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UNIVERSIDADE EVANGÉLICA DE GOIÁS

CURSO DE NUTRIÇÃO

ANDERSON RODRIGO DO NASCIMENTO


ANNA CAROLYNA MARTINS
EULALIA MORAIS DO NASCIMENTO
EVELLYN SANTOS LOPES
MILLENA LÚCIO BENTO
SARAH KARINE GUTEMBERG

ESTUDO DE CASO – CICLO III

CÂNCER

Anápolis
2022
ANDERSON RODRIGO DO NASCIMENTO
ANNA CAROLYNA MARTINS
EULALIA MORAIS DO NASCIMENTO
EVELLYN SANTOS LOPES
MILLENA LÚCIO BENTO
SARAH KARINE GUTEMBERG

ESTUDO DE CASO – CICLO III

CÂNCER

Atividade em grupo da disciplina de Patologia da


Nutrição e Dietoterapia II, apresentado ao
Universidade Evangélica de Goiás-
UniEVANGÉLICA, curso de Nutrição, como
exercício avaliativo.
Professora: Giovanna Nascimento.

Anápolis
2022
1. DEFINIÇÃO

O câncer é definido como uma neoplasia maligna, apontado como a segunda causa de
morbidade e mortalidade em âmbito global o que o torna um problema de saúde pública. As
neoplasias apresentam causas multifatoriais e desenvolvimento em múltiplas etapas. Os tipos
de câncer que apresentam maior taxa de mortalidade são: os pulmonares, os estomacais, os
hepáticos, os colorretais e os mamários. Fatores genéticos e epigenéticos, ambientais, hábito
alimentar e estilo de vida estão envolvidos na etiologia do câncer (COMINETTI, 2020).

Neoplasias (neo, significa novo e plasia, formação) são alterações celulares de diferentes
origens podendo serem classificadas em benignas ou malignas de acordo com determinadas
características, principalmente grau de diferenciação, anaplasia, velocidade e forma de
crescimento, invasão local e capacidade metastática. As neoplasias benignas apresentam
células semelhantes às de origem e não há alteração nuclear. Por outro lado, as neoplasias
malignas apresentam células com alterações no núcleo (como hipercromasia), na forma, no
tamanho, além de mitoses atípica (COMINETTI, 2020).

2. FISIOPATOLOGIA

O desencadeamento da carcinogênese envolve tanto eventos genéticos quanto epigenéticos,


porém, não se sabe ao certo o número de etapas desse processo. De modo geral, a
carcinogênese ocorre em três estágios básicos, denominados iniciação, promoção e progressão
(COMINETTI, 2020).

- INICIAÇÃO:
A Iniciação é caracterizada por lesão no DNA causada por um carcinógeno que é um agente
físico, químico ou viral. Nessa etapa, ocorre a atuação do sistema de reparo do DNA
(apoptose). A inibição das vias de morte celular possibilita a sobrevida das células cancerosas
geneticamente danificadas. A falha nesse processo, pode levar o crescimento desregulado da
célula e, por fim ao câncer.
Os oncogenes são genes alterados que promovem o crescimento de tumores e alteram a morte
celular programada (apoptose). Os genes supressores tumorais são o oposto dos oncogenes;
esses genes tornam-se desativados nas células cancerosas. Exemplos de genes supressores
tumorais incluem polipose adenomatosa do cólon (APC), câncer de mama tipos BRCA1 e
BCRA e supressor tumoral p53, uma proteína envolvida na prevenção do câncer (KRAUSE,
2018).

- PROMOÇÃO:
Durante a promoção, as células iniciais multiplicam-se e escapam dos mecanismos existentes
para proteger o corpo de crescimento e disseminação, neste momento ocorre uma expansão
clonal das células iniciadas estimuladas constantemente por um agente chamado de promotor,
que pode ser proveniente de fontes endógena ou exógena. Uma neoplasia, ou seja, um tecido
novo e anormal sem nenhuma função útil, é estabelecida, esta é uma fase reversível.

- PROGRESSÃO:
A progressão é o último estágio da carcinogênese sendo essa caracterizada por ser
irreversível, pela instabilidade cariotípica, pela contínua evolução de modificações
bioquímicas nas células malignas, pelo aumento da proliferação celular, pela invasão e pelo
desenvolvimento de metástase. Na metástase, a neoplasia tem a capacidade de invasão,
podendo propagar-se para tecidos e órgãos a distância. Para um câncer metastatizar, precisa
desenvolver seu próprio suprimento sanguíneo, a fim de sustentar o crescimento de células
anormais em rápida divisão. Nas células normais, a angiogênese promove a formação de
novos vasos sanguíneos, que são essenciais para suprir os tecidos do corpo com oxigênio e
nutrientes. Nas células cancerosas, a angiogênese tumoral ocorre quando os tumores liberam
substâncias que ajudam no desenvolvimento de novos vasos sanguíneos necessários ao seu
crescimento e à sua metástase (KRAUSE, 2018).

