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ALIMENTAÇÃO E

CÂNCER
Dieta e Câncer

• O alimento é um fator importante em determinar a


incidência do câncer em muitos países e regiões
• Os macro e micronutrientes são componentes do alimento
relevante ao desenvolvimento do câncer

Takashi Sugimura, Toxicology , 2002


• Cerca de 30% dos cânceres humanos

provavelmente estão relacionados à dieta e

à nutrição, segundo a Organização Mundial

da Saúde.
• Há diversos estudos que mostram a relação entre o consumo
de certos alimentos e o risco de câncer.
• Fatores como conservação e preparo do alimento, tipo e
quantidade de alimento consumido estão envolvidos neste
processo.
• Muitos componentes da alimentação têm sido associados
com o processo de desenvolvimento do câncer,
principalmente câncer de mama, cólon (intestino grosso) reto,
próstata, esôfago e estômago.
Epidemiologia e câncer
• A grande variação na distribuição do câncer, segundo idade,
sexo e localização é explicada pela diferença entre os países
no que se refere a fatores de risco, políticas públicas em
relação a prevenção primária, composição demográfica,
exposição ambiental, estilo de vida e características genéticas.
• No mundo, o Câncer mais comum é o de pulmão, seguido pelo
estômago, mama, cólon e reto, fígado, próstata, colo uterino e
esôfago.
•Na últimas estimativas, segundo o gênero do tumor e
local, os mais prevalentes no Brasil, em ordem
decrescente, são:
1-Pele sem melanoma; 9-cólon e reto;
2-pele com melanoma; 10- esôfago;
3-mama; 11- leucemias.
4-colo de útero;
5-próstata;
6-pulmão;
7-estômago;
8-boca;
• Estudos mostram que pelo menos 33%

dos casos de câncer de mama, e 66% dos

registros de tumores de cólon e reto, no

Brasil, poderiam ser prevenidos com dieta

saudável.
Câncer

• Novas terapias, equipamentos e medicamentos


– melhoram as expectativas de tratamento do câncer
– não são suficientes para seu controle
• As perspectivas mundiais para o controle do
câncer são ruins
– Elevada exposição a diversos fatores de risco
• Tabagismo
• Alimentação inadequada

Moyses Szklo, 2008


http://www.inca.gov.br/ Revista Rede Câncer
A redução de novos casos e de mortes depende

Prevenção

Chave para
o Controle do Câncer
Moyses Szklo, 2008
http://www.inca.gov.br/ Revista Rede Câncer
Aflotoxina

Fígado Hepatoma
Normal
Carcinogênese versus quimioprevenção
Aflatoxina
(produzidas por fungos em Infecção pelo
milho, amendoim, grãos vírus B
de soja)

Iniciação Promoção

Hepatócito Hepatócito Tumor


normal alterado

Clorofilina
Vegetais de coloração
verde

Estudo chinês em população exposta a


aflatoxinas – 55% de redução de aflatoxina

Egner et al. Proc Natl Acad Sci. 2001;98:14601-6


35% mortes
Alimentação

Fatores endógenos Fatores ambientais

Câncer Gastrointestinal

Predisposição genética

Garofolo a et al. Rev. Campinas 2004


de 60 a 70 % incidência Câncer
mundo

X
Tabaco Atividade física

Manutenção Peso Dieta Saudável

World Cancer Research Fund 1997


Câncer Gastrointestinal
Fatores de risco
Comprovados Papel modesto
• Álcool
 Frutas e Vegetais
– Carcinoma escamoso  Prevenção câncer
– Câncer gástrico e coloretal gastrointestinal
• Obesidade  Selênio – relação
inversa ao câncer de
– Adenocarcinoma (não escamoso) de
esôfago e gástrico
esôfago
– Carcinoma gástrico (não região da
cárdia)
– Câncer coloretal ( Particularmente em
homens)

Brandt PA; Goldbohm R A, Best Practice & Research Clinical Gastroenterology 2006
Alimentos funcionais e biotecnologia

Alimentos funcionais
+

Biotecnologia
+

Desenvolvimento genético

NUTRIGENÔMICA
NUTRIÇÃO E GENÉTICA
Nutrigenômica

PREMISSAS

 Dieta é um fator importante em doenças


crônicas

 Componentes dietéticos modificam a expressão


de genes e até mesmo do genoma
Recomendações nutricionais
1940 - Comitê RDA (USA –FNB) / 1995 – Comitê DRIs (USA, Ca- FDA)

