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FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS PIAUIENSE – FACAPI

PÓLO CAMPO MAIOR-PI


COORDENAÇÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA
PROFESSOR MESTRE MARCELO ALVES DOS REIS

DISLEXIA E SEU REFLEXO NA EVASÃO ESCOLAR

MARIA ELOÁ DE OLIVEIRA

CAMPO MAIOR-PI
2023
MARIA ELOÁ DE OLIVEIRA

DISLEXIA E SEU REFLEXO NA EVASÃO ESCOLAR

Pré-Projeto de Pesquisa apresentado a Coordenação


do Curso de Pedagogia da Faculdade de Ciências
Aplicadas Piauiense – FACAPI, sob orientação do
Professor Mestre Marcelo Alves dos Reis, como
requisito para a obtenção de nota.

CAMPO MAIOR – PI
2023
SUMÁRIO

Sumário
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
2. PROBLEMA DE PESQUISA...............................................................................................3
3. HIPÓTESE (S).......................................................................................................................3
4. JUSTIFICATIVA...................................................................................................................4
5. OBJETIVOS...........................................................................................................................4
5.1 Objetivo Geral:.....................................................................................................................4
5.2 Objetivos Específicos:..........................................................................................................4
6. REVISÃO TEÓRICA............................................................................................................5
7. METODOLOGIA..................................................................................................................9
7.1 Tipo de pesquisa quanto à abordagem...............................................................................9
7.2 Pesquisa quanto ao desenvolvimento..................................................................................9
7.3 Tipo de pesquisa quanto aos objetivos..............................................................................10
7.4 Local da pesquisa...............................................................................................................10
7.5 Sujeitos da pesquisa...........................................................................................................10
7.6 Coleta de dados...................................................................................................................10
8. CRONOGRAMA.................................................................................................................11
10. RECURSOS........................................................................................................................12
11. REFERÊNCIAS.................................................................................................................13
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1. INTRODUÇÃO
É de conhecimento geral que no processo de ensino-aprendizagem no ambiente
escolar são enfrentados muitos desafios, entre estes destacamos as dificuldades
encontradas no trabalho com pessoas diagnosticadas com Dislexia.
Dislexia é uma temática do qual os docentes dispõem de pouca apropriação,
mesmo este sendo um tema muito estudado e debatido no meio cientifico, e como
consequência disso muitas vezes este déficit acaba por passar desapercebido ou
confundido com outro déficit, dificuldade ou transtorno. Como afirmam Soares et al
(2018):
a dislexia, embora temática muito debatida, muito publicada, ainda é objeto
de pouca apropriação por parte de professores e professoras, tanto pelos que
estão em formação quanto pelos que já se encontram no exercício da
profissão. Muitos até constatam o atraso escolar de seu aluno. E muitos,
infelizmente, nem percebem o baixo desempenho de algum membro de seu
alunado. Entre os que percebem as dificuldades dos educandos, alguns acham
que se trata de uma imensa preguiça, de falta de atenção ou ausência de
motivação para aprender. (p. 03)

Seguindo essa mesma linha de raciocínio, Liana (2012) afirma que a dislexia
pode passar despercebida devido a conflitos linguísticos em sujeitos que têm dificuldade
em aprender, organizar e decompor a linguagem escrita e falada. Dessa maneira estes
indivíduos acabam sendo rotulados em um ambiente que poderia ser acolhedor e de
convívio, como deve ser uma escola.
Dessa maneira podemos mensurar a dificuldade a mais que os indivíduos com
dislexia enfrentam, uma vez que sem o conhecimento do déficit não se é aplicado
metodologias adequadas as necessidades do sujeito, deste modo prejudicando o
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.
Nas palavras de Soares (2018) et al, dislexia é “um distúrbio de aprendizagem
e seus sintomas são dificuldades de leitura e escrita, compreensão e soletração das
palavras.” (p. 05) e completa afirmando que:
Frequentemente, nos disléxicos pode ocorrer uma grande dificuldade na parte
de leitura, ocasionando a queixa de falta de concentração, de atenção e de
compreensão. É comum ouvirmos relatos de pessoas com dislexia de que tem
sido bastante difícil a leitura de um livro inteiro ou mesmo de um artigo
completo. [..] E mesmo aqueles que conseguiram, desde muito cedo,
desenvolver a leitura de modo mais satisfatório, nos primórdios de seu
aprendizado executavam a leitura de forma bastante lenta, tendo de reler
várias vezes para atingir a certeza de que estavam entendendo corretamente o
texto lido. Mesmo assim, naqueles alunos disléxicos que atingem um bom
nível de leitura, a interpretação de textos que contenham palavras não usuais
é uma dificuldade constante. (p.05)
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Considerando as dificuldades enfrentadas por pessoas disléxicas e na


