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29/05/2022 11:53 Entendendo o Orí | Candomblé

Candomblé

O Mundo dos Orixás

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Entendendo o Orí

Junho 18, 2014 por Odé Ợlaigbo

Quando nascemos, o Orí (cabeça), é o primeiro òrìsà que recebemos, é quando tomamos nosso
primeiro banho de sangue, nele trazemos as impressões que estão gravadas no inconsciente, a nossa
origem no universo.

Este Orí está ligado ao Orí òrun pelo nosso Iponri, ele é fonte da inteligência para a sobrevivência no
ayé (Terra) e dele (Orí), geramos toda a força propulsora que nos conduz em nossa jornada não
somente para a vida em si, mas também na saúde, prosperidade e equilíbrio. Nosso Orí está
diretamente ligado ao Orí òrun, portanto ele conhece nosso destino e desta forma nos conduzirá na
passagem do mundo físico para o mundo espiritual e vice e versa.

Assim, Orí = Origem do ser, está ligado ao òrun e ao mesmo tempo ligado a Terra (ayé), sobrevivendo
após a morte para transmutar a morte física para a vida do espírito e desta forma guardando em sua
memória as marcas de sua origem.

“O pensamento provoca a ação e a ação provoca a reação” e todos os frutos colhidos serão a resposta
de nossa conduta, de nosso equilíbrio tanto mental como emocional. Isto quer dizer que podemos ter
um bom Orí, que saudaremos Olorí rẹ e para aqueles com um mau Orí diremos Olorí Burúkú, aquele
que tem cabeça ruim.

Olódùmarè, nosso Deus maior nos deu a vida e a liberdade de buscar a perfeição espiritual, deixando
conosco a sabedoria arbitral, a qual somente poderá ser compreendida com um bom Orí, assim diz o
Oríkì:

Nada se faz sem um bom Orí.

Um bom Orí é aquele que está sempre alerta, sempre sacrificando, sempre buscando evolução,
sempre melhorando seu caráter e suas maneiras.

Ifá em nossa vida

Ifá, é a soma da sabedoria suprema, da cosmogenia e da cosmologia, da vida e da morte, do


nascimento e da natureza, a visão total do mundo e da existência estabelecendo normas éticas que
irão comandar as sociedades e os homens e assim determinando uma conduta nobre diante de todas

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as forças que se formam contra o bem da humanidade. São estas forças que conduziram a sustentação
do planeta vivo.

Neste processo tão poderoso, aquele que for iniciado em seu Culto estará agregando a si uma
permissão para obtenção de um poder muito maior perante Olódùnmarè, assim existindo a
necessidade por parte dos Sacerdotes, conhecedores plenos da extensão deste mesmo poder, avaliar o
candidato com muita clareza e assim permitindo ou não esta iniciação.

Nem todos estão habilitados a carregarem em seu Orí, esta força que liga o ser com o sagrado. Seus
Sacerdotes, apoiados nos conhecimentos milenares, carregados por uma cultura de tradições em
botânica, mineralogia e zoologia conseguem unir os elementos da natureza à energia vital de cada
indivíduo procurando o equilíbrio entre as forças espirituais e materiais de cada um, esta união da
ciência com o mundo espiritual precisa de mentes sãs.

A transformação dos filhos iniciados em Ifá:

No momento da iniciação o destino vivido por esta pessoa até então, estará sendo limpo e enterrado,
dela serão retiradas todas as forças contrárias e haverá uma mudança no trajeto até então vivenciado,
fazendo com que seu Orí encontre o destino do momento de sua concepção, apagando as
imperfeições consequentes de sua vida refletida pela sociedade onde nasceu, cresceu e vive para
reencontrar a sua origem perfeita.

Mas para que esta força de fato venha adentrar em seu Orí e passe a fazer parte de sua existência
estes novos filhos deverão procurar além de cumprir leis, entender e estudar o sentido desta filosofia
para que a magia desta iniciação prevaleça neste Orí, sendo ela independente de seu òrìsà guardião.

Ifá é um Culto Tradicional considerado a fonte de todas as outras formas de adoração. É um livro de
orientação, um roteiro, que trata você como indivíduo único e através do qual receberá suas regras de
conduta pessoais Eéwò (tabus) de acordo com sua origem ancestral, leis estas que irão levá-lo a
obtenção da realização de sua felicidade de acordo com sua própria história e missão.