Prevenção Prevenção de
de Doenças doenças
Carenciais crônicas-não
transmissíveis

Nutrientes/substâncias bioativas
MECANISMOS PROPOSTOS: ANTICÂNCER
Soja - compostos fenólicos - vitaminas

PROCARCINOGÊNICOS Fitoestrogênios (competição


Antioxidantes
com receptores de
estrogênios)

CARCINOGÊNICOS

Iniciação
Indução de enzimas de detoxicação de
carcinogênicos (GSH-S transferase)
MODIFICAÇÃO DO DNA

Promoção Inibição de enzimas relacionadas à


proliferação celular (citocromo P450,
CÉLULA ANORMAL
lipooxigenase, DNA polimerase)

Proliferação Indução de apoptose

TUMOR
Regressão de crescimento tumoral
• A World Cancer Research Foundation em associação com o
American Institute for Cancer Research publicou um
relatório no qual foram analisados 30 anos de pesquisas
epidemiológicas sobre alimentação e risco de câncer.

• As conclusões foram que existem evidências convincentes


para uma associação inversa entre o consumo de frutas e
vegetais e câncer de pulmão, estômago, boca, faringe,
esôfago, cólon e reto.
As recomendações provenientes destas pesquisas
são importantes para a população em geral, e
para as pessoas com risco aumentado de tipos de
câncer específicos, devido à história familiar ou ao
hábito de fumar.
• Recentemente, um grupo de compostos químicos
encontrados nos grãos (cereais integrais e feijões),
legumes, verduras e frutas, denominados flavonóides,
demostraram efeitos biológicos positivos em relação à
prevenção do câncer, por seus efeitos antimutagênicos,
antioxidantes, reguladores dos ciclos celulares, inibindo a
proliferação de vários tipos de células cancerosas e
estimulando sua destruição.
• São encontrados principalmente nas camadas externas ou
cutículas das frutas, vegetais, raízes, folhas e chás.
• Frutas, verduras, legumes e cereais integrais contêm

nutrientes, tais como vitaminas, fibras e outros compostos,

que auxiliam as defesas naturais do corpo a destruírem os

carcinógenos antes que eles causem sérios danos às

células.

• Esses tipos de alimentos também podem bloquear ou

reverter os estágios iniciais do processo de carcinogênese

e, portanto, devem ser consumidos com frequência.


• Estes alimentos são ricos em vitaminas C, A, E e fibras.

Especial ênfase deve ser dada à ingestão de cebola, de

brócolis, repolho e couve-flor, de legumes vermelhos ou

amarelos e das folhas em geral, principalmente os

vegetais folhosos verdes escuro.

• Frutas cítricas como a laranja, o caju, a acerola, e muitas

outras, como o mamão, devem ter seu consumo

estimulado.
• Tem se evidenciado que a vitamina A protege contra o

câncer da cavidade bucal, faringe, laringe e pulmão, e é

possível que a vitamina E diminua o risco de se

desenvolver o câncer, devido aos seus conhecidos e

comprovados efeitos antioxidantes.

• Outro grupo de alimentos que têm importante papel na

prevenção do câncer são os cereais integrais.


• Em estudo de meta análise, Jacobs em 40 publicações

concluiu que os cereais em grãos e os alimentos produzidos

com farinhas de cereais integrais diminuíram o risco de

adquirir 20 tipos de câncer que são os mais frequentes.

• Os cereais e farinhas refinados não demonstraram nenhum

efeito protetor.
• Isto significa que, para a prevenção do câncer e outras

doenças crônicas, deveremos substituir o arroz branco

pelo arroz integral.

• E todos os produtos compostos de farinha de trigo,

como os pães, massas em geral, deverão ser

substituídos pelos mesmos alimentos feitos

preferencialmente com farinha de trigo 100% integral.


Quais são os principais alimentos
com propriedades funcionais?


