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POLÍTICAS DE SAÚDE

PNAB – Política Nacional da Atenção Básica e Alterações II


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PNAB – POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA


E ALTERAÇÕES II

Neste estudo, continuaremos tratando da Política Nacional de Atenção Básica. Partire-


mos, agora, para o estudo do artigo 2º, que é o mais cobrado, pois ele apresenta o conceito
da atenção básica. Vale salientar, ainda, que, para fins da PNAB, e em relação a concurso
público, atenção básica e atenção primária são termos equivalentes.
Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas, que
envolvem promoção, prevenção, proteção, redução de danos, cuidados paliativos, diagnóstico,
tratamento, reabilitação, vigilância em saúde (...).

Muitas pessoas pensam que a atenção básica só atua no nível da promoção e da preven-
ção. Na realidade, a atenção básica atua no território em que a vida das pessoas acontece.
É por isso que a atenção básica envolve ações desde a promoção até os cuidados paliativos.
Importa salientar que ela é desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e
gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território
definido, sobre a qual as equipes assumem responsabilidade sanitária.
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As equipes que atuam na atenção básica, por estarem atuando perto da casa das pes-
soas, vão, consequentemente, assumir essa responsabilidade sanitária. Com isso, a criação
do vínculo é muito mais fácil e forte. Consequentemente, o cuidado longitudinal também é
fortalecido e facilitado.
§1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada e centro de comunicação da RAS, coorde-
nadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede.

Existem outras portas de entrada definidas pelo Decreto n. 7.508. Além da atenção básica,
temos a atenção psicossocial, a rede de urgência e emergência e os serviços especiais de
acesso aberto. Mas a atenção primária é a principal porta de entrada.
A atenção básica é ordenadora dentro das ações e serviços dentro da rede, pois, por
estar em um lugar privilegiado, que é o território, faz com que todo esse papel de filtro seja
muito inerente à atenção básica. Ou seja, só vai para os outros pontos de atenção com maior
densidade tecnológica aquilo que a atenção básica não consegue resolver. Vale lembrar que
a atenção básica é resolutiva para a maior parte dos problemas mais comuns. No entanto,
também é possível identificar aqueles problemas que não foram possíveis de serem alcança-
dos por conta da baixa densidade tecnológica.
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§ 2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e gratuitamente a todas as pessoas (...)

A atenção primária é o ponto da rede mais universal. Para que seja possível chegar a um
especialista dentro da rede, é necessário possuir uma referência (solicitação de um profissio-
nal da atenção básica). Mas, para chegar à atenção básica, precisa-se de algo? Não, pois a
atenção básica está no território. Ela é universal, porque todas as pessoas podem chegar a
uma unidade de saúde básica ou da família.
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§ 2º (...) de acordo com suas necessidades e demandas do território (...)

Não é possível dizer que há estabelecimentos na atenção primária em que todos irão
trabalhar de forma igual. Cada território possui as suas características, e a avaliação das
características do território é de responsabilidade da equipe.
No âmbito da atenção básica, não são os sintomas que são vistos, mas sim pessoas que
estão envolvidas em situações relacionadas ao não acesso e à iniquidade social. Esta é a
mágica da atenção primária: o olhar das políticas sociais e econômicas. Falar em atenção
primária é reconhecer a real necessidade da população e entender que não veremos, na
maioria das vezes, sintomatologia, mas sim situações em que o Estado falha em ofertar o
que é de direito da comunidade.
§ 2º (...) considerando os determinantes e condicionantes de saúde.

É preciso entender o que determina e condiciona o adoecimento no território, levando em


consideração o que está descrito no art. 3º da Lei n. 8.080 (a saúde é um conjunto de fatores
determinantes e condicionantes).
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§ 3º É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, raça/cor, etnia, crença, nacionalida-
de, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, escola-
ridade, limitação física, intelectual, funcional e outras.

A atenção primária deve seguir, além da universalidade e da integralidade, a igualdade.


