Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
contemplaçã
indicativa de. Q
tandá o sensual
'
“lugar do
”
“4
te WE ) so ad
iconográfico, no caso das mulheres, tem ob e
r
"ql
à a prolundidade rellexiva e produzido a
tm
<ty)
Smith
&
Donnre
(u
a N
Fi
SBN 85-7460-171-3
o RO) JA 10)
7885746017
uma perspectiva de gênero, este livro abor-
Gêne
historiador sob a perspectiva do gênero, destacando as
“História |
“amadorismo”, Destaca, também, como os estudos
em torno da cidadania.
' Erg dd . : ty .
É E
. e À posibioi adro
É na Es
: . : Is ú A
No 5 - to
- |
y 5 t
5 ú A is quo = = R
im ED paia
E AA x
do ; “Coordenação Geral. +, ) «EDR TN Ta o EE ea
Pupa EE PRE nau D Cn US
ço A do Mosaico da ed se
RÉ aj Do gs us Rlvica Milani
po É E E “ é iEoordenaçãão “Editorial. e A” o é E
Ê * “Tr Jacinta Turolo Garcia R tao Uia e paonad u G êr ro é: Ê E Eoi
| su
ido o a
om do,
f “Conidenação RE (Eca
RD t o Rs o
História: e
Eae , Ê ;
a : ; - Veio ; o Ns ção BN A a Er
Ao ” Pa ; 4 ; : j
E : t x Ç ' A Po
: : mta , EE .
a .
- ns E ad CDD 907.2
A
CAPITULOS] CEP no
87 O" nascimento da. amadora REL TAN
t
“Capiruro 3. ata Rsa saio
155 Ó que é um historiador? —
is
4 e CAPÍTULO 4 o re
o “217 As práticas da história dentítica A io
“CapfruLO 5.
217 Homens e tajos - Ei
“Carmo6 ne O a A
3a o alto amadorismo «e o passado panorâmico. EC
DT Capirúio 7 E
87 Mulheres profissionais: 4um terceiro sexo?
Rg
Captruro 8: po E A
, 448 Modernismo, relativismo + e vida cotidiana
E
pelo. apoio, pessoal. e intelectual, especialmente Su- An UR A
“o zanne Lebsock, Alice Kessler-Harris, Dee Garrison,
“John Gillis, Jennifer Jones, Belinda, Davis, Deborah paro
White, Barbara Ballier e Mary Hartman. - Bstiidantes. + o
= princípic Side)
= Politics of History: New, York é lume ,
Press, 1988. Es pa is É
tões de” gênero. Apenas a “má. história se Esforçaria,
“Iheres. e negros, dig -se, 'politizaria o:setor. Ou essas 2
- pará, promover uma versão do” passado religiosa, ra-
'“subdisciplinas =; Ser “sensual; “elegante e quente” —
“ - selalou baseada em classes que se opusEsse claramen--
poderiam. abalar o valor de verdade da história real ao
te âquilo: que está. comprovado. to ;
- expô-la a influências (tais como ideologia e forças, de
E dei AS. mudanças havidas na profissão desde o iní-.
mercado. “desenfreadas) que operavam fora de pa-
“éio da década de 1970 têm sido baseadas nessas cren-
f . drões profissionais para'o que era, “importante.”
ças: Experientes em. métodos científicos, os história- Eai
a “ Confirmamos: essas crenças porque confiamos
“dores de mulheres e de: pessoas de cor reconhecem
“No. espelho da história => Uma metáfora que tem indi-
que sua erudição: acabaria por se enquadrar no cam- N
mais. elevada Acohtece apenas quando s se. alcança avo RA “política, | a “história profissional. náturalmente esco-
deliberada transcendência. 'do relacionamento entre. SÉ isto , lhéria grandes homehs: para estudar. “Além disso, ó
o Sujeito conhecido. eo objeto. do escrutínio: O; resul- Eh ” estado- “nação, que inspirou e financiou- grande, parté
“tado, como: Lucien: Febyre: sugere. quando . afirma não. BE ati “da nova ciência histórica, -proporcionaya apenas aos.
“ ver na história senão história, équea figura, do. his- Espe a RL “ homéns: plénos direitos: de: cidadania durante aquela Pao
RE = Aoriador. individual torna-se espiritualizada' e inyisí- E " época. É evidente, portanto, que eles estariam mais .
ES Var “velo Seu eu, “que. inclui preconceitos ' e preferências, inclinados a defender sua própria história. A história,
Pro desaparece do espelho junto com as 'minúcias imper-. ais) ; como Jack Hexter afirmou há cerca de cingiienta”
- feitas-do “objeto refletido, para ser substituído por "anos, “tem sido: sobretudo ' um assunto; só de ho-
“uma: visão “verdadeira” da realidade: histórica rela-, E vd mens”, transformada: em gênero masculino por tra-
Efe PIA tada por um narrador invisível, oniscienté. EA aa dição, acidente e circunstância. $ Segundo esses. pon-.
E E el Na ento ocidental 9à sue conhecido —Fio : “v/ tos de vista, “há pouco a se ganhar com a' investiga- Te
tão ção de gênero na historiográfia é na prática histórica. o,
-Considéremos, no entanto, outra imagem no
E quase: «sempre masculino, acrescentando coiplea “espelho da história: Sempre. que a pessoa diante do.
“idade “ão: que, aparenta. ser: uma simples imagem. espelho. é uma mulher, sua: autocontemplação tem
em Quando, pensamos em um grande historiador, instin-! po "> parecido repetitiva, “até mesmo" obsessiva e indicáti-
'tivamente'o imaginamos homem; aceitamos com na-. “—» vade vaidade” OU amor pela, luxúria. > conotando o.
turalidade títulos como The History Men Os homens da ty " sensual no lugar do. racional. o espelho iconográfico, a
º história] (como foi chamado um recente livro de, his Co “no casoidas mulheres, tem obstruído a profundidade
o toriografia), porque profissionalização e ciência dis-, Pq reflexiva.e próduzido apenas superficialidade - — uma.
“"tórica se desenvolveram em-uma época de. esferas nos Ls mudança drástica na significativa função do espelho.
ces distintas, “quando, as mulheres de. classe média leva- | "Presas assim a súperfície, as mulheres têm sido vistas .
"vam uma vida sobretúdo doméstica.* “Dessa forma, - Como i incapazes de alcançar à profundeza necessária
So
“por.razões que a história” explíca, como se cóstuma sie O "para a história ou o autoconhecimento. Elas ocupam
dizer, a. profissão era praticamente monopólio “dos Aria um degrau inferior na escada do, ser cognitivo — más
homes. Apenas eles tinham, tempo para sé, engajar re profissionais, na verdade, como eram-com fregiência e
“nas: atividades “pesquisa. em “arquivos, ensino, nas ms e consideradas 'as muitas historiadoras amadoras, inclu-.
a ES universidades) das quais “dependia Ô fundamento da “sive por elas mesmas. Por um lado; o espelho podé s
MPa história: profissional. o bom senso! histórico deveria Va Ná produzir refléxos da realidade universalmente verda- - o
VR também “explicar: pot que as: histórias mais concei- * deiros, tmportafires. e objetivos; por, Quiro, no: entan k) Dm
: tuadas diziaia,FR penO a homens: ao. focar a PAstóRia
E 4 y Ses
EO 6. HEXTER, Jack H. Woman. as Force in: History.
Co a ss. KENYON, É Pp. The Bison Men: “The Historical- “Review. of Mary Beard. New York Times. Book. Se
ns - Prolession in England since; he Renaissance. “o Review p.5,17 Mar 1946. Apralieço o dia Ainsg e
/ ser- “pela referência.
MUS “ dade pairá acima, dessas questões. contingentes ou
to; ele” tem. “tradicionalmente trabalhado: pelos a Lo co "insignificantes como o gênero, pata, alcançaro auge.
* quando + o observador é do sexo masculino. Podemos Pa “da percepção filosófica "ou o melhor exemplo: musi-
« aiebmenias que essas imagens do; espelho. com fre- ; Ro cio ú , cal: Grandes artistas e: filósofos: ão gênios acima. de p
- quência invocadas, ;são meramente metalóricas; con- tudo; homens apenas por acaso. ra
| tudo, ohistoricismo, da metáfora mostra que, duran- »”. “Estudiosos de outras disciplinas, no entanto,
pat | “ téséculos, ele de: fato. não teve apenas força 'decora- st “estão investigando-: essas. alegações . fundamentais
So tiva, mas explicativa. Os termos . “sensual”, “da - para entender: como essas áreas são: dotadas de. gêne-
* moda” é “quente”, ugados- para designar . a má histó- “TO. Feministas: estudiosas. da música e da. filosofia
“ria (ou a história “de pessoas. de; core de mulheres); são
= > “têm estado entre as primeiras a explorar como fun-:
“ igualmente ricos em eficácia de gênero é fazem par- E “cionam essas alegações, mostrando como. o; gênero
“ tede uma longa tradição « de: se imaginar à obra do his- Re Ci opera inexoravelmente até no mais. abstrato e no
toriador' dé diversas. maneiras, sempre com. gênero Pocbei menos representativo. dos trabalhos: e nos. padrões
; definido).Assim, porque o “espelho da história resiste “e SE - aplicados pára julgá-los, Susan McClary comparou os
“a alguns estorços para se alcançar. a: neutralidade. de EN os “elementos formais da música que os críticos reputam..
gênero, suas múltiplas imagens da” relação do. gênero “1 - Como “masculina”, e, portanto, de alta qualidade,
profissionais e: com. a: ciência histórica .
. com: práticas CÍ ecomos considerados “femininos” e, por isso, inferios..
3 são intrigantes o suficiente para: merecer exame pos-
ou Tes. O “masculino” na sonata e em várias outras. for-
pica terior, ainda que apenas. para eliminar controvérsias. “mas musicais é visto como uma série de frases ascen- aa
A o» Inseridos nessas imagens. preliminares de su- dentes. de notas. que disputam um” alcance sempre
- perficialidade e profundidade, de verdade com gê- nos o mais, «alto até que a competição: esteja inteiramente
: à “nero versus verdade universal, o metafórico e oreal., “exaurida. O “feminino” é muitas vezes, tido como
são : alguns . obstáculos . históricos -aos quais: temos, “qualquer “dissonância em larga escala” que precisa
EE E “dado pouca atenção, porque: automaticamente favo-- ser tesolvida em-uma obra musical.” Londa Schiebin-
a SO recemos a “profundidade”. de nosso conhecimento e “ger apontou. as: maneiras. como a “ciência moderna |
o : tê; a “esperamos apresentar. relatos “reais” e uma” “verda:
ie tem muitas vezes preténdido. mostrar-se imparcial.
E de liniversal”. ÃO. mesmo --tempo, rejeitamos ter “até mesmo quando. é inóspita, para. com as: “mulheres =
: como objetivo o. que é superficial, dotado de gênero cientistas. Além. disso, ela narrou as fantasias mascu-
RR te Bo metafórico. “Mui ás. disciplinas compartilham os js x
=
: os historiadores.? 20 primeiro envolve as metáforas
suas socieda-
Em si conseguir « absorver o Para si... A infâmia é a vin-
com as, quais os filósofos. têm descrito
-- gança do Em, si. Uma. vingança ,feminina doentia-
des; perfeitas e com as quais têm conseguido apre-.
E mente doce... Tela): me atrai, me suga.. “É uma ação :
sentar novas respostas para dilemas epistemológicos, ') suave, proveitosa, uma aspirância lacrimosa' e femi-
“ ontológicos, estéticos e éticos. Essas metáforas têm : nina... Em um sentido; é como 'a suprema docilidade.. j
“muitas vezes um gênero. definido, significando que: o
“dos: possuídos, a fidelidade de um cão que. se “entre-
o “caminho, para, a verdade universal =. 0 que; permite.
gar Como esse exemplo começa, a: demonstrar. e
“aos filósofos “geniais pensarem = 'é sexo e gênero. Le
os a BE E Como Merleau- “Ponty indicou éem detalhes, Sartre só
Doeuff não apresenta “o gênero« atuando em todos
+, a consegue explicar óponto principal. da fenomenolo- Nr
- avanços teóricos. Mas Andrea Nye acredita que: as
têm sido gia cômo:o trabalho de um sujeito masculino que ne- E
: “ metáforas de feminilidade e. sexualidade
cessita aniquilar a subjetividade feminina, Elé des-
: êssenidiais para os; avanços 'de grandes lógicos, “de Par- er
Creveu todo o processo de auútocriação em termos da:
'menides a Frege. A lógica não é uma espécie de; abs-
repulsa: ao: envolvimento sexual com a mulher. 12/
e tração matemática desprovida de conteúdo social;'ao ;
o De acordo. com Lê: Doeutf, essas: tentativas filo- ao
HE contrário, Nye demonstra que a lógica tem' sido his-
'soficamente” permitidas de : superar O “repugnante” Jo
toricamente estabelecida d partir do pensamento...
“outro ácdmpantiavam a «exploração dda + toitinanheira” ia
= Mercado p lo gênicro um penisamenito marcado pelo
X
- Como estudantes universitários, Sartre: .e dé Beauvoir “tes para técnicas históricas. aceitas e para as comuni- :
to dades científicas: que praticavam à-nova história. Ele
o tinham desempenho praticamente idêntico. Sartre era
volta-se. então para. personalidades. femininas e: ques-
o o primeiro e ela a segunda na agrégation; mas há ind
tões de gênero que :a historiografia geralmente evita.
“cios de que ele tenha sido reprovado muitas vezes an-
Por exemplo, apesar do impulso da maioria. a
- teriormente, ao ponto de.os examinadores : sentirem.
“dos relatos” historiográficos, a “história dos últimos-.
e pena. daquele homem que; de maneira convincente,
“dois séculos: não tem sidó escrita em sua maior parte
«Se, declarava gênio. : De Beauvoir, ao sontrário, “acabou:
e
vo por homens e tampouco: diz respeito unicamente à
Se vO mesmo árduo cutso em dois anos em vez'de três, e
EANES homens. As: mulheres no Ocidente têm demonstrado .
RONRAD O: E o ganhou o apelido “Beaver"* que a acompanhou avida E
Seu um vivo, produtivo e crescente: interésse na questão.
Mio inteira pela tenacidade. com que se dedicou.à filosofia:
- do gênero,. pelo menos desde: o final do século 18.
o AO longo da vida em comum, Sartre insistia em dizer
" Súas. “carreiras é reconhecimentos. têm sido diferen-
«cade Beaúvoir é a, outras: pessoas que a mente. dela era
“tes, no entanto. Por um lado, embora no final do sé-.
muito inferior. mas que trabalhava com: áfinco, ao:
culo 19 algumas inglesas e ameéricanas: tivessem car- Á
- mesmo tempo em que fazia com que ela | passasse a
End “ reias, satisfatórias no: ensino superior, ' “milhares de”
«maior patte do dia” escrevendo os projetos. dele."
“historiadoras continuavam a sér chamadas de ama-
Nó, entanto, como: “podem histórias. tão sórdidas j
ni doras, sem as associações institucionais dos profissio-
“aumentar nossa compreensão da história: científica e SRD
Ee E É
oe
-Nnais do. éSexo masculino.'* Por outro lado, as mulheres
GR sua profissionalização, sobretudo: quando. a profissão.
o “muitas. vezes escolhiam assuntos. históricos) diferen-.
nho E “acaba permitindo o ingresso, de mulheres, nesse cam-
tes: a história das: mulherés, 'da vida social, é da cul-,
ada po? Embora este livro explore o desenvolvimento. da
tura supérior é inferior. A prestigiada história profis-.
Daio “dência “histórica como ; um esforço complexo | em-:
=“ »Sional baseada na reflexão prófunda eem importan-'
E Rs, - preendido por jovens eruditos: aventureiros. do século. '
Imbuia tes tópicos. políticos era para homens, enquanto éas.
REiiaS 19, ele também + tem.A frade preocupação € comi todos f
PEN -mulhetes “amadoras” buscavam um modo mais.“
: perficial” de escrever sobre o passado. docas
Rs Casior éou, em linguagem cóloquiaL pessoa alii AN: T) os
Gia AE Este livro. examina. precisamente narrativas
3 BAIR, Deirdre. Simone de'Beauvoir: A Biography. jo o
- 5 É Sos ingênuas sobre a Tealeza ee. damas famosas. para” ma-,
New York: Summit, 1990, pássim. A. biografia de Si-.. ç nl
“moné de Beauvoir escrita por. Bair não a glorifica. de, Abs
' nenhum. mod Es ao contrário, mostra seu declínio ú 14. Por este, livro ter sido inidádo. como: “um estudo:
- “em uma patética escravidão diante de Saríre, duran-: “ exclusivamente sobre. mulheres, “coletei , informa- . so
ne“te aqual elajescreveu para ele, arranjou-lhe.f parceiras: a piers ções” sobre “centénas de mulheres: cujos |momes não:
ú sexuais, além de, drogas ilegais, Le. Doeuff faz muitas, são aqui: mencionados. Gostariade: partilhá-lo;com.
: “observações similares Esses: pontos são: reavaliados “todas as. pessoas interessadas em. estudar | em: dieta
- em MOI, Totil. Simone de Beauvoir: The PRE o!of an hes, essas historiadoras. | aos io o 5
Intelectual Woman. Oxford: Blackwell, 1994.
cueiÃO
o Va GS SS IS, ÉS O º “ua 46
Gênero e Históri ia: hômpris, mulher es e a pr ática histórica Si
os me a é . + rg .
E va. Ou, “mais uma vez, seria o conceito” do, dhador:
““pearo lado superficial, literário, trivial e “feminino” E apenas o resultado da profissionalização, uma imita-.
“do: amadorismo. Faz isso não para negar tal caracte- Vas ção mais fraca: -e-menos valiosa! (“ 'amadorística” ) do.
“ização, 'mas sobretudo: para explorár esse. tipo de “profissional científico personificado por aqueles que SÃO e
* produção histórica, tal como ela existiu no-início do não se preocupavam. em. ser historiadores, profissio-: ps
século 19, antes que a prática científica, baseada na. nais? Se qualquer, uma dessas. idéias for, verdadeirá, EN
universidade, a ultrapassasse. É arriscado partir da. “como! funcionavam as produções históricas “impu-
É “rica tradição historiográfica de, ver; escritores canôni- ç “as” “oufalsas”? Acreditamos saber O queé a histó- a |
"= cosdo sexo masculino no centro da história, ma r
mo ria superficial é amadorística. Mas de fato, sabemos? o de
= réce importante. mostrar desde o início o: superficial “Dois-sentidos. do que “era “trivial” e “inferior” o, RO
e trivial - não obstante ardenté relacionamento das
“ dão subsídios a esta discuissão. A literatura amadora. . Ir
o "mulheres coma história. Analiso': a condição. amado- .
- passou, a ser. vista como de certa forma apropriada E
4
“Ta "das mulheres não apenas porque seu trabalho tor-. para mulheres - "mulheres que ganhavam a vida es “
“nou- se sinônimo de “amadorismo”, : mas. também : “crevendo para. o mercado, fora das mais exclusivas ci a
porque. a relação entre a mulher amadora 'e a profis-. “ instituições, profissionais, de: história. Essa espécie de Cuca
“sionalização está muito pouco clara, inexplorada até, obra direcionada pelo mercado foi considerada bási- Coca
embora a questão histórica - — “o passado” — Se: “simi- ca por profissionais de épocas posteriores, servindo;
lar para, escritores homens e mulheres." Por 'exem-. de instrumento a gostos literários inferiores é! distin-- dos
E “plo, se considerarmos que a história” escrita amadora ta do trábalho de alta qualidade de prósperos: ho- o
é mais antiga do que a profissional, a prática-das mu- mens de fora da academia: “AS “mulheres” eram a” e bo
"ihéres : seria mais autêntica€e natural, precedendo a “quintessência' do: “amadorismo, que se' envolviam. vt
e criação da história científica, com suas; copiosas te- Yg Som O mercado; os] homens, os profissionais ápropria- cs
“gras é procedimentos? Constantemente “éscorraçada". “dos, que serviam a fins mais. elevados:!* A distinção
: “pelos. homens das universidades, a literatura amado-
vs ra do século. 19) pode: também ser vistacomo uma es-
“pécie de impureza que o profissional eliminou — - uma Tó. Essas “questões são COmplidadas pela etimologia: ,
“imensidão de falsidades: que éle removeu. para enc! ado O termo “amador” em inglês obteve sua maior ácei- o ts
“ - tação - a partir do. início, “do século19, ; quando o A
Ss contrar” umnu passado à autêntico e tima verdade objeto. " “amador” era um conhecedor de alguma coisa (do... Eos
Y =
sd E abacaxi, digamos), ejera, por. isso, muito instruído veis
-15. Nem PHiipuá Levine. nem Rosemary. Janp «sobre o assúnto ou. era alguém que praticava uma” rd
id 2 se “considera as mulheres. Ver seus “excelentes estu: CU vã das artes (embora: não, por dinheiro), enquanto, 6
““ dos sobre amadorismo e anarquismo: LEVINE, s fiebsstonl tinha interesses-côrporativos enão na-
- Philippa.. The Amateur and the, Professional: Anti Ko » cionais, ou uma-identidade religiosa e não leiga:, A.
“quarians, “Historiafis and. Archeologists in Victo-, - medida: “que o termo evoluiu, o profissional, tornou-,
“rian England, 1838-1886, Cambridge: Cambridge. | "se alguém. que não escrevia para 6 público em geral,
“University: Press) 1986; e JANN, Rosemary: The, - enquanto a mulher amadora miitas vezes dependia A
vu ArÉ and: Sciençe of. Victorian: History: Columbus: o pabico para o seu. sustento, den
la Ohio. State. Unte Press, ABS. do ap
e de imparcial em”n questões de vida: ocial ou política.
sda F a a ca-
o entre éesses termos. justápostos « era “xucial pára o Construída em meio à modernidade que se espalha- Cia
Rae pacidade « de os profissionais moldare m-se “como par-
va ein regiões cada vez maiores: do: Ocidente, ahis-
daí estrutura: dé poder. da elite, distinta das idéias : é
fe “tória amadora escrita, por mulheres muitas vezes o
bai -não- -cultivadas das: pessoas comuns. Mas: como exac, . -palpitava, com descrições expressivas e intenso sen- 4
il “tamente: 'aconteceu isso, em 'que- termos, com que: timento = -O córação do que passou a a ser “chamado de o
DEN pas“ marchas é, ;contramarchas? A história “amadora, de Finenige e “superficial”. Ea
“mulheres tem servido como um térteno dotado de; O que primeiro foi eHamado de.e aihiddorisho”
EMA - Bênero para.a profissionalização, . áinda' que um ter=. : “feminino é sintomático de um. relacionamênto. com, o“
reno até aqui cárente de especificidade histórica, da. passado: similarmente filtrado através 'do trauma. Os:
| mesma, forma: como a, historiografia. da. profissionali- Nndes
De se tempos revolucionários trouxeram um sofrimento in-.
pit di “zação tem carecido do sentido. dessa interação. Ah suportável, e-o modernismo. resultante levou:à deso-
o T+ gação das mulheres com o mercado permitiu o surgi-. rientação. O clima político / fomentou. a igualdade cos:
“mento de um domínio masculino mais transcenden- “> direitos universais, mas ao mesmo tempo houve uma |
“tal e profissionalizado da história escrita... crescente denegação das: mulheres e sua espoliação o
A.literatura profissional alcançou importância. - legal. '7 Escrita em grande parte, por mulheres, que o
“oc em tempos de” modernização econômica e política, “muitas vezes
+ não: tinham, o direito de conservar, seus EEE
El “começando muito lentamente na. “metade do: século. ms Z x O
Ea :
o 18.e “acelerando. da metade para o final do século - 17. A interpretação. dó trauma como informação. po
19.0 amadorismo feminino, contudo; decolara vá "para essa análise vem de BROWN, Laura.S. Not Out-,
(rias. décadas. antes. A] partir das Revoluções France: “+ “side the Range: One Feminist Perspective on'Psychic
- Trauma. American Imago,-48, p.:119-133,:1991. De' mis
sa e, Americana, mulheres. amadoras. como Mercy
:« acordo com Brown; psiquiatras têm sustentado « que”. ER
“otis Warren; Louise Keralio, Germaine de Staél, Jo-. : as mulheres não podem-ser classificadas como trau-. io voto
hanna Schopenhauer, Caroline, Pichler e AnnaiJame- | matizadas, porque incesto, estupro é abuso em geral Pit
Ro “son, viveram em climá de. intenso derramamento de . dos * contra”ás mulheres estão de tal modo inseridos na,
te: discri- vida cotidiana que elas jjá devériam estar” acostuma-
É Mania ita - sangue, drástica agitação. social 'e crescen
intelec tual . — das'As experiências dos, homens (com aguerra, por; ERR
Ras -minação contra as, mulheres. Sua”visão
Vaio exemplo): estão “fora do alcance” da experiência nor- :
«Majeva através de um panorama de feridas terríveis ” mal e por isso são “traumas “reais”, “legítimos”.
SAIDA “e perdas maciças no seu caminho rumo-ao: “passado. nes “Browi estabelece que as minorias Taciais e as mulhe--
: Embora muitas amadoras tenham estuda do. manus-”. “e Teg-estão dentro do alcance dó tratima, por causa do
E “critos: e outras. fontes de- arquivo, grande F arte das. catete abuso «que sofrem na: sociedade. Sobre al-«
“que 'éscreveram fizeram- no-em um: período .antes de: - guns textos histórico/etnográficos. de: homêéns afro-,
", “americanos do início do século 19, ver BAY, Mia. The ai RA
“a história ser subjugada Ê “transformada em, uma es-.. * White'Imáge ini the Black Mind, 1830-1925, New York vç.
pécie de: conhecimento profissio] al e “Oxford University.Press, a ser publicado, cap. 2. Essas
Gu ca, de. novos e cércitos denmassa ed violência inter-. “= obras/são escassas, séu.1 autores efêmeros e difíceis de: tag
aà bj Rsserem rastréados. . UE
EpiuRçã RR
“Introdução
mim
ss E
da a
ç
de histórias culturais” e sociais e de narrativas “sobre
“do. trauma, planejaram estratégias diferentes, mas - rainhas e mulheres notáveis. Esse repetitivo. focohis-
“não menos importantes, que renderam histórias ; am- ) tórico em: assuntos superficiais requer. uma, investi- .
- plamente lidas sobre realeza e mulheres notáveis, as gação em, termos epistemológicos e psicológicos.
“cultura, Viagens e vida-social, como parte de uma tra- O que nos tem impedido de considerar à: obra
EN “dição: maior, inexplorada e diferenciada pelo gênero. de mulheres amadoras € seu, relacionamento com; o.
ri “Historiadores: proeminentes têm sugerido que
“desenvolvimento da feminilidade intelectual. e polí-
va uma história. boa, : analítica até, inspira. emoção e.
tica é uma historiografia que erradica o amadorismo
“que, com isso, “pode servir. a importantes funções psis “para contar uma história singular sobre as altas rea- o
,
“ cológicas. - - Como 0 passado oferece narrativas de
e lizações do profissionalismo. Em contraste, O entrela- te Gary
acontecimentos. violentos já supetados, afirma Hay-
3 samento “da obra histórica, deé homens e de mulheres Ene
inptar ip
ad . See ES
8. Pára exemplos do modo. como. o trauma está re-. 19. WHITE, Harder à The Content oft the Form: “Narta:
o lacionado, com a história e com fatos históricos, ver tive Discourse and” Historical Representation. Balti-
E ROTH, “Michael 'S. The Ironist's-Cage: Memory, Trau- 1 more: Johns Hopkins University Press, 1987. p. 89.
ma, and-the Construction of History. New York: Co-
20. LaCAPRA, Dominick: Representing. «thé, Holocanist:
“ lumbia University Press, 1995; LaCAPRA, Dominick. History,
: “Representing the Holocaust: History, Memory, e no —siy PrPress,Memory, Trauma. Tthaca: son
1994. p: d- 17. so
Uniiver- ESA
e “Ma. Tthaca: Cornell UinivenaetrDicso 1994: PSIG
Poa “sistívelr para os círculos anglótonos. Historiadores dai vo
É mostra como oà profissional: construiu seus padrões des a Po
et" ciência, no. entanto, formecem . provas de. “que as, ss)
“excelência ao se diferenciar de um: “outro” inferior,
; “ciências não apenas refletem de forma | mais ou me-
indigno. e-trivial” Várias gerações de jovens. “classi- : “nos neutra, mas: que as práticas ' e às ferramentas
“o. cistas, especialistas! em. Jatim, é grego e com. grandes “a -(tais “como mirar- se no: espelho e' o espelho ““em si'
. experiência em avaliar as nuanças das palavra : mesmo) ajudam a moldar a disciplina, suas idéias
sentaram. as fundações para: o- “aprimorament O: Esses ç - sobre verdade, seus! pregadores e seus leitores: Pro- RE
“campo de conhecimento. Castigados fisicâmente na ““cedimentos, comportamento-profissional e práticas :
escola por: cometerem. erros com palavras de clássic eruditas têm sido definidores, e nunca de forma tão E ra
- “cos recônditos, os futuros profissionais Vieram, a “fe Ro intensa quanto na criação de profissionais no campo (o
n tichizar” o documento escrito, menosprezando obje- “= da história, As mulheres"escreviam sem parar e ao.
“tos'e artefatos do dia-a-dia e enfatizando sua subli-. so SR mesmo tempo administravam, o nascimento dos fio tum
do me identidade: másculiha como «especialistas. que o:
“1 lhos; as famílias ea catástrofe política, “além de te-
ndo pairavam acima da vida comum, da mesma forma: gatear condições com- os. editores; elas representa ia
1), como-sua obra. pairava. acima da: compreensão « doi in-: vam a história em tableaux vivants, traziam à- luz NE
vtelecto comum e acima” das, questões domésticas | e
- Uma variedade í impar de dochmentos, coleções. e in- o
“fêmininas. “Cientistas”: históricos estabeleciam olaí y jo
o o formações, tentando fazer. esse Material vibrar. em “dem: relormilar “problenis ou decidir questões. “o,
AE Y o a TÍVEOS, de viagens e romances históricos. Os profis- ao - espelho, tem-sido uma metáfora útil na explicação « de
e Lais “sionais, ao contrário, “direcionayam o foco. pára trei- “como a história opera, é o gênero esteve necessaria-
a Es “amentos e seminários e. consideravam- -se pesquisa- mente” envolvido. na definição de, profissionais: em.
= dores dé arquivos que: intéragiam com documentos. “oposição ao que era inferior e amadorístico: Imagens
EEE “autênticos, ainda que empoeirados. Eles, também: “de feminilidade e sexo. serviram, surpreendente- , as
Ed + praticavam a história mais privadamente em casa, mente, para: fazer avançar a obra histórica, “desem-
tais dad e arregimentando mães, esposas, filhos, cunhadas, ps baraçar nós históricos e incitar fantasias sobre o pas- :
Na
Ega dg UI primas e" outros parentes do sex6. feminino para O. sado. “Assim, examinarei particularmente o modo
Ele Ea “trabalho de: pesquisa, “arquivamento, editoração er “como tanto a linguagem 'do' corpo quanto a sexuali-
E até mesmo da própria escrita. Todos os. “créditos iam ; dade 'tornaram-se cruciais, para o estabelecimento :
“para: o autor homem. Esse trabalho do profissional. “das condições de. coerência para, (os avanços nessa
“masculino como o mais; verossímil narrador do pas- área. Até” mesmo termos importantes, mas simples,
“sado e'a concomitante omissão das, contribuições de, ) “como “Íatos”, “detalhes” e realidade”, estavam ex-
“suas parentas'e das amadoras; são um outro aspecto, sphdtamentr, entreineados. comi sexo € gênero..
da: determinação “do gênero. da ciência. histórica. o - COMO a profissão. evoluiu baseada fortemente ai
“historiador é muitas vezes visto como uma: pessoa, H-.. “NO gênero; surgem indagações sobre, as primeiras mu-
e “de problemas: um. especialista experiente. Nes- “Iheres profissionais que receberam instrução univer-
te livro, examinarei' as conexões do historiador pro-: . “sitária na Inglaterra é nos Estados: Unidos, a partir-da
;isstonal com obras omitidas: e narrativas “inférios década de 1870. Teriam-elas um desempenho de pro-
. No: processo, explorarei a hipótese de o profis- “issional / é, como tal, de” “homem”? “Conseguiriam
tes ; desiisiiá ser um relacionamento. depend: ente de elas, de alguma forma; despersonificar- se, apesar de
vozes desacreditadas e de relatos desvalorizados.. [Nai Weronta coletivadas mulheres no período vitoriano
= Insights: tomados emprestados da ântropologia, E “ser “o. sexo”? Conseguiriam elas evitar, ER contamina-. ,
da crítica literária e da” filosofia têm. orientado indá- o do “amadorismo, “sobretudo. porque o amadorismo E
gações contemporâneas pará o desenvolvimento Jin-. stava florescendo no final do século? A) maioria des-.
* gúístico e metodológico da nova ciência e profissão : “sas mulheres permaneceu. solteira, dissociada : da de.
«de história. Desde: Wittgênstein, sabémos que alin- “pendência pessoal e financeira que 0' casamento au-
guagem: e-a compreensão: são fragmentadas em / co- - Êtomaticamente trazia-e, por isso, jprecisava! levar
munidades lingiísticas e, mais recentemente, a filó-
1
a(avante, “seu trabalho sem « o torte «apoio. familiar qu
“sofa Mary Hesse mostrou. em detalhes como o: pensa- A
“mento m tafórico “ajudou: cientistas à fazerem suas
- descoberta: ca progredirem, em suas carreiras. Essas”
metáforas Amenitaio, a, foriminjaçao de: novas idéias, “24, HESSE, BRO “Revolutions, and “Reconstructions. in
«the id ade. Bloomindtorr Indiana Uni- da ao
es “histór amada escrita por mulheres Nlaresebu e não. *em geral, O profissionalismo envolveu o controle do-
“apenas expandiu seu alcance de literatura, de Vingeind to “espelho. da história por homens universitários, cujas
Pit d - história social e: narrativás culturais, mas também. - práticas fundamentais baseayam-se em: desacredi-'
ia «adotou novos campos, como o+ estudo cultural do, RRe tar a visão. histórica. de, intrusos como. feminina e,
“por, isso, “inferior”.Pr, o que aconteceria quándo dife-.
"térpretados: como párte de várias “iradições nacio: rentes “profissionais | — incluindo aqueles de sexo
na nais “originadas da ansiedade étnica, | do mal- estar cul- / “inferior” “eraças “inferiores” apoiados- por conside-
ini tural; e de outros fatores, Eu, os; leio de maneirá dife- rável experiência profissional — passassem a se
rente como continuação. das figurações. traumáticas - ocupar da história de maneira perceptível? Duran-
«de “obras anteriores e, ao, mesmo tempo, um “molde, ste grande. parte. do século 19, em uma: época de .
- para um gênero distinto. De maneira mais drástica, participação eleitoral mínima, o tema histórico
: is - sufragistas e outras feministas, pesquisadoras sociais | f “concentrou- -Se nas elites e no funcionamento: do go-:
Pd ROO ce reformistas: começavam a investigar o passado, para a - Verno nos. níveis mais. elevados. Entretanto, nos.
aiio pttA cd - produzir relatos sobre à experiência econômica e po eua EN “anos anteriores a Primeira Guerra Mundial, o elei- /o
ECA. : “ lítica menos importante: das mulheres e mapear «o, mn e “torado masculino branco do Ocidente expandiu: se
surgimento: ide movimentos. a favor. de mudanças. : -% ÉÉ Tapidamente, enquanito o crescente consumismo e >
- Essa é.a história dô relacionamento itrigante ós avanços: dos meios de comunicação. incrementa-
“e “ainda inexplorado: de” mulheres: profissionais tanto: vam 0. desenvolvimento”, “da. sociedade de massa.
“com O “amadorismo quanto com: tropos corpóreos, - "Um movimento coletivo pelo sufrágio, a. correspon-..
- metáforas. sexuais : valores com gênero: 'd ciência. dente, revogação. de leis: “que haviam concedido aos
“histórica - «correlatos da pesquisa: em arquivos que homéns os salários e' as, propriedades. das mulheres, * -
o elas empreenderam e-da. objetividade. que'vvaloriza-.
s so — e “uma rápida queda nã taxa: de natalidade repre-
E do - ram) Asihistoriadoras profissionais e aquelas. com ins- 5 Es | “sentaram desafios aos modos tradicionais de produ-
: “trução universitária lançaram um.olhar. profundo ou é Papiro “air o gênero. Os compromissos. comcertos aspectos ,
“superficial no espelho da história? Sua obra. foi mo- ú Es Oniagra Es da identidade: masculina profissional
« dificada- ela cauição! da, esfera piada e-suas con-: Ro eso “ foram“ desfeitos. como resultado dessas mudáânças. a
“Ao se redefinirem, historiadores tão. díspares como.
“ Benedetto Croce, Karl: Lamprecht, Johan Huizinga, Sa
-Henty Adams e Henri Berr expandiram seu raio de. -
ação: para incluir a; históriá da cultura, davida: géo-. z
- nômica eum compromisso com a: “síntese” eafes- sro
Ê tética” , em lugar de fatos e, detalhes, Sua obra, tor- ai
- nou-se modernista, más não menos. sexuada e pro- o
“papel tão importante no motiér is jo histórico” da “vida de gênero do. que, a-prodúzida em períodos. an=
« duanto «o do gênero na Sonsinução do modernismo Caia A “teriores, áinda que os autores questionassem o cen-
a “tralismo: dos fatós, as pesquisas eem à arquivose a, his “vaso Examiná como, “entre 1800 e 1949, eles lui
pe a tória política da elite. Eles ajudaram a: construir a: jr Tam por definições de: sentido histórico;. “como, de
“persona; do historiador moderno, tornando- “a | muito
: maneiras variadas, imaginarâm tópicos é significados
> mais visível no espelho. da história.. As « históricos; e-como produziram eus eruditos a partir 0.
