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LINDB........................................................................................................4
Apresentação..............................................................................................4
Questões de Concurso..................................................................................5
Gabarito................................................................................................... 19
Gabarito Comentado.................................................................................. 20
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Apresentação
Olá, meu(minha) querido(a)!
Nossa meta aqui é abordar o Direito Civil com Exercícios. Selecionei estrategi-
camente questões de concurso e as organizei de forma que, à medida que você for
da leitura da legislação a partir das questões. Afinal de contas, mais do que saber
você for resolvendo as questões. É que você precisa adquirir memória fotográfica
da lei. Coloque um vade mecum ao seu lado e leia-o à medida que você for resol-
vendo as questões.
Um forte abraço!
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/TCE-PA/AUXILIAR/2016) Uma lei nova, oficialmente publicada,
que regula inteiramente assunto que antes era disciplinado por outra norma, nada
estabeleceu sobre a data de sua entrada em vigor e o seu prazo de vigência; foi
silente também quanto à revogação da lei mais antiga. Sessenta dias depois da
Dispositivos da lei antiga que forem compatíveis com a lei nova ainda estarão
vigentes.
gralmente matéria antes regulada por outra norma, foi publicada oficialmente sem
estabelecer data para a sua entrada em vigor e sem prever prazo de sua vigência.
Sessenta dias após a publicação oficial dessa nova lei, foi ajuizada uma ação em
que as partes discutem um contrato firmado anos antes sobre o assunto objeto das
referidas normas. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o seguin-
sobre determinado assunto, publicou-se oficialmente nova lei que estabelece dis-
posições especiais acerca desse assunto. Nada ficou estabelecido acerca da data
em que essa nova lei entraria em vigor nem do prazo de sua vigência. Seis meses
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partes discutiam um contrato firmado anos antes. A partir dessa situação hipotética,
Direito Brasileiro.
A nova lei começou a vigorar no país quarenta e cinco dias depois de oficialmente
a sua vigência terá início noventa dias após a data de sua publicação.
gralmente matéria antes regulada por outra norma, foi publicada oficialmente sem
estabelecer data para a sua entrada em vigor e sem prever prazo de sua vigência.
Sessenta dias após a publicação oficial dessa nova lei, foi ajuizada uma ação em
que as partes discutem um contrato firmado anos antes sobre o assunto objeto das
referidas normas. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o seguin-
Apesar de a nova lei ter revogado integralmente a anterior, ela não se aplica ao
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perior Tribunal de Justiça (STJ), cassino que funcione no exterior de forma legal
poderá cobrar, no Brasil, por dívida de jogo contraída por brasileiro no exterior.
a) histórica.
b) sistemática.
c) extensiva.
d) teleológica.
e) lógica.
PERIOR/2013) Na interpretação lógica de uma lei, parte-se da ideia de que a lei não
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lidade moderada, que permite, em alguns casos, que lei estrangeira seja aplicada
c) Por ser o direito civil ramo do direito privado, impera o princípio da autonomia
e) Dado o princípio da continuidade, a lei terá vigência enquanto outra não a modi-
que previsto expressamente, de modo que uma lei nova não pode prever a recupe-
b) Caso uma lei cujo prazo de vigência não se tenha iniciado seja novamente pu-
vacatio legis será contado a partir da primeira publicação, salvo se outra data nela
vier expressa.
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c) A contagem do prazo para a entrada em vigor das leis que estabeleçam período
de vacância deve ser feita nos termos da regra geral do direito civil, de modo a se
Civil de 1916 tem aplicação às sucessões abertas durante a sua vigência, ainda que
sobre determinado assunto, publicou-se oficialmente nova lei que estabelece dis-
posições especiais acerca desse assunto. Nada ficou estabelecido acerca da data
em que essa nova lei entraria em vigor nem do prazo de sua vigência. Seis meses
partes discutiam um contrato firmado anos antes. A partir dessa situação hipotéti-
do Direito Brasileiro.
brasileiro.
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contratantes poderá invocar a aplicação de lei posterior que lhes for mais benéfica.
d) Publicada lei para corrigir texto de lei publicado com incorreção, não haverá
novo prazo de vacatio legis, se a publicação ocorrer antes da data em que a lei cor-
de ações que discutam a validade de hipoteca que recai sobre bens imóveis situa-
rídica referente a determinado objeto envolvendo dois sujeitos, julgue o próximo item.
Se a norma jurídica regente da referida relação jurídica for revogada por norma
car-se a essa relação, ainda que não haja referência expressa à retroatividade.
a norma é extinta do sistema jurídico por outro ato normativo da mesma espécie,
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d) Pode ser promulgada nova lei sobre o mesmo assunto de norma já promulgada,
Diário Oficial.
dos todos os fatos exigidos pela lei para a obtenção do direito pretendido. Nesse
contexto, é correto afirmar que nem todo direito adquirido surge de uma relação
b) O sistema jurídico brasileiro admite que, devido ao desuso, uma lei possa deixar
de ser aplicada.
c) Na situação em que uma lei anterior e especial esteja em confronto com outra
lei geral posterior, tem-se uma antinomia de primeiro grau, perfeitamente solucio-
e) A lacuna ontológica ocorre quando existe texto legal que soluciona uma situação
de justiça.
que pode ser resolvido com a simples aplicação do critério hierárquico é classificado
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d) A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei brasileira quan-
e a equidade.
em controle difuso.
