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Ciência Animal 24 (2): 03-12, 2014

AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO PERITONEAL DE EQUINOS

(Evaluation of peritoneal fluid of horses)

Cibele L. LHAMAS1, Guilherme S. R. de FREITAS2, Claudia A. DUARTE3*, Roberto


THIESEN3

1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Universidade Federal do
Pampa, 2Médico Veterinário Autônomo, 3Docente do curso de Medicina Veterinária da
Universidade Federal do Pampa.

RESUMO

A análise do líquido peritoneal em equinos é um procedimento de rotina no atendimento de


cavalos com enfermidade abdominal e um recurso diagnóstico importante para estabelecimento
da gravidade do quadro clínico e prognóstico. O perfil dos achados laboratoriais de líquido
peritoneal varia conforme a dinâmica da evolução clínica, porém, existe uma escassez de
conhecimento em relação à interpretação dos exames nas avaliações pós-operatórias e doenças
abdominais. O entendimento das avaliações do líquido peritoneal em animais hígidos e com
enfermidade abdominal aguda ou crônica se faz necessário como um recurso auxiliar e preditivo
das diferentes condições que afetam o sistema digestório equino.
Palavras-chave:análises clínicas, doenças abdominais, diagnóstico, equino.

ABSTRACT

The analysis of peritoneal fluid in horses is a regular procedure in the care of horses with
abdominal disease and an important diagnostic method for establishing the severity of the disease
and prognosis. The profile of the laboratory findings of the peritoneal fluid varies according to
the dynamics of the affection, however, there is a dearth of knowledge regarding to the
interpretation of the examinations in postoperative evaluations and abdominal diseases. The
understanding of the assessments of peritoneal fluid in healthy and with acute or chronic
abdominal disease is needed as an auxiliary and predictive resource of different conditions
affecting the equine digestive system.
Keywords:clinical analysis, abdominal diseases, diagnostic, equine.