3. PRINCIPAIS TRATAMENTOS:

Os tipos de tratamento mais comuns para as neoplasias são a quimioterapia, a radioterapia e a


cirurgia. Entretanto, também podem ser empregadas outras técnicas auxiliares, como a
imunoterapia, a hormonioterapia e a terapia adjuvante com compostos naturais.
- QUIMIOTERAPIA:
A quimioterapia envolve o uso de medicamentos denominados quimioterápicos, que
constituem um grupo de aproximadamente 300 substâncias químicas que impedem tanto a
proliferação das células mutantes como a de células normais.113 Entretanto, os agentes
quimioterápicos são mais efetivos contra as células malignas do que contra as normais por
causa das variações bioquímicas existentes entre elas.56 A maior parte dos quimioterápicos
atua em alguma etapa do ciclo celular e pode ser classificada em ciclo-inespecífica (trabalham
em todas as células), ciclo-específica (agem somente em células em proliferação), ou fase-
específica (atuam em determinada fase do ciclo celular).

- RADIOTERAPIA:
A radioterapia consiste no emprego de radiações (tipo X, gama, beta, dentre outras) que
promovem a apoptose de células malignas e impedem a progressão da neoplasia. A
radioterapia pode ser empregada de forma isolada ou em combinação com outra estratégia de
tratamento, como a quimioterapia. Essa intervenção pode ser de dois tipos: teleterapia ou
radioterapia externa (aparelhos de emissão de radiação ficam afastados do paciente) e
braquiterapia ou radioterapia de contato (aparelhos ficam em contato com o organismo do
paciente).

- CIRURGIA:
A cirurgia pode ser eficaz dependendo do tipo e do estadiamento da neoplasia. Esse
procedimento pode curar um número significativo de casos em estágio inicial e fornecer
avaliação mais segura da extensão da doença. Entretanto, a intervenção cirúrgica é
extremamente invasiva e envolve, em geral, riscos e/ou morbidades significativas.

4. MEDICAMENTOS E INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

MEDICAMENTO TIPO DE CÂNCER INTERAÇÕES


Pemetrexede (Alimta®) Pulmão Os pacientes necessitam com
frequência de suplementação de
vitamina B12 e de ácido fólico
durante toda a terapia para evitar a
anemia associada a esse agente
quimioterápico
Pode levar a episódios graves de
hipertensão quando são
Procarbazina (Matulane®) Cérebro
consumidos alimentos e bebidas
ricos em tiramina
Não devem consumir bebidas
alcoólicas, comer ou manipular
Oxaliplatina (Eloxatin®) Colorretal bebidas ou alimentos, devido às
disestesias ou parestesias
transitórias de mãos, pés
Para evitar o desconforto gástrico
desnecessário, deve-se tomar o
Capecitabina (Xeloda®) Colorretal medicamento dentro de 30
minutos após a ingestão de
alimentos ou de uma refeição.
Não devem ser tomados com
alimentos, visto que isso pode
Erlotinibe (Tarceva®) Pulmão
causar exantema e diarreia
pronunciada

5. EXAMES BIOQUÍMICOS E DE IMAGEM IMPORTANTES:

Quando os sintomas ou testes de rastreamento sugerem câncer, os médicos utilizam os


seguintes recursos para estabelecer um diagnóstico definitivo: avaliação da história médica,
social e familiar do indivíduo; exame físico; exames laboratoriais; exames de imagem; e
biópsia tecidual. A avaliação laboratorial consiste em análise de sangue, urina e outros
líquidos corporais. Em particular, os oncologistas avaliam os marcadores tumorais (p. ex.,
alfafetoproteína [AFP], antígeno do câncer [CA] 125, CA 19-9, antígeno carcinoembrionário
[CEA], antígeno prostático específico [PSA]) e outras substâncias no sangue ou em líquidos
corporais, que podem estar elevados no câncer. Os procedimentos e exames de imagem
ajudam a estabelecer o diagnóstico (Tomografia Computadorizada – TC; Ressonância
Magnética – RM; Tomografia por Emissão de Pósitrons – PET). Os patologistas realizam
exames citológicos por meio da análise dos líquidos corporais, escarro, urina ou tecido ao
microscópio. Para detectar a presença de células malignas, utilizam um exame histopatológico
para rever o tecido especialmente corado, a citometria de fluxo para contagem e exame das
células e cromossomos, imuno-histoquímica para pesquisa de anticorpos contra proteínas
celulares específicas, além de citogenética para a visualização de defeitos genéticos
(KRAUSE, 2018).

