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Enunciado do ensaio de Teoria da Arte

Ano lectivo 2019-2019


2º semestre
Docente: Ana Nolasco
Nome do aluno: Daniela Sofia Jaques Branco
Turma: 2018251 2ºL

Antes de responder, lê atentamente o tema/pergunta e o que é pedido para fazer.

Cotação dos temas/questões:

Respostas resumidas 5 valores.

Resposta desenvolvida 10 valores.

A. “O acaso é aceite e a indeterminação é implicada (…) Largar formas e ordens pré-


concebidas e permanentes a favor de coisas é uma afirmação positiva. Faz parte da recusa da
obra de continuar a esteticizar formas concebidas como um finalidade prescrita.” Robert
Morris, em Anti –Form, publicado no Artforum em 1968

Comenta o texto e desenvolve as principais implicações, em termos teóricos , da


abordagem artística da process-art, ilustrando o teu argumento através de obras de arte.

Robert Morris foi um dos artistas que mais se destacou no movimento artístico process-art. Neste
texto Robert Morris realça a sua ideia de que a arte não é um objeto final não um produto, mas
sim o seu processo este é o mais importante pois a obra nunca esta finalizada.

A arte de processo envolve o corpo, a liberdade, expressões, materiais novos que antes não
eram usados e aqui eles eram ilimitados: vidros partidos, água, cera, fogo, feltro, cabelo, entre
outros são alguns dos materiais usados neste movimento. Estes materiais eram cortados
pendurados ou soltos.

Robert apoiou sem dúvida alguma estes materiais nas suas experiencias ele usou o feltro por
que este dificulta as tentativas em modelação (o que quer dizer formas per determinadas), em
pilha, nas paredes pendurado observando assim os efeitos da gravidade. Ele também acabou
por começar a fazer exposições com o uso de materiais não ortodoxos como é o exemplo de
resíduos sólidos comuns.

A fisicalidade também esta bem presente neste movimento ao contrário do que é comum aqui os
espetadores de obras de arte podem interagir com as mesmas aqui a intencionalidade é entrar
em contato direto com o publico, sendo que isto faz parte do processo artístico.
Na obra Arco Inclinado de 1981 de Richard Serra, podemos ver esta obra bem-sucedida pois a
sua intenção era incorporar a participação do publico na obra podendo observar todo o seu
material. Nesta altura o publico não estava acostumado a estas demostrações artísticas dessa
forma apresentaram uma certa repugnância em relação a obra.

Um outro exemplo que enfatiza este movimento é o trabalho de Robert Morris Sem título (feltro
rosa) de 1970, neste trabalho está bem presente a aleatoriedade e temporalidade que têm o
papel bastante importante nas obras de Robert. Ele recortou vários pedaços de feltro e depois
deixou-os simplesmente cair criando assim um monte de formas irregulares e tamanhos, ou seja,
sem nenhuma estrutura definida. Este trabalho realça novamente este movimento no aspeto que
este trabalho podia ser reinstalado noutro sítio, mas sempre com uma composição diferente pois
novamente ele deixava apenas cair os pedaços de feltro e o que se formasse era o que ficava.

C. “Se o expressionismo abstrato designa alguma coisa, na verdade significa a afirmação


do pictórico: (...) massas que fazem manchas e se confundem em lugar de formas que
permanecem separadas, ritmos largos e bem aparentes, (...) cores de saturação ou de
densidade desiguais, marcas visíveis de pincel, espátula, dedo ou trapo […]”.(Clement
Greenberg, Arte Abstrata, 1944)

Qual a teoria da arte defendida por Greenberg? Desenvolve e justifica a tua resposta
recorrendo à análise de obras de arte.

Clemente Greenberg tinha uma teoria em relação a arte mais propriamente em relação a pintura.
Ou seja, a arte quando se faz tem que valer por si mesma, tem de ter a forca necessária para
poder resistir ao capitalismo e a cultura de massas que a mesma trás. Uma arte que não esteja
associada a tudo o que esteja ligado na área social consegue assim uma forte resistência a uma
propagação que a sociedade de consumo poderia fazer em relação a ela.

Como socialista, ele denunciava o capitalismo como desumano já como modernista rejeitava a
cultura da nação gerada pelo capitalismo como inautêntica. Ele odiava o forte conformismo no
país, mais propriamente a nova sociedade de consumo e o kitsch que era uma falsa cultura que
tinha como objetivo aumentar os lucros desinteressando-se assim dos valores humanos e
estéticos.

Para clemente Greenberg a arte tem de ser pura, esta não pode falar sobre nada mas apenas
sobre si é aqui que ele vai se inspirar em Kant, que explorava o rigor da reflexão estética, o rigor
da autodefinição e o sacrifício, ou seja: na pintura a planaridade e na escultura a literalidade.
Para ele o modernismo nunca será uma rutura, pois o modernismo será sempre uma
continuidade.