INTRODUÇÃO permitirem ao clínico fazer um


diagnóstico preciso, estabelecer um
O uso de testes laboratoriais prognóstico e monitorar a resposta à
tornou-se comum e uma necessidade terapia (MESSER, 1995).
crescente na prática da clínica Dentre os procedimentos
veterinária. As informações obtidas a realizados na rotina de atendimento de
partir da seleção de exames laboratoriais equinos com cólica, a obtenção do
apropriados são inestimáveis ao líquido peritoneal, por meio de
abdominocentese, é considerada uma
_____________________________________
prática fácil e segura para o animal
* Endereço para correspondência:
E-mail: claudiaduarte@unipampa.edu.br (TULLENERS, 1983). Esse tipo de
procedimento fornece dados
complementares importantes, seja necessidade de maiores investigações
através de exame físico e bioquímico, nessa área.
classificação e contagem das células, ou
ainda, pela detecção de bactérias no DESENVOLVIMENTO
líquido peritoneal, informando o
provável grau de comprometimento da O fluido peritoneal que se
parede intestinal (SPIER & SYNDER, encontra presente na cavidade
1992), direcionando a conduta clínica e o abdominal, especificamente na cavidade
prognóstico (MESSER, 1995). peritoneal, trata-se de um dialisado
Estudos do perfil citológico e plasmático (BROWNLOW et al., 1981;
bioquímico do líquido peritoneal de DeHEER et al., 2002) que, em condições
animais sadios estão bem documentados normais, contém células mesoteliais,
tanto para raças específicas (ADAMS et adiposas, sanguíneas e da linfa.
al., 1980; SANTSCHI et al., Normalmente, a quantidade de fluido
1988;MACORIS, 1995; MENDES, peritoneal da cavidade abdominal é
1995) como para equinos sem raça suficiente para lubrificar o peritônio,
definida (NEVES et al., 2000). Existe assegurando movimentação livre das
ainda, contudo, deficiência nas vísceras abdominais (KOPCHA &
informações disponíveissobre a SCHULTZE, 1991).
interpretação da análise do líquido O fluido peritoneal reflete as
peritoneal nas avaliações pós-operatórias condições que ocorrem na superfície
e doenças abdominais. A escassez desses mesotelial da cavidade abdominal
conhecimentos traz complicação para a (BACCARIN et al., 1995) e o estudo de
interpretação correta dos exames, uma suas características físico-químicas tem
vez que o perfil dos achados laboratoriais papel importante e indispensável na
varia conforme a dinâmica da evolução avaliação de equinos com lesões
clínica (VALENTE, 2001). Portanto, é abdominais (MALARK et al., 1992).
importante descrever o perfil de dados Para a obtenção de um diagnóstico
laboratoriais no decorrer das doenças e precoce, devem-se associar os achados
das condições pós-cirúrgicas, uma vez do exame do fluido peritoneal ao
que o estudo de amostras seriadas de histórico, exames clínicos e
líquido peritoneal, juntamente com o complementares com o objetivo de
exame físico, facilita e permite ao instaurar a terapia adequada (BACH &
profissional distinguir e avaliar as RICKETTS, 1974; BROWNLOW,
medidas clínicas mais adequadas 1982; DAVIES et al., 1984; ALLEN JR.
(FARIA et al., 1999). et al., 1986; KOPCHA & SCHULTZE,
O presente trabalho tem por 1991; MALARK et al., 1992;
objetivo revisar a literatura disponível MACORIS, 1995; VALADÃO et al.,
acerca das análises de líquido peritoneal 1996). Através da abdominocentese é
tanto em condições de normalidade possível monitorar pacientes que
quanto nos quadros de doenças apresentam cólica, diarreia,ascite e
abdominais, bem como avaliar a ruptura de bexiga em potros
(BARRELET, 1993), além de animais
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com peritonite e após intervenções células sendo neutrófilos (NELSON,
cirúrgicas abdominais (BLACKFORD et 1979). BACH (1973) cita como normais
al., 1986), ou ainda, com ruptura valores até 8.000 leucócitos/µl e chama
intestinal (HAWKINS et al., 1993). atenção para casos onde a contagem de
Além disso, a técnica é de grande células pode se apresentar elevada
utilidade diagnóstica em potros com devido a uma reação fisiológica à
cólica devido, neste caso, às dificuldades desidratação. No entanto,
impostas à realização da palpação DABAREINER (2006) relatou que os
transretal (WHITE, 1990). Pode ser equinos normais geralmente apresentam
necessário realizar abdominocenteses concentração proteica no líquido