Aqui não pode haver a alimentação de sonhos que não fazem parte de seu destino, mas a leitura
daquilo que você sempre foi, desde os primórdios e a busca de seu aprimoramento através das
soluções apresentadas nos jogos divinatórios de Ifá.

Assim em nada se parece a qualquer religião, associações ou fraternidades que existem, onde todos
são tratados como massa independendo da inteligência e onde seu Eu Interior não é respeitado.

O aprendizado correto da forma de cultuá-lo requer um grau elevado no domínio de seu


comportamento, já cheio de vícios de personalidade, este é o verdadeiro àse, o nascer novamente com
a maturidade e a consciência adquirida e poder reformular sua vida de forma a satisfazer sua
trajetória na Terra.

Texto escrito por Odé Gbàfáomi, embasado em artigo do Áwo Fatunmbi.

Ire Bàbá.

Publicado em Candomblé | 59 comentários

59 Respostas

Mário Carmelo Barbosa dos Santos em Junho 18, 2014 às 11:39 am


https://ocandomble.com/2014/06/18/entendendo-o-ori/ 2/14
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Bom dia!

Belo texto! Li certa vez, que Ajalá confecciona as cabeça (ori), no orun, mas as vezes se
descuida e faz cabeças ruins e as pessoas pegam essas cabeças, então algumas pessoas escolhem
um mal destino pra si. Então, o erro já vem do mundo transcendental? Ou essa assertiva carece de
uma interpretação?
Um abraço.

nilton carlos (neto) em Junho 18, 2014 às 12:53 pm


gostei muito do texto,seria desrrespeitoso e falso se dissesse que não,rsrs,
então pode-se quebrar essa ligação do orí do ayê ao orún?

uma vez ouvi rumores que existe pessoas com orí meji “dois em um “por exemplo
e no caso do orí ruin olorí búrukú
a pessoa não tem cupa né ou consequentemente ela paga por atos que ela nem sabe por quais
motivos cometem?

motumbá

neto de logun

flaviaregina em Junho 18, 2014 às 1:37 pm


Bom dia. .. por favor podem me esclarecer se tem diferença no preceito de falecimento nas
nações ketu e angola… muito obrigada. ..

Flavia em Junho 18, 2014 às 2:20 pm


Bom dia… Por favor, uma informação… Qual é a diferença de preceito em caso de
falecimento nas nações Ketu e Angola… Muito obrigada

Da Ilha em Junho 18, 2014 às 6:07 pm


Olá Mário.
Esta questão está muito aquém do texto.
No artigo que você leu em Ògúndá mèjì, Afunwape, escolhe seu Orí após fazer sacrifício
(ebó), o termo Kadara, explica a forma como escolhemos nosso Orí.
O destino foi escolhido antes deste passo, a forma como você vai segui-lo, com mais ou menos
lutas, está ligada a este detalhe (Kadara).
Enquanto espirito, fazemos estas escolhas e saímos para conquista-las nos domínios de Àjàlá
Mopin.
A questão ainda assim é muito mais profunda e carece de estudos mais largos.

Ire

Da Ilha em Junho 18, 2014 às 6:16 pm


Nilton a ligação não é quebrada, o que se rompe é a conexão entre você e seu Orí, pois,
após sua morte você voltará para Ele.
Romper esta ligação é deixar você a deriva neste mundo, por este motivo fazemos Bori,
para religar e fortalecer estes laços.
Os ‘rumores’ (isto acaba com a religião) são verdadeiros, Orí mèjì existe para dar o auxilio que
este Orí precisa neste mundo.
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Dependendo do destino escolhido, o Orí vai precisar de duas energias.


Olóri é cargo sacerdotal.
Orí buruku está explicado em Òsá mèjì e é uma questão muito profunda, está ligado a escolha do
Orí que você vai trazer para este mundo no ato de Kadarà (a forma que escolhemos nosso Orí).
A pessoa tem culpa sim. Pois foi seu Orí que escolheu a forma de conquistar seu destino no Òrun
e outros detalhes que acompanham este assunto.
Ela não saber é normal, mas pode descobrir através do oráculo e tentar amenizar o problema, pois
nesta vida, Orí buruku, morre buruku.