informação de que poucos professores detêm conhecimento sólido acerca da dislexia,
ocorreu-nos a curiosidade acerca de casos de evasão escolar em decorrência dos
impasses que os disléxicos encontram no processo de aprendizagem.
Ceratti (2008) conceitua o termo evasão escolar como “resultado do fracasso
escolar do estudante e da própria instituição escolar” (p. 03) sendo esta uma situação
problemática que é provocada por uma série de fatores.
Diversas são os fatore que ocasionam a evasão escolar e na sua pesquisa a
autora menciona que:
Na procura pelas causas do fracasso escolar alguns estudos já mostraram que
os fatores vinculados aos alunos, como: suas capacidades, sua motivação ou
sua herança genética são determinantes. Outras perspectivas, pelo contrário,
deram ênfase principalmente aos fatores sociais e culturais. O fato de que as
classes socialmente desfavorecidas apresentem uma porcentagem superior de
fracasso reforça tal posição. Existem também visões alternativas que situam,
em segundo plano, os fatores individuais e sociais e atribuem a
responsabilidade maior ao próprio sistema educacional, ao funcionamento
das escolas e ao estilo de ensino dos professores. (CERATTI, p. 22)

Dentre estes fatores enfatizamos a presença de transtornos e dificuldades de


aprendizagem, o que pode vir a causar uma certa desmotivação nos estudos, entretanto,
como mencionado anteriormente, muitas vezes não é detectado. Sendo estas
dificuldades é frequentemente vista como uma falha por parte do aluno, como se fosse
intencional. A falta de atenção a esta questão pode facilmente levar os alunos a
tornarem-se apáticos na sua aprendizagem. Portanto, esse jovem pode sofrer acusações
maciças que atrapalham seu progresso. 
O ensino adaptativo está ganhando força para enfrentar esse problema, pois
oferece soluções de aprendizagem mais personalizadas de acordo com o perfil do aluno
e dá a ele opções para aprender da melhor maneira possível. Essa compreensão é
essencial para uma melhor compreensão dos perfis e desafios dos alunos, permitindo
ajustes nos métodos de ensino. 
A escolha por esta temática ocorreu através do contato da pesquisadora durante
uma discursão em sala de aula acerca da temática déficits de aprendizagem, sendo que a
mesma se interessou e teve maior afinidade especificamente com a dislexia. Ocorrendo-
nos os seguintes questionamentos: As dificuldades provenientes da dislexia podem levar
a evasão escolar? Quais as metodologias que os professores utilizam com indivíduos
disléxicos? Quais as maiores dificuldades enfrentadas pelos disléxicos no processo de
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ensino-aprendizagem? Sendo estas as questões que irão nortear o desenvolvimento


desse projeto cientifico.
Tomando como base os ideais apresentados nas pesquisas dos autores
mencionados e demais autores que serão discutidos no decorrer desta pesquisa, este
projeto de pesquisa visa investigar o processo de aprendizagem dos disléxicos
considerando as dificuldades e métodos de ensino e de que forma esses pormenores
podem vir a contribuir para a evasão escolar; identificar as dificuldades enfrentadas
pelos alunos disléxicos no processo de ensino aprendizagem, conhecer as metodologias
utilizadas pelos professores com alunos disléxicos, analisar se as dificuldades
acarretadas pela dislexia pode levar a evasão escolar e quais os fatores que podem vir a
contribuir com esse fenômeno.
A fundamentação teórica deste trabalho investigativo será dividida em três
partes, onde será discutido acerca da dislexia e dificuldades enfrentadas no processo de
ensino-aprendizagem, a metodologia do professor com o aluno com dislexia e a evasão
escolar versus dislexia.
A pesquisa será realizada em campo com a abordagem qualitativa visando uma
proposta de estudo exploratório. Sendo que será utilizado como instrumento de coleta
de dados uma entrevista semiestruturada e observação. Os sujeitos da pesquisa serão
professores que lecionam a alunos com dislexia nas turmas de sexto e sétimo ano, em
escolas da rede pública de ensino na zona urbana de Campo Maior- PI.
Dessa forma a relevância da pesquisa está em investigar o processo de ensino-
aprendizagem dos dislexos evidenciando as dificuldades e se isso pode contribui com a
evasão. De maneira a nos permitir conhecer um pouco sobre a realidade dos disléxicos
nas salas de aula das escolas públicas na cidade de Campo Maior.

