Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
PROTOCOLO DE PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS No. 13.II
Critérios Diagnósticos:
A gota secundária, que pode apresentar um componente hereditário, está relacionada a causas
adquiridas de hiperuricemia, que podem ser por aumento do catabolismo e conversão de purinas
(doenças mieloproliferativas, doenças linfoproliferativas, carcinoma e sarcoma disseminados,
anemias hemolíticas crônicas, doenças citotóxicas e psoríase), ou por diminuição da depuração renal
de ácido úrico, causada por doença renal intrínseca ou por alteração funcional do transporte tubular:
a)induzida por drogas(por exemplo tiazídicos); b)hiperacetoacidemia (por exemplo, por cetaoacidose
diabética ou jejum); c)hiperlactacidemia (por exemplo, acidose láctica, alcoolismo); d)diabete insípido
(resistente à vasopressina); e)Síndrome de Bartter; f)intoxicação por chumbo.
2
Cerca de 90% dos pacientes com gota secundária são homens, usualmente acima de 30 anos de
idade. Em mulheres o início ocorre geralmente após a menopausa.
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento
técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
3
IV – PARÂMETROS QUE TÊM SIDO UTILIZADOS PARA AVALIAR,
SOB O PONTO DE VISTA ESTRITAMENTE MÉDICO, A NATUREZA E
O GRAU DA “DEFICIÊNCIA” OU “DISFUNÇÃO” EVENTUALMENTE
PRODUZIDOS POR ESTA DOENÇA
“Deficiência” ou “disfunção” (“impairment”), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é
“qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica”. Por
exemplo, após um acidente vascular cerebral (AVC), a paralisia do braço direito ou a disfasia serão
“deficiências” ou “disfunções”, isto é, sistemas ou partes do corpo que não funcionam, e que,
eventualmente irão interferir com as atividades de uma vida diária “normal”, produzindo, neste caso,
“incapacidade”.
A avaliação médica da deficiência - se e quando necessária - está justificada pela constatação de que
o diagnóstico de “gota induzida pelo chumbo”, por sí só é insuficiente para dar uma idéia da
gravidade, das repercussões sobre o desempenho do paciente, e mesmo do prognóstico.
Olhada pela perspectiva da intoxicação pelo chumbo, há que se levar em conta os níveis de
plumbemia, porém, muito especialmente a possibilidade de que estes níveis sangüíneos possam,
também, estar causando dano e eventual deficiência ou disfunção, em outros órgãos, aparelhos,
sistemas ou tipos de células. A função renal deverá ser especialmente explorada. A Lista A do Anexo
II do Decreto 3.048/99 relaciona as doenças mais conhecidas (15 doenças).
Frente a caso de gota induzida pelo chumbo, sem outras manifestações clínicas relacionadas ao
chumbo - o que é muito raro -, a disfunção ou deficiência será avaliada em função da dor ou limitação
de movimentos do segmento afetado, mais freqüentemente dedos da mão. Se presente, a disfunção
deverá estar limitada no tempo, não se esperando que ocorram seqüelas permanentes que produzam
disfunções permanentes no paciente/trabalhador.
4
ocupacionais a “agentes patogênicos” sensibilizantes ou de efeito cumulativo
Eventual existência de hipersuscetibilidade do segurado ao “agente patogênico” relacionado com
a etiologia da doença
Dispositivos legais pertinentes (por exemplo: Normas Regulamentadoras do Ministério do
Trabalho, ou de órgãos da Saúde, ou acordos coletivos, ou profissões regulamentadas, etc.)
Idade e escolaridade do segurado
Suscetibilidade ou potencial do segurado a readaptação profissional
Mercado de trabalho e outros “fatores exógenos”
Contudo, a legislação previdenciária vigente não contempla todas estas alternativas, e se espera que
o médico-perito se pronuncie sobre:
A existência (ou não) de “incapacidade laborativa” no curto-prazo, com o correspondente
benefício previdenciário do “auxílio-doença”, como regulamentado pelos Arts. 71 a 80 do Decreto
3048/99.
A concessão (ou não) de “auxílio-acidente”, “concedido, como indenização, ao segurado
empregado (...) quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer
natureza, resultar seqüela definitiva” que se enquadre nas condições estabelecidas pelo Art. 104
do Decreto 3048/99.
A concessão (ou não) de “aposentadoria por invalidez” devida ao segurado que, “estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência” , nas condições estabelecidas pelos
Arts. 43 a 50 do Decreto 3048/99.
5
PROTOCOLO DE PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS No. 13.III
Na CID-10, no agrupamento das artroses (M15-M19), o termo osteoartrite é utilizado como sinônimo de
artrose ou osteoartrose. O termo primário vem sido utilizado com o seu significado usual em clínica,
quando não se identifica a afecção subjacente ou determinante.
O termo osteoartrite leva freqüentemente a confusão, por sugerir inflamação da articulação, porém não
há resposta inflamatória, sendo mais correto usar o termo osteoartrose.
O quadro clínico é caracterizado por sintomas e sinais inflamatórios discretos, como dor, e rubor nos
tendões e/ou articulações acometidos. Em casos graves pode ocorrer deformidade da articulação. Na
artrite carpo-metacarpal o principal risco ocupacional envolve os trabalhos de repetição do movimento de
pinça. Ao exame clínico os sintomas podem ser facilmente reproduzidos ao se repetir o movimento.
Critérios Diagnósticos:
Entre as causas da artrose são considerados fatores gerais, constitucionais, ligados ao metabolismo e
problemas endócrinos, e fatores locais, agindo direta e indiretamente e afetando o indivíduo em
6
qualquer idade, tais como luxação ou sub-luxação articular, osteocondrites, epifiolise, pioartrite, artrite
reumatóide, osteocondrite dissecante, necrose asséptica, etc. Em certos casos de acometimento de
trabalhadores, jovens, a patogênese parece estar associada a movimentos ou impactos repetitivos sobre
determinadas articulações.
As artroses, em determinados grupos ocupacionais (como os exemplificados acima, mas não a eles
restritos), onde ocorre excesso de movimentos ou impactos repetitivos sobre determinadas
articulações, podem, portanto, ser classificadas como “doenças relacionadas com o trabalho”, do
Grupo II da Classificação de Schilling, posto que o “trabalho” ou a “ocupação” podem ser
considerados como fatores de risco, no conjunto de fatores de risco associados com a etiologia
multicausal destas afecções articulares. “Trabalho” ou “ocupação” podem ser consideradas como
concausas.
7
No caso de doenças relacionadas com o trabalho, do tipo II, foram as outras causas gerais, não
ocupacionais, devidamente analisadas e, no caso concreto, excluídas ou colocadas em hierarquia
inferior às causas de natureza ocupacional?
Grau ou intensidade da exposição: é ele compatível com a produção da doença?
Tempo de exposição: é ele suficiente para produzir a doença?
Tempo de latência: é ele suficiente para que a doença se desenvolva e apareça?
Há o registro do “estado anterior” do trabalhador segurado?
O conhecimento do “estado anterior” favorece o estabelecimento do nexo causal entre o “estado
atual” e o trabalho?
Existem outras evidências epidemiológicas que reforçam a hipótese de relação causal entre a
doença e o trabalho presente ou pregresso do segurado?
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento
técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
A avaliação médica da deficiência - se e quando necessária - está justificada pela constatação de que
o diagnóstico de “artrose”, por sí só é insuficiente para dar uma idéia da gravidade, das repercussões
sobre o desempenho do paciente, e mesmo do prognóstico.
Para o sintoma dor, os Guides reconhecem que “sua avaliação não chega a padrões de sensibilidade
estritamente científicos. A dor crônica não é mensurável ou detectável pelo modelo de doença
clássico, baseado no enfoque de tecido ou órgão. A avaliação da dor requer o reconhecimento e a
compreensão do modelo multifacético, biopsicossocial, que transcende o modelo de doença limitado
e usual. A avaliação da disfunção por dor é baseada no treinamento do médico, na experiência, na
capacidade e habilidade. Como em outras áreas, o julgamento profissional do médico requer uma
mistura de arte e ciência”.
8
ou disfunção em alguma ou algumas das inúmeras tabelas que acompanham os Guides.
Outra referência internacional freqüentemente citada para a complexa tarefa de avaliar a natureza e o
grau da disfunção ou deficiência produzidos pelas doenças músculo-esqueléticas é o Baremo
Internacional de Invalideces (Valoración de las Discapacidades y del Daño Corporal, organizado por
Louis Mélennec, na França, e traduzido ao espanhol e publicado pela Masson S.A., 1997). No
Baremo Internacional, os seguintes critérios são utilizados para o estagiamento das disfunções de
apreensão e do membro superior:
Grupo 1 (Transtornos Funcionais Leves): os sintomas causam muito pouco incômodo. A dor,
se existe, é pouco intensa e intermitente, e a função das extremidades superiores é normal ou
quase normal; a exploração é normal ou evidencia anomalias que carecem de importância
funcional; a capacidade de esforço é normal: o paciente pode realizar com as extremidades
superiores esforços importantes ou muito importantes; a autonomia é total: não existem
dificuldades para levar a cabo as tarefas usuais da vida cotidiana.
Do mesmo modo, no Baremo Internacional, os seguintes critérios são utilizados para o estagiamento
das disfunções do aparelho locomotor: extremidades inferiores:
9
Grupo 1 (Transtornos Funcionais Leves): os sintomas causam muito pouco incômodo e não
são incapacitantes: para o paciente constituem apenas um simples incômodo (dores leves e
intermitentes, parestesias, etc.); a exploração é normal ou quase normal. Se existem anomalias,
estas são de escassa importância ou não significativas de um déficit funcional: cicatrizes,
dilatações venosas, reduzida ou muito reduzida limitação dos movimentos articulares, etc.; a
capacidade de esforço e o rendimento das extremidades inferiores é normal: o paciente pode
deambular, praticamente sem limitação de perímetro, realiza com normalidade atos como andar
depressa ou muito depressa, correr e subir escadas, e é factível a realização de atividades
desportivas; a autonomia no que diz respeito aos atos essenciais da vida cotidiana, os
deslocamentos e as atividades domésticas, é total.
10
carne, alimentar-se, servir-se de bebidas, ir ao banheiro, evacuar e limpar-se; autonomia
reduzida: o paciente, sozinho e sem ajuda, pode realizar 75% ou 50% ou 25%, etc. dos atos
essenciais da vida cotidiana, o que significa que precisa a ajuda de outra pessoa para realizar os
25%, 50%, 75% etc. restantes, na sua vida habitual. No casos mais graves, está acamado e
dependente por completo do seu entorno.
Outrossim, no Baremo Internacional, os seguintes critérios são utilizados para o estagiamento das
disfunções da coluna vertebral::
Grupo 5 (Transtornos Funcionais Muito Importantes): as afecções da coluna, por graves que
sejam, quase nunca dão lugar, por si só, a graus muito elevados de disfunção. São as
complicações secundárias (respiratórias, cardíacas, neurológicas, etc.) as que produzem
disfunções mais significativas. Os sintomas são muito importantes, penosos e incapacitantes:
dores intensas, rigidez, possível impotência das extremidades superiores e inferiores, dificuldade
11
respiratória, etc. O paciente é um grande inválido. A exploração clínica descobre graves
transtornos raquídeos e viscerais (pulmões, coração, sistema nervoso, etc.). O estado geral pode
ser normal, porém também pode estar mais ou menos gravemente alterado (fadiga,
emagrecimento, anorexia, etc.). A autonomia está comprometida em diversos graus:
possibilidade, no melhor dos casos, de que o paciente possa realizar, por si só e sem ajuda,
todos os atos que se consideram fundamentais da vida diária, com exceção dos demais;
possibilidade de levar a cabo a maioria dos atos da vida cotidiana, porém com necessidade da
ajuda de outra pessoa, para realizar algumas destas atividades; possibilidade de efetuar uma
parte dos atos da vida cotidiana, com uma dependência relativamente importante de outras
pessoas; dependência completa.
Contudo, a legislação previdenciária vigente não contempla todas estas alternativas, e se espera que
12
o médico-perito se pronuncie sobre:
A existência (ou não) de “incapacidade laborativa” no curto-prazo, com o correspondente
benefício previdenciário do “auxílio-doença”, como regulamentado pelos Arts. 71 a 80 do Decreto
3048/99.