Irfe

Da Ilha em Junho 18, 2014 às 6:17 pm


Flavia entre na foto do Euandilu, nosso moderador e refaça a pergunta, ele é especializado
no assunto Angola, pode colocar em qualquer texto dele.

Ire

ROBERTO GONZAGA FERREIRA em Junho 18, 2014 às 6:28 pm


Boa tarde em primeiro lugar sua bença, eu mais ou menos ja sabia sobre o ori como que a
pessoa ou seja como a alma entra no ori da carne em que ela vai viver com ela a historia é
isso mesmo ai que o sr contou agora eu queria saber desse livro ai como eu posso adquiri-
lo . Obrigado mesmo pela sua atenção

Da Ilha em Junho 18, 2014 às 11:05 pm


Roberto de que livro você está falando?

Ire

Flávia em Junho 20, 2014 às 12:11 am


Boa noite!!! Alguém pode me falar sobre Oxum Aziri? Desejo conhecer melhor essa
qualidade… Muito obrigada..

Mário Carmelo Barbosa dos Santos em Junho 20, 2014 às 2:39 pm


Bom dia!
Então quer dizer que ori meji é o auxílio do orixá que nos criou e do adjuntó, por exemplo:
Oxun e Xangô? Eles no caso, auxiliarão o desempenho do ori?
Não sei se entendi errado?

Mário Carmelo Barbosa dos Santos em Junho 20, 2014 às 2:43 pm


Bom dia, Dailha!

Então é por isso, no caso de ori buruku, que existem pessoas que nada dá certo pra elas,
nem no universo sentimental, profissional e tudo mais?!
São pessoas que costumamos dizer: Enguiçadas, atrapalham até os outros!
Um abraço.

Da Ilha em Junho 20, 2014 às 3:19 pm


https://ocandomble.com/2014/06/18/entendendo-o-ori/ 4/14
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Flávia sobre qualidades de òrìsà temos post na barra lateral do blog.


Boa leitura.

Ire

Da Ilha em Junho 20, 2014 às 3:42 pm


Mário o Orí mèjì dentro do Candomblé se configura em dois òrìsà (sendo o mesmo òrìsà)
com dois caminhos (qualidades).
Dentro do Culto Tradicional enxergamos como duas energias, Sàngó e Osumarè (por
exemplo).
Estas energias foram designadas a lhe auxiliar na sua busca e complementação de seu destino
neste mundo.
Não só eles, mas outras energias podem estar agregadas a esta tarefa de lhe auxiliar (Egungun, Iya
mi, Ègbé Òrun e etc.)

Ire

Da Ilha em Junho 20, 2014 às 3:46 pm


Mário Orí Buruku, deve fazer ebo, para que consiga caminhar neste mundo, porém,
progresso vai ser quase impossível.
Se ele não fizer ebo, vai ter uma vida muito, mais muito ruim mesmo.
Peço a Deus que as pessoas se livrem deste mal.
Todavia, existem pessoas que fazem de tudo para se tornarem Buruku e não fazem nada para sua
evolução, apenas cavam a sua sepultura, com mais ou menos velocidade.
Vide as pessoas que buscam a vida dentro do crime.

Ire

Candombleusa.com em Julho 13, 2014 às 3:58 pm


Reblogged this on Candomblé in the USA and commented:
If you read Portuguese, this is a Candomblé blog with a wealth of information. I’m not
necessarily endorsing everything written here, but it represents lots of perspectives that
will, at the very least, expand your thinking.

Este é um blog sobre Candomblé com uma riqueza de informações. Não estou necessariamente
endossando tudo escrito aqui, mas representa muitas perspectivas que vão, no mínimo, expandir
o seu pensamento.

Daniela em Julho 16, 2014 às 8:36 pm


Poderiam me ajudar minha madrinha tem problemas saúde, além de fazer aduras
poderiam me ensinar algo que eu possa fazer pela saúde dela. Agradeço desde já a vossa
ajuda

Da Ilha em Julho 16, 2014 às 9:38 pm


Daniela não é desta forma que pedimos ajuda.
Especifique que então poderemos lhe ajudar.
Rezar é fundamental, mas, não resolve.
Devemos rezar, devemos mudar nosso caráter, devemos consultar o oráculo e saber por que a

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doença está visitando sua madrinha e não quer ir embora.