Alimentos com atividade anticarcinogênica, segundo
Instituto Nacional do Câncer (EUA)

+ Alho
Repolho
Alcaçuz
Soja, Gengibre
Umbeliferae
(cenoura, aipo, “parships”)

Cebola, Chá, “Tumeric”


Cítricos (Laranja, limão, pomelo)
Trigo integral, Linho, Arroz integral
- Solanacea (tomate, berinjela, pimenta)
Cruciferae (brócolis, couve-flor, couve de bruxelas)
Aveia, Hortelã, Orégano, Pepino
Alecrim, Sálvia, Batata, Tomilho, Cebolinha
Manjericão, Estragão, Cantalupo, Cevada, Frutas vermelhas
COMPOSTOS BIOATIVOS QUE “PODEM”
REDUZIR RISCO DE DOENÇAS
ISOPRENÓIDES

TERPENOS
• carotenóides (40 átomos de C)
licopeno (tomate, melancia, beterraba, pimentão)

-caroteno (cenoura, abóbora, beterraba, mamão, manga,


batata doce

luteína (couve-flor, ervilha, brócolis, laranja, mamão,


pêssego, kiwi)

• limonóides (10 átomos de C)


Limoleno (cascas de limão e laranja)
ESTERÓIDES
Compostos esteróis - 28/ 29 C - oriundos de óleos vegetais com grande
similaridade com o colesterol

Fitosteróis

β- sitosterol
Campesterol
Estigmasterol

Fitoestanóis - fitoesteróis saturados

soja, frutos oleaginosos, óleos vegetais em geral, principalmente de canola,


arroz e girassol
COMPOSTOS FENÓLICOS
Possuem em comum um anel aromático rodeado por um ou mais grupos
hidroxila

Flavonóis
Flavonas (cheiro verde,cebolinha)
Flavonóides Isoflavonas (broto de alfafa,
(frutas e vegetais, sementes de linhaça)
chás e vinhos)
Flavanonas
Antocianidinas
Flavanois

A C

Tabela USDA
Outros polifenóis

• Ácidos hidroxibenzóico (ác. gálico, ác. protocatecúico, ác. p-


hidroxibenzóico

• Ácidos hidroxicinâmicos (ác. cumárico, ác. caféico, ác. Ferúlico, ác sinápico)

• Lignanas

• Stilbenos (resveratrol) – vinhos – suco de uva

• taninos (chás, vinho, berries)


Estudos epidemiológicos de
quimioprevenção de vários tipos de
tumores pelo chá
Correlação de Órgãos afetados Autor
quimioprevenção

Fortemente positiva Esôfago e Estômago Bushman (1998)


Hara (1984)

Positiva Pâncreas, Próstata, Gupta (1999)


Mama, Bexiga urinária Bushman (1998)
Hara (1997)
Moderada Cólon Bushman (1998)

Controversa Pulmão e Reto Tewes (1990)


Bushman (1998)

Jung et al
Int J Exp Pathol. 2001; 82:309-316
Mecanismo de ação do chá e seus
componentes na célula cancerígena
Indução de apoptose e controle do Yang (1998); Ahmad (2000); Hastak (2003);
ciclo celular Fung-Lung Chung (2003)

Estabilização do p53 e aumento dos Vergot ( 2002); Hastak (2003)


níveis de Bax

Regulação do fator de transcrição Erk- Jung (1999); Jung (2001); Yang & Wang
1e2 (1993); Fujimura (2004)

Inibição da expressão gênica de VEGF Dong (1997); Jung (1999); Jung (2001)

Inibição das metaloproteinases Maeda-Yamamoto (1999); Gabrisa (2001);


Jung (2001);Vayalil P.K. (2004)

Inibição da angiogênese Jung (1999); Jung (2001); Yang & Wang


(1993); Dong (1997)

Inibição de metástase Zhang (2000); Cao & Cao (1999)

Inibição de NFkB YU-LI LIN(1997); Ahmad(2000);


Hastak(2003); Vayalil(2004)
DERIVADOS DE AMINOÁCIDOS
• Componentes S – alil - alho

• Diallyl disulfeto - alho

•Alicina

•Isotiocianatos Atividades
Antioxidante - Anti câncer
(inibição de proliferação
•Indoles
celular e carcinogênese)
Indoles

Indol-3- carbinol (I3C) e 3,3’- diindolmetano (DIM)

Brassica: Brócole, repolho, couve-flor, nabo, agrião, rabanete,


rúcula, couve manteiga,

Atividades anticâncer via regulação genética


• Inibição de crescimento tumoral
• Indução de inibição do ciclo celular
Isotiocinatos

• ITCs vêm mostrando efeito protetor contra o


câncer em vários órgãos
• Esôfago, fígado, intestino delgado, cólon,
pulmões, glândula mamária, próstata, e
bexiga
• A maioria dos ITCs mostraram atividade química
preventiva em estudos
– Administrados tanto antes como após a
exposição a um carcinógeno
Bonnesen C et al. Cancer Research 2001; 61:6120-30
Alho

• Vem sendo objeto de vários estudos


• Provavelmente, é o alimento mais citado na literatura
• Segundo mais vendido nos EUA
Ames BN et al
Science 1990; 236: 271 –80.