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ato normativo.
gra a aplicação da lei nova aos casos futuros, continuando a norma revogada a
sobre determinado assunto, publicou-se oficialmente nova lei que estabelece dis-
posições especiais acerca desse assunto. Nada ficou estabelecido acerca da data
em que essa nova lei entraria em vigor nem do prazo de sua vigência. Seis meses
partes discutiam um contrato firmado anos antes. A partir dessa situação hipotéti-
do Direito Brasileiro.
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lei tenha definido veículo popular como aquele com motorização até 1.6. Conside-
Caso o juiz constate erro na definição de veículo popular pela referida lei, ele po-
derá, em processo sob seu exame, corrigi-lo sob a fundamentação de que toda lei
atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
atividades comerciais para o mercado europeu, uma sociedade brasileira, com sede
fixa de quatro meses, na sede da empresa brasileira. Passados dois meses após a
data limite para o término da entrega do serviço, a empresa belga ainda não havia
to, que previa um desconto de 15% no preço total do serviço por mês de atraso.
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A empresa belga, na sua contestação, alegou que tal cláusula era inválida segundo
o direito belga.
a) O local de prestação do serviço determina qual lei deve ser aplicada, ainda que
c) A empresa belga tem razão, devendo-se aplicar as regras do país de sua sede
d) Qualquer cláusula de eleição de foro não teria efeitos, visto que o direito brasi-
contrato é o Brasil.
jurídicas, nos adágios ou brocardos, sendo todas essas expressões fórmulas conci-
transferir mais direitos do que tem é compreendido como princípio geral de direito,
d) No direito civil, não há doutrina que admita a hierarquia na utilização dos meca-
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e) Não há distinção entre analogia legis e analogia juris, uma vez que ambas se
direito.
experiência.
e) será admitida correção de texto legal apenas antes de a lei entrar em vigor.
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b) a ultratividade da norma.
c) a repristinação da norma.
sileiro e casado sob o regime legal com Maria, também brasileira, ambos residentes
e domiciliados em um país asiático, faleceu. Lúcio deixou dois filhos como herdei-
inventariar: a casa em que residia no exterior, uma casa no Brasil e dois automó-
Antes do casamento, ele residia e era domiciliado no Brasil, ao passo que ela residia
os bens de Lúcio.
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Alemanha, sem estipular o direito a ser aplicado, e esse contrato for executado no
cidade e direito de família, rege-se pela lei de seu país de origem, aplicando-se o
onde residia para Joana, sua única filha, residente e domiciliada no Brasil. Nessa
entanto, será a lei brasileira que regulará a capacidade de Joana para suceder.
cial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam con-
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GABARITO
1. E 25. Anulada
2. C 26. E
3. C 27. Anulada
4. E 28. C
5. C 29. E
6. C 30. e
7. E 31. c
8. C 32. c
9. C 33. E
10. C 34. C
11. d 35. C
12. E 36. E
13. E 37. b
14. C 38. a
15. a 39. E
16. e 40. E
17. E 41. E
18. e 42. C
19. E 43. C
20. d
21. a
22. C
23. c
24. c
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/TCE-PA/AUXILIAR/2016) Uma lei nova, oficialmente publicada,
que regula inteiramente assunto que antes era disciplinado por outra norma, nada
estabeleceu sobre a data de sua entrada em vigor e o seu prazo de vigência; foi
silente também quanto à revogação da lei mais antiga. Sessenta dias depois da
Dispositivos da lei antiga que forem compatíveis com a lei nova ainda estarão vigentes.
Errado.
Como a nova lei regulou inteiramente a matéria da lei anterior, houve revogação
tácita de toda lei anterior, com inclusão de todos os seus dispositivos, mesmo os
que eram compatíveis com a nova lei. Afinal de contas, a nova lei regulou TUDO da
lei anterior; logo, tudo dessa lei antiga está revogado. Admitir que alguns disposi-
tivos da lei antiga permanecessem em vigor, ainda que compatíveis com a nova lei,
iria desvirtuar o espírito da nova lei. Isso ocorre por força da parte final do § 1º do
art. 2º da LINDB:
A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela
incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
gralmente matéria antes regulada por outra norma, foi publicada oficialmente sem
estabelecer data para a sua entrada em vigor e sem prever prazo de sua vigência.
Sessenta dias após a publicação oficial dessa nova lei, foi ajuizada uma ação em
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que as partes discutem um contrato firmado anos antes sobre o assunto objeto das
referidas normas. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o seguin-
Certo.
matéria da lei anterior (art. 2º, § 1º, da LINDB). A nova lei entrou em vigor 45 dias
Logo, quando a ação foi ajuizada, a nova lei já estava em vigor, como diz a questão.
Em nenhum momento a questão disse que o contrato será analisado à luz da nova lei,
pois isso seria uma afirmação incorreta, diante do fato de que o contrato se sujeita ape-
nas à lei da época de sua vigência, por ser um ato jurídico perfeito (art. 6º da LINDB).
posições especiais acerca desse assunto. Nada ficou estabelecido acerca da data
em que essa nova lei entraria em vigor nem do prazo de sua vigência. Seis meses
partes discutiam um contrato firmado anos antes. A partir dessa situação hipotéti-
do Direito Brasileiro.