2. PROBLEMA DE PESQUISA
As dificuldades enfrentadas por disléxicos no processo de ensino-
aprendizagem podem contribuir com a evasão escolar?

3. HIPÓTESE (S)
A hipótese a ser verificada nesse estudo é de que no âmbito educacional há
casos de evasão em decorrência da dislexia, entretanto é esperado que os docentes
enquanto mediadores da aprendizagem busquem continuamente metodologias e
maneiras de evitar essa ocorrência.
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4. JUSTIFICATIVA
A escolha por esta temática ocorreu através do contato da pesquisadora durante
uma discursão em sala de aula acerca da temática déficits de aprendizagem, sendo que a
mesma se interessou e teve maior afinidade especificamente com a dislexia. Ocorrendo-
lhe questionamento e curiosidade acerca das dificuldades provenientes da dislexia,
metodologia utilizada com alunos disléxicos e se a dislexia pode vir a ocasionar a
evasão escolar. Nessa perspectiva objetivamos através dessa pesquisa exploratória
investigar e consequentemente conhecer a realidade dos alunos disléxicos dentro das
escolas municipais de Campo Maior-PI.

5. OBJETIVOS

5.1 Objetivo Geral:


Investigar o processo de aprendizagem dos disléxicos considerando as
dificuldades e métodos de ensino e de que forma esses pormenores podem vir a
contribuir para a evasão escolar.

5.2 Objetivos Específicos:


 Identificar as dificuldades enfrentadas pelos alunos disléxicos no processo de
ensino-aprendizagem;
 Conhecer as metodologias utilizadas pelos professores com alunos disléxicos;
 Analisar se as dificuldades acarretadas pela dislexia podem levar a evasão
escolar e quais os fatores que podem vir a contribuir com essa ocorrência.
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6. REVISÃO TEÓRICA
No âmbito educacional a cada dia há um crescente número de crianças com
necessidades educativas especiais, seja transtornos, déficits ou dificuldades de
aprendizagem. Dentre estes discutimos no discorrer deste trabalho investigativo a
dislexia, uma disfunção que compromete a aprendizagem mais especificamente no
processo de leitura e escrita.
Falando de dislexia Rodrigo E Ciasca, (2016) afirmam que:
A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem, de origem
neurológica. Acomete pessoas de todas as origens e nível intelectual e
caracteriza-se por dificuldade na precisão (e/ou fluência) no reconhecimento
de palavras e baixa capacidade de decodificação e de soletração. Essas
dificuldades são resultado de déficit no processamento fonológico, que
normalmente está abaixo do esperado em relação a outras habilidades
cognitivas. Problemas na compreensão e reduzida experiência de leitura
normalmente são as consequências secundárias desse transtorno. (p.87)