Alho e componentes de enxofre alil associados podem alterar a carcinogênese


induzida por
• Vários químicos incluindo aflatoxina B1, benzopireno, 7,12
dimetilbenzantraceno, 4-metilnitrosamina-1-(s-piridil)-1-butatona
(NNK), 1,2-dimetildrazina (DMH), azozimetano e um número de
nitrosaminas

Milner, JA Nutrition and Cancer Prevention, New York: Plenum Publishers, 2000.
Estudos Epidemiológicos

• Estudo caso-controle conduzido com populações


da Província de Shandong na República da China

• Mortalidade por câncer de estômago 10 vezes


menor em indivíduos que consumiam
aproximadamente 20 gramas de alho por dia

You W-C et al, J Natl Cancer Inst 1989; 81: 162-4.


Estudos Epidemiológicos

• Revisão de 11 estudos epidemiológicos tipo caso-


controle
– Nove referiram associação do efeito protetor,
em relação aos vegetais do gênero Allium e
câncer de estômago
– Um apresentou efeito nulo
– Outro efeito contrário

World Cancer Research Fund e American Institute for Cancer Research


Food Nutrition the Prevention of Cancer: a global perspective 2 nded. Washington: WCRF
E AICR ; 1997
ÁCIDOS GRAXOS
Atividades
Redução de câncer, asterosclerose
Ácido linolêico conjugado** Redução de obesidade**
Prevenção de doença cardíaca
Atividade antiinflamatória *

Ác. graxos ômega-3 *(DHA/EPA)

Ác. α- linolênico
OUTROS
Saponinas
Propriedade saponificante; radical glucídico ligado a um radical aglícono

Espinafre, batata, tomate, aveia

Tocotrienóis
óleo de soja e milho; azeite de oliva 10% da quantidade
Câncer de Próstata
• Hábitos dietéticos talvez possam reduzir os riscos
de câncer da próstata.
• Neste sentido, tem-se recomendado alimentação
com baixo teor de gordura animal, comum nos
países onde a incidência da doença é baixa
(apenas 15% do total de calorias sob forma de
gordura).
• A ingestão abundante de tomate e seus
derivados parece diminuir de 35% os riscos de
câncer da próstata, segundo estudo realizado
na Universidade de Harvard.
• O efeito benéfico do tomate resultaria da
presença de grandes quantidades de

licopeno, um carotenóide natural.


COMPOSTOS MICROBIANOS

Próbióticos Prébióticos

Atividades

Anticarcinogênica
Estímulo do sistema imune
Antioxidante
Próbióticos

 São microorganismos não patogênicos que, ingeridos vivos, exercem


uma influência positiva sobre a saúde ou a fisiologia do hospede

 São objeto de ensaios randomizados controlados


 Testados sob forma de medicamentos
 Alguns nomeados como bactérias lácticas e bifidobactérias

Dray X; Marteau P. Nutrition clinique et métabolisme 20 (2006)


Próbióticos
• Os probióticos mais importantes são
– Lactobacilos acidófilos, casei, bulgários, lactis e
plantarum
– Estreptococo termófilo
– Enterococcus faecium e E. faecalis
– Bifidobactérias bifidus, longus einfatis

• Os leites fermentados, como os iogurtes - que sofrem


a ação de bactérias = produtoras de ácido lático
• Produtos industrializados acrescidos de bactérias
probióticas em pó ou cápsulas.
Prébióticos

São definidos como ingredientes contidos nos alimentos que não são digeríveis e
que podem afetar beneficamente o hospedeiro estimulando seletivamente o
crescimento e/ou atividade de bactérias no cólon (microflora colônica)

ESTIMULAM PRINCIPALMENTE O CRESCIMENTO D BIFIDOBACTÉRIAS

FATORES BIFIDOGÊNICOS

Gibson G. Br J Nutr 1998;80:S209–12


Bengmark, 2005; Lim et al, 2005
SÃO CLASSIFICADOS COMO PRÉBIÓTICOS

 Frutooligossacarídeos (FOS)
 3 a 4 monossacarídeos de D-frutose e D-glucose produzido
comercialmente da sacarose utilizando-se de uma enzima fúngica
fructosyltransferase. Desenvolvido industrialmente nos EUA.