A nova lei começou a vigorar no país quarenta e cinco dias depois de oficialmente
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Certo.
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modi-
fique ou revogue.
(...)
a sua vigência terá início noventa dias após a data de sua publicação.
Errado.
Certo.
Certo.
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Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito,
o direito adquirido e a coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em
que se efetuou.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele,
possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição
preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba
recurso.
Errado.
O prazo de vacatio legis somente se aplica para leis, e não para atos infralegais
(decretos, regulamentos, portarias etc.) por força do art. 1º da LINDB. Alerta-se
que, quando se tratar de emenda constitucional, não se pode aplicar o art. 1º da
LINDB, pois a vacatio constitutionis (a Emenda Constitucional muda a Constituição,
e não uma lei, razão por que não se pode falar aí em vacatio legis) só pode estar
prevista em um texto constitucional. Emenda constitucional não é atingida por leis
ordinárias, como a LINDB.
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Certo.
O contrato foi firmado sob a égide da lei antiga, logo, ele tem de ser regido pela lei
antiga. Nenhuma nova lei pode discipliná-lo, pois isso seria uma retroatividade que
foi proposta posteriormente, pois o que importa é a lei vigente à época da celebra-
ção do contrato. Por isso, está correta a questão ao afirmar que a nova lei não se
Certo.
ainda não assinado pelo fato de as partes ainda estarem negociando suas cláusu-
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito,
o direito adquirido e a coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em
que se efetuou.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele,
possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição
preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
perior Tribunal de Justiça (STJ), cassino que funcione no exterior de forma legal
poderá cobrar, no Brasil, por dívida de jogo contraída por brasileiro no exterior.
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Certo.
jogos celebrados no exterior, em país em que tal prática é lícita. Por isso, o STJ ad-
mitiu que, por meio de ação ajuizada no Brasil, o famoso hotel cassino norte-ame-
ricano chamado Wynn cobrasse uma dívida de jogo contraída por um brasileiro em
viagem de férias a Las Vegas (STJ, REsp 1628974/SP, 3ª Turma, Rel. Min. Ricardo
a) histórica.
b) sistemática.
c) extensiva.
d) teleológica.
e) lógica.
Letra d.
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CLASSIFICAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO
É a feita pelo legislador.
Interpretação autêntica
Ex.: uma lei diz como interpretar outra.
Quanto à
Interpretação É a feita pelos doutrinadores (os juristas que
origem ou à
doutrinária escrevem livros ou textos interpretando a lei).
fonte
É a feita pelos profissionais do direito, como os
Interpretação judicial
juízes e os Tribunais.
É a que alcança sentido maior do que o texto legal
Interpretação extensiva
(o texto normativo disse menos do que queria).
Quanto Interpretação
É a que alcança sentido igual ao texto legal.
à extensão declarativa
É a que alcança sentido menor do que a norma (o
Interpretação restritiva
texto normativo disse mais do que queria).
Interpretação É a feita mediante a busca pelo sentido denota-
gramatical ou literal tivo das palavras.
É a feita para harmonizar o texto de uma norma
Interpretação
ao de outras, na ideia de todo o ordenamento
sistemática
jurídico é um sistema harmônico.
Quanto É a baseada nos debates legislativos que gera-
Interpretação histórica
ao modo ram a norma.
Interpretação É a que busca adaptar o texto da norma à reali-
teleológica ou sociológica dade social atual.
É a baseada em um raciocínio que define o
Interpretação
alcance da norma a partir de suas motivações
lógica ou racional
históricas, políticas e ideológicas
não existe isoladamente, devendo o seu sentido ser alcançado em consonância com
Errado.
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é a interpretação partindo da ideia de que a lei não existe isoladamente, devendo ser
alcançado o seu sentido em consonância com as demais normas que inspiram aquele
ramo do Direito.1
Por isso, essa questão foi considerada “errada”, por se referir à interpretação sis-
temática.
Errado.
1
ROSENVALD, Nelson; FARIAS, Cristiano Chaves de. Direito Civil: parte geral. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2010. p. 78.
2
ROSENVALD, Nelson; FARIAS, Cristiano Chaves de. Direito Civil: parte geral. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2010. p. 78.
3
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, volume 1: parte geral. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 81.
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Certo.
A questão merecia ser anulada por ignorar haver divergência doutrinária quanto à
restrição da interpretação sistemática ao mesmo ramo do direito. De um lado, há
doutrinadores que definem a interpretação sistemática como a harmonização de uma
norma com outras do mesmo ramo do direito (da mesma província do direito), como
costumam dizer Carlos Roberto Gonçalves, Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald.
De outro lado, outros doutrinadores não fazem essa restrição, admitindo que a har-
monização deve ser não apenas com outras normas do mesmo ramo, mas também
de outros ramos, na ideia de que TODO o ordenamento deve ser coerente. A ques-
tão, todavia, copiou o livro dos professores Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald.
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Letra a.
lidade moderada em matéria de lei no espaço, pois, embora a regra geral seja a de
A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim
da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
Assim, se uma mulher da Arábia Saudita vem ao Brasil apenas de férias, ela não
poderá invocar a lei brasileira para disciplinar a sua capacidade, pois ela é regida
essa visitante continuará sendo considerada incapaz, pois a lei brasileira não se
sobreporá à lei do domicílio dela. Sobre o tema, ensina Maria Helena Diniz:
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4
DINIZ, Maria Helena. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro interpretada. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 34-36.