Foi em Pollock que Clement se inspirou como é o exemplo da obra: Número 1 (1948). Ele
escreveu “Sob a aparente monotonia de sua composição de superfície, ele revela uma variedade
sumptuosa de design e incidente"( The Collected Essays and Criticism, Volume 2: Arrogant
Purpose, 1945-1949, pag, 285). Esta obra é um excelente exemplo de tudo o que Clement amava
na vanguarda, o número 1 é uma obra de arte profundamente original, sem qualquer tipo de
referência histórica. Quando Clement escreveu "toda arte profundamente original parece feia no
começo"( Clement Greenberge o Debate Critico,1997) é bastante provável que ele já estaria a
falar sobre esta obra.

Clement era formalista porque analisava a arte com base unicamente nas verdades elementares
da obra de arte. Uma linha é uma linha e um quadrado é um quadrado; a única verdade
importante a considerar esses elementos foi o impacto visual que eles tiveram no espectador.
Desta forma conclui qua a abstração era a forma mais pura de arte, devido ao facto de que a
imagem abstrata era autoexplicativa ela existia por si própria e não tinha nenhum conteúdo
escondido.

Foi na obra Composição em Marrom e Cinza (1913) de Piet Mondrian que clemente considera a
vanguarda, ou o oposto de kisch. Nesta obra o artista brinca com as cores formas e espaço,
dessa forma pinta algo que é imprevisível.

Podemos assim concluir que Clement tinha uma apreciação pela arte de uma forma pura, sem
sentido narrativo, e a mesma tinha de ter o seu conteúdo bastante marcado para não se confundir
com outra coisa qualquer.

B. Como nota Christophe Kihm, “na performance, o corpo é estruturante (é o agente da


ação e o suporte da ideia) e situado no centro: muitas práticas de performances podem
ser encaradas em termos de encarnação (de um ato e de uma ideia)” .

A performance, do latim performare , “dar forma” a situações, devido a ser dos um


mediums artísticos mais difícil de ser transformado em mercadoria e por ainda não estar
marcado pela tradição masculina foi, nos anos 70 adotada preferencialmente pelos grupos
minoritários à margem do poder ou por aqueles que aí se colocam deliberadamente.

Comenta a frase de Christophe Kihm e desenvolve uma reflexão sobre o tema na


atualidade recorrendo a exemplos de obras de arte.
Christophe Kihm desenvolveu ao longo dos anos uma reflexão em relação a performance, para
ele a performance é tudo o que esta relacionado com o corpo, com o corpo podemos fazer uma
escultura, música, pintura ou seja podemos afirmar que é com o corpo que fazemos toda a
produção artística.

A ação na performance não tem um lugar específico para acontecer tanto pode acontecer em
museus, teatros, salas de espetáculos ou simplesmente na rua ou em casa consoante o que o
artista pretende com a sua ação assim define o local para tal. Todas as performances podem ser
apresentadas em vídeo, fotografias ou simplesmente com desenhos.

Atualmente a performance é muito como acontecer em espaços públicos, museus, um dos


artistas que se destaca é Marina Abramović.

Em 2010 a artista Marina Abramovic realização uma exposição cronológica de 50 trabalhos dos
seus 40 anos de performance, fotografias, instalações e vídeos.

“The Artist is Present” é o nome dado a exposição que se baseia em a artista sentada numa
cadeira com uma pequena mesa na sua frente no átrio do museu de arte moderna de Nova
Iorque, ali a artista fica estática sem pestanejar, fixa os visitantes que se sentam ao seu lado sem
transmitirem uma palavra.

Um dos objetivos da artista era prolongar o máximo possível uma performance para que nos
publico tivéssemos uma maior perceção do tempo e do envolvimento da experiência que envolve
uma performance. Esta performance teve a duração de três meses, ao longo de 8 horas diárias
ela esteve em “contacto” visual com cerca de mil estranhos alguns dos quais se emocionaram e
choraram. A própria artista ficou surpreendida com fluxo de pessoas, uma das frases que a artista
disse em relação a esta performance foi: “Ninguém poderia imaginar ... que alguém levaria tempo
para sentar e apenas se olhar mutuamente comigo"(Marina Abramovic, “The Artist Is Present”).
Uma outra frase bastante interessante da artista foi: "Foi [uma] completa surpresa ... essa enorme
necessidade dos humanos de realmente ter contato." (Marina Abramovic, “The Artist Is Present”).
Aqui começamos a ter noção que a performance esta a mudar e que o publico em geral começa
a demonstrar bastante interesse e envolvimento nela.

Um outro artista que se destaca atualmente com as suas performances é Stelarc. Aqui
encontramos em parte uma controvérsia na minha opinião em relação a performance, pois o
artista não usa o corpo humano na real como afirma: “O corpo não necessita mais ser ‘reparado’,
pode simplesmente ter partes substituídas” (STELARC, apud FRANCO,2010, p. 104) para mim
aqui o artista vai em parte contra a performance apesar de a realizar pois ele realiza uma ação
com o corpo.
Aqui a performance já esta ligada a tecnologia nesta ação o artista fica sentado num robô com 9
metros, que possui músculos de borracha e este pode ser acionado por ele próprio ou pelo
publico.

Segundo o artista ele está a prestar um serviço a ciência, o seu principal objetivo é marcar
fragilidade do corpo humano, anteriormente o artista realizou uma performance em que estava
suspenso por ganchos. Assim podemos perceber a evolução da performance nos dias de hoje.

Boa sorte!

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