 Inulinas – oligossacarídeos naturais. Polímeros de frutose (10 a 12


unidades) com glucose terminal.

raiz de chicória, raiz de aspargos, alcachofra-de-jerusalém,


alho-porro, folhas de alcachofra, cebola, banana, alho, tomate,
beterraba, yacon, centeio, aveia, trigo, mel, cerveja, açúcar
mascavo, dentre outros
Estimulam crescimento de espécies Bifidobacterium
Fibras e câncer de cólon
Teorias
carcinógenos fecais
 Diluição de carcinógenos fecais
ácidos biliares
 Diluição de ácidos biliares
transito intestinal
 Aumento do transito intestinal
• Redução do bolo fecal  Aumento do bolo fecal
• Ausência de substrato  Age como substrato para
para fermentação fermentação bacteriana
bacteriana

Giovannucci
Cancer Causes and Control.1995;6:164-79
Fibras e câncer de cólon
Estudos coorte

16 estudos coorte de 7 países + de 12.000 pacientes

Ingestão de fibra é inversamente associada à


mortalidade por câncer de cólon

10g/dia [fibra] 33% o risco de morte por câncer


de cólon em 25 anos

Jansen MC
Int J Cancer. 1999;81:174-9
QUANTIDADE DE ALIMENTOS NECESSÁRIOS
PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DE FOS (3g)
Alimentos Quantidade Calorias Medidas Caseiras
Alcachofra 750g 125 kcal 8 unidades
(coração)
Alcachofra de 22g 17 kcal 4 folhas
Jerusalém
Alho 1.500g 2.010 kcal 450 unidades
Alho-poró 58g 25 kcal 10 colheres de sopa
cheias
Aspargos 176g 39 kcal 24 unidades médias
Banana 1000g 950 kcal 10 unidades G
Cebola 100g 32 kcal 2 unidades médias
Centeio 428g 1460 kcal 3 xícaras
Cevada 375g 1244 kcal 2 xícaras
Farelo de Trigo 120g 372 kcal ¾ xícara
Raiz de Chicória 13g --- ½ pires
Tomate 167g 33 kcal 1 unidade G ou 3
unidades P
Os FOS também estão presentes em - Aveia, Açúcar mascavo, Beterraba, Mel, Tubérculo
Yacon, Cerveja
SUGESTÃO DE CARDÁPIO
2000 Kcals e 5,3g de FOS

Desjejum Lanche

Pão de centeio com mel e queijo branco Pastel de forno integral recheado
com ricota, tomate, cebola e
Vitamina de banana com aveia
orégano.
Colação
Suco de abacaxi com hortelã
Cookies de farelo de trigo
Jantar
Suco de maracujá
Salada de alface e beterraba com
Almoço grão de trigo cozido
Salada de rúcula com tomate e cebola Massa ao sugo
Risoto de aspargos Peito de frango grelhado
Mignon alho e óleo
Suco de acerola
Sobremesa:
Ceia
Salada de frutas
Iogurte de fruta
Limonada suíça
Alimentos, Nutrição e Prevenção do
Câncer

 A diversidade dietética é fator-chave na proteção


contra câncer especialmente entre populações
pobres

 A diversidade aumenta a probabilidade de dietas


mais adequadas e melhor equilibradas

World Cancer Research Fund 1997


Nutrição e Prevenção do Câncer

O risco de câncer pode ser reduzido por um padrão


dietético que inclua

 grande proporção de alimentos vegetais

 frutas, hortaliças, grão e leguminosas

 pequenas quantidades de carne e produtos


lácteos  manteiga e queijo

 equilíbrio em ingestão calórica e AF

Associação Americana de Câncer ,1998


Rio Grande do Sul
• A incidência do câncer em Porto Alegre é
semelhante à de cidades europeias.

• Em Porto Alegre, os tipos de câncer mais


frequentes são os de próstata e pulmão
nos homens. Para as mulheres, o câncer
de mama é o mais frequente em todas as
regiões.
Porto Alegre
• MULHERES: Mama, colo uterino, cólon,
pulmão e estômago.

