Você está na página 1de 18

Indústria Química

Caracterização das indústrias


Atualmente, tudo o que nós utilizamos no nosso dia-a-dia passa pela indústria química,
desde a roupa que usamos até aos alimentos que consumimos. Ao contrário daquilo que se pensa,
a indústria química é benéfica para a economia de um país e preocupa-se com o meio ambiente.

A indústria química pode ser classificada em 3 diferentes setores industriais:

- Indústria de base ou de bens de produção;


- Indústria de bens intermediários ou de bens de capital;

- Indústria de bens finais ou de bens de consumo.

A indústria de bens de produção é responsável pela transformação da matéria bruta,


encontrada na natureza, em matéria processada semi-acabada para que possa ser utilizada noutras
indústrias. As indústrias química e petroquímica são fundamentais para que todos os outros setores
industriais estejam em constante atividade, isto porque os produtos produzidos por essas indústrias
compõem cerca de 95% de todos os bens produzidos pelos outros setores industriais. Para além das
indústrias química e petroquímica, este setor industrial pode ser subdividido em: indústrias
siderúrgicas e metalúrgicas; indústrias de carvão mineral, enxofre, fertilizantes agrícolas, cimento,
madeiras e fibras sintéticas. As indústrias de base podem trazer várias vantagens para um país,
nomeadamente:

- Melhoria da utilização dos recursos naturais: Sem a indústria de base, que trabalha
segundo uma regulamentação referente aos recursos naturais, as indústrias que dependem desses
recursos iriam consumi-los de forma desregulada;

- Diminuição dos níveis de desemprego: O aparecimento de novas indústrias implica a


necessidade de mão de obra, aumentando assim as vagas de emprego na região que ficam
estabelecidas;

- Impacto no PIB: O PIB (Produto Interno Produto) é bastante influenciado pelas indústrias
de base, assim como o nível de renda e a capacidade de investimentos da população;

- Apoio a outros setores económicos: Quando outros setores económicos precisam de lidar
com outro tipo de matéria-prima para a transformar, a indústria de base consegue ajudar no seu
desenvolvimento, diversificando a economia e promovendo o comércio exterior;

- Melhoria de setores estratégicos: Esta indústria pode ajudar no desenvolvimento de


outros setores estratégicos, como a energia, transporte, construção, entre outros, contribuindo
para as receitas do governo e melhorando a infraestrutura pública devido à cobrança de diferentes
impostos;
- Maior independência económica: A produção de bens ajuda a implementar medidas que
substituam as importações, ajudando assim o país a ser mais independente de importações
estrangeiras.

A indústria de bens de capital é focada na produção de equipamentos, ferramentas ou


máquinas que serão usadas posteriormente para completar a produção de um bem de consumo,
como rodas para um carro. Este setor industrial também pode produzir maquinaria pesada que será
usada na indústria de base, como máquinas para a extração de minérios. A indústria de bens
intermediários pode ser considerada o principal suporte para todo o setor industrial de manufatura.
O investimento neste setor industrial é fundamental para o estado, por ser essencial para a
segurança, aumento ou estabilização da economia e independência, promovendo benefícios a larga
escala.

A indústria de bens de consumo é encarregue da produção de bens que vão diretamente


para o consumidor. Os bens produzidos podem ser divididos em bens duráveis, como automóveis e
eletrodomésticos, ou em bens não-duráveis, como alimentos e medicamentos. Para que o
crescimento das indústrias de bens finais seja possível, é necessário haver um avanço tecnológico
nas indústrias de base e de bens intermediários. Este setor industrial depende da proximidade com
o consumidor em vez da proximidade com a matéria-prima, além de ser o setor que menos
necessita de energia e apresenta retorno de capital mais rápido.

Departamentos existentes na indústria química


DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS

Os recursos humanos são responsáveis pelo sucesso e crescimento da indústria, através da


formação e incentivação dos funcionários pela comunicação interna e garantindo sempre a
segurança no trabalho. Este departamento deve assumir um papel responsável e ativo nas
estratégias gerais de uma indústria, igualando as políticas de cada departamento com os objetivos e
resultados pretendidos da indústria. Para além disso, os recursos humanos também são
responsáveis pela contratação e demissão de funcionários, desempenhando um papel importante
na permanência de funcionários qualificados.

DEPARTAMENTO DE INVESTIGAÇÃO

O departamento de investigação de uma indústria tem como objetivo combinar a pesquisa,


como ferramenta para descobrir novos conhecimentos, e o desenvolvimento, que consiste na
aplicação dos novos conhecimentos para a obtenção de resultados práticos.