Tomando como base estes ideais podemos definir dislexia como um


transtorno neurológico que afeta a capacidade de leitura, escrita e compreensão de
certos indivíduos. Pode vir a causar uma série de dificuldades no processo de ensino
aprendizagem, tornando-o desafiador para disléxicos. Sendo um dos principais
problemas enfrentados por pessoas com dislexia a dificuldade em decodificar e
identificar palavras, o que pode afetar a fluência na leitura e a compreensão do texto.
Assim como também pode vir a impactar negativamente na habilidade de escrita,
tornando difícil para o disléxico se expressar na forma escrita.
Embora as causas exatas da dislexia ainda não estejam totalmente claras,
estudos com neuroimagem demonstram que há diferenças no desenvolvimento e
funcionamento cerebral. Também há um forte indicativo de componente genético, uma
vez que muitas das crianças com dislexia têm pais e irmãos com o mesmo transtorno.
Rodrigo e Ciasca (2016), confirmam estes dados ao relatar que ainda não se
sabe com exatidão quais são as causas da dislexia. No entanto, pesquisas com
neuroimagem apontam para a existência de diferenças no desenvolvimento e
funcionamento cerebral de pessoas com dislexia. Além disso, há fortes indícios de que
fatores genéticos também estão envolvidos nesse transtorno neurológico, já que mais de
50% das crianças com dislexia têm pais ou irmãos com o mesmo transtorno, indicando
uma predisposição hereditária. Dessa forma, a presença de um histórico familiar de
dislexia aumenta a probabilidade de desenvolvimento do transtorno.
Isso sugere que a presença de um pai ou irmão com dislexia aumenta a
probabilidade de ocorrência do transtorno. Outros fatores, como baixo peso ao nascer,
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exposição a toxinas pré-natais e problemas de saúde mental, também podem contribuir


para o desenvolvimento da dislexia, embora as pesquisas ainda precise confirmar essas
relações de causa e efeito. Em outras palavras, enquanto as causas exatas da dislexia
ainda precisam ser completamente compreendidas, evidências sugerem que fatores
genéticos e neurobiológicos desempenham um papel significativo nesse transtorno.
As autoras ainda complementam salientando que normalmente, os fatores de
risco para a dislexia são detectados numa fase precoce, quando se observam
dificuldades na consciência fonológica, na fala e posteriormente no reconhecimento das
letras. Mais tarde, a dificuldade de decodificar palavras pode prejudicar outros aspectos
da leitura como na ortografia e fluência, expressão escrita e, em alguns casos,
matemática. Para esta última habilidade, pesquisas indicam que pode haver uma relação
entre déficits de processamento e consciência fonológica com atraso aritmético. A
matemática não parece ser tão óbvia nos estágios iniciais da alfabetização, mas piora
com o tempo. Assim, jovens com dislexia podem ter dificuldades com conceitos
matemáticos básicos que não são esperados com base em sua idade e nível de
escolaridade.
Partindo desse pressuposto podemos mencionar outras dificuldades que
incluem a organização do pensamento, a memorização de informações, a capacidade de
acompanhar instruções complexas e a habilidade de interpretar e aplicar conceitos
matemáticos.
Ao falarmos de dislexia é comum associarmos a ocorrência desta apenas em
crianças, entretanto esta é uma dificuldade que quando não diagnosticada e
acompanhada nos anos iniciais acomete a vida adulta trazendo prejuízos em
determinadas áreas da vida do indivíduo. Isso ocorre porque os sintomas da dislexia
podem ser confundidos com outros problemas de aprendizagem ou simplesmente não
reconhecidos, dessa forma o diagnóstico vindo a ocorrer tardiamente ou até mesmo vir a
ocorrer.
Em concordância a esta afirmativa Rodrigo e Ciasca, (2016) mencionam:
Na fase adulta, a evolução da dislexia é variada e os estudos, quando
comparados à infância e adolescência, são escassos. Sabe-se, porém, que há
indivíduos que conseguem concluir o ensino superior, quando recebem
intervenção adequada. Porém, outros abandonam a escola muito cedo, muitas
vezes sem sequer receber o diagnóstico. Infelizmente, no nosso meio, esse
segundo grupo é mais comum. Isso porque, na prática clínica, o que se
observa é que a dificuldade com a leitura e escrita normalmente é identificada
ainda na fase precoce e, a partir desta, se inicia um longo percurso de
avaliações isoladas, com especialistas variados. (p.88)
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Neste sentindo, fica claro que na fase adulta, a dislexia pode afetar
negativamente várias áreas da vida, como o trabalho, o estudo, a leitura e a
compreensão de informações escritas. A pessoa com dislexia pode ter dificuldades para
ler e escrever, para entender instruções escritas, para lembrar de nomes, datas e
números, e para organizar ideias e informações de forma clara e coesa.
No entanto, é importante destacar que a dislexia não impede o sucesso na vida
adulta. Muitas pessoas com dislexia bem-sucedidas encontram maneiras de superar as
dificuldades que enfrentam e continuar a crescer em todas as áreas da vida. O apoio
adequado, incluindo a identificação precoce do transtorno, o suporte emocional e
psicológico, e as práticas educacionais adaptativas podem ajudar adultos com dislexia a
superar seus desafios e alcançar todo o seu potencial.
Para os professores, pode ser desafiador ensinar alunos com dislexia, uma vez
que as estratégias de ensino tradicionais podem não funcionar para esses alunos. O uso
de material didático acessível, como textos com fonte maior ou em áudio, bem como a
adaptação de exercícios para ajudar a reforçar a aprendizagem, podem auxiliar esses
alunos a superar suas dificuldades.
Neste contexto destacamos o posicionamento de Bello e Ribeiro (2021), que
apontam:
Se faz imprescindível mencionar o papel do professor ao abrirmos dialogo
sobre a dislexia. O professor tanto antes do diagnóstico, como após, possui
papel importante na vida do indivíduo disléxico. [..] este distúrbio apresenta-
se de maneira mais acentuada nos primeiros anos da educação escolar da
criança, ou seja, na maioria das vezes o docente tem como tarefa observar o
desenvolvimento de seu aluno, observando os sintomas para compreender se
este apresenta dificuldade ao que é ensinado devido à falta de atenção ou
falta de interesse ou se seu embaraço é desencadeado por algo além do que é
ensinado em sala.[..]. O docente precisa ter preparo e discernimento de seu
papel para agir de forma adequada acionando família e escola quanto ao
possível diagnostico sobre as dificuldades do aluno, buscando assim formas
de colaborar com o desenvolvimento não apenas social da criança, como
também para uma compreensão de si mesmo. (p. 09)