seriadas, particularmente quando os peritoneal menor que 1,0 g/dL. Também
resultados da colheita inicial foram foi observado que a aparência citológica
inconclusivos ou a condição clínica do dos leucócitos e das células mesoteliais
animal se altera ao longo do tempo, deve ser normal, embora não seja
especialmente em casos de lesões incomum a observação de células
abdominais (DeHEER et al., 2002). mesoteliais ativadas.
Como demonstrado por A composição celular descrita na
WILLIAMSON (1987), a literatura em situação de normalidade da
abdominocentese com instrumentos cavidade e vísceras abdominais
rombos (cânula mamária ou cateter) caracteriza-se por uma percentagem
quando comparada àquela realizada com maior de neutrófilos e células
instrumentos perfurantes, revela-se mononucleares, raros eosinófilos e um
satisfatória em função do reduzido risco pequeno número de linfócitos (BACH &
de enterocentese RICKETTS, 1974; MCGRATH, 1975;
acidental(SWANWICK & SWANWICK & WILKINSON 1976;
WILKINSON, 1976; BARRELET, NELSON 1979; BROWNLOW et. al.,
1993). SCHUMACHER et al. (1985) 1981). NEVES et al. (2000) observaram
não encontraram alterações média total de leucócitos igual a 3.567
significativas no líquido peritoneal de células/mm3. Os neutrófilos
equinos normais em que foram apresentaram uma média de 1.841
realizadas abdominocenteses a cada 24 células/mm3, linfócitos com média igual
horas por cinco dias. a 375 células/mm3, células
mononucleares com uma média de 1.206
Características do líquido peritoneal células/mm3, eosinófilos com 107
em equinos hígidos células/mm3 e basófilos com 4
O líquido peritoneal normal é células/mm3 em média.
claro, levemente amarelado e de
consistência serosa. O total de células Líquido peritoneal nas enfermidades
nucleadas e de proteínas do líquido abdominais
peritoneal de equinos normais foi Os processos inflamatórios na
relatado como menor que 5.000 células cavidade abdominal são classificados em
por microlitro (/µL) e 2,5 g/dL, agudos, subagudos ou crônicos
respectivamente, com 24 a 60% das baseando-se na duração do processo
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inflamatório e/ou na avaliação do tipo equinos (KOPCHA & SCHULTZE,
celular predominante (KOPCHA & 1991).
SCHULTZE, 1991). Os parâmetros do líquido
A inflamação do peritônio ou peritoneal indicativos de peritonite
peritonite pode ocorrer em resposta a variam amplamente, dependendo da
uma variedade de estímulos tanto enfermidade envolvida. Em equinos com
infecciosos (bactérias, vírus, fungos e peritonite ou abscessos internos foram
parasitas) quantonão infecciosos relatadas concentrações elevadas de
(traumas, agentes químicos e células nucleadas, variando de 15.000 a
neoplasias). Independentemente da 800.000 células/µL, sendo que mais de
causa, a inflamação do peritônio provoca 90% dos neutrófilos apresentavam
sensíveis alterações no exame do líquido granulações tóxicas ou alterações
peritoneal. O peritônio inflamado degenerativas. Concentração de proteína
apresenta permeabilidade aumentada, o total superior a 2,5 g/dL (SUSKO, 1994)
que resulta em aumento do volume do indica aumento da permeabilidade
fluido peritoneal e da concentração de capilar de vísceras abdominais ou do
proteínas. A liberação local de peritônio, resultando na exsudação
substâncias quimiotáxicas promove a proteica e está associada à inflamação e
migração de leucócitos para a cavidade comprometimento peritoneal ou
peritoneal. O número de hemácias contaminação do líquido peritoneal com
também pode estar aumentado, quando a sangue. Valores maiores que 0,1g/dL de
lesão for muito severa (RICKETTS, fibrinogênio indicam lesão vascular
1987; MENDES et al., 1999). progressiva nas vísceras abdominais
Segundo ADAMS et al. (1980), (MENDES, 1995).
nas inflamações agudas observa-se, no A visualização de líquido
fluido peritoneal, aumento da contagem peritoneal incolor indica a existência de
global de células nucleadas, sendo os diluição do mesmo e, se estiver presente
neutrófilos o tipo celular predominante em quantidade acima do normal, deve-se
(80 a 85%). Os outros componentes considerar a possibilidade de ascite ou
celulares do processo inflamatório (15 a uroperitônio. Líquido
20%) são representados por linfócitos, serossanguinolento indica aumento de