E As mulheres historiadoras não tiveram. desem-
dé práticas históricas e da interação de: regras histó- Cação
“ pénho d diferente, tornando- se modernistas elas tam-.
- ricas. Não havia “um” sem o “outro”. Contudo, ape- .
* bém Críticos literários viam nas metáforas e preocu-
a sar da centralidade incerta do gênero, à narrativa.
“ pações modernistas tanto uma definição. quanto uma; “singular” da historiografia, da realidade histórica e
“ indistinção de ; gênero, que. ofereciam a possibilidade "do avanço profissional persiste e: contíriua a ser um.
“de práticas literárias; “Sociais € profissionais mais Vac “produto básico para a maioria denós: É hora de uma
equitativas. 2 AS mulheres, dé acordo com tais estu-:: a “versão da historiografia | que réconheça o gênero mu
- diosos, (são emblemáticas em uma forma que é. mais -- uma! Versão que nos, permitirá dar novo Polimento ,
“libertadora do-que aquela oferecida por-conceitos vi- o “em nosso, espelho sobie o passado. ENE E,
| torianos de esferas separadas. Tecnologia, primitivis- , vo Í
Eua
mo, paródia e outros, aspectos do modernismo, ofere-. € Us ( | : ; ; Do :
zá
Aedo
o CAMINHO DO NARCÓTICO -
RUMO AO PASSADO :
Eco - ; Ns “a
A
“ante mais de um século: Por outro lado, a fusão de...
: gens pela, sua: percepção do caráter, da história e das gênio com mulher escritora provocou. uma: “variedade.
tadições clvicas. do) Foyo italiano. Um lorde escocês, =
“de outras reações « emocionais, entre elas o rancor e a
“perplexidade que muitas vezes resultam da: Teivindi-
WIENER; E (Org). Dictioado of the History: of E “cação, por: parte. das mulheres, do reconhecimento de,
po Ideas, New York: Charles Scribner's Sons, 1973..5 v. 1,
*p. -293-326: Para o contexto francês, ver JAFFE,- -Ki- - suas realizações importantes. De Staêl recebeu o epí-;
“ neret's. e Concept of Genius: Ts: “Changing Role i in" teto nada lisonjeiro de homasse (* “homem- mulher” ),
R Eighteenth< “Century French Aesthetics:; Jouinal of the “enquanto sua: obra, embora louvada por muitos, fos-
- History ofíldeas, 41, p: 579- 599, 1980; é WILLARD; “ se às vezes difamada como caótica por não ser histó- na
- Nédd::Le génie et la folie ai dix- huitiême siêele. Paris: ria nem ficção. Com a publicação. de Corinne, de Staél,
PUE 1963, Para o. contexto alemão; que também
tornou» -se é ainda mais odiada por Napoleão, ques gosta- i
“contém parte do- horizonte intelectual-de Ger rmaine Es
LDA da E
de Staél, ver FSCHMIDE, DENGLER, Wendelin, Ger x” TX
“tuais do; século: 195 Para mulheres contemporâneas, 9. Para úma crítica: sobre a digação das mulheres pro-
como Moers, o: quélificativo dde «génio era um, const fissionais-com o projeto: Iluminismo,..ver FLAS, ;
o “ Jane. Thinking Fragments:, Psychoanalysis, Femi-
6: “Sobre esse ponto, ver POLOWETSKY, Michael. A. : “ omism and Postmodernism'” in the. Contemporary
: - Bond Never Broketi: The Relations. between Napo- “ West; Berkeley: University : California Press, 1990; +
“Jeon and: the Authors of France: “Rutherford, NJ: eld., Disputed Subjects: Essays on Psychoanalysis; Po-
Fairleigh. Dickinson: University |Press, 1993, Para um. ndo e litics and Philosophy. London: Routledge, 1993, vs os
relato rápido sobre; o? crescente ódio e perseguição e, JO. Ver, por: exemplo, BAYM, Nina, “American Womén
“de Napoleão: a de Staél, ver DIESBACH, Ghislain de. “Writers and. the Work of History. “New Brunswick, NJ
“ “Madame de Stal: Paris; Perrin, 1983; oi GAUTIER; % Rutgers University Press, 1995. À interpretação . bas
Paul. Madame. de Staél et Napoléon. Paris: Pon, 1903. , Séja-se. no conceito «de “maternidade “republicana”, à
“7. CHILD, Lydia Maria. The Históry of the Condition doi to “5 “como historiadoras dé mulheres (Linda Kerber, Glai-”
“1 ré Moses e Karen Offen, “por exemplo) na década de
2 ta Women im Various Ages, and Nations. Boston: J. Ab
7
“den, 18352 vol, p. 157. 4 1980. passaram a descrevê-la para'a “França é Estados
=
“4. Unidos do período -pós- -revolucionário. Aúdéia de ma-:
se B 'MÕERS, Ellen. Literary Women. Garden city Ny o térnidade republicana é então vista como fendência.
y “Anchor Books, lo77. » 2630. EN: naasóbra das Amu eres historiadoras e sua inspiração.
Danças
Ao eo ” x CRY 4
: “persuasiva: 0> republicanismo Herínidia: que elas' se “-sideradas participantes centrais dela. “Em seus. téxtos,
/
OR CT = imaginassem importantes "narradoras da: verdade: e: o a história confrontava, de maneira explícita Ó abismo SEE
“testemunhas dos fatos. Mas por que a idéia de imilhe: entre. os vivos e os mortos; referia-se a fantasmas era
ss sr “res escritoras como participantes emães: republicanas: ' oa a tumbas, “mas também tratava de liberdade e comuni-
afsttidia teve, tanto peso, ao ponto de apagar. o retrato: dramá” “dade, ao mesmo tempo em que flutuava em enormes,
tico. de mulheres como gênios absolutos na; história?. e doses, de ópio. Sua obra confrontou' história com arte,
“4 :Pelós padrões. de hoje, de' Staél seria “muito ex-- " música, poesia é literatura. e-uhiu homens e mulhe- SAR 1
- cêntrica: como historiadora. Para “colocar'e em. termos E res, mas também os distanciou por causa daquela la= os
“claros, as drogas eo corpo eram “dois de séus veículos cuna chamada, interpretação. A história foi uma for- .
preferidos para a “verdade histórica: e ela escrevia não. ma de compreensão que deixamos para trás em favor .
“em um. bem. equipado escritório particular, mas: em. “do “conhecimento, do: profissionalismo e da ciência o: Na
- Viagem, no caos da fuga é do, exílio. Além disso, de, histórica sem ambiguidade. No entanto, esse desem-.
“ Stal = como Corinne— era devassa, não casta; exces-. penho práticamente único do gênio das mulheres que sd
sivamente rica, não: pobre. Dessa forma, embora qua-. trabalham fazendo história constitui um espectro ir
;8e desde. o início muitos quisessem aclamar de Staél que precisa ser situado, inserido nó contexto e éxa- - RR
por sua feminilidade intelectual, seu: enfoque narcóti- minado em “minúcias-como o vestígio de uma época. co
“co e erótico em relação ao pássado dificulta. ã identifi- “em que. o gênero era visto como explicitamente. Co-- o 5
“cação de profissionais de hoje com. ela-em qualquer, nectado à à. “história e em que a própria história era algo io &
sentido convencionál. O gênio histórico das mulheres, | * diferente do conhecimento profissionalizado. .
“do mode: como foi descrito por de Staél, pode ser uma:
- idéia tão incompreensível e desagradável que impeça' x os
nosso. acesso a ele, uma:vez que fói o. profissionalismo UM sixeio INDISTINTO: GÊNIO E.
qué definiu nossa metodologia. Por um lado, ela escre- “NARCO- HISTÓRIA | “eds
veu antês que nossos paradigmas historiográficos mo-. K E
a
+
dE; CIA
-dernos tomassem forma; por outro, no entanto, ela De staél modelou : seu: gênio, histórico com os
“tem sido “extremamente. “suscetível a interpretações E x materiais de seu tempo, e à, “Ode to Poppy”: (Ode a
transferidas. de nossas práticas racionais. No caso'de de". “Poppy, 1803), de. Charlotte Smith, que inspirou, De >
“ Staél, encontrar uma abordagem historiográfica unifi- 1 “ | Quincey e Coleridge, estava: entre eles: º
“ cada! “pode ser simplesmente. impossível. PAIS os
De Staéli inseriá- -se parcialmente no mmúndo ex k Hail, lovely blóssómt- = ou canst case
“ travagante dos gênios, no clima pulsante do conheci ; The wretched victims. of Disease; * e CE TE ld
- mento sensual-e na agitação traumática da política.e “Canst close those” 'weary eyes in. gentle sleep;
“da história Fa guilhotina: Sob. 9 «disfarce ae Corinne, “E “Which never open-bút to, weep;
"For oh! thy potent charm
Can agonizing. Pain. disarim!
nn A Rs ii : , de j : E é de alga
DRA e l impérious Memory tro hei: seat, "AO iniciar-se ó século 19, a pesquisa. em arqui-
PICA -And-bid the throbbing heart forget to: beat. ER = “vos! não era de formã algúma O: «caminho. universal- - pio
Ro e “[Salve, “encantadora flor! não conscanes aliviar mente “áceito: para, | Nerdade, histórica, como y tam-
. é -
“AS infelizes vítimas da- Enfermidadé;- a
x bém «não era, o seminário a principal forma: de insti-' Rá
e Não consegues fechar em Na sono o áqueles olhôs eo! Jar um sofisticado: conhecimento histórico. Entre
exaustos, nte oa EO : “1750 e 1830, o mais. provável eta que os historiado-
E Que. Nunca se abriram : senão Para chorar; | com rés homens tivessém a formação de juristas e teólo-.-
» Pois. oh! tel potente encanto 4) to! “gos; “ou eram os, banqueiros é burocratas que éscre- |
Edi a “Pode à Dor agonizante desarmar! a Fã so “viam por puro passatempo. Além disso, as práticas e. .
ceu po DE Expulsa a imperiosa Memória de seu lugar, “a os impulsos históricos eram expressos em formas va-.
Aa E ordena é ao palpltante Coração que esqueça de baiér % | riadas: que não haviam sido reduzidas a um método
Í “formal, e os próprios. historiadorés: tinham, até então,
Smith aludia' a uma a psique Huinana tão ator- ao" potico poder institucional. Ao lado: da meticulosa |
º “nrêngada pela história que) precisava de um. antídóto o - pesquisa : “dos monges: beneditinos e. do desenvolvi-:
pára acalmar seu» tormento. Nesse aspecto, 0” poema mento dé métodos eruditos e da pedagogia na Uni-
““abria- “se para, os. ingredientes da história antes que” versidade de:Góttingen, por: exemplo, havia os pito-
Cio
aqueles que'a, exercitavam , -sé transformassem em' “rescos romancges: históricos de Walter Scott, das iirmãs.
* profissionais no controle de, suas. informações. Na- Í
g Porter e, de, fopiie Gti. iz AS publicações d de textos, Cs
- quela' época, a história muitas vezes indicava “uma 1
sensibilida de: inténs escondia lembranças extréma- do
EO E “2. Para o. “variado treinamento.aleinão de nistolias
“mente amargas e via-se.relacionada aos mortos, não” anca Pati doras. antes da profissionalização, ver BLANKE,,
N
A
; ao passado na: forma de: conhecimento. profissional. Ea co Horst' “Walter; FLEISCHER, Dirk. Theoretiker “der
, Michel Foncault. mostrou como, “durante. 0. Período o “x deúischen Aufklârungshistorie. Stuttgart: Erômbmanno
“Te olucionário, as, ciências humanas sé desenvolve- IN ** - Holzboog; 1990. II, p.:771+811; para a França, KEL-
“ram, tomo uma forma de conhecimento que permi-.. “LEY; Donald R=-Histórians'and the Law.in Post Revo-":
no lutiônary. France. Princeton: Princeton, “University
“te, ele próprio, o exercício, do poder pelos possiido- o
“1 Press, 1984; para os Estados Unidos, HIGHAM,, s
Sp qÉ a Jes do conhecimento. “ No entanto, não foi essa a his- o o Job. “History: Proféssional Scholarship |lin the Uni"
Y tória. praticada por dé Staél nem por “qualquer outro, “= ted States. Baltimore: Johns Hopkins, nivérsity
“dos aútodenominados. gênios de sua época, que. têm “om Press, 1965: P. 6-25, 150- 157. sobre os estudos fei-
“sido desertos inadeguadamentes como. românticos. + tos em Góttingen no: “século 18, ver, por exemplo,
Quo
“= VÓDERER; Háns Erich. et.al. (Org). Aufklirung und,
- Geschithte:. “Studien | zué deutschen «Geschichteswis-
“M. Ver especianhao FOBCAUET(MicHAL The Birth á tg sensehaft im 18. “Jahrhundert. Góttingen: “Max: fori
“of the Clinic: “An: Archaeology- of-Medical: Pérception.. 252 Planek-Institut fir Geschichte, 1986; e para o iníció..
« “Trad. Alan. Sheridan: New Yark: Pantheon, 19735: 17: :. da moderna, pesquisa: francesa, “um exemplo é: BAR,
E 4 Td. Discipline: and: Punish “The-Birth of the Prison. . RET- KRIEGEL, Blahglindo Lês historiens et: ta monar- Sc
a Trad “Alan SHeridar New Xork: Vintage, 1979.
v
tes, hinos em honra à heróis como Washigton, ou; : 15/ “Informações sobre de staél e drogas podem s ser.
“> encontradas em HEROLD, Christopher." Mistrêss to.
histórias vibrantes sobre batalhas e« Yíderes milita+ “= an Age:A Life of Madame de Staêl. Indianapolis:
«res do. passado (as favoritas de Napoleão). 14 Porém, “ - Charter Books, 1958; € DIESBACH, Gislaine de. Ma-:»
da mesma: maneira que a memória dos legalistas o dame de Staél. Paris: Perris, 1983, que também men-”
= ciona visitas a Humphrey Davy, com. experiência:
“norte- “americanos, dos, revoltosos: da Vendéia, ou de.
“em ópio e; produtos químicos. -Memórias do perío-;
velhos cortesãos,' grande. parte do passado conti-. do também demonstrám- que ela Fazia uso jegular.
muava. uma obsessão, imanente ao presente, e até pesado. até, de drogas.
: '“amargamente perturbadora. e TT6. “Ver VALLOIS, Marie- Claire. Fietions “ mirios;
“Naqueles, dias tumultuados « e incertos, para: de. e “Mme de Staél et les voix de la Sibylle. Saratoga, CA:
Staél a autoria de obras históricas codificava um re- “e N “Anma Libri, 1987; e VALLOIS, Marie-Claire. Old
- “Idols, New Subject: Germaine de Staél and Romanti- . orla
. laciônamento particular com um passado. difícil, qué
não “era. “passível
= cism. In: GUTWIRTH, Madelyn et al. (Bd.). Germaine
de conhecimento”. Lidar com o ei de 'Staél: Crossing the: Borders. 'New Brunswick:
É passado» "envolve sempre um. relacionamento. com University Press, 1991. p. 82- 100. Vallois” cita de Staél
“como atuando nó. mundo do: misterioso “ isto é, 0 « e 9 de
aquilo que:se foi ou se perdeu, mas isso pode variar
profundamente, dependendo: do posicionamento. do: miúndo dé “elementos tão. irreconciliáveis. “quanto o
“masculino e:o féminino: Historiadores recentes da
5 «autor. Escrevendo em meio a guerras. e: revoluções” a ' Primeira. Guerra Mundial, observaram que o fenôme-:.
p se precedentes, de Staél, compartilhou. com grande ) no'do imisterioso Com. relação: ao irreconciliável, in--
- parte de sua-geração uma” sensibilidade. conectada E quilificável .e horrível trauma das perdas. em tempos
a não: apenas com « os tempos, mas sobretudo com o luso. de guerra, da desfiguração e da histeria que “se mani-.-
º do ópio: * Embora: Os escritores falassem sóbre o con- ". festa na' visão de fantasmas e-outras apariçõe + Vero
- por exemplo, FUSSELL, Paul. The Great War and Mo-
É sumo” de morfina, ópio. e láudano' como umHi compo dem Memory. London: Oxford: University Press, 1975; Pr
“= KENT, Susan'K: Making Peáce: The Reconstruction: of,
e A Gender i in Interwar Britain. Princeton: Princeton Uni- A
o vérsity. Press, 1993, cap. 5;; WHALEN, Robert: “Bitter: tir
1Wounds: German: Victims; of the Great» War, 19140
: 1939: Ithaca: “Cornell.| Uipiversity fress, 1984; BROST,
L tes; ' a ' É : E 4 Vis CA 4
E
:
3) “
Y Ria ções”, explica Corinhe, enquanto, observam da, (eoli-
a na do Capitólio o pánorama de Roma. “Os olhos são
= is
é] SARtoinE: the Wake. of War: “Jes Ancients Combate. onipotentes sobre a alma; depois de ver as' ruínas
“, tants” and, French Society, 1914-1939. Trad. Helen rômanas, você acredita nos romanos antigos como
ARi çã “
a “ McPhail. Providence, RI Berg, 1992; BOURKE, Joan: no
ço “na. Dismembering the Male: Men's Bodies, Britain and: Ra se tivesse: vivido entre: eles” (64). Para Corinne, ver.
“the Great War. Chicago: University of Chicago Press, dessa forma é "também. uma questão. “de. contraste, Fa
“1996. Para, uma! teorização completa. do trauma Inis- pois. O, fantástico, espetáculo, de Roma. 'é aquele em.
“que I ínas de antigos. monumentos estão -ao lado da. LE
>Lerioso ve» pós-Primeira Guerra Mundial, . ver
'PANCHASI, Roxanne, Reconstructionis:: Pr thetics
“cabana de um. camponês, “evocando. assim “uma ”
““and-the Rehabilitation of the “Male: Body iú World”,
inexplicável: mistura. de idéias notáveis e simples” e
Rr
“War I France. Differences, 7, P..- 109- 140, autumh 1995. |
:“VE Outras. citações “de. STAÉL, Germaine de: Corin: 5). Às, imensas termas, aquedutos, e obeliscos.ser-
ne, or. Italy. Trad. Avriel H. Goldberger. New. Bruns-. ao “vem. como car] jinhos para “chegar ao passado de ma-:
“wick:' “Rutgers University Press, 1987, “aparecerão a
“Heira estética e como,oisten bolos: do passado na forma a
Es - apenas com, 9 número , des Páginas após a citação.
oggênio. histótico de: Corinhe assimila: o 'pas-
- dé diterstiçãs e. tuna “9 gênio da beléza ideal
“procura consolar O: homem pela. dignidade teal. Ri sado: como uma: dolorosa e funérea perda no curso.
|
: e verdadeira que ele perdeu” (67)... “normah da vida de sua época. Entretanto, de: tStaél
"não estava sozinha ão oferecer. essa visão, histórica. oa
- Para deStaél, a história dependia da doloioca, qe
“Em. unia: noite. enluarada'.. eu caminhava ed
- percepção: pelo: gênio da irreconciliabilidade e inco-....
EX,
s sublimes [quando] SR
- mensurabilidade e do seu, constante | 'empenho: em - Coliseu cheia: de pensamento
Po Sea
* conciliar o inconciliável. “Esses grandes senhores ro- uma voz nítida, mas que tinha o som de ER
“ta, “disse 'Sou uma das. divindades, romanas!” Essa .
“manos estão: agora tão distantes da pompa. suntuosa
no:
“ de'seus ancestrais. quanto seus ancestrais estavam da - experiência particular, Joi relatada em 1819
Davy ; — quími co brilha nte,
» austera virtude. dos: romanos durante “a república” diário, de Humphrey
e: |
(86). Assim,: “uma profunda percepção das diferenças | amigo “de de Staél e, como ela, usuário han
,1
ópio.'' O sentido “da história como cm conde SO NES
: Impelia aisensibilidade histórica do gênio. — uma per-
asmagórica ou« presença sensua l: (voz com so e:
cepção da” diferença- entre os) humildes. eos. podero- oh
flauta) fluía como uma corrente através. de. uma.
"SOS, 98 derrotados e os vitoriosos, Os mortos eos vi.
VOS. A. disparidade irreconciliável não foi» subjugada | “certa experiência da elite. Davy. percebia que ou-
SS ado
- pelo conhecimento ou tornada “real”. por uma narra- “tros reflexos. similares à esse animavam, E
RR
o
* tiva convincente, mas manifestada pela, presença de: enquanto ela: olhava: com. atenção. as ruínas . da
“Milhares de; pensamentos . Emi edo
“fantasmas, espectros e outras aparições assombradas. Ê Abadia | “Tinterna:
"
A atmosfera da Itália, como :Corinne explica, -está “passaram pela mente de'centenas de seres inteli-
“carregada, de morte: “O ar que se respira. parece puro gentes - eú estava perdido. em um “sentimento. so-
cial profundo. e intenso. .. Nada sobrou. deles a não,
e agradável, aterra é alegre. e fértil, à noite delicio-'
a
samente fresca 'e revigorante, depois do calor 'escal- “ser Ossos transformados em pó; suas idéias, e seus,
no: de
y
Vas “danté do dia-.e no entanto. tudo isso é; morte” (88)... - nomes sucumbiram.. Também nós. sumiremos
-pó?r Contudo, as reflexões de Davy, como: as de de
“Nojinício do século 19 a'morte, representando a ima- ”
os. |
nência da história, estava sempre à mão. Pódia ser. “Staél, Jevaram- -no a concluir, esperançoso, que
a viver naqueles Penne — co
“vista nas tumbas. “que retratavam Os: romanos antigos “mortos continuavam
(e seus. -costumes, nos profetas e, sibilas pintados no | “tos profundos é intensos”, nutridos pela sociedade,
“teto “da Capela Sistina, parecendo “fantasmas: envol- É, = “e pela natureza e que acabavam por produzir uma:
tos na penumbra”. O “fúnebre”; õ “fantasmagórico”, a exaltada, Sensibilidade histórica. 1 Esse. refrigério
era conseguido com a ajuda ddo, ópio: Ele eum
=
“sensação de frio”; as imagens “daqueles. que: nos: festa
DrAdaçã no caminho para o: túmulo”. (180) inspi- ! Ss Ls E Ê > TEENS RR NS vit
ravam não apénas o. conteúd o 18. Citado em LEPEBURE, Molh COR Maigni in ad
je de monumentos, cons-
— truções, textos literários: cas “artes, mas também. suas. É “Opium:. The Expanding: e »Of| Coleridas;
E Humphrey, Davy and The, Recluse. Mordáio th Cir
“formas evanestentes. ou: parciais (destroçadas).. A: /
7, 2, P. 8, SPInE, 1986.
“história Pulsaya com ár morte.
Po relacionamento. astificial com O passado, tepresen- o mais,s notável. é que 0 sonhador dominado pelo
“tado como:a. complexidade, do gênio. « tinha acesso” à verdade « com. a ajuda, de um | guia, 4
RR drogas, aliviavam. à; dor da perda: sentida Por'
À gênios como de -Staél, enquanto sifriultaneamente- vai Davy, de um: “gênio” do época: (um “Ancient Ma-.
Sã fortaleciam a visão, úma: parte, decisiva de seús po- - rinér”, um, Kubla Khan**). Assim, O gênio, Corinne,
Cos s deres?” Era no sonho do ópio que muitas vezes. acon- e : como a visão em um sonho provocado pelo: ópio, leva :
Fa A a teciam, experiências brilhantes de: verdade mnemô. Oswald. (e da: mesma maneira conduz o leitor) pela”
; nica. De fato,.os viciados. valorizavam as: “excelentes * EN história italiana. Sob a influência do ópio,: o sonho
percepções dosonho e sua maior “confiabilidade. O Pers -: produzia uma: autoridade, sobre o passado — o histo-'
Foo Vo do intelectual sonhador penetrava: no'ceme do infortú-. “riador — que era seguida é até, mesmo annpdiohada,
fait, nio, da tristeza e do sofrimento. e então acordava Jó s
“sobre ó:sentido da história.
“pará analisar às percepções do sonho, que mais tarde, “ Acompanhado e auxiliado pór suá autoridade
E “Seriam. incorporadas” ao, trabalho de arte ou. história “ou gênio, o sonhador do ópio via-se então. passeando, k
Cos o “ observando, aproximando- sede. verdades que pare-
1 (conta-se que. Sir Walter Scott criou de maneira bri-.
ELE Lado o lhante- personagens, verdadeiros « em The Bride. of Lam-- ciam além-de seu alcance ou de sua capacidade de
mermoor [A noiva de Lammermoor], porque produziu a: suportar: Na verdade,. Oswald constantemente se ma- ns
“= obra enquanto consumia maciças, doses de láudano - “ ravilha com a forma. inspirada. com que. Corinne EX- o
“um narcótico. à base de ópio). Mas sé 0 ópio. oferecia: Plica o passado, como ela-vê longe para perseguir as SE ue)
acesso ao espírito. histórico, permitindo que fossem a ne “aspirações - htimanas e, como consegue penetrar, mais
EA : criadas. narrativas mais intensas, isso acontecia sob
É
- fundo do qué ele nos princípios daí história.. Mas ' é a:
condições eepecíticas que davam cor à obra escrita. - duplicidade “do processo histórico que. precisamos,
4 2 “considerar, juntamente cóm a, criação de um gênio Et
o a DO ob o ta 20. 'Os trabalhos “mais úteis sobres o uso.do ópio 1nes-. “ histórico visível. Corinne.é uma autoridade histórica 30%
DE ER er a deli SO período: são HAJYTER,| 'Althea. Opium and the Ro- que é mulher, e autoridades femininas não eram ra-.
| de a o amantic Imagination. Berkeley: University, of CGálifor- “Tas“em sonhos- pr vocados pelo ópio. Ela “demonstra
e:
Ro ee ds mia Press, 1970; e BERRIDGE, Virginia. Opium and “também ser gênio com um aluno, com uma' “platéia e
«the People: Opiate Use in Nineteenth- “Century En
da: mesma. forma com uma: sociedade — todos eles ne. ,
; gland. New Haven: Yale- University Press,, 1987, “Ver,
- cessários para, medir á profundidade da' compreensão Ea E
“também,. GOODMAN, Jordan: Excitantia: O “How
; Enlightennent. “Europe Took to Soft Dr gs. In: “histórica, o sonho em razão do ópio tornou: visível Qu 0
“GOODMAN, “Jordan et àl. (Org.). Consuming Habits: que era menos frequente no caso da leitura e da. re
“Drugs im History and, Anthropology. London: Rour
- «orita: ele entrelaçou corporificações àdo escritor: erudi-" o
“. tledge, 1995.'p. 126- 147. Esse artigo, É também in-.
“ fluenciado por RICKELS, Latirence A. “Aberrations of
: “Moúrning: “Writing, on. German - “Crypis. “Detroit:
Wayne Staté University Press, 1988; e. RONELL,: j Ee “ Taylor coléridge.” so Rs
Avitál.. Crack Jara: Literature, peido Mania. nr Conqpisidda imongol o t “ E aà De
E)
Ê Ne)
A “
ae í ' s 7 : iss O
f PEN is j y
E parei - Pesa O : os
BEE,
À Rd s :
Ra A, Es
. %
Pais PERSEU
o de tablemo Virada = uma. form “que mais tarde, no: temologia, narcótica -ea fa a história e, nesse caso, o
e “ É
“decorrer do século, tornou- “se popular nás dramatiza- vi “hi toriador deriva de, uma, rede de: associações e ana-.
ções domésticas-da historia: o sonho desencadeado. logias c não de um “conhecimento de datas, detalhes.
o j + o ie pelo ópio desempenha . o “papel dessa: visualização € em e fatos. Esse gênio histórico, plenamente visualizado:
ENO a que o eu que instrui e o eu instruído eram duplicados “e enredado,.não é um. assassino: do: pai, como. os his”
E e observados pelo eu sonhador, a criação da república É toriadores: se tornariam. mais tarde” ao mostrar um to-:
Edo ae seus: cidadãos apoiados em uma sólida camada: de: - nhecimento superior. àquele, da geração precedente.
Cen teatralidade e não: na an Sparinda, que os leóristas “DO. contrário, uma persona moldada genealogicâmen-
o postulavam, até então. ae : Me: dependia, para sua: identidade, de um | séquito de:
1 es
O vício reagiu, ao ínisterioso, Calidando à a-re-. “gênios femininos atuantes?
“ Reticuláres, teatrais: e irreais, “ouitr as histór ias
ps És membrar os terríveis fragmentos dos mortos. Não:
evitávam à nafrativa' realista er
ENADE, “mais desarraigada,- Corinne-une-se a uma comitiva o stael também
at is de gênios: narradores da; verdade, cujas: histórias ela linear da guerra, preferindo Ó mundo: de monumen-
mistura côm as suas próprias como parte da história o “tos; e tumbas, canto e poesia. Personagens | como Mi- |
oo st da Itália. Safo, O professorado italiano. feminino, Co- = rabeau, “cujas paixões envolviam todo 'o seu: corpo
El É rilla e aSibila' em cuja casa Corinne vive, fornecem | o como as serpentes: de Laaçoonte”; viveram no mundo sã
a
“uma linhagem para a mulher historiadora. Elas são a. É do mito, deixando a análise: para outra geração. Mes-
"substância. da: qual ela surge; elas a produzem edã mo depois da queda de Napoleão, todos os momentos.
" Me consistência, em vez de deixarem-na. transpa- : “sangrentos da Revolução Frarrcesa e das EuerTAS sub-:
seguentes: representaram ' um abismo”. ao qual “nip-
LA -
“
-vellian Moment: Florentine. Political Thought: and rande número: AS aseodagõem em Co-
“the Atlantic Republican Tradition. Princeton: Prin E sue
-rinne, Para! Ê E are
ver, os específico dé Sato, -DE- Beto
“+ ceton University Press, 1975; HUNT: Lynn. Polítics, “JEAN, Joan. 'Fictio nsiof Sappho,: 1546-1937. “Chicago: . ne
“ University of Chicago Press, 1989;.€ Id., Portrait of
“ Culture, and Class'in the French: “Revolution. “Berkeley: -
University of”California Press; 1984. São bem.co- (od,
the “Artist 'as* sappho.. Tn: GUTWIRTH, Madelyn et
“ mhecidas a fregiente produção teatral de: de Staéle- Crossing :the- Borders.
“al (Ed) Germaine de. “Staêl:
: sua + participação em Peças: de teatro: em, sua” “casa, - 122- 140.
; New. Brunswick: (University Press, à dagl
so Coninine captavam o os monumentos do passado, «os OU No
«atravessâmos 'o Bois de Boulogne, €'o. tempc estava
ie vidos deleitavam-se com os sons, seu. corpo. estremes O
excepe nalmente. bom: uma brisa” agitava com: =
E “cia ão contemplar governantes despóticos e ela suspi-.
'vidade as: árvores eo sol brilhavao. suficiênte para
) Yava diante. de tumbas e ruínas. Como Mártin Heideg- E
“não deixar nenhum espaço de sombra na paisagem.” ger afirmou sobre. oviciado, ela viveu -o mundo exte-.
-O-inc ncebível — cabeças € partes- dos corpos espeta-
a
Ee «rior— mas com o. seguinte acréscimo: explicitamente. y KH
ad Dos “dos em: estacas, O “sahgue | correndoiem. Versailles, 0:
“com o: corpo: o corpo da “historiadora: demarçou E
o Y «Terror — ainda não pode ser recuperado « como “conhe-:
pectos. importantes do passado italiano. Fisicamente, ER
“cimento: “Olhamos, pará o céu e para, as, flores cos “como “oradora
| histórica,
* Corinne forneceu os: meios
E HA CL censuramos por brilharem e perfumarem o ar em um,
“para a criação de uma ponte sobre. todas: essas lacunas, É y
é “- tempo de, tantos sacrifícios.” Mais: precisamente, a Ls conseguindo ultrapassá-las e preenchê- -Jas com -sen- o
e Riso “1 Marco-história gerou máscaras poéticas, «expressou 0“, sualidade. A historiadora: pérsonificada, percebendo e
- impensável como diferença. romântica: :“Nenhum-ob- - representando | o passado, tomou:se o-elo perdido: que
- jeto exterior correspondia ao nosso pesar. “Quantas
ni transformou oposições rompidas em um continuumte-
ções, “vezes O) “contraste entre a; beleza da natureza € O so-. RD “conhecível, “importante acima dé tudo por-conectar O.
EA O a | frimento infligido pelos, outros reaparece no decorrer, - passado ao presente. Mesmo em uma: obra tão ântiga |
4 davida de uma pessoal”? Às vezes estetizada-e com- E -quantó sua história: da Revolução. Francesa, de: Staél. |
pia
«fregiiência “imaginada em 'sonhos, a, narço- “história
induía- “se consistentemente no cenário, falando com a É E
A “surgiu do gênio. arrebatado. dessa mulher, que 'vivelo: ! rainha (morta), fugindo. ou indo pará O exílio com Seus
Ce inconcebível 1 no seu vício e o exibiu como obra, sua:
ga «abais (mortos); e passando pessoalmente 'pela' experiên- Aston
à cia dos: horrores de. 1Q/ de agosto: ide 1792, como tan- Ca E
mea
tas outras pessoas de sua classe que foram'massacra-
“a |
- das, embora: ela.tenha sido poupada: Em De “Allemag- ni
ne, ela esteve sempre em cená com. Goethe, Kant ou :
"Hegel, como uma insistente questionadora e presença o a
ani um. | gênio. riativo' sem genitália”, “escreveu: e e
irreprimível. Nessa: apresentação; opassado
0 e o pre-. E
“Johann: Georg Hamann para. o historiador Johann: o
- sente, Os vivos e.os mortos, o real-e O imaginário, os
* Góttiried Herder. De Staél, também, anexou genitália - franceses ejos alemães formavam. um panorama: ape-
e um corpo ao gênio, de maneira alguma prefiguran-
o “ nas quando a historiadora entrava em cena fisicameén-,
e E do a narco--história como o universalismo. transcen- = lo
“té para recosturar tempo e espaço. o corpo autosre-,
— presentado. de um. gênio unia: incompatibilidades-epis- a
temológicas é e horrores existenciais. Ee asia
a LA “uma espécie de. interpretação ou hermenêutica com wald, os vivos eos mortos: “história e ficção, omend
Cris, base no estabelecimento de uma. “associação com 0“ e mulheres * produzindo uma- situação | hermenêutica
: passado que era não obrigatoriamente, de identidade. “ intensamente carregada (isto é, erótica) e; ao mesmo”.
nos O passado. como outro”, adaptava- sé em uma: neces- “tempo,. uma situação em que a individuação residia a
dg Cds cid -sariamente imperfeita assaciação : eu-você de “distin-- “em uma complexa rede de múltiplos “outros” *º
EU -sões sujeito objeto, “em que sobejavam. lacunas e 'de-, Po Esse erotismo estruturou a maior parte da obra
sagregações precisamente por causa da: diferenciação ; “ de de Staél. “Em. Considérations sur les Evénements princi- Nus
entre 0 eu.€ o outro. “Contudo, a situação hermenêuti- “ paux de la Révolution française, suas descrições de gran-
“Ca estendia- sea situações pessoais também, de acor- no “des personageris históricos consistiam em tensas inter-
“do com românticos.e filósofos e, de fato, a hermenêu- e= Togações sobre séus motivos e seu caráter, em um.ver-.
Po a “E tica era explicada em termos pessoais. A irídivid jali- . »tiginoso. vaivém de. narrativa e “avaliação, as palavras
Ce 7 Zação Ou à pessoa ou: 0 tema: distintos imaterializava- ' deles contra as dela. De Vallemagne relatava suas .con-
8. se apenas no, relacionamento com alguémmais - 0 0u-. “-versass investigadoras com filósolos, historiadores e ou-
“tro — que era exemplificado quase. sempre como/um , o 5 : : : Z
EN eGr . Y ? : é. - Nr mo:
leitores, de Napoleão a Elizabeth. Barret. Browning, “evidência escrita na ciência histórica. Livre de inter- E
e permanecerain válidas. no Ocidente até o final do sé- retação ou questionamento, a carta é a voz da autori-
culo 19. Homens émulheres jogavam uns contra os ou- dade e da razão, da história factual, do patriarcado, do «By Sá
“tros suas' diferenças, ansiosos: por: compreensão e defi-- : , Nacionalismo presunçoso e limitado-e da casta militar),
| Rição: O estado er “indivíduo, assim. como a: história e - Nessas circunstâncias desanimadoras, o gênio, aa
“a ficção, disputam. Õ controle da narrativa; ela será. do-. “ como corpo sensível, “oferece O único espaço remánes-
É “minada pelo estudo da Itália, ou pela história de amor? —“ “* cente de liberdade. Ele sozinho abre- -sé pará a herme-
“Na história hermenêutica, | identidade; relativa de na-! “ nêutica e coloca-se contra E obediência cega: à razão
“ções inteiras entrou ém jogo. Leitores se; reuniam para: -despersonificada. Por intermédio "da historiadora: fisi-
: formar. a comunidade de de Staél, instigados não ape- - camente, presente, de: Staél, éa chamada" constituciona-
nas' pela virtude, mas, por seu gênio erótico. Vig istiteos 4 “lista ou liberal, “questiona o: cartesianismo. e o desper-
Va
Em: Corinne, a perpetuação: da hermenêútica, din= O É «sonificado indivíduo titular de direitos, como o funda- |
- euindo a pluralidade cultural, a heterossexuálidade o “mento da história ou da nação. Extasiadá e livre no: o
“cosmopólita, a indeterminação, de gênero + eà Teconci- “ “momento. do “desempenho histórico, 'a história da Itá-.
