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TA832 - FORMULAÇÃO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS

Ementa
• Introdução: desenvolvimento do projeto. Projeção de mercados. Estudo do
processo. Seleção dos materiais e equipamentos para o processo. Estudo do arranjo
físico. Localização industrial e Tamanho. Avaliação econômica do projeto.
Otimização.

Conhecimentos Prévios:
• O que é Agroindústria?
• O que é Planejamento?
• O que é Projeto e quais são os tipos de projeto?

Definição de Agroindústria:
Componente produtivo do sistema alimentar que essencialmente engloba operações
para o processamento de matérias primas provenientes da agricultura, extração vegetal,
animal, silvicultura e criação de animais, com o propósito de:
• Transformá-las em forma comestível ou útil
• Aumentar o período de estocagem
• Forma física mais adequada para o transporte ou consumo
• Aumentar sua palatabilidade ou teor nutricional

Alguns aspectos específicos da agroindústria diferenciam-na dos demais setores


industriais, sendo os principais:
• A matéria prima é sazonal, apresentando perecibilidade e variabilidade.
• O maior componente de custo são as matérias primas.
• Tem profundo impacto social, econômico e político, pois seus produtos são, muitas
vezes, necessidades básicas da população e seus processos interferem de maneira
acentuada na estabilidade sócio-econômica da zona rural.

Agroindústria no Brasil
Os cinco maiores segmentos da agroindústria brasileira são:
• Carnes
• Café
• Suco de Laranja

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• Soja
• Açúcar e Álcool

Em 2008, o PIB da agroindústria foi de R$ 231 milhões, o que corresponde a 7,7% do


PIB nacional. Já nos três primeiros trimestres de 2009, a agroindústria contribuiu com
6,57% do PIB nacional. A crise econômica mundial que provocou queda tanto no volume
como nos preços de diversos produtos agropecuários exportados e a redução da safra de
2009 (-8,3%) impactada pela seca que atingiu a Região Sul acarretaram em uma produção
agrícola menor, refletindo em uma menor participação da agroindústria no PIB.

Indústria de Alimentos:
As indústrias de alimentos podem-se classificar em:
1. Produtoras de “Commodities”
Commodities: Mercadoria ou bem econômico. Expressão atribuída a bens
comerciáveis, como produtos agropecuários e recursos naturais. As commodities são
produtos em estado bruto ou com um grau muito pequeno de industrialização, produzidos
em escala mundial e de grande importância econômica internacional porque são
amplamente negociados entre importadores e exportadores. O que torna as commodities
muito importantes na economia é o fato de que, embora sejam mercadorias primárias,
possuem cotação e “negociabilidade” globais. Exemplos: café, açúcar, soja, trigo, petróleo,
ouro, minério de ferro e créditos de carbono. Atualmente também são consideradas
commodities produtos de uso comum mundial como lotes de camisetas brancas básicas ou
lotes de calças jeans.
Existem basicamente quatro tipos de commodities:
Commodities agrícolas: soja, suco de laranja congelado, trigo, algodão, borracha,
café, etc.
Commodities minerais: minério de ferro, alumínio, petróleo, ouro, níquel, prata,
etc.
Commodities financeiras: moedas negociadas em vários mercados, títulos públicos
de governos federais, etc.
Commodities ambientais: mercadorias originadas de recursos naturais em
condições sustentáveis e são os insumos vitais para a manutenção da agricultura e da
indústria. Ou seja, constituem um complexo produtivo que envolve sete matrizes: água,

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energia, minério, biodiversidade, madeira, reciclagem e controle de emissão de poluentes


(água, solo e ar).

2. Produtoras de Alimentos de alto valor agregado.

Produtoras de “Commodities”:
As características são:
• Alto volume de produção
• Preços competitivos
• Programas de produtividade
• Marketing discreto
• Pouca diferenciação entre produtos finais.

Produtoras de Alimentos de alto valor agregado:


As características são:
• Máxima diferenciação entre os produtos
• Programa de marketing agressivo e caro
• Melhoramento contínuo dos produtos existentes
• Lançamento de novos produtos.

O que é Projeto?
• Projetar = Processo criativo para conceber uma solução para um determinado
problema.
• Projeto = conjunto de procedimentos e especificações que se postos em prática
resultam na concretização de um novo produto, processo ou sistema, pode ser
também uma adequação ou otimização.

Projeto é o conjunto de informações internas e/ou externas à Empresa, coletadas e


processadas com o objetivo de analisar uma decisão de investimento.
Deste modo, o projeto não pode ser confundido simplesmente como “informações”,
pois ele é um modelo que incorporando informações qualitativas e quantitativas, simula a
decisão de investir e suas aplicações.

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Classificação dos projetos:


• Quando ao setor econômico, onde se processa o investimento, tem-se:
o Agrícola
Projeto o Industrial
o De serviços

Trata-se de uma classificação macroeconômica associada aos três grandes setores


de atividade da economia.
• Do ponto de vista microeconômico, ou seja, com relação ao seu impacto na
empresa, a classificação é a seguinte:
o Implantação
o Expansão ou ampliação
o Modernização
o Relocalização
o Diversificação
• Quanto ao uso na empresa:
Em função do uso que terá para a empresa, ao longo do processo decisório, a
classificação é:
o De viabilidade
o Final
o De financiamento.