Partindo desse pressuposto é imprescindível ficarmos cientes acerca da


importância de conscientização sobre a dislexia e o apoio de professores e familiares,
uma vez que estes são fundamentais para garantir que os disléxicos possam ter uma
experiência de aprendizado bem-sucedida e superar as dificuldades que enfrentam.
A dislexia é um transtorno que pode afetar significativamente a vida escolar
de uma criança ou adolescente. Infelizmente, muitas pessoas com dislexia acabam
abandonando a escola ou sendo reprovadas repetidamente devido às suas dificuldades
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de aprendizagem. Isso pode levar à evasão escolar, que é uma grande preocupação para
educadores, pais e profissionais de saúde. As dificuldades de leitura, escrita e
compreensão são algumas das principais causas do fracasso escolar em crianças e
adolescentes com dislexia. Essas dificuldades podem levar à baixa autoestima,
ansiedade e estresse, o que pode tornar a frequência escolar ainda mais difícil. Além
disso, a falta de reconhecimento do transtorno por parte dos professores e outros
profissionais da escola pode fazer com que esses alunos não recebam o suporte
adequado para lidar com suas dificuldades.
Para evitar a evasão escolar de crianças e adolescentes com dislexia, é crucial
investir em diagnóstico precoce, identificação de necessidades especiais e apoio
individualizado. É preciso reconhecer a dislexia como uma condição neurológica real e
fornecer recursos educacionais e emocionais adaptativos. Em última análise, é
responsabilidade de todos - pais, professores e profissionais de saúde - trabalhar juntos
para garantir que todas as crianças e adolescentes tenham acesso a uma educação justa e
inclusiva.
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7. METODOLOGIA

7.1 Tipo de pesquisa quanto à abordagem


A pesquisa adotará uma metodologia de abordagem qualitativa a qual
Prodanov e Freitas (2013) discorrem que:
considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é,
um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito
que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a
atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa.
Esta não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é
a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. Tal
pesquisa é descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados
indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de
abordagem. (p. 70)

O autor ainda completa este pensamento salientando que numa abordagem


qualitativa, a pesquisa tem o ambiente como fonte imediata de informação. O
pesquisador tem uma ligação direta com o ambiente e o objeto de pesquisa, o que exige
um trabalho de campo mais intenso. Nesse caso, as questões são estudadas no ambiente
em que são apresentadas, sem manipulação intencional por parte do pesquisador. A
utilização desse tipo de abordagem difere da quantitativa por não utilizar os dados
estatísticos como foco do processo de análise do problema, de forma que não tem como
prioridade a numeração ou unidades de medida. Os dados coletados nesses estudos são
descritivos e descrevem o máximo possível de elementos existentes na realidade
investigada.