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c) Errada. Leis cogentes (= leis imperativas) são leis de ordem pública e, portan-
to, não podem ser contornadas pelas partes, sob pena de invalidade. A propósito,
d) Errada. O item está mal redigido. Como se trata de uma questão de múltipla es-
colha, o(a) candidato(a) tem de escolher a questão “mais correta” como resposta.
No caso, a letra “a” é mais correta do que a “d”. É que a letra “d” acaba insinuando
que a lei nunca poderia entrar em vigor na data de sua publicação, o que é errado,
pois, se houver determinação expressa na lei, isso ocorrerá. Isso é o que decorre
artigos da lei antiga são revogados), ao passo que derrogação é a supressão parcial
(revogação parcial, por exemplo, só alguns artigos da lei anterior são revogados).
que previsto expressamente, de modo que uma lei nova não pode prever a recupe-
b) Caso uma lei cujo prazo de vigência não se tenha iniciado seja novamente pu-
vacatio legis será contado a partir da primeira publicação, salvo se outra data nela
vier expressa.
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c) A contagem do prazo para a entrada em vigor das leis que estabeleçam período
de vacância deve ser feita nos termos da regra geral do direito civil, de modo a se
Civil de 1916 tem aplicação às sucessões abertas durante a sua vigência, ainda que
Letra e.
a) Errada. Há dois motivos para esse gabarito. O primeiro é que, como a questão
lei revogada. Sob essa ótica, a repristinação é vedada, salvo disposição contrária
retorno à vigência de uma lei que havia sido: (1) revogada por uma lei que veio a
ser declarada inconstitucional; (2) revogada por uma Medida Provisória que não foi
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convertida em lei; ou (3) suspensa por uma lei geral federal nos casos de compe-
tência legislativa concorrente nos termos do § 4º do art. 24 da CF. Sob essa pers-
LINDB:
Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a
correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova
publicação.
c) Errada. A lei tem pressa em entrar em vigor: conta-se o dia do início e o dia do
A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacân-
cia far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em
vigor no dia subsequente à sua consumação integral.
excepcional, como no caso da lex domicilii, prevista no art. 7º da LINDB. Aliás, é por
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sobre determinado assunto, publicou-se oficialmente nova lei que estabelece dis-
posições especiais acerca desse assunto. Nada ficou estabelecido acerca da data
em que essa nova lei entraria em vigor nem do prazo de sua vigência. Seis meses
partes discutiam um contrato firmado anos antes. A partir dessa situação hipotéti-
do Direito Brasileiro.
Errado.
apesar de essa lei já ter sido revogada. Isso configura a chamada “ultratividade”
(lei revogada continua a reger os fatos ocorridos durante sua vigência). Portanto,
contratantes poderá invocar a aplicação de lei posterior que lhes for mais benéfica.
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d) Publicada lei para corrigir texto de lei publicado com incorreção, não haverá
novo prazo de vacatio legis, se a publicação ocorrer antes da data em que a lei cor-
de ações que discutam a validade de hipoteca que recai sobre bens imóveis situa-
Letra e.
§ 3º, da LINDB).
posterior, ainda que mais benéfica, atingir o contrato já celebrado, pois este é ato
jurídico perfeito e, como tal, não pode ser atingido por normas posteriores. Afinal
coisa julgada ou direito adquirido (art. 6º da LINDB). A questão quis confundir o(a)
Direito Penal: a da retroatividade da lei mais benéfica ao réu (art. 5º, XL, da CF: “a
forme o art. 4º da LINDB (“Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acor-
CPC (“O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento jurídico”).
d) Errada. Republicada uma lei ainda na vacatio legis para correção de erro mate-
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Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a
correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova
publicação.
Se, porém, a lei a ser corrigida já estivesse em vigor, não seria viável a republicação
para correção: haveria necessidade de uma nova lei para tanto, conforme o § 4º do
art. 1º da LINDB (“As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova”).
do juízo brasileiro. Não pode juiz estrangeiro decidir acerca disso, tudo conforme
das ações relativas a imóveis situados no Brasil”) e art. 23, § 1º, do CPC (“Art. 23.
rídica referente a determinado objeto envolvendo dois sujeitos, julgue o próximo item.
Se a norma jurídica regente da referida relação jurídica for revogada por norma
car-se a essa relação, ainda que não haja referência expressa à retroatividade.
Errado.
Em regra, lei nova aplica-se apenas a fatos posteriores, e não anteriores, conforme
da questão, a relação jurídica continuará sendo regida pela norma jurídica que a
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Letra d.