6. RECOMENDAÇÕES E ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS:

Calorias
Obesos ou manutenção 21 a 25 kcal/kg/dia
Adultos sedentários 25 a 30 kcal/kg/dia
Ganho de peso e pacientes
30 a 35 kcal/kg/dia
anabólicos
Má absorção > 35 kcal/kg/dia
Proteínas
Pacientes hepatopatas e renais 0,5 a 0,8 g/kg/dia
Paciente estável 1,0 a 1,5 g/kg/dia
Paciente hipermetabólico 1,5 a 2,0 g/kg/dia
Gorduras
- 20 a 30 % do VET
Micronutrientes
Ferro 8 à 45 mg
Zinco 8 à 40 mg
Vit. C 45 à 2000 mg
Vit. D 5 à 50 mcg
Selênio 40 à 400 mcg
Líquidos
- 30 mL/kg

- Aconselhamento nutricional intensivo e terapia nutricional devem ser priorizados;


- A terapia nutricional deve ter como principal objetivo a prevenção da perda de peso e a
continuidade do tratamento químio e radioterápico;
- Terapia nutricional e hidratação devem ser oferecidas dentro dos cuidados de conforto
direcionados aos pacientes terminais;
- O uso de corticoides e agentes progestacionais pode auxiliar na melhora do apetite, mas
deve ter sua indicação restrita;

- O uso de ômega-3 e EPA previne a perda de peso e ajuda na manutenção do tratamento


químio e radioterápico.

7. CARDÁPIO

Café da manhã:

Café sem açúcar + Pão integral com queijo + Ameixa roxa

Almoço:

Arroz branco cozido + Feijão com caldo + Filé de peixe grelhado com molho de tomate +
Abóbora cabotiá refogada + Salada de folhas verdes com cenoura ralada + mamão

Lanche da tarde:

Iogurte com castanha do Brasil triturada, morango e banana

Jantar:

Arroz branco cozido + Feijão de caldo + Omelete de jiló e cheiro verde + Abóbora cabotiá
refogada + Couve temperada com alho cru e azeite + Laranja
Ceia:

Chá verde sem açúcar + torrada integral

SEMIOLOGIA: PRINCIPAIS ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM ALGUMAS


DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS

A avaliação clínica do paciente se inicia desde a observação da postura e face no início


do relacionamento. Importante observar o modo como se levanta, se tem alguma dificultada
de mobilidade. Acima de tudo, observarmos o seu rosto, sua expressão, o modo de ouvir e
falar.

Alguns achados importantes na avaliação devem levar a questionamentos mais longos.


Por exemplo, o volume tireoidiano, para observar sintomas tanto de hipo ou hipertireoidismo;
observando tremores, variações de peso, intolerância ao frio ou calor e alterações de hábito
intestinal;
É importante considerar idade, localização de sintomas e alterações, progressão,
duração das queixas, hábitos e vícios, doenças crônicas, infecções prévias, contato com casos
de tuberculose, exposição a animais, antecedentes de neoplasias de qualquer tipo e
localização. Nem todas as estruturas do corpo necessitam passar por inspeção, palpação e
percussão.

Encontrando uma alteração ou queixa do paciente, sempre palpe-a. Descrição do


exame será repartida em subsegmentos, mas com a prática o examinador passa a realizar o
exame sem depender de “setorializar” fazendo a interpretação de múltiplas informações
enquanto as associa a suas hipóteses diagnósticas.