Este departamento é responsável por interagir com os outros departamentos da indústria,


comunicar para avaliar constantemente o uso da tecnologia, o comportamento das indústrias
concorrentes, as tendências tecnológicas a nível global e transmitir conhecimento na indústria.
Para poder cumprir as suas funções, o departamento de investigação engloba um conjunto
de competências para os realizar. Desde um simples técnico laboratorial para efetuar investigações,
com o objetivo de encontrar novos métodos para melhorar a tecnologia de uma indústria ou
melhorar o processo de fabrico de determinado produto, até uma organização de pesquisa,
composta por uma equipa de investigadores interdisciplinares e um laboratório altamente
tecnológico.

DEPARTAMENTO DE QUALIDADE

O departamento de qualidade é responsável pelo cumprimento das políticas da empresa e


certificação do cumprimento das metas estipuladas dentro do prazo previsto. Para além disso,
implementa critérios de monitoramento para a aprovação do produto final e lidera projetos de
melhoria e treinamento.

As funções deste departamento são:

- Adaptar-se aos parâmetros propostos, como por exemplo os parâmetros da norma ISO
90001, que consiste na garantia de otimização de processos, maior agilidade no desenvolvimento e
produção de produtos com o objetivo de satisfazer as necessidades do cliente;

- Direcionar iniciativas e liderar projetos, desde auditorias a análise de riscos;

- Promover a interação entre as equipas, executando de forma estratégica as políticas de


qualidade da empresa estabelecendo um processo de melhoria contínua;

- Administrar a documentação e controlar os quadros jurídicos e legais que asseguram os


processos de qualidade;

- Traçar processos que proporcionem soluções práticas e inovadoras;

- Garantir a formação dos trabalhadores para que possa ser implantado um sistema de
gestão de qualidade.

DEPARTAMENTO DE GESTÃO

O departamento de gestão é responsável por alcançar os objetivos organizacionais de forma


eficiente e eficaz, tendo princípios de gestão concretos e cientificamente definidos, assim como
processos subjetivos que podem ser difíceis de descrever e analisar.

As funções deste departamento são:

- Planear a missão e objetivos de uma indústria e a estratégia necessária para os atingir. Para
que isso seja possível, é necessário conhecer o ambiente da indústria e a sua organização, recursos
e cultura;
- Organizar as funções que cada colaborador deve desempenhar e como se deve relacionar
consoante os objetivos pretendidos;

- Direcionar os subordinados a terem o melhor desempenho possível que permita a


indústria atingir os seus objetivos;

- Controlar os objetivos que vão sendo objetivos e caso isso não aconteça tentar
compreender a razão do insucesso e assim tomar as medidas necessárias para o corrigir.

DEPARTAMENTO DE COMPRAS

O departamento de compras é indispensável para uma empresa, o seu desempenho


interfere na competitividade no mercado e por isso é necessário adquirir materiais a baixo custo,
mas com grande qualidade, obtendo assim resultados satisfatórios. Este departamento tem como
objetivo aumentar o lucro da indústria, para que isso seja possível é necessário dividir os objetivos
de compra em quatro categorias distintas:

- Obter mercadorias e serviços na quantidade e qualidade necessárias;


- Comparar o mercado para obtenção de mercadorias e serviços ao menor custo possível;
- Organizar processos para garantir o melhor serviço e entrega por parte do fornecedor;

- Desenvolver e manter boas relações com os fornecedores e analisar potenciais futuros


fornecedores.

Uma vez feita a divisão dos objetivos, é necessário criar processos para os atingir. Para tal, é
fundamental determinar o que deve acontecer e acompanhar algumas funções, como:

- Determinar as especificações de compra, desde a qualidade e quantidade certas até ao


tempo e local certo de entrega das mercadorias e serviços;
- Selecionar o fornecedor mais indicado;
- Negociar os termos e condições de compra;
- Emitir e administrar os pedidos de compra.

DEPARTAMENTO DE VENDAS

As funções do departamento de vendas podem ser resumidas em três ações principais,


nomeadamente: construção do processo de vendas, entendimento das consternações e
comportamento dos clientes e garantia de uma boa experiência de compra. Para além destas
funções, podem se destacar:

- Procura de clientes;
- Definição e controlo das métricas de vendas;
- Gestão de uma boa relação com o consumidor;
- Construção de planos de vendas;
- Formação para os colaboradores do setor.

Em suma, este departamento não está direcionado apenas às vendas e tem um papel
bastante importante numa indústria, visto que o seu sucesso depende do lucro proveniente das
vendas dos produtos.

