Geografia Regional do Brasil

Início da ocupação e desenvolvimento industrial

Aula 1: Início da ocupação e desenvolvimento industrial
Ocupação de território
É importante destacar que o Brasil não foi “descoberto” pelos portugueses, uma vez que, sabidamente, o território já era
ocupado por povos autóctones antes da chegada dos europeus.

Dentre as nações do continente europeu, no entanto, por que Portugal conseguiu se antecipar em seu processo imperialista?

Portugal foi o pioneiro das expansões marítimas no século XV, em parte por ser uma monarquia centralizada (reinos unificados,
ao contrário da Espanha), ter uma técnica de navegação avançada — que foi aprendida com os genoveses e aplicada no mar
Apresentação Mediterrâneo —, além de possuir recursos suficientes para isso.

O Brasil passou por importantes impulsos de industrialização, que vêm ocorrendo sobretudo a partir da Era Vargas, Sua posição geográfica também foi um fator decisivo, pois o país está localizado em uma península na “ponta” da Europa, com

passando por Juscelino Kubitschek e, posteriormente, com o governo autoritário do regime militar. saída para o mar. Sem contar o lucrativo comércio existente no Mediterrâneo, que facilitou seu lançamento em busca de novas
terras. O que eles buscavam eram novas rotas comerciais e maior lucratividade.
É importante determinar como foram esses processos, discutindo causas e consequências.

Você sabe o que foi o processo de substituição de importações? Sabe o que foi o Plano de Metas? Sabe dizer o que foi o
Milagre Econômico? Vamos aprender nesta unidade.

Antes dos portugueses chegarem às terras americanas, assinaram um

Objetivos tratado que dividia “as terras descobertas e a descobrir” entre Portugal e
Espanha: o Tratado de Tordesilhas, que dividia o mundo em dois hemisférios
Discutir o processo de ocupação do território;

Identificar o início do processo de industrialização no Período Vargas;

a partir de uma linha imaginária que passava a 370 léguas das Ilhas de Cabo

Analisar o Plano de Metas e o Regime Militar.

Verde. Veja na figura a seguir.


Tordesilhas (Fonte: Wikimedia)

A ocupação do território brasileiro pelos portugueses somente começou após o ano de 1530, pois inicialmente eles não
encontraram ouro e prata. Quando o interesse pelas “novas” terras começou foi associado à exploração do pau-brasil, período
esse caracterizado como o primeiro ciclo econômico brasileiro.

Ao longo do tempo os líderes políticos das nações europeias que não concordavam com o Tratado de Tordesilhas, sobretudo
França e Inglaterra, aportavam na América em busca de terras, riquezas e até mesmo madeira.
 Quando os negócios com o Oriente não ofereceram a
lucratividade esperada, os portugueses voltaram-se para as
"novas" Terras. Também havia a preocupação com as
estratégias de ocupação francesa na região. Nesse sentido,
buscaram repetir, em suas terras da América do Sul, as
Ao longo do tempo, diferentes empreendedores
experiências agrícolas que vinham desenvolvendo em
desenvolveram atividades econômicas e algumas foram
colônias como Açores e Madeira por meio da produção
mais dominantes que outras. Por isso, é comum utilizar-se o
açucareira.
termo “ciclo econômico”, para se referir aos acontecimentos

As Capitanias Hereditárias foram a primeira forma de da História do Brasil, como, por exemplo, os apresentados

governo do Brasil e conceberam-se a partir de “Cartas de na figura a seguir.

Doação”, por meio das quais os donatários obtinham o

direito de produzir na terra, em troca do pagamento de
impostos à coroa portuguesa. O Brasil foi dividido em 15
Capitanias, a partir de linhas paralelas à Linha do Equador,
que iam desde a costa até o Tratado de Tordesilhas, como 
Ciclo econômico da História do Brasil. (Fonte: Autora)
você observa na imagem. 
Linha do Tratado de Tordesilhas. (Fonte: todoestudo)

Saiba mais
Essa divisão era ao mesmo tempo uma forma de ocupar o território e, também, de desenvolver alguma atividade econômica
Vale ressaltar que o nome do ciclo está relacionado, como já dissemos, à principal atividade ou produto e isso não significa que
que não precisasse de investimentos diretos de Portugal, pois estes eram feitos pelo donatário.
em determinados ciclos não havia outros tipos de atividades. Durante o Ciclo do Açúcar, por exemplo, havia significativas
atividades de pecuária e produção de hortifrútis e artesanato. Assista ao vídeo Os ciclos econômicos do Brasil.