“liatão de vida-e morte, significa “que a pessoa precisa “lia narrada por Corinne cháma'a atenção para « o corpo
ádeitar éa neoon sir abitigade: ou a ceilere na: ela pre us “ feminino n construção da. nação.
Da
Por
É <= Há quem insista que o gênio de Corinne situa <a
liberdade no terreno do gênero, porque a. hermenêuti- Er
= ca é uma: articulação explícita, da diferença. Ao discu- 0! É
tir o passado artístico, Corinne cita 0. classicismo na :
“pintura histórica! do: século 18 como um exemplo da se!
(isto é,“dá Teafidade 4 jistórica de Oswald) com a pró" “Salta: de liberdade. Se-o gênio seguisse: servilmente. os :
- pria epistemologia sensual e read de Corinne. | “princípios clássicos, “como. poderia o gênio ascender?” cho :
ela/pergunita. Porque gregos e romanos. são diferentes, PA
«ela afirma, “é impossível. pará: nós criar “da forma como .
“eles criam, inventar novas idéias, no que poderia-ser np
- Chamado. de território. deles” (147). Em utras pala- ERA
“vras, se os artistas usassem a história. para ocupar 0-es-
“paço. histórico idêntico ao: ocupado: por seus antepas”
clética de Coniito;adendo: àseparação. “do casal Es
— 'sados; eles se; sentiriam reprimidos e produziriam 1 me-
“fim do erotismo. Do fato, isso acontece quando Oswald “ras imitações. AO: contrár o, gênio e liberdade: exigem
diferença - — à. diferença na hérmenêutica de gêneros, a
«nações vivos e mortos. o erotismo bloqueia: a. regra: =
EEN o simular de autoridade, de úma verdade transcenden-
lneranto a reitera. “Essa reiteração “pode -ter alic
: “tale de. Patriarcado, porque o feminino: personificado “mentado as; emoções de: diversas gerações de leitores,
e atuante = sua voz, seus “movimentos, suspiros — exi- * perinitindo- -lhes' prantear, o. passádo: com maior êxito .
“be a diferença da mesma: forma « como certamente um. “do que conseguiriam, (com à' história profissional. De-.
-Universalismo - despersonificado a: “esconde. -De Stael “bates correntes sobre. a palay; | iéscrita,. o vício, 0, 1 Polis
-- contrapõe isso a qualquer solução de gênero ou junida- E “trauma: ea melancolia nunca jncluíram « de Staél no
de para a política é e a história em. termos: de uma evi-.. “vasto, panoraina de' escritores viciados e' compulsi-.
«dência escrita, do “real” e do' herói militar. «VOS. » Uma: Coisa, no entanto, é certa: no fim da obra. ipifendo
Pardo o mundo da história- imaginativa e, “Cultural ide
- de Staél, a morte permanece. tão irracional quan-. AS
At tria-uma república de letras, inanifestamente física, : -to'sempré foi. Evocações e poesia não produzem um ss
: “ondé homens. e mulheres podem reunir-sé-em Uma A “conhecimento: moderno da morte e do passado; ao ..
“busca: “hermenêutica e “onde, mulheres superiores: Ss | contrário, “permitem- nos beber um transbordante .
"não apenas homens= conseguem cumprir. seus desti-. Ro “gole de perda.” No início. do século 19, a celebração |
nos. 'O gênio. de Corinne como “historiadora: usa ini-. da morte e da “peidá, ao lado” de umaa diseoloça,
,; cialmente: as: diferenças imasculino- feminino para. E É -
> atrair, Oswald Quando viajam para ver Pompéia. eo r Press, 1982; FLETCHER, John; BENJAMIN, Andiew
- Vero, ele reconhece “os: generosos pensamentos. : (Org. )«Abjection, Melancholia and Love: The Work of
que a, nátureza eaà história inspiram”. (206), enquan- , "Julia Kristeva. New York: Routledge, 1990: BUTLER, -
Ea oa “passa-a apreciar “q. estilo setentrional” dos cos- ' Judith. dé. Bodies that Matter: On the Discursive Li-
A -tumes ingleses (301): Portfim, no entâánto, sua devo-. mits 6f Sex. New York: Routledge, 1993, relaciona a
- idéia de abjeção à exclusão política. Sobre a abjeção,
: “Go às crériças tradicionais inglesas; sobretudo à idéia * em Corinne colocada para uso diferente, ver.MIL-..
“de que as mulheres deveriam ficar: caladás, “impede "LER, Nahocy. Subject'to Change: Reading Feminist Wri--
“que O “eu” de Oswald envolva verdadeiramente -o ting. New York: Columbia University Press, 1988. p-
dia a pec de Corinne. =. ASS eai 182-191. Miller se- -detém na a“análise do gênero do
“ olhar. e seu intriga em rejeição à: abjeção de Corinne:
RA : ES o “Uma comunidade diferenié toma forma, «cânge
= BR. Sobre. questões de trauma: .e lutó em relação dife- ENA
TESE a A Truída sobre a. desagregação e segregação e, por. isso;
- "rentemente a memória, textos literários e drogas, vers 02
o “Tepresenta- o: fim. do gênio: Quando a. narrativa histó- Ee E LE POQULICHET, Sylyie. Toxicomanies etpsychanalyse:
“rica” “acaba, Corinne torna- -SE 0“ que, Julia Kristeva . » Les narcoses du désir. Paris PUE 1987; RICKELS,
“jchâma
a de: ser. abjeto, que se. encontra além “dos limi- am Laurence. A: Aberrations: of. Mourning:' Writting on.
“tes 'da com inidade. A A conclusão, quando: Corinne
“= German Crypts. Detroit: Wayne State University Press," |
ea 1988; RONELLE, “Avital: Crack Wars: Literature; Addic- “o
- morre, mostra, as dificuldades do conhecimento «cor-e “ton, Mania. “Lincoln: University of Nebraska; Press;
1992; HACKING, “Tan: Rewriting”the- Soul: Multiple”
Personality.
E and the Sciences of Memory. Princeton:
“Princeton University-Press, 1995: is e pur
ei Sodré 9 conceito, a abjeção. ver KRISTEVA, e
lia, Powers ae Horrór: : 33. Para uma discussão sobre as evocações e résso-. a da
“ nância poéticas : versus ciência, ver: BAGHELARD,
“Gaston. Le,eemtque, de EEspace, Paris: POE; 1957;
“zida. A; “Era dá Revdlução: traçou á cidadania, “a na-.
moderna forma de seé fazer história, constituindo. tita
“cionalidade e as fronteiras nacionais, com. atitudes ar-
“terreno negativo pata. a profissionalização:
“rojadas e marcadas pelo gênero. Do Terror, à época do
e
E -
Cas
!
: :
Pad
das Napoleão, o: acesso das mulheres aos direitos de cida- y
7a dania foi abruptamente restringido. De Staél estava.)
E pes — EXIADAD DA HISTÓRIA “com pouco mais. de trinta anos quando Toi apresen-" g
É
tada uma séria medida legal que proibia as mulheres "os
TEN EC A narco- nistória: de dé Staéle sua epistemolo- no - de aprender a ler'e escrever.” Embora a tentativa
E E gia erótica não combinam: com nenhuma compréen-- lim, fracassasse, ar formação. da: cidadania masculina flo-
o SãO convencional de seu, liberalismo iluminista e tal o A “resceu com a descrição da nacionalidade como, teo- -
“vez pór isso, as: muitas análises de'sua obra têm ig- , a ricamente, uma prerrogativa: “universal aberta à to- ..
“ morado « o modo como o Corpo e as drogas figuram. em sc das as pessoas. Quase simultaneamente. à proibição
seus textos. Até a abordagem que ela faz, da' história io da atividade política das mulheres durante a:Revo-
política — que é em geral atribuída ao'seu interesse. .
*lução, Mary, Wollstonecraft, em seu romance póstu-
“natural” pela política, como filha de Jacques. Nec- oa Po
“mo Maria, perguntava. a si mesma “se'as mulheres - Ro
«ker (financista- inovador e ministro de Luís: XVI) e E
têm uma pátria”? * Q caso de Germaine de Staêl le-' Bed)
Suzanhe' Curchod Necker (uma respeitada salonnitre) Eu vantou de maneira viva a questão da cidadánia das. no
- - contém ingrédientes bizarros é mesmo incompati- AOS ; mulheres. Filha de pais: suíços, identificando- -se en-
“veis, que. têm sido' cortados de sua'vida;)! Donadeseu. “faticamente como francesa, casada com um embai-,
“próprio sal lão, como; sua mãe, (“criei minha filha para - “xador sueco, exilada de Paris e por fim. de muitas. ;
vã SCE Emile, não Sophie”, “anunciava” Suzanne Necker), : “áreas controladas . por, Bonaparte, ela na vérdade
s ig A : ela conhecia. todos, de, Talleyrand: a Bonaparte, e por.
* muitas vezes escreveu afastada do centro da políti-
5
“issc parece ter parti ipado. normalmente do mundo Ei “ca e do poder. Zelosa administradora da fortuna da Pos
“da alta: política. De Staél, -imagina- se, estava próxi- - família, de Stáaél.amava a: -essência da política mas, ipa N
ma a do pede e escrevia sobre ele. dessa Posição; uma” - em constante, fuga da polícia, de Napoleão, era forçã=; Ss
«dá 'a “observá- laide-uma distância extrema. “Assim, 5
- embora sua história mostrasse o interesse pelo ópio eus
“um: «casamento com um, hermenêutico erótico, ela A A
e
* Goethe, questionado e pressionado, achou que “ela Via
3 Pata uma ) interpretação difereite de Staél como: A ao
: exilada; PR ORE farda. aa Weinen and e e “comportous se de maneira grosseira, como. um: via-
“jante. que se.hospeda entre aborígenes”. 3 Embora de. Si
ste eenseguiose. descrever. se como umaa republica, fabio
ne a
radas é Taimasmagóricas, um. reino do dial os: “20. DeStaél comparou explicitamente as iulhéres es E “ aa
: : Lado
m estavam exquidos Déssa posição Pd gótica, sa sobretudo” as mulheres“intélectuais,. com “os párias- + Jeni
"da Índia” em Dela littérature, HE, p. 158:167. Ver:
TRISTAN, Flora: Peregrinations of a Pariah, 1833-.
1834 Boston: Beacon, 1987, publicado. originalmen-:
é como Lesi pérégrinations d: une. pariaho, Paris: As:
e os padrões de etiqueta. De fato, na! história de de: ho. caso de de staél, quet tensão: e ambivalência. entre:
Eua Pá “Staél, a fiação; tornou-Se-uma: presença mais' “elêmera, “interpretações, e fragmentos: éia melhor alternativa:
Ante es, quando comparada com suas outras personificações ás mulheres, ela escreveu certa vez, são “indetermi- -
po
cs - históricas - -i uma entidade cultural diferente, cam “nadas”. As Dramatizada. demais para ser transparente,
R t
biante, póssível de ser “sentida com o corpo. e de acor- “ela também: exagera nó ópio, no erotismo e conspi-
E TA “do com..o estado do corpo, em fuga, e “drogada para . o 'cuamente: exila-se, para' que sua obra sé reconcilie . e
;
-apaziguar a“dor do' “exílio. O viciado, escreveu “Mar- plenamente «com: 'a-de Staél: racional, republicana e.
tin Heidegger, “está. sempre adiante do Ser; O herme-. - bem informada. “Além disso, essas descrições confli-,
neuta precisa. entrar, no horizonte do. conhecimento. a -tantés,' todas.elas perfeitamente possíveis, não se ali
“de outra. pessoa: Assim. também de Staél, o gênio exi- “nham de forma: convincente para formar a base de:
“lado, estava “além. do sampo de sua “identidade. o “uma: verdade biográfica ou fundamentada no: conhe-
Essa versão “de uma de Staêl drogada, erótica e: - cimento. Muitas, vezes inacreditável em. seus textos . :
“barroca; é apresentada como um fragmento. -“um: e-nos: aspectos bárrócos, grotescos' até, de sua vida, “(0
fragmento que, precisa ser mantido. em tensão com as ela não preenche, como personagem, o. requisito his-. ?
- representações mais familiares. de sua “vida: é obra, pç ' toriográfico de imitar o-real. Essas qualidades exage-
“inspiradas racional e constitucionalmente. Faz. parte “Fadas e inacreditáveis. de dé Staéle de seu persona- ...
de uma constelação que pode abranger uma propso: : gem central, Corinne, “ctjaram embaraços para Ellen - a Ae
= pografia staeliniiana e seus tAnhápios euus.*
é Parece, - Moetrs quando ' 0 movimento feminista, contemporá- PST didi e
neo. começou: a esquentar." “É melhor, ela pensava, u
e
centrar na virtude, na racionalidade, no republica- a :
“42. Palio as vantagens de pensar em. termos de mui.“
“nismo e-nas “realizações” de de Staél como inspira- pa
qro & pfeidade aoapresentar ou conceituar um eu-.o
: seu-próprio ou 6 alheio - ver BUTIER; Judith.: Gen. : dera de mulheres. escritoras do século. 19: ii
- det Trouble: Feminism and the Subversion. of Iden-; - É uma ironia da vida de de Staél que. ela tenha.
Yo New York: Roiitledge: 1990; MEYERS, “Diana e é lançado «à herói. intelectual feminino — "que descrições SATA
“ lletens “Subjection and: Subjectivity: Psychoanalytic, ita
subsequentes: a tenham estabelecido como; à quin- us
Feminism. and. Moral Philosophy. Ney York Rou-
tledge, 1994; Id. “The” Family Romance: A' Fin- de= é -tessência' da mulher digna e como modelo de realiza-.
- Siêdle Tragedy. In: NELSON, . Hilde Lindemann: ção feminina. Durante várias décadas, mulheres, ta-:.
(Org). “ Feminism and Families. New. Yor : Routled-” Na us, E
“ge 1997: e SCHEMAN; Naomi. Engenderings: Cons
- Húctions of/ Knowledge, Authority, and Privilege. -
«New “York: Routledge, 1993. Meyers, em “The Fa- nho 1991. Im Pp. 150. Eua
: “mily Romance”, adyerte. que o teu. múltiplo” ou “44 Cómo se nadá houvesse mudado em. vinté. anos,
urptiidádo, adotado: por. filósofos, como O] P.N$ Furbank escreve sobre Corinne; «que.o livro “é;
/ precisa ser abordádo com. cautela, 5 maravilhosaménte, inexpressivam, nte, absúirdo .
“por “causa de sua corrénite popularidade no diagnós- : - Seus romances simplesmente não':servem” “RUR-,
tico “de “dist árbio pe alidade, múltiplas, mal f “BANK, PN. Call Me Madáme:, New ork Review e
| RR sis çe o Vacsid EI - Gênero'e História: homens mulheres e aprática histórica
ESC ; EI=
“uma mulher digna. Apesar de sua energia política, 1 áquele que: todos. “sempre se. 'empenhayam - sem su-.
Na
CN essa visão era ao. mesmo tempo “Ólisada, porque uma, | cesso— para interpretar. Antes da profissionalização,
Be
“mulher escritora iria, de novo, como Oswald, inserir- obra histórica eia. repleta, de perguntas, inespendi
Res
E se em um “tipo” de história patriarcal,
| baseada não na .. is, de estratos contraditórios do progressivo e do:
“hermenêutica, mas na: autoridade; baseada não na. E m terioso, do. género e da. raça, 'da imaginação e da; eb
EA diferenço , mas, nia identidade. A = “ razão, do: escrito e do oral. A invocação dessas alteri",
Senti Uma alternativa seria ver que, como aà história “ dades talvez sugira, a algumas pessoas que podemos,»
asas so que “de Staél escrevem; algumas. das vidas que ela les omJê- las tanto a fear iantés ao Satrenio, de seu sentido =
é
ã vel, jesandos «nos para “ém. dos: limites de nossa pró:
priá, compreensão” -do inefável? A falta: de reconcilia-
) Apunidos da + modernidade. histórica ou bio- :
: das, Assim, o gênio, devida: do constante. ésiada de: É
“ desentendimento e incompreensão. final, lançou a
- discussão, as perguntas ea instabilidade. AT ado e
ao de Homi Bhabha àarespeito “do, arcaico ou doi ini-. ES ad
“Os historiddores bem informados. de loje con- RE
“seguem ver, um terreno final: e ahernativo Para uma: na maginável com: o imperialisi o. sugira, isso. É pone E :
“que, muito antes de Corinne: ser escrito, sua extraor- ai
“escravidão e Taça. “Pouco antes doa: “nte ã nos e “dinariamente rica aútora já tivesse construído. seu,
“torno, dé 1785, calcula- -se),.a jovem: Germaine Nec- imaginário arcáico em termos faciais é colonizadores, -
- ker: escreveu o conto-“Mirza”,”, com vários ingredien-" - que/a raça: fosse a “impulsora | final de seu discurso
“tes. familiares aos leitores de Corinne: «uma excepcio- ' histórico sobre cultura, nacionalidade e gênero éque:
“nal heroína mal: compreendida (Mirza),. que, revela A “Corinne fossé uma ínéra capa. para essa origem impe-.
trial, da história edo heroísmo modernos: No entanto, es
-. conhecimento de diversas! línguas eum amante' que.
“acaba deixando de; 'amá-la. Só que “dessa vez a histó-, : também parece desnecessário eliminar: os múltiplos la
1 sRiÉ
e ria. da diferença de gênero . e dos horrores da: “guerra. eo . traumas que . 'desencadeáram a: história . naqueles CEE
i estreitar e assim conquistar significado; em vez
“acontece. entre; grupos, étnicos, “africanos; à derrota -
traz a escr vização, quando os dérrotados. são vendi- “de demarcar seus limites e. determinar o'conceito de -
gênio. em nome do conhecimento profissional. e “O
“dos pelos “vitoriosos: para ' traficantes, europeus. ; O.
“trauma. histórico reside na instituição: da. escravidão, narcótico, erótico é doloroso: caminho errante do gê-
“ enquanto o herói cuja. infidelidade sexual causa a: mio. através: da terra dos mortos €e de seus fantasmas o
: morte de Mirza, estabelece a traumatização múlti- DR “cônstitui uma fronteira para as práticas. subsegiiên-
a pla: déle. pela deterioração de: seu. corpo, “provocada a | tes que empregamos, determinando um local de
a - por sua: escravização e pela. mórte de sua amada: RA onde. o racionalismo: pudesse” começar. Como- tal, É aÃ
' uima' conquista sedutora, mas a longo, prazo ainda. :
o as E "Sua obsessão Pela sepultura de Mirza, o seu, ane é no
neo E Le Psi PDA serve como “importante” limite e meio: de: controle;
i
defrontada com isso, a, história profissional iria: se es
sas a Para um. breve resumo dese poito, ver GRON- ANA
“1 DIN, Jean. Sources of. Hermeneutics. “Albany: State Uni-. r sozinha -— para o bem ée par o mal,
(
A vérsity of New York: Press;1995; e: para uma
ue completa da: má compreensão universal -de gênio na >< ao. Nessa: área tomo o exemplo de muitas fontes, jné
época de de. a ver o capítulo e Schleiermacher e ias “clusive “do “diálogo entre Sharon. Bell e Françoise
: - Mé ssardien- Kenney, “Black White: Translation,
ass, and Power”, KADISH, Doris Y;.”
ARDI) NNEY, Praniçoise (Org. li Trarisla Ra
"0 gênio ao;
a o qual todas asi irávam. 1Desde o início, mui.
no,
tas: erceberam o. significado completo de.“ “gênio” á Cê
:
com: “ela o apresentara, Margaret Fuller, por: exem-" (o E
. p o « Pensou em si. mesma e ficou conhecida c como “a, ento
SR io Liberty, 1988. 2v pa ;
1805); ADAMS, o ot A: Memoir 0
“des por seu. trabalho. Suas histórias mostram como ar : E
perdoa |
é do amadorismo tornou- se pare ines
, estima e das con : >» 4 Sobre: Allart, ver SÉCHE, Léon. “Horiense Alar de
: enções sociais.
s s de gênero: Com freqiiência abaladas “Méritens dans ses rapporis avec Chateaubriand; Béranger, ao
ca pelas longas horas: de: trabalho: mal pago; responsa” Ss - Lammenais; G. Sand, Mme: d"Agoult. Paris: 'Merchre de siriio
“France, 1908; SAINTE- BEUVE, Charles- “Augustin. “Cor- Cen E id
“ respondance générale.. Org. Jean, Bonnerot: Paris: Stock, Neo
“1935223 .; SAMAN, Prudencé de. [Horteise Allart]. E
Lesenchantements de Prudence. Paris: Michel évy, 187300.
“Sobre. d'Agoult, wer VIER, Jacques: : La Comtesse
d'Agoult etson temps. Paris: Armand Colin, 1955- 1963.
6 wie DESANII, Remintqne. Dente, Paris: TR serao
E “isso como algo- q -sebiepujáva à vida cotidiana em. EIS
“mais do que. uma maneira. neinçE pos Saio, a
= Embora. essas autoras fossem: inuitas vezês pu- AT
nidas - -€'se autopunissem < - pelas vidas apaixonadas. ps
ue; Jevavam: e por suas: aspirações; intelectuais, elas cu)
também buscavam: meios de Tacilitá- lás: “Excelen-: ps
- s'pr ano eraduizia: Ranke, mo E tíssima. Deslealdade”.. “Excelentíssima “Sublime
. ÉCousin ee muitos outros. escritores consigiadios ““Deslealdade”' foi" como.;. Chateatibriand dirigiu- seca ls do
E Hortense. Allart, cuja, produção literária foi tão abun- E
ue dante quanto o número. deamantes que teve. As, pri.
meiras, obras de. Allart, escritas. quando- ela tinha
s pouco mais de vinte ános, inclúíam uma, história: da;
“ conspiração, de: Amboise de 1560 e-uma análise de”:
“Germaine de 'Staél: “Pouco depois, mudou-se para a E
Ttália para! ter seu primeiro: filho ilegítimo. Casamen- EO
“to, segundo afirmou mais tarde; era “um jugo insa=,
portável e: degradante, 'queescravizava as muilhe- Es
e res”, “Se ela convidou iarie d'Agoult, grávida de. seu.
= “amante Franz: Liszt, pára: ir também dar àà luz'o filho
“na Itália. “Está na hora de as mulheres. terem seus fi--.
ú lhos: ondé e- quando decidirem:” A. maternidade fora .
O casamento. intensificou ainda mais, o contato so--.
cial Es com: os “homens pois; “POr ser, evitada E
“o unia espécie d
“amortecedor para o trauma. iminente. “Como: Baude-. É
lah e explicava” À s O :
so em si mesmo: é umnho,» porque interrompe «o
a pede
chocante - ora. do: sgicado e revelando para nós,
so que “ofejete um “biilho adicional asé idéias de “visão “e “Corinne. como se Os tivesse escrito: em méio: a bata- o
«duplas
; de WE. B. “du Bois € Joan. Kelly. Por um, lado, . “ lhas estrangeiras, “estudando. explicitamente a Ále-
como escrevem especialistas - em tráuma,. situação “manha “para interpretar a história e à cultura; alemã,
traúmatizan e, éaquela, em que o: sujeito. é tão. prof x “para não- -alemães, traçando. fronteiras claras. entre | E : Ts
“ grupos nacionais é fazendo comentários como umes-
* trangeiro ng meio deles. Ela entrelaçou toda, a sua:
Re obra = as duas: acima. e também Considérations sur les. do
événements. principaux de la Révolution française —= “com
» extensas descrições de. viagens em carruagens ea pé.)
o mesmo fez a história: imitativa, da Itália e de sua.
= “arte de Anna Jameson; 'o best-seller Diary of an Ennu-
“yée (Diário-de uma entediada), do início da. década de. Es
“1820; City,of the Magyar; or Hungary and Her. Instit En
=tions. (A, cidade do. magiar; ou a Hungria e; suas. institui. Ro
“ ções), e ciy of'the Sultan. (A cidade do sultão) ( ambos da, =
“década de 1830), de Julia- Pardoe; e muitos dos tex.
«os de Johanna: Schopenhauer, ida. Pfeiffer e Ada
“Hahn Hahn. As “narradorasS amadoras e às'vezes seus * SIE
» Protagonistas travessavam: as: fronteiras geográficas, j eu
“que marcayam “os. limites ísicos “do estado. Elas dis-:
“ secavam as' mais importantes: diferenças mentais e tio
“culturais para marcar exatâmente a que distância, de
“seus. países as viagens as. tinham levado e com que
grau de sucesso haviam, conseguido escapár. Espan-' so
“ cada e-abiisada: mentalmente pelo, marido, “Hahn
“Hahn explicou em-seu primeiro livro: “viajo, para ( End
Ponseguir vive PBP go ns s
vç
“também viajou repetidas Vezes:para, a França, Itália” - pelo British Museum, papéis | guardados. por; Lorde
'e Alemanha; parentemente por causa da saúde, mas Chichester, os herdeiros de Lorde Hardwicke, e ou:
“mantinha “um exaustivo programa “de excursões. a É tros assuntos. 78 Com material de biblioteca sem uni
a “monumentos, a locais de acontecimentos: históricos Er : Rs formidade, “doctimentos importantes espalhados Por. c
é “aos escritórios e palácios dos. poderosos, Sua visão era e toda: parte e 0 acesso a repositórios |limitado — se'não:
- panorâmica” 'e “abrangia: inovações na construção de impossível — para! as-mulheres, descobrir a informá-
- estradas, avaliação. de trópas. durante paradas milita- :- ção correta era: um teste de engenhosidade, pois era:
Tes; novos procedimentos industriais e interiores. de “ difícil acompanhar as conexões e os relacionamentos;
“palácios dos mais altos” líderes -< - tendo usado tudo : familiares. A Théorie des lois politiques: de la mona chie
Cn TisSQ eni- suas histórias, Na década: de 1830, Berty- tio française (Teoria das leis políticas da monarquia francesa; 4
E se nha: “conhecido grande: parte. da. Europa. ocidental” e 1792), de 'Mademoiselle de Lézardiêre, baseava-se : É
ES estabelecera relações comreis, rainhas, “imperadores, na “em livros “que ela comprara e em manuscritos que.
“Papas; Proein ês, pduninêsas e Princesas, o à que. a aju. 4 lhe foram. enviados pre contatos. na. Praça jo Dela:
ç A Ds: : cm
co, com toda a espoliação que a categoria acarretava, filósofas feministas já demonstraram em outrôs con- N
viviam como escritoras que geravam dinheiro e'so- - textos, fornecem informações confiáveis.“ Elas então
friam a marginalização da cultura própria do sexo se fortaleceram com uma série de procedimentos, re-
feminino. Muitas tinham problemas: para conseguir gras não escritas e rituais para escrever a história.
as informações básicas de que necessitavam para A visão do amadorismo como traumia nos ajuda
prosseguir com sua literatura, para sustentar-se e a explorar as interseções do séxismo com outros atos
para ter acesso ao passado. Essa situação era ao mes- que infligem trauma. Por exemplo, uma “história
mo tempo sintomática, simbólica, indicadora e tera- * melhor” alternativa para algumas amadoras passaria
pêutica, perpetuando a história amadora" como uma a conter anti-semitismo, racismo e valores imperialis-
representação do trauma mesmo quando as mulhe- tas como circuitos diferentes em torno da própria in-
res perseguiam Os recursos necessários para escrevê- ferioridade da pessoa. Quando a história de mulheres
la. Cada ato de coleta de informação parecia ocorrer surgiu nas universidades, isso deu-se inicialmente
de dentro de um casulo, resultado em grande parte por meio da repetição de tropos de trauma, com a va-
da inferioridade, da exclusão e da difamação das lidação da importância dos valores femininos, da his-
mulheres, o que tornava a busca dessa informação tória social e da história cultural. Dentro de poucos
ainda mais necessária e obsessiva. anos, no entanto, as amadoras passaram a ser vigoro-
.... / 24. . -
-samente rejeitadas como se nada de útil tivessem a
dizer sobre esses tópicos (entre as exceções estava o
O LUGAR DA HISTÓRIA CATÁRTICA interesse antigo e continuado de Natalie Zemon Davi
pela mulher historiadora profissional). 85 Os profissio-
A apresentação da literatura amadora como nais vieram. especialmente para repudiar as' mulheres
trauma tem dois finais. O imais lógico deles demons- de valor.
tra a importância de ver a história amadora em ter- Ao repudiar dessa forma o passado historiográ-
mos de trauma. Esse tipo de leitura deveria nos aju- fico do amadorismo, a pessoa assume uma posição
dar a revisar histórias de modernidade e repensar firme no lado do profissionalismo que, com seus pro-
uma variedade de conceitos, tais como “cultura” e “o cedimentos, práticas, metodologia, textos, fantasias
social”. Ele também nos permite especular sobre os
textos históricos amadores na produção da imagina- 84. Ver, por exemplo, JAGGAR, Alison M. Love and,
- ção e motivação política das mulherese, depois, das Knowledge: Emotion in Feminist Epistemology. In:
GARRY, Ann; PEARSALL, Marilyn. (Org.). Women,
feministas. Mostra ainda a multiplicidade de cogni- Knowledge, and Reality: Explorations in Femirtist Phi-
ções, sensações e relacionamentos históricos com o losophy. Boston: Unwin Hyman, 1989. p. 129-156.
passado, uma continuação das práticas e da sensibili- . 85. DAVIS, Natalie Zemon. Gender and Genre: Wo -
dade de de Staél. No exemplo das amadoras, cogni- "men às Historical Writers, 1400-1820: In: LABAL-
ções importantes eram baseadas no trauma, no medo, ME, Patricia. (Org.). Beyond Their Sex: Learned Wo-
no perigo e na degradação — cognições que, como as men of thé European Past. New York: New York
University Press, 1980. p. 153-182.
t
'
148 149.
Pri as, “mas Aaibémia a da conquista notiranda; até che.
“o gat à de Cromwell. e mais adiante, quando” as. tropas
do General Monk levaram Carlos II de. voltã ao. tro
no: A partir, de então, as. histórias de Thierry desti-
- sNaram-se a: mostrar àos. leitores 0: lado cruel da: histó-
“ria, tanto da Inglaterra) quanto da França, ao mesmo , “inúteis - a enfatizassem. a importância. política do esc
248 tempo em que os burgueses portadores da: civiliza ção - tímulo. à esperança que. tais: textos geravam, o que' PIA,
os artesãos e mercadores - —Jutavam-contra as clas-". — precisa Ser “destacado aqui é a. força persistente da “ vo
ses de guerreiros e outras de índole, rude é selvagem: | ' inferioridade da amadora. Ná metade do século: nes
: Pilhagem, estupros, saques, “ escravidão. — a «história . nhumá mulher amadora estava sendo chamada de FIN
“tratava dé “conquista e submissão: senhotes e escravos” : ds “gênio, como: acontecera com de Staél, mas as fileiras
: Contudo, essa catarse não. circundava o trauma; ao, “de historiadores. homens. “brilhantes” avólumavam-
“contrário, déslocava: «se para «confrontá- lo. Houve: “se Além disso, continua-quase impossível falar sobre
uma: ruptura: «declarada. nesse tipo de texto antes do o “a opressão. das mulheres pelos : homens de: qualquer '
triunio completo da ciência. ts io “forma que não: pareça inferior, ainadora, excessiva-)
“ 'Qs conceitos de: tráuma, ruptura, erotismo” e mente. emocional ' e acrítica. Dada, “essa. situação, eu:
catarse nos permitem, usar o amadorismo para inter-; amadorismo deve. ger mantido. em um permanente
lugar de alteridade; com respeito à profissionalização |
is rógar nos: as práticas (a.violenta supressão: de outros
da história'e até. mesmo para 0 crescimento. da: histó-
“relatos históricos, “por exemplo). Pode-se da mesma
t “forma usar o profissionalismo corno ponto de entra: E a das mulheres no século 20. RR
“da para a cognição amadora, “desvendando : sua natu-
“reza extremamente. interessante: Por outro: lado, a:
“ rejeição da amadora confirma a natureza profunda- x
ment dentalizada da ver-"
dade históricá profissionalizad o do. conhecimento e:
1 1.0 fracasso em lidar com essa:
is alteridade faz «com que a masculinidade (definida
“não; em termos de “homens”. Téais, tias como um pri-"
e vilégio do gênero e comoá capacidade. de- suprimir.
“ou: menosprezar violentamente outras: vozes) ainda.
predom e na profissão. OQ amadorismo mostra-nos à
“forma ao de uma à trallição “mM inoritária destinada : ar
Di
ii “von. Ranke, Frederic: “Maitland, Hey. “amor pelo domesticidade” “do menino;
o — inúmeros autores de história mandaram
Do Cartas. prolundamente sentidas para a esfera domés- "os “tíodo menor r da. juventude do queé à maioria dos hi:
ao “tica, falândo sobre suas privações e solidão. “Todas as toriadores, também preocupava: sé com o filho, “pór-
/
"= noites, no caderno onde anotava meus gastos”, récor-: “que sua “ligação | com: à casa. era excessiva”. ne
- “dou Ermest Lavisse, autoridade: em instrução pública A maior parté dos rituais escolares enfatizáva.
e compilador de umá coleção em doze: volúmes sobre. ea as diferenças, efitre o mundo: dos estudos do: menino :
“xa história mundial, “eu contava “Faltam apénas tan-.. “e seu mundo doméstico e familiar. Quinet, que fez a. o
“tos dias até as férias” “= e os: últimos dias pareciám o primeira” comunhão mais: “tarde do que, o habitual,-
- muito longos? deal E «depois dé-ter entrado para o: internato, tinha. lena
cio Avestola colocava-s -se em marcante . contraste , * consciência: de que a. religião católica que: estava
com a esfera doméstica: “Quando as portas do colé- o Ss “adotando divergia profundamente da espiritualida-
A gio'se, fecharam fiquei atônito, eo tempo. serviu ape- - Sa “de tolerante dá mãe. Embora criada na religião lute-.
- nas para. aumentar iminha sensação de prisioneiro”, rana; ela o levaraà missa. regularmente e o aprésen-.
“o uinet escreveu sobre sua chegada em um in- tara a uma: grande variedade de práticas religiosas,
E “ternato : aos "doze anos de idade. E Para: ele, -a sensação E mas'á instrução, religiosa: de Quinet no colégio inter-:
ara o dé prisão originava- se da diferença entreoritmo eos... "nó deixáva-o témeroso de que o padre o forçasse: ao
“valores da escola e Ós de casa. Ele adorava cuidar de escolher entre a' Santa: Madre Igrejá e a mãe biólógi-.
“um pequeno jardim, colher trigo, usar.a farinha: em. ' ca, e ele sabia que a Igreja condenava sua mãe. Fe-
" bolos « e tortas, :€ pereibulai sem
+ destino. “Mas o as-: no diz ao ser confirmado, “a' única angústia era: a ausên--
cia ide minha mãe”. 2 Práticas religiosas impessoais :
“tomavam o: lugar. das familiares. ou.locais, eia língua
Cri ia “materna desaparecia do. currículo. clássico, quese. bar
-seava. sobretudo'no latim e no grego. » vs
As: saudades epistolares para casa, “é as lem-
“ranigasidos prazeres da infância. eram acompanha:
o maior: prazer de; das ou Jogo substituídas. per relatos de estudos, a.
férias era fazer tortas, d
1
cês, Tel poesia; em, latim”. 16 Leopold, vo
“dou: na Schulpforta, na Saxônia, uma escola conl
da por perpetuar o tipo de ensino, clássico e ling ísti
“co que foi, pela primeira. Vez; “Considerado importan SER antiga
te durante, o Renascimento. “Acredito”, elé disse, aO ie
“recordar mais tarde os primeiros cinco aros que ali.
“passou. (1809- 1814), “que eu-tenha lido. à Ilíada ela So.
Odisséia dO Àinício '“ao-fim três vezés". 1 Ele inclusive sa
ao
“Anotei em:meu caderno minhas: vitórias sobre Ge-.
sempre. “Ele, em geral. me: batia ou insultava dez
audet, Paul Grizot e Sage; ou, como. prova” “dó que,
“= vezes por “dia. Embora" 'eu fosse esperto: “demais e
: digo, meus fracassos. 22o ak
“talvez um pouco. orgulhoso “demais para deixá-lo.
uitos. tinham dificuldades iniciais não: ape:
Ro “ sgntir que eu percebia. ou estava atento ao-que ele
Rig pretendia: fazer, “garanto- “lhes que meu: silêncio não
: * era. sinal de consentimento. Ele. se: foi, “finalmen-
igor. Esse. “último “áspecto, constituía um outro.
te. e Lecky, embora “horrorizado diante dos: rostos
da luta. por uma, nova utodelinição, já: quê: a fa, :
Henry pass ra por tanto térro quanto. se fosse: Tu- “como se fosse. o, abade de um mosteiro que explica-
Tenne:ou Henrique. Iv €; dez ou doze anos: mais: tar- ser va por que, acordar cedo facilitaria o: bom: desempe-
dé, “quand esses mesmos meninos. lutavam: é caíam | “nhó escolar: “pelo enzemplo dos santos sacrados que
- em-todos'os. campos. de batalha. irginia, e Mary-. a lenvantavan e “dormian como nauscer 'dosól: ese.