Vamos comentar cada item.
a) Errada. Ao contrário do consignado no item, normas constitucionais também po-
dem ser revogadas por novas normas constitucionais. As únicas normas constitucio-
nais que não podem ser revogadas são aquelas consideradas como cláusula pétrea,
assim entendidas as que tratam das matérias listadas no § 4º do art. 60 da CF.
b) Errada. Embora a regra geral seja a irretroatividade (princípio da irretroativida-
de), é admitido que haja retroatividade, desde que não se prejudique ato jurídico
perfeito, coisa julgada e direito adquirido (art. 6º da LINDB). Além do mais, a pró-
pria CF prevê uma hipótese de retroatividade de leis em Direito Penal: a lei penal
mais benéfica ao réu retroage (art. 5º, XL, da CF: “a lei penal não retroagirá, salvo
para beneficiar o réu”). Está errada a alternativa quando afirma que, em hipótese
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c) Errada. A lei se torna obrigatória com a sua entrada em vigor, e não com a sua
d) Certa. A questão está mal redigida. Se fosse apenas um item isolado, ela mere-
cia anulação. Todavia, como se trata de questão de múltipla escolha, essa questão
acaba sendo o gabarito por ela ser a “menos errada”. Expliquemos. Como regra ge-
ral, se uma lei regula inteiramente a lei anterior, há revogação tácita da lei anterior
O item, porém, não tratando disso, e sim de uma nova lei que trata do mesmo assun-
to da anterior, o que pode acontecer de inúmeras maneiras. Uma maneira é uma nova
lei especial (ex.: CDC trata de contratos para consumidor) cuidar do mesmo assunto
tratado por uma lei geral (ex.: CC trata de contratos em geral). Não há revogação
nesse caso, pois a lei especial coexiste com geral (art. 2º, § 2º, da LINDB).
Ademais, uma nova lei pode tratar do mesmo assunto que uma lei anterior, apenas
para revogar alguns dispositivos da anterior. Nesse caso, há mera revogação par-
cial (derrogação), e não ab-rogação. Portanto, o item está “errado” por afirmar que
e) Errada. Como regra geral, não há essa coincidência, pois a lei, em regra, só
dos todos os fatos exigidos pela lei para a obtenção do direito pretendido. Nesse
contexto, é correto afirmar que nem todo direito adquirido surge de uma relação
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b) O sistema jurídico brasileiro admite que, devido ao desuso, uma lei possa deixar
de ser aplicada.
c) Na situação em que uma lei anterior e especial esteja em confronto com outra
lei geral posterior, tem-se uma antinomia de primeiro grau, perfeitamente solucio-
e) A lacuna ontológica ocorre quando existe texto legal que soluciona uma situação
de justiça.
Letra a.
uma relação jurídica, que necessariamente envolve um vínculo entre duas ou mais
alguém se apropriar de uma coisa sem dano (hipótese essa chamada de ocupação
b) Errada. Não é admitida a revogação pelo desuso: não há previsão legal para
critério em conflito. Ex.: lei posterior em conflito com lei anterior (só critério crono-
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DICA IMPORTANTE
LACUNA NORMATIVA = ausência total de norma pre-
vista para um determinado caso concreto. Nesses ca-
sos, cabe ao jurista suprir a lacuna legal por meio de
um método de integração normativa (art. 4º da LINDB;
art. 140 do CPC).
LACUNA ONTOLÓGICA = presença de norma para o
caso concreto, mas que não tenha eficácia social. A la-
cuna é chamada de “ontológica”, porque a razão de
existir do direito é a sua conexão com a realidade. On-
tologicamente, o direito nasce dos fatos, como diziam
os romanos.
LACUNA AXIOLÓGICA = presença de norma para o
caso concreto, mas cuja aplicação seja insatisfatória
ou injusta. Aí a norma está em conflito com os valores
de justiça (daí o nome “axiológica”: axiologia significa
aquilo que é relacionado a valores).
que pode ser resolvido com a simples aplicação do critério hierárquico é classificado
Certo.
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A antinomia é de primeiro grau quando esse conflito pode ser resolvido por meio de
tivos, o que pode ocorrer nestas hipóteses: (1) cronológico vs. hierárquico; (2)
só prevê solução normativa para os dois primeiros casos, fazendo o critério hierár-
gico. Por isso, nesses dois primeiros casos, a antinomia de segundo grau é tida por
é chamada de antinomia real, a qual tem de ser resolvida por meio do princípio da
máxima justiça (= juiz deve, no caso concreto, dar a solução mais justa).
que só envolve um critério para solução de antinomia. Por isso, o gabarito é “certo”.
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d) A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei brasileira quan-
e a equidade.
Letra c.
a) Errada. A revogação pode ser tácita também nos casos do § 1º do art. 2º da
mais, a lei do lugar da obrigação (art. 9º, caput, da LINDB). A questão está errada
por afirmar que será aplicada a lei brasileira em tudo quanto diz respeito à obrigação.
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A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto
ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que
a lei brasileira desconheça.
“Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os cos-
em outras palavras, uma ferramenta de que se vale o legislador para autorizar que
o juiz, ao se deparar com um caso concreto, tenha liberdade para decidir confor-
“O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei”. De passagem, lem-
em controle difuso.
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Letra c.
a) Errada. Lei geral revoga lei geral anterior, ao contrário do exposto pela questão.
conflito com leis gerais, pois, nesses casos, não há revogação à luz do art. 2º, § 2º,
da LINDB:
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modi-
fique ou revogue.
§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com
ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,
não revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revoga-
dora perdido a vigência.
lante e erga omnes – o que ocorre no caso de controle concentrado, e não difuso,
lei revogada.
c) Certa. É o § 3º do art. 2º da LINDB, que veda a repristinação no caso de revo-
d) Errada. Lei especial revoga lei especial anterior. O examinador quis confundir
o(a) candidato(a) com a hipótese de leis especiais em conflito com leis gerais, pois,
e) Errada. Há revogação tácita aí por força da parte final do § 1º do art. 2º da LINDB.