eosinófilos, macrófagos, células eritrócitos ou hemoglobina, que pode ser
mesoteliais ativas e, raramente, basófilos decorrente da degeneração intestinal e
e mastócitos (KOPCHA & SCHULTZE, consequente passagem transmural de
1991). eritrócitos, punção de baço durante a
Nas inflamações subagudas a abdominocentese, laceração de víscera
proporção de células neutrofílicas não abdominal ou contaminação por algum
degradadas é de 50 a 70% enquanto a de vaso da pele. O fluído esverdeado é
macrófagos é de 20 a 50% e, em resultante de enterocentese ou ruptura
inflamações crônicas, os macrófagos intestinal e o líquido acastanhado está
representam mais de 50% das células associado à necrose tecidual em estágio
encontradas no fluido peritoneal de avançado. O líquido turvo pode refletir
aumento da celularidade ou da
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concentração proteica. A presença de maior em éguas que tiveram alterações
líquido opaco sugere a ocorrência de clínicas após o parto quando comparada
efusão linfática. O líquido floculado com com aquelas que tiveramrecuperação
filamentos de fibrina é indicativo de sem intercorrências após extração fetal.
processo inflamatório abdominal Éguas com distocias e alteração de sinais
exsudativo. A quantidade do líquido clínicos apresentaram contagem
varia entre os equinos e pode estar leucocitária maior do que éguas
aumentada na peritonite aguda submetidas à extração fetal (FRAZER et
(transudato ou exsudato) ou ausente na al., 1997).
peritonite crônica com excessiva A contagem global de hemácias
produção de fibrina (DABAREINER, no fluido peritoneal é baixa em cavalos
2006). sadios (DeHEER et al., 2002), porém,
A avaliação do líquido peritoneal torna-se um indicador valioso na
deve ser realizada criteriosamente em avaliação de processos obstrutivos
equinos após laparotomia, parição, estrangulativos, obstrutivos não
castração ou abdominocentese múltipla. estrangulativos e como indicativo de
Após realização de laparotomia lesões abdominais iniciais em animais
exploratória em seis equinos normais, assintomáticos (HUNT et al., 1986). O
observou-se, no 5º dia de pós-operatório, fluido peritoneal de 65 equinos foi
concentração de células nucleadas entre avaliado por HUNT et al. (1986), sendo
85.000 e 418.000 células/µL e 20 animais com histórico prévio de dor
concentração proteica de 4,7 a 6,5 g/dL abdominal, 22 com obstrução intestinal
(SANTSCHI et al., 1988). estrangulativa e 23 pacientes com
De outra parte, SANTSCHI et al. obstrução não estrangulativa. Os autores
(1988), comparando o fluido peritoneal observaram que a quantidade de 20.000
de animais submetidos a laparotomia e células/µL para a contagem global de
manipulação visceral discreta com eritrócitos no fluido peritoneal foi um
aqueles animais submetidos com critério confiável para a indicação
laparotomia sem manuseio visceral, cirúrgica em 78% dos animais avaliados.
relataram que ocorrem respostas A avaliação citológica das
inflamatórias pós-operatórias notáveis amostras de abdominocentese de 19
no fluido peritoneal somente com a casos de hemoperitônio agudo em
simples manipulação dos órgãos cavalos (PUSTERLA et al., 2005) foi
abdominais. consistente com efusão hemorrágica em
Contudo, em um estudo, éguas todos os animais. Essa característica foi
quetiveram partos distócicos sem baseada pela alta contagem eritrocitária,
assistência ou apósfetotomia tiveram volume globular e concentração de
médias nos valores de líquido peritoneal proteínas totais. Um volume globular no
acima da faixa normal de referência. líquido peritoneal acima de 5% é
Apesar de se manter dentro dos limites sugestivo de acentuada hemorragia.
normais, a contagem total de células ZICKER et al. (1990),
nucleadas aumentou no segundo dia após trabalhando com 25 equinos portadores
o parto. A média de proteínas totais foi de neoplasias abdominais e 15 equinos
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com abscessos intra-abdominais resultados indicam que a avaliação
relataram como sinais clínicos seriada do líquido peritoneal pode ser útil
característicos a anorexia, perda de peso, para detectar desvitalização intestinal em
febre, dor abdominal e depressão. As casos clínicos de obstrução do cólon
análises laboratoriais no sangue menor equino.
