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Maio de 2020
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INTRODUÇÃO
A liturgia do Grau 17º tem como objetivo primordial difundir o direito do ser
humano de se reunir sem opressão ou retaliação. Entende-se que para o
desenvolvimento da inteligência do homem necessita que eles se associem para
adquirirem o hábito de pensar, pois sem esse compartilhamento de ideias a sabedoria
do povo torna-se inexpressiva, e com isso refém da tirania e da ignorância.
Pela educação de cada pessoa, o povo unido aprenderá a julgar e dará seu voto
para aumentar a soma da inteligência cultural, que engrandece as nações.
Assim, também, aquele que se habitua a pensar com prudência sobre o lado
favorável e o lado adverso das coisas, distinguirá as necessidades políticas que
o afligem.1
DESENVOLVIMENTO
Inicialmente vale ressaltar a história do Grau, onde o Ritual descreve que o
Grau 17º foi criado para enaltecer os Cavaleiros que participaram das Cruzadas
libertadoras da Cidade Santa. Essas Cruzadas ocorreram visando a libertação de
O Ritual traz ainda que o Grau surgiu em 1118 após a Primeira Cruzada
quando a partir daí foi fundada a Ordem dos Templários ou Ordem do Templo de
Jerusalém, onde os primeiros Cavaleiros reuniram-se em número de onze e, segundo a
tradição, juraram na presença do Príncipe de Jerusalém, Garimont, manterem-se unidos
pela amizade fraterna e guardar os segredos quanto aos seus propósitos.
O episodio inicial do grau 17 aconteceu no momento em que onze Cavaleiros
consagrados, à fé, decididos a promover o ideal da compreensão entre povos,
através da educação e da fraternidade, uniram-se diante do Patriarca e Príncipe
de Jerusalém para selar um pacto, mediante o qual prestaram o voto de guardar
segredo, discrição, tolerância e perseverança, quanto a seus objetivos
altruísticos.5
de cada povo haverá a evolução e o progresso das nações. Daí a importância da Lei
Fundamental da Liberdade que proclama o Direito da Reunião.
Trata-se do direito do ser humano de se reunir tranquilamente, sem armas, nem
aparatos de guerra, sob o escopo de instruir uns aos outros, servir nas
necessidades, ajudar-se nos empreendimentos, debater seus interesses e
pleitear junto às autoridades, sem excessos de nenhuma espécie, sem perturbar
a ordem e sem ofender os bons costumes.10
boas ações para combater as perseguições aos que propagam a liberdade e o progresso
da humanidade.
Destarte, é essencial enfatizar a respeito do fundamento bíblico constante na
ritualística. É claro o caráter apocalíptico do Grau, que se baseia nos primeiros capítulos
do Livro da Revelação ou Apocalipse de São João. Este é o primeiro Grau do Rito
Escocês Antigo e Aceito que se retrata ao Novo Testamento, e em sentido teológico,
revelação ou apocalipse, representa a comunicação da verdade que Deus faz ao homem
por meio de Jesus e seu Espírito Santo.
Apocalipse significa descobrir uma verdade oculta. Seu tema principal é a luta
entre os poderes divinos e satânicos, ou seja, o conflito moral e espiritual entre os povos
da época. E neste Grau, estão simbolizados pela grande disputa entre o bem e o mal
demonstrado nas batalhas travadas pelos essênios, o que trouxe para a liturgia os
misteriosos ensinamentos morais e espirituais.
Para o autor Anatalino, o Livro do Apocalipse trata-se de uma obra escrita por
alguém com vasto conhecimento na cultura dos essênios, estudiosos da doutrina
gnóstica e da cabala. Sua concepção é acerca do “Cordeiro de Deus que tira o pecado
do mundo”15, uma alegoria que já havia sido desenvolvida pelos essênios. O Livro do
Apocalipse possui um caráter misterioso, com um estilo velado em símbolos e alegorias,
assim como é praticado a Maçonaria.
O apocalipse é um livro que relata as visões tidas por um cristão asceta,
presumivelmente preso político, confinado na Ilha de Pátmos. Escrito à maneira
dos essênios, intercalando letras e número, seu autor faz severas críticas à
sociedade e às autoridades romanas da época. O objetivo do livro é provar a
superioridade do Cristianismo sobre as demais religiões existentes no Império
Romano e mostrar que Jesus Cristo era, realmente, o Filho de Deus. 16
15 João (1:29);
16 ANATALINO, 2007, p. 301;
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injustiças dos tiranos. E é através das palavras do Cordeiro que os homens virtuosos
conseguirão alcançar a liberdade, verdade e justiça, assim como é ensinado na
ritualística do Grau.
11.E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos
anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares,
12.Que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o
poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças. 17
CONCLUSÃO
De tudo exposto, observa-se que as informações litúrgicas, bíblicas e
bibliográficas evidenciam na mensagem do Grau a responsabilidade dos Maçons
Cavaleiros do Oriente e do Ocidente em garantir o compartilhamento de ideias entre os
povos visando o progresso cultural mútuo, e nesse sentido considerar a educação como
instrumento fundamental para assegurar o direito de reunião, e por conseguinte a
liberdade de pensamento, o progresso e a independência das nações.
A liturgia do Grau ensina ao Maçom as virtudes morais de boa-fé e fidelidade,
e que sem a prática dessas não fará jus ao título do Grau. Virtudes que levam ao Maçom
a defender a verdade e honrar os compromissos existentes de homens para homens, e
de nação para nação, com vistas a difundir a igualdade entre os povos, os direitos e
deveres da humanidade.
Percebe-se também na ritualística que a Maçonaria tem um papel relevante
na educação dessas nações. Ela deve trabalhar para assegurar ao indivíduo ou
agrupamento humano a igualdade de direitos e obrigações e, consequentemente, sob o
preceito litúrgico, estabelecer a liberdade das nações com tomadas de decisões e ações
17 APOCALIPSE (5:11-12);
18 GOMES, 2018, p. 15;
19 GOMES, 2018, p. 68.
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BIBLIOGRAFIA
3. Que título recebe o iniciado do Grau 17 e por quê? Complete com suas
próprias palavras.
“O elevado ao grau 17 recebe o título de Cavaleiro do Oriente e do Ocidente.
Isto se explica por alusão ao território da Palestina, onde o grau germinou. O grau 17 do
REAA complementa as lendas concernentes aos que o precedem imediatamente, pois
foram concebidos para recordar a fusão cultural vivenciada pelas diversas nações”.
[Ritual do Grau 17, p. 05]. A denominação do título referido ao Grau provém do fato de
ter sido criado no Oriente, mais precisamente na Palestina conforme descreve a própria
história do Grau, e posteriormente levado para o Ocidente, na Europa. Ou seja, os
Cavaleiros saíram do Ocidente e foram estabelecer um reino Cristão no Oriente com
capital em Jerusalém. Simbolicamente representa a junção dos povos e que juntos é
possível encontrar soluções para os diversos conflitos existentes entre as nações.
com seus deveres em promover suas ideias, sentimentos e impressões que levam ao
caminho do aperfeiçoamento, físico, moral e espiritual.
juntas com a Lei criada pelos homens fazem com que os direitos estabelecidos sejam
assegurados.