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ato normativo.
Anulada.
interpretação feita pelo próprio legislador. Acontece que há, na doutrina, quem con-
sidere interpretação literal como aquela que é feita pelo legislador, o que conduziu à
de acordo com a doutrina utilizada pela banca, a interpretação realizada pelo legislador
é autêntica ou literal: “c) autêntica ou literal, que é a interpretação procedida pelo pró-
prio legislador, através de outro ato normativo, como no exemplo da edição de uma lei
interpretando outra norma já editada.” No entanto, há doutrina que entende ser sinôni-
mo de interpretação literal a gramatical.
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ção (art. 4º da LINDB). A questão não faz referência à existência de lacuna legal,
tório nacional. Nada tem a ver com o momento da entrada em vigor, que só ocorre
uma não prevalece sobre a outra. A única diferença é que cada uma delas lida com
matérias distintas.
e) Errada. Não há previsão legal do efeito vinculante pelo mero uso da analogia
em um caso concreto.
gra a aplicação da lei nova aos casos futuros, continuando a norma revogada a
Errado.
uma situação jurídica anterior, e poderá atingir efeitos pretéritos se ela for expres-
sa, desde que, em qualquer desses casos, a situação jurídica não se caracterize um
dos óbices constitucionais (ato jurídico perfeito, coisa julgada e direito adquirido).
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sobre determinado assunto, publicou-se oficialmente nova lei que estabelece dis-
posições especiais acerca desse assunto. Nada ficou estabelecido acerca da data
em que essa nova lei entraria em vigor nem do prazo de sua vigência. Seis meses
partes discutiam um contrato firmado anos antes. A partir dessa situação hipotéti-
do Direito Brasileiro.
Anulada.
Uma vez que não se especificou se os efeitos futuros obedeceriam ou não à nova lei,
prejudicou-se o julgamento objetivo do item.
Em princípio, diante de um ato jurídico perfeito (no caso da questão, havia um ato
esse contrato ser atingido por uma lei futura, nem de forma mínima, pois isso seria
Por isso, os efeitos produzidos por esse contrato (ex.: as prestações que forem ven-
cendo-se) não podem ser atingidas por uma nova lei, nem mesmo os efeitos futuros.
É preciso sublinhar que o único caso em que uma nova norma atinge automatica-
mente efeitos futuros de um ato jurídico perfeito pretérito é quando se trata de uma
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pretéritos de um ato jurídico perfeito antigo, desde que haja determinação expres-
do Poder Constituinte Originário, que, por ser ilimitado, pode fazer o que quiser e,
para efeitos futuros de contratos anteriores, precisa ser sujeito a uma Interpre-
tação Conforme a CF, nos moldes indicados pela Ministra Nancy Andrighi, em ar-
Certo.
trito Federal), passamos a ter direito adquirido apenas sobre essa única licença-
-prêmio. Veja que o direito adquirido não é sobre o regime jurídico, e sim sobre um
licença-prêmio, ainda que o seu regime jurídico mude e deixe de prever a licença-
-prêmio. O servidor do DF, porém, não poderá adquirir novas licenças-prêmios, pois
o seu regime jurídico mudou, e ele não tinha direito adquirido ao regime jurídico.
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lei tenha definido veículo popular como aquele com motorização até 1.6. Conside-
Caso o juiz constate erro na definição de veículo popular pela referida lei, ele po-
derá, em processo sob seu exame, corrigi-lo sob a fundamentação de que toda lei
atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Errado.
“corrigir” lei a pretexto de interpretação. Só nova lei pode corrigir uma anterior.
atividades comerciais para o mercado europeu, uma sociedade brasileira, com sede
fixa de quatro meses, na sede da empresa brasileira. Passados dois meses após a
data limite para o término da entrega do serviço, a empresa belga ainda não havia
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to, que previa um desconto de 15% no preço total do serviço por mês de atraso.
A empresa belga, na sua contestação, alegou que tal cláusula era inválida segundo
o direito belga.
a) O local de prestação do serviço determina qual lei deve ser aplicada, ainda que
c) A empresa belga tem razão, devendo-se aplicar as regras do país de sua sede
d) Qualquer cláusula de eleição de foro não teria efeitos, visto que o direito brasi-
contrato é o Brasil.
Letra e.
Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se cons-
tituírem.
§ 1º Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma es-
sencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos
requisitos extrínsecos do ato.
§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o
proponente.
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O caput trata da lex loci actum, que é a aplicação da lei do país onde foi celebrado
O § 1º trata da lex loci executionis, que estabelece a aplicação da lei do país onde
será executado o contrato. Acontece que essa lex loci executionis aplica-se APENAS
ra irá ser aplicada apenas para definir a FORMA do contrato. Por exemplo, se a lei
intrínseca – ou se ela exige escritura pública – forma extrínseca –, isso tem de ser
to, como, por exemplo, a invalidade da cláusula da multa, pois isso não é forma do
negócio jurídico.