Não tenha vergonha de questionar o paciente sobre possíveis alterações encontradas,


mesmo que pareça embaraçoso. Uma cicatriz facial, ausência ou deformidade de alguma
estrutura são exemplos de situações potencialmente importantes da história, como
antecedentes de doenças graves já tratadas, cirurgias, trauma ou alterações congênitas.
LOCAL MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DEFICIÊNCIAS

Cabelo Perda de brilho, seco quebradiço, PTN e Zinco


despigmentação, fácil de arrancar

Face Seborréia nasolabial, edema de face


B2,Fe,PTN

Olhos Palidez conjuntival,xerose,


blefarite angular Fe,Vit A,B2 e B6
B2
Lábios Estomatite angular,quelite

Língua Glossite,língua magenta,atrofia e B2,B3,B9,B12


hipertrofia das papilas

Gengivas Esponjosas, sangramento Vit C

Pele Xerose,hiperceratose Vitaminas A, C e K


folicular,petéquias,equimoses excessivas

Unhas Coiloníquea, quebradiças Ferro

Tecido Subcutâneo Edema, pouca gordura


Proteína e calorias

Sistema músculo- Atofia muscular,alargamento epifisário,


esquelético perna em “x”,flacidez das Vit D, B1, Cálcio
panturrilhas,fraturas

Sistema
Cardiovascular Cardiomegalia B1

Sistema Nervoso Alterações psicomotoras e


sensitivas,depressão,fraqueza B1,B6,B12
motora,formigamento (mãos e pés)
Anamnese e
Exames clínicos Causas/ sinais e sintomas

Falta de apetite Anorexia, doenças psiquiátricas (depressão, luto, tabagismo),


fatores relacionados à idade;
Aumento do apetite DM 2, hipertireoidismo, estresse, drogas, ansiedade;

Sono (apneia obstrutiva do Ronco alto e frequente, obesidade, cansaço, dificuldade de


sono) manter o sono, despertar precoce;
Anemia Deficiência de vit. do complexo B, ferro, ácido fólico, doenças
inflamatórias, imunossupressão;
Cansaço Depressão, anemia, doenças infecciosas, doenças inflamatórias
intestinais, câncer, transtorno mental, hipotireoidismo;
Constipação intestinal Má alimentação, redução da ingestão hídrica, dor abdominal,
uso de antidepressivos, fissura anal, hemorroidas;
Diarreia Doença celíaca, Intolerância a lactose, doenças inflamatórias
intestinais, etilismo, infecção bacteriana;
Dispepsia Doença de refluxo gastroesofágico, distúrbios alimentares,
ansiedade, depressão, emagrecimento inexplicável, vômitos
persistentes, icterícia, anemia;
Edema Ganho recente de peso, uso de medicamentos (anti-
hipertensivos, antidepressivos), inchaço, desnutrição, doenças
renais.
EXAME BIOQUÍMICO, VALOR DE REFERÊNCIA, CAUSAS E SIGNIFICADOS DE
VALORES ANORMAIS