• HOMENS: Pulmão, próstata, estômago,


esôfago e cólon.
ALIMENTAÇÃO DE RISCO
Alguns tipos de alimentos, se consumidos
regularmente durante longos períodos de
tempo, parecem fornecer o tipo de ambiente que
uma célula cancerosa necessita para crescer,
se multiplicar e se disseminar.

Neste grupo estão incluídos os alimentos ricos em


gorduras, tais como carnes vermelhas, frituras,
molhos com maionese, leite integral e
derivados, bacon, embutidos, dentre outros.
Existem também os alimentos que contêm
níveis significativos de agentes cancerígenos.

Por exemplo, os nitritos e nitratos usados para


conservar alguns tipos de alimentos, como
picles, salsichas e outros embutidos e alguns
tipos de enlatados, se transformam em
nitrosaminas no estômago.
As nitrosaminas são conhecidas como cancerígenos
esofágicos desde 1967.

São derivadas do nitrato, que sofre uma reação em nosso


organismo, transformando-se em agentes cancerígenos.

Essa transformação é feita por uma proteína descoberta


recentemente.

O gene responsável pela produção desta proteína é


CPY2A6.
• Os nitratos são encontrados em diversos gêneros

alimentícios, especialmente cerveja, peixes e seus

derivados, e nos derivados da carne e do queijo

preservados com conservantes de sal de nitrito.

• As nitrosaminas são formados quando as proteínas da

comida reagem com os sais de nitrito no estômago.

.
• Já os defumados e churrascos são impregnados pelo alcatrão
proveniente da fumaça do carvão, o mesmo encontrado na
fumaça do cigarro e que tem ação carcinogênica conhecida.
• Ao fritar, grelhar ou preparar carnes na brasa a temperaturas
muito elevadas, podem ser criados compostos que aumentam
o risco de câncer de estômago e colo-retal. Isso ocorre devido
a gordura presente na carne, que ao entrar em contato com a
brasa, produz um composto carcinogênico chamado
benzopireno.
• Devido a isso, existe uma certa distância que deve ser
respeitada entre o assado e a brasa.
• AHCs (aminas heterocíclicas):

São produzidas quando se prepara carne em altas


temperaturas.

Os alimentos assados e fritos possuem mais AHCs que os


preparados em temperaturas mais baixas (cozidos, por
exemplo).

Os pesquisadores observaram que pequenas quantidades


de AHCs são também produzidas em carnes bem
cozidas.
HAPs (hidrocarbonetos aromáticos
policíclicos):
São depositados na sua comida pela
fumaça e a chama criada pelas gotas de
gordura que caem sobre o carvão quente.

O benzopireno é um exemplo de
hidrocarboneto aromático.
Os alimentos preservados em sal, como
carne-de-sol, charque e peixes salgados,
também estão relacionados ao
desenvolvimento de câncer de estômago em
regiões onde é comum o consumo desses
alimentos.
Há vários estudos epidemiológicos que sugerem a associação
de dieta rica em gordura, principalmente a saturada, com um
maior risco de se desenvolver câncer em regiões
desenvolvidas, principalmente em países do Ocidente, onde o
consumo de alimentos ricos em gordura é alto.

Já câncer de estômago e de esôfago ocorrem mais


frequentemente em alguns países do Oriente e em regiões
pobres onde não há meios adequados de conservação dos
alimentos (geladeira), o que torna comum o uso de picles,
defumados e alimentos preservados em sal.
Câncer e chimarrão
• O Rio Grande do Sul é o principal estado
do Brasil em casos de câncer de esôfago.

• Estudos recentes mostram que a


temperatura e a quantidade consumida da
bebida transformam esse hábito em um
importante fator de risco para doença.
•Os prejuízos começam quando se leva a
bomba de chimarrão ao fundo da língua, pois o
calor intenso provoca queimaduras na parede
do esôfago.
•Enzimas ligadas ao processo inflamatório
decorrente produzem radicais livres, capazes de
reagir com os genes responsáveis pela
proliferação das células, o que pode desregular
o ciclo celular e dar início ao tumor.
• A tendência cada vez maior da ingestão de vitaminas em
comprimidos não substitui uma boa alimentação e só
deve ser feita com orientação. Os benefícios de uma boa
alimentação estão em sua correta combinação.