O item “e” é o menos errado dos itens. Digo menos errado, porque ele dá a enten-
der que a lei brasileira se aplicaria para definir a invalidade da cláusula, o que é um
equívoco. Tal questão caberá à lei argentina. A lei brasileira apenas regerá a forma
do negócio jurídico.
jurídicas, nos adágios ou brocardos, sendo todas essas expressões fórmulas conci-
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transferir mais direitos do que tem é compreendido como princípio geral de direito,
d) No direito civil, não há doutrina que admita a hierarquia na utilização dos meca-
e) Não há distinção entre analogia legis e analogia juris, uma vez que ambas se
Letra c.
Vamos comentar cada item. A questão se baseou no manual do civilista Carlos Ro-
berto Gonçalves.
princípio geral de direito. Princípios gerais de direitos não são esses adágios, e sim
ção histórica é aquela baseada nos debates legislativos que levaram ao nascimento
Gonçalves cita-o no seu manual), o qual, à luz do art. 4º da LINDB, é um meio de
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so que analogia iuris, ou jurídica, é a aplicação de dois ou mais dispositivos e/ou
de direito.
experiência.
e) será admitida correção de texto legal apenas antes de a lei entrar em vigor.
Letra c.
mente compatível com ela a figura do “erro de direito”, que autoriza a anulação do
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LINDB).
e) Errada. Após a lei entrar em vigor, o texto legal pode ser corrigido, desde que
se edite uma nova lei com essa finalidade (art. 1º, § 4º, da LINDB).
Errado.
A lei prevalece sobre os costumes, razão pela qual não é admitido, no direito brasi-
Certo.
Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo
e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
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Certo.
ração. Nesse caso, a lei perde eficácia com o advento do seu prazo. Se não forem
Errado.
b) a ultratividade da norma.
c) a repristinação da norma.
Letra b.
antes da revogação.
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sileiro e casado sob o regime legal com Maria, também brasileira, ambos residentes
e domiciliados em um país asiático, faleceu. Lúcio deixou dois filhos como herdei-
inventariar: a casa em que residia no exterior, uma casa no Brasil e dois automó-
Antes do casamento, ele residia e era domiciliado no Brasil, ao passo que ela residia
os bens de Lúcio.
Letra a.
a) Certa. A capacidade para suceder (ex.: para definir se um herdeiro deve ser
excluído ou não da sucessão por ato de indignidade) segue a lei do país de domicílio
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado
o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei bra-
sileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente,
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
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Como Vanessa e Robson são herdeiros e vivem no Brasil, aplica-se a lei brasileira
b) Errada. O regime de bens é regido pela lei do país de domicílio dos nubentes ou,
no caso de estes terem domicílios em países diversos, pela lei do país do primeiro
Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo
e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
§ 1º Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos im-
pedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
§ 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas
ou consulares do país de ambos os nubentes.
§ 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio
a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4º O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os
nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
§ 5º O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anu-
ência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização,
se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os
direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros,
só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver
sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produ-
zirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças
estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno,
poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de
homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem
a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada pela Lei n. 12.036, de 2009)
§ 7º Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro côn-
juge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
§ 8º Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua
residência ou naquele em que se encontre.
No caso, como, antes do casamento, Lúcio morava no Brasil, e Maria na África, de-
ve-se aplicar a lei do primeiro domicílio do casal, que foi no exterior, e não no Brasil.
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caput do art. 10 da LINDB. Lúcio vivia em um país asiático quando morreu; logo,
será a lei desse país que disciplinará esse assunto, e não a lei brasileira.
d) Errada. Para disciplinar relações concernentes aos bens (ex.: definir as regras
do direito real de propriedade sobre os bens), aplica-se a lei do lugar da coisa, con-
Sob essa ótica, para disciplinar a relação jurídica com a coisa, a lei brasileira só
será aplicada em relação aos bens que estavam no Brasil, ao contrário do indicado
na questão.
e) Errada. Lúcio vivia em um país asiático quando morreu; logo, será a lei desse
país que disciplinará esse assunto, e não a lei brasileira (art. 10, caput, da LINDB).
Errado.
Em regra, contratos celebrados em outro País se sujeitam à lei aí em vigor. Nesse caso,
por exemplo, verificar se uma cláusula contratual é ou não abusiva levará em conta a
lei estrangeira, e não a brasileira. Trata-se da lex loci actus (art. 9º, caput, da LINDB).
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Todavia, se esse contrato for ser executado no Brasil e dependendo de forma es-
sencial, será aplicada a lei brasileira (e não a estrangeira) para disciplinar a forma
que se aplica apenas à forma do negócio, e não aos demais aspectos do negócio
deve observar dois tipos de requisitos formais: (a) extrínsecos: deve ser por escri-
tura pública, por força do art. 108 do CC; (b) intrínsecos: o contrato de compra e
art. 481 e seguintes do CC. Esse contrato deve ser executado no Brasil: a transfe-
da lei brasileira, admitido, porém, que o requisito extrínseco siga a lei estrangeira,
se esta for diferente da brasileira (ex.: se a lei estrangeira admite venda de imóveis
Diante disso, a questão está errada por conta do excerto “ainda que executado no
Brasil”: a lei brasileira se aplicará aos requisitos formais do ato, ao contrário do que
afirma a questão.
