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Cultivando água boa

MODELO DE GESTÃO PARTICIPATIVA

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A gestão e a implementação do programa socioambiental são eminentemente participativas. Suas ações são desenvolvidas por meio de parcerias entre
a Itaipu e instituições públicas e privadas, entidades sociais e ambientais. A organização e operação deste processo é feito por meio de comitês
gestores.

O Cultivando Água Boa conta com mais de 2.200 parceiros na BP3, entre prefeituras, cooperativas, associações de classe, produtores rurais, ONGs, órgãos
governamentais e sociedade civil organizada. Os parceiros estão organizados em Comitês Gestores estabelecidos por lei em cada um dos 29 municípios
atendidos pelos programa. Eles atuam transversamente em todas as ações que estão sendo desenvolvidas, além dos comitês específicos dos programas
transversais, que permeiam todo o tecido social da BP3.

Os membros dos comitê gestor, se reúnem periodicamente para dialogar sobre o andamento das ações do Cultivando Água Boa no município. O comitê faz
também a articulação junto aos órgãos públicos do Executivo, do Judiciário e dos órgãos ambientais para ajudarem a encaminhar soluções, principalmente
relacionadas às pequenas propriedades.

O processo de implantação do programa é composto pelas seguintes etapas:

1. Seleção da microbacia

Inicia-se pelo dialogando com a comunidade, autoridades e lideranças locais sobre os conceitos e fundamentos da conservação dos recursos hídricos, com a
definição da microbacia a ser trabalhada em cada município, priorizando as dos mananciais que abastecem a cidade.

2. Sensibilização

Encontros com as comunidades e lideranças para sensibilizar sobre os problemas, ações corretivas necessárias, práticas ambientalmente corretas e sobre o
que é o Cultivando Água Boa.

3. Comitês Gestores

São criados comitês gestores com representantes dos diversos programas e projetos socioambientais da Itaipu, órgãos municipais, estaduais e federais,
cooperativas, empresas, sindicatos, entidades sociais, universidades, escolas e agricultores.

4. Oficinas do Futuro

Inspirada na metodologia do Instituto Ecoar para a Cidadania (Agenda 21 do Pedaço) que traz à tona a possibilidade do diálogo e a ação de vários atores
sociais que interferem no ambiente e na qualidade de vida. As comunidades (jovens, crianças, adultos e idosos) são reunidas em suas sedes/clubes e
convidadas a uma reflexão socioambiental no processo das Oficinas do Futuro, que compreendem quatro momentos:

Muro das lamentações - identificam-se os danos ao meio ambiente e reclamações da comunidade, que avalia a sua conduta, em especial em relação ao seu
rio, e aponta os problemas a serem resolvidos;

Árvore da esperança – manifestam-se as aspirações de hoje e de amanhã (sonhos), respondendo à pergunta: Como gostariam que o pedaço fosse?

Caminho adiante – definem-se as ações corretivas dos problemas identificados, comprometendo-se com uma nova conduta, com base na ética do cuidado, na
convivência solidária entre os seres humanos e entre eles e os demais seres, respondendo às perguntas: O que é necessário fazer com urgência para salvar
nosso rio? Qual é a nossa parte?

Pacto das Águas – momento de celebração do compromisso pelo cuidado com as águas, em que a comunidade apresenta aos atores sociais envolvidos uma
síntese dos resultados das oficinas do futuro, mostrando o verdadeiro retrato da comunidade, seus problemas, anseios, compromissos e prioridades. O pacto
mobiliza toda a sociedade, tanto financeiramente quanto na construção do respeito mútuo e de solidariedade entre os seres, servindo também como
subsídio ao comitê gestor nos encaminhamentos referentes ao projeto. Esse documento é chamado de Carta do Pacto das Águas, que a comunidade,
lideranças e autoridades assinam como compromisso com a sustentabilidade (Agenda 21 do Pedaço).

5. Convênios, Acordos, Termo de Compromisso

Uma vez celebrado o Pacto das Águas (compromisso coletivo), a Itaipu Binacional, a Prefeitura e os demais parceiros assinam os convênios e outros
instrumentos em que estão claramente estabelecidas as condições e as contrapartidas das partes, para viabilizar a execução das ações previstas.

6. Ajustes de parcerias

Antes do inicio das ações são realizados ajustes referentes à participação e contribuição de cada um dos parceiros envolvidos com a causa.

7. Futuro no presente

Ação que se realiza durante e após a solução dos passivos ambientais, quando acontecem oficinas de sensibilização para despertar a consciência de cuidado
com o que está sendo reconstruído. Uma grande parceria para resolver os passivos ambientais apontados é firmada entre os diversos segmentos das
comunidades locais e das instituições envolvidas. Com seus potenciais distintos, desencadeiam o processo de ajuda mútua, legitimado nos comitês gestores,
que garantem a tomada de decisões de forma democrática e se constituem em espaços fundamentais de planejamento, execução, monitoramento e
proposições de ações para a melhoria contínua das bacias hidrográficas regionais.

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