HEMOGRAMA COMPLETO
Eritrograma
Nomes Valor de referência Alterações
Hemácias Homens - 4.500.000 a 6.000.000 células/mm³ Valores aumentados (policitemias) podem ser
Mulheres - 4.000.000 a 5.500.000 células/mm³ observados em casos de diarréia,
recém-nascidos-nascidos - 4.000.000 a 6.000.000 desidratação, queimaduras, policitemias vera,
células/mm³ cardiopatia crônica, intoxicações com álcool
etílico ou fármacos, vômitos e acidose
metabólica. Valores diminuídos podem ser
observados em anemias, leucemias, após
hemorragias intesas e em infecções graves.
Hematócrito Homens - 40% a 54% Valores aumentados ocorrem quando há
Mulheres - 37% a 47% hemoconcentração, como nas policitemias,
Recém-nascidos - 44% a 60% desidratações, queimaduras, diarreias e
vômitos intensos. O hematócrito aumentado
pode ser indicativo de macrocitose. Valores
diminuídos são observados quando há
redução do número de hemácias, como nas
anemias, leucemias e infecções. Um
hematócrito diminuído pode indicar
microcitose.
Hemoglobina Homens - 13,5 a 18 g/dL Valores aumentados e diminuídos de
Mulheres - 12 a 16 g/dL hemglobina estão presentes praticamente em
Recém-nascidos - 13,5 a 19,5 g/dL todas as condições que determinam aumento
e diminuição das hemácias, respectivamente.
VCM 80fl a 100 fl O volume cospuscular médio (VCM) avalia o
tamanho médio das hémacias. Um VCM
menor que 80fl indica a presença de
micrócitos, e um VCM maior que 100fl
indica presença de macrócitos.
HCM 27pg a 32pg O método de hemoglobina corpuscular média
(HCM) avalia a concentração de
hemoglobina nas hemácias. Um valor de
HCM menor do que 27pg indica a presença
de hipocromia nas hemácias,
correlacionando-se com baixos teores de
hemoglobina. Valores aumentados de HCM
(acima de 32pg) não apresentam significado
clínico.
CHCM 32% a 35% O método de concentração de hemoglobina
corpuscular média (CHCM) avalia a
porcentagem de hemoglobina em 100 mL de
hemácias. Valores de CHCM menores do que
32% são altamente indicativos de
hipocromia, e valores maiores do que 35%
quase sempre estão relacioandos à presença
de esferócitos.
RDW 11,5% a 14,5% O método de distribuição do tamanho de
hemácias (RDW) avalia a dispersão das
hemácias em relação ao tamanho. Valores de
RDW maiores do qe 14,5% indicam
dispersão de tamanho das hemácias em
relação ao VCM, termo conhecido como
anisocitose. Valores menores que 11,5% não
apresentam significado clínico.
Leucograma
Leucócitos Adultos - 4.000 a 11.000 células/mm³ Valores aumentados de leucócitos
recém-nascidos-nascidos - 10.000 a 18.000 (leucocitose) podem ocorrer em associação
células/mm³ aos processos inflamatórios, infecciosos e
leucemias. Valores diminuídos (leucopenia)
podem ser observados quando há redução na
produção dos leucócitos (deficiência de
vitamina A; depressão do tecidos
leucopoiéticos por infecção ou intoxicação;
uso de alguns medicamentos) ou no caso de
aumento da destruição celular,
provavelmente por anticorpos.
Bastonetes 3% a 5% (150 a 400 células/mm³) O aumento do número de neutrófilos
(neutrofilia) pode ser observado
frequentemente nas infecções bacterianas,
leuceias e nos processos inflamatórios.
Segmentados 55% a 65% (3.000 a 5.000 células/mm³) O aumento do número de neutrófilos
(neutrofilia) pode ser observado
frequentemente nas infecções bacterianas,
leuceias e nos processos inflamatórios.
Eosinófilos 2% a 6% (100 a 300 células/mm³) O aumento do número de eusinófilos
(eusinofilia) é observado nas parasitoses e
nos processos imunoalérgicos.
Basófilos 0% a 1% (50 a 80 células/mm³) O aumento do número de basófilos
(basofilia) geralmente aparece na leucemia
mieloide crônica e mais raramente nos
processos imunoalérgicos.
Monócitos 4% a 8% (200 a 650 células/mm³) Algumas infecções, principalmente sepse,
mononucleose e tuberculose, curam com o
aumento do número de monócitos
(monocitose).
Linfócitos 20% a 30% (1.500 a 2.500 células/mm³) O aumento do número de linfócitos
(linfocitose) aparece nas infecções virais
agudas e infecções crônicas (tuberculose e
sífilis), na leucemia linfocítica crônica e nos
processos ganglionares.
Plaquetograma
Plaquetas 150.000 a 400.000 plaquetas/mm³ Valores aumentados de plaquetas
(trombocitose) podem ser observados quando
ocorre aumento da produção, após
hemorragias, faturas ósseas, trombose
vascular ou lesões endoteliais. Valores
diminuídos (trombocitopenia) podem ser
causados por redução da produção medular,
aumento do sequestro esplênico ou aumento
da destruição plaquetária.
EXAMES GLICÊMICOS
Nomes Valor de referência Alterações
Glicose Não diabéticos: 60 a 99 mg/dL Valores aumentados podem ser observados na diabetes melito,
Pré-diabéticos: 100 a 126 mg/dL intolerância à glicose, hemocromatose, Síndrome de Cushing,
Diabéticos: >126 mg/dL feocromocitoma, estresse físico ou psicológico, pancreatite
aguda ou crônica, encefalopatia de Wernicke e algumas lesões
do SNC (hemorragia subaracnóidea, estados convulsivos).
Valores diminuídos podem ser observados em alcoolismo,
anomalias pediátricas, distúrbios endócrinos (hipotireoidismo,
glucagon, epinefrina), distúrbios funcionais (pós-gastrectomia,
distúrbios autonômicos), doenças críticas (hepáticas, cardíacas,
renais, sepse, inanição), entre outras.

Hemoglobina glicada Não diabéticos: até 6% Valores aumentados ocorrem no alcoolismo, anemia
Pré-diabéticos: 6% a 8% ferropriva, esplenectomia, insuficiência renal crônica com ou
Diabéticos: >8% sem diálise, intoxicação por chumbo, tratamento com salicilato
e triglicerídeos séricos aumentados.
Insulina 2,5 a 25 UI/mL Valores aumentados podem ser observados na insulinoma,
hipoglicemia reativa após ingestão de glicose, síndrome
autoimune da insulina, diabetes melito leve não tratado em
pacientes obesos, acromegalia após ingestão de glicose e
cirrose decorrente de depuração insuficiente no sangue.
Valores diminuídos podem ser observados na diabetes melito
grave associada a cetose e perda ponderal.