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Esse enunciado foi cancelado pelo TST, que prestigia a aplicação da lei mais favo-
Alemanha, sem estipular o direito a ser aplicado, e esse contrato for executado no
Errado.
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cidade e direito de família, rege-se pela lei de seu país de origem, aplicando-se o
Errado.
Estatuto pessoal é a aplicação da lei do país de origem, o que pode ocorrer em duas
lidade. No Brasil, não se adotou a lei da nacionalidade (lex patriae) como estatuto
pessoal, e sim a lei do domicílio (lex domicilii) como regra geral, como nos casos
Através da regra do estatuto pessoal será aplicável a norma legal do domicílio do estran-
geiro para reger as suas relações jurídicas atinentes ao começo e ao fim da personalidade,
ao nome, à capacidade e aos direitos de família, como reza, expressamente, o art. 7º da
Lei Introdutória, indicando o acolhimento da regra do chamado estatuto pessoal.
5
DINIZ, Maria Helena. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro interpretada. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 34-36.
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Dessa forma, a assertiva da questão em pauta está falsa por três motivos:
fim da personalidade”, o que não condiz com a regra do art. 7º da LINDB. Ora,
esse dispositivo é omisso quanto à lei aplicável para reger direitos da persona-
lidade (honra, imagem, integridade física etc.), o que tornaria a questão falsa.
onde residia para Joana, sua única filha, residente e domiciliada no Brasil. Nessa
entanto, será a lei brasileira que regulará a capacidade de Joana para suceder.
Certo.
Como regra geral, a sucessão causa mortis (como as relativas à partilha da heran-
§ 2º, da LINDB).
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é herdeiro ou não se insere na regra geral de sucessão causa mortis: lei do domi-
deira necessária de seu pai domiciliado no Brasil, ainda que o vínculo parental de-
ção, ou a qualquer outro instituto que tivesse o condão de retirar a sua capacidade
Confira o precedente:
6
À época do CC/2016, havia dois tipos de adoção: (a) adoção simples, civil, tradicional restrita ou comum:
era a filiação que decorria de uma declaração de vontade do adotante e do adotado por meio de escritura
pública, podia ser revogada por vontade das partes, envolvia partes maiores e capazes e era regida pelo
CC/2016; e (b) a adoção plena: era a que envolvia menores, era irrevogável e era regida pelo Código de
Menores. No regime atual da CF/1988, do CC/2002 e do ECA, não há mais adoção simples, mas só plena.
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capaz ou incapaz para receber a herança, solução que e fornecida pela lei do
domicílio do herdeiro (art. 10, parág. 2, da LICC).
Recurso conhecido e provido.
(REsp 61.434/SP, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA,
julgado em 17/06/1997, DJ 08/09/1997, p. 42507)
cial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam con-
Certo.
após a Lei n. 13.655/2018”. O texto pode ser encontrado neste link: http://www.fla-
viotartuce.adv.br/assets/uploads/artigosc/dee82-carlos-elias-mudancas-lindb.docx.
O estudo trata das inovações trazidas pela Lei n. 13.655, de 2018, mediante o acrés-
cimo dos arts. 20 a 30 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB).
O foco dessas mudanças é garantir a segurança hermenêutica no âmbito da Administra-
ção Pública, mas entendemos que, por analogia, seus institutos podem ser estendidos
para outros ramos do Direito, como para o Direito Civil. (...) Em suma, as mudanças
trazidas na LINDB podem ser resumidas nestes grupos de temas:
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(1) clareza normativa (arts. 29 e 30): deve-se dar o máximo de clareza acerca da inter-
pretação a ser adotada das normas para que o agente público saiba “as regras do jogo”
previamente;
(2) responsabilização do agente público por infração hermenêutica (arts. 22 e 28): o
agente público só pode ser punido por erro de interpretação no caso de erro grosseiro
ou de dolo;
(3) invalidade de ato administrativo. Este último assunto pode ser desmembrado nestes
subgrupos temáticos:
(3.1) princípio da motivação concreta (arts. 20 e 21, caput): o agente público precisa
atentar para as consequências concretas de suas soluções jurídicas;
(3.2) regime de transição (art. 23): no caso de mudança de entendimento, é preciso
indicar como a realidade concreta será adaptada ao novo cenário jurídico;
(3.3) princípio da menor onerosidade da regularização (art. 21, parágrafo único): no
caso de invalidação de ato administrativo, deve-se indicar o caminho mais suave e me-
nos oneroso para a regularização da realidade concreta;
(3.4) declaração de irregularidade sem pronúncia de invalidade (arts. 21, parágrafo
único, e 22, caput e § 1º): em situação extrema em que a invalidação de um ato ad-
ministrativo acarretaria consequências concretas muito graves, é lícito abster-se de
pronunciar a invalidade para conservar o ato irregular;
(3.5) convalidação por compromisso com ou sem compensações (arts. 26 e 27), o que
se insere na ideia de administração pública consensual ou dialógica: a administração
pública pode celebrar termo de compromisso para regularizar situações irregulares ou
cuja regularidade esteja sob significativa controvérsia jurídica; e
(3.6) invalidade referencial (art. 24), o que envolve a ideia de modulação da interpreta-
ção no tempo: um ato administrativo pode ser considerado inválido ou válido diante do
mesmo texto normativo, a depender da interpretação que preponderava no momento
do nascimento desse ato. (...)
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