Devemos fazer ebó e seguir a orientação do sacerdote.
E acima de tudo, devemos ir ao médico.

ire

Priscila em Agosto 20, 2014 às 8:38 pm


Boa tarde, existe alguma reza que pode ser feita para fortalecer o Ori? E tbm, pessoas que
não são da religião podem fazer o oriki de seu orixá? Grata, Pri.

Da Ilha em Agosto 20, 2014 às 10:48 pm


Priscila a reza é livre.
Todos deveriam rezar, sempre, para seu Ori e os òrìsà.
A reza fortalece o espirito (diz o Odù Òfún méjì), cria uma couraça contra os malévolos.
Não precisa ser iniciado para rezar, seja de Eégúngún a Osalá.

Ire

Sergio em Outubro 3, 2014 às 3:50 am


Aboru Aboye Abosise Baba,
Vejo que o texto abordou Ori e Ifá.
No Ifá existe iniciação a Ori ?
Obrigado !

Da Ilha em Outubro 4, 2014 às 3:25 pm


Sergio não se monta ìgbá Ori na iniciação de Ifá.

ire

Sergio em Outubro 4, 2014 às 7:29 pm


Mas Ifa pode determinar que seja montado para fortalecer o Ori ?

Não achei nenhum material específico sobre, o porque do Igba Ifa.


Obrigado.

Da Ilha em Outubro 4, 2014 às 8:34 pm


Sergio a montagem do ìgbà Ori é determinação de Orunmilá e está ligado ao culto de
òrìsà, mas, Orunmila pode determinar a montagem de um igba ori para a pessoa.
O igba Ifá pode ser de qualquer um, basta você querer se iniciar no culto de Orunmila.
Pode ser Isefá (primeira mão) ou Itelodù a iniciação do babalawo.
Mas nada garante que você será um babalawo, quem irá desvendar o mistério é Orunmila.

ire

laiala.oliveira@gmail.com em Fevereiro 12, 2015 às 2:25 pm


bom dia .. li seu texto gostei muito.. tenho uma duvida ..sonhei com um moça falando que
mexeram no meu ori.. o senhor sabe que significa.

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Da Ilha em Fevereiro 12, 2015 às 9:17 pm


Laiala pode ser muita coisa, como pode não ser nada.
Quem pode dizer alguma coisa é o oráculo.
Se você tiver vontade de saber, procure um jogo e faça todasas perguntas pertinentes ao
assunto.

Ire

Diego em Fevereiro 13, 2015 às 4:15 am


O Culto de Ifá é magnifico, uma pena que os babalawos mais conhecidos cobrem um preço
fora da realidade da maiorias das pessoas e acaba ficando so para pessoas de maior poder
aquisitivo .

Da Ilha em Fevereiro 13, 2015 às 6:17 pm


Diego Ifá é caro. Quanto vale eu não sei.
Pessoas querem ter acesso a este culto e ficam impossibilitadas em função dos custos
muito alto para os padrões normais.
Ifá é um culto caro de verdade.
E tem que saber investir, pois, estamos vivendo a fase da Ifá mania e todos querem ser babalawo e
estão fazendo mega lambanças por ai.
Sem contar a quantidade de nigerianos que não são nada (espiritualmente) e fazem mil coisas
erradas na cabeça das pessoas por dinheiro.
Temos que ter atenção e cuidado, muito cuidado mesmo.

Ire

Diego em Fevereiro 13, 2015 às 8:07 pm


Sim os valores são altos, as vezes me pergunto será que realmente é válido ter uma religião
que tem que se pagar o que não tem para fazer parte dela sera que Deus e barganha pagou
levou? Aquele que paga ebó que paga consulta se da bem na vida o restante não. Um bom
caso para exercitar meu discernimento

Da Ilha em Fevereiro 13, 2015 às 9:29 pm


Diego exercite bastante, pois, vc vai precisar.
Ifá é abundância.
Òyèkú mèjì diz:

Òrúnmìlá diz que é pai de algo grande;


Eu digo que Ifá será pai de algo grande,
Ifá é pai de Fazenda.
Òrúnmìlá diz que é pai de algo grande;
Eu digo que Ifá será pai de algo grande,
Ifá é pai de Mercado.
Òrúnmìlá diz que é pai de algo grande;
Eu digo que Ifá será pai de algo grande,
Ifá é pai da Guerra.
Òrúnmìlá diz que é pai de algo grande;
Eu digo que Ifá será pai de algo grande,

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Ifá e pai da Estrada.