Nomes Valor de referência Alterações


Proteínas totais e frações Proteínas totais: 5,5 a 8 g/dL Valores diminuídos ocorrem nos casos de cirrose,
Albumina: 3,5 a 5,5 g/dL glomerulopatias, mieloma, sarcoidose, doenças
Globulinas: 2 a 3,5 g/dL granulomatosas, colagenoses, infecções agudas, caquexia,
Relação albumina/globulina: >1 queimaduras, e doenças inflamatórias intestinais.
Ácido úrico sérico Homens: 3,5 a 7,2 mg/dL Valores aumentados podem ser observados na acidose
Mulheres: 2,6 a 6 mg/dL metabólica, alcoolismo, aterosclerose, desidratação, destruição
aumentada de nucleoproteínas, diabetes mélito, dieta
hiperproteica e rica em nucleoproteinas, gota, insuficiência
renal, entre outras. Valores diminuídos podem ser observados
na acidose, acromegalia, diabetes melito, dieta pobre em
purinas, doença celíaca, doença de Wilson, síndrome de
fanconi, uremia, entre outras.

Transaminases hepáticas AST ou TGO: até 35 UI/L Valores aumentados podem ser observados na lesão hepática
ALT ou TGP: até 35 UI/L causada por fármacos, toxinas, isquemia, hepatite viral aguda,
Relação TGO/TGP: 0,7 a 1,4 obstrução aguda do colédoco por cálculo, hepatite autoimune,
hepatite crônica (B ou C), doença celíaca, alcoolismo,
esteatose hepática, doença de Wilson, entre outras . Valores
diminuídos podem ser observados no beribéri, cetoacidose
diabética, doença hepática grave, hemodiálise crônica, uremia.

URÉIA E CREATININA
Nomes Valor de referência Alterações
Ureia Sérica 10 a 40mg/dL Valores aumentados podem ser observados no catabolismo proteíco
aumentado; Estresse: trauma, infecções; IRA pós-renal; IRC;
Neoplasias entre outras. Valores diminuíos
podem ser observados em situações de desnutrição; dieta pobre em
proteínas; Hiper-hidratação; Insuficiência hepática, entre outros

Creatinina Sérica Homens: 0,7 a 1,6mg/dL Valores aumentados podem ser observados na cetoacidose diabética;
Mulheres: 0,6 a 1,1 mg/dL dieta rica em creatina; IRA e IRC; tratamento dialítico prolongado.
Valores diminuídos podem ser encontrados na gestação e hepatopatia
crônica.
Creatinina Urinária 15 a 20mg/kg/24h Valores aumentados podem ser observados em situações e distrofia
muscular; hipertireodismo; inanição; jejum prolongado e poliomilite.
Sem relato de situações que infuenciam na sua diminuição.

Creatinina Urináriade Homens: 1,5 a 2,5g/24h Valores aumentados podem ser observados na fase inicial de DM2 e no
24h Mulheres: 0,8 a 1,5g/24h hipertireoidismo. Valores diminuídos podem ser observados na IRA e
IRC

PERFIL LIPIDÍCO
Nomes Valor de referência Alterações
Colesterol total sérico Ótimo: <200mg/dL Valores aumentados podem ser observados no alcoolismo; colestase;
Limítrode: 200 a 239mg/dL diabetes melito mal controlado; doença hepatocelular; doenças
Alto: ≥240mg/dL pancreáticas; grávidez; hipotireoidismo; obstrução biliar e síndrome
nefrótica entre outras. Valores diminuídos podem ser observados na anemia
crônica; desnutrição simples e estressada; doenças que causam insuficiência
hepática hipertireodismo entre outras.
LDL colesterol Ótimo: <100mg/dL Valores aumentados ocorrem na hipercolesterolemia familiar; dieta com
Desejável: 100 a 129mg/dL alto teor de colesterol e gorduras saturadas; DM; IRC; anorexia nervosa;
Limitrófe: 130 a 159mg/L obstrução ou doença hepática, entre outras.
Alto: 160 a 189mg/dL Valores diminuídos podem ser observados doença grave; doença pulmonar
Muito alto: ≥190mg/dL crônica; anemias crônicas entre outras.

