Você está na página 1de 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIOS DE FÍSICA EXPERIMENTAL BÁSICA
PROFESSOR JOSÉ COELHO NETO

Nome: Júlia Silva Mendonça Batista


Curso: Engenharia de Controle e Automação Turma: PS8A
Nome: Pedro Henrique de Oliveira Nunes
Curso: Engenharia de Controle e Automação Turma: PS8A
Data de realização do experimento: 28/06/2022

Movimento Retilíneo com Aceleração Constante


Objetivo:
Analisar o movimento de um objeto que se desloca sob a ação de uma força constante.

Teoria básica resumida:

𝐹 = 𝑚𝑎, segunda lei de Newton


𝑑𝑥
𝑣= , variação da posição em função do tempo
𝑑𝑡
𝑑𝑣
𝑎= , variação da velocidade em função do tempo
𝑑𝑡

Sabendo que a segunda lei de Newton é regida pela equação anteriormente apontada, temos que
o MRUV corresponde àquela cuja variação da velocidade ocorre a uma taxa constante e em uma
trajetória de linha reta, e por meio de da equação da variação da posição em função do tempo e da
equação variação da velocidade em função do tempo, é possível concluir a equação horária da posição:

𝑑𝑣 𝑣−𝑣𝑜 𝑑𝑥
𝑎= → 𝑎= , tomando 𝑡𝑜 = 0 → 𝑣 = 𝑣𝑜 + 𝑎𝑡, igualando a 𝑣 = , temos
𝑑𝑡 𝑡−𝑡𝑜 𝑑𝑡

𝑑𝑥
= 𝑣𝑜 + 𝑎𝑡 → 𝑑𝑥 = 𝑣𝑜 . 𝑑𝑡 + 𝑎𝑡 . 𝑑𝑡, integrando no intervalo de 0 a 𝑡, temos
𝑑𝑡
𝑡 𝑡 𝑡 𝑡
∫0 𝑑𝑥 = ∫0 𝑣𝑜 . 𝑑𝑡 + 𝑎𝑡 . 𝑑𝑡 → 𝑥 − 𝑥𝑜 = 𝑣𝑜 ∫0 𝑑𝑡 + 𝑎 ∫0 𝑡 . 𝑑𝑡 , resultando em:
1
𝑥 = 𝑥𝑜 + 𝑣𝑜 . 𝑡 + 2 𝑎𝑡² , equação horária da posição MRUV

Material:
• Computador;
• Interface;
• Sensor de movimento (sensibilidade 0,2mm);
• Trilho de ar;
• Massas (m ≈ 10g e 50g);
• Carrinho (m ≈ 191g);
• Fio de algodão;
• Trena.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIOS DE FÍSICA EXPERIMENTAL BÁSICA
PROFESSOR JOSÉ COELHO NETO

• Procedimentos:

1. Configurou-se a interface que é responsável por registrar os dados adquiridos pelo sensor durante
o experimento.
2. Ligou-se o fluxo de ar, colocou-se o carrinho sobre o trilho;
3. Adicionou-se um peso à extremidade do fio e iniciou-se os processos de medições no software, que
por sua vez, desenvolveu gráficos de forma automática da posição, velocidade e aceleração.

Dados Obtidos:

Esboço dos gráficos de posição, velocidade e aceleração, todos em função do tempo, para MRUV

O experimento a ser analisado refere-se a um sistema tracionado cujo um objeto 𝐶 de massa 𝑚1


sobre um trilho é deslocado por meio do peso do objeto 𝐷, de massa 𝑚2 . Com isso, por meio da tração
e da aceleração da gravidade, 𝐷 gera movimento em 𝐶. Esse tipo de movimento pode ser analisado tanto
para planos horizontais quanto inclinados.

Diagrama de forças no plano inclinado

Para esse plano, sendo a corda inextensível, temos que a aceleração é a mesma para os dois
blocos. Decompondo a força peso de 𝑚1 , podemos encontrar 𝑃1𝑥 e 𝑃1𝑦 :
𝑃𝑥 𝑃𝑦
𝑠𝑒𝑛 𝜃 = → 𝑃𝑥 = 𝑃 . 𝑠𝑒𝑛 𝜃, e 𝑐𝑜𝑠 𝜃 = → 𝑃𝑦 = 𝑃 . 𝑐𝑜𝑠 𝜃
𝑃 𝑃

A resultante do corpo 𝐴 é responsável pelo movimento do sistema, e ainda 𝑁 = 𝑃1𝑦 e


𝑇1 = 𝑇2 .
Para o bloco A, temos:
𝐹𝑟𝑥 = 𝑇 − 𝑃1𝑥 → 𝑚1 𝑎 = 𝑇 − 𝑚1 𝑔 𝑠𝑒𝑛 𝜃, e a 𝐹𝑟𝑦 = 𝑃1𝑦 − 𝑁 = 0
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIOS DE FÍSICA EXPERIMENTAL BÁSICA
PROFESSOR JOSÉ COELHO NETO

Para o bloco B, temos: 𝐹𝑟𝑦 = 𝑃2 − 𝑇 → 𝑚2 𝑎 = 𝑚2 𝑔 − 𝑇 → 𝑇 = 𝑚2 𝑔 − 𝑚2 𝑎

Substituindo 𝑚1 𝑎 = 𝑚2 𝑔 − 𝑚2 𝑎 − 𝑚1 𝑔 𝑠𝑒𝑛 𝜃 → 𝑎(𝑚1 + 𝑚2 ) = (𝑚2 − 𝑚1 𝑠𝑒𝑛 𝜃)𝑔


(𝑚2 −𝑚1 𝑠𝑒𝑛𝜃)
𝑎= 𝑔, aceleração do sistema
(𝑚1 +𝑚2 )
𝑚2
𝑎 = (𝑚 𝑔, equação para planos horizontais, em que 𝜃 = 0º
1 +𝑚2 )

Análise:

Como citado nos procedimentos realizados, foram plotados três gráficos pelo software a partir das
medições realizadas pelo sensor, denominados respectivamente, para fins de explicações, gráfico 1,
gráfico 2 e gráfico 3.