E “land, ele! se, questi nava se a educação. recebida, no ábito: (embora, nas vêzes acontecece por nencecida- :
. Boston” Common tinha ensinado Savage e Marvin a e Vai de-ou falta de, luz artificial) éé muito ótimo que seija
“ “comentado e mui o dezeijável « que sei | renst bele
cido”. at As cartas apresentavan certos tipos d
= “gressivo desenvoly imento. da política e das. iclações ei ' datação ee outros, «procédirhaios o menos: av F
| legais” ão contrário, ela compreendia: “polít ainte-, “, com a sensação de algum passado nive al (como,
Jigente, guerras bem- sucedidas ea força de persona- CS “queixou- se;Lavisse). do que com uma espécie de'ri
"lidades: poderosas. "2 “Estratagema e: fraude Jeram]" “tuál lingúístico. que acontécia. a portas: fechadas, en-. :
o “usados, comó armas de défesa”, Layisse' escreveu do tre. homens de mesma opinião é instrução: similar. As
“ Liceu 'Charlemagne, “pará. vencer à batalha: de cada ab “grossas paredes dos internatos, invocadas com 1 tanta, Õ
Cs “minuto” 43 Uma batalha; “podemos acrescentar, para “insistência por Ranke. meio século. mais: tarde, prépa-;
“ ajudar um, “herói poderoso. a triunfar. Elimiriar os" | Taram,o temperamento para 0 estudo. isolado, em ar-
NE açontécimentos domésticos das. cartas e depois. livrar. “>, - quivos, da palavra, da frase, do texto a - para a obje-..
-: narrativas epistolares e-autobiográficas. de excessivas tificação de: documentos políticos e a criação de uma cs)
a * emoções: pessoais, familiares e outras — “como Qui et” vo o modema disciplina de. história. Embora a-história já e
“4 deixou mu 1 o claro: — era. parte importante da vida no « E empregassé convenções existentes, ela. ensejou: uma
ed escolar, nas também. da: história. Nas: descrições des simulação detextos. jovens, "marcados, pelo. gênero,
“meninos sobre as. práticas escolares, o material de, ! - altamente problemáticos, atormentados. até. ;
Importância histórica” já; emergira. : “Historiadores j jovens tinham refeito O seript. dó
“Quando: esses historiadores começaram â “ches “indo durante: seus anos escolares, achando. -que 08.
“gar à idade” “adulta, seus. interesses: já se haviam e “componentes: mais. importantes eram. o conhecimena. a
“ transferido das questões domésticas
d e das rotinas fa-. a “tó-das palavras, os téxtos, as lutas ou-guerras, ralém - -
o - da, “construção de personalidades: poderosas. AO
-mesmo! tempo,, tinham/ identiticado- características, poços
“emoções. e posições. associadas à inferioridade das e, Po
ar sa “mulheres, ávida social e ao Jar, que elas denunicia-| Gail)
“AS im, não pareçe ter sido | por acaso
: que os" REAR o Tiam por: estarem: de certa. forma' contaminando o
“Primeiros | extos históricos do século, 19? tenham tido no campo de. estudo. “Cada vez sinto-me ne
Na
“um ontro “objetivo: O companheirismo. de: homeéns. dernos,. estadista € talvez homem do mundo”... A “oo
realizados eé idéias semelhantes, que ele chamava de : experiência da: juventude formou o credo profissio-. ml,
é
“amor”, No mundo de contemplação desinteressada, “o nál, permitindo que Niébuhr mantivesse os mésmos'
a companhia perfeita “não é. uma mulher, mas um. Eai companheiros, - “se envolvesse nas “mesmas: “Jutas,
- “homem”, ele escreveu para um de seus competido: =“ + Continuasse O estudo erudito dos textos: qu Te ha-
“res na escola secundária, à quem esperava incluir na: viam. indicade esse-caminho na “primeira vez: Ao.
Mio o -““fraternal perseguição da verdade” .” o grupo de | « mesmo tempo, s homens. que escolheram essé-rumo
ts “alunos qué se-tornara tão endurecido na luta pela» os e que mais tarde estudaram história. conseguiram A
| verdade adolescente continuaria intacia para perse: “manter à “objetividade” de tais avaliações, pois.o. es
- guir, “a, science”. E ue 7 tudo: era-0; ais, alto “é complexo. escrutínio mental: RR
<iudição objegiva também tinha sido coditi- “= que se opunha. à: -objetificação . nos espancamentos,/ PN
“nas lutas dá infância e na brutal, repressão contra a Ea tR Sadi
Coste »identidade doméstica dé um “menino. O. e cito em, ' o
mm Ea “produzir. a color latinús e os fatos acabou com os es-.
uhr pára seus pais, 15 de Dorsnnrd: ça a *. pancamentos e estabilizou: a “condição do adolescen
de 1794, "ey Nichuh, Life “and Letters of Praia . ARE iv te, Pfmitinidor “lhe umá novaà suberividade o esi
Ea
: E ER
ai “mento familiar ==-paintilha « emarido/mulher
Seo viam essas vidas literárias. =
y and Community
Press, 1975.
Jivro publicou bartés: íntimas de: seus dé rios, , paras
mostrar à; complexidade. do relacionamento, do. casal:
av e do relacionamento de Jules com: “outros membros“
o : de sua: família. “Apesar de sua moderação, o: trabalho o es
- de Monod foi crucial: pará a, análise de sua: autoria
em, “termos científicos”, distinguindo: o como figu- "cs
Ya representativa: da: historiografia romântica t deli= (0
neando claramente: os: contornos .dé um Michelet
unitário, o “grande - historiador. Os. capítulos sobre. Ea
«dois dos filhos de Michelet é o material. sobre sua
primeira esposa ampliam o conhecimento público Po
de seu círculo familiar, reduzindo à segunda esposa
a: um. dentre os muitos “coadjuvantes. Dutante: “esses
período, ' Monod também. ministrou um curso sobre ido
* Michelet no Collêge. de France e aumentou ainda. E
mais. Õ. conhecimento: sobre o. “autor ao examinar.
“ * exaustivamente. as origens de seus textos históricos
“e estabelecer um: precedente elucidativo: Monod
o -apregoava. que o mais importante trabalho de Mi-
“4 Chelet havia sido: elaborado durante seu. Primeiro
Era cásamento e. antes da: Revolução de, 18481.
A jMonod nunca, separou em definitivo Miche- “os
let de. “suá esposa. Também não rompeu o vínculo RR
celebrado no diário de Michelet nem: desaerediton es Sie
X
a
meiro lugar, os manuscritos de L'Oiseau (e de outros cial entre marido e mulher; ao contrário, lançaram o
textos sobre história natural) foram minuciosamen- livro como o produto de uma disputa entre masculi-
te examinadosa partir da caligrafia. Qualquer deta- no e feminino, em que o gênio masculino triunfou,
lhe na letra de Jules indicava aos organizadores que dando ao mundo mais uma obra-prima.
era ele o autor; ao contrário, qualquer detalhe na es- “ Ao recontar a história de Michelet, os organi-.
crita de Athénais indicava que ela não era à autora — zadores abandonaram a progressiva, porém qualifi-
que era uma “simples copista”. Os organizadores ad- cada desaprovação de Monod quanto à autoria de
mitiam que ela fizera grande parte do trabalho pre- “ Athénais e construíram um relato inteiramente ne-
paratório para L'Oiseau (pesquisa, esboços), mas en- “gativo de suas “falsas” produções literárias. Publica-
cobriam essa única atribuição generosa, citando no- das após a morte de Jules, elas incluíam textos de
.tas para indicar a “importância do trabalho pessoal “sua' juventude, trechos de seu diário, narrativas de
[de Jules] na documentação”. Por fim, os editores viagens e suas cartas de amor para Athénais. A edi-
compararam os abundantes esboços iniciais com a “ção escolar de Ecrits de jeunesse (Textos da juventude)
versão final do livro e consideraram que, em con- abre com uma descrição de como esse trabalho ins-
traste com sua “verbosidade”, a versão final era tão pira não apenas meninos, que recebem o livro da
“definitivamente” marcada pela “originalidade” de mão dos professores, mas também jovens mais ve-
Michelet que as idéias de sua esposa e, por conse- lhos e mais requintados, que consideram as amizades
guinte, qualquer pretensão de que 'a autoria fosse de Michelet análogas aos relacionamentos entre os
sua, estavam inteiramente descartadas. Assim, “'a nobres retratados nos textos clássicos que estudam.
colaboração” de Madame Michelet ... deixa de ser No entanto, se os dois grupos de leitores fossem aos
“um problema”.'” Confessando pertencerem à área arquivos de Michelet, descobririam que, apesar das
científica, os compiladores viam o “espírito criativo” proveitosas lições do livro, eles haviam sido engana-
de Michelet firmemente estampado na obra: “A con- dos e se transformado (nas palavras dos editores) em
tribuição dela para L'Oiseau lirnitou-se de fato à pre- “venturosas vítimas de uma fraude”.!”
* paração.” Transformado pelo “excelente projeto” do Qual é a natureza dessa fraude? Em vez de re-
maíido, o-“imaturo livro dela transformou-se
em um velá-la e de apontar imediatamente seu perpetrador,
épico”. 1º Os “organizadores construíram a autoria os organizadores mantêm os leitores em suspense,
-com.base na caligrafia, e mesmo assim aplicaram pa- mudando para a inspiradora história da vida de Mi-
drões marcados pelo gênero ao que isso indicava. Em chelet, que apresentam como passada na “febre
nenhum caso eles admitiram a colaboração substan- mental” da preparação de suas várias histórias. Mais
/
velho, “considerando seus textos da juventude uma -
107. MICHELET, Jules. Oeuvres complêtes. Org. Paul relíquia”, Michelet começou a destruí-los, junta-
Viallaneix. Paris: Flammarion, 1986. XVIL p. 187.
“108. As citações referem-se especificamente à dis- 109. MICHELET, Jules. Ecrits de jeunesse. Org. Paul
cussão dos editores de The Bird. Ver MICHELET, Viallaneix. 5th ed. Paris: Gallimard, 1959. p. 10.
op.cit., XVII, p. 187-206.
204 205
dentes, os organizadores providenci
= rabiscos, nos cadernos, e em trechos avú Iso
a
, cómo » Michelet), +de Roland Barthes, Sustenta “que. ta
O que é um historiador? .
no: “Lucien Febvre' para Marc Bloch, 1941, citado ; i20. Essa “parte de. meu argumento baseia- -se- “em ro
aims, em: DAVIS, Natalie. Rabelais among the Cénsors. é ROBERTS, Mary Louise. Civilization without: “Sexes:
-Reconstructing Gender in Postwar: France, 1917
“1927. Chicago: Universidade de Chicago, 1994.
comenitiável sobre sua inequação «
ótica. Além disso, a mudariça na a
cismo, do Plane. or Jaz a
fissões que reabili- “menisurabilidade e relatividade tenham: a 'suá. Nez; í
- Mas os critérios: de Gossman ainda deixam de consi-
La ir N ria oMichelet -— um enprme Projeto da + a dérar a repetida: atenção a alguém tão: insignificante “+ E
quianté Athénais Michelet. + Apenas explorando c os mo-
“e singulares « como Os- abitejastados: e colaboradores
“dessa nova escola de.história,-é trabalhou para obter-
“um roteiro nesse sentido, como múitos antes dele ha-.
viam feito. A categoria “autor”, como Foucault pro-
: pôs, ajudou a organizar a disciplina em torno da clas: '
-sificação de textos históricos e do “desenvolvimento E
--deoutros: procedimentos críticos que a invocação de
“um único autor facilita; permitindo: o surgimento de
genealogias de iniluência e. ascendência: ã Desde o Sécuto. 19, as alegações: de “que a histó.
ces LO que.é um historiador?” perguntamos, alte-: - Tia, é científica têm: Se apoiado não apenas em sua su-
“ rando a indagação de Foucault. Até agora, um histo- — o posta objetividade, “mas no trabalho efetivamente:
“ riador tem sido a incorporação da verdade universal; . «realizado. na busca da verdade. “Todo “Sato. históri-
alguém que, formado por retalhos de detalhes psico-: “co”“a , escreveu o historiador Michel de: Certeau; “rê-
“lógicos +e de provações purificadoras resultantes de sulta de uma práxis, .. - Resulta de procedimentos, os
contingências da; vida. cotidiana, da; paixão. humana quais têm “permitido a “articulação de um modo de;
« ede mulheres vorazes; surge como um gênio despro- " compreensão. ha forma de uma exposição de. fatos”. E.
vido de gênero“e com um nomé que irradia *extraor- = Essa formulação espelha o que os: historiadores. da:
“dinário poder. É hora” de se. começar a pensar, sobre+. ciência descobriram: que uma atividade intensa e. de-
“as maneiras pelas: quais essa “presença. autoral tem; “talhada precede necessariamente a produção de fatos
E na: verdade, assumido. o gênero masculino, é como: - científicos. Da mesma. forma, historiadores inovado-, nO
ela toma formá em razão das repetidas comparações: res sustentaram, no século 19; que a verdadé cienti-
* déuúum “original” mascúlino com uimá “copista”, “fal: “fica.sobre O passado fundamentava- -se em um 'con-.,
: sificadora” ou “fraudadora” femininaí No século 19, “junto de. práticas seguidas com Tigor + incluindo- se,
Ó processo” de criação: do superior e'do inferior fazia - dentre as mais importantes, o treinamento em semi-: o
parte dá prática: educagional, assim: como do traba-". : -nários e a pesquisa em arquivos. Essas. práticas esti-. No
“lho adulto. Embora os espancamentos tenham: aca- “mularam : um entusiasmo extraordinário . no: mundo q
“bado nas escolas, o' conflito. entre vencedores e fra: ocidental, ão ponto: de homens. jovéns viajarem mi.
“cassados figura em nossa “cultura visual e histórica. : - lhares. de quilômetros para participar de seminários e ço :
Na historiografia em si o grandehistóriador, ligado à —antes das bênçãos, do; aquecimento central, -das via-. E
parceira ausente, inferior e sem originalidade, conti-. gensspp 'e e, uma série de benetícios feenológ
Nua aser o modelo. sempre preserite para, padrões
“científicos, mis ines dB card. o i vida :
Gunis haviado recebido. Heipáménio, em seminários. cxiro que parte “do atrativo dessas novas;s práticas tenha
: Como- a maioriá. das outras, profissões no período mo- o . “sido a forma pela: qual elas. propuseram uma; ident
“derno, a história desenvolveu -um perfil institucional E - dadé masculina: dignae à altura da árdua. busca. da”.
mais pronunciado ao treinar historiadores em uma | . objetividade. Disciplinados pelo seminário: 'para- se
: metodologia distinta, dotando-os de um (conjunto de. tornarem “cidadãos” aventurosos, jovens, profissio- ,
é “ conhecimentos que os habilitava. . vo PecaçO “nais saíam e em busca de arquivos, na. esperança de
“A ascensão da história científica por 1 meio do Ú — carrombar 08 portões do “harém”, documentário, sal-
poder crescente de suas práticas | tinha implicações: “varas “delicadas-princesas”. ali residentes: e nesse |
«de 'gênero, também: Seminários e arquivos eram es- processo, encontrar a verdade.
paços reservados sobretudo para, homens profissio- o
“nais, e é nesse contexto. que o trabalho profissional ;
“da ciência histórica. pode set -visto como intimamen- o Emi áRiA HISTÓRICO + b
te ligado ao. desenvolvimento da masculinidade no sã /
século 19: As; discussões sobre o crescimento de dis-- “Antés de 1500, o seiliinário histórico éera. umaa. ço
“ ciplinas intelectuais: nos. tempos modernos identifi- o “ Ânstituição nova com: tal. magnetismo internacional, gos,
- caram o conhecimento profundo, o domínio e outros” : que, de longínquas: distâncias, Tapazes mandavam
“ atributos caracterológicos como: essenciais para, a “para seus ansiosos pais. cartas. entusiasmadas' sobre. e
. -profissionalização, 18008! têm classificado. em grande | - Suas experiências nesse tipo de atividáde. Professores ot
- parte como: “traços burgueses ou “de: classe. média. e universitários escreviam relatórios ssobre seminários e a
A
si Existém, contudo, evidências suficientes para suge- faziam-nos circular amplamente, enquanto autorida-
sais “des universitárias e até ministros de educação tenta-
5. Ver, por
p exemplo, E “caracterização de Burton Bleds- “vam: conseguir controle sobre eles. Esse: novo; local de'
“e. tein. po TITE, Andrew Dickson. :The culture.of Pro: aprendizado ; histórico surgit em algum momento; en-
po fessionalism: “The Middle. Class and, the” Development o Sos
: , e
tre 1825 e: 83, “duando Leopold" von; Ránke convio “Johns: Hopkins, os sêminários funcionavam o “Ja- Co
dou alguns. estudantes para trabalharem com ele se- Us boratórios onde os
« livros eram tratados cómo: espéci-: :
manalmente em sua: casa. O: interesse “espalhou- se mes minéralógicos, passavam de mão-em mão, eram)
pela Europa e Estados Unidos. De acordo como entu-. examinados e testados”. * Como diz Ephraim Emer
: siasmado “Herbert-Baxter Adams, da Universidade: ns ton; da Universidade de Harvard, o seminário era es-
sencial “para ilustrar é “implementar a seguinte ver-.
t
6. Meu objetivo não é fornecer uma história geral so- dade”: a história “tem um método científico”. 8 Mes-
bre os seminários anteriores à Ranke, mas mencionar mo um século mais tarde;. Walter Prescott Webb, em:
a crescente influência do'séminário de Ranke. Otra- “ seu discurso presidencial na, Associação Histórica: do”
“balho especializado em seminários filólógicos de:
'CLARK, William. O the-Dialectical, Origins of”the' Vale do Mississipi, conseguiu mostrar seu entusiasmo.
: Research Seminar. History of Science, 27, p.'111-154, “com o seminário histórico como uma aventura. expe-
1989; apresenta a fórma pela qual os seminários dei-- - 1 dicionária a um “país, desconhecido”, da qual o pro-
“lologia: patrocinados pelo. estado “em universidades “fessor era.o guia pioneiro eos estudantes “uma tripu-
+ alemãs se desenvolveram a.partir-de quatro das pri=
lação de desbravadores, observadores, caçadores e
meiras instituições educaciônais modernas: cadeiras:
EN "- professoras, cursos privados ou collegia, seminários “sentinelas, em todas às posições, à frente, nos flancos:
r “pedagógicos e sociedades privadas. Clark apresenta e atrás” As gerações criadoras da profissão de histo- |
“uma ampla lista de seminários filológicos da metade” -riador acreditavam: que a instituição do semi i
do. século 18-até 1838. Sobre.o aparecimento muito
histórico transformaria o conhecimento. É às -géra ões.
posterior do; seminário: filosófico, ver SCHNEIDER;
Ulrich: Johannes, The Teaching:of Philosophy at Ger-". posteriores conseguiram quiase todo. o seu treinamen-
Mai Universities: in-the. Nineteenth Century. History to profissional com otrabalho em seminários, ao mes-; |
- Of Universities, 12, p: 199-338, 1993. Ao citar fontes . * mo tempo em que encontravam as evidências histó-
culo. 19, Schneider. caracteriza -» seminário, . “ricas mais importantes em arquivos. a :
mo” a evolução de um método de” “erisino po
meio da: conversa”, em vez de enfatizar em.
rm primeiro “5 : -Não obstante as “invocações à obra escrita de:
gar a pesquisa, como. faz Clark. obre as várias ten- - Ranke, seus livros foram há muito tempo suplantados
tativas frustradas de estabelecer seminários históricos... pelos de;o outros eruditos e são pouco” lidos; seu semi- -
ntes do domínio de Ranke; ver LENZ, Max. Geschich--.: Ps
té der Kôniglichen. Friedrich Wilhelms- Universitat zu Ber- Do
tin.Halle:; Wisenhaus, 1910. 3'v. IH, p. 246-248. A li- 7 ADAMS, Herbert Baxter. New. Methods à in the
no teratura. sobre Rankeé abundante: Dois livros recen-: “Study
, of History Jenunmal of Social Sdente, 18, P. 2995 É
tes e-muito úteis são: IGGERS, Géorg G;; POWELL, “May 1884.
“James M. (Org.) Leopold von Ranke anid' the Shapiris 8. EMÉRTON, Ephiaiih, The Histotical | Seminar. inK o
of the Historiçal iscipline.. Syracuse: Syracuse Univer- : “American Teaching, citado em: ADAMS, Herbert, .
sity: B ss; 1990; e MOMMSEN, Wolfgang J. (Org). - Baxter. New Methodsi in the Study. of History. Jour"
*Leopold von Raânke und die mioderne Geschichiswissens- | E nal of sicial, Science, 18, p: 246, May 1884;
: “cha, Stuttgart Klett 9 9, WEBB, Waltér Prescott. The, Historical: Seminar:
as “Tts.Quter Shelland Its Inner “Spirit. sseiPR, Malta , e pi O
|, Historical Review, 42, P. 9, 1955 1956.
“Gênero e História: homens, mulheres e a prática histórica
“As práticas da história científica
228
229
ória: Roniêns, mulhe
í
“duas pequenas salas na. Sorbonne. Essás sálas, segun-
E pequeno; -onde-o ingresso era permitido. apénas me-
do: uma descrição muito. pouco científica, tinham. ei
diante convite. Nos. lares de classe média, à sala de
“algo de íntimo 'a seu respeito, o que dava um certo SO
“, Jejtura dos homens. era “muitas: vezes o aposento E
charme às aulas. Era um: lugar- minúsculo, adorá- Cato 5
mais: pródigo da “casa, e paraí muitos exalava' umar:
vel” 27 Essá atmosfera. de intimidade era acentuada =
de comando é domínio masculino: tradicionais: 2 Os “pelo contraste com os enormes salões de: conferência agi ferã
manuscritos eram dispostos sobre uma ou. “duas
(onde: Oradores como Heinrich von Treitschke chega- ineo
“grandes; mesas centrais, de modo que o material SO-
o vam a atrair até 700 estudantes). Portas, escsta
“bre políticas: e. governos passados ficasse reunido: Lo
Ame aluno e por pudessem em, conjunto ; in-
Í cial ou compromisso com a'pesquisa históre
Lavisse estabeleceu fronteiras para: o aprendizado da.
: história fechando. a.porta de sua sala de aula:
“Asala de seminário em si limitava a comuni gor
dade de. historiadores, “dando-lhe ordem e: defini- nais
“+ 26: Pafa. uma escrição, er Jul | Garne Pe pd É e
: mou bra, Harvard. aver 1304, 2, Pasta “ção. OS primeiros observadores dos seminários es
-meravain- se em “descrever os procedimentos ' emo
an cada úm- deles e, acima de tudo, seus aspectos fís
“ H, Pertz. Uma impértaiite ariá lise sobre q estudo dos = cos = a maneira como documentos, livros, ornais,
E homens em sejação ag. espaço familiar urbano, e Esa
mesas; ;, Cadeiras, escrivaninhas | e* outros equipamen- :
N
x
Nos
de e a inatividade da história científica com à passivi- cos estados alemães, as universidades chamavam ao
dade da periodicidade e a natureza feminina apenas - - atenção por uma certa florescência dos princípios re-
reproduziu os termos que os médicos usavam para des- publicanós, que incluíam a liberdade acadêmica
crever os papéis do sexo na Europa e nos Estados Uni- coro parte da modernização.” O assunto transparen-
dos do século 19. Da mesma forma como as invocações te, o estudioso ativo e realizador, uma comunidade
de trabalho, virtude cívica e transcendência eram in- unida de historiadores 'que cooperavam como -cida-
terligadas com qualidades específicas da metodologia dãos virtuosos: no século 19, todos esses atributos dó
científica, o uso inveterado de hierarquias de gênero -seminário começavam também a estruturar a mascu-.
para caracterizar o projeto científico moldou a prática linidade. Desde .o início, o membro do seminário era
histórica a partir de políticas normativas da época. considerado uma espécie de cidadão participativo,
Em resumo: a experiência do seminário como universal, ao qual era implicitamente atribuído o gê-
prática fundadora da história científica foi estimu- nero masculino e cuja autonomia era escórada pela
lante, porque aproximou-se do conceito atraente- condição excluída e dependente das mulheres— uma
mente progressista de cidadania masculina. É certo visão que era muito parecida com a do cidadão na
que havia diferenças nacionais no desenvolvimento teoria que tem como base a república.'' O seminário -
dos seminários. Na Inglaterra, por exemplo — embora era, assim, uma instituição extraordinariamente po-
os estudiosos se reunissem em seminários no Conti-
nente, embora os profissionais adotassem a lingua- :50. Ver MCCLELLAND, Charles
E. Republics within
gem republicana e embora estudiosos como E .W. the Empire: The Universities. In: DUKES, Jack R.;
Maitland tentassem estabelecê-los - em Cambridge e REMAK, Joachim (Org.). Another Germany: A Re-
Oxford a prática nunca desalojou o'talvez paralelo consideration of the Imperial Era. Boulder: Wes-
tview, 1988. p. 169-180.
Sistema tutorial.” Entretanto, mesmo nos monárqui-
51. Sobre a retórica e os valores republicanos ver,
entre muitos trabalhos, STAROBINSKI, Jean Jean-
49. A complicada história da história científica na Jacques Rousseau: La transparence et Vobstacle. Pa-
Inglaterra é resumida em KENYON, J. M. The His- ris: Plon, 1957; POCOCK, J. G. A. The Machiavellian
tory Men. London: Weidenfeld and Nicolson, 1983. Moment: Florentine Political Thought and the
Alfred Pollard e outros de fora de Oxford e Cam- Atlantic Republican Tradition. Princeton: Princeton
bridge conduziram seminários bem-conhecidos, University Press, 1975; HUNT, Lynn. Politics, Culture,
embora uma longa lista de estudiosos nas institui- and Class in the French Revolution. Berkeley: Univer-
ções mais antigas clamassem por sua regularização.. sity of California Press, 1984. Ver também BRUBA-.
Uma interpretação para a persistência do sistema * KER, Rogers. Citizenship and Nationhood in France
tutorial pode ser encontrada in DOWLING, Linda. and Germany. Cambridge, MA: Harvard University
Heilenism and Homosexuality in Victorian Oxford. Press, 1992. Sobre a forma como a construção da
Ithaca: Comell University Press, 1994. Sobre os vá- política e a esfera política excluíram o que eta con-
rios seminários de Maitland, ver FIFOOT C. H.S. siderado qualidade feminina, ver LANDES, Joan.
Frederic William Maitland: A Life. Cambridge, MA: Women and the Public Sphere in the Age of the French
Harvard University Press, 1971. p. 98. Revolution. Ithaca: Cornell University Press, 1988.
: disciplinares +
é “O paradiginá Tepublicado. ha: erudição;
a,+ política, estava, não - obstante, aberta para Tefor- J
- resistência. € . Tevolta. Seu" “considerável: poder, -
inda foi total, com também não foi total 'st aiden-
io vãs” além dos “puxa- Sacos”:” dos novos mé três cien
é “tidade' com expressões de vitalidade nacional E sua
: Autos Ele demiti 1-se da iversidades da Ragitcia 4
congruência. com privilégios: masculinos: harmônicos
“e conseqiientemente. invisíveis, o trabalho em. semi
* Nários provocou muitas vezes comportamento covar=: “khardt, com. o mesmo. tipo de treinâmento, recusou”
Ls de, rituais de: humilhação” e zombária. Às vezes a in- o “chamado”. para dar aulas em Berlim; ele voltou- vo Aids,
: ] se, ao contrário, para a h stória: da arte e passou tâm- Co
: segurança, não o êxito, foi 0. resultado da prolifera-. e
bém. à. proferir extensas. palestras. sobre: “tópicos
“ção do seminário, Herbert Baxter Adams é Henry
como, por. exemplo, à história da arte culinária. Os AS
- Adams direcionaram seus “respectivos. seminários.
- grandes, conflitos : armados' (como a. guerra franco: ME
= para. a “busca das. Drigens teutônicas de: instituições
'ussiana; nspiraram a propagação. dos: seminários
" norte-americanas, uma-antiga tendência cultural:re-
forçada. pela. admiração: dos dois pelo: poder alemão.
catos destrutivos. e beligciontes ocorriam em salas de “
“após a guerra, franco- -prussiana. Monod, Lavisse e 0u-'.
: “tros atribuíram a derrota francesa de 1870á falta de. “coordenada de algumas carreitas' eo avanço pelas fo
“experiência dos. historiadores franceses, em seminá- Jeiras dos protegidos moldavam a profissão. s. pra
rios e em filológia. e, embora prometessem. um futu-;. “o “ Alguns dos. mais ávidos: seguidores do seminá- . E
ro. “virt ” para seus participantes, os inexperientes io, introduziram. métodos heterodoxos, mostrando E
ço “eram- “implicitamente - “considerados efeminados ou. A
a Pouco masculinos. 2 Rss angústias podiam levár, Os. m
nte a); flexibilidade Potencial “do seminário “
Ena ; como uma- prática: Lucy. Maynard -Salmon, poré
“+. exemplo, recebeu: “treinamento, ha, “Universidade -
“o dr" de Michigan e dedicou-se à! pesquisa em arquivos,
; “EAR “introduzindo. o método. do, seminário no. Vassar “linguagem ddo , republicanisto e - dão nas»
DE “College, Salmon foi lembrada “como participante . “ “culina à história científica, conectando, dessa fo E
“o Íntegra da: comunidade Vassar, que enfatizava a. ma, inovação histórica com: imaginação política, Ao
E ad cidadania e o comportamento: público destémido.' ; “prátic “coordenada: de pesquisa em. arquivos, no. ETA
DEAD aa,» No “entanto, ao. mêsmo tempo em que adotava-essa E entanto, toi. concebida de maneira diferente. No. grade
o A postura republicana, ela-administrava: seus semi, ” o início de; sua extraordinária carreira. de incessantes. des “e
mários de: forma tão idiossincrática que, embora. “estudos em arquivos, por exemplo, Leopold Von :
” Tossem” Quito bem corisiderados, eram chamados: “5 Ranke descreveu Ós! idocumentos encerrados em ar- | DE
% e “de “As listás de: roupa por lavar de Miss Salmon”. o - quivos como “tantas princesas, possivelmente Dbe-. cio
e + Em lugar de-fazer com que Os alunos estudassem “las, todas sob uma inaldição e precisando | sér'sal-.
1 documentos oficiais, ela “jogava” na mesa do se-. & Er vas”. Ranke quase nurica' esteve só ad descrever .
minário uma. montanha. de listas de roupa, por. Jasio “osaiarquivos em térmos tão lortes. Para Léon de
var, “pilhas” de, tabelas de horários de trens; livros: “borde; chefe dos arquivos nacionais franceses du:
“de receitás, projetos arquitetônicos para casas e rante o “Segundo Império, “uma: biblioteca: É alg ; :
, outros aspectos da vida. cotidiana. censurada por
um arquivo é alguém :.. alguém que, vive. e respi- j e io
“críticos e desdenhada por editores: depois que vol-
Vs Ta” Antes'-da profissionalização, Laborde. afirma- R dá
— “ Aquíse para a história. mundana, Salmon, não: obs
RE va, Os: arquivos tinham' sido “violados” e emitilá- REDE O
ER END -. tante, mostrava que, com relação: a intrusões: fe-
“dos”, setasis braços e pernas rasgados, a. “cabeça” e ELO
ES mininas- (como no caso “de paixões nacionalistas) -
ap us “as, portas dos minário "poderiam. nunca mais estar
da “completamente : segutas.” 56uti -
£.
"seminário: de Salmon: ver amibém! DERIO Beat
= Ce A: Life in: Two Horia. New: York: Wales, 1983. J
57: ca a pa et
- 1828, em ERANKE
'veram: um. drama anialeaa o! Pa é
docuriientos estat s “encontrados” ém. arquivos. Essa que todo.o passado documental da:
verdade resultava do: esforço comum, embora-es) “der em chamas, juntamén
-cializado, é da capacidade dos cidadãos-de encontrar | outros documentos Telativos a propriedad
é documentos autênticos. Contudo, a busca em arqui - ços agrícolas... : : o Soh
“VOS que seguia de perto o treinamento: ém seminários Cu o Graças, aos: incansáveis estorços do arquivista Pia des
muitas vezes descaitavá àlinguagem da cidadania” em - - Armand Gaston: Camus, “isso não aconteceu; O: Terror. eia tro
“ troca da do: amor, do melodraina e até da: obsessão. - enfraqueceu e homens: mais moderados assumiram, 0 ; o Ss Í
“Desde o início da era pós: “revolucionária, os af- poder. No entanto, a. saga dos arquivos europeus nos, o
quivos é outros repositórios contendo fontes docu-: tempos' modernos tinha apenas começado. Quando ,
“mentais, é manuscritas foram, locais de controvérsia e Napoleão conquistou a Europa, ele também contis- E |
> intriga e podiam, por isso, ser considérados. qualquer e Tegu arquivos e “gradualmente começou a: construir O, £S
A
“coisa, Menos'campo neutro. Durante os períodos re-c abs ; enorme Palais des Archives no Quai, d' Otsay. A ese
volucionário e napoleônico na França, houve inten- “trútura do. prédio estava. com mais de dois. metros: de
sas lutas: por causa de arquivos, as quais lançaram
Õ
altura na época em. que o império caiu. Uma enorme
primeiro. indício da: moderna obsessão por. arquivos. ' quantidade de matérial de. arquivo, “incluindo docu-
“ Em 29 de julho de 1789, a Assembléia Naciona . mentos. oficiais e outros, tinhasido transportada para e
l .
a Francesa “decretou a fundação. de. um arquivo Paris, vinda- de Genebra, da Bélgica, da Toscana, da: - ue
para...
o “ suas atas e, no decorrer da década seguinte, uma in- Ro “Espanha. e da Holanda, de muitos estados. alemães, |
finidade de Jeis reguladoras do material de arquivos... . . dos estados papais e do. Piemonte. A:derrota de Na- e
o franceses, brotou de súcessivas assembléias. Quando » poleão: fez o foco dá atenção voltar-se de novo para
os jacobinos decreta ram a destiuição. de documentos o material de arquivo, acima de tudo para o retorno gut
u . Tur "da maior parte desses papéis e isso paréceu transfo
mar o interesse p t; arquivos em: permanente, um
nm 580 “LABORDE, Léon de. Les drchiivês, de a France: io
“Leur: vicissitudes, pendant la: -Révolution, leur Tégé- : VEZ que Os dramas. dos: estados”: ações e seus: arquis.
o “vos estavam | nterligados. Estúdiosos - “como 6. H
. neration sous Yempire, Paris: Vve: Renauard; 1867.
00.
“PD. 63: 64:€ passim.. Agradeço a Jennifer Milligan. por”. “ Pertz, dedicaram» "se a: «criar coleções de docume tos,
dl “indicar éssa: passagem. O capítulo não explora a
his-.
* tória compléxa, os debates“ém so Ca: rivalidade
“(à qual Labórde se refere) entre proponentes de. ars io
a: quivóse e «Proponêntes. de:e milioçêcas. Ele considera o
vo como o Monsinérita” Germiahido Historica, como: parte
“de uma busca do passado hacional. Patrocinado pelo.
“ Barão) von. Stein, Pertz batalhou| para conseguir: aces-..
so aos: arquivos papais, inicialmente” revisando cerca:
de. 24.000: documentos, em 1822, € copiarido
outros.
1.800. “Outros estudiosos” estavam” agora. ha. pista . rinário. para- dissemiindr seu: aérodo: de: exam nar.
o
É certa de coleções, subornando arquivistas e político Tóntes de arquivo, tornando. dessa forma as duas prá” a Er
s
-. para: tér a oportunidade de examinar. o material con- “ticas cruciais para diferenciar a história ciêntífica o Pori
E fiscado “original”. e “autêntico”. suborno e influên- e empreéndida por-homens. profissionais da baboseira |
“cia política tornaram-se fundamentais para'a obten- . diletante dos salões, das preleções. em universidades RA
“ção de cópias de documentos. À medida que os pro .e academias, onde homens e mulheres apinhavam- -se
cedimentos assumiam um caráter mais regular, os, “para « ouvir historiadores consagrados, e dos romances au
estudiosos da.maior parte dos países europeus — mui-' o históricos extremamente populares de Walter Scott...
- tas vezes enrum ato de patriotismo tanto quanto, de. na Ra “A linguagem de trabalho autorizava: o estudo
erudição . — - publicayam. compilações, de documentos dra em arquivos; em. contrasté com o Grând Tour do aris
.
J Oficiais originais, sobretudo, da época pré- -moderha. su “ tocrata europeu. (um longo; período de, viagens por:
dos Ranke ganhou: renome devido às suas incur- Er toda a Europa, considerado parte da. educação de um.
"«sões-em arquivos: “Conhecedor . da filologia clássica, ' de homem jovem), “esse estudo “era uma busca árdua.
“- ele tinha tanta experiência em comparar fontes e se- quase, um: trabalho | — empreendida, por cidadãos: ex: ré pá
. “Jecionar relatos >antagônicos de um “determinado. no perientes. Os estudiosos sujeitavam- se a inúmeras: CEA RP
: “acontecimento que passou-se .a' dizer. que à história. 'contrariedades e inconveniências, a fim dé perseguir o
“crítica 'começoi, com'seu History of the. Latin: and: Teu o: “conhecimento científico, “viajando para; visitar bis s,
«tonic Nations (História idas nações latinas e teutônicas; - bliotecas, “arquivos eoutros repositórios como um.re-.