circulante mostraram leucocitose, Nos casos de síndrome cólica,
hiperfibrinogenemia, hipoalbuminemia e um exame clínico minucioso facilita o
hipocalcemia e as amostras de fluido direcionamento para a provável sede do
peritoneal foram classificadas como problema. Este exame deve avaliar a
exsudato em 29 destes animais, duração e intensidade dos sinais clínicos
demonstrando alterações marcantes na e a dinâmica circulatória periférica,
citologia do fluido peritoneal. estando sempre vinculada à análise
LATSON et al. (2005) avaliaram laboratorial para pesquisa dos valores de
o lactato presente no fluido peritoneal hematócrito, leucograma, concentração
como um marcador de isquemia de proteínas plasmáticas totais bem
intestinal em casos de cólica e como, à realização de análise bioquímica
concluíram que tanto os níveis e celular do líquido peritoneal colhido
plasmáticos quanto peritoneais de lactato por meio de abdominocentese
foram maiores em cavalos com isquemia (COLAHAN, 1985).
secundária à obstrução estrangulante. GRULKE et al. (2001)
Características com maior correlação demonstraram existir uma relação direta
com a presença de isquemia secundária à entre a taxa de sobrevivência de equinos
obstrução estrangulante foram alterações com cólica e a intensidade da distensão
na análise física do líquido peritoneal, abdominal. A distensão intestinal é
valores de pH, cloreto e lactato. Essas frequentemente acompanhada por um
análises podem ser auxiliares na risco alto para os procedimentos
detecção precoce de lesões peritoneais cirúrgicos e anestésicos, além de ser a
como estrangulamento intestinal e causa de distúrbios severos na
rupturas. Segundo HOOGMOED et al. microcirculação da parede intestinal
(1999), valores de pH do fluido (HACKETT, 1983; ALLEN et al.,
peritoneal abaixo de 7,2 associado a 1986). Desta forma, além da distensão
aumentos nos valores de fibrinogênio e abdominal por acúmulo gasoso, os
glicose foram observados em situações equinos com cólica muitas vezes
de peritonites sépticas. apresentam alterações circulatórias
Em estudo de FALEIROS et primárias resultantes de deslocamento
al.(2011) também avaliando o lactato ou de processos estrangulativos.
presente no líquido peritoneal foi
demonstrado, através de análises
seriadas, que a distensão experimental do CONCLUSÕES
cólon menor promoveu alterações
subliminares progressivas na atividade Como o fluido peritoneal reflete
da lactato desidrogenase assim como nas as condições e as mudanças que ocorrem
concentrações de proteínas totais. Esses na superfície mesotelial da cavidade
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abdominal, o estudo de suas MedicineAssociation.,v.189, p.777-
características físico-químicas e 780,1986.
citológicas tem sido cada vez mais
importante e indispensável na avaliação BACCARIN, R.Y.A.; THOMASSIAN,
de equinos com distúrbios abdominais. A.; NICOLETTI, J.L.M.; GANDOLF,
A exploração e o conhecimento W.; HUSSINI, C.A.; LOPES, R.S.
dos dados laboratoriais de líquido Alterações do líquido peritoneal em
peritoneal constituem uma importante equinos com desconforto abdominal e
ferramenta para o clínico compreender o suas relações com o tipo de lesão
processo inflamatório e em qual fase implantada e evolução após tratamento
desse processo o animal se encontra. A médico ou cirúrgico: análise de 70 casos.
partir do domínio dessas informações é Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., v.32, n. 4,
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Frente ao exposto, é imperativo
que mais pesquisas sejam realizadas para BACH, L.G., RICKETTS, S.W.
um entendimento mais sólido a respeito Paracentesis as an aid to the diagnosis of
das respostas do fluido peritoneal aos abdominal disease in the horse. Equine
diferentes estímulos inflamatórios. Em Veterinay Journal.v.6, n.3, p.116-121,
especial, informações relatando a 1974.
resposta peritoneal na enfermidade
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abdominal crônica, a exemplo das
– Laboratory analyses. Equine Vet.
doenças parasitárias e neoplásicas se
Educ., v.5, n.2, p. 81-83, 1993.
fazem necessárias para que sejam
estabelecidos os perfis tanto nos quadros BLACKFORD, J.T.; SCHNEIDER,
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