Com isso, obtivemos os valores dos coeficientes em cada situação, o que nos possibilita analisar a
aceleração por diferentes meios.
Por meio dos dados fornecidos pelo gráfico 1, foi viável interpretar a equação horária da posição
MRUV para o plano horizontal. Em seguida, com 𝑎2 (coeficiente angular) foi calculada a aceleração.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIOS DE FÍSICA EXPERIMENTAL BÁSICA
PROFESSOR JOSÉ COELHO NETO

𝑥 = 0,000397 + 0,0202 𝑡 + 0,227 𝑡² , equação da posição para plano


horizontal
1
𝑎 = 0,227 → 𝑎 = 0,454 𝑚/𝑠², valor da aceleração
2
𝛥𝑥 = 2𝑎 → 𝛥𝑥 = 2 . 0,0003 → 𝛥𝑥 = 6,2 ∗ 10−4 , incerteza do valor da
aceleração

Agora, tomando para análise o sistema de plano inclinado, foram gerados os gráficos da posição,
velocidade e aceleração, desta vez associada ao plano inclinado.
Gráfico 4

Gráfico 5
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIOS DE FÍSICA EXPERIMENTAL BÁSICA
PROFESSOR JOSÉ COELHO NETO

Gráfico 6

𝑥 = −0,0008 + 0 𝑡 + 0,2778 𝑡², equação da posição para plano inclinado


1
𝑎 = 0,2778 → 𝑎 = 0,5556 𝑚/𝑠², valor da aceleração
2
𝛥𝑥 = 2𝑎 = 2 . 0,0009 → 𝛥𝑥 = 0,0018 → 𝛥𝑥 = 0,002 𝑚/𝑠², incerteza

Tomando o coeficiente angular 𝑎 do gráfico 5, da velocidade, concluímos que o valor da aceleração é


0,5 ± 0,1 𝑚/𝑠². Ao comparar os dois valores obtidos com o valor obtido por meio do gráfico 6, este
sendo 0,55 ± 0,02 𝑚/𝑠², conseguimos averiguar a existência da aproximação desses valores. Desse
modo, calculando a aceleração, obtemos:

(30,0−183,2 .𝑠𝑒𝑛 5,5)


𝑎= 9,78 → 𝑎 = 7,3054 𝑚/𝑠², aceleração
(183,2+30,0)

𝛥𝑚1 2 𝛥(𝑚2 − 1) 2 𝛥(𝑚1 + 𝑚2) 2 𝛥𝑔 2 𝛥𝜃 2


𝛥𝑎 = 𝑎√( ) +( ) +( ) +( ) +( )
𝑚1 (𝑚2 − 1) (𝑚1 + 𝑚2) 𝑔 𝜃

0,1 2 0,1 2 0,2 2 0,05 2 0,5 2


𝛥𝑎 = 7,3054√( ) +( ) +( ) +( ) +( )
183,2 29,0 213,2 9,78 5,5

𝛥𝑎 = 0,6657 → 𝛥𝑎 = 0,7 𝑚/𝑠², incerteza


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIOS DE FÍSICA EXPERIMENTAL BÁSICA
PROFESSOR JOSÉ COELHO NETO

Discussão e Fechamento:

Por meio do experimento realizado, foi possível compreender os comportamentos do MRUV. Com os
dados experimentais fornecidos foram plotados os gráficos de posição, velocidade e aceleração em
função do tempo. Dessa forma, foi possível obter os coeficientes e, por meio deles, o valor da aceleração
do sistema.
Ademais, para o plano horizontal, obtivemos, por meio do gráfico de posição x tempo, obtivemos:
𝑎 = 0,454 ± 6,2 ∗ 10^(−2) 𝑚/𝑠².
Enquanto, para o plano vertical, de mesmo modo foi possível calcular o valor da aceleração por meio
do gráfico de posição x tempo, e, concluímos que esse valor é igual a:
𝑎 = 0,556 ± 0,002 𝑚/𝑠².

Referências Bibliográficas:

Física Experimental Básica na Universidade, Departamento de Física – Instituto de Ciências Exatas


– Universidade Federal de Minas Gerais, Edição Junho/2018, Belo Horizonte – MG.

MOVIMENTO Retilíneo com Aceleração Constante. [S. l.]: Departamento de Física – Instituto de
Ciências Exatas – Universidade Federal de Minas Gerais, 2020. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=cZndfFpU9Io&ab_channel=Laborat%C3%B3riodeF%C3%ADsic
aExperimentalB%C3%A1sicaUFMG. Acesso em: 24 junho 2022.

Você também pode gostar