Sabemos que, com exceção das Capitanias de São Vicente e Pernambuco,

as outras fracassaram em maior ou menor grau, por falta de recursos,
desentendimentos internos, inexperiência, ataques de índios. Não por
acaso, as mais prósperas combinaram a atividade açucareira e um
relacionamento menos agressivo com as tribos indígenas (FAUSTO, 1995, p.
25).

Após o último ciclo, o Brasil diversificou sua economia, culminando na modernização, industrialização e urbanização, sobretudo
na região Sudeste do Brasil.

Industrialização e Era Vargas

Com a crise no setor agroexportador vinculado à atividade cafeeira e a entrada massiva de imigrantes que contribuíram para o
aumento do mercado consumidor, a demanda por produtos manufaturados cresceu. A partir da década de 1930 também
ocorrem políticas macroeconômicas expansionistas, fazendo o setor avançar.
Saiba mais Saiba mais

Assista ao vídeo Os primeiros 100 anos da imigração italiana no Brasil. Assista ao vídeo Era Vargas.

A infraestrutura desenvolvida pelo setor cafeeiro também serviu de estímulo para o incipiente setor industrial. Houve
importantes fatores favoráveis que poderiam ocasionar a aceleração do desenvolvimento industrial, organizados na figura  a
seguir. Desse período, o que mais é comentado refere-se ao papel do Estado
enquanto produtor direto do desenvolvimento industrial. Ou seja, o Estado
foi responsável pela implantação de inúmeros estabelecimentos industriais,
sobretudo relacionado à indústria de base e geração de energia elétrica.

Saiba mais

Você sabe diferenciar os tipos de indústrias? Acompanhe no material, a seguir.


Estímulos do setor cafeeiro para a aceleração do desenvolvimento industrial. (Fonte:
Autora)

Entre o final da Primeira Guerra e a década de 1930 do século XX, verificou-se importante processo de diversificação industrial.
Entre os produtos que passaram a ser fabricados localmente, podem ser citados: ferro-gusa, cimento, ferramentas elétricas,
motores elétricos, máquinas têxteis, equipamentos para o refino do açúcar, implementos agrícolas, aparelhos de gás, relógios e
instrumentos de medição.
Lembre-se de que, até então, a maior parte das indústrias produzia bens de consumo, como alimentos, calçados e roupas. Era
necessária, contudo, uma indústria de base que permitisse a exploração minerária e a geração de energia elétrica, para atender
ao setor industrial em expansão.

Você saberia dizer quais os estímulos para o crescimento industrial que existiam entre as décadas de 1930 e a de 1950? Veja
os itens resumidos na figura  a seguir.
Como produzir cadeiras, se não há a indústria para extrair o minério de ferro
e produzir o aço? Como ter automóveis, se não há indústria para explorar e
beneficiar o petróleo? Como expandir o parque industrial, se não há geração
de energia suficiente para acompanhar esse processo? Então, era
necessária uma indústria de base, que permitisse a exploração minerária e a
geração de energia elétrica para atender ao setor industrial em expansão.


Estímulos para o crescimento industrial (1930 – 1950). (Fonte: Autora)
Nesse período, portanto, Getúlio Vargas adotou uma política industrializante, a substituição de mão de obra imigrante pela
nacional. Essa mão de obra era formada no Rio de Janeiro e São Paulo em função do êxodo rural (decadência cafeeira) e por
A partir do Governo Vargas, havia uma preocupação com planejamento econômico e ordenamento territorial. É dentro desse
meio de movimentos migratórios de nordestinos. Abaixo, as principais empresas criadas no período Vargas, separadas por
contexto que se compreende a criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1934. Além disso, também
setor econômico.
foi criada a Coordenação da Mobilização Econômica, criada em 1942, que, segundo Malan et al. (1977) era uma tentativa de
organizar o planejamento industrial no país (p. 366).