A concessão (ou não) de “auxílio-acidente”, “concedido, como indenização, ao segurado
empregado (...) quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer
natureza, resultar seqüela definitiva” que se enquadre nas condições estabelecidas pelo Art. 104
do Decreto 3048/99.
A concessão (ou não) de “aposentadoria por invalidez” devida ao segurado que, “estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência” , nas condições estabelecidas pelos
Arts. 43 a 50 do Decreto 3048/99.
INSS – Norma Técnica sobre Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORT (Ordem
o
de Serviço N . 606 de 5 de Agosto de 1998) DOU 158 de 19 de Agosto de 1998. Seção 1.
13
PROTOCOLO DE PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS No. 13.V
O quadro clínico é variável, aparecendo desde queixas subjetivas, sem sinais clínicos (Grau I); ou
acompanhadas de endurecimento e hipersensibilidade dolorosa do pescoço, do ombro e do braço
(Grau II) que nos casos mais graves inclui, também, hipertrofia e dor dos músculos afetados,
alterações ao exame neurológico; parestesia; perda de força muscular; hipersensibilidade dolorosa
das apófises espinhosas vertebrais e/ou dos músculos paravertebrais; e/ou dos plexos nervosos.
Pode surgir, ainda, tremor das mãos, dor à movimentação do pescoço, ombro e extremidade
superior; distúrbios funcionais da circulação periférica; dor intensa do pesçoco, ombro e extremidade
superior (Grau III).Os pacientes que apresentam um quadro intenso do grau III e aqueles que
evoluem diretamente do grau II para um Quadro de “Sindrome pescoço-ombro-mão” ; “Distúrbios
orgânicos como tenossinovite ou tendinite”; ou para alterações do Sistema Nervoso Autônomo como
na Síndrome de Raynaud, hiperemia passiva ou perda de equilíbrio ou ainda, apresentam distúrbios
psíquicos com ansiedade, insônia, alterações da ideação, histeria ou depressão podem ser incluídos
no Grupo IV. No grupo V estão incluídos todos aqueles que apresentam distúrbios não apenas no
trabalho, mas que interferem na vida cotidiana.
Critérios Diagnósticos:
História clínica e exame físico;
História ocupacional;
Estudo dos gestos e dos movimentos;
Estudo radiográfico (raios X, mielografia, tomografia computadorizada).
14
multicausal desta síndrome. “Trabalho” ou “ocupação” podem ser consideradas como concausas.
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento
técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
15
IV – PARÂMETROS QUE TÊM SIDO UTILIZADOS PARA AVALIAR,
SOB O PONTO DE VISTA ESTRITAMENTE MÉDICO, A NATUREZA E
O GRAU DA “DEFICIÊNCIA” OU “DISFUNÇÃO” EVENTUALMENTE
PRODUZIDOS POR ESTA DOENÇA
“Deficiência” ou “disfunção” (“impairment”), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é
“qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica”. Por
exemplo, após um acidente vascular cerebral (AVC), a paralisia do braço direito ou a disfasia serão
“deficiências” ou “disfunções”, isto é, sistemas ou partes do corpo que não funcionam, e que,
eventualmente irão interferir com as atividades de uma vida diária “normal”, produzindo, neste caso,
“incapacidade”.
A avaliação médica da deficiência - se e quando necessária - está justificada pela constatação de que
o diagnóstico de “síndrome cervicobraquial”, por sí só é insuficiente para dar uma idéia da gravidade,
das repercussões sobre o desempenho do paciente, e mesmo do prognóstico.
Para o sintoma dor, os Guides reconhecem que “sua avaliação não chega a padrões de sensibilidade
estritamente científicos. A dor crônica não é mensurável ou detectável pelo modelo de doença
clássico, baseado no enfoque de tecido ou órgão. A avaliação da dor requer o reconhecimento e a
compreensão do modelo multifacético, biopsicossocial, que transcende o modelo de doença limitado
e usual. A avaliação da disfunção por dor é baseada no treinamento do médico, na experiência, na
capacidade e habilidade. Como em outras áreas, o julgamento profissional do médico requer uma
mistura de arte e ciência”.
Outra referência internacional freqüentemente citada para a complexa tarefa de avaliar a natureza e o
grau da disfunção ou deficiência produzidos pelas doenças músculo-esqueléticas é o Baremo
Internacional de Invalideces (Valoración de las Discapacidades y del Daño Corporal, organizado por
Louis Mélennec, na França, e traduzido ao espanhol e publicado pela Masson S.A., 1997).
No Baremo Internacional, os seguintes critérios são utilizados para o estagiamento das disfunções
da coluna vertebral:
16
pinçamentos discais, anomalias de transição, etc.); a dependência terapêutica, se existe, é de
pequena quantia (ingestão de medicamentos, especialmente analgésicos, ginástica reabilitadora,
etc.); a capacidade de esforço é normal; a autonomia é completa; e a vida em sociedade pode ser
normal.
Grupo 5 (Transtornos Funcionais Muito Importantes): as afecções da coluna, por graves que
sejam, quase nunca dão lugar, por si só, a graus muito elevados de disfunção. São as
complicações secundárias (respiratórias, cardíacas, neurológicas, etc.) as que produzem
disfunções mais significativas. Os sintomas são muito importantes, penosos e incapacitantes:
dores intensas, rigidez, possível impotência das extremidades superiores e inferiores, dificuldade
respiratória, etc. O paciente é um grande inválido. A exploração clínica descobre graves
transtornos raquídeos e viscerais (pulmões, coração, sistema nervoso, etc.). O estado geral pode
ser normal, porém também pode estar mais ou menos gravemente alterado (fadiga,
emagrecimento, anorexia, etc.). A autonomia está comprometida em diversos graus:
possibilidade, no melhor dos casos, de que o paciente possa realizar, por si só e sem ajuda,
todos os atos que se consideram fundamentais da vida diária, com exceção dos demais;
possibilidade de levar a cabo a maioria dos atos da vida cotidiana, porém com necessidade da
ajuda de outra pessoa, para realizar algumas destas atividades; possibilidade de efetuar uma
parte dos atos da vida cotidiana, com uma dependência relativamente importante de outras
pessoas; dependência completa.
17
V – INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O PRONUNCIAMENTO
MÉDICO-PERICIAL SOBRE A EXISTÊNCIA (ou não) DE
“INCAPACIDADE LABORATIVA” DO SEGURADO COM
DIAGNÓSTICO DESTA DOENÇA
“Incapacidade” (“disability”), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é “qualquer redução
ou falta (resultante de uma “deficiência” ou “disfunção”) da capacidade para realizar uma atividade de
uma maneira que seja considerada normal para o ser humano, ou que esteja dentro do espectro
considerado normal ”. Refere-se a coisas que as pessoas não conseguem fazer. Por exemplo, após
um acidente vascular cerebral (AVC), que produziu as “deficiências” ou “disfunções” acima referidas,
a pessoa poderá não conseguir caminhar, vestir-se, dirigir um automóvel, etc.
Contudo, a legislação previdenciária vigente não contempla todas estas alternativas, e se espera que
o médico-perito se pronuncie sobre:
A existência (ou não) de “incapacidade laborativa” no curto-prazo, com o correspondente
benefício previdenciário do “auxílio-doença”, como regulamentado pelos Arts. 71 a 80 do Decreto
3048/99.
A concessão (ou não) de “auxílio-acidente”, “concedido, como indenização, ao segurado
empregado (...) quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer
natureza, resultar seqüela definitiva” que se enquadre nas condições estabelecidas pelo Art. 104
do Decreto 3048/99.
A concessão (ou não) de “aposentadoria por invalidez” devida ao segurado que, “estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência” , nas condições estabelecidas pelos
Arts. 43 a 50 do Decreto 3048/99.
18
PROTOCOLO DE PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS No. 13.VI
O quadro clínico é caracterizado por dor na região cervical posterior que piora com movimentos e
tensão e pode irradiar para braço (dor referida). Pode associar-se a queixas de fraqueza, fadiga
muscular, tontura e parestesias que não acometem território especifico; além de aumento de tônus ou
contratura muscular com pontos de dor miofascial ou bandas dolorosas em musculatura cervical, de
base de crânio e de ombros.
Ao exame físico pode evidenciar-se áreas de rigidez muscular com dor à palpação em fibras
superiores de trapézio, elevador da escápula, supra-espinhoso, rombóide, diminuição da lordose
cervical e queda de ombro.
Quanto à dorsalgia lombar, deve ser definida lombalgia como dor referida na altura da cintura pélvica.
Quando a dor irradia para o membro inferior é a lombociatalgia, que pode seguir os metâmeros.
Ciática é a dor somente na região posterior do membro inferior.
O diagnóstico clínico de lombalgia é extremamente fácil e é feito pelo próprio paciente, na maioria das
vezes. O exame físico detalhado deve incluir inspeção, palpação, exame de movimentos (flexão,
extensão, lateralidade e rotação) e neurológico, incluindo marcha, teste de Lasègue, força muscular,
testes de sensibilidade e reflexos patelar e aquileu. O exame radiológico da coluna vertebral tem uma
limitação muito grande no diagnóstico porque há uma enorme quantidade de pequenas modificações,
congênitas ou não, cuja validade etiopatogênica é difícil interpretar, principalmente em pacientes com
mais de 50 anos. Recomendam os especialistas em coluna pedir inicialmente a radiografia simples,
do segmento afetado, mas não necessariamente repetir a cada episódio de dor. Em grandes
casuísticas, observa-se que não chega a 30% a proporção de casos de lombalgia que têm um
componente orgânico, definido com certeza.
19
Critérios Diagnósticos:
História clínica (importante a exclusão de história de lesão de disco intervertebral, de
traumatismos ou de espondilite anquilosante);
Exame físico
Exames complemntares.
Diagnóstico Diferencial:
A lombalgia crônica - dor persistente durante três meses ou mais - corresponde a 10% dos pacientes
acometidos por lombalgia aguda ou recidivante. A média de idade destes pacientes é de 45 a 50
anos e os seguintes fatores têm sido associados à cronicidade da lombalgia: trabalho pesado,
levantar peso, trabalho sentado, falta de exercícios e problemas psicológicos. A prevalência de
lombalgia crônica em trabalhadores da Construção Civil, nos Estados Unidos, é de 22,6%. Estudos
em trabalhadores da saúde, feitos no Brasil, mostram cifras próximas a estas.
20
III – PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS PARA O
“RECONHECIMENTO TÉCNICO DO NEXO CAUSAL ENTRE A
DOENÇA E O TRABALHO” (Art. 337 Decreto 3048/99)
De acordo com a Resolução 1488/98 do Conselho Federal de Medicina, aplicável a todos os médicos
em exercício profissional no país, “para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de
saúde e as atividades do trabalhador, além do exame clínico (físico e mental) e os exames
complementares, quando necessários, deve o médico considerar:
A história clínica e ocupacional, decisiva em qualquer diagnóstico e/ou investigação de nexo
causal;
O estudo do local de trabalho;
O estudo da organização do trabalho;
Os dados epidemiológicos;
A literatura atualizada;
A ocorrência de quadro clínico ou subclínico em trabalhador exposto a condições agressivas;
A identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos, estressantes, e outros;
O depoimento e a experiência dos trabalhadores;
Os conhecimentos e as práticas de outras disciplinas e de seus profissionais, sejam ou não da
o
área de saúde.” (Artigo 2 da Resolução CFM 1488/98).
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento
técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
21
“incapacidade”.
A avaliação médica da deficiência - se e quando necessária - está justificada pela constatação de que
o diagnóstico de “dorsalgia” ou “lombalgia” por sí só é insuficiente para dar uma idéia da gravidade,
das repercussões sobre o desempenho do paciente, e mesmo do prognóstico.
Para o sintoma dor, os Guides reconhecem que “sua avaliação não chega a padrões de sensibilidade
estritamente científicos. A dor crônica não é mensurável ou detectável pelo modelo de doença
clássico, baseado no enfoque de tecido ou órgão. A avaliação da dor requer o reconhecimento e a
compreensão do modelo multifacético, biopsicossocial, que transcende o modelo de doença limitado
e usual. A avaliação da disfunção por dor é baseada no treinamento do médico, na experiência, na
capacidade e habilidade. Como em outras áreas, o julgamento profissional do médico requer uma
mistura de arte e ciência”.