HDL colesterol Baixo: <40mg/dL Valores aumentados podem ser observados consumo leve de álcool;
Alto: >60mg/dL exercício vigoroso; tratamento com insulina e uso de estrógenos orais.
Valores diminuídos podem ser observados na anemia crônica, desnutrição,
DM mal controlada; doença hepatica aguda ou crônica, falta de exercício
físico; traumatismo; tabagismo entre outras.

Triglicerídeos Adultos Valores aumentados ocorrem na anorexia nervosa; deficiência de


Ótimo: <150mg/dL lipoproteína lipase; DM mal controlado; gota; pacreatite, entre outras.
Limítrofe: 150 a 199mg/dL Valores diminuídos podem ser observados na perda de peso recente, má-
Alto: 200 a 499mg/dL nutrição e abetalipoproteinemia.
Muito alto: ≥500mg/

CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL A PARTIR DE ALBUMINA


SÉRICA, ÍNDICE DE PROGNÓSTICO NUTRICIONAL, ÍNDICE DE RISCO
NUTRICIONAL

Estar com o peso considerado adequado para a altura nem sempre é suficiente para se
classificar uma pessoa como tendo um bom estado nutricional. Por exemplo, a pessoa pode
estar com o peso adequado, porém ter baixos estoques de ferro, o que acarreta anemia
ferropriva, fraqueza, diminuição da libido, sonolência, dor de cabeça ou enxaqueca,
incapacidade de fixar a atenção ou aprender, além de prejuízos no crescimento e
desenvolvimento. Várias outras vitaminas e minerais podem estar diminuídos quando o
indivíduo não se alimenta corretamente trazendo prejuízos nutricionais ao organismo.

Em hospitais, por exemplo, define-se o risco nutricional como qualquer situação em


que há presença de fatores, condições ou diagnósticos que possam afetar o estado nutricional
do indivíduo. Dentre os principais fatores estão:

 Desnutrição;

 Perda de peso nos últimos 6 meses superior a 10% do peso usual, quando anteriormente
eutrófico (com peso adequado para estatura);
 Alterações nas funções digestivas, com sintomas como diarréia, vômito, disfagia etc

 Inapetência;

 Dificuldade de mastigação ou deglutição;

 Idade superior a 70 anos;

 Alergia alimentar;

 Terapia com quimioterápicos;

 Presença de doença ou condição consuptiva como complicações pós-cirúrgicas, infecções,


AIDS, escaras, pancreatite, doença de Crohn entre outros.

Para se evitar o esgotamento desnecessário de nutrientes, todos os pacientes


hospitalizados devem ser avaliados para um potencial risco nutricional conforme
recomendado pela Sociedade Americana de Nutrição Parenteral e Enteral (A.S.P.E.N.) e pela
Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabolismo (ESPEN). A avaliação pode ser usada
para determinar se são necessárias informações adicionais de uma avaliação para garantir uma
intervenção.

A ESPEN recomenda o protocolo NRS 2002 para detectar a presença e o risco de se


desenvolver desnutrição no ambiente hospitalar. Este protocolo contém componentes do
Método Universal de Avaliação de Desnutrição (MUST, na sigla em inglês) e uma
classificação de gravidade da doença.  Na NRS 2002 quatro itens são importantes:

 O índice de massa corporal (IMC) do paciente é menor que 20,5? (IMC = peso/altura2)

 O paciente perdeu peso nos últimos três meses?

 O paciente teve uma redução na ingestão alimentar na última semana?

 O paciente está gravemente doente (por exemplo, em terapia intensiva)?

Se a resposta for “Sim” para uma das perguntas durante a pré-avaliação, deve-se
realizar a avaliação final. Se a resposta for “Não” para todas as perguntas, o paciente deve ser
reavaliado em intervalos semanais para que o estado nutricional seja monitorado. Após a
avaliação final, é dada uma nota de avaliação para identificar um estado nutricional
potencialmente prejudicado e a gravidade da doença:
Com base na nota do paciente, são recomendadas as avaliações e ações:

A AGS é uma alternativa ao uso do NRS 2002. Pode ser usada para identificar
pacientes desnutridos ou com risco de desnutrição, usando uma avaliação no leito hospitalar.
Considera, além de alterações na composição corporal, alterações nas funções fisiológicas.
Usada para avaliar pacientes cirúrgicos, com insuficiência renal, câncer, doenças hepáticas,
bem como idosos e portadores do vírus HIV.