Profissões existentes na indústria química


Condutores de processos robotizados;
Técnicos em mecânica veicular;
Engenheiros ambientais;
Pesquisadores de engenharia e tecnologia;
Montadores de sistemas e estruturas de aeronaves;
Engenheiros agrimensores e engenheiros cartógrafos;
Engenheiros de alimentos e afins;
Engenheiros de controle e automação, engenheiros mecatrônicos e afins;
Técnicos em eletromecânica;
Diretores de serviços de informática;
Supervisores de manutenção eletromecânica;
Técnicos mecânicos na manutenção de máquinas, sistemas e instrumentos;
Pesquisadores das ciências naturais e exatas;
Desenhistas projetistas da eletrônica;
Técnico de construção seca;
Técnico em automação predial;

Gestor de logística de canteiro de obras.

O papel dos técnicos químicos


Um técnico químico é um indivíduo capacitado para conhecer e investigar a matéria-prima e
os produtos resultantes, assim como as suas propriedades físico-químicas. Deve sempre realizar s
suas atividades profissionais com responsabilidade social e ambiental, desenvolvendo as suas
competências técnicas, humanísticas e éticas. Um técnico químico pode ter as seguintes funções:

- Realizar análises de controlo de qualidade de produtos e processos;


- Analisar os procedimentos no laboratório, tendo em conta os impactos ambientais, e gerir
os resíduos resultantes desses processos;
- Preparar e desenvolver as diferentes técnicas analíticas;

- Realizar análises químicas quantitativas e qualitativas.


The Navigator Company
História da The Navigator Company
A The Navigator Company é um produtor de pasta, papel, tissue e energia e dedica-se à
venda desses produtos, sendo também dono de uma grande área florestal.

A sua atividade deu início em 1953, em Cacia, com a produção de pasta de pinho, liderado
por Manuel Santos Mendonça. Em 1957, uma equipa de técnicos tornou a fábrica de Cacia a
primeira fábrica a produzir pasta de papel a partir de eucalipto, a nível mundial. Após esse marco, a
empresa portuguesa, então chamada Companhia Portuguesa de Celulose, num dos maiores
produtores de pasta branca de eucalipto e papel.

Ao longo dos 70 anos de existência, a The Navigator Company cresceu bastante para se
tornar na empresa que conhecemos hoje em dia. Em 1975, a partir da integração de diversas
fábricas de produção de pasta, papel e embalagens, deu-se a constituição da Portucel e no início
dos anos 2000 a Portucel passa a ser dona da Papéis Inapa e da Soporcel, consolidando assim o
sector do papel em Portugal e dando origem à The Navigator Company.

Em 2006 a empresa anunciou a construção de uma fábrica de papel no Complexo Industrial


de Setúbal e em 2009 é inaugurada. Este marco foi bastante importante na história da The
Navigator Company e também na capacidade industrial do país. Com este investimento a empresa
tornou-se na líder europeia de produção de papéis finos de impressão e escrita não revestidos, e
um dos maiores a nível mundial.

No fim da década de 2010, a empresa fez um grande investimento na produção de energia


renovável e diminuição do consumo de combustíveis fósseis. Esses investimentos são
representados pela construção de duas centrais termoelétricas a biomassa, em Cacia e Setúbal,
uma central de ciclo combinado, em Setúbal e um turbogerador a vapor na Figueira da Foz.

Esta capacidade de produção coloca a The Navigator Company como a maior produtora
nacional de energia elétrica a partir da biomassa florestal, apostando num futuro cada vez mais
sustentável.

O que é o papel?
O papel é um afeltrado de fibras, de origem vegetal, unidas fisicamente, estando
entrelaçadas como uma malha, e quimicamente, por pontes de hidrogénio. Estas fibras vegetais são
a celulose, um constituinte das plantas e um polímero formado por moléculas de glicose. Pra além
da celulose, o papel também é constituído, porém em percentagens muito baixas, por:

- Minerais;
- Proteínas;
- Ácidos gordos;

- Ácidos resínicos, provenientes da resina das árvores.

Produção de papel
O papel é produzido através da extração de celulose da árvore. A The Navigator Company foi
a primeira indústria a usar o eucalipto, o Eucalyptus Globulus, para fabricar a pasta de papel, em
1957, e assim Portugal tornou-se no primeiro país do mundo a usar essa árvore para a produção de
papel. Devido às suas propriedades, o Eucalyptus Globulus é considerado a árvore com a fibra ideal
para a produção de papéis de impressão e escrita. A sua madeira é constituída por fibras com
pouco comprimento e muito homogéneo, caracterizadas por uma grande suavidade, elevado índice
de mão, excelente rigidez, ótima estabilidade dimensional e resistência à humidade.

A produção de papel passa por 5 etapas fundamentais: investigação florestal, recolha de


madeira na floresta, produção de pasta, produção de papel e transformação de papel.