Outra referência internacional freqüentemente citada para a complexa tarefa de avaliar a natureza e o
grau da disfunção ou deficiência produzidos pelas doenças músculo-esqueléticas é o Baremo
Internacional de Invalideces (Valoración de las Discapacidades y del Daño Corporal, organizado por
Louis Mélennec, na França, e traduzido ao espanhol e publicado pela Masson S.A., 1997).
Noo Baremo Internacional, os seguintes critérios são utilizados para o estagiamento das disfunções
da coluna vertebral::
22
neurológica; a capacidade de esforço pode estar reduzida (transporte de pesos, etc.); existe
dependência terapêutica: medicamentos, sessões de massagens e de reabilitação, faltas
episódicas ao trabalho, etc.; a autonomia é total; e a vida em sociedade pode ser cumprida de
forma normal ou satisfatória, ainda que a realização de certas atividades específicas pode ser
difícil ou impossível.
Grupo 5 (Transtornos Funcionais Muito Importantes): as afecções da coluna, por graves que
sejam, quase nunca dão lugar, por si só, a graus muito elevados de disfunção. São as
complicações secundárias (respiratórias, cardíacas, neurológicas, etc.) as que produzem
disfunções mais significativas. Os sintomas são muito importantes, penosos e incapacitantes:
dores intensas, rigidez, possível impotência das extremidades superiores e inferiores, dificuldade
respiratória, etc. O paciente é um grande inválido. A exploração clínica descobre graves
transtornos raquídeos e viscerais (pulmões, coração, sistema nervoso, etc.). O estado geral pode
ser normal, porém também pode estar mais ou menos gravemente alterado (fadiga,
emagrecimento, anorexia, etc.). A autonomia está comprometida em diversos graus:
possibilidade, no melhor dos casos, de que o paciente possa realizar, por si só e sem ajuda,
todos os atos que se consideram fundamentais da vida diária, com exceção dos demais;
possibilidade de levar a cabo a maioria dos atos da vida cotidiana, porém com necessidade da
ajuda de outra pessoa, para realizar algumas destas atividades; possibilidade de efetuar uma
parte dos atos da vida cotidiana, com uma dependência relativamente importante de outras
pessoas; dependência completa.
23
específicas de uma atividade (ou ocupação), em conseqüência de alterações morfopsicofisiológicas
provocadas por doença ou acidente. (...) Para a imensa maioria das situações, a Previdência trabalha
apenas com a definição apresentada, entendendo “impossibilidade” como incapacidade para atingir a
média de rendimento alcançada em condições normais pelos trabalhadores da categoria da pessoa
examinada. Na avaliação da incapacidade laborativa, é necessário ter sempre em mente que o ponto
de referência e a base de comparação devem ser as condições daquele próprio examinado enquanto
trabalhava, e nunca os da média da coletividade operária”.
Contudo, a legislação previdenciária vigente não contempla todas estas alternativas, e se espera que
o médico-perito se pronuncie sobre:
A existência (ou não) de “incapacidade laborativa” no curto-prazo, com o correspondente
benefício previdenciário do “auxílio-doença”, como regulamentado pelos Arts. 71 a 80 do Decreto
3048/99.
A concessão (ou não) de “auxílio-acidente”, “concedido, como indenização, ao segurado
empregado (...) quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer
natureza, resultar seqüela definitiva” que se enquadre nas condições estabelecidas pelo Art. 104
do Decreto 3048/99.
A concessão (ou não) de “aposentadoria por invalidez” devida ao segurado que, “estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência” , nas condições estabelecidas pelos
Arts. 43 a 50 do Decreto 3048/99.
INSS – Norma Técnica sobre Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORT (Ordem
o
de Serviço N . 606 de 5 de Agosto de 1998) DOU 158 de 19 de Agosto de 1998. Seção 1.
24
ALEXANDRE, N.M.C. - Contribuição das cervicodorsolombalgias em profissionais de enfermagem.
Ribeirão Preto, 1993. 186 p. [Tese de Doutorado, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, USP].
CECIN, H.A. et al. - Dor lombar e trabalho: um estudo sobre a prevalência em diferentes grupos
ocupacionais. Revista Brasileira de Reumatologia, 31(2): 50-6, 1991.
HOW-RAN, G. et al. - Back pain among workers in the United States: National estimates and workers
at high risk. American Journal of Industrial Medicine, 28:591-602, 1995.
25
PROTOCOLO DE PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS No. 13.VII
Tenossinovite é a inflamação de tecidos sinoviais que envolvem os tendões em sua passagem por túneis
osteofibrosos, polias e locais em que a direção da aplicação da força é mudada. Esse termo pode ser
aplicado aos processos inflamatórios de qualquer etiologia, que acometam esses tecidos, com ou sem
degeneração tecidual. Pode se desenvolver em qualquer localização onde um tendão passe através de
uma "capa" ou de um conduto osteoligamentoso, devendo ser especificado o(s) local(is) atingido(s) e sua
etiologia.
Tendinites são inflamações do tecido próprio dos tendões, com ou sem degeneração de suas fibras. O
termo, de ampla abrangência é aplicável a todo e qualquer processo inflamatório dos tendões, em
qualquer local do corpo.
Quando os músculos acometidos possuem uma cobertura ou bainha sinovial o processo é denominado
de tenossinovite e quando não a possuem é chamado de tendinite.
Podem ocorrer, ainda, as fasciites, que são inflamações de fascias e de ligamentos com ou sem
degeracão de suas fibras. O termo é aplicável a todo e qualquer processo inflamatório que atinja
qualquer ligamento, ou fascia, em qualquer lugar do corpo.
No Quadro Clínico a manifestação mais importante destes processos é a dor, que geralmente, leva à
procura de assistência médica. Na maioria dos casos há dificuldade em definir o tipo e a localização da
dor, podendo ser generalizada. É comum o relato de que a dor é desencadeada ou agravada pelo
movimento repetitivo, e nas fases iniciais costuma ser aliviada pelo repouso.
Segundo observação de Sikorski (1988), existem três padrões de dor, cujo início guarda uma relação
com a atividade o que pode servir de critério para a caracterização do nexo ocupacional:
A dor costuma ter seu início gradual, inicialmente restrita a uma região anatômica (punho, ombro, ou
cotovelo), acomentendo apenas o braço dominante, raramente os dois. Pode piorar com o uso do
membro e pela exposição ao frio ou a mudanças bruscas de temperatura e o estresse emocional.
Além da dor, os pacientes queixam-se de parestesia, edema subjetivo, rigidez matinal, e alterações
subjetivas de temperatura e limitação dos movimentos.
26
Os sintomas sensitivos, quando presentes, estão relacionados à compressão de nervos periféricos ou de
raízes nervosas, correspondendo à sua distribuição.
Entre os sintomas gerais que podem estar associados estão: a ansiedade, irritabilidade, alterações de
humor, distúrbios do sono, fadiga crônica e cefaléia tensional.
Resulta do comprometimento dos tendões flexores profundos dos dedos e do tendão flexor longo do
polegar. A bainha tendinosa apresenta-se espessada em decorrencia do processo inflamatório
provocado por traumatismos repetidos, que evolui para a constrição do próprio tendão. O quadro é
agravado pelo derrame do líquido sinovial, tornando difícil o deslizamento do tendão. A extensão forçada
poderá provocar queda do dedo em flexão, manifestação que dá nome ao quadro.
É desencadeada por situações em que existe uma combinação de movimentos repetitivos com
esforço, como o de preensão forte, flexão de dedos e ou de falanges distais, compressão palmar, na
atividade de segurar com firmeza objetos cilíndricos e, especialmente, se há compressão em cima de
bainha sinovial de tendões. A pressão localizada, mesmo isoladamente, pode ser causa de tendinite,
como por exemplo, na preensão de alicate ou tesoura, contra o tendão flexor longo de polegar.No
quadro clínico destaca-se a dificuldade e/ou impossibilidade de estender os dedos, observando-se
um estalido doloroso ao se forçar o movimento, que pode afetar qualquer dedo. Dor à palpação,
nódulo na altura de primeira polia de flexores.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com quadros reumáticos e ou degenerativos, situação em que
a radiografia simples de mãos assume grande importância.
Ocorrência mais freqüente em mulheres e grupos populacionais acima de 40 anos de idade, tem sido
associada a exposições ocupacionais que exigem movimentos repetitivos de polegar, pinça de
polegar associada a flexão, extensão, rotação ou desvio ulnar repetido do carpo, principalmente se
associado com força, polegar mantido elevado e ou abduzido durante atividades (“polegar alienado”),
uso prolongado de tesouras.
O quadro clínico caracteriza-se por dor em projeção de processo estilóide do rádio com ou sem
irradiação em projeção radial até ombro e que aumenta com abdução radial ativa do polegar, com
alongamento passivo de abdutor longo de polegar, desvio ulnar do punho, dificuldade para prono-
supinação ou pinça. Geralmente é unilateral.
O exame físico pode evidenciar tumefação na região afetada, sinal de Finkelstein e dor à palpação no
processo estilóide e trajeto de tendões que aumenta com extensão e abdução do polegar contra
resistência. Teste de rizartroze negativo.
Este grupo inclui vários quadros que podem aparecer com diagnóstico específico referido a sede de
lesão bem identificada (tendinite bicipital, tendinite do supra-espinhoso, tenossinovite dos extensores
dos dedos e do carpo, tenossinovite dos flexores dos dedos e do carpo, tendinite distal do bíceps,
tenossinovite do braquiorradial, etc.).
27
antigravitacional de punhos, posto de trabalho inadequado, ritmos acelerados, sobrecarga de
produção, horas extras, pausas inadequadas.
Na maioria dos quadros o paciente queixa-se de dor, diminuição de força, sensação de peso,
desconforto em trajeto de tendões afetados e na massa muscular em questão.
O diagnóstico dos quadros específicos é essencialmente clínico podendo ser auxiliado pelo uso de
ultrassonografia realizada por profissional com experiência, em exame de partes moles, realizado
sempre bilateralmente de modo a permitir comparação. O resultado do exame deve descrever
eventuais alterações a serem interpretadas sempre em correlação com a clínica e, por isso mesmo,
não devem incluir conclusão diagnóstica já que esta deve ficar por conta do médico que assiste o
paciente.
Critérios Diagnósticos:
História e exame clínico;
Exames complementares como radiografia das parte atingidas e a ultrasonografia podem ser de
utilidade para a confirmação das observações clínicas ou o diagnóstico diferencial;
História ocupacional;
Análise dos gestos e movimentos que são executados no trabalho ou em outras atividades.
c) as posturas inadequadas, com três mecanismos que podem causar os distúrbios: os limites da
amplitude articular; a força da gravidade oferecendo uma carga suplementar sobre as
articulações e músculos; as lesões mecânicas sobre os diferentes tecidos.
d) a carga osteomuscular, entendida como a carga mecânica decorrente: de uma tensão (por
exemplo, a tensão do bíceps); de uma pressão (por exemplo, a pressão sobre o canal do carpo);
de uma fricção (por exemplo, a fricção de um tendão sobre a sua bainha); de uma irritação (por
28
exemplo, a irritação de um nervo). Entre os fatores que influenciam a carga osteomuscular,
descrevem-se: a força, a repetitividade, a duração da carga, o tipo de preensão, a postura do
punho e o método de trabalho.
e) a carga estática, presente quando um membro é mantido numa posição que vai contra a
gravidade. Nestes casos, a atividade muscular não pode se reverter a zero (“esforço estático”).
Três aspectos servem para caracterizar a presença de posturas estáticas: a fixação postural
observada, as tensões ligadas ao trabalho, sua organização e conteúdo;
29
contributivo de doença de etiologia multicausal (Tipo II)? Fator desencadeante ou agravante de
doença pré-existente (Tipo III)?
No caso de doenças relacionadas com o trabalho, do tipo II, foram as outras causas gerais, não
ocupacionais, devidamente analisadas e, no caso concreto, excluídas ou colocadas em hierarquia
inferior às causas de natureza ocupacional?
Grau ou intensidade da exposição: é ele compatível com a produção da doença?
Tempo de exposição: é ele suficiente para produzir a doença?