Os critérios da AGS consideram os seguintes fatores: (1) Perda de peso, (2) Ingestão
alimentar, (3) Sintomas gastrointestinais, (4) Capacidade funcional, (5) Efeitos relacionados a
doenças, (6) Sinais físicos de desnutrição (perda de gordura subcutânea ou massa muscular,
edema, ascite).

Se os pacientes recebem uma nota “A” na AGS, eles são considerados bem nutridos.
Uma nota “B” na AGS indica um paciente moderadamente desnutrido.  E uma nota “C” na
AGS indica um paciente gravemente desnutrido. 

Quando a avaliação de risco nutricional é realizada, os efeitos deletérios da


desnutrição relacionada a doença podem ser prevenidos ou reduzidos.

- Índice de risco nutricional:

(IRN) (BUZBY et al., 1980) IRN = (1,489 x albumina sérica, g/l) + 41,7 x (peso atual/peso
usual)

Classificação:

- Não-desnutrido: IRN > 100;

- Desnutrição leve: IRN de 97,5 a 100

- Desnutrição moderada: IRN de 83,5 a 97,4

- Desnutrição grave: IRN < 83,5

ÍNDICE DE PROGNÓSTICO NUTRICIONAL

Pode-se avaliar o risco de mortalidade do paciente a través da atividade inflamatória e


do grau de nutrição calculando o Índice Prognóstico Nutricional e Inflamatório (PINI) de
Ingenbleek & Carpentier (1985). Os índices prognósticos são instrumentos geralmente usados
em unidades de terapia intensiva, tendo o objetivo de ajudar na prática clínica e
gerenciamento de cuidado.

Índice prognóstico nutricional (IPN) (BUZBY et al., 1980)

IPN (%) = 158 – (16,6 x ALB) – (0,78 x PCT) – (0,2 x TRS) – (5,8 x DCH)
ALB = albumina sérica (g/dl); PCT = prega cutânea do tríceps (mm); TRS = transferrina
sérica (mg/dl); DCH = hipersensibilidade cutânea retardada (0 = reatividade nula; 1 =
diâmetro do ponto < 5mm; 2 = diâmetro do ponto ³ 5mm).

Classificação: Baixo risco: PNI < 40%;

Risco intermediário: PNI entre 40% e 50%

Alto risco: PNI > 50%.

QUATRO PROTEÍNAS PRECISAM SER DOSADAS, SÃO ELAS:

1 – Proteína “C” Reativa,

2 – Alfa-1 glicoproteína ácida,

3 – Transtiretina (pré-albumina) e

4 – Albumina.

APLICA-SE OS RESULTADOS NA SEGUINTE FÓRMULA:

PINI= ALFA X PCR

ALB X TTR

ONDE:

PINI = Índice

Alfa = Alfa-1 glicoproteína ácida em mg/l

PCR = Proteína “C” Reativa em mg/l

Alb = Albumina em g/l

TTR = Transtiretina (pré-albumina) em mg/l

MATERIAL BIOLÓGICO: Soro.

Coleta: 2,0 ml de soro.

ARMAZENAMENTO: Refrigerar entre +2 a +8ºC

PREPARO DO PACIENTE: Jejum de 4 ou mais horas. Água ad libitum.

Métodos: Ver em cada uma das proteínas envolvidas.


Interpretação:

PINI Prognóstico do paciente


<1 Não infectado, não desnutrido.
1 a 10 Baixo risco de mortalidade.
11 a 20 Médio risco de mortalidade.
21 a 30 Alto risco de mortalidade.
> 30 Risco de morte.

8. REFERÊNCIAS

COMINETTI, Cristiane; COZZOLINO, Silvia Maria. Bases bioquímicas e fases fisiológicas


da nutrição: nas diferentes da vida, na saúde e na doença. Barueri-SP: Editora Manole,
2020;

MAHAN, L. K. Krause Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. Grupo GEN, 2018.

Consenso nacional de nutrição oncológica / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes
da Silva, Coordenação Geral de Gestão Assistencial, Hospital do Câncer I, Serviço de
Nutrição e Dietética; organização Nivaldo Barroso de Pinho. – 2. ed. rev. ampl. atual. – Rio
de Janeiro: INCA, 2015. 182p.

Recomendações nutricionais: nos estágios de vida e nas doenças crônicas não transmissíveis /
Sonia Tucunduva Philippi, Rita de Cássia de Aquino (organizadoras). – Barueri, SP: Manole,
2017. – [Série Sban; 1]

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