INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR

FRANCISCANO-IESF

DISCIPLINA
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL

Prof.: Ms. Jônatas Viégas

 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO CIVIL
FONTES DO DIREITO CIVIL
“[...] As chamadas fontes do direito nada mais são, portanto,
dos meios pelos quais se formam ou se estabelecem as normas
jurídicas. Trata-se em outras palavras, de instâncias de
manifestação normativa [...]” (GAGLIANO, 2018, p.63).
“Fonte é o nascedouro de alguma coisa. Fonte do direito é o
local onde o direito nasce, onde ele surge para o mundo real,
de forma concreta. Podemos afirmar que as fontes do direito
serão os modos pelos quais ele virá ao mundo” (MELO, 2014,
p.8).
 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO CIVIL
 CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES
 1. DIRETA;
 1.1. LEIS – “são as fontes principais do Direito. A palavra lei aqui
utilizada é no sentido geral das normas emanadas do Estado”. (MELO,
2014, p.8).
 “[...] A lei é a norma imposta pelo Estado, devendo ser obedecida,
assumindo forma imperativa. Como aponta a melhor doutrina, “A norma
jurídica é um imperativo autorizante” (DINIZ, Maria Helena. Conceito de
norma..., 2003) [...]” (TARTUCE, 2018).
 “Denominadas fontes primárias ou imediatas, enquadram-se a lei [...] a
lei é, por excelência, como já se disse, a mais importante fonte do
direito em nosso ordenamento positivo” (GAGLIANO, 2018, p-p.64,65).
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 Exemplificando:
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar
de fazer alguma coisa senão em virtude
da lei”(CF, art.5º, II).
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CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES
2.INDIRETAS (SUBSIDIÁRIAS, SECUNDÁRIAS, MEDIATAS):
“Entre as fontes indiretas elencam-se a analogia e os princípios
gerais do direito, mencionados expressamente na LINDB (Lei de
Introdução ao Direito Brasileiro) [...] encontra-se ainda,
importantes auxiliares de interpretação: a jurisprudência, a
doutrina e a equidade” (GAGLIANO, 2018, p.64).
“São os costumes, os princípios gerais do direito, o direito
comparado, a jurisprudência e a doutrina”(MELO, 2014, p.9).
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CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES (GAGLIANO, 2018)

2.1 Princípios gerais do direito – São regramentos

básicos aplicáveis a um determinado instituto jurídico.
Os princípios são abstraídos das normas, dos costumes,
da doutrina, da jurisprudência e de aspectos políticos,
econômicos e sociais.
2.2 Lei de Introdução traz em seu art. 5.º o princípio
da socialidade, pelo qual, na aplicação da norma, o
juiz deve procurar o seu fim social e o bem comum.
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2.3 Equidade – Mesmo não sendo prevista no art. 4.º da Lei

de Introdução, constitui também fonte não formal do
direito.
 Atuação concreta do magistrado diante da lei.
 O Código Civil adota um sistema de cláusulas gerais, que
são janelas abertas deixadas pelo legislador para
preenchimento pelo aplicador do direito.
 A equidade pode ser conceituada como sendo a justiça do
caso concreto.
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LEI COMO FONTE PRINCIPAL DO DIREITO
Conceito de Lei:
“Regra geral de direito, abstrata e permanente, dotada de
sanção, expressa pela vontade de autoridade competente, de
cunho obrigatório e forma escrita”(GAGLIANO, 2018, p.65).
“Lei é uma regra geral de conduta, emanada de autoridade
competente, imposta coativamente, a obediência de todos,
ordenando o convívio social”(MELO, 2014, p.9).
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CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS LEIS (GAGLIANO, 2018; MELO 2014)

a) Generalidade:
“é um aspecto marcante da lei, uma vez que, para ser assim
considerada, por mais restrita que seja, deve ser dirigida a um
número indeterminado de indivíduos”
“A lei se destina a todos de maneira indistinta, seja para toda
coletividade, seja para determinados grupos sociais. A lei é
abstrata, não casuística”
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CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS LEIS (GAGLIANO, 2018; MELO 2014)

 b) Imperatividade:
 “São regras de caráter absoluto, também denominadas
cogentes, que estabelecem princípios de ordem pública, ou
seja, de observância obrigatória. Ex.: As formalidades do
casamento são inderrogáveis pela vontade das partes, sob
pena de nulidade”
 “A lei se impõe como um dever de conduta a ser obedecido
por todos indistintamente. É a obrigatoriedade da norma
jurídica, sem a qual, não estaremos diante de uma lei, mas
sim de uma norma social, moral ou religiosa”
 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO CIVIL
CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS LEIS (MELO, 2014).
c) Coercibilidade:
“ É o atributo outorgado às partes de fazerem o uso da norma e
de exigir do Estado que imponha o seu respeito e cumprimento,
bem como seja aplicada as sanções ao ofensor, quando dela
decorra violação”
d) Perenidade:
“ A lei, como regra geral, é editada para perdurar no tempo e
no espaço só perdendo sua vigência quando revogada por outra
lei. (exceção: leis com vigência limitada, leis temporárias)”
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CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS (GAGLIANO, 2018; MELO 2014)