Tempo de latência: é ele suficiente para que a doença se desenvolva e apareça?
Há o registro do “estado anterior” do trabalhador segurado?
O conhecimento do “estado anterior” favorece o estabelecimento do nexo causal entre o “estado
atual” e o trabalho?
Existem outras evidências epidemiológicas que reforçam a hipótese de relação causal entre a
doença e o trabalho presente ou pregresso do segurado?
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento
técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
A avaliação médica da deficiência - se e quando necessária - está justificada pela constatação de que
o diagnóstico de “sinovite” ou “tenossinovite”, por sí só é insuficiente para dar uma idéia da gravidade,
das repercussões sobre o desempenho do paciente, e mesmo do prognóstico.
Para o sintoma dor, os Guides reconhecem que “sua avaliação não chega a padrões de sensibilidade
estritamente científicos. A dor crônica não é mensurável ou detectável pelo modelo de doença
clássico, baseado no enfoque de tecido ou órgão. A avaliação da dor requer o reconhecimento e a
compreensão do modelo multifacético, biopsicossocial, que transcende o modelo de doença limitado
e usual. A avaliação da disfunção por dor é baseada no treinamento do médico, na experiência, na
capacidade e habilidade. Como em outras áreas, o julgamento profissional do médico requer uma
mistura de arte e ciência”.
30
Compensation, o resultado do estudo de movimentos (com alguns equipamentos para medir
amplitude de movimentos, por ângulos e direções), para o enquadramento quantitativo da deficiência
ou disfunção em alguma ou algumas das inúmeras tabelas que acompanham os Guides.
Outra referência internacional freqüentemente citada para a complexa tarefa de avaliar a natureza e o
grau da disfunção ou deficiência produzidos pelas doenças músculo-esqueléticas é o Baremo
Internacional de Invalideces (Valoración de las Discapacidades y del Daño Corporal, organizado por
Louis Mélennec, na França, e traduzido ao espanhol e publicado pela Masson S.A., 1997).
No Baremo Internacional, os seguintes critérios são utilizados para o estagiamento das disfunções
de apreensão e do membro superior:
Grupo 1 (Transtornos Funcionais Leves): os sintomas causam muito pouco incômodo. A dor,
se existe, é pouco intensa e intermitente, e a função das extremidades superiores é normal ou
quase normal; a exploração é normal ou evidencia anomalias que carecem de importância
funcional; a capacidade de esforço é normal: o paciente pode realizar com as extremidades
superiores esforços importantes ou muito importantes; a autonomia é total: não existem
dificuldades para levar a cabo as tarefas usuais da vida cotidiana.
31
V – INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O PRONUNCIAMENTO
MÉDICO-PERICIAL SOBRE A EXISTÊNCIA (ou não) DE
“INCAPACIDADE LABORATIVA” DO SEGURADO COM
DIAGNÓSTICO DESTA DOENÇA
“Incapacidade” (“disability”), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é “qualquer redução
ou falta (resultante de uma “deficiência” ou “disfunção”) da capacidade para realizar uma atividade de
uma maneira que seja considerada normal para o ser humano, ou que esteja dentro do espectro
considerado normal ”. Refere-se a coisas que as pessoas não conseguem fazer. Por exemplo, após
um acidente vascular cerebral (AVC), que produziu as “deficiências” ou “disfunções” acima referidas,
a pessoa poderá não conseguir caminhar, vestir-se, dirigir um automóvel, etc.
Contudo, a legislação previdenciária vigente não contempla todas estas alternativas, e se espera que
o médico-perito se pronuncie sobre:
A existência (ou não) de “incapacidade laborativa” no curto-prazo, com o correspondente
benefício previdenciário do “auxílio-doença”, como regulamentado pelos Arts. 71 a 80 do Decreto
3048/99.
A concessão (ou não) de “auxílio-acidente”, “concedido, como indenização, ao segurado
empregado (...) quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer
natureza, resultar seqüela definitiva” que se enquadre nas condições estabelecidas pelo Art. 104
do Decreto 3048/99.
A concessão (ou não) de “aposentadoria por invalidez” devida ao segurado que, “estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência” , nas condições estabelecidas pelos
Arts. 43 a 50 do Decreto 3048/99.
32
VI – OBSERVAÇÕES ADICIONAIS ÚTEIS PARA OS
PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS
Bibliografia e Leituras Recomendadas:
COUTO, H.A. - Tenossinovites e Outras Lesões por Traumas Cumulativos. Belo Horizonte, Ergo,
1991.
INSS – Norma Técnica sobre Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORT (Ordem
o
de Serviço N . 606 de 5 de Agosto de 1998) DOU 158 de 19 de Agosto de 1998. Seção 1.
OLIVEIRA, C.R. et al. - Manual Prático de LER - Lesões por Esforços Repetitivos. Belo Horizonte,
Health, 1998. 403 p.
33
PROTOCOLO DE PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS No. 13.VIII
Os cistos sinoviais são decorrentes da degeneração mixóide do tecido sinovial, podendo aparecer em
articulações, tendões, polias, e ligamentos. São tumorações císticas, circunscritas, únicas ou múltiplas,
geralmente indolores, localizando-se, freqüentemente no dorso do punho. O aparecimento de um cisto
sinovial é um sinal de comprometimento inflamatório localizado, com degeneração tecidual variável.
As epicondilites são provocadas por ruptura ou estiramento dos pontos de inserção dos músculos
flexores ou extensores do carpo no cotovelo, ocasionando processo inflamatório local que atinge os
tendões, fascias musculares, e tecidos sinoviais. No epicôndilo lateral inserem-se especialmente os
músculos extensores e no epicôndilo medial os músculos flexores. Na epicondilite medial pode haver
comprometimento do nervo ulnar, na epicondilite lateral pode haver comprometimento do nervo radial,
decorrente da proximidade dessas estruturas.
Os quadros de bursite que acometem o joelho, particularmente a bursite infra-patelar, podem ser
observados, com muita freqüência em indivíduos que trabalham ajoelhados, como os aplicadores de
carpetes, trabalhadores domésticos, faxineiros, religiosos e mineiros.
É importante destacar que também neste grupo de entidades tem sido observado um agravamento ou
precipitação dos quadros, quando ao esforço repetitivo se superpõe a exigência do uso de força e de
posições viciosas ou forçadas.
Nas epicondilites sobressai a dor ao nível dos epicondilos lateral e medial, decorrente do processo
inflamatório local, próximo as inserções dos músculos extensores e flexores, respectivamente. Os
movimentos fortes, bruscos de prono-supinação com o cotovelo em flexão podem desencadear o quadro
de dor. Esta é geralmente localizada na área dos epicôndilos, mas se não tratada, pode tornar-se difusa,
irradiando-se tanto na direção dos ombros quanto das mãos. A dor é exacerbada pelo movimento das
mãos e punhos e durante a prono-supinação, podendo ser desencadeada pela palpação da massa
muscular adjacente.
Nas bursites, o quadro clinico é caracterizado pela dor, exacerbada pelo movimento das estruturas
envolvidas. A identificação de um ponto sensível, doloroso, geralmente sobre a protuberância óssea,
34
constitui um achado importante para selar o diagnóstico .
Critérios Diagnósticos:
c) as posturas inadequadas, com três mecanismos que podem causar os distúrbios: os limites da
amplitude articular; a força da gravidade oferecendo uma carga suplementar sobre as
articulações e músculos; as lesões mecânicas sobre os diferentes tecidos.
d) a carga osteomuscular, entendida como a carga mecânica decorrente: de uma tensão (por
exemplo, a tensão do bíceps); de uma pressão (por exemplo, a pressão sobre o canal do carpo);
de uma fricção (por exemplo, a fricção de um tendão sobre a sua bainha); de uma irritação (por
exemplo, a irritação de um nervo). Entre os fatores que influenciam a carga osteomuscular,
descrevem-se: a força, a repetitividade, a duração da carga, o tipo de preensão, a postura do
punho e o método de trabalho.
e) a carga estática, presente quando um membro é mantido numa posição que vai contra a
gravidade. Nestes casos, a atividade muscular não pode se reverter a zero (“esforço estático”).
Três aspectos servem para caracterizar a presença de posturas estáticas: a fixação postural
observada, as tensões ligadas ao trabalho, sua organização e conteúdo;
35
g) as exigências cognitivas: causando um aumento de tensão muscular, ou causando uma reação
mais generalizada de estresse.
Com esta compreensão, as bursites, em determinados grupos ocupacionais, excluídas as causas não
ocupacionais, e ocorrendo condições de trabalho com posições forçadas e gestos repetitivos e/ou
ritmo de trabalho penoso e/ou condições difíceis de trabalho (termos utilizados pela CID-10), podem
ser classificadas como “doenças relacionadas com o trabalho”, do Grupo II da Classificação de
Schilling, posto que o “trabalho” ou a “ocupação” podem ser considerados como fatores de risco, no
conjunto de fatores de risco associados com a etiologia multicausal destas entidades.
36
doença e o trabalho presente ou pregresso do segurado?
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento
técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
A avaliação médica da deficiência - se e quando necessária - está justificada pela constatação de que
o diagnóstico de “bursite”, por sí só é insuficiente para dar uma idéia da gravidade, das repercussões
sobre o desempenho do paciente, e mesmo do prognóstico.
Para o sintoma dor, os Guides reconhecem que “sua avaliação não chega a padrões de sensibilidade
estritamente científicos. A dor crônica não é mensurável ou detectável pelo modelo de doença
clássico, baseado no enfoque de tecido ou órgão. A avaliação da dor requer o reconhecimento e a
compreensão do modelo multifacético, biopsicossocial, que transcende o modelo de doença limitado
e usual. A avaliação da disfunção por dor é baseada no treinamento do médico, na experiência, na
capacidade e habilidade. Como em outras áreas, o julgamento profissional do médico requer uma
mistura de arte e ciência”.
Outra referência internacional freqüentemente citada para a complexa tarefa de avaliar a natureza e o
grau da disfunção ou deficiência produzidos pelas doenças músculo-esqueléticas é o Baremo
Internacional de Invalideces (Valoración de las Discapacidades y del Daño Corporal, organizado por
Louis Mélennec, na França, e traduzido ao espanhol e publicado pela Masson S.A., 1997).
37
doenças osteomusculares.
Contudo, a legislação previdenciária vigente não contempla todas estas alternativas, e se espera que
o médico-perito se pronuncie sobre:
A existência (ou não) de “incapacidade laborativa” no curto-prazo, com o correspondente
benefício previdenciário do “auxílio-doença”, como regulamentado pelos Arts. 71 a 80 do Decreto
3048/99.
A concessão (ou não) de “auxílio-acidente”, “concedido, como indenização, ao segurado
empregado (...) quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer
natureza, resultar seqüela definitiva” que se enquadre nas condições estabelecidas pelo Art. 104
do Decreto 3048/99.
A concessão (ou não) de “aposentadoria por invalidez” devida ao segurado que, “estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação
38
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência” , nas condições estabelecidas pelos
Arts. 43 a 50 do Decreto 3048/99.
COUTO, H.A. - Tenossinovites e Outras Lesões por Traumas Cumulativos. Belo Horizonte, Ergo,
1991.
INSS – Norma Técnica sobre Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORT (Ordem
o
de Serviço N . 606 de 5 de Agosto de 1998) DOU 158 de 19 de Agosto de 1998. Seção 1.
OLIVEIRA, C.R. et al. - Manual Prático de LER - Lesões por Esforços Repetitivos. Belo Horizonte,
Health, 1998. 403 p.
O quadro clínico caracteriza-se por contratura em flexão das mãos, atrofia dos músculos das mãos e
antebraços, rigidez e incapacidade. Afeta, principalmente, o lado ulnar das mãos, acometendo em
º º º
ordem decrescente de freqüencia o 4 , 5 e 3 dedos. Ë comum apresentar-se bilateralmente, mas
quando unilateral, o predomínio é da mão dominante.
39
Critérios Diagnósticos:
40
ocupacionais, devidamente analisadas e, no caso concreto, excluídas ou colocadas em hierarquia
inferior às causas de natureza ocupacional?
Grau ou intensidade da exposição: é ele compatível com a produção da doença?
Tempo de exposição: é ele suficiente para produzir a doença?
