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Estimado professor,
A primeira coisa que pensei quando li sua carta foi na nossa discussão de “O que é necessário
para ser professor?”. Mais do que nunca devemos ter, além da competência, o conhecimento, e esses
processos vão estar relacionados em preservar nossa saúde mental e na dos nossos alunos.
Infelizmente, esse cenário que estamos passando, casos de violência no ambiente escolar, está cada
vez mais preocupando o mundo, e tornando o Ser Professor cada vez mais desafiador.
Digo, parafraseando o primeiro texto que discutimos (Psicologia e Educação), que a psicologia
é um suporte para o processo de ensino-aprendizagem. Com isso, é certo que vamos trazer dúvidas,
assim como o senhor disse. Como devemos abordar essa temática da violência com as crianças? O
que nós podemos fazer se a criança demonstra medo? Até que ponto a gente pode se abrir com as
crianças sobre esse medo que nós também temos? O que fazer se a criança ficar com medo de ir à
escola? Essas todas são perguntas recheadas de receio de como envolver com uma criança sem afetar
sua sanidade.
Acontece que a escola é um espaço privilegiado para a convivência, mas que pode estar se
tornando em um espaço de insegurança. O fato é: também sentimos medo. Mas o aumento da
insegurança tanto dos pais, quanto dos educadores, prejudica também os alunos. Isso me faz lembrar
o Texto 1 do nosso exercício dos fichamentos que diz: “’Colocar-se no lugar da criança para
compreendê-la não significa alienar-se nela, mas manter a distância que facilita a compreensão
objetiva da criança e ajuda o educador no seu próprio domínio.’” Nesse sentido, podemos entender
que compartilhar o que estamos sentindo pode significar conectar com o sentimento da criança, mas
devemos fazer isso sem trazer a insegurança para ela.
Acho que antes de tudo devemos reconhecer e validar os nossos sentimentos e os dos alunos.
Nós, como adultos, podemos regular o que a gente faz com o que a gente sente, mas se negarmos o
que uma criança está sentindo, é como se estivéssemos dizendo a ela que não pode sentir aquilo.
Com isso tudo, quero dizer que concordo com você. Esse histórico de violência afeta tanto a
nós quanto os alunos. Talvez não saibamos prosseguir com tudo isso acontecendo, mas temos que
“pensar fora da caixa”.
Grande abraço!
Vitória.