Òrúnmìlá diz que é pai de algo grande;
Eu digo que Ifá será pai de algo grande,
Ifá e pai de Casa,
Ifá é pai do último, que é a Casa.
Depois de ter feito tudo isso, Òrúnmìlá partiu para a casa de Olókun, para ler Ifá, onde
permaneceu por um total de 16 anos.
Em sua viagem de volta para casa, o primeiro filho que ele visitou foi Guerra, que recebeu seu pai
com alimentos e bebidas.
Então Òrúnmìlá desejava aliviar suas entranhas,
Guerra disse que ninguém poderia aliviar suas entranhas na casa de Guerra.
Òrúnmìlá visitou o segundo que era Mercado que recebeu seu pai com alimentos e bebidas.
Então Òrúnmìlá desejou aliviar suas entranhas,
Mercado, mas disse que ninguém poderia aliviar suas entranhas na casa de Mercado.
O terceiro filho foi visitado por Òrúnmìlá foi Fazenda que recebeu seu pai com alimentos e
bebidas.
Então Òrúnmìlá desejou aliviar suas entranhas,
Fazenda disse que ninguém poderia aliviar suas entranhas na casa da Fazenda.
O quarto filho visitado por Òrúnmìlá foi Estrada, que recebeu de seu pai com alimentos e bebidas.
Então Òrúnmìlá desejava aliviar suas entranhas, mas Estrada disse que ninguém poderia aliviar
suas entranhas na casa de Estrada.
O último filho que Òrúnmìlá visitou foi seu filho mais novo, Casa, que assim que viu seu pai,
abateu um bode, cozinharam grandes quantidades de alimento, delicioso purê de inhame e
convidou todos seus amigos, para entreter seu pai que retornava.
Quando Òrúnmìlá comeu e bebeu à sua satisfação, ele quis aliviar suas entranhas e Casa abriu
uma sala e disse:
Minha casa é sua. Meu pai pode aliviar suas entranhas em qualquer lugar que ele quiser nesta
sala.
Depois que Òrúnmìlá aliviou suas entranhas ele fechou a porta do quarto atrás dele.
De novo não muito mais tarde Òrúnmìlá queria aliviar suas entranhas e Casa abriu outro quarto
para Òrúnmìlá, após ter aliviado as suas entranhas, também fechou a porta novamente.
Então Òrúnmìlá disse a Casa para abrir e limpar o primeiro quarto e quando entrou Casa
encontrou a sala cheia de dinheiro.
Então Casa abriu o segundo quarto e o encontrou lotado de pérolas valiosas.
Então Òrúnmìlá diante de todos falou que os lucros feitos por Fazenda, Mercado Estrada e
Guerra, seriam em benefício de Casa.

Não vamos mudar isso.


Podemos mudar a nossa conduta, mas, não vamos mudar uma cultura milenar yorùbá. Assim eles
agem.
Diego, caridade somente no Brasil e outras religiões.
Não vamos encontrar a caridade no Culto Tradicional.
Primeiro parte-se do principio que tem que haver sacrifício e se não há sacrifício não há benção.
Em poucas palavras é dificil de entender, mas, está corretíssimo.
A gente faz a caridade, faz pela pessoa e a primeira coisa que ela te oferece é o desprezo e má
falação por tudo que você fezx por ela.
Quando se faz o sacrifício, quando se paga pelo serviço altamente qualificado de um babalawo ou
sacerdote de òrìsà, a pessoa vai pensar duas vezes antes de quebrar resguardo, de não seguir a
orientação do oráculo e etc.
Pense por este lado também.
Muito gente está querendo a comida pronta e na temperatura correta para ter o trabalho de
apenas engolir e no final dizer a comida estava ruim.
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Ire

bizziboy em Fevereiro 13, 2015 às 9:57 pm


Sua benção, Baba Da Ilha, Olá Diego,

Posso acrescentar uma coisa? Achei curioso por que tenho vivido esse dilema no meu Ilê.
Exageros à parte (por que existem, sem dúvida!), fico tão,mas tão triste quando um Abian pensa
que:

