Materiais e Métodos

O estudo teve início após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa COEP-

UFMG (CAAE: 55890422.2.0000.5149) e assinatura do Termo de Assentimento
Livre e Esclarecido – TALE.
Amostra
12 mulheres e 7 homens, atletas de atletismo sub-18 do Centro de Treinamento
Esportivo da Universidade Federal de Minas Gerais, com idade média de 16,6 ±
1,22 anos, massa corporal média 60,2 ± 7,7 kg e estatura média de 1,71 ± 0,09
m pertencentes as equipes de corridas de velocidade, saltos, arremessos e
lançamentos e provas combinadas.
Antropometria
Foi realizado avaliação antropométrica individual com balança controle corporal
por bioimpedância TEC-117 da marca Techline e Estadiômetro Portátil Personal
Caprice Sanny – ES2060, previamente, calibrados para determinação da massa
corporal (kg) e altura (cm), respectivamente (Sanny, Brasil). Ambas medidas
foram realizadas seguindo o protocolo de Petroski (1999).
Procedimentos de Coleta
Foram utilizadas 11 câmeras PRIME 17w, 200Hz, sistema Optitrack®, e duas
plataformas de força triaxiais AMTI® Model OR6-7-1000, 1000Hz, interligadas no
software de análise de imagem Motive MTV-BDY. A frequência de amostragem
foi 200 quadros/segundo. Foram fixados 30 marcadores retro reflexivos em
posições anatômicas e geométricas dos atletas que possibilitaram a
reconstrução da imagem no software Visual 3D (C-motion Inc., Germantown,
MD, USA). Cada atleta realizou 3 saltos, com intervalo de 1 minuto entre eles. A
aplicação desse teste foi feita no início das sessões de treinamento, após o
aquecimento, para que os atletas estivem em um estado ótimo de condição
física.
Tratamento de Dados
Foi somado os valores referentes às duas plataformas de força em cada eixo (X,
Y e z) e calculado a norma da força de reação do solo. Para o cálculo da altura
máxima em cada método foi utilizado a média das 3 tentativas para cada atleta
e, para a análise estatística entre os métodos, foi utilizada a média dos valores
obtidos em cada um deles.
Cálculo Altura do Salto
A avaliação da altura do salto foi realizada por meio da cinemática com a
filmagem 3D e da dinamometria com a plataforma de força, totalizando 5
métodos de cálculo:
1) Deslocamento vertical do centro de massa analisado pela 3D high-speed
motion capture (HSMC): foi estabelecido a altura do centro de massa no
 momento inicial do salto e a altura máxima dele e obteve-se a diferença
entre eles.

2) Deslocamento vertical do centro de massa (DCOM): obtido através da

subtração da massa do atleta da norma da força de reação do solo, e da
dupla integração para obter a posição. Então, foi calculada a diferença
entre a posição máxima e a inicial.

3) Teorema do Impulso-Momento (IM):

a) 𝐼𝑚𝑝𝑏𝑤 = 𝑏𝑤 × 𝑚𝑎𝑥𝑡𝑖𝑚𝑒
Impulso peso corporal
b) 𝑣𝑒𝑙𝑡𝑜𝑖𝑚 = (𝐼𝑚𝑝𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − 𝐼𝑚𝑝𝑏𝑤 )⁄𝑏𝑚
Velocidade de saída método Impulso-Momento
c) 𝐻𝑖𝑚 = (𝑣𝑒𝑙𝑡𝑜𝑖𝑚 2 )/2 × 𝑔
Altura de salto método Impulso-Momento

4) Teorema do Trabalho-Energia Cinética (WE):

a) 𝑊𝑔𝑟𝑓 = 𝑡𝑟𝑎𝑝𝑧(𝑃𝑜𝑠 × 𝐹𝑜𝑟𝑐𝑒)
Trabalho realizado pela força de reação do solo
b) 𝑏𝑤𝑚 = 𝑙𝑖𝑛𝑠𝑝𝑎𝑐𝑒(𝑏𝑤, 𝑏𝑤, 𝐹𝑒𝑛𝑑 )
Criação de um vetor para calcular o trabalho realizado pelo peso
corporal
c) 𝑤𝑏𝑤 = 𝑡𝑟𝑎𝑝𝑧(𝑃𝑜𝑠, 𝑏𝑤𝑚 )
Trabalho realizado pelo peso corporal
d) 𝑣𝑒𝑙𝑡𝑜𝑤𝑒 = √((𝑤𝑔𝑟𝑓 − 𝑤𝑏𝑤 ) × 2)/𝑏𝑚
Velocidade de saída método Trabalho-Energia
e) 𝐻𝑤𝑒 = (𝑣𝑒𝑙𝑡𝑜𝑤𝑒2 )/2 × 𝑔
Altura de salto método Trabalho-Energia

5) Tempo de Voo (FT):

a) 𝑣𝑒𝑙𝑡𝑜𝑓𝑡 = (𝑔 × 𝐹𝑡)/2
Velocidade de saída método Tempo de Voo
b) 𝐻𝑓𝑡 = (𝑣𝑒𝑙𝑡𝑜𝑓𝑡 2 )/2 × 𝑔
Altura de salto método Tempo de Voo

Análise Estatística
Os dados foram expressos em média ± desvio padrão e o nível de significância
estabelecido foi em 5%. As diferenças entre as alturas foram identificadas
através da one-way ANOVA com medidas repetidas. As análises foram
conduzidas através de rotinas específicas criadas no software MatLab 2020b
(The MathWorks Inc, Natick, Massachusetts, EUA).