A Era Vargas é o nome que se dá ao período em que Getúlio Vargas governou o Brasil por 15 anos, de forma contínua (1930 a
1945). Esse período pode ser dividido em três grandes momentos: Governo Provisório, Governo Constitucional e Estado Novo.
 No início da década de 1950 o governo promoveu várias medidas destinadas a incentivar o desenvolvimento econômico, com
ênfase na industrialização. Por exemplo, foram feitos investimentos públicos nos sistemas de transportes e de energia, com a
abertura de um crédito externo de 500 milhões de dólares. Tratou-se de ampliar a oferta de energia para o Nordeste e
equacionou-se o problema do carvão nacional.

Ocorreu também o reequipamento parcial da marinha mercante e do sistema portuário. Em 1952 foi fundado o Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico (BNDE), diretamente orientado para o propósito de acelerar o processo de diversificação
industrial (FAUSTO, 1995, p. 409).


(Fonte: Autora)

Saiba mais

Assista ao vídeo Vargas, indústrias de base e mercado interno.

Durante a Segunda Guerra Mundial, novamente o país passou por um período de substituição de importações. Estimulada
pelas políticas governamentais houve um aumento exponencial das exportações. Segundo Costa (2010, p. 23), "as exportações
de produtos industrializados subiram de 16,1 mil toneladas em 1939 para 65,9 mil toneladas em 1943 e o valor teve um
aumento de US$ 2,5 milhões para US$ 91,9 milhões no mesmo período".

Getúlio Vargas tornou-se um presidente popular, mesmo sendo um governo autoritário, porque implantou importantes
reformas que ofereceram benefícios trabalhistas a uma grande massa de operários.

Entre os feitos de Vargas para a Consolidação das Leis Trabalhistas estão a implantação do salário-mínimo, as férias e o
décimo-terceiro salário. A CLT regulamentou ainda o trabalho da mulher e do menor de idade e estabeleceu a obrigatoriedade
Devido às pressões sofridas durante o governo Vargas, acusações de corrupção e de atentados contra a vida de opositores
do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Criou também o Ministério do Trabalho.
políticos, em 24 de agosto de 1954 o Presidente da República suicidou-se com um tiro no peito, deixando uma Carta
Testamento, em que se configura como um herói nacional perante as massas.

Saiba mais

Assista ao vídeo Direitos sociais e trabalhistas.

Por este motivo, seu sucessor foi forjado pela união entre os partidos do
lado de Getúlio, o que culminou com a vitória de JK, que daria continuidade
ao ideal desenvolvimentista nacional com ainda mais intensidade.
 Industrialização, Plano de Metas e o Regime Militar
O Brasil raramente estabeleceu metas claras de produção industrial, mas as estratégias de planejamento do desenvolvimento
industrial que mais se aproximaram desse perfil foram o Plano de Metas (1956 a 1960) e o Segundo Plano Nacional de
É dentro desse contexto que se compreende a internacionalização da
Desenvolvimento (1975 a 1979).
economia brasileira, com a penetração cada vez mais efetiva das
A partir da segunda metade do século passado, o poder público empenhou-se em organizar a promoção do desenvolvimento transnacionais no país. Grandes empresas como Coca-Cola, Unilever, Ford e
industrial no país. Para isso, era necessário um diagnóstico, buscando identificar "pontos de estrangulamento" nas áreas de
transportes, energia, agricultura e indústria. Volks aumentaram sua atuação no país. A entrada dessas empresas no
Todas as indústrias tinham as matérias-primas que desejavam? Toda a produção industrial era consumida? Onde seria possível Brasil gerou empregos, entretanto, acarretou dependência da economia
obter empréstimos para potencializar a industrialização? O diagnóstico buscava atender a esses tipos de questionamentos.
nacional ao capital estrangeiro.
Em 1952 foi criado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (o que hoje, chamamos de BNDES) para resolver os
gargalos de investimentos, sobretudo no que se referia à infraestrutura, como transporte e energia.