Tempo de latência: é ele suficiente para que a doença se desenvolva e apareça?
Há o registro do “estado anterior” do trabalhador segurado?
O conhecimento do “estado anterior” favorece o estabelecimento do nexo causal entre o “estado
atual” e o trabalho?
Existem outras evidências epidemiológicas que reforçam a hipótese de relação causal entre a
doença e o trabalho presente ou pregresso do segurado?
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento
técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
A avaliação médica da deficiência - se e quando necessária - está justificada pela constatação de que
o diagnóstico de “fibromatose da fascia palmar”, por sí só é insuficiente para dar uma idéia da
gravidade, das repercussões sobre o desempenho do paciente, e mesmo do prognóstico.
Para o sintoma dor, os Guides reconhecem que “sua avaliação não chega a padrões de sensibilidade
estritamente científicos. A dor crônica não é mensurável ou detectável pelo modelo de doença
clássico, baseado no enfoque de tecido ou órgão. A avaliação da dor requer o reconhecimento e a
compreensão do modelo multifacético, biopsicossocial, que transcende o modelo de doença limitado
e usual. A avaliação da disfunção por dor é baseada no treinamento do médico, na experiência, na
capacidade e habilidade. Como em outras áreas, o julgamento profissional do médico requer uma
mistura de arte e ciência”.
41
Outra referência internacional freqüentemente citada para a complexa tarefa de avaliar a natureza e o
grau da disfunção ou deficiência produzidos pelas doenças músculo-esqueléticas é o Baremo
Internacional de Invalideces (Valoración de las Discapacidades y del Daño Corporal, organizado por
Louis Mélennec, na França, e traduzido ao espanhol e publicado pela Masson S.A., 1997).
Se houver necessidade de avaliar disfunções dos membros superiores, provocadas pela fibromatose
da fascia palmar, poderão ser utilizados os mesmos critérios e o estagiamento proposto no Baremo
Internacional, e descrito em outros Protocolos deste grupo de doenças osteomusculares.
Contudo, a legislação previdenciária vigente não contempla todas estas alternativas, e se espera que
o médico-perito se pronuncie sobre:
A existência (ou não) de “incapacidade laborativa” no curto-prazo, com o correspondente
42
benefício previdenciário do “auxílio-doença”, como regulamentado pelos Arts. 71 a 80 do Decreto
3048/99.
A concessão (ou não) de “auxílio-acidente”, “concedido, como indenização, ao segurado
empregado (...) quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer
natureza, resultar seqüela definitiva” que se enquadre nas condições estabelecidas pelo Art. 104
do Decreto 3048/99.
A concessão (ou não) de “aposentadoria por invalidez” devida ao segurado que, “estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência” , nas condições estabelecidas pelos
Arts. 43 a 50 do Decreto 3048/99.
43
PROTOCOLO DE PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS No. 13.X
O diagnóstico é clínico sendo auxiliado por exames como a radiografia (artrograma de ombro mostra
alterações características)
Tem sido descrita em associação com exposições a movimentos repetitivos de braço, elevação e
abdução de braços acima da altura de ombros, principalmente se associados a uso de força por
tempos prolongados e elevação de cotovelo.
O quadro clínico caracteriza-se por dor no ombro, intermitente, que piora com esforços físicos e à
noite. A dor pode irradiar para face lateral de braço e associar-se com diminuição das forças de
rotação externa e abdução. O paciente queixa-se de crepitação, dificuldade para elevar ou
impossibilidade de manter o braço elevado. São descritos três estágios evolutivos.
Estágio 1 - Dor em trajeto de tendão de supra espinhoso, relacionada com esforço, que melhora com
repouso, geralmente sem dor noturna e sem limitação de movimentos. Ao exame físico evidenciam-
se sinais de Neer sensibilizado (rotação interna passiva) e ou de Jobe positivos. Costuma ser mais
freqüente em menores de 25 anos.
Estágio 2 – Atinge mais pessoas entre 25 a 40 anos; carateriza-se por dor aos esforços e no repouso
44
(noturna), pode haver limitação de movimentos (pela dor). Os sinais de Neer e ou Jobe são positivos,
Pode haver fraqueza dos músculos supraespinhoso e infra espinhoso.
Estágio 3 – Mais freqüente em maiores de 50 anos, caracterizando-se por dor de intensidade variável
que piora à noite, resistente a analgésicos e infiltração com corticóides. Em fases tardias pode haver
hipotrofias musculares. Movimentos do ombro são normais podendo haver graus variados de
restrição articular.
O diagnóstico é essencialmente clínico sendo auxiliado por radiografias simples de ombro com
incidências especiais (Técnica 1, 2, 3 de Nicoletti et al por exemplo) que podem apresentar esporões
subacromiais, artrose acromioclavicular, irregularidades no tubérculo maior do úmero, cistos ósseos
na cabeça e colo do úmero, diminuição discreta até completo desaparecimento do espaço sub
acromial sugerindo ruptura de tendão supra espinhoso. O ultrassom de estruturas de ombro deve ser
bilateral e pode mostrar tendinites, bursites, lesões incompletas de tendão supra-espinhoso, edema
de cabeça longa de bíceps, afilamento, defeito focal ou ausência completa do tendão supra-
espinhoso, rupturas de tendão supra-espinhoso e infraespinhoso, alterações degenerativas da bolsa
subdeltoídea.
O quadro clínico caracteriza-se por dor em tendão distal de bíceps à flexão e supinação de antebraço
contra resistência. Ruptura do tendão ocorre com esforço de contração máxima. Força de flexão
permanece mas supinação enfraquece.
O diagnóstico é clínico podendo ser auxiliado por radiografias, ultra som ou ressonância magnética.
45
dor intermitente. Pode representar agravamento do quadro descrito. Ao atingir estruturas ósseas
pode originar quadro de capsulite adesiva.
c) as posturas inadequadas, com três mecanismos que podem causar os distúrbios: os limites da
amplitude articular; a força da gravidade oferecendo uma carga suplementar sobre as
articulações e músculos; as lesões mecânicas sobre os diferentes tecidos.
d) a carga osteomuscular, entendida como a carga mecânica decorrente: de uma tensão (por
exemplo, a tensão do bíceps); de uma pressão (por exemplo, a pressão sobre o canal do carpo);
de uma fricção (por exemplo, a fricção de um tendão sobre a sua bainha); de uma irritação (por
exemplo, a irritação de um nervo). Entre os fatores que influenciam a carga osteomuscular,
descrevem-se: a força, a repetitividade, a duração da carga, o tipo de preensão, a postura do
punho e o método de trabalho.
46
e) a carga estática, presente quando um membro é mantido numa posição que vai contra a
gravidade. Nestes casos, a atividade muscular não pode se reverter a zero (“esforço estático”).
Três aspectos servem para caracterizar a presença de posturas estáticas: a fixação postural
observada, as tensões ligadas ao trabalho, sua organização e conteúdo;
47
ocupacionais, devidamente analisadas e, no caso concreto, excluídas ou colocadas em hierarquia
inferior às causas de natureza ocupacional?
Grau ou intensidade da exposição: é ele compatível com a produção da doença?
Tempo de exposição: é ele suficiente para produzir a doença?
Tempo de latência: é ele suficiente para que a doença se desenvolva e apareça?
Há o registro do “estado anterior” do trabalhador segurado?
O conhecimento do “estado anterior” favorece o estabelecimento do nexo causal entre o “estado
atual” e o trabalho?
Existem outras evidências epidemiológicas que reforçam a hipótese de relação causal entre a
doença e o trabalho presente ou pregresso do segurado?
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento
técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
A avaliação médica da deficiência - se e quando necessária - está justificada pela constatação de que
o diagnóstico de “lesões de ombro”, por sí só é insuficiente para dar uma idéia da gravidade, das
repercussões sobre o desempenho do paciente, e mesmo do prognóstico.
Para o sintoma dor, os Guides reconhecem que “sua avaliação não chega a padrões de sensibilidade
estritamente científicos. A dor crônica não é mensurável ou detectável pelo modelo de doença
clássico, baseado no enfoque de tecido ou órgão. A avaliação da dor requer o reconhecimento e a
compreensão do modelo multifacético, biopsicossocial, que transcende o modelo de doença limitado
e usual. A avaliação da disfunção por dor é baseada no treinamento do médico, na experiência, na
capacidade e habilidade. Como em outras áreas, o julgamento profissional do médico requer uma
mistura de arte e ciência”.
48
Outra referência internacional freqüentemente citada para a complexa tarefa de avaliar a natureza e o
grau da disfunção ou deficiência produzidos pelas doenças músculo-esqueléticas é o Baremo
Internacional de Invalideces (Valoración de las Discapacidades y del Daño Corporal, organizado por
Louis Mélennec, na França, e traduzido ao espanhol e publicado pela Masson S.A., 1997).
No Baremo Internacional, os seguintes critérios são utilizados para o estagiamento das disfunções
de apreensão e do membro superior:
Grupo 1 (Transtornos Funcionais Leves): os sintomas causam muito pouco incômodo. A dor,
se existe, é pouco intensa e intermitente, e a função das extremidades superiores é normal ou
quase normal; a exploração é normal ou evidencia anomalias que carecem de importância
funcional; a capacidade de esforço é normal: o paciente pode realizar com as extremidades
superiores esforços importantes ou muito importantes; a autonomia é total: não existem
dificuldades para levar a cabo as tarefas usuais da vida cotidiana.
49
MÉDICO-PERICIAL SOBRE A EXISTÊNCIA (ou não) DE
“INCAPACIDADE LABORATIVA” DO SEGURADO COM
DIAGNÓSTICO DESTA DOENÇA
“Incapacidade” (“disability”), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é “qualquer redução
ou falta (resultante de uma “deficiência” ou “disfunção”) da capacidade para realizar uma atividade de
uma maneira que seja considerada normal para o ser humano, ou que esteja dentro do espectro
considerado normal ”. Refere-se a coisas que as pessoas não conseguem fazer. Por exemplo, após
um acidente vascular cerebral (AVC), que produziu as “deficiências” ou “disfunções” acima referidas,
a pessoa poderá não conseguir caminhar, vestir-se, dirigir um automóvel, etc.
Contudo, a legislação previdenciária vigente não contempla todas estas alternativas, e se espera que
o médico-perito se pronuncie sobre:
A existência (ou não) de “incapacidade laborativa” no curto-prazo, com o correspondente
benefício previdenciário do “auxílio-doença”, como regulamentado pelos Arts. 71 a 80 do Decreto
3048/99.
A concessão (ou não) de “auxílio-acidente”, “concedido, como indenização, ao segurado
empregado (...) quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer
natureza, resultar seqüela definitiva” que se enquadre nas condições estabelecidas pelo Art. 104
do Decreto 3048/99.
A concessão (ou não) de “aposentadoria por invalidez” devida ao segurado que, “estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência” , nas condições estabelecidas pelos
Arts. 43 a 50 do Decreto 3048/99.
50
VI – OBSERVAÇÕES ADICIONAIS ÚTEIS PARA OS
PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS
Bibliografia e Leituras Recomendadas:
INSS – Norma Técnica sobre Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORT (Ordem
o
de Serviço N . 606 de 5 de Agosto de 1998) DOU 158 de 19 de Agosto de 1998. Seção 1.
OLIVEIRA, C.R. et al. - Manual Prático de LER - Lesões por Esforços Repetitivos. Belo Horizonte,
Health, 1998. 403 p.
51
PROTOCOLO DE PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS No. 13.XI
Na epicondilite lateral (“cotovelo de tenista”), o quadro clínico caracteriza-se por dor sobre o
epicôndilo lateral, que se irradia ao longo dos músculos extensores. Inicia-se gradualmente, torna-se
intensa e persistente, podendo interferir nas atividades diárias comuns. A dor é localizada exatamente
no epicôndilo lateral, não piora com o movimento, mas ocorre o seu agravamento acentuado ao se
tentar estender o punho contra resistência e com a pressão direta sobre a origem dos tendões no
epicôndilo lateral (“teste do cotovelo de tenista”). Os portadores desta doença conseguem segurar um
peso confortavelmente com a palma da mão para cima, mas não com a palma da mão para baixo. O
contrário é verdadeiro na epicondilite medial.