7.2 Pesquisa quanto ao desenvolvimento


Esta investigação será desenvolvida por meio de uma pesquisa de campo, a
qual Prodanov e Freitas (2013), define como:
aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou
conhecimentos acerca de um problema para o qual procuramos uma resposta,
ou de uma hipótese, que queiramos comprovar, ou, ainda, descobrir novos
fenômenos ou as relações entre eles. Consiste na observação de fatos e
fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles
referentes e no registro de variáveis que presumimos relevantes, para analisá-
los. (p. 59)

A pesquisa será desenvolvida em dois momentos, inicialmente com uma


entrevista e posteriormente com uma observação, em escolas com disléxicos.
Desse trabalho cientifico espera-se conhecer o processo de ensino-
aprendizagem da dislexia, destacando as dificuldades e se estas podem contribuir para a
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evasão escolar. De modo a nos permitir conhecer um pouco sobre a realidade dos
disléxicos nas salas de aula das escolas públicas na cidade de Campo Maior.

7.3 Tipo de pesquisa quanto aos objetivos


Esta pesquisa quanto aos objetivos é classificada como exploratória, a qual Gil
(2002) aponta que este é um tipo de pesquisa que têm como objetivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir
hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o
aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições.
Oliveira (2011), completa o posicionamento de Gil ao afirmar que nesses
estudos, nem sempre é necessário formular hipóteses. Eles permitem aumentar a
consciência dos fatos da pesquisa, o que permite uma formulação mais precisa de
problemas, novas hipóteses e novas pesquisas mais estruturadas. Nessa situação, a
estrutura do estudo deve ser flexível o suficiente para poder analisar vários aspectos
relacionados ao fenômeno.

7.4 Local da pesquisa


O ambiente onde a pesquisa decorrerá será em turmas de 6º e 7º ano, em
escolas públicas municipais na zona rural de Campo Maior-PI. Onde a pesquisadora
realizará uma entrevista semiestruturada com os professores de alunos diagnosticados
com dislexia. E em seguida realizará uma observação em sala de aula do trabalho que os
docentes desenvolvem com alunos disléxicos.

7.5 Sujeitos da pesquisa


Almejamos coletar informações e dados de docentes de turmas de 6º e 7º ano
com alunos diagnosticados com dislexia em escolas públicas municipais de Campo
Maior-PI.
Os docentes entrevistados serão elucidados pela pesquisadora, de forma oral,
acerca do estudo em questão, os objetivos e relevância da pesquisa, assim como também
será assegurado os cuidados éticos em relação ao participante.

7.6 Coleta de dados


Nesta pesquisa serão utilizados dois instrumentos de coletas de dados:
entrevista e observação. Sendo que inicialmente será feito um levantamento com o
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objetivo de identificar em quais escolas estão os sujeitos da pesquisa. Identificando-os


será aplicado a entrevista e em seguida será feito a observação na sala de aula.
Gil (2008), define entrevista como:
a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe
formula perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à
investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interação social. Mais
especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes
busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação. (p. 109)

Este mesmo autor elucida observação nas seguintes palavras:


A observação constitui elemento fundamental para a pesquisa. Desde a
formulação do problema, passando pela construção de hipóteses, coleta,
análise e interpretação dos dados, a observação desempenha papel
imprescindível no processo de pesquisa. É, todavia, na fase de coleta de
dados que o seu papel se torna mais evidente. A observação é sempre
utilizada nessa etapa, conjugada a outras técnicas ou utilizada de forma
exclusiva. Por ser utilizada, exclusivamente, para a obtenção de dados em
muitas pesquisas, e por estar presente também em outros momentos da
pesquisa, a observação chega mesmo a ser considerada como método de
investigação. (GIL. 2008. p. 100)