PAGA-SE PELO ORIXÁ, na verdade, paga-se por um ritual, elementos,tempo, alimentação


etc.,não pelo Orixá. Aqui em São Paulo, um Ikodidé custa R$10,00, infelizmente,muitas das coisas
são importadas,o dólar anda alto, e por aí vai…

ORIXÁ CASTIGA, NÃO ME DÁ NADA, como se fosse uma entidade extra, um santo católico, um
espírito implacável… Orixá é parte da porção divina que Olodumaré usa em nosso espírito, nós
somos o Orixá em si e parte do Orixá como um todo, tanto quanto uma labareda é Exu, é Oiá, é
Xangô, mas é muito mais que isso, ou como a terra é Obaluaiê, mas Obaluaiê é muito mais que
isso, as nuvens são Oxalá, mas Oxalá é muito mais que isso. Se “O Orixá está castigando”,as
atitudes do filho de santo é que vão contra a naturalidade da sua essência.

NÃO GOSTO DA PESSOA, VOU LARGAR MINHA ESPIRITUALIDADE, como se essa pessoa
fosse a dona da sua espiritualidade e sua fé dependesse da aprovação dos outros ou de uma
pessoa específica. Como se fosse possível fugir das pessoas que nossa energia não é exatamente
simpática. Para mim, o nome disso é medo.

Dentre outras…

Orixá representa uma mudança de paradigmas na vida, um renascimento, uma nova forma de ver
o mundo e as relações. Se precisa de provas para a sua fé, não faça sua iniciação, pois,como toda
religião, fé é indispensável.

Muito obrigado, Diego, pela oportunidade de me expressar, e muito obrigado Baba Da Ilha,pelo
ensinamento, tão perfeito nesse momento!

Motumbá

Da Ilha em Fevereiro 14, 2015 às 2:02 am


Bizzy orisa não castiga, ele se afasta de você.

Hummmmmmmmmmmmmmmm.

Ire

Luiz L. Marins em Fevereiro 14, 2015 às 4:16 pm


Àse a todos!

Da Ilha disse:

“…A questão ainda assim é muito mais profunda e carece de estudos mais largos…”

Orí pertence ao conceito de Noção de Pessoa, tema quase desconhecido no Brasil. Explicar Orí
sem o ranço dos vícios acadêmicos é o grande desafio.
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Valeu a iniciativa.

Silva em Fevereiro 16, 2015 às 1:19 pm


Bom dia, nessa época de carnaval o jogo de buzios não é feito, a partir de quando um
zelador recomeça seus trabalhos principalmente o buzios?! e pq isso acontece?! grato

Da Ilha em Fevereiro 16, 2015 às 10:33 pm


Silva eu não entendo ter que seguir o calendário católico.
A festa e a quaresma pertencem a eles e não a nós.
Meu jogo não para, meus ebo não param e se tivesse alguém sendo iniciado, iria seguir
normalmente.
O que cada um faz não me diz respeito dizer que está certo ou errado.

Ire

Silva em Fevereiro 20, 2015 às 6:54 pm


Obrigado senhor Da ilha, pelo menos o senhor não segue os dogmas da igreja, alias não
entendo o pq nem mesmo a umbanda, são religiões distintas e diferentes…
qual o valor para se fazer um Yawo?!
grato…

Da Ilha em Fevereiro 20, 2015 às 9:18 pm


Silva eu não sei nada sobre valores.
Quem sabe é o dono da loja.
A gente apenas anotamos o que necessário para iniciar alguém.
Não conseguimos prever este tipo de informação.

Ire

Silva em Fevereiro 27, 2015 às 12:48 am


Entendo senhor Da ilha, Mto obrigado, é que o zelador de santo do Cristiano amigo meu,
cobrou dele a quantia de 2.500 reais, uma amiga minha disse que 1.000 reais são de
salva….

CARLOS em Setembro 26, 2015 às 4:58 pm


É verdade que zeladores do sexo masculino não podem mexer na cabeça de alguem com
ori meji?