1824), “livro que. rendeu- lhe um posto em Berlim. quisito. profissional. Eugêne Burnoul, que percor euro a e
Durante qu: TO anos: fde. 1827 a! 1 Ranke des. toda a Inglaterra é o Continente em. busca! demianus-
a critos na: década. de: 1830; descreveu: em: detalhes.
E sombrios. as muitas indignidades e sofrimentos: que
ch na sua, forma hão-oc ental. quando reclamou: '
A história, os faraós,
“precisou: “enfrentar: moites: insones em “carru gens
, mas nada é feito pela camas duras, ASte mistura de came e vegetalts.
ado em Goo o]
7
e dolnales que: conheceu “na estrada, a. p
efisual que leu; pelo caminho. eos es
Koi
«verdade prejudicar todas as faculdades. necessárias ceu à ciência histórica um, ímpeto desenvolvimen- É A
“pará distinguir Q verdadeiro do falso. Uma complica-
“Lista similar. infiltrando-se na. linguagem. erudita, o” “o Doo
« ção epistemológica tomou forma: a obsessão tornou
E "conceito de, fetichismo em particular era vital para +
-indistintas. as linhas divisórias entre ciência e delírio :
três, preocupações da classe. média” naquela época;
.e conseguiu. transformar as. palavras racionais do ina”
valor econômico, conhecimento racional. e: amor.
-muscrito em, um méro objeto de “desejo excessivo. |
Marx. oltaria sua; “atenção para questões de fetichis- .
- Histórias. de obsessão documental levantaram
mo e valor no: conceito -da Inercadoria: transformada.
“a questão da confiabilidade. da. Pesquisa, tão impor E
“rial eshográfico, |montaram! um quadro complexo. do, Dr
“fétichismo como um compromisso, “irracional, em.
“geral de povos não- “bcidentais- = com objetos: comuns. Ao
(como úuma concha ud um. pedaço de pano). que eles ne
fã “acreditavam possuir, ropriedades mágicas ou divi- o : sivamente mais eselarecedores, 82,
nas.“ Essa interpretação do: fetichismo. situava- ono O conceito de) fetichismo como dérivado. dá
as: a+ sensato pré- -científico, fazendo dele o: oposto . “prática religiosa permitiu que os estudiosos: rejeitas-
«do, Tacionalismo “moderno. Iniciando- -sê com os ne-- E sem mais: enfatiçamente a história. baseada em, mo-
“ gociantes portugueses, passando: depois |para os filó-.. numentos totêmicos e-em ruínas, evitassem objetos.
sofos do Numinismo e seus relatos sobre. costumes | Ea b lugares-comuns (rochas, . penas e outros. representa-
“africanos, | Jo conceito de fetichismo tornou-se Cru-
vam 0 material do: Jetiché) em favor de documêntos:
- cial:para: 'o-processo de construção do valor de prá- E difíceis de serem obtidos, e evitassem' estidar cultos
“. ticas ocidentais, como comércio é “pensamento ras “Ta e sociedade: “o locus da. prática fetichista). em fa-
“cional”. o valor aparentemente bizarro que os afri--
"vor de uma: percepção mais-elevada,. transcendente.
“canos atribufam. a objetos considerados sem valor
até, “do estado. Diários. de eruditos usavam a lingua-,
- belos comerciantes ocidentais, além do fato de atri-
-gem do objeto aviltado. para derrotar. os. praticantes
“ bufrem': propriedades. eficaze a esses objetos, aju-
da história amadora e narrativa e o usb qué faziam |
- dou! a: definir O termo: “fetiche” como: símbolo do". s da “retó ica”, caracterizando o trabalho deles como
“atraso africano. ÂÀ medida à que foram, sendo desen-. -cheio de “armadilhas de mau gosto”, “bordado visto- ? E
- so”e “brilhos de estilo”. A: boa. história não: estava,
Dia
=
vo
perconcentração, sonhos, alucinações etranses extáti-. - levou-os leitorés-por um emaranhado biográfico de ex-:
“cos Dos estigmas de santos aos eficazes resultados de .. táticos iludidos, depois garantiu que, nos casos dé. de-.
adoração fetichista, essas. grenças . ilusórias, como: lírio. provocado pela Suneroonieenitação, “são Pemipre,
Maury mostrou, tinham raízes em: causas: naturais. e: o as mulheres que predominam» so
» explicáveis, que. variavam do consumo: imoderado de
café (no caso de alguns: adolescentes convulsionários -
que em 1857 afirmavam falar latim): a uma vida reli- E 6. MAURY, Alfred: “tá magie et Vastrologie dan
VAntiquité etau Moyen Age;. ou, Etude sur les supersti j
giosa excessivamente ascética. (no; 'caso de extáticos e tions paienres. 4th' ed, Paris: Didier; 4877: p- 353;
santos)/ Ao atribuir, sentido: transcendente a objetos E 370. “ MauFy, em nóme da. ciência; constantemente
comuns, o, fetichismo: era sobretudo uma | forma dé ati erodia. a posição de estúdiosos: científicos. “Quando.
: vidade. mental humana inferior ao. “estudo científico ir - escrevia sobre fetichismo, xamanismo e outras prá- |.
“intenso. “Vários dos livros de. Maury consideravam es. , “ticas “mágicas, -ele afirmava que os -xamãs. eram
“= “atentos observadores dos'seres-humanos e-de to-'.
pecificamente,, os-efeitos alucinatórios que a: “concen- a
“das as suas fraquezas, perito em. penetrar da superfí-- :
“Aração. prolongada [poderia provocar] no sistema Der-. “icie até as profundezas da: “consciência da pessoa”: Pa=: ;
à “voso”: à superconcentração. em uina idéia, imagem Ou dres fetichistas eram muitas vezes “organizados em.
: texto.o poderia. levar alguém a. ereditar, por exemplo, io - unia poderosa e respeitada casta e posstitam,. como.
“Jos Chaldeanis, segredos para prodígios eêm ação que: -
conseguiam causar espanto à imaginação”. Quand
, Jêsses padres e xamãs, adquiriam a aptidão para-rel
= nir verdades sobré à morte; ou até mesmo para: reu
“nir'os próprios mortos, “eles sé “torávam o objeto.
“de estima. pública” (Ibidi p. 17,19, 39, 20). “Arobra
ide Maury. apontava para: "uma ansiedade “sobré a ver-:: =
«dade que não “existira: em trabalhos fundamentais
como os;de: heim Humboldt, em que a imagina-,
"ção. devia: preencher conexões; essenciais que esta-
: varia dalia ido nos documentos i
se com uma: dificuldade réal-no ar balho. científico: o
religioso. Isto é . os histoiiadori
-studo intenso de documentos: poderia produzir: resul-'
Jetthista na linguagem. norma
» tados falsos O (fortemente contestáveis, e pesquisado:
IE
1 Yes éxperient e bem- “intencionados poderiam ser,
«questão do delírio. no trabalho. em; arquivos j
+ . iludidos pelas 8e vidências. Por exemplo, uma con-
- como deixar de ser seduzido, intoxicado e enfeitiça,
- trovérsia nternacional sobre. as. origens do. Massacre do pelas. questões cuja essência ressuma desses amar-
«do Dia de.São Bartolomeu Jrrompeu com especial vi
ni “rulência” no final da década de 1870. e assim conti-. rados de couro-e caixas empilhadas. "8º Essas palâvras
» P “+ “deixavam. de considerar. delírio ou. fascinação | um: pror
-NUOU: durarite décadas, jogando pesquisadores meticu- £
EE SET losos uns contra os outros. A discussão sobre a existên-.
“blema epistemológico; ao contrário, os estudiosos pas- SA
- cia ou não de documentos: específicos. determinando: o Ssaram. à: aprofundar-se has: questões espinhosas, dei- Page
e massacre rendeu: “conclusões contraditórias e lévoui ale
| xando- -se expressamente levar por amor e sedúção.. AC ido
“guns estudiosos, como o arquivista francês Henri Bor-
pessoa com certeza sucumbiria; mas .essa articulação: Ao Ss
Ulrsave Ss dier, a Assegurar queos novos métodos eram insatisfa< Ea
«do. normativo escondia a dificuldade filosófica: O uso
aU do. gênero normalizava e haturálizava um. impassé
“tórios: “eles: não “podiam trabalhar com evidências ne-
- gativas e pro uziam Telatos que, sé detinham em um bo “epistemológico: que estudos sobre. o fetich mo «reli
- gioso haviam: tentado, . -mas hem Sempre, conseguid
“deter inado documento ou ém uma série: de: docu-" o
- mentos ao ponto de excluir o bom: senso, éa rázão. 7 E resolver « com:súcesso. si, es
AS filósofa. “Michêle: LeDoeutft' mostrou que, “= Da mesma forma como os romancistas estavam.
acrescentando um, cornponente. de forte conteúdo: se-".
“iquando os. intelectuais alcançam o limite, da explica- :
“ção, precisam: “atenuar “Uma “apor a” (um problema.'
“ xual aos, “temas fetichistas em suas: obras — histórias . nie
filosófico” “ou: uma incômpatibilidade, por. exempló),. “nas quais os heróis tornavam- se obsessivamente: devo: *
qu. trabalham além, dos limites de um “ponto cego”, “tádos a delicados: Sapatos femininos; minúsculas. mãos .
-enluvadas, legues e outros objetos que representavam
eles múitas vezes: usam uma imagem que já foi vali-
“dada por estudi Sos; anteriores. 8 No caso da história, o conjunto de. uma. mulher. viva — os historiadores.
“- abrigavam seu “compromisso com documentos no.exu
“os problemas T ferentes à verdade na Pesquisa: em ar. E
A
Aetichistas: dr Elementos de olomienitots e tortára que
a sia se: “não diferente de Amíbalr” ºs, Havia metáforas ,
a L glóis. Charles: Victor; SEIGNOBOS, Char.”
“les; Introduction: aux. études historiques. Paris: Has
“chette, 189 a ; “ : :
RN
o ;
” E . e Pi NO
tores: pertencem”. 16 Acton insistia, assim, na obsti-
«nada tetórica da/ (transcendência, mas era: absoluta-
“mente incapaz dé escrever por' “si mesmo úma
mo-.
nografia, porque (como Arnold Toynbee disse mais.
"tarde) Pperseguia o “fogo- fátuo da omnisciência”
ati- s espaço onde: a “história científica in é, a histór
tes-de conseguir escrever - uma paixão que é ton- “como conhecimento. e como verdade secular -- “podia:
“« tudo outro aspecto da obstinação histórica.” Apesar : ser escrita, “julgada e promovida. O seminário: cienti-
“disso, Acton. tornou-se, para Toynbee-e outros histo- “fico tornou- “se a peça fundamental do poder discipli-:
“Tiadores posteriores, símbolo. da erudição. sobre- hu- nár. Nele; uma! “comunidade”: ou “irmandade”. de es-:;
“mana, do historiador — um “milagre do aprendiza- tudiosos autênticos tomou forma, às descobertas; em:
dor, com “centenas” de caixas de. papelão repletas. “arquivos foram. reverentemente exibidas: para exa- Ei RO
“de: fatos meticulosamente anotados. 108 Historiadores «me minucioso e todo profissional novato'mostrou sua Ra
mortos, cuja obra não mais era lida, muito menos-
“verdadeira índole e recebeu sua. credencial. Ao mes.
" discutida, eram invocados com ressonância: emocio-.
“mo tempo, os arquivos: tornaram-se repositórios de Nica
nál como uma, imagem autorizada e qualificada « com
o “conhecimento ricamente. concebidos: e garantidores *
“poderes: mágicos. Bastava - “alguém . - pronunciar, o. ja verdade em-torno daqual a comunidade hisi óri="
nome “Acton” e visões de sua vasta biblioteca, cor
-ca alcançou um estilo republicano de. consenso;
dezenas de milhares de: livros; “documentos e ma-:
"Hoje, as contradições: da metáfora: republicana,
: nuscritos e centenas. de: caixas de fichas com anota-
são. tão aparentes quanto : seus aspectos poss.
ções surgiam parade novo inspirar as tarefas; da his- n : EE-Tes, e em nenhum outro: lugar isso éé mais pertinente | E
tória. científica. A historiografia. transformou. -se
em o “do. que. na profissionalização da; história. Enquanto”
-» Uma série de nomes de objetos de amores! perdido
s: ii impulsos' opóstos pelo 'podér profissional muitas ve-
-nomes que careciam, de um “significado” importan-:.
Vozes: introduziam. desconfiança | na “comunidade de. aÃ
“te, mas: que “serviam eficazmente — istoé » “fetíchis-
= profissionais virtuosos, a sede por documentos e suas
“tamente”: - “para alícorár jovens e velhos ha lingua-
, dificuldades é pistemológicas eram, muitas vezes ex-
“sem de aspirações universais da história científica.
ss plicadas. no-vocabulário, de fetichismo, amor e dese-
- jo heterossexual do. século. 19. Com o objetivo de en-.
o John. Emerich Edward Dalberg, Acton, cartã. -contrár uma verdade consensual, - profissionais de-se-
? o ss; para “colaboradores do Cambridgê “Modeim' History, “minários, e “arquivos dependiam em-grande. escala do:
em.
“+ AGTON; Emerich Edward: Dalberg; Lectures on
Mo gênero — um conceito que na época estava carregado
uderm History. London“ Maçmillan,; 1950, -P.315-316.º
-de hierarquia” 'e “dicotomia, e que impedia inuitas”
8 107, TOYNBEE, Armold 3.-4 Suidy: of History: The” - pessoas de chegarem; a um consenso: A iniciativa era.
ind Inspiration of. Historians. New Fork: Oxford Vime. à.
| sity, Press, 1963. "dessa forma:
ERC
cónstruida.
a E
sobre lissuras, que: Í
“BRYCE, James. studios in cneinporári:Bio- 6
Sa raptar New. York:Macmillan, 1903..p 386. - tuições que
a ciê
ç
fenômenos”. 2. A ciência histórica diferencia- -se “do di assim como o. projetista, “prodiziiá àapenas A
“tipo filósófico € teológico do texto histórico: e das. ar. E caricaturas”, sustentava Humboldt, “se ele merâmen- .
tes. ao dar prioridade à à pesquisa de-fatos e detalhes. “té desenhar. as circunstâncias específicas de, um acon-
“o mundo da experiência passada, é claro, esta- — tecimento relacionando- -as entre.si da maneira como”
a coberto de particularés, e uma infinidade deles ti= | “ elas; parecem se: apresentar”. EA disciplina « do. historia- |
“nhã sido- incessantemente descrita: (ou inventada). pe-: “ dor: juntamente. com, o “disciplinamento. da contusão
Jas mulheres amadoras' em. suas história de grande àl- “a histórica, “situava-se na: produção, na “avaliação e na.
: -cance. A história profissional diferenciava- se de duas “ordenação de detalhes, de modo que, na sua forma . no Rr
maneiras do. relacionamento amador.com os fatos. Pri- acabada, pudessem servir, como fatos bem ordenados. E
meiro, ela profissionalizou o termo “fato”. O fato não, - Os padrões profissionais. para Ô trabalho. histó-
- era meta informação “que existia de maneira óbvia ou E sobre: fatos dependiam do avanço da filologia. Os: : ia
-mesmo natural. “ÃO contrário, “sua condição denendia filólogos pioneiros imaginaram que suar tarefa final.
de sua descoberta, “de um exame minucioso € da veri- seria a criação + &o controle do! conhecimento; ER
ficação. pelo. historiador. Em outras palavras, exigia
“seu input ativo. Como disse Ranke, “história éa ciên-.
= da do coletar, encontrar, penetrar”, “que. não se satis-
“ dfaz em “simplesmente Tegistrar”. no o) “encontrar”, “historiadores imaginavam seu, trabalho. de forma : si-
Ea como: ato; disciplinado, recusava- se, espontaneamente “ilaimente: produtiva e capacitada: =. trabalho que:
— a aceitar. a aparência inicial do passado: “A estrutura: : diferia da tarefa do filólogo, embora: usasse seus mé-
dos' fatos”, escreveu Wilhelm. von Humboldt. em seu “todos, Os filólogos: tinham estabelecido novas régras
" ensaio pioneiro de-1821,“apresenta-se diante: [do his- * para: verificar se Os textos haviam sido modificados t
Foriadorf eem aparente “sóntisão: H A aparência cons... “com o tempo, e se certas. palavras haviam pelo menos
Apareddo em versões anteriores: dé um: trabalho lite-,
“A 12: RANKE, Léopold von. On the Character of His “rário, Uma à palávra éou! um grupo «de palasiçãs e. sua
E torical Sciente' [manuscrito da década de: 1830],
In:. - The Theory and Practice of History. Ed.
Homens efatos: poa
. a " Ea Meira e t Z Mc
Jologistás: A partir desses vestígios ou. simbolos «en-.. multaneamente, O domínio: do detalhe e a ração de
““contrados: em palavras
/
coritidas em “documentos, ós; fatos “produzia: competência masculina e státus pro-. Eat
| “historiadores. trabalharam voltados “para 0' passado, -fissional, “permitindo que uma pessoa, se comparasse”. e “o
“ Es - valendo: =Se de uma série, “de. sinais “intermediários” . - Com outra; para dessa forma medir a sua própria ca- AO pato
ás até finalmente alcançar um ponto em que pudessem : E ipacidade ' é criar uma identidade. “Bopp foi comple-", o
“construir um-fato: “Ê essa série que se pode reconsti-'. ““tamente. derrotado no debate sobre o ao”, “um estu- - 4
“ tuir para: averiguar até que ponto o documento está, E
dioso estreveu para sua família. “Em quinize Páginas |
- ligado a um fato e pode servir para compreendê- lo.” e [de um manuscrito que ele acabou de encontrar], | RA
- Assim; era- preciso: “uma cadeia de operações essen-.” não vi um único 4o.”'* Em um debate muito divul- + so =
“ciais para produzir. um fato”.'s “Mesmo estabelecendo “gado em 1887, Fustel de Coulanges acusou Gabriel
“a diferença entre. história e outras disciplinas, dentre : Monod de ignorar “o. estudo minucioso de palavras e:
-elas- algumas das” ciências, “o complexo. trabalho de coisas, o paciente acúmulo de detalhes e tudo aqui-,
- pesquisar documentos] para. Produzir. fatos: “dependia o que se costumava. chamar de enumeração: de fa-".
da engenhiosidade, do: talento, da formação edo.es- “ Monod; segundo, ele, tinha sido seduzido. pela ,
“ Torço do historiador em uma série de procedimentos modáe das. comparações em grande escala: Pee:
='tais como epigrafia, rastreamento de documentos e... “bon dieu.est dans; le' détail” (“Deus está nos deta- .
sta outros. Tudo. issoera: indicativo de sua força discipli- “lhes”) acabou sendo uma “opinião comum
nar. Além. disso, quando ele trazia à luz: "ou “produ j historiadores, ém parte porque à capacidade”
“zia” seus fatos, “eles tinhám perdido seu brilho: primi- “quisar até o assúnto mais insignificante era um sinal :
“tivo em narrativas. dé esplêndida retórica, sua própria - de infinito poder. Nesse, particular, também, Bóckh=. x
Sabacidáde de perturbar ou estimular.- havia. dadó-o:tom: “A tarefa da filologia' é dominar o.
ot sy ÃO contrário; -os fatos haviam sido. reconstituí- E “que ela reproduziu”. 20 Embora. Õ profissional produ-.
a dos, autenticados e. qualificados. pelo, profissional, E » zisse fátos, -a reputação por acumular muitos. fatos.
“ que encontrava prazer no detalhe. O amor pelo de- É “bem elaborados conferia autoridade profissional” e
talhe, — que, enchia livros e cartas - = - unia! os homens.
“lidichdava aum | historiador do. outro. individuação, sagrado, consistindo. em je necéssiládes e: prazeres de.
comunidade e posição . elevada em uma hierarquia. cisto uma espécie infe or: (a) vida. cotidianá, O. prazer, “ardal
“= profioshónial resultavam: do uso de: “Operações históri- : “ -queza, etc. ); “a outra é o que se pode chamar de ideal,
Cas para a' criação de fatos. mm “ celestial, divina, desinteressada, tendo por, objeto for
“Ocampo de fatos relevantes. por fim detectai” mas. puras de- verdade, beleza-e: perfeição moral”. ;
Le dose conhécidos pelos historiadores acabava sendo; - divisão que Renan. tez: do reino do concreto em ess Esse
RN
sempre. maior do que era possível. processar em uma “diano (associado à: mulheres) e ideal (associado: a hos. o, q
“ narrativa, e era nesse segundo. aspecto que o profis. “ mens) tinha evoluído, no curso da metâmorfose- da a
siónal támbém mostrava à-diferença entré' o amor e história, para ciência histórica, 'é originado. a idéia de, 4 Ts o
“que ele éo amador nutriam. pelo detalhe. Muito do práticas como os séminários e ai pesquisa em arquivos. eniio
- passado era: irrelevante para a, história: o conheci- “Mas. ele viu explicitamente a divisão entre o não-his-.
- mento real, escreveu um defensor do estudo filológi-. tórico e o histórico como-“a, oposição entre:;o corpo e o
co e científico, “fão. pode. ser obtido da vida”. at Par-. il espírito”. 2a antinómia. entre Corpo (referente à às mu-
te da tarefa do historiador está em descartar a máio-.. ras lheres e à vida diária) e espírito (com relação à apolíti-
“Tia dos. detalhes em favor de um grupo pequeno, mas. ca) ecoava em geral por meio « da linguagem da profi
“importante, de fatos. de maior valor. O domínio dos “sionálização: Theodor 'Mornmsen, por exemplo, Ar
- detalhes: diferenciava os historiadores mais versados.. - ditando. cegamente na: superioridade das pessoas: fede-. e
“dos inferiores é , ag contrário, a ordenação. dos deta- : radas em nações, contrastava desfavoravelmente.| os
“ lhes em. si criava um espaço adicional onde,o. voca-. gregos. desunidos com os unidos romanos. “Para os gre-
“bulário da hierarquia informava a ciência histórica. Tal gos”, ele escreveu, “tudo É cóncreto,; tudo tem -gm
-Padrões. disciplinares. “que avaliavam a-xelativa im-... Corpo; para os romanos, a: abstração: e “suas. formula-“
“portância de. vários detalhes. focavam. na sua-utilida-. "“£ões apenas envolvem os espíritos”. Bale : tar ve
dee não. na: sua elegância, nà- sua: “condição como -— Tal, divisão podia parecer destruir a: analogia
“caúsas”. € não nas suas próprias qualidades malicio- da ciência histórica com.as ciências naturais e outras
“sas; e. evócativas. A articulação da hierarquia eo es. E ciências humanas, porque o método: científico. basea-
“ tabelecimento. de padrões | de. imp tância : -cons- va- se na: observação, dos; corpos físicos Examinar /
“riram a. expertise eo poder prófissionais. . “ cuidadosamente entidades físicas como rochas, plan
- Essa artéulação epi ca regoicamei tas e animais era crucial para as ciências naturais, ao.
“, passo que-gs fecenseadores (um exemplo de cientis-. s
“las sóciais nóvate levavam em cónta os
« corpos, ob.
Saio.
- do corpo] só pode. ser compreendido: a. partir. de, um
“tificativa, “completa i ignorância da vida Teal”
“ponto f tora dele” +. 0"Final eraio reino de. terror, do. : “Com tudo isso, 'a metodologia histórica” expre
EN 'savaa feminilidade da evidência física que as pessoas
o viam, de. uma: maneira: que estava” inteiramênte le
acordo” com a tendência geral do. período moderno de:
classificar como feminino O corpo observado. cieneifi-"
- camente. A metodologia determinava o gênero-da-
história, também, uma vez que às, características do:
historiador masculino: resumian os ideais gerais de te o
E virilidade: “do século 19: autocontrole, «transparência,
“ “autenticidade. euma. representação. da universalida- E
o de; a Iecênsidade de executar um, trabalho árduo se-,
ido pr cedimentos detalhados; ca -piioridade. da
“mente. alma, lúcida e desincorporada &acima: do. reinó
:
das. contingências de classe religião, raça ou naciona- :
“lidade. A linguagem: histórica reproduzia. a, linguagem Es . o fenômeno deE Papa) Joan. instigou a imagina- ET Açã
de uma masculinidáde. universalizada UES “ção » histórica, mas no. século 19 tornou-se uma ver- cgi
-= isto é, uma |
“masculinidade Co “dadelia obsessão: Nas “décadas de: 1840 e 1850, reno-.
que” Í incionava” acima: “do reino de, co
“Contingências, tais como; o gênero em si. “mados historiadores holandeses, alemães, lranceses e |,
o VE “italianos tiveram muito. a: “dizer” Sobre: ela: Alfred = sa
A história Profissional c comô padrão pepara à ver E Plummer, do Trinity cos, dé Oxford, «considerou
“ dade “elevada” enfrentava. provas difíceis: para: dife-. RA
"a história “ “monstruosa” “absurda”. “Joan transgre- e :
“renciar o significativo do. que: devia permanecer'in-
- visível; o espírito do corpo; o matculino do feminino. “ dira as normas do conécimento verossímil, do poder x
Era necessário confrontar) contingência com falsida- potes e de tudo o mais que, algdem pudesse im
de para delinear exigências. universais. Nesse aspec- ns
“to, O easo Papa Joan ganhou vulto nã profissionaliza- nl
“o do: século 19. De. acordo com a narrativa — Tepe-
,
- tida, Tejeitada e renovada ao longo dos séculos — Joan
E era: célebre pór sua sabedoria *& foi-eleita para o. pa-. y “mente Superior a. lê no tocante à
“ pado aí metade-do século: 9º: Mulher de origem con-:. mu o caso de uma ez porte
“trovertida, ela, foi; para, Atenas (ou. algum « outro cen-
-
“tro: urbano). e tornou-se uma -das pessoas mais ins-
- truídas de. seu tempó,. Por cerca de dois. anos, desem-
. [tade é da século 12. Ela existiu antes, então, mera Ro
- penhou conscienciosamente' as: tarefas de um, papa, Ê
“mas então; em tima ProcissãoO pelas ruas, de Roma, oca do póvo”, significando. o clero,-o "
e outras é pessoas “sinceras” bêm- -intenciona- É
pé rtes : â história de Joan ca
| história d ,
tesco c le um 1 parto e exatamente no.o tróho papal. Como !
“resultado, mort: ja ali mesmo (álguns dizem que, ela pm
- Toi. apedrejada. até a morte, embora-a versão de Bo- =
e form
“dó câmpo do“ : “ser” para. criar um “objeto” que é to- -
a talmen
x
Aundamento “ou as
(como. fizeram, por
axtér Adams £ - Pustel de Cotilan;
ividualidade- protunda baseada na “signific cân “as mífimas diferenças: entre os homens e: fornecendo
e seus feitos e de seu caráter” O historiador cienti-' : informações importantes: sobre as vidas: dos homens,
E fico determinou essa significância'a partir da profu- como » Tepositórios de poder e Benitade TÃO . E
são; de detalhes que pesquisou, dando ao, tempo po- |
“Jítico um peso: adicional. é =: A: rssem comportamêntal da histó ia
e j nte agonísfica e carregada de conflito A efe
AI passagem, do tempo histórico, assináládo pela
pas gens queim dificuldades
S (que incluíam !
“minação do- mundo 350: progresso da história políti-
como: progressivo, mesmo o quado: o historiador esta “ta: dependia, mais Uma vez, “do: trabalho do gênero; NE
“va julgando, instituições políticas: em grande escala “4 sugerindo que fatos políticos fossem carregados. des
-ou épocas inteiras. As coleções, em vários volumes de - valores que enfatizassem o gênero: a importância E
' Theodor Mommsen, sobre inscrições clássicas e-com- masculina versus: a insignificância: feminina; 'a supe-.
“pêndios das leis romanas destacaram- -sé de todos ós “Tióridade vérsus a inferioridade; a. transcendência o
outros trabalhos de estudiosos. pelas; transcrições de- espiritual versus ô materialismo. corpóreo; ó superior.
“talhadas, discussões sobre falsificações e introduções” “-versús o inferior; O vencedor versus o derrotado.
téênicas ão: shaterial (em latim). 'seu' trabalho culmi- Eae “Sempre: soubemos: que a história: política este
-nou, com os-nove Volumes sobre” a história dé Roma; = ve êntremeada com valores e isso nunca foi mais vér--
“ que situou Õ início do mundo. antigo na comunhão de : “7º, - dadeiro do que no período moderno, quando os. histo-" e
:g língua e origem. “racial, depois traçou a individuação o “riadores científicos, “ocidentais atiraram com “dedica- Cio
- por meio 'da filologia, até que gregos e romanos che-.. - ção ede: inúmeras maneiras, em nome: de suas na-. |
: “gassem. para- representar pólos opostos do: desenvol: . E “ções. Se-uma guerra: tivesse acabado há pouco. tempo, Us
vimento histórico. De acordo com. Monimsen, os gre- eles até se recusavam. a convidar. “colegas de” outros R
gos modelaram inftituições como aà religião: no con-" E -países para reuniões internacionais ou a: “colabot: ré
publicações. Muitos escreveram. livros e: ensaios que :
“o + justificavam polít cas governamentais como aa texa-
std
“cordância no. uso dá palavra ou entendimento quanto.
às: narrativas históricas precisas dé: contemporâneos
“instruídos, a ciênci histórica era equivalente: ao grupo -
ques à praticava. Isso significava lei e comunidade, mas,
“referia-se apenas a hontens de- descendência: européia..
“Como: ocidadão , universal, o trabalho mais realista era.
“uma: narrativa de. fatos simples. 'e sem enfeites”, “ori
“ ginal”, “decisiva”; ; corajosa”, A“calma e “moderada”
“vigorosa”, repleta dé “visões «criteriosas” é cora im à ri
te assuihe. seus: próprios “conceitos para umia percep-
ção”, Seignobos escreveu.” Se o historiador conse-:
guisse pósicionar-se Sora: de seu corpo. para julgar a'
“ “verdade, essa experiênçia faria dele o espectador ou-
“testemunha: universal, “capaz de: descrever a realida-
«dede: instituições ao colocar-se como alguém « que, du-
- rante“longos períodos" da vida, assumiu uma: posição so
“ Tora do, cenário, alguém que ao mesmo. tempó tinha a
” so - uma identidade nacional e confessava carecer dela...
na A verdade, a actualidade e a busca géral. do. Die,
Pi “conhecimento :“sobre .o estado- -nação e seus heróis. pa
-mostravam- se cada vez mais sedutoras. Como o esta- Sia der
“do em si, os historiadores justificayam seus exercícios o
“dé podér afirmando apoiar” os;padrões elevados é de-
“sinteréssados em “que “todos. apostavam! e dos; “quais é
- pessoas deveriam aprender a participar. Para garantir.
“esses padrões; o trabalho histórico exigia proteção: de:
“frontéiras, estabelecimento deleis-e. regras, manu-
“tenção, do consenso é ação contra intrusos ameaçado- )
rés — exatamente os: procédimentos de política. tais.-
; como vieram a; ser compreendidos no século 19: 0:
“ “exércício do. poder po méio de atividades qué. envol;
Foo viam “conhecimento. histórico gerou, assim, expres-
sões “contraditórias. Por: um lado, os historiadores. as
ictions psy
histoíre. Revue
: uma história factual da; polinica! ã. partir de um " valor
o tão primordial. quanto o"» género. A ia & Sa gn NS,
o
OITO AMADORISMO E o
PASSADO PANORÂMICO | |
Lica o
r a ; it pm : : 4
Eres
f
“leen: The Contest for Social Scierice; Relations, and. Re-.:
“Political “Sciences, 1832-1848. Diss. University E
“Rochester, 1995,-Ver também. REDDY, William.
“= » presentations of Gender and Class. London: Rivers
“" Oramy 1996; HIGGINBOTHAM,. -Evelyir Broóks..
“The Rise of: Market. Culture: The: Textile, Trade. and
Righteous Discontent; the. Women's. “Movement “in
French: Society, 1750-
. 1900. Cambridge + cambridãe,
“the Black Baptist Church/-1880-1920. “Gaimbridge,
-Bniversirs Eresoy 1984. :
MA: Harvard; eUni veto, Press, 1993. e
“dida em qu “ambos dependiam da, “obtenção de: in-
=foninações | Firerisas, As feministas as amadofas. com
“compreensão Dime das: rainhas e de como Elas: io
A “vista de um amplo” campo;:s úeial podia eómitaibuir : viviam, - da. Fé relisiosa das mulheres, das mulheres na
“para, uma política sócial, progressista e até para; um.
“futuro melhor para as mulheres. 'Pode-se dizer qué a.
influência do- positivismo, nessas: históriadoras. frag-" de bens. abundantes à e de papéis eenbdárica As.
mentou o: amadorismo, permitindo. “que alguns. de - Hamtásias, históricas conflitantes - — as de amadoras e náo
seus textos: encarassem, de frente à tondição das mu- -
-Aheres. T Essa. fragmentação também. ofereceu. carac- “ter se -únido paraa produzir uma mentalidade moder-
“terísticas. “modernistas”. para à história que faziam: sa “nista, maisis arhpla. :
uma gama. de sinais e símbolos culturais: de, intenso
“slgnificadá, como os encoritrados: mais tarde no esti-,
“o de arte: surrealista, 'mais autoconsciente; e uma
«avaliação, matemática, exata, até mesmo. não- repre: :
- sentacional ou,abstrata do passado. *
O alto andadorismo das mulheres, ocorreu na-.
“quele momento érucial para 0 “desenvolvimento, da
“indústria da culttira em: que: apareceram as propa-. j
-- gandas coloridás, os primeiros. filmes, a: fotografia es.
y
(e- 6 jornalismo sensacionalista. Sea indústria. da cultu- -
«Taiestava: envolvida na disseminação de imagens da
“mulhér que era considerada o receptáculo de uma.
“grande variedade de fantasias, oo panorama, histórico
em arquivos,
em associações profi
panorântico. 0
* Edwaiids delêitava os leitores: com seu conhecimento tocou a ele ser abandonado. to Escândalo 1maiorpálio
amador, especialmente, sobré as pessõas: cujas “ex stenha causado. Vernon Lee, que fazia as. mães apres-
“centricidades: no vestir eram proverbiais”. * Em ter-. sarem- sea proteger suas filhas da sedução: sempre “o
“mos: sociais, O amadorismo permanecia um lugar para: que: essa lésbica: mal- afamada e sedutora” anunciava
vidas não- convencionais que, como a própria litera- “uia visita. Seus textos, de acordo com Henry. Ja- a o
“tura, atuava. nas fronteiras da respeitabilidade- da mes, tinham “implicação excessiva ide motivos se- “is
3 classe média. A editora : e autora viúva Martha Lab. xuais”: Para, o'irmão William, ele escreveu, “uma pa.
; atraía: seguidores. ardentes: e, emborá tivesse: Pouco lavra de. advertência “Ela é tam “gatos “ selva-
“mais dé sessenta anos, sentia que. novos relaciona. « gema.“ Relacionamentos próximos, “não. inteiramen-
“mentos. não: eram coisa para ela. Fránces Pattison,. te decorosos, existiam entre as amadoras: na Velhice, Ps
Mary. Robinson, - -que tinha: sido. “casada, com James Viésos
historiadora. amadora | que escrevia sobre cultura e.
“arte, vestia-se 'com roupas. sedutoras, fumava cigar:' Darmesteter (estudioso das culturas do Oriente Pró- o
TOS franceses e, na opinião de pelo menos um homem ximo) e Emile Duclaux (chefe do Instituto Pasteur) .
jovem, transmitia. um sentido diferente de “solidez s contaram para Vernon Lee suas: reminiscências: “sobre
“feminina”. Ela viveu longos- períodos separada do - “os primeiros anos em Lóndres como “novas mulhe-
E marido, O. estudioso Mark Pattison. Ainda adolescen; » res” e: escritoras batalhadoras. — sobre! “nossos janta-
te, Ricardã Huch' teve um caso amoroso com um -cu- “resà base de: escassos mingaus, . . aàs-noites em que; ss
“ nhado . que, como. era de se esperar, afastou-a da dormi. tão. protegida em seus, draçós”, 1 Vernon Lée
irmã, Quando estava com mais ou menos quarenta é teve um: colapso mental por ocasião dá Primeiro ca: E
cinco anos, Ricarda deixou o próprio marido'e a filha E samento de Robinson. ta r
para « casar-se com o cunhado é€ pouco tempo depois “ Qualquertipo de detalhe peitual, da apárên-. As : .
dx cia àà vida emocional, conseguia. perturbar a reputa- Ee :
: ção dessas mulheres; - mas elas Eram sobretudo anti.
Amélia B Rdward Papers, Somerville College Ar-
ves; Oxford University. Catálogo de biblioteca, cair”
,
Cir “suas famílias. se afastassem, Aos setentá anos, Mary : sa “tura. Professora: Cecilia: dao àpara, um internato: e,
Vic tm Robinson j passava de seis a sete horas. por dia em sua RE “para: Oxford, Ganhar dinheiro significava trabalho | (Ed ai e
meg “mesá de trabalho, escrevendo por: dinheiro. Para. ns “intelectual em: tempo: integral, assim: como respon- “vo
= isso, além da necessária. pesquisa, ela mantinha as | Eder, “sabilidades, em tempo: integral nos lares de: classe,
Y pessoas “sob. pressão, com exceção de: um único dia “ média e de baixa-classe média. Mesinó. uma mulher.