Na epicondilite medial (“cotovelo de jogador de golfe”), o quadro clínico é de dor no epicôndilo medial,
que pode irradiar para o ombro ou para a mão. A sobrecarga dos músculos flexor do carpo, palmar
longo, flexor radial do carpo e prononador redondo, ou a digitopressão sobre o epicôndilo medial,
exacerbam os sintomas. A manobra utilizada para a reprodução da dor é a flexão do punho e
pronação contra-resistência, com o cotovelo em extensão. Poderá haver comprometimento do nervo
ulnar, devido à sua proximidade ao epoicôndilo medial.
Supõe-se que a epicondilite lateral seja uma degeneração leve do tecido conjuntivo, em que vários
músculos originam-se de um pequeno ponto ósseo. As origems do músculo extensor radial curto do
carpo e da parte superficial do supinador são únicas, e estariam envolvidas na fisiopatologia desta
doença.
52
músculos, devida ao envelhecimento, microrruptura traumática da origem dos músculos devida ao
trauma direto ou esforço repetitivo, degeneração do ligamento anular e síndrome do supinador,
tentam explicar esta patologia. Causas de epicondilite lateral são os esforços excessivos de extensão
do punho e dedos, com o cotovelo em extensão; supinação do antebraço e extensão brusca do
cotovelo (movimento que os pedreiros fazem ao “chapiscar” paredes).
A epicondilite lateral tem sido descrita trabalhadores de fábricas de linguiças, cortadores e
empacotadores de carne, frigoríficos que desenvolviam atividades com movimentos repetitivos de
dorso flexão (extensão) ou desvio radial de punho, supinação de antebraço, esforço estático e
preensão prolongada de objetos principalmente com punho estabilizado em extensão e supinação
repetida, compressão mecânica de cotovelo.
As epicondilites, cujo nexo com a atividade profissional pode ser bem caracterizado, devem ser
classificadas como “doenças relacionadas com o trabalho”, do Grupo II da Classificação de Schilling.
O “trabalho” ou “ocupação” podem se constituir em fatores de risco aditivos à etiologia multicausal
destas entesopatias.
53
Tempo de latência: é ele suficiente para que a doença se desenvolva e apareça?
Há o registro do “estado anterior” do trabalhador segurado?
O conhecimento do “estado anterior” favorece o estabelecimento do nexo causal entre o “estado
atual” e o trabalho?
Existem outras evidências epidemiológicas que reforçam a hipótese de relação causal entre a
doença e o trabalho presente ou pregresso do segurado?
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento
técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
A avaliação médica da deficiência - se e quando necessária - está justificada pela constatação de que
o diagnóstico de “entesopatia” ou “epicondilite”, por sí só é insuficiente para dar uma idéia da
gravidade, das repercussões sobre o desempenho do paciente, e mesmo do prognóstico.
Para o sintoma dor, os Guides reconhecem que “sua avaliação não chega a padrões de sensibilidade
estritamente científicos. A dor crônica não é mensurável ou detectável pelo modelo de doença
clássico, baseado no enfoque de tecido ou órgão. A avaliação da dor requer o reconhecimento e a
compreensão do modelo multifacético, biopsicossocial, que transcende o modelo de doença limitado
e usual. A avaliação da disfunção por dor é baseada no treinamento do médico, na experiência, na
capacidade e habilidade. Como em outras áreas, o julgamento profissional do médico requer uma
mistura de arte e ciência”.
Outra referência internacional freqüentemente citada para a complexa tarefa de avaliar a natureza e o
grau da disfunção ou deficiência produzidos pelas doenças músculo-esqueléticas é o Baremo
Internacional de Invalideces (Valoración de las Discapacidades y del Daño Corporal, organizado por
54
Louis Mélennec, na França, e traduzido ao espanhol e publicado pela Masson S.A., 1997).
Contudo, a legislação previdenciária vigente não contempla todas estas alternativas, e se espera que
o médico-perito se pronuncie sobre:
A existência (ou não) de “incapacidade laborativa” no curto-prazo, com o correspondente
benefício previdenciário do “auxílio-doença”, como regulamentado pelos Arts. 71 a 80 do Decreto
3048/99.
A concessão (ou não) de “auxílio-acidente”, “concedido, como indenização, ao segurado
empregado (...) quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer
55
natureza, resultar seqüela definitiva” que se enquadre nas condições estabelecidas pelo Art. 104
do Decreto 3048/99.
A concessão (ou não) de “aposentadoria por invalidez” devida ao segurado que, “estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência” , nas condições estabelecidas pelos
Arts. 43 a 50 do Decreto 3048/99.
INSS – Norma Técnica sobre Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORT (Ordem
o
de Serviço N . 606 de 5 de Agosto de 1998) DOU 158 de 19 de Agosto de 1998. Seção 1.
56
Ao exame físico é possível precisar a localização dos segmentos afetados. A palpação ou
compressão da área afetada com algômetro ou dolorímetro com força equivalente a 4 Kgf
desencadeia dor de forte intensidade que não se repete em áreas circunvizinhas ou contralaterais
não afetadas. A palpação dos músculos afetados realizada durante relaxamento pós-contração
máxima, orientada pelas informações do paciente, permite identificação das estruturas afetadas
facilitando a abordagem terapêutica posterior.
57
Tempo de latência: é ele suficiente para que a doença se desenvolva e apareça?
Há o registro do “estado anterior” do trabalhador segurado?
O conhecimento do “estado anterior” favorece o estabelecimento do nexo causal entre o “estado
atual” e o trabalho?
Existem outras evidências epidemiológicas que reforçam a hipótese de relação causal entre a
doença e o trabalho presente ou pregresso do segurado?
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento
técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
A avaliação médica da deficiência - se e quando necessária - está justificada pela constatação de que
o diagnóstico de “mialgia”, por sí só é insuficiente para dar uma idéia da gravidade, das repercussões
sobre o desempenho do paciente, e mesmo do prognóstico.
Para o sintoma dor, os Guides reconhecem que “sua avaliação não chega a padrões de sensibilidade
estritamente científicos. A dor crônica não é mensurável ou detectável pelo modelo de doença
clássico, baseado no enfoque de tecido ou órgão. A avaliação da dor requer o reconhecimento e a
compreensão do modelo multifacético, biopsicossocial, que transcende o modelo de doença limitado
e usual. A avaliação da disfunção por dor é baseada no treinamento do médico, na experiência, na
capacidade e habilidade. Como em outras áreas, o julgamento profissional do médico requer uma
mistura de arte e ciência”.
Outra referência internacional freqüentemente citada para a complexa tarefa de avaliar a natureza e o
grau da disfunção ou deficiência produzidos pelas doenças músculo-esqueléticas é o Baremo
Internacional de Invalideces (Valoración de las Discapacidades y del Daño Corporal, organizado por
58
Louis Mélennec, na França, e traduzido ao espanhol e publicado pela Masson S.A., 1997).
Se houver necessidade de avaliar disfunções provocadas pela mialgia, poderão ser utilizados os
mesmos critérios e o estagiamento proposto no Baremo Internacional, e descrito em outros
Protocolos deste grupo de doenças osteomusculares.
Contudo, a legislação previdenciária vigente não contempla todas estas alternativas, e se espera que
o médico-perito se pronuncie sobre:
A existência (ou não) de “incapacidade laborativa” no curto-prazo, com o correspondente
benefício previdenciário do “auxílio-doença”, como regulamentado pelos Arts. 71 a 80 do Decreto
3048/99.
A concessão (ou não) de “auxílio-acidente”, “concedido, como indenização, ao segurado
empregado (...) quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer
59
natureza, resultar seqüela definitiva” que se enquadre nas condições estabelecidas pelo Art. 104
do Decreto 3048/99.
A concessão (ou não) de “aposentadoria por invalidez” devida ao segurado que, “estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência” , nas condições estabelecidas pelos
Arts. 43 a 50 do Decreto 3048/99.
INSS – Norma Técnica sobre Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORT (Ordem
o
de Serviço N . 606 de 5 de Agosto de 1998) DOU 158 de 19 de Agosto de 1998. Seção 1.
60
PROTOCOLO DE PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS No. 13.XIII
A osteomalacia induzida pelo cádmio caracteriza-se por ser extremamente dolorosa e acompanhada de
fraturas múltiplas, além de vir acompanhada de acometimento renal importante. (Ver Protocolo 14.III). A
ocorrência desta doença, por contaminação das plantações de arroz no Japão, levou a que se criasse
naquele país o termo “doença itai-itai”, literalmente, a “doença dói-dói”, em virtude da intensa dor dos
pacientes e das fraturas múltiplas de vértebras e outros ossos.
Na intoxicação crônica de origem ocupacional pelo cádmio e seus compostos, descrita após exposições
prolongadas à poeira, e fumos de óxido de cádmio, as manifestações da intoxicação podem se dar ao
nível local, comprometendo o sistema respiratório (Ver Protocolo 10.XXIX) ou ao nível sistêmico, como
resultado da absorção e excreção, acarretando lesões renais com proteinúria e anemia (Ver Protocolo
14.III). Na literatura especializada, as referências a quadros de osteomalácia induzidos pela exposição
ocupacional ao cádmio são escassas, ao contrário de suas manifestações respiratórias e renais.
Critérios Diagnósticos:
O diagnóstico da osteomalácia induzida por drogas, particularmente pela exposição ao cádmio e/ou ao
fósforo branco baseia-se em:
História clínica;
História ocupacional
Achados radiológicos característicos, correlacionados às alterações detectadas ao exame físico.
61
DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A osteomalácia não ocupacional acomete mais mulheres, instalando-se, por vezes, durante a
gravidez. Esse quadro está relacionado, freqüentemente, com nutrição deficiente, diarréia crônica, má
assimilação de cálcio e fósforo, ou com a eliminação excessiva destes elementos pela urina (devido a
uma afecção renal).
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento
técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
62
IV – PARÂMETROS QUE TÊM SIDO UTILIZADOS PARA AVALIAR,
SOB O PONTO DE VISTA ESTRITAMENTE MÉDICO, A NATUREZA E
O GRAU DA “DEFICIÊNCIA” OU “DISFUNÇÃO” EVENTUALMENTE
PRODUZIDOS POR ESTA DOENÇA
“Deficiência” ou “disfunção” (“impairment”), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é
“qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica”. Por
exemplo, após um acidente vascular cerebral (AVC), a paralisia do braço direito ou a disfasia serão
“deficiências” ou “disfunções”, isto é, sistemas ou partes do corpo que não funcionam, e que,
eventualmente irão interferir com as atividades de uma vida diária “normal”, produzindo, neste caso,
“incapacidade”.
Não são conhecidos critérios e parâmetros específicos para avaliar a natureza e o grau de disfunção
ou deficiência produzidos pela osteomalácia do cádmio. Por se tratar de doença grave e rara, a
avaliação deverá ser extremamente cuidadosa, buscando conhecer a localização anatômica e a
extensão das lesões principais, a existência de dor espontânea e/ou induzida por movimentos, e a
necessidade de proteger o paciente contra movimentos ou atividades que agravem seu quadro. As
deformidades repercutem funcionalmente e esteticamente.
Há que considerar, também, que o paciente/trabalhador deve ser avaliado como um todo, e a
exposição excessiva ao cádmio poderá ter provocado outras doenças (respiratórias, renais, etc.). A
Lista A do Anexo II do Decreto 3.048/99 enumera 12 doenças relacionadas com a exposição
ocupacional ao cádmio.
63
a etiologia da doença
Dispositivos legais pertinentes (por exemplo: Normas Regulamentadoras do Ministério do
Trabalho, ou de órgãos da Saúde, ou acordos coletivos, ou profissões regulamentadas, etc.)
Idade e escolaridade do segurado
Suscetibilidade ou potencial do segurado a readaptação profissional
Mercado de trabalho e outros “fatores exógenos”
Contudo, a legislação previdenciária vigente não contempla todas estas alternativas, e se espera que
o médico-perito se pronuncie sobre:
A existência (ou não) de “incapacidade laborativa” no curto-prazo, com o correspondente
benefício previdenciário do “auxílio-doença”, como regulamentado pelos Arts. 71 a 80 do Decreto
3048/99.
A concessão (ou não) de “auxílio-acidente”, “concedido, como indenização, ao segurado
empregado (...) quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer
natureza, resultar seqüela definitiva” que se enquadre nas condições estabelecidas pelo Art. 104
do Decreto 3048/99.