INVESTIGAÇÃO FLORESTAL

A investigação florestal consiste no desenvolvimento de materiais genéticos e práticas


silvícolas que contribuam para o aumento da produtividade e melhoria das propriedades da
madeira, sempre ao menor custo e impacto ambiental possível, aumentando assim a
competitividade sustentável da cadeia florestal. Esta etapa pode ser subdivida em 3 fases:

- Produção de Eucaliptus Globulus nos viveiros da The Navigator Company. Estes viveiros
têm uma capacidade de produção de 12 milhões de plantas por ano e asseguram as necessidades
das atividades de florestação da indústria;
- Tratamento e transporte dos eucaliptos para a floresta;
- Plantação dos eucaliptos na floresta gerida pela The Navigator Company, seguindo uma
política de gestão sustentável.

RECOLHA DE MADEIRA NA FLORESTA

Após o crescimento dos eucaliptos na floresta plantada, é necessário proceder à recolha de


madeira na floresta para produção do papel. Esta tapa é constituída pelas seguintes fases:
- Recolha da madeira na floresta plantada;
- Receção da madeira nos complexos da The Navigator Company;

- Preparação da madeira, onde os toros são descasados e transformados em pedaços mais


pequenos com dimensões controladas, designados por aparas, estilhas ou cavacas.

PRODUÇÃO DE PASTA

Para que o papel chegue à nossa casa como o conhecemos, é necessário produzir uma pasta
com a madeira recolhida. A produção da pasta passa pelas seguintes fases:

- Cozimento da madeira: As fibras de celulose são separadas da lenhina através da


dissolução da lenhina por ação do sulfato de sódio, da temperatura e da pressão, obtendo assim
uma pasta crua de cor castanha. A lenhina é um composto orgânico que produz bastante calor e é
reaproveitada para a produção de vapor e energia através da sua queima na caldeira de
recuperação;

- Branqueamento da pasta: As pastas cruas acastanhadas são branqueadas, através da ação


de agentes oxidantes, para que possam ser usadas para a produção de papéis de impressão e
escrita. Este processo visa eliminar os resíduos de lenhina e componentes que acompanham as
fibras de celulose que possam estar na pasta, em etapas sucessivas, obtendo assim pastas cada vez
mais branqueadas após cada etapa.

Consoante o seu destino final, a pasta branca pode chegar às fábricas de papel de duas
formas:

- Pasta seca: Quando a pasta é sujeita a venda para o mercado ou vai ser utilizada noutras
fábricas do Grupo, a pasta crua é submetida a um processo de secagem para que possa ser
transportada, obtendo-se assim folhas de pasta de celulose. Assim que chegam à fábrica essas
folhas são desagregadas num desintegrador, designado por Pulper.

- Pasta líquida: Se a pasta for utilizada na mesma unidade industrial onde foi produzida, o
que normalmente acontece em fábricas integradas que produzem pasta e papel simultaneamente,
a pasta branqueada em suspensão aquosa é enviada para a zona de produção de papel por
bombagem, através de tubagens fechadas conhecidas por pipelines.

PRODUÇÃO DE PAPEL

Antes de entrar na máquina que produz o papel, a pasta branqueada precisa de ser tratada.
Este tratamento consiste na refinação da pasta, aumentando assim as ligações interfibras. Após a
refinação, adiciona-se cargas minerais e outros aditivos à pasta em suspensão aquosa, com o fim de
melhorar a resistência e as propriedades ópticas do papel. Após o tratamento a pasta está pronta
para a preparação de papel e vai para o início da máquina de papel, designada por caixa de
chegada.

Uma vez na máquina de chegada, a pasta por diversas fases, nomeadamente:

- Parte húmida: Quando chega à “caixa de chegada”, a pasta convenientemente tratada e


diluída é distribuída de forma regular, a uma velocidade constante e apropriada, sobre uma “teia”
sem fim. A suspensão fibrosa na teia é transformada numa folha contínua por eliminação da água e
pela ação combinada da gravidade com a sucção e com o vácuo. No fim desta fase, a folha
apresenta 80% a 85% de humidade.

- Pré-secaria: Nesta segunda fase a extração da água continua a acontecer por ação de uma
compressão muitas vezes aliada a uma ação do vácuo. Após a pré-secaria é impossível, por meios
mecânicos, extrair mais água à folha, que no fim desta fase contém aproximadamente 58% a 60%
de humidade.

- Symsizer: Esta é uma fase intermédia que acontece depois do papel passar na pré-secaria.
Consiste em passar o papel nos rolos revestidos de borracha, onde é aplicada uma solução de
amido na sua superfície para melhorar a interação da superfície do papel com as tintas de
impressão. Após esta aplicação o papel volta a ficar húmido e tem que ser seco novamente na pós-
secaria.