Sp
-— “Na semana, em que a'gente precisa, por assim dizer, ' solteira, como a historiadora holandesa. Johanna Nas
jogar tudo para o alto” Precisando de dinheiro-por | “ber; cujos pais obrigavam- na: a fazer'o “serviço do-...
de “méstico enquanto. seus; irmãos iam para a. escola ou Pe Ei
"razões de caridade e outras, Vernon Lee informou-
Se sobre cómo. publicar na França, onde 'os livros . “para a universidade, precisou, | nos: “últimos anos de is
Nr vendiam: melhor. “Quanto Théodore Benzton (Thérê- a E vida, tomar conta da casa para um irmão mais ve. 4
Ca Se Blanc) pediu-lhe para cólaborar em um livro, Lee Ca ' lho, ao mesmo tempo em que escrevia suas muitas Paio
“4 + erecusou: “Infelizmente, escrever, “para mim, é em So “histórias. 7” A americana: Alice Motse Earlé, suposta- a :
“grande parteruma questão de dinheiro; por isso, não “mente uma típica representánte da classe: média,
- posso colaborar”.'s Aos cinquenta e poucos anos ela. * passou-na verdade por grande pressão. como result
;- tinha uma renda anual de cerca de 600 libras pro-: ai o “do do fim' da-fortuna de seu imarido;. ela; escrevia
“o veniente do dinheiro de família, de modo que a des- fist “tarde da note, depois de pôr as cr nças para: dor-.
- culpa do dinheiro pode ter sido. una artimanha =, VER so mir, e trócava-de editora quando U “pagamento.
“4 mas uma. artimanha muito convincente para outras EA : Lo, “atrasava 'oú “quando, conseguia negociar, condições - MAs
“ amadoras em dificuldades. financeiras. Julia Gart- 4 e E melhores. Na -década de 1920, Constance Lindsay
wright estava sempre atenta - cheia de inveja — às “ “Skinner, nascida no Canadá, autora de dois “volumes ds
e enormes somas: que Mis. “Humphrey. Ward recebia Ç “da série Chronicles. of America, publicada pela Yale, no
= por seus romances, é quando algum de seus próprios University, Press, estava tão, desesperada por di
í
pis textos. era “transformado: em música e lhe rendia al-: às nheiro que considerou, por algum tempo, “aceitar no
É gum pagamento, “isso: me fazia vasculhar todos os. RE AR uma” «das propostas de “casamento que recebera. us
Tile na, papéis que. eu descartara” para ver see algo mais Po No “Skinner rescreveu com energia o volume de Herbert
Boulton' para, a série, ê além disso produziu eensaios, É
39. Ibid,, po Hm É A
o mia. No mei de cartas e: partituras musicais, “o nar-
A
“Yador encontra: nos eo gelato de Chailes Bur-. : mou uma: linguagem histórica distinta, similar àà das.
' articulações desacréditadas' de vítimas € traumatiza=-" -
i tória “cultural prossegue. Enquanto “jam “dos. Tinha uma sintaxe própria. Embora um detêm RA
Lo
j com Burney, os leitores são interrompidos por outros” “nado grupo apreciasse sua força, a: considerasse. digna, Re
“relatos, trechos: de cartas, “informações musicais do: “de crédito eansiasse por lê-la, o, mesmo não. aconte: no
: dia- e “narrações “adicionais: "dos viajantes. O passeio: » cia, com os: “profissionais. gi “Terisão; medo, alegria, pra-. é
É acaba com a” partida do narrador dos arquivos. zér e: “outros sentimentos, tácitos,: que- reconhecemos : :
“Fã cilitar a. viagem para: os “outros. e; produzir o hojé como transinissores de conhecimento, - Constis
ss “deleite estético” foia. consegiiência. de uma. discipli- , tuíam. a: linguagem. dos: desatreditados. ÇÕES,
= : Na amadora inflexível, ela própriá O: resultado dessas”
Dn e “Nesse esforço, “as histórias amadoras se Teses: RES
“ber o que não. fazer”: A o desvio de: todos os obstáculos, E
cê “tabilizavam, produzindo. às vezes momentos de in".
“a argumentação. e os conceitos refratários fizeram dá >
=
«dos. sobre a prostituição, , levaram a algumas. associa- .
“das por um: profissional por insinúar que os irlande-
- ções: desagradáveis; como Lina Eckenstein, escreveu
ses viviam. em “perpétuo. estado de exaltação” “ Em-
: ) em umé carta à um companheiro do clube, o. associ +
“bora os profissionais fossem: livres para falar apaixo-.
do-Kárl Pearson, os estudos “nos: lembram que, em sé oa
nadamente em nome das causas sem macular sua re-.
“ culôs passados, exatamente como agora, O tratamento o
E - putação AF R: Seeley pôde argumentár a favor do.
“deuuma classe de mulheres reflétia- se na outra”. 47; De-)
E imperialismo britânico e Treitschke defendeu cora-
- parár-se, com verdades sombrias, entretanto, era um -
josamente o nacionalismo alemão), não era isso O que
“io dos obstáculos, que as amadoras enfrentavam quando
“acontecia com os. amadores, cujas idéias. políticas. fes
“ : trabalhavam” com as inevitáveis “descobertas produzi-
formistas solapavam ainda mais a limitada aceitação
E E IÁãs “das com às ferrameritas: da, nova bistória científica.
- -da-voz amadora convencional. “A
é Ba
ra CNS o ER
Após o período revolucionário, as florescentês
“o “ciências sociais, sobretudo aeconômia política; fez das:
AS) MULHERES TRABALHADORAS E A CIÊNCIA
iniilheres-de. classe média uma figura central emsuas”
Pt « ROGIAR DO. “REAL” Pe análises. Em torno! “delas girava, o. drama de salários,
“consumo e preços, muitas vezes contado em termos; No
Na segilida metade do. séculô 19: .a | história ;
de crianças mortas ou famintas, da: tendência dás muú--
amadora começou a: fazer. contato com uma Vvarieda- “sá
lheres a gastar seus salários. em fitas e rendas e não em:
de de: movimentos. reformistas, como O feminismo,
comida, além da: degradada: vida! familiar passada em
programas para melhorar as condições. dos: pobres e:
casebres, imundos e desprovidos de tudo. Na Inglater- Pa
“causas! cânitimperiátisas ou: nacionalistas. Por exem- “Ta, as investigações parlamentares: no início do século
“19 concentraram: -se: na: condição : idas mulheres. que.
- 46, LEÉ, Vérmnón. Euiphtoriote 353; LEE; Vernon. Thé
trabalhavam em minas; depois disso, economistas po-.
CountessEs of Albany: Boston: Roberts Brothers, 1897.
“TÁ, “. líticos,. como: Paul Leroy- “Beaulieu, na “França, acom-
panharam à bombástica liderança: de Michelet, ressal-
E st a pala] Karl Pearson, 27 de abril de:
[887, doido of London, nuca Coliis Ar | “tando à sórdida: situação das mulheres. trabalhadoras.
+ Desde a década de 1 980, os 5 historiadores têm aponta-.
“o “casamento, apego : a! qui q ilharias, e Tendas Éim au
“mentavam a associação. das: mulheres como mundo:
“ ridículo, transgressivo e anormal que passou a dife- E
“renciar cada vez mais O universo das mu e
«ore daquele dos” homens podérosos. Por, outro, lado,
. “O tema das: mulheres pobres, oferecia uma, óportuni- e :
“ dade que algumas mulheres” escritoras, e pesquisado- te
no “capital emocional. que fazia a: ciérícia. social iundbnar; ras começavam a “saudar com. entusiasmo. Através r
“Mais, uma vez, .as fantasias do, inferior marcavam e “dos olhos das. pesquisadoras, as mulheres pobres tes ao
so temunhavam:. condições . assustadoras que não Ras SS
DA “ eradualiniente, as “Mulhefes escritoras come-, *. viam sido criadas por elas. e Ci Ea o
“çaram a investigar essás condições sociais, Entre as Em 1931, ao apresentar úm estudo dé ein- Ea
“primeiras. na “Alemanha estava Bettina von AA Oe É Menta, -anos sobre. à!1 Vida as inulheres das classes Ro
Cita cujo Armenbuch. (Livro dos pobres). foi um dos-trezen-. : ua
tos, trabalhos “desse tipo. surgidos antes) de 1848, mas
: O único escrito por uma mulher. 50 Passaram- se-várias “pouco: conhecimento. sobre: o que,
- décadas até: que um maior número de mulheres se. “mar: de: “realidade”. 5 Os historiadores a
-dedicasse a esse problemático téma. Pot um lado, o
fiamaterial sobre, mulheres pobres apresentava: apénas : CEB “via o. ridículo, o espacial, o “agradável
- Uma camada” adicional: ao quadro da: degradação e in- “ineficaz; o: é piofisslondis em contraste; ac
* ferioridade. Outros ingredientes dessa representação E
= derramamento. de, sangue, criariças na i das fora do
ss -Diss University of Rá
d “the Politics of Hist Ty:
Es «início a uma: ; réde de escolas: para a: “ciência do lar”;
um pouco mais tarde; na França, Augusta Moll- Weiss
atando o direito de conservar seus salários ê; em mui- - estabeleceu. instituições similares. O alvo era ensinar -
“tos casos, de ter uma propriede é independente da “= às mulheres da: classe média as aptidões” “domésticas, |
“do. marido Embora os códigos de.leis continuassem a” mas também um vocabulário preciso de classificação .-
assegurar, a supremacia masculina na: família, houve” é« ordem nos procedimentos: domésticos: Moll- Weiss
a algum melhoramento, na posição, legal, das mulheres. “E -átacou as, tolas: ambições do lar burguês, com silas re:
CA realidade política “adquiria uma. forma: “diferente, ceitas de patê de lebre en: gelée: ou de. uma: 'musselina
ER mas para ela-não: havia ainda. tum vocabulário histós. de ovas“de arenque; “os tradicionalistas, por. sua Vez, : ns
rico bem desenvolvido. É Au : atacavam os modos da: autora como “inelegantes” é
“+: Os apelos ao “real” sighificavam que as mulhe- : equivalentes à uma perigosa é irreverente “ “transgres- o
se res “com mentalidade científica deixavam, grande |par- “são” contra a família. Moll- Weiss, no entanto, conti:
te de sua prática tradicional para trás: Muitas agrega- “ nuou a ensihar Os aspectos nutricionais da comida(
' vam-s-S€ às novas sociedades pata: O estudo 'da' ciência bumina, vitaminas). Já em 1930, Alice Salomon em a Eu cê
Ea social, “anunciando a importância de sua “perspecti-. Das Familienleben' in.der Gegenwart (A: vida da família “de ir E
“iva” Sobre o trabalho feminino e outras questões. Uma. - hoje) déploraya a tendência 'geral.
| entre as mulheres :
«das americanas entusiasmadas «com: esse: “tipo de estu- e É “de todas as classes a imunizar o ambiente familiar
do for Caroline Dall, que publicou, em 1860 um estu-. : contra: o conhecimento científico. a “Em uma Amp
“+ do sobre o trabalho'das mulheres: “Na física”, ela; es- o
“ creveú, “nenhima sobservação - científica é confiável: ss 54. Para informações Saio sobre: Agusta Moilé
se sua procedência for de uma; “quarta! parte, apénas: To “ Weiss, vér' Bibliothêque Marguerite Durand, Paris, |
“muitos observadores precisam relatar stas “observa: o - DOS MOL. MOLL-WEISS, Augusta. Les écoles ménia-.
“gêres: “a Pétrânger eten Frânçe: “Paris: A: Rousseau,
* ções, e. essas. observações precisam ser “comparadas, “= 1908, xii. SALOMON, Alice; BAUM, Marie. Das Fa-. vi
“antes que: possamos ter um: resultado confiável, Na. “. milienleben, in; der 'Gegenwart. Berlin: FA: “Herbig, Si pego
Ciência: Social é a mesma coisa”. 5 Nas idécadas: de. - 1930: Salomon concluiu o doutórado em economia .
“1860. e-1870, na; Alemanha, Lina” Morgenster deu”; is (Nationalokonomie) em 1906 pela: Universidade de.
U Berlim, Com unia: moriografia sobre as causas da” di-.
= ferença de salário entre homens. e mulhere:
l . A , A : o! e! . E Tri
sis = EE
di
4
“Arabalhadora que se orgulhava de sua “profissão. Te “pretensão: e: foram. às vezes.s repreendidas por isso.
“nórando quaisquer armadilhas ão longo dó caminho, “Contudo, o diálogo do texto histórico acrescentara no-
' Bouvier referiu-se no fim de sua. autobiografia à uma : vas vozes, torhando- omais polivocal do: que núnca.
correspondência que mantinha com Franklin Roose- e
carta de Carlos VIH escrita em 1491, levou Bouviera . “das mulheres. Essa história foi escrita por amadoras,
. fazer essa avaliação sobre a durabilidade due afibra “em: geral ativistas que participaram do próprio movi- .
dava'ao papel. ss-A história'para ela se tornara unrofí- mento. Em 1871, Paulina Wright Davis, ativista, edi;
cio — um processo qualificado, baseado em bons ima- “tora; além de fundadora e organizadora do jornal fe-
“teriais, que resultariam em um produto durável, do. | minista Una, escreveu A History of the National Women's.
o qual, O trabalhador poderia se orgulhar. “Righis Movement, for Twenty Years, (Uma história do movi:
ÃO imulher trabalhadora continuava: a ser um “mento nacional pelos direitos das mulheres, durante vinte”
tema favorito das mulheres historiadoras, e sua posi- anos). Uma 'décadá mais tarde, Elizabeth Cady Stan-. ps
ção fortaleceu-se'com 0 movimento” feminista do fi-'- ton e Susan B. Anthony colaboraram com:Matilda Jo-
nal da década de-1960. Ela deu a entender que era: “selym Gage em um trabalho em múltiplos volumesiin
“possível confrontar a “realidade”. histórica e, inter-- “titulado History of Woman Suffrage (História do sufrágio.
pretada como alguém sem palavras próprias, | ela “feminino 1881), que foi ampliado com a ajuda de ou-
preenchia os requisitos da ventriloquia. da feminista. tra'sufragista,:
Ida Husted Harper. A. sufragista britã-
“de clásse média. O “real” poderia ser atingido por inc nica Charlotte Carmichael Stopes, prodigiosa escritara-.
termédio-da mulher trabalhadora, que estava desti- e participante, honorária da Royal Society' of Literatu-. PA
nada a ser degradada e inferiorizada sem revelar a in- re, publicou artigos e fez palestras sobre aspectos do.
“-dizível situação. da: degradação da classe média. da E “movimento das mulheres. €.o;acesso delas à educação .
própria pesquisadora. As que, como Bouvier,. tenta-. ' superior. Buscando mostrar que o sufrágio das mulhe-
ram escrever sua. própria história, destruíram aquelá , rés tinha base constitucional, ela escreveu British e
«Women: Their, Historical Privilege (Asmulheres britâni
E4
lêvres: seu privilégio histórico). so* Em 1902; Helen Blaçk o
168, Carta. sem dáta para Franklin. Roosevelt. [aproxi-. ns
" madamente: 1933], em BOUVIER, Jeanne: Mes mé o
“-moires; ou, 59années d"activitê industrielle, sociale etin- o EE a Ver BOAS, Frederick S: Chanloite Carimiichael”
“ tellectuelle d'une ouvritre, 1873- 1235, Paris: Maspero; : “ Stopes: Some Aspects of Her;Life and Work. To:
- 1983. E 236. PERDA o fenda - Essays by Divers Hands: Transactions of the Royal, |
o priméiros capítulos. -do. máciço ter a.
men “ g afago: A. Record of. the: Movement in the British Is- no
“Woman Suffrage: abrem: com um tratamento superfi-
“les (Sufrágio das mulheres: um registro. do movimento: nas:
cial. da “Conferência Anti- -Escravagista de Londres,
“Tlhas: Biitânicas). “Em 1929, uma neta do movimento,
“em 1840 (na: “qual: as mulheres foram impedidas. de. ;a :
“Ray Strachey, publicou The Cause (A causa), um: rela--
“falar e tiveram que observár os: procedimentos. aydis-
“to detalhado do: trabalho das ativistas do século 19.
tância, “atrás. de uma: cortina), da Convenção de Se-
“ Caroline Dall, Luise Biúchner. e "Florence “Buckstall
--neca: Falls, -.em 1848 e do primeiro encontro de Sus,
“também escreveram de maneira histórica declarada-.
“san B. Anthony. e Elizabeth: Cady. Stanton. Os. prin- “o
“mente: feminista; Búchner: exércia ao mesmo, tempo
liderança feminista é reformista, iniciando projetos
e gia
“ cipais acontecimentos. começam apenas . “depois de
* para ajudar mulheres trabalhadoras.”*º Depois de uma - 1850, quando, essa equipe e outros personagens des-
ofiga discussão sobre a lei dos dotes na: Idade Média,
-Viam o foco do aboliçionismo e voltam- -no:para.os di-
“reitos “das mulheres. A documentação para .o livro Eu
- Buckstaff declarou ser umi “fato curioso” que provis :
«consiste de artigos. de jornais, discursôs, entrevistas
: sões desiguais: para . as mulheres devessem ser.” “ainda o
“a regra, “oito séculos: mais tarde, em: um grande núme-
- com participantes, Tegistros: do congresso e do) Jegis-
- to de leis de uma raça que se orgulhava de um nome - “Jativo, além; de documentos legais. Por passar muito
Eno ue
nada menos'dó que anglo-saxão”.”' Ná Holanda, Jo-' tempo. pesquisando e escrevendo, Anthony e Stan,
“hanna. Naber: também. compilou. “documentos, de um, E
ton” tornaram- se praticamente prisioneiras do traba- o
- lho: As cinco “mil páginas do History of Woman' sufira:
“movimento de, mulheres do século 19. Biografias de:
bei
“ge é rico em detalhes, citações. Areias, e relatos « de ae
a
/
1d
' Columbia Press, 1997.
6: Para informações sobre literatura recente eoban
'do historiadoras profissionais ou mulheres com -ex-
“ periência. profissional. ha E ropa,.. Ver "SONDHEI-
Depois da Primeira Guerra Mundial, o temor de que. recusar propostas por causa da posição inferior que
a atividade intelectual feminina pudesse ser “nociva.
imediatamente assumiriam com o casamento.”? Kno-
- à saúde e ao cérebro” intensificou-se.!!
wles répresentou um casó raro ao teí uma carreira
As mulheres historiadoras profissionais, em
- profissional.e um filho.
contraste com outras mulheres de classe média e a'
Em geral, a historiadora profissional solteira ti-.
maior parte das amadoras, não eram casadas. Sua rava proveito do.companheirismo de outra mulher
condição de “solteitonas” era cada vez mais notada,
profissional — Eleanor Lodge com Janet Spens, no
à medida que o século 20 avançava. Enquanto os ho-
“Westfield College; Lucy Maynard Salmon com Ade-
mens historiadores profissionais usavam uma retóri- laide Underhill, no Vassar College; Katherine Coman
ca de trabalho e de sustento característica da classe e Katherine Lee Bates, que moraram juntas, forman-
média heterossexual em relação à sua erudição, e en-
do o que era chamado de um “casamento à Welles-
quanto arregimentavam
os esforços de uma equipe ley”. As dezenas de casais de mulheres entre as his-
de compánheiros para pesquisar, editar e escrever
toriadoras operavam no contexto de uma nova femi-
história, tais benefícios não existiam para realçar a
nilidade e do fenômeno de “mulheres excedentes”.
situação profissional das mulheres. Casamentos e re- Um número cada vez maior de mulheres em muitos
lacionamentos heterossexuais eram praticamente
países ocidentais não casava, e elas viviam juntas,
excluídos para elas, apesar-da linguagem normativa
independentes de suas famílias, como casais ou em
de heterossexualidade que inspirava o trabalho his- grandes pensões, clubes e apartamentos para múlhe-
tórico. Elas sabiam: que aceitar um trabalho, acadê- rés.!t Em todas as comunidades exclusivamente fe-
mico ou mesmo tentar conseguir um diploma acadê-
mico significava renunciar à vida familiar. A maioria
12. Grande parte da informação sobre Harrison neste
ensinava € escrevia sem apoio doméstico, uma lacu- capítulo vem dos trabalhos de Jane Ellen Harrison no
na que realçava a singularidade do mundo acadêmi- Newnhaim College, Cambridge. Sobre Harrison, ver
co. Embora muito poucas fossem casadas, os casa- especialmente PEACOCK, Sandra. Jane Ellen Harri-
mentos de mulheres tão destacadas quanto. Eileen son: The Mask and the Self. New Haven: Yale Univer-
“Power (então com quase cinquenta anos) e Lilian sity Press, 1988; e STEWART, Jessie. Jane Ellen Harri-
son: A Portrait from Letters. London: Merlin, 1959,
Knowles foram e ainda são alvo de comentários. O É extensa a literatura sobre Harrison e as “ritualistas”
casamento desfazia a autonomia, tão importante . de Cambridge.
para a construção da cientista-cidadã: Mais de uma 13. Ver LODGE, Eleanor. Terms and Vacations. Ed.
profissional — Jane Ellen Harrison, de Cambridge, es-
E
396
397,
Gênero e História: homens, mulheres e a prática histórica Mulheres prefissioriais: um terceiro sexo?
mininas, como era O caso de muitas escolas que só munidade republicana: mas também situado —.tal-
“aceitavam mulheres, “a homossociabilidade alcança- vez com mais força — dentro de uma feminilidade
va nova intensidade e exclusividade. Algumas mu- problemática, inferior. Embora alguns homens pu-
lheres. escritoras podiam contar com suas parceiras, dessem usar, com referência-a mulheres profissio-
mães e irmãs para pesquisas, anotações, revisão de nais, a retórica do colegiado profissional, da associa-
textos e outros tipos de ajuda editorial. Eileen Power, ção úniversitária e.de colaboradores em pesquisa e
que foi eleita secretária da Economic History Society “em trabalhos eruditos, outros não conseguiam imagi-.
(Sociedade de História Econômica) na década de ná-las nesses termos. Estudantes universitários de
1920, arregimentou sua tia, Bertha Clegg, para pre- uma ponta à outra da Europa periodicamente causa-
párar as atas das reuniões e convenceu: a organização vam distúrbios e provocavam violência contra a; pre-
a pagar a Clegg uma pequena remuneração. Em ge- sença de mulheres nas universidades. Na Espanha; as
ral, no entanto, autoria e persona profissional eram estudantes eram apedrejadas; no Newnham College,
mais rarás entre as mulheres e-elas eram mais mal da Universidade de Cambridge, alunos do sexo mas-
pagas do que os homens, embora aquelas que tives- culino rebentavam portões em protesto. Os professo-
sem dependentes não fossem menos responsáveis fi- res empregavam sua própria forma de “disciplina”,
nanceiramente do que seus colegas homens. Medieval uma visão contradiscursiva, porém efetiva, da mu-
Nunneries (Conventos medievais), de Power, foi con- lher profissional. “Nunca me senti tão amargurada
cluído para a impressão por uma amiga, e seu viúvo, na vida”, Eileen Power escreveu em 1921, ao ouvir
Michael Postan, apregoava ter iniciado - ou de fato que os decanos de Cambridge tinham mais uma vez
escrito — a maioria de suas obras.” votado contra as mulheres receberem diplomas e
O trabalho intelectual das mulheres era, dessa participarem da universidade”.!s As mulheres es-
forma, não apenas colocado em um contexto de trangeiras que “estudavam na Alemanha achavam
transparência, conhecimento de-classe média e co- que, de uma forma ou de outra, eram tratadas como
exceção. Edith Hamilton, que estudou filologia em
te” de mulheres solteiras não tem sido explicado Leipzig e em Munique, em 1895 e 1896, fez a se-
com muita clareza. O excesso pode ter sido devido guinte colocação: “Ser americano significava, é claro,
à imigração masculina, ao serviço no exército impe- não ter instrução e, no caso de uma mulher, não con-
rial, à expectativa“de“vida mais longa das mulheres seguir de maneira alguma se instruir.” Enquanto as
ou a outros fatores. A carnificina da Primeira Guer- | alemãs eram inteiramente proibidas de frequentar
ra Mundial exacerbou a tendência. Ver (para a In-
salas de aula, Hamilton precisou unir-se àquelas mu-
“glaterra) VICINUS, Martha, Independent, Women:
- Work and Community for Single Women, 1850- lheres estrangeiras que, embora admitidas, eram im-
1920. Chicago: University of Chicago Press, 1985.
15. Salvo citação em contrário, detalhes sobre a 16. Eileen Power para Bertrand Russell, 21 de outu-
vida de Power vêm de BERG, Maxine. 4 Woman in bro de 1921, citado em BERG, Maxine. 4 Woman in
History: Bileen Power, 1889-1940, Cambridge: Cam- History: Eileen Power, 1889-1940. Cambridge:
bridge University Press, 1996. “Cambridge University Press, 1996. p. 141.
398 . 399
- Mulheres profissionais: unt terceiro sexo?
Gênero e História: homens, mulheres e a prática histórica
403
402
Mulhezes profissionais: um terceiro sexo?
Gênero e História: homens, mulheres e a prática histórica
404.
di
Pty
Maud Cam, em contraste, trabalhava 'na Biblioteca “mas não. outra Senhorita Bateson. Mal posso acredi-
No 7.
mento profissional das mulheres também as interes-
Desde seu: ingresso na academia, as mulheres
savam e elas produziam artigos sobre as oportunida-.
profissionais trilharam o caminho para a mesma eru-
-dição universalmente verdadeira que os homens va--
des das mulheres em universidades da Europa e dos
“ lorizavam. As americanas faziam as obrigatórias via- ' Estados Unidos.“ Para estarem adequadas. aos objeti-
“vos, profissionais, publicavam edições competentes
- gens para a Alerhanha e a França, a fim de aprende-
sob o ponto de vista filológico e densamente referen- ,
rem,as téchicas de filologia, criticismo de seminários
ciadas de registros é manuscritos institucionais, pro-
e pesquisa em «arquivós. As mulheres britânicas —
duzidos em um estilo expositivo compatível com os
Eleanor Lodge e Eileen Power, por exemplo, — faziam
especialistas. Bateson, graduada pelo Newnham Col-
a mesma peregrinação das que estudavam na Ecole
“des Chartes, em Paris. Uma vez estabelecidas em
lege, recebeu o maior dos elogios quando Maitland
enalteceu-a por nunca ter condescendido em escreve
universidades e faculdades apenas para mulheres, es-
"sas historiadoras dedicavam todo o tempo possívelà
“o que quer que fosse para o leitor em geral.'!.
Essas profissionais imaginaram seus trabalhos
pesquisa em arquivos. Para Lucy Maynard Salmon,
em termos cívicos e socialmente responsáveis, e um .
isso significava ir.ao continente com regularidade;
Margaret Judson fez diversos programas e viagens de.
verã6 à Inglaterra; Violet Barbour passáva todos. os: que morreu em 1935 aos quarenta e três anos, ver
verões em arquivos na Holanda:* Mary Bateson, Ca-- . CLARKE, M. V. Fourieenth Century Studies. Ed. L. S.
Sutherland e M. McKisack. Oxford: Clarêndon,
“roline Skeel, Eleanor Lodge, Ada Elizabeth Levett, 1937, com um esquete biográfico por E. L. Wood-
Maude Violet Clarke, Eileen Power e Helen Cam fo- - ward. Ver também Maude Violet Clarke Papers, Ar-
“ram outras que fizeram uso extensivo de registros em . quivos do Lady Margaret Hall.
-monastériose arquivos locais.” Os avanços no treina- 40. Ver, por exemplo, ZIMMERN, Alice. Women i in
European. Universities, Forum, p. 187-199, Apr.
1895. Zimmerm observou que as universidades ale-
38. J. B. Ross, comunicação pessoal, maio 1985.
mãs tinham em geral retrocedido, privando as mu-
' Sou grata pelas muitas informações fornecidas por
lheres de seu tradicional direito de assistir às pales-
- Dr. Ross no-decorrer de diversas entrevistas.
tras. Zimmern também narrou, sobre liceus france-
39. Agrâdeço a generosa informação recebida de Ja- ses para mulheres, clubes de mulheres, moradia
net Sondheimer sobre muitas mulheres historiado- “para mulheres e a posição de governanta. Alguns
“ras, incluindo Helen Maud Cam e Caroline Skeel,, documentos estão disponíveis nos arquivos do Gir-
durante nossas. convérsas no ano de 1985. Sobre '* ton College. ,
Skeel, ver Caroline-Skeel Papers, Árquivos do West-: , * Os documentos de Lucy Maynard Salmon nos
field College, University of London. Sobre Ada Eli- Arquivos do Vassar College contêm manuscritos de
zabeth Levett, ver CAM, H. M.; COATE, M,; SU- =. : “artigos que Salmon escreveu em universidades eu-
“THERLAND, L.S. (Org.): Studies in Manorial History. ropéias e sobre o estado corrente do aprendizado de
Oxford: Oxford Univeisity Press, 1938, que-contém história.
informação bibliográfica e também sua- palestra ,
41: Selected Historical Essays of Frederic William Mai-
* inaugural, Ver também Ada Elizabeth Levett Papers, .
iland. Ed. Helen Maud Cam. Cambridge: Cambridge
“Arquivos do Westfield College, University of Lon-:
University 1Press, 1957, Pp. 277 278.
don. Sobre. a medievalista ''Maude Violet Clarke,
“Mulheres profissionais: um terceiro sexo? Seo as IO o
i “local importante 1na comunidade: foi a. la: E mento: para à missionárias, enquanto” “as faculdades
- na. No' final do: século 9, as, escolas para. hómens rá: 1 para mulheres na Universidade: de Cambridge desti- us
' “pidamiente evoluíram da idéia: de uma: população se-. -"navam-se a servir. de cunha na inodernização. dos É ASS
“mimonástica “de estudiosos. e “alunos, -mas Muitas es currículos nas' faculdades destinadas a: homens. 43 ÁS (x
“colas para mulheres ainda funcionavam segundo esse: a linguagem da cidadania, a política de massas e a res.
modelo. “AS: mulheres. eruditas: muitas vezes, viviam É “ponsabilidade social que acompanhavam a admissão - DE
“dentro dos. limites da escola, assumindo, uma persona das mulheres-à educação superior : levaram. muitas.
inteiramente acadêmica. Enquanto a grande maioria! delas aarticular seu trabalho em termos de- reforma.
“de: seus: Colegas homéns. tinha esposa é família emo- «Como complemento à à sua-erudição, Jane Ellen Har-.
“Tava, em casas individuais, as historiadoras, mulheres rison escreveu sobré o sufrágio. Ada Elizabeth Levett “.. “em ça
“1 não tinham: uma; «vida familiar imediata, heterosse- A Tez palestras é escreveu peças, populares sobre mu-
Cs so xual,. € conservavam umã ligação mais fine com as: “ lheres universitárias e a Primeira Guerra. Mundial, Trad
gola, Sie instituições da vida colegiada. Uma vez ou outra uma : “a sobre, prostituição, sobre mulheres: universitárias. e RE
Tie mulher se rebelava, mas a: rebelião resumia- se a uma. religião e sobre as mulheres no mundo pós- guerra.
” vatiação na “alirmação do ew autônomo, cívico. Lu - “Caroline Skeel deixou anotações de palestras sobre as::
7 “Maynard Salmonírecusou-se a viver nos aposentos « do. - mulheres na Guerra Civil Inglesa e sobre mulheres.
pt Vassar: College e preferia pegar um bonde pata ir de -pregadoras. Helen Maude Cam, «comprometida com
ER Poug ikeepsie até O campus “Faço parte, de-uma co. |O Paítido Trabalhista, fez palestras sobre; o movi-
us munidade”, ela afirmava; reclamando do desprezo- “mento peló' voto: das mulheres, na Inglaterra, sobre.
“a pelo ; isolamento. da intelectual típica. e pela vida éfo: ns The. Wide Wide World (O vasto e imenso mundo), de su-"
méstica imitada. pelos dormitórios a escola. *. san- Warner, e sobre as condições sociais nos Estados
. “O extremo esforço das. fe istas e outras ati- “Unidos. Nos Estados Unidos, onde os movimentos Us
A “vistas pará conseguir acesso à 'é “por reformas 'afetavam “sobremaneira: faculdades do “o o
EA neceu um contextoo fatia para “como a Wellesley, o. corpo docente e as estudantes. dades
“ estavam entre os, reformistas mais” “compronietidose.
“trabalhando a favor de moradia, voto e pacifismo, e
: “produzindo, textos em' “estilo amador. sobre muitas.
: dessas « causas.!! À historiadora: cultural Caroline Ware.
“ recordava- -se de ter aprendido em | Vassar que « o cor Loc as “nômica rhediévali Embora Berihá Putnam. mostrassé a
o
“Nhecimento. histórico era “o prelúdio para a ação so- - quejos registros da justiça. de paz eram ticas fontes de:
- Clal responsável”. Lucy. Maynard Salmon repreendia “informação. sobré a vida econômica cotidiana. na Ida:
“os alunos que, jogassem | lixo no chão; por menor que : de Média, e Ada Elizabeth Levett continuasse à es
: fosse: “jogar lixo no chão era: um: imenosprezo: à res; crever sobre os contornos: econômicos. da vida rural
“ popsabilidade eivil.*? ERAS Vqdd na Idade Média, Eileen Power entrou em áreas como.
El ua :0 protissionalismo das mulheres foi, dessa or a produção e o comércio de 1ã.º Co DA
“ma, “gerado, dentro de um limite extremamente am-:. ;". A antecessora de Power. na London school
: of cc
“plo, que incluía o" vocabulário, a trajetória da, erudi-- Economics, Lilian Knowles, ensinou; história econô- Re
ção, O sentido de tempo e muitos outros impulsos tan-. mica a amadoras e profissionais, enquanto seu pró-. l
to de homens profissionais quanto de mulheres ama- - prio trabalho: centrava-se na história econômica do : o
> doras/ Algumas escreveram as mais tradicionais "das início do período moderíio,: do' modérno: e da Grã-..
narrativas políticas e científicas, muitas vezes favo-. “Bretanha imperial. Nó Wellesley. College; Katharine
- tecendo a história legal e constitucional do: período . Coman escreveu The Industrial History of: the United
medieval e do início do moderno. Outras, ousaram . States (A história industrial dos Estados Unidos), um tras.
“ tomar. Um. rumo diferénte muito cedo, mostrando. seu balho estatístico ricamente ilustrado, e Economit Be-', º
“virtuosismo ao” profissionalizar o impulso. amador e ginnings of the Far. West (Início econômico do Extremo .
"avançar rumo à história “econômica: e social: Esses “Oeste; 1912). Unia variedade de impulsos fomentou-
-campos, mais "do que. quaisquer. outros, eram usados. -essas histórias: “Em vez de provocar o choque entre.
- Para mostrar-a; experiência profissional das: mulheres. “herói e vilão”, escreveu Mabel C. Buer em, uma. his-
“Lucy Maynard Salmon, por exemplo, começara com “tória econômica. e demográfica da: Revolução indús- TA Ko |
um-livto premiado sobre o poder da presidência; gua “trial que ela dedicou a Knowles, “apresentamos: as ço
Sia segunda maior obra foi um estudo: estatístico e quali- o “asneiras, triviais de homens é mulheres comuns. No. o
“o tativo do serviço doméstico. Nele Neilson, primeira so «entanto, o. cinza' só é. cinza “de uma visão distante, e:
“mulher a presidir a Associação Histórica Americana: e “imperfeita”, ela continuol, refletindo, a visão panó-.
professora, de história. no Mount Holyoke College, pu-. A “Tâmica: e de. perspectiva, da. amadora. “Visto mais de
blicou seu “Economii. Conditions on the Manors of Ramsey; - perto, -é um padrão estranho e confuso. de cores, niti-.
“ Abbey (As. condições éeconômicas das herdades. da Abadia de, “damente contrastantes”. BE A nl ii no
Ramsey). em 1899. “As. estudiosas da: geração. seguinte - El '
Ê Punices º :
! cao
realizações diante de grandes desigualdades. Como os: longa, o teor de seu artigo sugerindo o potencial da
estudos eram narrativas instigantes sobre a identida- recém-integrada universidade britânica.
de masculina, eles ressaltavam a posição ambígua da "Na geração seguinte de mulheres de Cambrid-
“mulher profissional. ge, Medieval English Nunneries, circa 1275.to 1535 (Con-
Apesar de ignorarem a possibilidade de profis- ventos ingleses medievais, aproximadamente 1275 a 1535;.
sionalizar o estudo sobre a mulher ilustre, muitas das 1922), de Eileen Power, foi um modelo de erudição
primeiras gerações de profissionais — mas certamen- profissional, baseado em registros arquiepiscopais e
te não todas — usaram as oportunidades da história episcopais, relatos sobre a catalogação de casas indi-
social e econômica para continuar, de uma forma ou viduais, petições, inventários, registros dos atos dos
de outra, a explorar o passado coletivo das mulheres. soberanos e plantas físicas das casas. Power inter-
Para a maioria, a inspiração era parte de um compro- rompeu a linha de especulação de Eckenstein sobre
misso feminista reconhecido. De acordo com T. F. direito materno entre os pré-cristãos, rituais pagãos
Tout, a ardente sufragista Mary Bateson tinha uma e sua relação com a mariolatria, além de questões so-
“tendência a dissipar sua energia para debates públi- bre a espiritualidade feminina. Ela, ao contrário,
cos-sobre um palanque ou.na imprensa”.'! Convenci-. concentrava-se na riqueza dos detalhes encontrados
da por seu primeiro mentor, Mandell Craighton, de “em fontes de arquivo, como livros contábeis monás-.
que sua erudição era mais importante do que seu fe- ticos, registros de bispos e testamentos. O resultado
minismo, ela tornou- -se uma ávida pesquisadora e es- foi um denso relato sobre, as origens sociais das frei-
pecializou- se na editoração de textos e registros lo- ras, a estrutura institucional dos conventos, as ativi-
cais. Ela também escreveu um estudo pioneiro sobre dades diárias de suas habitantes, as riqueza e ativi-
monastérios mistos, alguns dos quais eram controla- - dades que geravam renda e os problemas disciplina- -
dos não pelos homens, mas pelas mulheres, que ou- res e econômicos. Alguns- dos detalhes pareciam po-
viam as confissões dos homens e tinham o poder de sitivamente amadores em sua superficialidade: vá-
excomungar.” Ela apontou a misoginia na igreja: São rias páginas descreviam os cachorros, macacos, es-
Columban, segundo seus relatos, “odiava as mulhe- - quilós, coelhos e outras espécies que as freiras man-
es”. Apesar da evidência “insuficiente, fragmenta-. tinham como animais de estimação; ricas descrições
da e desconectada”, Bateson afirmava que os monas- da comida ingerida em cada refeição em diferentes
térios mistos podiam ser encontrados em grande par- conventos; horários de refeições, sessões de jardina-
te da Europa e que as casas individuais tinham vida gem, orações, leitura e uma aburidância de outras
atividades; relatos sobre discussões triviais entre
51. TOUT, Thomas Frederick. Mary Batéson. Díctio- prioresas e freiras por causa de roupas, mobiliário,
nary of National Biography. London: Smith Elder, comida, tarefas, visitas e conduta geral. Medieval En-
1912. p. 110. Suplemento. 1901-1911. glish Nunneries estabeleceu um estudo revisionista
52. BATESON, Mary. History of the Double Monas- não-romântico e bem documentado. Muitas das frei-
teries. Transactions of the Royal Historical Society, 13, ras, como a obra mostra, eram aristocratas; discu-
p.137-198, 1899. (nova série).