Não se pode discriminar ninguém.
A discriminação existe e é subjetiva no sistema. Pode-se dizer que há um racismo institu-
cionalizado, de forma que, muitas vezes, os próprios profissionais não percebem que estão
discriminando alguém.
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Observe o determinado acontecimento vivenciado pela professora: ela trabalhava em um


local em que havia 6 equipes. Nessa localidade, existia uma área na qual atuavam, à noite,
profissionais do sexo, que não compareciam a uma unidade para o atendimento preventivo
ou para pegar preservativos, pois, no território onde elas atuavam, quem atendia era uma
profissional que não aceitava as profissionais do sexo. Consequentemente, a estrutura da
unidade passava a discriminá-las.
Certa vez, foi feita uma ação de redução de danos e a colega não aceitou fazer, expli-
cando os seus motivos, os quais tinham a ver com religião. Assim, a professora decidiu
fazer a ação.
A partir desse momento, a professora foi ao local em que as profissionais do sexo tra-
balhavam. Ela verificou o sofrimento dessas meninas por não conseguirem entrar em uma
unidade de saúde para serem acolhidas.
Ocorre que o que a colega estava fazendo causava um impacto muito negativo naquelas
mulheres. Com isso, a professora passou a assumir esse espaço como responsabilidade
dela, e, uma vez por mês, cuidava dessas mulheres, levando serviço de saúde à população
que precisa.
§ 4º Para o cumprimento do previsto no § 3º, serão adotadas estratégias que permitam minimizar
desigualdades/iniquidades, de modo a evitar exclusão social de grupos que possam vir a sofrer
estigmatização ou discriminação, de maneira que impacte na autonomia e na situação de saúde.
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Não se pode permitir e conceber que qualquer pessoa passe por uma situação discrimi-
natória por conta das suas escolhas, opções, situação de vida, raça, cor e etnia.
Art. 3º São Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem operacionalizados na Atenção Básica:
I – Princípios:
a) Universalidade;
b) Equidade; e
c) Integralidade.

Esses são os mesmos princípios doutrinários do SUS.


II – Diretrizes:
a) Regionalização e Hierarquização:
b) Territorialização;
c) População Adscrita;
d) Cuidado centrado na pessoa;
e) Resolutividade;
f) Longitudinalidade do cuidado;
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g) Coordenação do cuidado;
h) Ordenação da rede; e
i) Participação da comunidade.

Regionalização e Hierarquização: atendimento cada vez mais próximo da comunidade,


constituindo regiões de saúde e lidando com a hierarquização.
Territorialização: definição de um território, com limites geográficos, mas operando com
as características reais e da vida das pessoas que vivem nesse território.
População Adscrita: enfoque na vida da população em cada território.
Cuidado centrado na pessoa: o cuidado deve ser centrado na vida, na subjetividade e
no ser humano e não apenas na sintomatologia.
Resolutividade: resolução de todos os problemas que são descritos e que são de res-
ponsabilidade da atenção básica.
Longitudinalidade do cuidado: cuidado ao longo do tempo. Ao observar o paciente ao
longo de sua vida, o risco de haver tratamentos duplicados e exames desnecessários diminui
absurdamente.
Coordenação do cuidado: acompanhamento do indivíduo no seu caminhar dentro da
rede quando ele precisar de algo.
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Ordenação da rede: filtro para os outros pontos.
Participação da comunidade: inserção dos conselhos municipais, a criação dos conse-
lhos locais e outros modos de se fazer a participação da comunidade, além daqueles previs-
tos em lei.
Vimos dois importantes artigos. O art. 2º apresenta toda a lógica do que é a atenção pri-
mária e como será feita a sua atuação para que não haja discriminação. O art. 3º estabelece
os princípios do SUS e da rede que deverão ser contemplados no fazer da atenção básica.
Esse artigo também expõe as diretrizes do SUS e da rede que deverão ser colocados em
prática pela atenção básica.
Vale salientar que toda política segue os princípios e diretrizes do SUS, mas alguns prin-
cípios e diretrizes estão mais ligados a alguns pontos específicos. Nesse sentido, destacam-
-se não só os princípios e diretrizes do SUS, mas também os princípios e diretrizes da rede,
pois a atenção primária ocupa um papel privilegiado e importante para que a rede funcione
em harmonia e consiga alcançar a sua finalidade, que é garantir o atendimento integral.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira de Souza.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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