A concessão (ou não) de “aposentadoria por invalidez” devida ao segurado que, “estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência” , nas condições estabelecidas pelos
Arts. 43 a 50 do Decreto 3048/99.
FRIBERG, L. & ELINDER, C.G. - Cadmium and compounds. In: ILO Encyclopaedia of Occupational
rd
Health and Safety, 3 ed., Geneva, International Labour Office, 1983. p.356-7.
64
PROTOCOLO DE PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS No. 13.IV
A ocorrência da fluorose pode ser de origem ambiental e ocupacional. Esta é relativamente rara, uma vez
que os efeitos extremamente irritativos e destrutivos da exposição ao flúor obrigam a adoção de medidas
de controle ou o afastamento do trabalhador da área (fonte) de exposição. Aparece em exposições
crônicas, a longo prazo.
No quadro clínico, o flúor depositado nos ossos pode ser reconhecido ao exame radiológico. Nos
estágios iniciais o aumento de densidade aparece ao nível da coluna lombar e pelvis, podendo ocorrer,
também a ossificação dos ligamentos. Estudos recentes têm demonstrado que estes achados, em
muitos casos, não são acompanhados de nenhuma manifestação clínica. À medida que aumenta, a
deposição óssea pode levar a exostose de ossos longos. Os ligamentos sacro-tuberosos e sacro-ciáticos
começam a calcificar; as vértebras podem se fundir.
Ainda não são bem conhecidas as relações existentes entre o nível de fluoretos na urina e as taxas de
deposição nos ossos, entretanto sua dosagem pode servir como um indicador de exposição, em
Programas de Vigilância. Os seguintes índices têm sido utilizados em trabalhadores expostos: nível
urinário de fluoretos até 4 ppm indica observação; acima de 6 ppm deve ser feito o monitoramento e
adotadas outras medidas de controle. Acima de 8 ppm é esperado um depósito ósseo. Se a exposição
se mantem por muitos anos, haverá aumento da radioopacidade óssea.
Critérios Diagnósticos:
História clínica;
História ocupacional
Achados radiológicos característicos.
A fluorose do esqueleto, em trabalhadores expostos nas atividades acima mencionadas, pode ser
caracterizada como “doença relacionada com o trabalho”, Grupo I da Classificação de Schilling, posto
que o trabalho ou ocupação constituem-se causas necessárias. Sem elas, seria improvável que os
65
trabalhadores desenvolvessem fluorose do esqueleto.
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento
técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
66
IV – PARÂMETROS QUE TÊM SIDO UTILIZADOS PARA AVALIAR,
SOB O PONTO DE VISTA ESTRITAMENTE MÉDICO, A NATUREZA E
O GRAU DA “DEFICIÊNCIA” OU “DISFUNÇÃO” EVENTUALMENTE
PRODUZIDOS POR ESTA DOENÇA
“Deficiência” ou “disfunção” (“impairment”), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é
“qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica”. Por
exemplo, após um acidente vascular cerebral (AVC), a paralisia do braço direito ou a disfasia serão
“deficiências” ou “disfunções”, isto é, sistemas ou partes do corpo que não funcionam, e que,
eventualmente irão interferir com as atividades de uma vida diária “normal”, produzindo, neste caso,
“incapacidade”.
A fluorose do esqueleto é, via de regra, achado radiológico casual, não acompanhado, na maioria das
vezes, de sintomas ou outras manifestações que produzam disfunção ou deficiência.
67
Uniprofissional
Multiprofissional
Oniprofissional
Contudo, a legislação previdenciária vigente não contempla todas estas alternativas, e se espera que
o médico-perito se pronuncie sobre:
A existência (ou não) de “incapacidade laborativa” no curto-prazo, com o correspondente
benefício previdenciário do “auxílio-doença”, como regulamentado pelos Arts. 71 a 80 do Decreto
3048/99.
A concessão (ou não) de “auxílio-acidente”, “concedido, como indenização, ao segurado
empregado (...) quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer
natureza, resultar seqüela definitiva” que se enquadre nas condições estabelecidas pelo Art. 104
do Decreto 3048/99.
A concessão (ou não) de “aposentadoria por invalidez” devida ao segurado que, “estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência” , nas condições estabelecidas pelos
Arts. 43 a 50 do Decreto 3048/99.
LARGENT, E.J. - Fluorine and compounds. In: ILO Encyclopaedia of Occupational Health and Safety,
rd
3 ed., Geneva, International Labour Office, 1983. p.891-4.
68
PROTOCOLO DE PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS No. 13.XV
A osteonecrose decorrente da intoxicação crônica pelo fósforo branco (ou amarelo) tem importância
histórica e integrou a primeira Lista de Doenças Profissionais elaborada pela OIT, em 1919. Os primeiros
casos dessa doença grave e desfigurante, caracterizada pela necrose da mandíbula, fatal em 20% dos
casos, foram descritos em 1844. Pela Convenção de Berna, assinada em 1906, os signatários não
poderiam produzir ou importar fósforos (palitos de fósforos) feitos a partir do fósforo branco.
Este mesmo mecanismo, de alteração nutricional óssea, explica a osteonecrose decorrente da exposição
a radiações ionizantes.
No quadro clínico, a dor caracteriza-se por ser localizada, podendo ser intensa, geralmente súbita. O
exame radiológico pode mostrar o "sinal do crescente", indicando microfratura. A cintilografia óssea, com
uso de Tecnécio marcado, pode auxiliar no diagnóstico, ao mostrar uma diminuição da captação.
Na intoxicação crônica pelo fósforo branco (ou amarelo), o tempo médio de exposição é de cerca de dez
anos. Entretanto, exposições curtas, de até 10 meses, têm sido relatadas. A osteomielite do osso da
mandíbula, raramente acometendo os maxilares, geralmente se inicia como um problema dental. Se o
dente é extraído, observa-se uma eliminação de secreção purulenta pela cavidade, que não se cicatriza,
o que leva à suspeita de um grave acometimento ósseo. Nestes casos, é muito importante a remoção
cirúrgica de todo tecido ósseo doente, ao mesmo tempo que se procura evitar a desfiguração da face.
Uma vez instalado o processo e não tratado, ele evolui, estendendo-se, progressivamente a outros ossos
da face e do crânio, podendo levar ao óbito. Casos com esta gravidade não são mais observados na
atualidade, tanto pelas medidas de substituição já mencionadas, quanto pelas medidas terapêuticas
adotadas.
Critérios Diagnósticos:
69
II – FATORES ETIOLÓGICOS (GERAIS) E IDENTIFICAÇÃO DOS
PRINCIPAIS “AGENTES PATOGÊNICOS” e/ou FATORES DE RISCO
DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A osteonecrose decorrente da intoxicação crônica pelo fósforo branco é rara na atualidade. As
exposições ocupacionais mais significativas podem ocorrer na manipulação do elemento, na fabricação
de explosivos, bombas incendiárias, na indústria química, de fogos de artifício, de fósforos, em seu
emprego como raticida e fertilizantes. A substituição do fósforo branco ou amarelo, pelo fósforo vermelho
e o relativamente seguro sesquissulfeto de fósforo, não eliminou totalmente o risco, dada a possibilidade
de contaminação. Em muitos países, apesar da proibição, o fósforo branco continua a ser utilizado na
indústria pirotécnica.
A exposição ocupacional a radiações ionizantes pode atingir trabalhadores que lidam com raios-X de uso
na Medicina e na Odontologia (radioterapeutas, radiologistas, dentistas e auxiliares, técnicos de raios-X,
etc.), e na Indústria em geral.
O diagnóstico de osteonecrose pelo fósforo, ou por radiações ionizantes ou por vibrações localizadas,
em trabalhadores comprovadamente expostos, permite caracterizar a doença como “relacionada com o
trabalho”, do Grupo I da Classificação de Schilling.
70
No caso de doenças relacionadas com o trabalho, do tipo II, foram as outras causas gerais, não
ocupacionais, devidamente analisadas e, no caso concreto, excluídas ou colocadas em hierarquia
inferior às causas de natureza ocupacional?
Grau ou intensidade da exposição: é ele compatível com a produção da doença?
Tempo de exposição: é ele suficiente para produzir a doença?
Tempo de latência: é ele suficiente para que a doença se desenvolva e apareça?
Há o registro do “estado anterior” do trabalhador segurado?
O conhecimento do “estado anterior” favorece o estabelecimento do nexo causal entre o “estado
atual” e o trabalho?
Existem outras evidências epidemiológicas que reforçam a hipótese de relação causal entre a
doença e o trabalho presente ou pregresso do segurado?
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento
técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
Não são conhecidos critérios específicos para avaliar a natureza e o grau de disfunção ou deficiência
produzidos pela osteonecrose secundária à exposição ocupacional ao fósforo branco, a radiações
ionizantes ou a vibrações localizadas. A disfunção ou deficiência - se presente - será reflexo da
localização principal da osteonecrose (mandíbula, face, punho, etc.), da presença de dor, de seqüela
cirúrgica, e de eventual dano estético.
71
trabalhava, e nunca os da média da coletividade operária”.
Contudo, a legislação previdenciária vigente não contempla todas estas alternativas, e se espera que
o médico-perito se pronuncie sobre:
A existência (ou não) de “incapacidade laborativa” no curto-prazo, com o correspondente
benefício previdenciário do “auxílio-doença”, como regulamentado pelos Arts. 71 a 80 do Decreto
3048/99.
A concessão (ou não) de “auxílio-acidente”, “concedido, como indenização, ao segurado
empregado (...) quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer
natureza, resultar seqüela definitiva” que se enquadre nas condições estabelecidas pelo Art. 104
do Decreto 3048/99.
A concessão (ou não) de “aposentadoria por invalidez” devida ao segurado que, “estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência” , nas condições estabelecidas pelos
Arts. 43 a 50 do Decreto 3048/99.
72
PROTOCOLO DE PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS No. 13.XVI
O quadro clínico caracteriza-se pela presença do Fenômeno ou Síndrome de Raynaud (Ver Protocolos
9.IX e 9.X), que pode ocorrer em graus variados, em ambas as mãos. Pode ser acompanhado de dor
reumática e acro-parestesia, sendo agravado pelo contato com ferramentas ou ambientes frios. A
sintomatologia persiste mesmo após a consolidação óssea.
Os achados radiológicos de acro-osteólise nas falanges distais são quase que patognomônicos da
entidade. Podem aparecer também em alguns distúrbios metabólicos hereditários, muito raros, ligados
ao metabolismo do cálcio. A doença de origem ocupacional pode ser diferenciada daquela de origem
familial pela sua progressão intermitente, e pelo fato de que a recalcificação ocorre, uma vez cessada a
exposição. Os dedos, uma vez curados, podem apresentar ao exame radiológico uma imagem de vareta
da falange distal, encurtando e encurvando o processo ungueal. A densidade é maior que a das falanges
não afetadas. O anular está geralmente preservado. Os dedos afetados têm uma aparência roliça, as
unhas são mais curtas, ovais transversalmente e levemente achatadas.
Em alguns casos tem sido descrita uma erupção de pequenos nódulos, semelhantes a urticária,
acompanhados de espessamento da pele (não são lesões eczematosas) e a persistência de nódulos
localizados simetricamente na superfície dorsal das mãos, que lembram o escleroderma.
Assim, a “Doença do Cloreto de Vinila” (VC) caracteriza-se por sintomas neurotóxicos (efeitos narcóticos,
em altas doses); alterações na microcirculação periférica (Fenômeno de Raynaud); lesões de pele, tipo
escleroderma, localizadas no dorso das mãos ou no lado interno dos antebraços); osteólise das das
falanges distais das mãos; acometimento do fígado e baço (fibrose hepatoesplênica e hipertensão
portal), e pelo efeito carcinogênico (angiossarcoma hepático).(Ver Protocolos 2.II, 9.IX, 9.X e 11.VIII).