“422 423
/ RE did o .
Cao fas tis : its “s
“tiam. dobre quem seriam as prioresas, ou simples são “gumas “mulheres Podem ter considerado. a vida de.
“mente concordavarm que a mais. rica dentre elas fos- - o “casada, tão odiosa quanto: “lamber mel de espinhos”
. N
se'a-chefe) 05 conventos eram em grande. parte: um, (40). As: freiras. não eram universalmente magnâni-
““depósito. de lixo” de filhas. “excedentes”, ilegítimas, . mas: à abadessa típica não era “dedicada nem com:
- indesejadas, deformadas ou: “mentalmente deficien- - prometida com a construção de uma grande insti-
tes das classes mais: altas; -na Inglaterra, anão ser no -tuição paraà à glória de Deus; ela era comum é, como
“ período anglo-saxão, eles não eram centros. educacio- : outras, buscava“ escapar de algo daquela: vida tri-:
“nais nem intelectuais, é nunca produziram uma Hil- “vial, que é tão: penosa para'o espírito” (94). Power
“degarde von Bingen. ou: uma: Elisabeth von Schoenau; J ; retratou “Treiras dormindo durante o sérviço religio-.
“muitas freiras inglesas durante aqueles, séculos eram so, simplesmente não participando dele ou trazendo
“tão obscenas, mundanas; freguentadoras de. tabernas” - consigo. cães, macacos é pássaros “para ajudá-las'a
ve sexualmente ativas quanto os homens dos. monas- ( passar o tempo de maneira mais agradável. De modo
- térios. 5 A feminista Power achavá a freira aristócra- º : geral, elas imaginavam fórmulas para abreviar os
“ta tão” “teal” quanto a; mulher da classe trabalhadora, x : ofícios. “Suprimiam sílabas no início e no fim de. pa-
e por isso, digna de nota. RE "lavras; omitiam os: dipsalma ou pausacio entre. dois
> Av estratégia, de. Power produziu 4 uma espécie /
- VEISOS.- -» pulavam frases; murmuravam e. resmun-'
-de erudição burlesca. Havia tantos: tipos de peixe e “gavam « coisas ininteligíveis” (292). Na verdade, o.
outras comidas, requintadas, tantos: cintos de prata, resultado mais-sério foi uimá espécie de anojnia me-
“litas, sedas, peles. ejóias, de ouro, tântos. “exemplos “dieval que atormentava. as congregações: “a acídia,
«de queixas, intrigas e: bebedeiras que: às autoridades. “aquela, terrível “doença, metade tédio, metade me-
da igreja, precisavam intervir constantemente na “lancolia”. (293, 294- “297), “Pois.a tensão-era dupla;
“vida dos conventos. O revisionismo era desenfreado à monotonia: era“acrescentada. uma completa falta,
“na obra de. Power. “Ela mostrava que. tanto freiras, “de privacidade, o desgaste-da vida! em comum; não.
- quanto padres — aristocratas; e em geral: escrupiilo- apenas fazendo sempre a mes oisa,ão mesmo
“SOS, sobre“suas nobres prerrogativas . e seus luxos =- tempo, mas também fazendo- ate sonjanito com iu
- exerciam, o direito: a uma “variedade. de prazeres car-. várias. outras pessoas” (297).
nais Essa. prática, ia contra os mais elevados. com-' ' Power extraiu uma piedade feminina: norma:
-promissos. com a vida' espiritual e os votos de casti- “tiva da história das mulheres, fazendo da vocação
“dade. Mulheres como as' que: abándonavam marido | o “religiosa delas “acima de tido uma” carreira respei-. Va,
e filhos para adotar o-véu deviam, ter. sido movidas , - távelr (29) e explicado a atividade sexual éem con-
Px
ca seguia o padrão agonístico, era possível extrapolar tras emoções. Nas páginas iniciais de Themis, apoian-
que as historiadoras tinham padronizado seu realis- . do-se em teorias recentes de psicologia, Harrison in-
mo sobre ritos de fertilidade — que, longe de render sistia que consciente e inconsciente eram funda-
o mito à verdade, a história meramente perpetuara mentais e, embora associasse o consciente com mas-
um mito derivativo. Embora a obra de Harrison ti- culinidade e teologia, ela já conectara firmemente o
vesse enorme influência entre alguns classicistas ho- emocional e o inconsciente ao intelecto. Por fim,
mens, outros historiadores científicos liam o trabalho Harrison abriu caminho para trazer a “verdade” de
iconoclástico e erudito de Harrison como frágil, infe- volta à terra, desmistificando-a e associando-a a po-
rior, não profissional: “O livro como um todo -atrairá der e prática de grupo. A maioria das pessoas, ela
sobretudo o amador condescendente e não a pessoa afirmava, dizia “Penso, logo ajo; a moderna psicolo-
experiente e capaz.” As mulheres estudiosas eram gia científica diz, ajo (ou reajo ao estímulo externo),
vistas como destruidoras do profissionalismo, uma por isso passo a pensar”. A tendência ao materialis-
vez que tentavam retrabalhar o gênero. mo e à psicologia iria aos poucos orientar mais mem-
O estudo de Harrison sobre os ritos da fertili- bros da profissão de história. Comparando até certo
dade e o mito matriarcal como o ponto originário da, ponto os impulsos da profissão, Harrison apregoava
posterior religião olimpiana confundia igualmente encontrar uma “origem” ou fundamento para a reli-
interpretações e práticas-padrão. Seu compromisso gião na criação, pelo corpo, de rituais de suas pró-
com o darwinismo, tão popular entre muitos histo- prias sensações. Mas quando as elites suprimiram
- riadores. científicosda época, pode ser considerado esse ativismo corpóreo em favor de um dogma reli-
mitigador do potencial transgressivo de suas desco- gioso e filosófico, a história tomou uim rumo errado,
bertas: a mudança do rito da fertilidade para a dou-. que teve múltiplas repercussões, a primeira das
trina de princípios podia ser vista como coerente quais foi a supressão das mulheres.
com uma mudança progressiva e ascendente do ma- A história científica avançava e se modificava
triarcado para o patriarcado. Embora Harrison forne- nas mãos dessas profissionais. Fortalecida por seu ex-
cesse mais do que meros indícios da precisão de tal celente treinamento, Lucy Maynard Salmon afastou-
interpretação, ela ao mesmo tempo considerava o se de Seu foco inicial na história política — aparente,
olimpianismo, assim como as teologias posteriores por exemplo, no seu premiado History of the Appointing
em geral, mais opressivo do que rituais ctonianos. A Power of the President (História do poder do presidente;
teologia codificou em lei o que era meramente uma, 1886) — e partiu para o amplo campo da investigação
crença de grupo, criando um dogma a partir de prá- que, a partir de então, ela exploraria. Seu estudo so-
ticas primitivas que exprimiam alegria, medo e ou- bre oserviço doméstico, uma mistura de história, eco-
-nomia e sociologia, usou pesquisas elaboradas e tes-
59: Lewis Farnell, Oxford Magazine (1912), citado pondidas por alunas .e. ex-alunas do Vassar Colle-
em PEACOCK, Sandra. Jane Ellen Harrison: The
Mask and the Self. New Haven: Yale University Press, 60. HARRISON, Jane Ellen. Alpha and Omega. Lon-
1988. p. 212. don: Sidgwick and Jackson, 1915. p. 152.
Gênero é História: homens, mulheres ea prática histórica Mulheres profissionais: um terceiro sexo?
ge. Esses questionários pediam dados econômicos so- Salmon fez parte de um grupo de estudiosos”
bre pagamento e horário, bem como informações so- que expressou frustração com a limitação àsà fontes
bre preferências e. antipatias com relação a emprega- de documentos do governo e que começou a seguir o
dos domésticos. Salmon prefaciou sua análise dos da- rumo amador da descrição social, cultural e estatís-
dos com uma extensa história sobre o emprego domés- tica. O âmbito das fontes estava sendo ampliado pe-
tico. No entanto; a descrição desse tipo de emprego es- los novos campos da antropologia e arqueologia.
tava longe de ser conclusiva. Algumas empregadas do- Como classicista, Jane Ellen Harrison tinha à sua dis-
mésticás detestavam seu trabalho: “Eu largaria O ser- posição uma gama cada vez maior de cerâmica, arte, .
viço doméstico se conseguisse encontrar outro empre- inscrições, textos literários e evidências arqueológi-
go que me permitisse progredir”; “Quando percebi o cas. Antes de ingressar na universidade, ela usara
que estava fazendo, era tarde demais”. Outras adora- essa série de materiais na elaboração de conferências
vam esse tipo de trabalho: “Não há trabalho mais sau- para platéias populares em Londres. Em Cambridge,
dável para as mulheres”, ou “Tenho mais conforto do onde foi a primeira mulher a ter permissão para fa-
que em outro trabalho”. Dessa forma, ao contrário das zer palestras nos prédios da universidade, ela usou-
reformistas, Salmon acreditava que salário não era o os para desenvolver uma interpretação da origem do
único fator a atrair as pessoas para o trabalho. domés- ritual religioso: a religião começou como uma práti--
tico nem para afastá-las dele. “O que decide a ques- ca e como parte das exigências do dia-a-dia, ela afir-
- tão não é sempre a vantagem econômica, não é sem- "mava, não como uma teoria teológica que apenas
pre o tratamento pessoal, mas aquela coisa sutil que a posteriormente adquiriu a forma de ritual. Graças ao
mulher chama de vida. “Salários, horários, saúde e mo- prestígio dos estudos clássicos, sua excêntrica obra
ral” podem pesar na balança a favor do serviço domés- foi publicada. Lucy Maynard: Salmon, no entanto,
tico, mas a vida pesa mais do que todos os outros fato- não apenas construiu novas teorias, como também
” Embora Salmon dispusesse de grande quantida- “ensinou os usos de um tipo de material de pesquisa
de de detalhes meticulosos e os usasse com tanta ha- virtualmênte ilimitado, inferior até. Horários de
bilidade quanto qualquer amadora ou profissional, trens, listas de lavanderia, pilhas de objetos sem va-'
sua obra recebeu ásperas críticas por seu têma infe- lor, utensílios de cozinha, a posição de árvores e a
rior; o empreendimento não era “digno dela”, decla- condição de. prédios nos espaços urbanos transmi-
rou um crítico do The Nation.” Empregados domésti-, tiam informação histórica.? Salmon tentava acres-
cos representavam um tema ápropriado para amado- “centar prestígio citando o conteúdo cívico desses da-
res, mas-não para profissionais Premiados. dos: “O saneamento é registrado em: nossa lata de
61. SALMON, Lucy Maynard. Domestic Service. New 63. Para uma. apreciação das conexões de Salmon
York: Macmillan, 1897. com arquitetura'e urbanismo, ver ADAMS, Nicho-
62. Citado em BROWN, Louise Fargo. Apostle of De- las. Lucy Maynard Salmon: A Lost Parent for Archi-
mocracy: The Life of Lucy Maynard Salmon. New tectural History. Journal of the Society of Architechiral
York: Macmilian, 1943. p. 157. Historians, 55, n. 1, p. 4-5, 108, Mar. 1996.
“ Gênero é História: homens, mulheres e a práticá histórica Mulheres profissionais: um terceiro sexo? +
: , :
; RR
“lixo, a melhoria municipal em nossa cisterna em. de- Tor, escreveu- lhe uma carta de reclamação. As j jovens
suso... A teoria econômica recupera- se com o simples -não haviam sido de forma alguma “críticas” da tare-
imposto sobre o terreno”."64 fa recebida; mas ele próprio se perguntava “Que pos-
Salmon ensinou seus novos métodos a univer- sível valor para a estudante comum pode haver nes-
sitários ávidos, e converteu tão completamente o de- sa extensa bibliografia, composta de livros que elas
partamento de história do Vassar College em um: se- não possuem e não lêem?*ss Taylor tirou licença no
minário de ensino que até recentemente o método de - ano seguinte, aparentemente orderiando que na sua
preleção: quase não era usado naquela: instituição. ausência o departamento de história fosse dividido
Para fazer história, ela ministrava uma palestra no em dois setores — o de história norte-americana e de;
“início do ano letivo, “a primeira qualidade essencial história: européia » e que um jovem professor fosse'
parece-me ser o entusiasmo” = não O “arroubo” ou o colocado. àà frente do setor europeu, mais prestigiado.
“sentimento”, mas' “aquilo que os antigos gregos en- 2 motivo, conforme informou-se “extra-oficialmen-
téndiam por: “entusiasmo, o próprio deus dentro de , foi que a administração queria que o jovem ti-
nós”. Embora” ela também defendesse a paciência e. vesse mais responsabilidade e: sentisse que o “lado
a“perícia, poucas pessoas importantes apoiavam a pe- fato da história” precisava de maior ênfase.”
dagogia e a prática de sua maturidade. Seu programa, A implementação
da versão de Salmon para a
deixava muito desanimada a administração do Vas- história -científica. foi, assim, incrivelmente tensa.
- sar. Quando a universidade contratou Salmon: pela Até mesmo no: santuário do Vassar College houve
primeira vez, em 1887, não havia ali departamento. oposição, luta e trauma com relação a um questiona-
de história nem currículo de história. Com prática em mento de experiência tão influenciado pelo gênero..-
“ métodos modernos, ela rapidamente passou a institu- Salmon suavizou ou deslocou a importância do que
cionalizá-los no trabalho bibliográfico, na pesquisa “estava fazendo, valendo- se de um tom ficcional, e
em bibliotecas, na análise de fontes e na exploração “em nenhum lugar isso foi mais evidente do que no
de dados e documentos” históricos heterogêneos. Ela ensaio: “History in a Backyard” (A história em um
também tinha uma preocupação constante com a ob- quintal), que explicava seu .modo de divulgar mate-
“
tenção de fundos para aquisições para-a biblioteca.
Tendo ouvido por acaso alunas discutirem a prepara- 66. James Monroe Taylor para Lucy Maynãrd Sal-
“ção da extensa bibliografia exigida para o curso de “mon, 16 de novembro de 1904, Lucy Maynard Sal-
Salmon, o, presidente do. Vassar, James Monroe Tay- mon Papers, caixa 3 Hollinger, pasta 15.
67: Elizabeth Adams Daniels, “Lucy Maynard sal. “
mon and James Baldwin: A Forgotten Episode”, en-
64. SALMON,: Lucy Ra Historical Material saio preparado para a Conferência Evalyn A: Clark,
New York: Oxford University Press, 1933. p. 157. Vassar College, 12-13. de outubro de 1984, que faz
65. Lucy Maynard Salmon. “History and Historical “um relato da tentativa frustrada de destituir Sal-
Study”, manuscrito não publicado, Arquivos do mon. Ver também BROWN, Louise Fargo. Apostleof
-Vassar, College, Lucy Maynard Salmon Papers, caixa , “Democracy: The Life of Lucy Maynard Salmon. New
13 Hollinger. * York: Macmillan, 1943,
“432 vs 433
Gênero e História: homens, mulheres e a prática histórica Mulheres profissionais: um terceiro sexo?
rial histórico em termos amadores. A autora apresen- são) continham seus trabalhos mais inovadores, con-
ta-se sentada em sua varanda, frustrada por não ter fundindo-a, assim, com as amadoras. Somente após
acesso a arquivos europeus naquele verão. No seu li-. a sua morte um grupo de ex-alunas pagou para ter
mitado cenário, aconchegante e adequadamente do-. seus ensaios mais agressivos reunidos em-dois volu-
méstico, ela descobre que tudo o que consegue ver mes, Historical Material (Material histórico) e Why His-
em seu quintal oferece ricas fontes — tão valiosas tory is Rewritten (Por que a história é rescrita) e publi-
quanto as de àrquivo — para que a história seja escii- cados pela Oxford University Press. Salmon era de-
ta. Lá estão as cercas, a garagem, a corda e a roldana fensiva, apologética quanto às reações da academia.
do varal, fios elétricos. Embora seu campo de visão para com ela. Ela acrescentou uma “Apologia” ao.
seja mais restrito do que o da historiadora amadora Progress-.in the Household (Progresso na vida familiar;
-em viagem, seus olhos percorrem o espaço domésti- 1906), uma coleção de ensaios sobre tópicos como.
co como ela própria teria percorrido esses espaços — emprego doméstico, ciência doméstica, além de éti-
verdadeiros museus ao ar livre. Salmon foi uma pio- ca e economia do trabalho doméstico. Ela apresen-
neira na conversão desses métodos em ciência.* tava-se como “caçadora furtiva” de economia e “er-
“Não nos parece que a sua “History in a Back- “rante” da história, mas também como alguém que,
yard” tenha profundidade específica suficiente para ao lado de suas alunas universitárias, fazia uma con-
o Yale Review”, um editor assistente escreveu para tribuição que serviria para reparar o descaso volun-
Salmon, jogando de novo a ciência na sua cara.” O tário e involuntário com o matrimônio”.”! Enquanto
“mundo mais amplo da erudição científica era assim levava cada vez mais adiante suas fantasias históri-
hostil ao seu trabalho — rejeitava séus artigos sobre cas domésticas, ela passou mais de um quarto de sé-
bacias e roupa de cama e relegava muitos deles às culo sem. produzir uma monografia. Seus livros The.
publicações do Vassar College. Salmon sabia desde o Newspaper and-the History (O jornal e a história) e The
início que era anômala: “Conseguir acesso ao salão ... Newspaper and Authority (O jornal e a autoridade;
não impede que a obra de uma amadora seja “joga- 1923) começam, respectivamente: “Peccavi deveria
da para o alto”, e Domestic Service (Serviço doméstico) ser a palavra de abertura de muitos prefácios” e
estava acima do limite”.”” As publicações The Cha- “Mea apologia poderiam muito bem ser as palavras
tauquan, Boston Cooking School Magazine (Revista da iniciais do prefácio de um segundo trabalho que tra-
Escola de Culinária de Boston) e The Crafisman (O arte- tasse da imprensa”. Na velhice, Salmon desempe-
nhow o papel de boa moça enquanto trabalhava
68. SALMON, Lucy Maynard. The Historical Mu- para reformular esse papel.
seum. Educational Review, p. 144-160, Fev. 1911.
69. Henry Canby para Lucy Maynard Salmon, 1 de + 71. Ibid., xiv, xii.
março de 1912, Arquivos do Vassar College, Lucy 72. Id., The Newspaper and the Historian. New York:
“Maynard Salmon Papers, caixa 10 Hollinger. Oxford University Press, 1923. v; Id., The Newspaper
- 70. SALMON, Lucy Maynard. Progress in the House- and Authority. New York: Oxford University Press,
hold. Boston: Houghton Mifflin, 1906. vii. 1923. vw. o
435
cio t . ; .
Mulheres:profissionais: um terceiro sexo?
“ Gênero e História: homens, mulheres e aprática histórica
PONHO!
A
: S
do guarda-louça .. : Cecrops, o rei- -herói, o autor de cionais. A profissão passou a parecer ameaçada por
todas essas reformas sociais, Cecrops, o humano, 0 confusão e cacofonia.
benevolente, “tem um rabo-de serpente”! A obra de Mikhail Bakhtin forneceu a uma sé-
A erudição profissional das mulheres. e sua rie de críticos os recursos teóricos para discutir a ca-
; presença na academia. garantiam-lhes maior exposi- -., pacidade do inférior (neste caso, o sexual, cultural,
ção nas fantasias dos hômens — às vezes deterioran- - emocional. e doméstico) de ridicularizar o superior (0
do essas fantasias, também. Se as imagens básicas da intelectual, espiritual'e político). - Em um-certo sen-
profissão tivessem incluído virgens seguestradas e tido, costuma- -se dizer que ímpetos do inferior con-'
belas princesas, alguém como Salmon mostraria um - “testam o poder de autoridades. Todas as sociedades,
quadro diferente da feminilidade: nas pias da cozi- - “prossegue o debate, são ordenadas e governadas em-
nha, nos empregos domésticos, e trabalhando para , torno de um sentido do superior e do inferior. No
profissionalizar a história da vida familiar. Em con- Ocidente moderno, essas higrarquias elevam o espí-
traste;: Eileen-Power alimentava essas, fantasias, não “rito; os homens, o estado e as etnias “européias”, que
governam os considerados reinos inferiores — a saber,
. O corpo, as mulheres, a casa e os grupos não-“euro-
73. POWER, Eileen. Medieval English Nunperies, cir-
- ca 1275 to 1535. Cambridge: Cambridge University “peuús”. De acordo com estudiosos recentes do carna-
Press, 1922. p. 50. . a vale de óutras demonstrações populares; “aquelas
“74. HARRISON, Jane Ellen. inemis: A Study of the
Social Origins of Greek Religion. 2. ed: Cambridge: 75. COULTON; G. G. “Fourscore Years: An Autobio-
-“Cambridge University Press, 1927.p. 261-262. - graphy. New York: 'Macmilian, 1944, p. 265. 0000
Y
Mulheres profissionais: um terceiro sexo?
Gênero e História: homens; mulheres e a prática histórica
,
' . 7
MODERNISMO,
RELATIVISMO E |
VIDA COTIDIANA
"a
flito de historiadores individuais, que chamamos “his-
toriografia”, assumiu sua forma moderna quando Ran-
ke e seu grupo foram. duramente criticados por novas
gerações de estudiosos por usar fontes limitadas e abor-
dar um número pequeno de temas. Até mesmo a his-
tória política perdeu um pouco de seu brilho. Embora
alguns estendessem ao extremo a busca por detalhes (o
estudioso Philippe Tamizey de Larroque usou pelo me-
nos 500 notas de pé de página por artigo), outros ques-
tionavam no fim do século à tradicional compromisso
com a pesquisa e os padrões científicos. De. 1890 até a:
Segunda Guerra Mundial, a profissão parecia: estender--
se em direções múltiplas, movida menos pelo consen-'
so do que pela controvérsia, à medida que a crença em
uma “narrativa grandiosa” histórica enfraquecia.! *
guns modernistas nas artes também tetrataram o com novas formas de expressão da musculosidadee
“consumismo, os desejos ea histeria das mulheres, “ do rigor do historiador. O fim de século aumentava
usando-os como um disfarce para a enérgica hiper- as pressões sobre os homens brancos. E na história, a
racionalidade dos homens. Ao mesmo tempo,a hi-: “resposta era um modernismo que incorporava o co-
permasculinidade era enfatizada por outros mem- muúm, o cotidiano, o feminino, o estético, o estatísti-
bros da vanguarda na forma de perversão e variadas co e muito, muito mais.
manifestações de excesso, designadas para diferen-
“ciar esses artistas das massas recém-libertas. O mo-:
dernismo cultural, segundo mostraram os críticos, À MODERNIDADE E O EU DO HISTORIADOR
era multifacetado e polivalente, e talvez também
oferecesse. um filtro ou um modelo para a produção Depois de mais de dez anos de trabalho em ar-
de um eu científico com novo gênero. quivos, Benedetto Croce recordou que, na metade da
'O modernismo complexo entrou na ciência década de 1890, “minha sensação de revolta e alie-
histórica não apenas como idéia, mas como prática, nação interior com relação a esses “sólidos estudos” ti-
e como uma nova forma de imaginar o eu do histo- nha chegado ao climax”.' “Exausto de encher minha
riador. Foi nessa época que conceitos como relativis- mente de fatos.sem vida e desconectados”, Croce an-
mo ganharam aceitação — conceitos que acabaram siava por “abrir caminho através de limites restritos
por abrir as comportas para uma história do trivial e - e triviais” de pesquisa e “ascender às alturas”, fazen-
do cotidiano, de minorias e de mulheres. Sustenta-se - do um tipo diferente de história.: Henri Berr descre-
que foi nesse momento modernista que a verdade veu a biblioteca que estabelecera como local de tra-
“científica e os valores históricos se atenuaram pela balho como, “perfumada de lilases cor de malva ... A
“primeira vez, com uma perda permanente de fibra fragrância intoxicou- me”:* Languidez, sufocação, va- |
profissional. De fato, as evidências mostram um mo-. zio, incapacidade de concentração e uma crescente
vimento mais complicado, em que todos os questio- repulsa pela raça humana peiturbavam a missão do
namentos das práticas da profissão eram respondidos historiador. Muitos foram tentados a fugir dos fatos e
“mergulhar na filosofia, na síntese, na teoria e em ou-
tras formas mais unitárias de chegar à verdade.
3. A orientação para alguns de meus argumentos
sobre modernismo, masculinidade, textos históri- Por trás do árduo trabalho de produzir fatos, os :
cos e modernismo artístico vem em parte de FELS- historiadores sentiam uma perda de integridade. Na
KI, Rita. The Gender of Modernity. Cambridge, MA:
Harvard University Press, 1995; DEKOVEN, Marian-
4. CROCE, Benedetto. An Autobiography. Trad. R. G.
ne. Rich and Strange: Gender, History, Modernism.
Collingwoood. Freeport, NY: Books for Libráry
Princeton: Princeton University Press, 1991; SIL-
Press, 1970. p. 50-51; publ. orig. 1927.
VERMAN, Kaja. Male Subjectivity at the Margins.
' London: Routledge, 1992; e MIDDLETON, Peter. 5. Ibid. p. 51-52.
The Inward Gaze: Masculinity and. Subjectivity in "6. BERR, Henri. Hymne à la vie. Paris: Albin Michel,
Modern Culture. London: Routledge, 1992. 1945.
p. 59.
446 447
. , -
“Gênero e História: homens, mulheres e a prática histórica Modeinisno, relativismo e vida cotidiana -
seus contemporâneos em outrós campos de elite, que passados: O historiador precisava integrar sociolo:
intuíam ruptura e mudança sem precedentes vis-à- . gia, psicologia é economia, e ainda ver-se como artis-
vis o passado.. O Almirante Togo, afinal de contas,' ta e-como cientista.” A imaginação do historiador,
destruíra a frota da Rússia em Port Arthur em 1904 algo mais inato e menos suscetível à formação demo-
e sua frota báltica em Tsushima'em 1905, indicando crática, assumiu o estágio central à medida que o,
“o declínio do Ocidente. O aparecimento das miúlhe- consenso formador do seminário passou a ser visto
“res historiadoras profissionais, uma taxa de natalida- como viciado pela pesquisa, isolando os homens e jo-
“de decrescente, a consciência de-uma variedade de gando-os uns contra os outros (“Os homens conside-
sexualidades masculinas, desafios coloniais bem-su- raram-se isolados, desunidos e rivais por'um tempo,
cedidos para a hegemonia ocidental, o consumismo demasiadâmente longo”, escreveu o reverenciado
em expansão e outras mudanças sociais chamaramà Berr)? diante de novos rivais: as massas, as mulhe-
baila a superioridade dos profissionais, mandando res, Os colonizados. “A democratização do ensino
- suas reivindicações para a estratosfera (ou para o universitário na Inglaterra apenas causa vulgariza-'
abismo) e forçando-os a reavaliara história e resga- ção”, Berr observou, ao passo que a verdadeira ex-
“tá-la com táticas novas. Não era mais uma época, pansão da universidade consistiria na “dissemina-
acusavam. alguns historiadores, em que “o cérebro ção” das “verdades mais elevadas por uma eli-
domiina-os sentidos”. . te”. Imagens de catedrais e um sacerdócio de elite
Nessa situação, os historiadores éstavam ex- sobejavam na obra histórica, e o conhecimento his-
pandindo o alcance da história, ganhando o terreno tórico era equiparado a uma luz sensível:que filtra-
dos amadores e até expressando aspectos de uma va através de uma janela de catedral, inacessível em
sensibilidade feminina e modernizando a imagem sua ressonância estética plena a qualquer um, exce-
científica ao reforçar as antigas demandas por fatos, to aos especialmente dotados e experientes. Com o
informações e. transcendência. . O' réagrupamento surgimento do modernismo, o. velho eu histórico,
“voltava- -se para os desafios dos tempos modernos, e moldado. déntro de uma fraternidade republicana,
,os historiadores apontavam sua munição contra os foi substituído por um eu que funcionava como par-
“ resultados “isoladores” da erudição profissional fora te de uma vanguarda. ,
“ de moda que, em si mesma, demandavã longas horas A esse respeito, os historiadores estavam to-
de trabalho.” Henri Berr propôs um novo tipo de mando emprestadas ainda outras visões de ascendên-
história, que se baseasse no esforço extra de genera- | cia e plenitude masculinas: aquelas que estavam sen-
lização ou síntese. A erudição servia como base, mas
“não é suficiente” como “apregoava. ser” em tempos 20. Ibid.,.p. 21.
x 21. Id. Vie et science:: Lettres d'un vieux philosophe
18, BERR, Henri. Hynine à la vie. Paris: Albin strasbourgeois et d'un étudiant parisien. Paris: Ar-
“Michel, 1945. p. 46. mand Colin, 1894. p. 150.
= 19-Id., L'histoire traditionnelle et la syniltêse historiqui. 22. Ibid. . no
= Paris; Félix Alcan, 1912; Pp. 16. 23. Ibid., p. 158:
“452 453
is, ;
Gênero e História: homens, inulheres e a prática histórica Modernismo; relativismo e vida cotidiana»
N - E - Eetmelet oa
Freytag escreveu estudos muito elogiados .sobre o investigá-las. A imagística republicana acrescentou
povo alemão. Em 1897, Karl Weinhold publicou o' vma camada elitista e. os críticos perceberam o al-
trabalho Deutsche Frauen in dem Mittelalter (As mulheres cance de uma auútoproclamada aristocracia: “Os he-*
“alemãs na Idade Média), sugerindo que as mulheres po- reges foram excomungados”, acusou G. M. Trevel-
diam passar por um exame minucioso; também. yan, “pelos padrés de uma igreja estabelecida”. Em
As ciências mais modernas — darwinismo, gené- vez de“erradicar o eu especial de historiadores profis-
tica e a teoria do germe — ofereciam a linguagem com sionais e convertê- los em membros iguais de uma ir-
a qual imaginar esses recém- chegados “do povo”. Her- mandade de massa, a combinação cada vez maior de |
bert Baxter Adams,» “por exemplo, tinha obsessão. por detalhes acentuava suas proezas e ós tornava ainda.
descobrir os “germes” que migravam de. instituições melhores. “Há uma grande necessidade de enormes
teutônicas. Outrôs viam nas classes inferióres..e nas acumulações de informações tradicionais classifica-
mulheres a mácula da inferioridade genética. A invi- “das e isoladas, produzidas pelos incessantes moinhos
sibilidade dessa mácula genética, que permanecia es- de criticismo naturalista”, Lamprecht escreveu. “É
condida nos indivíduos, nas famílias e nas nações, au- necessário que empreguemos alguns meios dé com-
mentava a exigência sobre os cientistas, que-não po-: binação mecânica das partes do imenso universo de
diam simplesmente dissecar, como um biólogo, mas fatos que apenas o conhecimento pode fornecer —
cujo olho interior precisava expandir poderes para pe- que empreguemos certas formas de criticismo para
netrar a esfera superficial ea interior. Bury pedia uma. classificar a massa de material e assim controlá-lo.”*
“pesquisa: microscópica”. No entanto, uma nova visão, À medida que os historiadores passaram a investigar
histórica radiográfica, uma: característica do “natura- os fundamentos materiais de sociedades passadas (e
“Jismo” científico e artístico e do super-homem elitista não apenas suas políticas), a demanda por detalhes
estava tomando forma, permitindo que os historiado-. ampliou-se para incluir não apenas fatos do estado,
res se apossassem de forças invisíveis e subjacentes "mas Os relativos (nas palavras de James Harvey Ro-
que 'faziam as coisas acontecerem —.o “mal du siêcle' binson) a “nossas ferramentas, nossos instrumentos,
que passou de geração em geração” .” No início do sé- um relógio, um navio, uma arma” e a miríade de ne- -
culo 20, essa visão radiográfica permitiu que historia- cessidades, movimentos, usos, invenções, aspirações,
'dores:-como Lamprecht percebessem os contornos psi- instituições circundantes e geradas por essas ferra-
cológicos escondidos: de mentalidades coletivas. 1 história eco-
mentas. 22. A descrição dde um: pioneiro na
Os historiadóres -historiaram a cidadania em
expansão, menságeira de subjetividade, é direitos po- 28. JLAMPRECHT, Karl. What Is ; History? Five Lectures
líticos, apregoando, no início do século, que todos ti- on the Modern Science of History. Trad. E. A. Andrews.
nham uma narrativa, uma história, e que era crucial New York: Macmillan, 1905. p. 12.
29: ROBINSON, James Harvey: The New History: Es-
. 27. BEER, Heári. Vie et.science: Lettres d'un vieux É says Illustrating -The Modern Historical” Outlook.
philosophe-strasbourgeois et d'un étudiant parisien. : Springfield, MA: Walden: Press, 1958: P. 36: publ.
Paris: Armand- Colin; 1894. p. 141-142. . É orig. 1912.
“457
A — Gênero e História: homens, mulheres e a prática histórica - É Modernismo, relativismo é vida cotidiana
- : ve - v
bt
- nômica ilustra essa profusão: “Não toi às cêntenas, “de “perspectiva”. e “relatividade”. Charles Beard:
mas aos milhares e dezenas de milhares que, ao lon- “condensou essa tendência em seu “retumbante” dis-
- go de seus trinta anos.de trabalho, François Simiand “curso presidencial no encontro da . de 1933: quan-
. executou seus cálculos, fez tabelas para seus nú- do se escreve a história, ele declarou, é preciso ver
meros e desenhou diagramas”. “sua relatividade apropriada” — entender que ela,
Os detalhes envolvidos no levantamento e na nada mais era do que.o “pensamento contemporâneo
enumeração da nova massa de temas -históricos tot- sobre o passado”. 2 Simultaneamente, profissionais
naram-se uma medida do poder real, assim como “resistiram. à concorrência e influência dos textos
uma medida do poder -sobre-humano do historiador amadores, criticando sua “precipitada desatenção à
social ou de economia. “Isso é para ser feito sob a di- perspectiva”.” Dez anos mais tarde, Apologie pour
reção de uma mente confiável e construtiva, e não lhistoire; ou Métier d'historien (Apologia para a história;
sem a ajuda da imaginação. De que outra forma é ou, O ofício do historiador) - que Marc Bloch escreveu
possível o controle de quantidades tão grandes de- “: às escondidas, sem notasTe.baseado unicamente em
material?... Elãs devem ser. agrupadas de acordo sua prodigiosa capacidade - mostrou que o historia-
com um sistema que não negligencie o' curso univer-. dor tinha mais identidades do que nunca: no início da
--sal das coisas, e que torne o todo mais inteligível. ma “década de 1940, os remanescentes do século I9 (pa-
Os detalhes proliferavam, tornando-se mais minu- tologistas, biólogos, geólogos, artesãos) tinham sido
ciosos'e mais extensivos, enquanto a habilidade ne- suplantados pelo explorador, pelo integrante de equi-
cessária para a classificação (chamada de “pragmáti- pe, pelo policial, pelo advogado criminal, pelo inter-
“ca”, “síntese” ou “o universal”) crescia. O surgimen- rogador e pelo einsteiniano.”* Não era'apenas o cada
- to da história econômica e social foi consumado sob vez maior alcance dos teias humanos, mas o: prodi-
" os.sinais coordenados de um amplo conhecimento a gioso eu do historiador que representava, sempre
respeito das massas e os fatos a ela referentes e uma mais, a plenitude masculina. :
verdade universal mais probabilista e imperfeita. “Todos os livros históricos dignos desse nome
Na década de 1920, a influência do pensamen-. devem incluir um capítulo intitulado “Como posso
to de Einstein estava aparente em meio à vanguarda saber o qué estou prestes a dizer?” Bloch escreveu.
histórica, invalidando ainda mais os apelos da histó- “Até o leitor leigo experimentaria o verdadeiro pra-
ria para uma certeza única. Os historiadores em toda
a Europa é nos Estados Unidos aderiramà tendência:
q
32. BEARD, Charles. Written History as an Act of
Faith. American Historical Review, 39, p. 219-229,
30. LAZARD; Max. François Simiand, 1873-1935: Jan. 1934.
Lhomime, V'oeuvre. Paris: Domat Montchrestien, 33. ROBINSON, James Harvey. The New History: Es-
1936. p. 35. says Ilustrating The Modern Historical Outlook.