 Quanto a sanção institucionalizada ou autorizante:

 a) Perfeitas: cujo a violação autoriza simplesmente a
declaração de nulidade (absoluta ou relativa) do ato.
Ex.: ato ou negócio jurídico praticado com vício de
consentimento é anulável. (art. 171, II, do CC/2002).
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 b) Mais que perfeitas: são aquelas que sua
violação autoriza aplicação de duas sanções: a
nulidade do ato praticado ou o restabelecimento
do status quo ante, qualquer delas acrescida de
uma pena ao violador. Ex.: o casamento de
pessoas casadas é vedado pela lei (art. 1.521, VI,
do CC/2002), sendo sancionado com a nulidade
pela lei civil (art. 1.548, II, do CC/2002) e com a
punição penal do infrator pelo crime de bigamia
(art. 235 do CP).
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CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS (GAGLIANO, 2018; MELO 2014)
C) Menos que perfeitas: são as que autorizam, na sua violação,
a aplicação de uma sanção ao violador, mas não a nulidade do
ato. Ex.: o casamento do viúvo, com os filhos do cônjuge
falecido, antes de fazer o inventário do casal, com a partilha
dos herdeiros, não aplica nulidade, na forma do art. 225 do
CC/1916 (sem equivalente direto no CC/2002), mas sim a perda
do usufruto legal.
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 CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS (GAGLIANO, 2018; MELO
2014)
 d) Imperfeitas: regras legais sui generis,
não sendo consideradas, tecnicamente,
normas jurídicas, por não prescreverem
nulidade para seu descumprimento, nem
qualquer sanção direta.
 Exemplo: A pessoa física não comunicar,
previamente, à prefeitura, a mudança do
seu domicílio (art. 74 do CC/2002).
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CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS (GAGLIANO, 2018; MELO 2014)

 Quanto a origem ou extensão territorial:

a) Leis federais: criadas no âmbito da união, ordinariamente pelo
Congresso Nacional, aplicando-se a todo País ou a parte dele.
(legislação federal por outras esferas de desenvolvimento
federal). Ex.: Constituição Federal, Código Civil, Consolidação das
Leis do Trabalho etc..
b) Leis estaduais: promulgadas pelas Assembleias Legislativas,
destinando-se aos territórios estaduais ou parte deles. Ex.:
Constituição Estadual, Lei do ICMS (Imposto de Circulação de
Mercadorias e Serviços) etc.
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CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS (GAGLIANO, 2018; MELO 2014)

 Quanto a origem ou extensão territorial:

 C) Leis municipais: aprovadas pelas

Câmaras Municipais, com aplicação limitada
ao território respectivo. Ex.: Lei Orgânica
Municipal, Lei do IPTU (Imposto Territorial
Urbano) etc.
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CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS (GAGLIANO, 2018; MELO 2014)

 Quanto ao alcance:
 a) Gerais: disciplinam uma quantidade ilimitada de situações
jurídicas genéricas. Ex.: Constituição Federal, Código Civil, etc.
 b) Especiais: regulam matérias com critérios particulares, diversos
das leis gerais. Ex.: A Consolidação das Leis do Trabalho, quanto
surgiu, pretendeu disciplinar determinado contrato, qual seja, o
de emprego, de forma distinta do Código Civil, que continuou
regendo genericamente o contrato de prestação de serviços;
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, etc..
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CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS (GAGLIANO, 2018; MELO 2014)

