaram bem mais difíceis e
os movimentos nacionalistas brutalmente retaliados pelos britânicos. Apesar dos esforços
britânicos de contenção à Gandhi, seu protesto não violento continuou a desafiar o
domínio inglês.

Gandhi também usou o julgamento para exprimir de maneira sensacional


elementos centrais do seu estilo político. (...) No processo, adotou noções
britânicas de “justiça”, mas também as repudiou, por serem incompatíveis
com o colonialismo. Ao mesmo tempo, ao atrair o sofrimento para si próprio,
ele incrementou seu papel de santo que faz sacrifícios para o bem de todos.
(METCALF e METCALF. 2013, p.209).

Após a guerra, os efeitos destrutivos na economia e nos meios de subsistência


levou ao surgimento de movimentos de classes na Índia, como os movimentos
camponeses (que deu origem ao Partido Nacional Ruralista); e greves entre trabalhadores
das fábricas (formando os primeiros Sindicatos Trabalhistas da Índia);

A segunda rodada da campanha gandhiana se deu entre 1927 e 1934, após uma
tentativa fracassada do governo britânico de impor uma retomada da dominação inglesa,
alegando que o resultado do progresso constitucional da Índia só seria possível sob o
predomínio britânico. O marco dessa segunda campanha se deu em março de 1930
quando Gandhi realizou a marcha de 380km em direção ao mar, seguida pela marcha do
sal. A figura frágil de Gandhi mobilizou não apenas a Índia, mas o mundo todo. O
movimento de desobediência civil se espalhou pelo país e alcançou grupos que até então
não haviam se manifestado, como grupos femininos, muçulmanos e de castas variadas. O
extenso período de lutas tornou o Congresso Nacional Indiano forte e disciplinado em
seus ideais nacionalistas, garantindo domínio político até os anos de 1970.

BIBLIOGRAFIA

METCALF, Barbara D.; METCALF, Thomas R. A crise da ordem colonial, 1919-1939.


In: História concisa da índia moderna. São Paulo: Edipro, 2013.

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