Fernando D'Osogiyan em Setembro 26, 2015 às 5:18 pm


Carlos,

Não é verdade, na minha casa tem alguns Ori meji e não há problema algum. (Invenções)

Axé.

bizziboy em Setembro 26, 2015 às 9:57 pm

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Olá Silvia,

No caso da Umbanda, há a menção ao período da Quaresma pois trata-se de uma religião


cristã por definição. Lembre-se que a Umbanda detém preceitos de seus três pilares principais: as
diversas religiões dos indígenas sul americanos, o espiritismo Kardecista (que é uma religião
cristã) e as diversas vertentes do cristianismo, sobretudo o Catolicismo.

Além disso, o período do final do inverno e o começo da primavera no hemisfério norte tem um
simbolismo imenso aos povos europeus, lembrando que o cristianismo é uma religião de origem
Árabe, mas foi forjada na Europa, mais precisamente em Roma.

Esse simbolismo baseava-se na movimentação da natureza que despertava com as sutis variações
climáticas e no despertar da natureza para a primavera. Até mesmo para os mais céticos, a
quaresma e a páscoa em si teriam algum significado.

A própria data, segundo as normas judaicas que foram adotadas por Roma e, por consequência,
por todas as religiões Cristãs, é baseada no movimento lunar (a Páscoa é o primeiro domingo
depois a primeira lua cheia depois do equinócio da primavera (lembre-se: do hemisfério norte).

O período da Quaresma é marcado pela escasses das reservas de alimentos armazenados para o
inverno, pelo surgimento de surtos de doenças pela variação climática e a debilidade de muitos
indivíduos, feras famintas despertando se suas hibernações, enfim, uma época de resguardo e
perigos.

Muitas entidades de Umbanda utilizam o período de Quaresma por conta desse fluxo energético
de renascimento que é considerado espiritual, mas é bastante físico e biológico para convencer
qualquer cético.

Ainda assim, a meu ver, nada que demande uma pausa nos trabalhos espirituais da Umbanda,
ainda mais do Candomblé e sobretudo do Culto Africano, até por que sua origem é no hemisfério
sul, aonde todas essas informações seriam inversas.

Curiosamente, em diversas civilizações no hemisfério sul, o período correspondente era a época


de celebração aos deuses da morte e das doenças (por exemplo, nosso Olubajé) e a celebração do
recomeço de um novo ciclo (como o despertar da Serpente Arco Iris entre os povos da Oceania).

Curioso, não?

Motumbá!

marta em Fevereiro 1, 2016 às 5:33 pm


hoje fui a um centro de candomble e fui revelada que tenhos elevado podres mediunicos e
que sou filha de Iasan e teria que fazer um ORI…
estou em dúvida se faço…. gostaria de saber mais detalhes!

Fernando D'Osogiyan em Fevereiro 1, 2016 às 9:58 pm


Marta,

O que nos leva a fazer qualquer coisa dentro da nossa religião, é a confiança no zelador, na
casa e nos seus filhos. Ter boas informações a respeito da Casa e o dia a dia do terreiro. Frequente
em primeiro lugar, observe, participe, saiba que o tempo do Orixá é bem diferente do nosso, Orixá
espera até você não ter mais dúvidas.

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Axé.

marta em Fevereiro 15, 2016 às 3:15 am


Na verdade não conheço a casa e nunca fui em um ritual de candomble ou umbanda, fui
no terreiro durante o dia para fazer uma consulta de buzios, porém assim que o babalawo
me viu já presentiu que eu teria um chamado, e quando jogou os buzios foi confirmado
que iansa quer que eu faça o ORI e que eu estava com problemas espirituais e que assim que eu
fizesse o ORI seriam resolvidos, inclusive a minha vida iria mudar, pois grandes coisas que eu
ainda não consegui realizar na minha vida seriam resolvidos. disse que o ORI me traria grandes
felicidades!
falou tambem que apesar de eu ser de pele clara, eu tenho raízes africanas e grandes poderes
mediunicos de cura!
fiquei surpresa, pois apenas fui a consulta tentando resolver problemas sentimentais, de ter o
homem que eu amo de volta!
porem confesso que me emociona a ideia de ser escolhida, pois depois de tanto tentar resolver
meus problemas sentimentais, através do até então desconhecido mundo espiritual, fiquei
encantada com os orixas e todas as entidades que passei a conhecer nessa minha dolorosa luta de
amor!
ainda tenho muitas dúvidas, mas já me sinto privilegiada!