De acordo com Costa e Farias (2009), a formação do

território brasileiro deveu-se ao movimento de expansão
português quando deixaram a costa brasileira e

Em 1956, Juscelino Kubitschek apresentou o Plano de Metas para atender atravessaram o lado espanhol do Tratado de Tordesilhas.
No entanto, mesmo depois da Independência, não havia um
às suas promessas de campanha — lema: "cinquenta anos em cinco" —, em sentimento legítimo de unidade territorial, tanto que houve
diversos movimentos separatistas que precisaram ser
que ele propunha lançar o país na modernidade, avançando 50 anos no contidos. Com o fim do Império houve uma consolidação de

tempo de sua atuação como presidente (cinco anos). fronteiras físicas, mas “é do nosso conhecimento que até os
anos de 1930 não havia ainda um território integrado, o
Brasil era um imenso ‘arquipélago’ de ‘ilhas’ econômicas,
que tinham como razão de ser o mercado externo”.

Saiba mais O conceito de “arquipélago” remete a um conjunto de ilhas e,

no caso brasileiro, dizia respeito às regiões isoladas em que

Entenda 50 anos em 5: o Plano de Metas. se desenvolveram determinado produto econômico, mas

que não mantinha relações internas.

Com exceção do charque do Rio Grande do Sul — que foi

Kubitschek buscou sustentar, ao lado de uma posição inovadora quanto ao desenvolvimento econômico do país, uma aliança
palco da Revolução Farroupilha entre 1835 e1845 —,
política conservadora, que satisfazia os interesses da classe média tradicional, da burguesia comercial e da oligarquia rural
nenhum outro produto era direcionado para atender as
(TOKUNAGA, 2018). 
Brasil: produção do espaço geográfico em “ilhas econômicas” (século XVI até 1930).
demandas internas do território. Ex: a produção de açúcar (Fonte: Organizado por Sérgio Adas especialmente para o São Paulo faz escola, 2008)

no Nordeste, o café no Sudeste e parte do Sul e Centro-

O Plano de Metas era resultado de uma articulação de diferentes esferas de atuação, como o capital privado (nacional e
oeste, a borracha no Norte, entre outros. Veja a figura a
estrangeiro) e o Estado, para criar as possibilidades para investimentos em infraestrutura (sobretudo transportes e energia) e
seguir.
setores industriais específicos (como a indústria de base).

Houve a necessidade de conceder incentivos (concessão de terrenos industriais, isenção de impostos e financiamentos).
Também foi fundamental desenvolver, para os bens não essenciais, uma prática de protecionismo industrial, com novas tarifas
Saiba mais
aduaneiras e uma nova política cambial.

Entenda A estratégia brasileira de privilegiar as rodovias em detrimento das ferrovias.

O Estado também participou diretamente em investimentos nas indústrias de insumos básicos (siderurgia, mineração,
petroquímica) e em infraestrutura.

Qual o resultado de todas essas práticas? Diferentes setores industriais tiveram um crescimento exponencial, substituindo,
paulatinamente, a importação de máquinas e equipamentos.
 Kubitschek privilegiou as rodovias como meio de transporte e criou importantes meios de comunicação (rodovias Belém-
Brasília, Brasília-Rio Branco e Cuiabá-Porto Velho), buscando a meta de integração territorial.

O presidente entendeu que havia a necessidade de integrar o país e o fez por meio de rodovias, cuja construção é mais barata,
mas é um meio de transporte caro, por conta do preço do combustível e da constante falta de manutenção nas estradas. Hoje,
a maioria da carga é transportada por esse meio de transporte caro, em vez de ferrovias ou hidrovias, muito mais baratas.

Após a implantação do regime militar, houve uma


Variação da Taxa de Crescimento do PIB do Brasil. (Fonte: Wikipedia/ adaptado pela
reorganização institucional da política industrial, cujas autora)

modificações mais destacáveis estão presentes na figura ao

lado.
Nesse meio tempo era preciso empregar as pessoas, certo? Havia, e ainda há, uma necessidade imensa de ocupar as pessoas,
sobretudo aquelas com pouca qualificação. Para atender a essa demanda, a política do regime foi realizar grandes obras

Reorganização institucional da política industrial pós regime militar. (Fonte: Autora)
públicas que pudessem absorver a mão de obra barata.