Criterios Diagnósticos:
73
monômero Cloreto de Vinila (VC), seguindo-se as observações feitas inicialmente no Japão, em 1954,
sobre a presença do Fenômeno de Raynaud, em trabalhadores expostos ao mesmo monômero. (Ver
Protocolos 9.IX e 9.X) Em 1963 foi descrita a associação com a acro-osteólise, ou osteólise das falanges
distais e dos processos ungueais da mão, em trabalhadores da indústria belga, que também sofriam o
Fenômeno de Raynaud. Posteriormente, ambos os achados foram, também, descritos em trabalhadores
expostos, de outros países, inclusive no Brasil, aquí graças à casuística e documentação elaborada pelo
Dr. João Batista Bosco Meira, médico do trabalho no ABC paulista.
A partir de 1974, o estudo destes trabalhadores passou a incluir as observações de dano hepático, em
especial, o angiossarcoma hepático. (Ver Protocolo 2.II).
74
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento
técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
75
ocupacionais a “agentes patogênicos” sensibilizantes ou de efeito cumulativo
Eventual existência de hipersuscetibilidade do segurado ao “agente patogênico” relacionado com
a etiologia da doença
Dispositivos legais pertinentes (por exemplo: Normas Regulamentadoras do Ministério do
Trabalho, ou de órgãos da Saúde, ou acordos coletivos, ou profissões regulamentadas, etc.)
Idade e escolaridade do segurado
Suscetibilidade ou potencial do segurado a readaptação profissional
Mercado de trabalho e outros “fatores exógenos”
Contudo, a legislação previdenciária vigente não contempla todas estas alternativas, e se espera que
o médico-perito se pronuncie sobre:
A existência (ou não) de “incapacidade laborativa” no curto-prazo, com o correspondente
benefício previdenciário do “auxílio-doença”, como regulamentado pelos Arts. 71 a 80 do Decreto
3048/99.
A concessão (ou não) de “auxílio-acidente”, “concedido, como indenização, ao segurado
empregado (...) quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer
natureza, resultar seqüela definitiva” que se enquadre nas condições estabelecidas pelo Art. 104
do Decreto 3048/99.
A concessão (ou não) de “aposentadoria por invalidez” devida ao segurado que, “estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência” , nas condições estabelecidas pelos
Arts. 43 a 50 do Decreto 3048/99.
BASTENIER, H.; CORDIER, J.M. & LEFEVRE, M.J. - Acro-osteolysis, occupational. In: ILO
rd
Encyclopaedia of Occupational Health and Safety, 3 ed., Geneva, International Labour Office, 1983.
p. 51-2.
VIOLA, P.L. - Vinyl and polyvinyl chloride. In: ILO Encyclopaedia of Occupational Health and Safety,
rd
3 ed., Geneva, International Labour Office, 1983. p.2256-60.
76
PROTOCOLO DE PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS No. 13.XVII
A maior parte dos casos de osteonecrose asséptica são assintomáticos, sendo encontrados durante
estudos radiológicos efetuados periodicamente em grupos de indivíduos expostos. Geralmente os
sintomas não se manifestam, a menos que a lesão se localize na supefície justa-articular, quando
assume características de dor artrítica, localizada, irradiando-se para o resto do membro afetado. Pode
surgir gradual ou repentinamente, após um levantamento de peso. Nas lesões do fêmur, a dor pode ser
referida na virilha, irradiando-se para a superfície anterior da coxa. Desenvolve-se lentamente, tornando-
se cada vez mais intensa.
As lesões da osteonecrose asséptica podem ser classificadas segundo seu aspecto radiológico em dois
grandes grupos: a)lesões justa-articulares que envolvem ou são adjacentes ao córtex articular; b)lesões
na cabeça, colo e diáfase óssea.
As localizações mais freqüentes dos processos de oclusão vascular e necrose são a diáfise superior da
tíbia, e a cabeça e o colo do úmero e do fêmur. As lesões são geralmente múltiplas e tendem a ser
bilaterais e simétricas.
As lesões articulares, mesmo assintomáticas, são representadas por osso e medula óssea desvitalizada,
separados do tecido normal por uma linha de colágeno denso. A opacidade radiológica é produzida pela
aposição de tecido ósseo de regeneração sobre as trabéculas necrosadas. As lesões medulares podem
ser bastante extensas e consistem de necrose das trabéculas esponjosas e da medula óssea que podem
ser calcificadas. Os achados radiológicos característicos - o aumento da densidade óssea - podem
aparecer ao exame radiológico como uma imagem de "pico nevado".
Nos casos mais avançados pode ocorrer um completo colapso da articulação acometida. O alívio dos
sintomas decorre de um processo de condensação óssea.
No diagnóstico diferencial deverão ser consideradas outras causas de necrose asséptica, como o
alcoolismo, o tratamento com esteróides, anemia por células falciformes, artrite reumatóide, Doença de
Gaucher, e tratamento com fenilbutazona. Outras doenças que apresentam lesões ósseas também
devem ser consideradas, como o diabetes mellitus, cirrose do fígado, hepatite, pancreatite, gota, sifilis,
exposição a radiação ionizante. Nestes casos, a Historia Ocupacional tem importância fundamental.
Critérios diagnósticos:
Historia clinica;
Hstória ocupacional;
77
Exame radiológico realizado segundo técnica padronizada (British MRC Decompression Sickness
Panel).
Além da radiografia e tomografia, outras técnicas diagnósticas podem ser empregadas, como a
cintilografia óssea, preferencialmente com pirofosfato ou fluoreto de sódio, e biopsia.
Sua ocorrência não é freqüente, ou pelos menos não tem sido relatada com tanta freqüência. A
casuística internacional apresenta valores muito variados, com uma incidência que varia de 1,7% a mais
de 50%, segundo estudos feitos no Japão. Observa-se que a incidência aumenta em populações de
trabalhadores que não observam estritamente as tabelas de descompressão, constituindo-se a
descompressão inadequada a principal causa da doença. .(Ver Anexo 6 da NR 15).
Parece haver uma correlação entre a ocorrência da doença e o número de episódios de descompressão
sofridos pelo trabalhador, a freqüência da exposição, a magnitude da pressão, e a freqüência de
acidentes descompressivos relatados.
A doença descompressiva de origem ocupacional pode acometer uma ampla gama de trabalhadores que
trabalham em ambientes hiperbáricos: mergulhadores, trabalhadores da construção civil de túneis,
fundações, exploração submarina de petróleo, atividades de mineração, aviação civil e militar, entre
outras.
78
ambiente ou local de trabalho do Segurado?
“Especificidade” da relação causal e “força” da associação causal: o “agente patogênico” ou o
“fator de risco” podem estar pesando de forma importante entre os fatores causais da doença?
Tipo de relação causal com o trabalho: o trabalho é causa necessária (Tipo I)? Fator de risco
contributivo de doença de etiologia multicausal (Tipo II)? Fator desencadeante ou agravante de
doença pré-existente (Tipo III)?
No caso de doenças relacionadas com o trabalho, do tipo II, foram as outras causas gerais, não
ocupacionais, devidamente analisadas e, no caso concreto, excluídas ou colocadas em hierarquia
inferior às causas de natureza ocupacional?
Grau ou intensidade da exposição: é ele compatível com a produção da doença?
Tempo de exposição: é ele suficiente para produzir a doença?
Tempo de latência: é ele suficiente para que a doença se desenvolva e apareça?
Há o registro do “estado anterior” do trabalhador segurado?
O conhecimento do “estado anterior” favorece o estabelecimento do nexo causal entre o “estado
atual” e o trabalho?
Existem outras evidências epidemiológicas que reforçam a hipótese de relação causal entre a
doença e o trabalho presente ou pregresso do segurado?
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento
técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
79
uma maneira que seja considerada normal para o ser humano, ou que esteja dentro do espectro
considerado normal ”. Refere-se a coisas que as pessoas não conseguem fazer. Por exemplo, após
um acidente vascular cerebral (AVC), que produziu as “deficiências” ou “disfunções” acima referidas,
a pessoa poderá não conseguir caminhar, vestir-se, dirigir um automóvel, etc.
Contudo, a legislação previdenciária vigente não contempla todas estas alternativas, e se espera que
o médico-perito se pronuncie sobre:
A existência (ou não) de “incapacidade laborativa” no curto-prazo, com o correspondente
benefício previdenciário do “auxílio-doença”, como regulamentado pelos Arts. 71 a 80 do Decreto
3048/99.
A concessão (ou não) de “auxílio-acidente”, “concedido, como indenização, ao segurado
empregado (...) quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer
natureza, resultar seqüela definitiva” que se enquadre nas condições estabelecidas pelo Art. 104
do Decreto 3048/99.
A concessão (ou não) de “aposentadoria por invalidez” devida ao segurado que, “estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência” , nas condições estabelecidas pelos
Arts. 43 a 50 do Decreto 3048/99.
ALVES, C. - Trabalho em Ambientes Hiperbáricos e sua Relação com a Saúde/Doença. In: MENDES,
80
R. (Ed.) - Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro, Atheneu, 1995. p. 573-96.
MENDES, W.A. - Medicina Hiperbárica. Vitória, Oficina de Letras Editora, 1993. 196 p.
RIBEIRO, I.J. - Trabalho em Condições Hiperbáricas. In: MENDES, R. (Ed.) - Medicina do Trabalho -
Doenças Profissionais. São Paulo, Sarvier, 1980. p. 319-77.
81
PROTOCOLO DE PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS No. 13.VIII
O diagnóstico pode ser feito em estágios iniciais por ressonância magnética (RM) e tomografia
computadorizada (TC) e confirmada pelo RX comum que mostra o osso esclerótico que,
gradualmente desenvolve alterações císticas e fratura coronal e colapsa .
Critérios Diagnósticos:
Na explicação clássica, a Doença de Kienböck seria “doença relacionada com o trabalho”, do Grupo I
da Classificação de Schilling. Na teoria fisiopatogênica alternativa, ela seria do Grupo III da
Classificação de Schilling.
Tabelas de alguns países reconhecem, também, a Doença de Köhler (do adulto), que corresponde à
osteonecrose asséptica do escafóide, provocada pela trepidação e vibração localizadas, atingindo a
mão do trabalhador.
82
III – PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS PARA O
“RECONHECIMENTO TÉCNICO DO NEXO CAUSAL ENTRE A
DOENÇA E O TRABALHO” (Art. 337 Decreto 3048/99)
De acordo com a Resolução 1488/98 do Conselho Federal de Medicina, aplicável a todos os médicos
em exercício profissional no país, “para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de
saúde e as atividades do trabalhador, além do exame clínico (físico e mental) e os exames
complementares, quando necessários, deve o médico considerar:
A história clínica e ocupacional, decisiva em qualquer diagnóstico e/ou investigação de nexo
causal;
O estudo do local de trabalho;
O estudo da organização do trabalho;
Os dados epidemiológicos;
A literatura atualizada;
A ocorrência de quadro clínico ou subclínico em trabalhador exposto a condições agressivas;
A identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos, estressantes, e outros;
O depoimento e a experiência dos trabalhadores;
Os conhecimentos e as práticas de outras disciplinas e de seus profissionais, sejam ou não da
o
área de saúde.” (Artigo 2 da Resolução CFM 1488/98).
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento
técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
83
A Doença de Kienböck do Adulto pode ser um achado radiológico casual, mas mais freqüentemente é
acompanhada de dor do carpo, edema e eritema. acompanhados de incapacidade funcional. Com a
mão em repouso, os sintomas desaparecem, porém após períodos de latência que podem durar
desde alguns meses até vários anos, pode ocorrer recorrência da dor. A osteoartrose do carpo pode
complicar a doença.
Portanto, dor e limitação do movimento do punho serão os parâmetros para avaliar eventual
disfunção.
Contudo, a legislação previdenciária vigente não contempla todas estas alternativas, e se espera que
o médico-perito se pronuncie sobre:
A existência (ou não) de “incapacidade laborativa” no curto-prazo, com o correspondente
84
benefício previdenciário do “auxílio-doença”, como regulamentado pelos Arts. 71 a 80 do Decreto
3048/99.
A concessão (ou não) de “auxílio-acidente”, “concedido, como indenização, ao segurado
empregado (...) quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer
natureza, resultar seqüela definitiva” que se enquadre nas condições estabelecidas pelo Art. 104
do Decreto 3048/99.
A concessão (ou não) de “aposentadoria por invalidez” devida ao segurado que, “estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência” , nas condições estabelecidas pelos
Arts. 43 a 50 do Decreto 3048/99.
85