O projeto de viabilidade é um projeto de estudo e análise, ou seja, procura verificar


a viabilidade internamente na própria empresa.

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A análise de viabilidade é feita em base de projeções. É freqüente que cada fase de


verificação de viabilidade corresponda a um processo de decisão aplicado a um problema
complexo, com limites não muito definidos e informação parcial. Assim, estes dois fatores
(incerteza quanto às projeções e informação parcial) fazem com que a coleta e o
processamento de informações custe tempo e recursos. Normalmente, a empresa despende
recursos na análise de viabilidade, proporcional ao risco que o projeto apresenta. Quanto
maiores os riscos de se investir em um determinado setor, mais recursos e tempo serão
necessários na análise de viabilidade deste investimento.

Figura 1. Gráfico de custo de Projeto em função do risco

O projeto final é o conjunto de informações em que grande parte dos parâmetros


críticos para a fase de implantação já se encontra definido (como o processo, equipamentos
básicos, cronograma, etc). Este tipo de projeto é raramente feito nas empresas nacionais,
pois muitas vezes o projeto continua a ser modificado durante a própria fase de
implantação.
O projeto de financiamento é um projeto feito para atender às exigências e quesitos
dos órgãos financiadores (bancos de investimento) e/ou órgãos que concedem incentivos (a
nível federal, regional, estadual e municipal). É comum a confusão entre este tipo de
projeto com o projeto de viabilidade e o projeto final, mas o que se constata é que o projeto

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de financiamento apresenta uma análise muito mais otimista do projeto em questão com o
objetivo de sensibilizar os órgãos que darão os incentivos e/ou financiamentos.

Objetivos do Projeto:
• Servirá para que a gerência da empresa decida sobre a aceitação, adiamento ou
rejeição de uma oportunidade de investimento.
• Os financiadores comerciais ou relacionados ao desenvolvimento decidem sobre
sua participação financeira no projeto aprovado para que seja possível executá-lo.

Funções do Engenheiro:
Cabe ao engenheiro fazer avaliações econômicas dos novos processos, projetar
peças individuais de equipamentos e desenvolver layout de plantas para a operação.
Projeto de Planta: engloba todos os aspectos de engenharia envolvidos no
desenvolvimento de uma planta nova, ampliada ou modificada.
Quem deve elaborar o projeto:
• Órgãos de Linha: implantam o projeto
• Órgãos de Assessoria: analisam o projeto

Etapas no desenvolvimento de uma unidade de produção:


• Geração ou concepção da idéia básica.
• Avaliação preliminar de economia de mercado.
• Desenvolvimento de dados necessários para o projeto final.
• Avaliação econômica final.
• Projeto detalhado de instalação.
• Etapa final.

Etapas e estrutura de um projeto:


• Oportunidade de investimento:
O primeiro passo a seguir é realizar um estudo de mercado através da
caracterização do produto, a quantidade demandada, os canais de comercialização, preço
de vendas, etc.
• Aspectos técnicos (processo), localização e a escala do projeto (tamanho):

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Estes fatores estão intimamente relacionados, pois o tipo de processo escolhido


pode condicionar a localização geográfica e esta a escala de produção.
• Estrutura administrativa e Necessidade de pessoal:
Feita a seleção do processo e a determinação dos investimentos é possível estimar o
volume dos financiamentos.
• Aspectos jurídicos:
Incentivos de ordem fiscal/econômica: podem favorecer a instalação de indústrias
em determinado local.
• Aspectos do meio ambiente:
Devem ser analisados os aspectos positivos e negativos provocados ao meio
ambiente pela implantação da indústria no local.
Após estas etapas, projeções de custos e receitas são realizadas, determinando-se
se o projeto é viável. A partir daí, existem duas possibilidades: parar o estudo ou
prosseguir para obter maiores detalhes.

Apresentação de um Projeto:
Capítulos:
1. Introdução
2. Comercialização
3. Produção
4. Provisão
5. Tamanho
6. Localização
7. Vendas e custos
8. Investimento
9. Financiamentos
10. Organização
11. Avaliação
12. Cronograma
13. Anexos
Anexos:
• Memorial descritivo
• Memorial de cálculo

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• Lista de Materiais
• Isométricos, plantas e elevações
• Estudos e especificações complementares.
Análise de Projetos:
• Rentabilidade e Risco financeiro
• Custo benefício
• Econômica – Social.

Figura 2. Etapas de um Projeto

Perfis Industriais:
São documentos concebidos com a intenção de promover o desenvolvimento da
indústria fornecendo informações técnicas e econômicas, de maneira a suportar decisões
básicas para o estabelecimento de plantas pequenas ou de média escala em segmentos
industriais específicos.
São mostradas informações básicas com relação a aspectos de mercado, taxas de
produção, necessidades de capital, materiais e suprimentos, unidades, custos operacionais e
receitas.

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Bibliografia Recomendada:

Bartholomai, A. Food Factories: Processes, Equipment, Costs. VCH, 1987

Maroulis, Z. B.; Saravacos, G. D. Food Plant Economics (Food Science and


Technology). CRC Press, 2008. 376 p.

Sites Recomendados:
Instituto de Economia Agrícola – www.iea.sp.gov.br
Portal do Agronegócio – www.portaldoagronegocio.com.br
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) – www.cepea.esalq.usp.br
Food Production Daily - http://www.foodproductiondaily.com/

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