31. LAMPRECHT, Kail. What Is History? Five Lectures
Springfield, MA: Walden Press, 1958. p. 15-16.
- on the Modern Science of History. Trad.E. A. Andrews. 34. BLOCH, Marc. The Historian's Craft. Trad. Peter
- New York: Macmillan, 1905. p: 12-13. Putnam. New York: Vintage, 1953, passim.
458 00 o Re 459
Gênero e História: homens, mulheres e a prática histórica, Modernismo, relativismo e vida cotidiana
zer intelectual ao examinar essas “confissões”, 0) modernismo precisavá ir mais além. Croce
- com [seus] sucessos € reveses.”* Nesse apelo por al- invocou a linguagem, o bom senso e asintaxe como
guma explicação do eu do historiador, Bloch reitera- os locais de significado histórico e as condições de
va um credo comum do cogito cartesiano. Ranke possibilidade histórica. O foco de Croce nesses ele-
acreditara que era “dever” do historiador responsa- | mentos, ém sua idéia do poderoso relacionamento da
bilizar-se por seu eu e por seu trabalho, representar estética com a história, fez eco ao impulso modernis-
o relacionamento como a condição da verdade; e as- ta geral.para enfatizar os aspectos formalistas do tra-
sim ele produzia esporadicamente um manuscrito - balho cultural. Croce parecia-se, assim, com outros
autobiográfico. Ao mesmo. tempo que Bloch, porém modernistas que planejaram o ciclo da história na di-
em circunstâncias diferentes, Friedrich Meinecke reção da imagística estética — outra característica
comprometeu-se a anotar “o desenvolvimento de amadora cuja absorção pelo profissionalismo ironica-
i
seu eu” em relação à obra histórica. Apesar da mente promoveu os apelos da história marcados pelo
anunciada irrelevância do eu (exceto como um ob-. gênero. Os historiadores dá arte têm relacionado mo-
-jeto a ser despojado de toda contingência), o texto . dernismo com uma preocupação com o superficial,
histórico ficou cada vez mais saturado de sinais au- com montagens de materiaise objetos heterogêneos,
tobiográficos e autoproduzidos. Foi esse eu que de- com a invocação da interioridade psíquica (não espi-
cidiu muitos dos apelos contraditórios no passado ritual) através da superfície e com a destruição da
ciêntífico. A ciência histórica anunciou a finitude e ' perspectiva da profundeza realista. Nesse período, os'
a auto-suficiência do passado, mesmo enquanto historiadores também redirecionavam seu sentido de
proclamava sua infinita expansão e a falta de.inte- -
superfície e profundeza.
ligibilidade original. À medida que essas pretensões
Tornara-se claro, Robinson admitia, que a his-
' entravam em conflito declarado e fragmentavam a
tória humana voltara atrás não apenas os 3.000-
“narrativa grandiosa”, a história do cogito. puro,
5.000 anos sobre os quais havia registros, mas outros
autocontrolado e prodigioso do profissional de van-
3.000 anos ou mais, sobre ou quais não existiam re-
- guarda dava à historiografia-do século 20 sua força
gistros. Se imaginássemos a história “como um vasto
- libidinosa. Onde quer que alguma mudança na área
“lago cujas sombrias profundezas esquadrinhamos
ameaçasse a certeza da plenitude dos homens. na
avidamente”, mal atravessaríamos a superfície. “Não
história, a “ficção dominante” da importância dos.
podemos ter uma noção clara e adequada de qual-
homens era recuperada na excitação gerada pela
quer coisa que aconteça à mais de uma polegada — na
impressionabilidade.do eu do historiador, cómo con-
verdade, a mais de mera meia polegada — abaixo da
tado na nova “grande narrativa” da historiografia.
superfície.””” De:acordo com Robinson, os historiado- |
35. BLOCH, Marc. The Historian's Craft. Trad. Peter
Putnam. New York: Vintage, :1953, passim. p. 71. ' 37, ROBINSON, James Harvey. The New History: Es-
36. MEINECKE, Friedrich. Autobiographische Schrif- says Illustrating The Modern Historical Outlook.
ten. Org. Eberhard” Kessel. Stuttgart: k. FE Koehler, Springfield, MA: Walden Press, 1958. p. 57.
1969. VII, p. 3. x
Gênero e História: homens, mulheres e a prática histórica Modernismo, relativismo e vida cotidiana +
mas de incesto, exotismo e bens de vanguarda evo- mais se originavam de princípios teológicos (104).
cam o modernismo. Arcobotantes flutuantes e espiras elevadas tomavam
Foi como se estivesse em viagem com uma jo- forma não de acordo com leis de arquitetura, mecã-
vem sobrinha que Adams imaginou suas descrições nicas ou mesmo teológicas, mas segundo o “esteticis-
em Mont-Saint-Michel and Chartres, obra inicialmente mo lúdico”.* No processo, a história de Adams sobre
impressa em caráter privado e distribuída apenas a a vida na França medieval acabou sendo orientada
um grupo de leitores de elite, que incluía o artista “pelas emoções das pessoas comuns que trabalhavam
Augustus. Saint-Gaudens e O escritor Henry James.*! para construir essas estruturas maciças. Os milhares
Adams era um pesquisador assíduo que, em.viagem, . de carregadores de pedra faziam seu trabalho com .
usava arquivos onde quer que estivesse e consultava sacrifício, unidos na resistência à tortura física, solu-
outros documentos de repositórios afastados. No en- cando e suspirando'na presença perceptível de sua
tanto, ele era um esteta da Belle Epoque em seu ge- dominadora celestial, de sua ditadora.
neroso uso da “mulher” como tema ou tropo moder- A libido histórica, como a maioria dos outros
nista, sobretudo no seu foco sobre.a Virgem Maria. tipos de libido, é um local indisciplinado. Ao descre- .
Maria, a quem as catedrais da Idade Média foram vera era das catedrais como pervetsa, altamente es-
dedicadas, “era absoluta; ela podia ser inflexível; po- tetizada e controlada pela chibata de uma rainha
dia ficar zangada; mas ainda assim era uma mulher, fálica, Adams abandonou seu controle do tempo se-
amava a graça, a beleza, o ornamento - suas roupas, rial, como qualquer um faria sob o domínio de for-
mantos, jóias” (94). Os modernistas descreviam as ças libidinosas. Mont-Saint-Michel and Chartres reeu-
mulheres como cruéis; e, segundo Adams, Chartres e, sou-se a permanecer ancorado no tempo histórico.
na verdade,"todas as catedrais da França dos séculos Adams observou que as catedrais precisavam de in-
12 e 13. foram construídas para satisfazer essa domi- vestimentos como as estradas de ferro; elas eram as
nadora, exigente e egoísta senhora 'e seu gosto pela casas de boneca de Maria, muito parecidas com as
luz em suas edificações. “[Os arquitetos] converte- de suas sobrinhas; ou expressões de energia, como
tam as paredes em janelas, elevaram as abóbadas, . uma mina de carvão, uma feira mundial. Estudio-
diminuíram os pilares, até que suas igrejas não mais sos, arquitetos e sacerdotes ao longo dos séculos con-
pudessem sustentar-se em pé” (102). A personalida- tribuíram para avaliar, santificar e explicar a cate-
de apaixonada de Maria serviu como fonte da esté- “dral para turistas do início do século 20, como
tica medieval do superficial, na qual as catedrais não . Adams €e sua sobrinha (como ele continuamente a
fazia lembrar). Assim, o tempo da libido, embora
equiparado ao dínamo e à entropia, finalmente le-
40. A informação nesse parágrafo vem de
SAMUELS, Emest. Henry Adams. Cambridge, MA: vou Mont-Saint-Michel and Chartres do auge do fer-.
Harvard University Press, 1989, passim. vor, quando as espiras se elevavam, à exaustão e ao
41. ADAMS, Henry. Mont-Saint-Michel and Chartres.,
New York: Mentor, 1961; publ. orig. 1904. Os nú- 42. FELSKI, Rita. The Gender of Modernity. Cambrid-
meros das páginas estão indicados no texto. ge, MA: Harvard University Press, 1995. p. 201.
Modernismo, relativismo e vida cotidiana j
Gênero e, História: homens, hiulheres ea prática histórica
,
esvaziamento do século. 20. Tendo experimeritado “tessem com. ardor. as pretensões da geografia -e sua
tudo isso:como Úúm esteta moderno, Adams repeti- - importância para a história, alguns incorporárara
damente intitulava-se um velho fóssil.
cada vez, mais perspectivas: geográficas.
Tudo era admissível na expansão da libido his-
“Dois exemplos notáveis e de influência dura-
tórica que o modernismo provocava. Adams revelou doura foram os-de Lucien Febvre e Marc Blóch, en-
“minha indiferença histórica a tudo, exceto fatos, e tre. os primeiros colaboradores da série de Hemi'
“meu prazer em estudar o-que é . -. rebaixado e degra- - Berr sobre as' “regiões”. da França. Seus primeiros
dado”. Ele considerava suas viagens à Ásia, às Ilhas' “trabalhos mostravam a geografia como expandindo
do Mar do Sul,à América Latina e a outras partes do o potencial da superfície.” Caractêres originaux de
mundo reveladoras
do universo “viril” de sexualida- Vhistoire rurale française (Características básicas da histó-.
de primitiva. Ao recordar com sua câmara Kodak os ria rural fraricesa; 1931), “de Bloch, foi apenas a mais
- banhos sem roupa e outros ritos, Adams buscavaa “ longa de suas muitas “discussões sobre material geo-.
“força” que o exercício de tal energia acarretava, gráfico, todas com a tendência a promover sua in-
usando suas viagens oceânicas exóticas e guiadas corporação à história. Ele lembrou Febvre de seu
pelo sexo para imaginar a história. Instalado nos Ar- objetivo comum de fazer dos Annales um “porta-
quivos Nacionais com seu próprio copista, trabalhan- voz” do bem que a geografia podia fazer à história.
-do incansavelmente na Bibloteca Nacional ou na in- Bloch aváliou estudos geográficos, propôs padrões
glaterra; de forma que não sobrassem sequer “res- para atlas e mapas, e passou a acrescentar termos
pingos” para outro pesquisador, Adams representava . geográficos como “estrato”, “substrato” e “morfolo-
outra versão do mundo frenético e pólimorto da mo- gia” ao uso liberal que fazia das“convenções cientí-
dernidade histórica.“ ficas mais antigas (“dissecação” , “anatomia”, “fisio-
Os textos de viagem de amadores, a energia. ' Jogia”). Embora desdenhasse as disputas acadêmicas
imperialista, os devaneios de pessoas como Adamis e. que focavam rigorosamente na determinação preci-
“o desenvolvimento da geografia. cómo campo cientí- sa de limites políticos, regionais e outros, Bloch de-
fico também: impulsionaram a. história ao longo” de fendia a fotografia aérea como uma tecnologia que:
sua trajetória modernista. Na virada do século, histo- podia mostrar fronteiras geográficas e limites de:
“ riadores como Lamprecht admiravam o modo como modo mais acurado.** Dentro dessas ironteiras, in- '
,
geógrafos experientes como Friedrich Ratzel e Paul '
Vidal de Ja Blache disputavam com exploradores in- E. “Ver FRIEDMAN, Susan W. Mart Bloch, Sociology
and Geography: Encountering Changing Disciplines;
ternacionais e sábios locais o-controle da área, con-
Cambridge: Cambridge University Press, 1996; MIL-
“quistando cargos universitários e criando departa- LER, Bertrand (Org.). March Bloch, Lucien Febvre et 1
mentos acadêmicos. Embora':os historiadores deba-. les:“Annales d' Histoire Economique et Sociale”: Corres-
pondance, 1928-1933. Paris: Fayard, 1994.,
43. SAMUELS, Ernest. Henry Adams. Cambridge, 46. BLOCH, Marc. Les plans parcellaires: Lavion au
MA: Harvard University Press, 1989. p. 209. service de Vhistoire agraire en. Angleterre. Annales
aa, Ibid, p. 276. º d'Histoire Ecohomique er Sociale, 2, «P. 557- 558, 1930.
ag
Lo Dom ii Dae rãs
- vestigava- se- pata encontrar o “hoimém: Na socieda-| o “ram um clima + em: í que os praticanteses homens podiam
de” ou à própria realidade social. fazer experiências: recorrendo ao ricô acervo de pos-
ds “Acrescentar geografia a história não toi. certa-. : sibilidades propostas por amadores, mulheres profis",
e; peritos em novos. “campos é acadêmicos e eco-, Fr
«mente trabalho de Bloch apenas, como também não sionais
“Joi de forma alguma seu principal feito: Ele marcou, --nôÔmicos, A disciplina; propôs Michel Foucault, pode.
Pa entretanto, uma renovada atenção à superfície — des. “ser desempenhada apenas depois que otableau vivant
Sa Vez a superfície “geográfica que começara, Do caso - “completo tiver sido apresentado: No caso da história,
vo, de Bloch, 'com fronteiras mostradas em fotos aéreas. » O. fico potencial do passado revelou-se no texto ama-
Historiadores inspirados na “geografia “consideravam “dor para aqueles envolvidos no; “desejo de saber”
“tipos de solo, rios, povoamentos, clima e outros fato- científico.' Somente: então pôde a ciência, exécutar
tes que passaram a ser chamados de habitus - hábitos seu trabalho: de dissecação, classificação e sintetiza-
bem-diferentes da idéia de um lar: Diferenciando- -se ção; mas, como-pintores: impressionistas ousaram:
de geógrafos, no entanto, eles: désdenhavam os que: para diferenciar- se do mero fotógrafo, os historiado-
tentavam parar em. fronteiras e ignorar as profunde- .. res mais uma vez precisaram fazer mais, “set melho-;:
“zas, O. “substrato”, ós “estudos: humanos”, o “homem. res. “Incitados e habilitados pelo realismo. histórico
na sociedade” ca “realidade”: “Uma * paisagem de ci“ a panorâmico do amador, fundamentados em viagens, ei
: vilização' é apenas, afinal de contas, a expressão de. Ss, pesquisas. 'é doéumentos, os historiadores científicos, Ea
uma Sociedade que, com. “un élan vital", a deline e re- “tornaram-se “artistas”, «estetas(e, em | consegilência,
“ história módemista como uma esmerada história de Mundial, houve oportunidade; mudança e (parado-
identidade masculina, deixando o câmpo, aberto para xalmente) estabilidade, em que as mulheres desem-
“os mesmos paradigmas marcados pelo gênero que “penharam papei importante. Por outro lado, no meio..:
- permanecem intatos hoje. Não que algumas mulheres século entre 1890 e 1940, elas constituíram uma ar-
não fossem reconhecidas, também: Eileen Power dis ticulação que oscilou entre'as versões amadora e pro-
tinguiu- se, como foi sempre repetido, por combinar. “fissiónal do passado; às vezes traduzindo o trabalho
“a graça da borboleta com a sóbria indústria da abe- . amador em uma lihguagem um pouco mais profissió-
“Tha”. Criaturas minúsculas, não ascendiam a gran-.. “-nalizada e, por isso, mais palatável A. imagística da
des alturas. À medida que a ficção dominante da ple- água e da, viagem no trabalho amador, ao lado da”
nitude masculina ocidental era abalada pela presen- presença “em geral desestabilizadora das mulheres
ça de mulheres na academia, pelo desafio de outras como atuantes, forneceu uma variedada de imagens
regiões do globoà hegemonia intelectual ocidental e que confundiram as regras e a perspectiva apenaso .
pelas análises discordantes e programas cognitivos suficiente para introduzir o: questionamento moder- .
provenientes das'massas, o privilégio da perspectiva nista e oférecer imagens tentadoras — por exemplo, a.
de que era dotado o homem ocidental voltava a an” de um: pesquisador quase sem forças, vencido. pela: -
corar-se em um modernismo polimorfo. Esse eu mo- fragrância de lilases.
dernista inflado, dotado de pretensões cognitivas, Por. outro lado, no entanto,aà literatuía e as. ,
musculares e que delimitava um vasto território a'ser . práticas das mulheres definiram fronteiras, limites,
- controlado. por uma elite, permitiu que.a ciência his- "impasses: A presença delas indicava perigo e por
tórica tomasse novas direções, sempre preservando. isso mobilizava uma masculinidade normativa, em-.
: suas hierarquias tradicionais é protegendo o > poder es-
bora intensificada, que permeava as elites de todas
-tabelecido pelo gênero. as sociedades ocidentais. naquela época de guerra
,
total. Elas” estabeleciam trajetórias: e termos, indi-
“cando onde acabava o circuito de inovação: Da
LIMITES E DE GÊNERO PARÁ O MODERNISMO “mesma forma que de Staél, historiadoras como. Po-
DAS MULHERES . WEI, Salmon, “Harrison e 'a extremamente ambiva=-".
lente Mary Beard merecem uma: posição central - -
Dessa” forma, no meio do caos e da confusão ,
entre os. estudiosos pelo seu. trabalho inovador: em”
Treinantes entre o fim do século e'a Segunda Guerra aspectos sociais, domésticos é outros da história das.
mulheres. Elas são modelos quintessenciais e cons-
48. Esse tributo foi prestado pela primeira vez quan-
trutoras de instituições — criaram publicações, in-
do Power recebeu um doutorado honorário na Uni-
versidade de Manchester: foi publicado subsegiien-. centivaram a organização: de “arquivos — e foram
temente por Tawney. no óbituário que fez da auto- pesquisadoras diligentes- Trabalhando com dados e
ra. Citado em BERG, Maxine. A -Woman in History: detalhes, elas muitas vezes escreveram a história
Eileen Power, 1889-1940. Cambridge: Cambridge : homossocial, tanto de homens quanto «de mulheres,
University Press, 1996. “P. 256 257.
«+
A . 2.4 , “ A, 2
Gênero e História: homens, mulheres'e à prática histórica
1
Modernismo, relativismo e vida cotidiâna -
“mas com reveses que marcaram o posicionamento O serviço de clichê é foineçidó na forma de chapas
feminino do inferior versus o superior. “de metal: que podem ser cortadas'em pedaços e ser; -
Contudo, essas mulheres autoras amadoras e. muito-ou pouco-usadas, conforme a necessidade; o ..
. profissionais, escrevendo no auge do modernismo, serviço-de páginas impressas fornece folhas impres-
“merecem uina leitura alternativa como escritoras sas em um lado, em duas ou mais páginas, por meio:
que múitas vezes estabelecem limites para sua de um sistema de distribuição, sendo as. páginas re--
ciência. Lucy Maynard Salmon, por exemplo, es- - manescentes impressas na oficina do jornal que re-
“creveu muitos textos que podem ser interpretados cebe o serviço. O serviço de clichê não veicula publi-
como determinantes das fronteiras do modernismo. - cidade, mas o sérviço de páginas impressas sim e de-
* Seus livros The Newspaper and the Historian e The riva dela sua maior renda, enquanto os jornais nada
Newspaper and the Authority, este último publicado recebem por isso. Em 1912, estimava-se-que 16. 000
em 1923, quandoa autora tinha setenta anos, per- jornais nos Estados Unidos recebessem serviço de
guntavam o que acontece com os fatos quando eles. -clichê ou serviço de impressão, e que esses jornais
passam através de um;veíéulo de comunicação jor- ““Jossem lidos por 60.000.000 de pessoas.
nalístico. Sua ferramenta interpretativa não consis-
tia em narrar o surgimento do jornal ou descrever- Esse tipo de texto lembra unia tela. cubista — uma
suas virtudes como fornecedor de informação; ao “tela sem a possibilidade de profundidade. Ele é uma
contrário, sugeria a idéia de “refração”. Ao obser- - lista de fatos desmembrados. -
var O jorhal coletar fatos de aspectos múltiplos da “History in a Backyard”, de Salmon, também
sociedadee depois retransmiti-los como retratos da - citava temas modernistas, descrevendo o confina-.
vida diária, Salmon aplicou sua própria refração ao mento, mental de. uma pesquisadora fechada em
jornal fragmentando-o. Editores, correspondentes, casa durante o verão. Quando o olho da pesquisa-.
-ustradores, publicitários, críticos, redatores de re- -dora examinava o quintal, reconhecia: “objetos como
portagens especiais, entrevistadores, entrevistados a cerca que marcava os limites das propriedades
= esses foram alguns dos muitos elementos de refra- adjacentes. O ensaio fazia do quintal uma tela, per-
ção que ela listou, ao submeter a imagem pura do mitindo assim que a mente vagasse por toda a su-
“jornalismo a exame minucioso. O livro fragmentou perfície da imagem, se introduzisse em falhas da
e desmantelou aquela entidade unitária chamada memória e encontrasse associações que criavam um
jornal e criou uma-.tela modernista coberta de bor- certo grau de profundidade. No ensaio de Salmon, o
rões de' informação. O índice de apenas um dos vo- - projeto modernista avançava ao longo de uma tra-
Jumes continha mais de mil grupos ou subdivisões, jetória de objetos materiais que. transmitiam uma
variando de aspectos. humános da imprensa, a as- lição sobrea localização da história e sua existência
pectos vegetais e minerais. O trecho. a seguiré um nos artigos da vida cotidiana. Na medida em que o:
exemplo da' narrativa: modernismo dizia respeito a um interesse recém-
deséoberto em mercadorias e no comercial em ge-
'
Modernismo, relativismo e vida cotidiana
Gênero e História: homens, mulheres e a prática histórica
| . vo.
' Bolo Lady Baltimore, sorvete Filadélfia, bolo Irving
ral, o texto de Salmon apontava especificamente
“ Park, pudim Bangor, bolinhos Berkshire, pão preto
para ele ao aludir a pesquisas em arquivos de uma
* Boston, batatas chips Saratoga e galinha Mariland ...
maneira comercial: “Três meses de aquisições na -
pãozinho Parker House, salada Waldorf, creme Del-
Europa não deixavam alguém rico, enquanto nove.
monico ... café Viena, pudim Yorkshire, bolos Nu- '
meses de constante esvaziamento de capital men-
remberg, tortas Banbúry, creme bávaro, ensopado
tal em casa levavam alguém à falência?” Por fim, o
irlandês, caldo escocês, bolo inglês, hambúrguer...
curto ensaio de Salmon carregava consigo o exotis-
macarrão, espaguete, chucrute, salsichas, chili com
mo de Henry Adams, na figura do amigo incentiva-
o carne, tanales, creme Devonshire, queijo Neufchã-
dor que “punha a lâmpada de Aladim em nossas
tel, chop suey, couve-de-bruxelas.
mãos e abria diante de nossos olhos um mundo não-
descoberto, tão grande quanto o que poderia ser
Essa passagem transmite uma monomania que tanto
encontrado em sete reinos”. Sob esse ponto de vis-.
a separava-das amadoras que escreviam sobre cultu-
ta, o ensaio de Salmon foi um trabalho fundamen-
ra matérial, como Alice Morse Earle, e das profissio-
tal, oscilando entre o amador e o profissional mo-
nais, quanto a conectavaa elas.
dernista e tornando indistintas as diferenças entre
“Outras receitas mostravam laços familiares e
o histórico e-o-cotidiano.
de amizade: bolo da tia Hannah, waffle da prima
Com à oportunidade, entretanto, vieram os
Lizzie, biscoitos da vovó, bolo marmorizado da vó
impasses e os becos sem saída, pois onde há uma
Lyman, geléia de marmelo da irmã Sally, vinagre de
possibilidade de profundidade há muitas vezes uma
framboesa da mamãe”. Salmon também sugeria que -
simultânea oclusão de “significado”. Alguns dos
a dona de casa não era uma simples empregada do-
textos de Salmon eram ilustrados com reproduções
méstica, mas aspirava a ter poésia em suas-receitas:
de sua própria cozinha. Ela escreveu uma “ Ode to
/ “pássaros em canapés, pudim ninho de pássaro,
the Kitchen Sink” (“Ode à pia da cozinha”), que —.
ilhas flutuantes, maçãs em floração, batatas som-
mais experimental do que seus ensaios — bloqueava
breadas, penachos de queijo, neve de maçã, bolas
afrontosamente o acesso à possibilidade de análise
de neve, teia de pão de mel, pão de mel das fadas,
histórica. Embora tal afronta ao eu do historiador
molho aurora”.*”
imitasse de alguma forma o retrato do historiador
Às imagens poéticas da dona de casa aponta-
como um artista enlanguescido, ela também apon-
vam para uma limitação reprovadamente não-histó-
“ tava para a cozinha, um lugar sem possibilidade de
profundeza ou ascensão. Na cozinha, Salmon encon-
trava tesouros arquivísticos como livros de culinária 49, SALMON, Lucy Maynard. The Family Cook-
é, com toda a absorção de um Proust, citava e cate- book. Vassar Quarterly; 11, p. 104-105, Mar. 1926.-
gorizava as receitas: Muitas se baseavam em nomes Como a maioria de seus outros manuscritos sobre o
tópico, que são datados da primeira década do sécu-
de lugares e viagens:
lo 20, esse artigo foi provavelmente escrito muito
antes da data de publicação indicada.
aii E RE GTS ao
Modernismo, relativismo e vida cotidiana
Gênero.e História: homeins, mulheres e aprática histórica -
er
o ! ; o
A fr .
a psicaná- o
“rica“na obra de Salmon, não: apenas. nos textos em “trauma, mas de lugares de poder: Embora
“que ela: falava sobre, livros de culinária, mas na sua: lise conseguisse combinar objetos similares e ima-
“ode à cozinha e nas fichas para um manuscrito ina- gens em narrativas científicas e realmente, conse-
mesmo.
“cabado sóbre o leque de papel. O poder. de tal fanta- SA -guisse maánipulá- -Jos em nome-da “cura”, o
profis sional . Por ter,
sia, conforme sugeriu Gaston Bachelard, repousa na . não acontecia .com, a história
que Salmo n fazia era
sua habilidade:em úsar espaços e objetos banais para , . formação de historiadora, o
espaço domést i-'
provocar evocações, reverberações e ecos, em vez de . aponta: repetidas vezes para esse
Salmon foi per-.
gerar discussões de causa e efeito, Embora os textos.. “-Em'geral tão anticonvencionial,
traba-
“de Salmon procurassem' mostrar o lar como-um lugar dida para a historiografia e para a análise por
para tratamento histórico científico, eles: também se lhar o terreno fora dos limites: da “história. Apesar
de .
deslocavam na. direção oposta da poesia, fazendo uso “das tentativas atuais de focar a literariedade e
articular linhas de, junção da “histór ia e fronte iras
“de descrições para criar imagens que 1 ressoassem na
. psique dos leitores." partilhadas com literatura e outros campos, nin--
mo-
“As listas; de Salmon, as pilhas. de fichas com : guém fez ainda o que Salmon fez em seu modo
«anotações sobre a história do leque, todas elas com - dernista de apontar o espaço. doméstico. E grande
i- .
“uma única frase, as linhas repetitivas com nomes de “parte. desse: trabalho bizarro não pode s ser submet
receitas, as páginas que enumeravam fatos isolados “da ao olho crítico da profissão.
sobre o jornal: tudo isso podia ser-visto como análo-- “A, autora americana Mary. Beard trabalhou de
go às-setas, às linhas soltas e aos traços na pintura maneira igualmente irreconciliável, usando listas e
dé,
modernista: A repetição e a completa falta de senti- “poética. Suas histórias sobre mulheres variavam
z
A
crônicas sobre suas próprias'realizações, em govern os.
do atraem a atenção; no entanto, assim-como às es- A
na
tatísticas e os “diagramas compilados -por mulheres. i - municipáis à descrição: da “mulher como força.
de seus li
- cientistas. sociais..e pelas numerosas mulheres histo-' LT história” (uma: frase que, dá título” aum
“ riadoras:de economia, a atenção é atraída pelo: que VTOS): Ela usou copiosos dados. para escrever uma
não é dito. “O que: significam todos esses artefatos . história revisionista, empenhando- -se para destruir a
ênfase feminista em um movimento moderno que
n domésticos?” é a pergunta que-se faz. No entanto,
.
E em vez de uma análise: ou história, o relato de Sal- combatesse a opressão e a falta de oportunidade: das
mulheres. Beard acrescentou história cultural e das
> mon sobrea casa continuava. a ser uma série de ima- vi
“gens: desconectadas, sem uma” naríativa histórica, mulheres a pesquisa sobre a história, “dos Estados:
talvez porque a história não tratasse de locações de “ Ra
so “Na Conferência Evalyn Clark, no > Vassar College, “Krauss. Ver, notadamente, KRAUSS, Rosalind: É.
"º
em-outubro de 1985, Lucy Maynard Salmon foivil y “The Originality of the Avant-Garde and Other Modernist
“vidamente lembrada como a pessoa, qué fomeceu CS Myths. Cambridge, MA: MIT Press, 1985. p. 8-22; e.
1
MA: MIT,
Id.,. The Optical Unconscious: Cambridge,
- OS Lraços' distintivos que áinda! caracterizam o ensi- ,
o a “DO de história, no n Vagsar. “ Press, 1994. esp. Pp: 48: 58.
NR:
“Modernismo, relativismo e vida cotidiana
* Gênero-e História: homens, niulheres e a prática listórica Ea po :
sy PR e . ,
Unidos que “escreveu com o márido, Charles; de won't walk, anyway babies
“dog fanciers.and'tenders o É : ss
“acordo com muitas estimativas, ésses textos contêm :
actresses putting new wine interátivo old bottles to “terá
mais história de mulhéres do que quaisquer outros , fthe uninitiated Ra
s
desse tipo, mesmo para os padrões do final da déca- nó and excite the jaded E ven “a o
-, dade 1990, Ela foi, por conseguinte, uma pioneira, hostesses Promoiing trade, letters and philosophy, |
' q fmarrying off
o
“uma precursora e um exemplo pára centenas, de 1
“nos “Harrison. e plorara mais sistematicamente: tór. nos “Enquarto Power tentava: tornar s seus primeiros CEA
«mulas “para remover, marichas, - erradicar |“pulgas e Foi trabalhos palatáveis para o; leitor. profissional tanto
“acabar com piolhos; listas. de alimentos que: o bur-. quanto.-para' o, leitor comum, Beard preparava os
--guês, a freira. ou o, camponês podiam comer; 'copiosos " acadêmicos, para o tipo de história que estava escré-:
extratos de cartas de amor de um negociante de-lã, vendo: “Este livro pode parecer estranho eassimétri-.
de Calais; os'mexericos: cotidianos de uma campone- | “Co pará Os mestres com um sentido. mais profundo de
"sa; as mércadorias: que Mático Polo conheceu duran- “sistema” * Seu esquema envolvia 0 ataque àos fun-
te suas longas peregrinações; os variados animais: de > damentos consagrados da. profissão. Em America
| estimação de freiras, abadessas e mulheres nobres. A. through: Women": 's Eyes (A América através dos: olhos das "Rr
espessa superfície imagística, que se. destinava a ser' mulheres), ela sugeria que essá' consagrada tradição
uma cilada: para:o; leitór, desfez a extensa: erudição. podia, ser recontada de maneira diferente. Quando o .-
“que.a- confirmava, não deixando nenhum superior era, os tópicos usuais e a esperada sistematização da :
* pará corrigir o inferiór, nenhuma 4 profumáeia, para: ortodoxia passada deixavam de aparecer. Beard
cê
“resgatar à superfície. , mostrou Lucy Laney. ensinando verbos de latim para:
“Ricarda Huch: propôs que, era a qualidade irima-' ao “crianças négras, enquanto mulheres sulistas comba-
- gística de um fato histórico que importava, a resso- CE tiam os linchamentos. Ela permitiu que: Sarah, Orne
-nância que atingiria os leitores de tal forma que. se” : “ Jewett contasse o quanto a América do final do sé-
apoderaria. de seus intelectos e emoções: Com o cone. ; culo 19 a fazia lembrar da Roma anterior à queda:
ii “ereto sendo usado como. dominação, “o fantástico na | . Enquanto isso, Marietta Holley ria: daquela que era,
Ra RE - história era -um modo importante de manter essa “a mais masculina “das instituições — a corrida de ca-
“Tonte de opressão sob, controle. 5 Eileen Power traba- -valos, “completa com seus acessórios femininos. Com |
E lhou esse mesmo terreno em seus: primeiros divros-e | Suas listas: -e-mais listas de tópicos, “o grande sonho |,
» programas dde;rádio, tendo, como objetivo direto, or -» americano, visto através. de “olhos .de. mulheres”,
leitor comum: e-as crianças pequenas. Viajante do. : continha uma distorção perversa. Em um ensaio in-
mundo, ela fazia alusão á' superioridade de vastos. NENE titulado “The Great Fact- Finding Farcer. (A, grande
“impérios enúmerando seus costumes, Seus bens eos ri -. “farsa da descoberta de fatos”), que discutia as esta= :
“ Jares cosmopólitas, — técnica que usou: no “Medieval” tísticas, as, “investigações, as comissões governamen-
* People. Pode parecer estranho que Power mais tarde “tais e os grupos de pesquisa que apresentavam fatos
“tenha se “voltado: tão: «completamente : para-a história ú a “sobre pobreza, indústrias dó carvão e vida familiar,
, econômica, estatística, que lembrava diagramas, ese Lillian Symes mostrou gue essas Tontes apresenta:
- distanciado dos impasses aos quais, esse estilo de es- À Pio vam numeérosas inverdades, que encobriam a “gran-.
“a ita levava; mas Os: diagramas tinham' sita própria e de. mentira” sobre a: sociedade americana. “Ela decla-
- modernidade, um tipo diferente de imagística. es rou que os fatos « eram impiedosos e defumanizado,.
a
pn o
“53. DAR Ricarda. Gesamnielte: Werke. Cologne: x Nana sá BEARD, Mary. on Understanding. Women. New
;- penhener und, Witseh, 1966. No y a Po “6Ã9- BD. co ã eli dios York: Longmans, Green, 1931. Pe 5.
nO, sã
Ce Tes, ainda! que ós hbniéns: estivessem tentando” des E “que india vinhetas cômicas: sóbré as visitas das NE
: “cobrir uma. quantidade. maior deles. “Cada indivíduo “mulheres aós campos de batalha da Primeira Guerra: Ro
Pes dedo “tinha” um. grupo à parte de fatos. para usar como pro- Ro - Mundial: -e publicou-a em 1934, em plena Depres- a 8d
ada a -Jeção contra "outros fatós que ameaçassem seus inté-.. são global. De pouco uso científico ou, modernista! o
1 resses próprios..“Da história escrita os deuses do áca”. | para qualquer um, esse. exemplo de mau BOStO não
EP ae :80 e do caos exidentemente tinham. To) comando”, foi adotado pela academia. “os :
Dad - Beard concluiu. Ea Ae a CEB -Apesar' disso, Beard: tornou- -sé uma “precursora, a
“ o x ng “Beard: exfilorod” um. território em que poucos + po cujo trabalho foi visto como parte do impulso antro-.
penetraram . “desde então. Ela. ria, por. exemplo, “da » pológico! inicial que"tanto fez para dar início à histó-
«ciência: deças : Dao Cide - ria de mulheres: Censurando feministas que diziam
“não: ter sobré o que êscrever exceto múlheres famo:
MAS o want tá thank that little band o qd "sas, porque as: mulherés eram em geral oprimidas, ela
“ Of atoms whose persisteney | ERRA escreveu. que :a história norte-americana começou
Im following à pattern planned te “com as próprias índias”, com sacerdotisas — ha vet-
Results i in! my identity ao a CR he dec aço, dade, com todas: as mulheres que tenham um dia
= Eder , pie ' ' NE
“conseguido dar voz a. alguma “expressão”. Uma
po aro [Quero agrádecer aquele pequeno bando. “ mulkiculturalista precoce?: Talvez, embora as amado-
ESA " De átomos cuja persistência: o . ras do início do século. 19 já tivessem. escrito sóbre .
CS Cs Em acompanhar 1 um padrão planejado. e “ -na' África, na “Ásia, e em outras regiões não- :
NR Resulta, em núinha idenvidade “ocidentais. :s Todavia, Beard também nótou o interes-
só
se que. os fascistas tinham pelas mulheres, discutindo
“Embora. comprometida com os arquivos. de mulhe- “o que ela considerava- a: opinião deles sobre 'a “lorça”.
» res, ela ridicularizou totalmente a ciência, O feminis- “das. mulheres e contrastando- -a- com, O- desprezo: do
“mo, à guerra, a política e; outros aspectos sagrados das “Wúminismo e do. pós- TIúminisino pelo feminino.
“história profissionalizada e uma conseqiientemente. E que “+ Na verdade, Beard foi ao mesmo tempo pro-
profissionalizada. história. 'de mulheres... Na' verdade, . “ gressistá e desagradável, inovadora é repulsivamente
- ela co-réditou uma: antologia: de tumor das; anulheçss CAIR “leonoclástica. TÃO: extremo foi seu modernismo que
3 L
primeiro vo-.
ica; 0 segundo, a
à ciência h órica tinha. unidade “No caso “de
“Beard, 0 reconhecimento de. que o “universo estava
repleto. de força individual, que: cada um tinha uma” Co
história, e que os fatos” eram: perspectivos. levou as Do
uma “obra que ;muitas vezes, era dsuportavelento a
“Catalogação e:
Ls Bibliográficas Eliane de Jesus Chárret
onnie Smith é Professora de História na
Rutgers University (New Jersey). Publicou diversas
obras, dentre as quais destacam-se Ladies of the