Em concomitância a esses ideais Thiollent (1947), aponta que na elaboração de


roteiros de entrevistas, questionários ou outros instrumentos de coleta de dados, sempre
se coloca a questão do papel dos elementos explicativos, que estão relacionados ao
recebimento de informações detalhadas dos entrevistados, em pesquisas alternativas.
Acreditamos que o objetivo de tais elementos não seja direcionar as respostas de acordo
com as expectativas dos pesquisadores, mas sim destrinchar as pessoas para que não
respondam simplesmente "simples", ou seja, como se suas respostas fossem apenas um
reflexo do senso comum, em razão de efeitos do condicionamento da mídia.
"Explicações" são oferecidas aos entrevistados para que eles possam desempenhar um
papel ativo no estudo. “As explicações consistem em sugerir comparações ou outros
tipos de raciocínio sem julgamento que permitem aos respondentes considerar uma
opinião individual ou coletiva em relação a fatos observados, cuja interpretação é
questionável.

8. CRONOGRAMA

ETAPAS Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Ou Nov Dez
t
Levantamento X X
bibliográfico
Defesa do pré- X
projeto
12

Coleta de dados X X

Tabulação e X X X
análise dos dados
Revisão e X
redação final
Defesa X

10. RECURSOS
Os recursos da pesquisa serão financiados pela pesquisadora.
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11. REFERÊNCIAS

BELLO. Karina de Morais; RIBEIRO.Vanessa Alves, Metodologias de ensino no


processo de ensino aprendizagem de alunos com dislexia no ensino fundamental.
In: Revista Cosmos Acadêmico. Espirito Santo. 2021. Disponível em:
< https://multivix.edu.br/wp-content/uploads/2021/06/revista-cosmos-academico-v02-
n02-artigo01.pdf> Acesso em: 13/04/2023 ás 22:34 hs.

CERATTI. Márcia Rodrigues Neves, Evasão Escolar: causas e consequências.


Paraná. 2008. Disponível em: <
http://www.educacao.go.gov.br/imprensa/documentos/arquivos/15%20-%20Manual
%20de%20Gest%C3%A3o%20Pedag%C3%B3gico%20e%20Administrativo/
2.10%20Combate%20%C3%A0%20evas%C3%A3o/EVAS%C3%83O%20ESCOLAR
%20-%20CAUSAS%20E%20CONSEQU%C3%8ANCIAS.pdf > Acesso em:
10/04/2023 às 22:34 hs.

GIL, Antônio Carlos, Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. - São Paulo: Atlas,
2002.

GIL, Antonio Carlos, Métodos e técnicas de pesquisa social . 6. ed. - São Paulo: Atlas,
2008.

LIMA. Iris Giana Soares, A dislexia e o contexto escolar. In: Anhanguera Educacional.
Vol. X. N º. N. p 1-15, 2012. Disponível em: <
http://www.pixfolio.com.br/arq/1401825967.pdf> Acesso em: 05/04/2023 às 20:00 hs.

OLIVEIRA, Maxwell Ferreira de. Metodologia científica: um manual para a


realização de pesquisas em Administração. Catalão: UFG, 2011. 72 p.: il.
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PRODANOV, Cleber Cristiano. Metodologia do trabalho científico [recurso


eletrônico] : métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. – Novo
Hamburgo: Feevale, 2013.

RODRIGUES, Sônia das Dores; CIASCA, Sylvia Maria. Dislexia na escola:


identificação e possibilidades de intervenção. Rev. psicopedag.,  São Paulo ,  v. 33, n.
100, p. 86-97,   2016 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S010384862016000100010&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  12 
abr.  2023.

SOARES. José do Nascimento; AMARAL. Alany Vieira do;FERREIRA. Suênia de


Lima; SILVA. Antonio Luiz da, Dislexia e aprendizagem: uma reflexão para a
prática educativa. In: III Congresso Internacional de Educação Inclusiva & III Jornada
Chilena Brasileira de Educação Inclusiva e Direitos Humanos: Direitos Humanos,
Diversidade e Práticas Inclusivas- CINTEDI. Campina Grande – PB, 29 a 31 de agosto
de 2018. Disponível em: <
https://editorarealize.com.br/editora/anais/cintedi/2018/TRABALHO_EV110_MD1_SA
23_ID1479_30072018210045.pdf > Acesso em: 05/04/2023 às 21:00 hs.

THIOLLENT. Michel, Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo : Cortez : Autores


Associados, 1986. (Coleção temas básicos de pesquisa-ação).

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