A partir de então, a indústria nacional passou a

experimentar mais um ciclo de rápido crescimento
industrial, com a expansão do mercado interno e o incentivo
às exportações de produtos industrializados (e não mais
agrários). É bom deixar claro que novamente coube ao
A imprensa da época chamava esses grandes empreendimentos de “obras
Estado a promoção dos investimentos industriais. Como faraônicas”: foram construídas as hidrelétricas de Tucuruí, Balbina e Itaipu,
eram feitos os investimentos? Havia interessantes formas
de apoio à formação de capital na indústria, reunidos na a rodovia Transamazônica (BR-230), as usinas nucleares de Angra, a ponte

Investimentos feitos pelo Estado a fim de apoiar à formação de capital na indústria. figura  ao lado.
(Fonte: Autora) Rio-Niterói, a Ferrovia do Aço e o projeto de minério de ferro de Carajás e de
celulose de Jari.
Os resultados dessas práticas econômicas fizeram o país avançar. Você já ouviu falar em Milagre Econômico? É o nome dado
ao período entre 1969 e 1973, quando as taxas de crescimento do Brasil foram significativas.

É importante destacar que o crescimento foi bom para o Brasil, mas foi melhor ainda para os empresários. O funcionamento do
plano macroeconômico dependeu de arrocho salarial para os operários, ou seja, houve forte contenção dos salários a partir da
mudança da fórmula que previa o reajuste da remuneração pela inflação, o que levou a perdas reais para os trabalhadores. E

"De fato, nesta época, o país conseguiu crescer quem iria a público reclamar? O regime tinha um forte aparato repressivo que impedia, de fato, greves e manifestações
sindicais.
exponencialmente, cerca de 10% ao ano, e atingiu, em 1973,
uma marca recorde do Produto Interno Bruto (PIB), que Foi um período de aumento das diferenças entre ricos e pobres, ou seja, a desigualdade social aumentou bastante e não podia
haver manifestação da população mais pobre, que correria o risco da acusação de práticas comunistas.
aumentou 14%. O avanço veio acompanhado também de
uma forte queda de inflação"
- (SANZ, 2017).
Saiba mais

Entenda a Obra de infraestrutura do Brasil na ditadura.

Na figura a seguir observe o ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto. O gráfico mostra a variação do PIB em relação ao
ano anterior. Repare que entre os anos de 1968 e 1976 o ritmo de crescimento foi bastante alto. Quando comparamos esses Saiba mais
dados com os anos da década de 1980 é possível ver o quanto eles foram expressivos.
Conheça O lado obscuro do “milagre econômico” da ditadura: o boom da desigualdade.
Foram feitos grandes empréstimos para permitir os
investimentos públicos nas áreas de infraestrutura
econômica e social (energia, transportes, comunicações,
urbanização e saneamento básico, etc.), bem como de
investimentos diretos das empresas estatais nas indústrias
de base, principalmente mineração e exploração de petróleo,
siderurgia, química, petroquímica e fertilizantes, e nas
indústrias de armamentos e aeronáutica.

Observe a variação do índice de Gini, um indicador que

mede a distribuição de renda. Quanto mais perto de zero, Saiba mais
menos concentrada é a renda. Verifique que, entre os anos

Variação do índice de Gini /Os números da economia no regime militar. (Fonte: O
de 1960 e 1991, o índice ficou mais longe de zero. Globo) Conheça A maior e mais ousada iniciativa do nacional‑desenvolvimentismo.

Atividade
"O governo militar, quando assume em 1964, enfrenta um
1. Ao longo do tempo, diferentes empreendedores foram desenvolvendo atividades econômicas e algumas foram mais
período de bastante desorganização da economia, com dominantes do que outras. Por isso, é comum utilizar-se o termo “ciclo econômico” para se referir aos acontecimentos da História

desequilíbrio fiscal, inflação alta e desemprego. [...] Eles do Brasil.

conseguiram modernizar a economia, mas isso teve um alto A qual ciclo econômico se deve o impulso do processo de industrialização brasileiro?

preço, que acabou sendo pago após a redemocratização, a) Borracha.

como hiperinflação e dívida externa estratosférica", diz b) Pau-brasil.

c) Açúcar.
Vinicius Müller, professor de história econômica do Insper, à d) Café.