- Pós-secaria: Nesta fase recorre-se à evaporação da humidade por ação do calor através do
contacto da folha de papel com cilindros secadores, completando assim o processo de extração da
água.

- Rolo Jumbo: O papel totalmente seco é recolhido num rolo Jumbo (uma bobina de grandes
dimensões) e demora cerca de 60 minutos a ser feito e contém 80 toneladas de papel.
Posteriormente, as bobinas jumbo são processadas em bobinas mais pequenas, permitindo assim o
seu envio para clientes ou para o armazém robotizado, onde serão transformadas em vários
formatos. As bobinas seguem para uma máquina de embalagem, a “empacotadora”, para que
sejam protegidas contra variações de humidade e permitam a sua movimentação e transporte.
Estas bobinas de papel serão transformadas em folhas de diferentes formatos ou vendidas a
clientes que as transformarão em papel de carta, recibos, etc.

TRANSFORMAÇÃO DE PAPEL

O papel pode ser cortado em folhas de grande formato, destinadas à indústria gráfica, ou
em folhas de formato mais reduzido, A4 ou A3, para utilização em ambiente doméstico e de
escritório.

Após ser transformado, o papel passa por mais 3 etapas:

- Enresmagem: formação de conjuntos de 500 folhas embaladas, conhecidas por “resmas”;


- Embalotamento: formação e embalagem de balotas de resmas paletizadas;

- Expedição: os produtos da The Navigator Company podem ser expedidos via rodoviária,
marítima ou férrea e são exportados para 123 países espalhados pelos 5 continentes.

Organização de produção
A The Navigator Company está organizada em 4 fábricas distribuídas por Portugal:

- Fábrica de Cacia: Dedica-se à produção de pasta branqueada de eucalipto, produzindo


aproximadamente 320 mil toneladas por ano, que vai para o mercado;

- Fábrica da Figueira da Foz: Destina-se à produção de pasta branqueada de eucalipto e de


papéis finos para impressão e escrita não revestidos, produzindo à volta de 570 mil toneladas de
pasta e 800 mil toneladas de papel por ano;

- Fábrica de Setúbal: Destina-se à produção de pasta branqueada de eucalipto e papel fino


de impressão e escrita não revestidos, assim como a fábrica da Figueira da Foz, produzindo 550 mil
toneladas de pasta e 775 mil toneladas de papel por ano.

- Fábrica de Vila Velha de Ródão: Dedica-se à produção de papel tissue, convertidos num
produto final para uso doméstico e profissional, produzindo cerca de 60 mil toneladas por ano.

Utilização de biomassa como fonte de energia


A The Navigator Company é o primeiro produto nacional de energia verde a partir de
biomassa, ocupando uma posição de destaque no setor da energia renovável.

A energia gerada nos três complexos industriais da Companhia é produzida de duas formas
distintas:

- Energia elétrica produzida nas centrais de cogeração a biomassa e a gás natural: A energia
elétrica e a energia térmica são produzidas simultaneamente, sendo a energia térmica totalmente
utilizada para a produção de pasta e papel;

- Energia elétrica produzida nas centrais termoelétricas a biomassa: produz apenas energia
elétrica e é exclusivamente injetada na rede nacional elétrica.

A biomassa utilizada nos três complexos da The Navigator Company provém de subprodutos
e resíduos da matéria-prima utilizada no processo de produção do papel:
- Resíduos provenientes do descasque da madeira, serradura e crivagem das aparas de
madeira;

- Lenhina, subproduto que resulta do cozimento da madeira.

Para além da biomassa que é produzida, também é obtida no mercado biomassa florestal
residual, utilizada principalmente pelas duas centrais termoelétricas a biomassa dos Complexos
Industriais de Cacia e Setúbal, complementando assim as necessidades de biomassa da empresa.

Departamento de investigação da Navigator


O departamento de investigação da Navigator é liderado pelo RAIZ – Instituto de
Investigação da Floresta e do Papel, um organismo privado e sem fins lucrativos, reconhecido como
entidade do Sistema Científico e Tecnológico Nacional e que desenvolve atividades de consultoria,
serviços especializados e formação no âmbito da floresta, pasta, papel e biorrefinarias de base
florestal, além de atuar na investigação nessa mesma área. Este instituto foi criado em 1996, tendo
como sócios a The Navigator Company, as Universidades de Coimbra e Aveiro e o Instituto Superior
de Agronomia.

A atividade do RAIZ é desenvolvido com o objetivo de produzir e transformar conhecimento


em produtos, tecnologia e serviços, otimizando as vantagens competitivas da fileira silvo-industrial
nacional e da The Navigator Company, visando o custo e o benefício, garantindo sempre a sua
sustentabilidade. A sua atividade é desenvolvida por 52 investigadores repartidos em dois polos,
Quinta de São Francisco, em Aveiro, e Herdade de Espirra, em Pegões.