NEI em Junho 29, 2016 às 3:49 pm


Motumbá.Pai Fernando existe algum Omolú que é ligado a Oyá Onirá.Desde já agradeço
sua resposta.

Fernando D'Osogiyan em Junho 29, 2016 às 5:08 pm


Nei,

Em fundamento não tem, mas, certamente no carrego de uma filha de Oyá Oníra
aparecerá um Omolú.

Mutunbaxé.

Ana em Outubro 26, 2017 às 11:24 am


Bom dia, porque o ori dói, estou em minha casa e derepente começa a doer o centro da
minha cabeça e o que devo fazer, deixo claro que não é físico.
Axé

Fernando D'Osogiyan em Outubro 26, 2017 às 10:18 pm


Ana,

Você já fez exames para confirmar se não é físico?

Axé.

Fernando D'Osogiyan em Outubro 26, 2017 às 10:18 pm


Ana,

Você já fez exames para confirmar se não é físico?


https://ocandomble.com/2014/06/18/entendendo-o-ori/ 12/14
29/05/2022 11:53 Entendendo o Orí | Candomblé

Axé.

Bruno Nascimento Carrilho em Janeiro 5, 2018 às 11:22 pm


Muito claro e objetivo o texto para quem como eu está iniciando nos estudos do
candomblé. Parabéns .

Ney em Março 13, 2018 às 11:05 am


Motumbá.Gostaria de saber se tocar em madeiras seca e ewó do odú Oxé,pois eu trabalho
com madeira,e não foi me dado este ewó e sim carregar feixe de madeira sobre meu
orí.desde já agrade a resposta.

Ney em Março 15, 2018 às 2:13 pm


Agô!Pai Fernando o senhor pode me da um parecer sobre está questão.Desde já agradeço
sua resposta.

Ney em Março 20, 2018 às 11:59 am


Motumbá Pai Fernando.Sim eu tenho Omolú assentado,então quer dizer que é um ewó e
terei que arrumar outro emprego?Obrigado pela resposta.

Fernando D'Osogiyan em Março 21, 2018 às 12:39 pm


Ney,

Resposta apagada pois por algum erro meu publiquei no seu post.

Não problema algum em trabalhar com madeira, se saiu no jogo que vc não deve carregar sobre
seu ori, então evite faze-lo, mas trabalhar com a madeira sem problema algum.

Axé.

Lucas em Agosto 2, 2018 às 10:31 pm


Motumbá,

No caso de um Ori Meji, o yawo iniciado deve ter dois mokãs, dois kelês?
Imagino que isso varie de barracão pra barracão, mas gostaria de saber como um Yawo meji é feito
no barracão de vocês.

Odé Ợlaigbo em Agosto 2, 2018 às 10:56 pm


Lucas essa eu vou passar em branco.
É muito fundamento na conversa.
Não vai dar.

Ire alaafia

Fernando D'Osogiyan em Agosto 3, 2018 às 8:36 pm


Lucas,

https://ocandomble.com/2014/06/18/entendendo-o-ori/ 13/14
29/05/2022 11:53 Entendendo o Orí | Candomblé

Ori meji, é mesma energia que se divide em dois caminhos, e, na iniciação somente uma energia
preponderará,apenas isso, portanto por uma energia o iyawo somente usará um kelê.

Obs: Orixás distintos não dividem cabeça, o ori permite somente uma energia para iniciação.

Axé.

Alessandra Macedo dos santos em Dezembro 5, 2020 às 8:37 pm


Boa tarde meu motumbá sou feita 7 anos sou raspada de yemanja ogunté não tem
nenhuma obrigação dada só mesmo a feitura minha zeladora cofo o ano passado ela era
raspada de Iansã com Omulu ontem no dia 4 de dezembro o meu ori começou a doer e
arder como se estivesse mole e fundo e o meu corpo esquentar muito isso é normal e muitos
arrepio

Fernando D'Osogiyan em Dezembro 29, 2020 às 11:38 am


Alessandra,

Você já fez o ebó para tirar a mão da falecida zeladora? Caso não tenha feito, providencia
imediatamente.

Axé.

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