BBC News Brasil" e) Algodão.

- (BARRUCHO, 2018).

2. UESPI 2013.
Com o II Plano Nacional de Desenvolvimento (1975-1979), o Estado articulou uma nova fase de investimentos públicos e
Sob a presidência de Juscelino Kubitschek (1955-1961), a nação brasileira assistiu à criação de Brasília – considerada, pela
privados nas indústrias de insumos básicos (siderurgia e metalurgia dos não ferrosos, química e petroquímica, fertilizantes,
UNESCO, patrimônio cultural da humanidade – e vivenciou:
cimento, celulose e papel) e bens de capital (material de transporte e máquinas e equipamentos mecânicos, elétricos e de
comunicações), além de investimentos públicos em infraestrutura (energia, transportes e comunicações).
a) Momentos de euforia resultantes, em boa parte, da política desenvolvimentista de incremento à indústria nacional e aumento do poder
aquisitivo da classe média.
Qual era o objetivo? Completar a estrutura industrial brasileira e criar capacidade de exportação de alguns insumos básicos,
b) Importante papel político para a aproximação dos países da América Latina com os Estados Unidos, em vista da estratégica posição do
embora dificuldades de financiamento, sobretudo do investimento privado. Brasil no Atlântico Sul.
c) Época de forte repressão política ao operariado e descaso para com a interiorização do desenvolvimento econômico.
d) Um período predominantemente liberal, em termos econômicos, o que pode ser exemplificado pelo início da construção da
Companhia Siderúrgica Nacional.
e) Uma forte recessão econômica, quando a indústria nacional não deu sinais de crescimento e o poder aquisitivo da classe média caiu.
3. Adaptado de UFMT 2013.

"A primeira foi uma fase de desenvolvimento industrial dependente da agricultura de exportação, que induzia o crescimento da
produção industrial à medida que criava mercado, gerava capacidade de importar e estimulava a formação de capital."

(SUZIGAN, W. Indústria brasileira: origem e desenvolvimento. São Paulo: Brasiliense, 1986.)

Uma característica que se destaca na economia agroexportadora brasileira na primeira metade do século XX está relacionada:
Próxima aula

a) À proximidade entre base produtiva e estrutura de consumo da economia.

Regionalização brasileira.
b) Ao atendimento, pelas importações, de parte majoritária da demanda interna.
c) À estrutura de consumo interno pautada por igualdade na distribuição de renda.
d) À existência de grande diferença entre a base produtiva (produtos para exportação) e a estrutura de demanda, que precisava ser
atendida pelas importações.
Explore mais
e) À necessidade de se deslocar a concentração das atividades industriais do Sudeste para o Nordeste do Brasil.

Assista ao vídeo e leia o artigo:

Industrialização brasileira
Notas
Industrialização brasileira: de Vargas a FHC

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Referências
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BARRUCHO, L. 50 anos do AI-5: os números por trás do 'milagre econômico' da ditadura no Brasil. BBC Brasil. 13/12/2018.
Disponível em BBC. Acesso em: 27 dez. 2018.

COSTA, A. A.; FARIAS, P. S. C. Formação Territorial do Brasil. Campina Grande: EdUEP, 2009.

COSTA, T. M. O Estado e o Mundo no processo de industrialização do Brasil (1930-1951). 2010. Monografia. Instituto de
Economia. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: Pantheon UFRJ. Acesso em: 10 dez.
2019.

FAUSTO, B. A história do Brasil. 2. ed. São Paulo: Edusp - Fundação do Desenvolvimento da Educação, 1995.

MALAN, P.; BONELLI, R.; ABREU, M.; PEREIRA, J. E. Política Econômica Externa e Industrialização no Brasil, 1939/52. Relatório
de Pesquisa, n. 36. Rio de Janeiro: IPEA/INPES, 1977.

SANZ, B. O lado obscuro do ‘milagre econômico’ da ditadura: o boom da desigualdade. El País – Brasil. 28/11/2017.
Disponível em El País. Acesso em: 27 dez. 2018.

TOKUNAGA, L. G. Governo de Juscelino Kubitschek. Racha Cuca. Disponível em Racha Cuca. Acesso em: 27 dez. 2018.