O laboratório do RAIZ atua em duas atividades distintas:

- Investigação e Consultoria Florestal, cujos domínios de competência incluem:

- Melhoramento genético:
- Biotecnologia;
- Produção de plantas;
- Produtividade florestal:
- Proteção florestal;

- Floresta e ambiente.

- Investigação e Consultoria Tecnológica, que abrange os seguintes domínios:

- Madeira e matérias-primas;
- Processo: cozimento, branqueamento e papel;
- Produto: pasta, papel e novos materiais;
- Biorrefinarias e bioprodutos;
- Ambiente;
- Energia.

Departamento de qualidade
Assim como qualquer produto, o papel precisa de estar entre as normas de qualidade para
que possa ser vendido ao consumidor. A qualidade do papel é definida a partir de análises feitas às:

- Cavacas: Para que o cozimento da madeira seja realizado nos parâmetros especificados, o
laboratório da empresa analisa a humidade e densidade da madeira, classifica o tamanho das
cavacas e o seu teor de pureza, analisando se tem lascas, cascas ou nós, assegurando a qualidade
da pasta crua acastanhada;

- Linha de fibras: Enquanto está a ser branqueada, a pasta é submetida a análises referentes
à sua viscosidade, brancura e resíduos de reagentes químicos das fases de branqueamento,
monitorando as condições operacionais;

- Papel: Antes de ser vendido ao cliente, o papel tem de ser qualificado e classificado, como
papel tissue ou papel para impressão e escrita, para que as necessidades dos clientes sejam
atendidas sempre dentro da norma ISO 9000 e consoante as exigências de mercado nacional e
internacional, como a brancura, impurezas, humidade e gramagem do papel.

Profissões da indústria do papel


Como qualquer outra indústria, a indústria do papel emprega várias pessoas. As principais
profissões ligadas a esta área são:

- Técnico de produção de pasta e papel, que assegura a produção da pasta e do papel, a


partir de fibra virgem ou reciclada, garantindo a quantidade e qualidade determinadas. As suas
principais atividades são:

- Operar os equipamentos destinados à preparação das matérias-primas para


produzir a pasta para o papel;

- Controlar e assegurar a entrada de matéria-prima e aditivos nas dosagens e


momentos adequados.

- Verificar os valores indicados nos painéis e assegurar que estão de acordo com as
normas de fabrico, segurança e ambiente;

- Verificar e classificar a qualidade das matérias-primas para a produção de pasta


através de testes físico-químicos, e se necessário realizar ações corretivas;

- Efetuar a monitorização e manutenção de 1º grau dos equipamentos;


- Preencher mapas de resultados de produção, consumo, qualidade e controlo
imediatos, assim como relatórios de atividade, garantido a passagem de informação para o
turno seguinte.

- Operador de transformação de papel e cartão, que opera, regula e vigia as máquinas


destinadas à transformação de papel e cartão em produtos finais e efetua os acabamentos
necessários. As suas principais funções são:

- Analisar as instruções técnicas referentes à transformação e acabamento de


produtos de papel e cartão;

- Operar equipamentos, visando a movimentação das matérias-primas e produtos,


destinados a operações de transformação ou acabamento de produtos de papel e cartão;

- Confecionar filigranas em arame e montá-las nas teias para que o papel tenha uma
marca de água;

- Definir parâmetros segundo as instruções recebidas e verificar se os valores


indicados nos painéis estão de acordo com as normas de fabrico, segurança e ambiente;

- Regular e montar peças, como moldes, carimbos e rolos, nas máquinas de


transformação e acabamento;

- Verificar a qualidade das matérias-primas e dos produtos durante o processo de


transformação e acabamento, e se necessário realizar ações corretivas;

- Efetuar a monitorização e manutenção dos equipamentos de transformação e


acabamento de papel e cartão;

- Preencher mapas de produção e relatórios de atividade sobre ocorrências,


intervenções efetuadas e disfuncionamentos.

Para além destas, a indústria do papel conta com outras profissões, como:

- Operador de máquina de secar celulose;

- Supervisor de fabricação de celulose e papel.