• Vale a pena frisar que a alimentação saudável somente


funcionará como fator protetor quando adotada
constantemente, no decorrer da vida. Neste aspecto
devem ser valorizados e incentivados antigos hábitos
alimentares do brasileiro, como o uso do arroz e do feijão.
Câncer e aspartame
• O adoçante artificial mais usado no mundo pode ter
efeitos graves na saúde humana, segundo um último
estudo liderado pelo italiano Morando Soffritti.

• O cientista italiano Morando Soffritti reavivou a polêmica


sobre a inocuidade do aspartame, adoçante artificial
usado em produtos tão populares quanto refrigerantes
dietéticos da Coca-Cola e Pepsi Co.
• Depois de estudar 1,8 mil ratos durante oito anos, a equipe
de pesquisadores que liderou na cidade italiana de Bolonha
concluiu que o aspartame pode ter efeitos cancerígenos.

• Em contrapartida, ao mesmo tempo,estudos financiados pela


empresa criadora do adoçante, a G. D. Searle & Company,
asseguram que este produto não apresenta nenhum risco
para a saúde humana.
Os resultados de Soffritti indicam que o aspartame é um

agente cancerígeno multipotencial.

Mesmo consumindo diariamente 20 miligramas por quilo de

peso corporal, isto é, uma quantidade menor do que a

recomendada pela FDA (50 mg/kg de peso corporal) e a União

Europeia (40mg/kg).
O estudo das doses correlacionadas entre as
miligramas consumidas e o peso corporal nos diz
que o efeito cancerígeno nas crianças pode ser
maior (por seu peso).

Os agentes cancerígenos têm um efeito mais forte


na vida do embrião, por isso as mulheres grávidas
correm mais riscos.
São necessários mais estudos para obter
maior precisão da quantificação do risco.
NUTRIÇÃO E
CÂNCER DE MAMA
O acúmulo de gordura no organismo (adiposidade) contribui
de forma importante para o desenvolvimento de alguns tipos
de câncer.

Para o câncer de mama, esta relação é mais complexa mas


se observa que após a menopausa, há associação entre
adiposidade e desenvolvimento de câncer.

Assim, estudos têm demonstrado que mais importante do


que a quantidade de gordura que se consome, é o tipo de
gordura consumida.
A gordura saturada tem sido associada ao aumento do

risco de desenvolvimento deste tipo de câncer.

A gordura monoinsaturada (encontrada em óleos vegetais,

especialmente no azeite de oliva) mostrou relação inversa.


O alto consumo de frutas e vegetais tem associação negativa
com o risco de câncer de mama.

Entre os fatores mais estudados, está a vitamina C


(encontrados em frutas cítricas, no espinafre, no agrião, na
rúcula), carotenóides (encontrados no mamão, na manga, no
tomate, na cenoura) e fitoestrógenos (encontrados
principalmente na soja).
Suplementos: estudos mostram que a prevenção do câncer
não justifica a utilização destes suplementos.
LINHAÇA
Dietary phytoestrogen intake lignans and
isoflavones and breast cancer risk (Canada)
Cotterchio M, Boucher BA Kreiger N, Mills CA,Thompson LU
Cancer Causes Control, 2008

 Ingestão de fitoestrógenos X Risco de CA de mama


 3.430 mulheres (25- 75 anos) com diagnóstico de CA de mama
 Questionário – Avaliação da ingestão de fitoestrógeno
 Estratificadas por IMC e em pré e pós menopausa

A ingestão de lignana foi associada com reduzido risco


de câncer de mama em mulheres com sobrepeso na
fase de pré menopausa.
 12 artigos de coorte e caso controle
1° meta análise risco de CA de mama e consumo de lignana
 Ingestão de lignana – Avaliação por questionário de consumo e
dosagem de níveis de séricos de enterolactona e enterodiol

O consumo maior de lignanas pode estar associado a


um risco 15% menor de desenvolver CA de mama, em
mulheres na menopausa.
Meta-analyses of lignans and enterolignans in relation to
breast cancer risk.
Buck K, Zaineddin AK,Vrielling A,Linseisen J,Chang- Claude J
Division of Cancer Epidemiology, German Cancer Research Center, Heidelberg, Germany.
Am J Clin Nutr. 2010

 Revisão sistemática entre 1997 – 2009

21 estudos (coorte e caso controle)

A ingestão elevada de lignanas pode estar associada com um reduzido risco de câncer
de mama em mulheres na fase de menopausa. No entanto, trabalhos adicionais são
necessários para esclarecer a associação entre lignana e câncer de mama.

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