 Quanto ao alcance:
 c) Excepcionais: são as que disciplinam fatos e
relações jurídicas genéricas de modo diverso do
regulado pela lei geral. Ex.: atos institucionais do
regime militar de 1964.
 d) Singulares: norma estabelecida para um único
caso concreto, somente sendo considerada lei por
uma questão de classificação didática. Ex.: decreto
legislativo de nomeação de servidor público.
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 Quanto a hierarquia dentro do sistema nacional
a) Constituição: fundamento do sistema positivo, é a
mais importante norma em um ordenamento jurídico
nacional. O principio da supremacia da Constituição
sujeita todas as normas da ordem jurídica a uma
conformidade tanto formal como material com o
texto constitucional.
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 Quanto a hierarquia dentro do sistema nacional
 b) Leis infraconstitucionais: tecnicamente, não
há diferença entre as leis infraconstitucionais,
mais apenas peculiaridades quanto a matéria
regulável, o órgão competente para sua edição e
o quórum necessário. Nela se incluem as leis
complementares, leis ordinárias e algumas outras
formas de manifestação normativa que apenas
materialmente podem ser consideradas leis: leis
delegadas, medidas provisórias.
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 Quanto a hierarquia dentro do sistema nacional
 c) Decretos regulamentares: atos do poder executivo, com
a finalidade de prover situações previstas na lei em sentido
técnico, para explicitá-la e dar-lhe execução; existem,
ainda, os decretos legislativos, que veiculam, em regras
deliberações do Congresso Nacional.
 d) Normas internas: embora, como as últimas, também não
sejam leis stricto sensu, têm por finalidade disciplinar
situações específicas, notadamente na Administração
Pública. Estatutos, regimentos internos, instruções
normativas.
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COSTUMES
 “É o uso geral , constante e notório, observado
socialmente e correspondente a uma necessidade
jurídica”.
 “Trata-se de uma fonte do direito”
 Dois tipos Básicos:
 a) objetivo ou substancial: uso continuado da prática
no tempo;
 b) subjetivo ou relacional: a convicção da
obrigatoriedade da prática como necessidade social.
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COSTUMES
 TRÊS TIPOS:
 a) Praeter legem: costume que disciplina matéria que a lei não
conhece. Visa suprir a lei, nas eventuais omissões existentes (art.4.º
da LINDB).
 b) Secundum legem: neste caso a própria lei reconhece a eficácia
jurídica do costume. Não se identificam totalmente, todavia, em
função da impossibilidade material de a norma positiva prever todas
as condutas, admitindo-se a disciplina costumeira por aplicação do
principio ontológico do Direito de que “tudo que não está
juridicamente proibido, está juridicamente permitido”
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COSTUMES
 TRÊS TIPOS:

 c) Contra legem: temas dos mais polêmicos, trata-se do conhecimento

de uma prática que se oponha ao direito legislado, numa “revolta dos
fatos contra os códigos. [...] o que não é admitido expressamente pelo
sistema positivo Brasileiro.”
 EX.: "Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou
a idade núbil (art. 1.517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso
de gravidez".
 TEXTO ATUAL: "Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não
atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. (A lei 13.811/2019)
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CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES

2.INDIRETAS (SUBSIDIÁRIAS, SECUNDÁRIAS, MEDIATAS):

 JURISPRUDÊNCIA:
 “Quando temos o reconhecimento de uma conduta como obrigatória
se dá em sede dos tribunais, teremos a jurisprudência (costume
judiciário)”
 “É obra exclusiva da reflexão dos operários do direito, nas decisões
de juízes monocráticos e tribunais, em litígios submetidos à sua
apreciação”
 “Modernamente, possui um significado mais limitado, consistindo no
conjunto de reiteradas decisões dos tribunais sobre determinada
matéria”
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2.INDIRETAS (SUBSIDIÁRIAS, SECUNDÁRIAS, MEDIATAS):
 DOUTRINA:
“É a opinião dos doutos conhecidos como juristas”
“A doutrina dominante não chega, no sistema de civil law, a ser
considerada formalmente uma fonte do direito, uma vez que não há
imposição ao seu acatamento”
“Pode ser responsável pela definição de alguns conceitos jurídicos
indeterminados (mulher honesta, justa causa) conferem formas
interpretativas que uniformizam conceitos vagos e ambíguos.”
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2.INDIRETAS (SUBSIDIÁRIAS, SECUNDÁRIAS, MEDIATAS):

 ANALOGIA:
 “Embora mencionado no art. 4º da LINDB, não se
trata bem de uma fonte do direito, mas sim de
um meio supletivo em caso de lacuna da lei.”
 “Por meio do emprego da analogia, o juiz aplicará
ao caso concreto a norma jurídica prevista para
situação semelhante”
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO CIVIL
 ANALOGIA:
 DUAS FORMAS:
 a) Analogia legis: quando, inexistente a lei,
aplica-se outra norma legal ao caso sub judice;
 b) Analogia juris: quando, inexistente a lei,
aplica-se o principio geral do direito ao caso sob
apreciação.
 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO CIVIL
2.INDIRETAS (SUBSIDIÁRIAS, SECUNDÁRIAS, MEDIATAS):

 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO:

“Também mencionado no art. 4º da LINDB, os princípios
gerais do direito” são postulados que procuram fundamentar
todo sistema jurídico, não tendo necessariamente uma
correspondência positivada equivalente.
“A generalibus júri principiis, da qual deve ser extraída a
decisão judicial quando a lei for omissa, falhe a analogia e
não existem costumes adequados, tem como determinante o
‘espirito da ordem jurídica’, que se manifesta através de
valorização da camada dirigente, como ultimum refugium do
juiz [...]” (ORLANDO GOMES apud STOLZE).
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2.INDIRETAS (SUBSIDIÁRIAS, SECUNDÁRIAS, MEDIATAS):

 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO:

 No âmbito específico da teoria geral do Direito,
os Princípios Gerais do Direito são enunciados
normativos, de valor muitas vezes universal que orientam a
compreensão do ordenamento jurídico no tocante à
elaboração, aplicação, integração, alteração (derrogação)
ou supressão (ab-rogação) das normas.