Mitos sobre o eucalipto e a produção de papel


- Eucalipto “rouba” a água presente nos solos às outras plantas: Quando as suas raízes não
são longas ou profundas o eucalipto consegue regular a transpiração através das folhas, assim
consegue utilizar apenas a água disponível sem a retirar por completo dos solos. Esta árvore produz
mais fibra e madeira do que outras árvores com a mesma quantidade de água.
- Os eucaliptos libertam substâncias tóxicas que deixam os solos inférteis: As folhas do
eucalipto são constituídas por uma substância química, o cincol. Esta substância tem efeitos
bactericidas quando em contacto com outras plantas ou com o solo, mas fica sem efeito quando as
folhas onde se encontra são biodegradadas. Portanto, o eucalipto não tem qualquer tipo de efeito
infertelizante, apenas gera condições para haver uma menor, mas insignificante, diversidade
biológica e microbiológica.

- Os eucaliptos consomem todos os nutrientes do solo impedindo as outras plantas de


crescer: A utilização agrícola de terras onde já existiram eucaliptais demonstra que esta afirmação é
um mito. Mesmo que o eucalipto cresça muito rápido, consumindo muitos nutrientes e sais
minerais dos solos, 80% destes são devolvidos à terra na queda das cascas e folhas. Inclusive,
investigações demonstram que cem anos de cultivo de eucalipto no solo não produzem efeitos
indesejáveis.

- A produção de papel destrói as florestas: A área florestal europeia aumentou


aproximadamente 17 milhões de hectares nos últimos 20 anos. No norte da Europa o papel tem
origem de florestas plantadas e renováveis, onde o ciclo de plantação, crescimento e extração são
controlados. Até na Rússia e no Canadá, que usam florestas naturais para produzir papel, a extração
da madeira corresponde a uma pequena parte do crescimento anual.

- O papel tem uma grande pegada de carbono: As árvores são um grande armazém de
carbono e o principal absorvedor de dióxido de carbono da atmosfera. É difícil comparar a pegada
de carbono de todas as classes de papel porque depende da forma que são fabricadas e da fonte de
energia utilizado para a sua produção. Quando gerida corretamente, uma floresta sustentável ajuda
a reduzir as emissões mundiais de dióxido de carbono. Inclusive, o Conselho Europeu tem
reconhecido os produtos provenientes da madeira como amigos do ambiente.

Na verdade, a produção de papel pode ser vantajosa em 3 frentes: Garante a saúde e


crescimento das florestas; o papel é um recurso renovável e sustentável e por isso não prejudica o
ambiente; e quando é fruto de uma gestão responsável leva à certificação florestal.

Responsabilidade ambiental
A The Navigator Company tem como objetivo minimizar o impacto ambiental dos seus
processos de produção. A melhoria no processo de produção do papel tem resultado em:

- Redução do consumo de água por cada tonelada de produto produzido:


- Reduzindo 5% de consumo em 2020, visando reduzir 20% do consumo de água em
2022;
- Aumento da utilização de energia renovável;
- Diminuição do consumo de combustíveis fósseis;
- Redução de emissão de CO2 por tonelada de produto:
- Convertendo a caldeira a fuelóleo para queima de gás natural;

- Melhoria na gestão de resíduos.

Para além disso, a empresa preza por uma gestão responsável da floresta. A The Navigator
Company gere, de forma eficiente e responsável, cerca de 120 mil hectares de floresta e conta
também com uma política florestal e um Código de Boas Práticas Florestais próprios, demonstrando
assim a sua preocupação com a conservação das florestas. Estima-se que as florestas geridas pela
The Navigator Company tenham fixado cerca de 5,4 milhões de toneladas de CO 2 em 2017.

Ainda no âmbito da proteção da floresta, a Companhia está envolvida em dois projetos:

- Projeto “Floresta Segura”: Iniciada em 2012, conta com uma parceria entre a Escola
Nacional de Bombeiros e a The Navigator Company e tem como objetivo reduzir o número de fogos
com origem em fogueiras ou queimadas, construindo ao mesmo tempo uma consciência mais
responsável sobre os recursos naturais.

- Projeto “Fire-Engine”: Decorrendo desde 2011, o projeto “Fire-Engine – Flexible Design of


Forest Management Systems”, no âmbito do programa do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts em Portugal, visando aumentar a eficiência das políticas públicas, gestão, tecnologia
e recursos financeiros que Portugal investe no combate aos incêndios.

Ainda no âmbito dos fogos florestais, a The Navigator Company investe anualmente mais de
3 milhões de euros para prevenir e apoiar o combate aos incêndios florestais.

A The Navigator Company desenvolveu uma estratégia para a conservação da


biodiversidade, adaptada à sua escala e com o objetivo de conservar os valores naturais e
socioculturais que existem no património à sua responsabilidade. Esta estratégia consiste em:

- Avaliar os valores naturais, de biodiversidade ou socioculturais;


- Mapear zonas com interesse para a conservação;
- Avaliar potenciais impactos das operações;
- Definir e implementar medidas para diminuir esses impactos;

- Definir programas de monitorização anuais.

Responsabilidade social
A The Navigator Company está envolvida num conjunto diferenciado de projetos no âmbito
da Responsabilidade Social Corporativa, destacando iniciativas de valorização e proteção da floresta
nacional. De entre os vários projetos, podemos destacar:
- “Dá a Mão à Floresta”: Este projeto tem como objetivo sensibilizar as crianças para a
necessidade de proteger e valorizar a floresta nacional e já envolveu 6700 crianças do 1º ciclo do
ensino básico e pré-escolar.

- “#MyPlanet”: Iniciado em 2018, este projeto pretende transmitir os valores de


sustentabilidade da empresa a um público adulto urbano, propondo momentos de leitura, aulas de
ioga, oficinas de artes e adoção de plantas com o objetivo de mudar alguns hábitos menos
saudáveis.

- “Programa de Desenvolvimento Social de Moçambique”: Este programa envolve mais de


30 mil pessoas em 115 comunidades nas províncias de Manica e da Zambézia, em Moçambique.
Inclui um leque de iniciativas como formação em produção agrícola, vacinação de galinhas e o
desenvolvimento de proteína animal através da distribuição de caprinos, abertura e reparação de
furos de água e construção de celeiros.

The Navigator Company e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)


A The Navigator Company comprometeu-se a integrar os ODS na sua estratégia, tendo como
prioridade:

- ODS 4 – Educação de Qualidade;


- ODS 8 – Trabalho digno e crescimento económico;
- ODS 9 – Indústria, inovação e infraestruturas;
- ODS 12 – Produção e consumos sustentáveis;
- ODS 13 – Ação climática;
- ODS 15 – Proteger a vida terrestre;

- ODS 17 – Parcerias para a implementação dos objetivos.

A The Navigator também contribui para os seguintes ODS:

- ODS 3 – Saúde e bem-estar;


- ODS 7 – Energias renováveis e acessíveis;
- ODS 1 – Erradicação da pobreza;
- ODS 2 – Erradicar a fome;
- ODS 5 – Igualdade de género;
- ODS 6 – Água potável e saneamento;

- ODS 14 – Proteger a vida marinha.

A empresa compromete-se a cumprir as seguintes metas:

- ODS 12:
- Usar de forma eficiente os recursos naturais e alcançar uma gestão sustentável, até
2030;
- Reduzir a produção de resíduos através da prevenção, redução, reutilização e
reciclagem, até 2030;

- ODS 6:

- Melhorar a qualidade da água reduzindo a sua poluição, até 2030;

- ODS 14:

- Prevenir e reduzir a poluição marinha de qualquer tipo, até 2025.

Webgrafia
Indústrias: tipos, exemplos, evolução, no Brasil - Mundo Educação (uol.com.br)
APQuímica – Associação Portuguesa da Química, Petroquímica e Refinação (apquimica.pt)
Indústrias de bens de capital - Economia - InfoEscola
Indústrias de bens de consumo, de bens de capital e de bens de produção – Geografia Opinativa
Quais são os departamentos mais importantes de uma empresa? - AEMFLO (aemflo-cdlsj.org.br)
Como funciona um departamento de compras? - Portal (ibccoaching.com.br)
Investigação & Desenvolvimento (grupornm.pt)
Indústrias de Base - o que são, exemplos e tipos - Sua Pesquisa
Funções do departamento comercial + 5 dicas de como montá-lo (agendor.com.br)
Indústria de base: definição, importância e exemplos (checklistfacil.com)
https://geektuga.ddns.net/downloads/documentos/ISTEC/GestaoEmpresarial/GE_Perguntas-tipo-
FINAL.pdf
https://pt.slideshare.net/Ruiteixeirasantos/aula-2-gesto-de-media
https://rockcontent.com/br/blog/o-que-e-gestao/
http://www.thenavigatorcompany.com/
https://maestrovirtuale.com/organograma-de-uma-empresa-industrial-cargos-e-funcoes/
https://www.guiadacarreira.com.br/guia-das-profissoes/papel-e-celulose/
https://www.iefp.pt/documents/10181/190644/Profissionais+da+Cortica.pdf/635c4bfb-f7e0-4df1-
9d65-384106b680aa
Controle de Qualidade | CENIBRA
Você sabe o que faz um técnico em química? — Portal IFRN
Técnico em Química - O que faz, Salário, Carreira | Catho
Profissão - O que o químico faz? - Só Química (soquimica.com.br)
Slide 1 (eucalyptus.com.br)
Conceito de papel - O que é, Definição e Significado
A origem do Papel (unesp.br)
Composição química do papel - Mundo Educação (uol.com.br)
*NVG_RS+2016-17_Web_FINAL.pdf

Você também pode gostar