Madeira na Construção Civil

Madeira
Materiais de Construção II
Prof. Paulo Leonardo Passos
Definição
• Material renovável, de origem natural utilizado na construção
civil em diversas etapas e desempenhando diferentes
finalidades;
• É o material mais antigo utilizado na construção civil,
procedendo a própria pedra.
2
Vantagens
• É renovável, desde que seja adequadamente manejada
(preservação das florestas e replantio);
• Custo baixo em relação aos demais materiais;
• Massa específica baixa, o que dá leveza à construção;
• Boa resistência à flexão e compressão, sendo maior que as do

concreto se levarmos em consideração a relação
resistência/peso;
3
• Resistência ao impacto;
Vantagens
• Bom isolamento termo acústico;
• Facilidade de ligação;
• Grande variedade de padrões estéticos e decorativos;
• Pode ser trabalhado com ferramentas simples
• Vida útil prolongável através de preservação e manutenção;
• Boa resistência ao fogo (maior que aço comum). 4

Desvantagens
• Vulnerável a agentes externos;
• Anisotropia – possui propriedades diferentes nas 3 direções

(fibras paralelas, perpendiculares e tangenciais);
• Limitação e grande variedade nas dimensões;
• Durabilidade limitada quando desprotegida;
• Material combustível;
5
• Variação das propriedades em função do teor de umidade.
Estrutura das madeiras
• Composição química:
• 60% de celulose (massa);
• 28% de lignina ou lenhina (fibras) – é um polímero
tridimensional, amorfo, cuja função é conferir rigidez,
impermeabilidade e resistência a ataques microbiológicos e
mecânicos aos tecidos vegetais;
• 12% de outras substâncias – óleos, resinas, amido, açucares, etc.
6
• Partes da seção de um tronco:
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Estruturas das madeiras
• Casca ou súber – elemento de proteção do lenho da madeira

contra agentes externos. Não apresenta importância para a
construção;
• Câmbio – camada invisível a olho nu, situada entre a casca e o
lenho. O crescimento das árvores acontece diariamente com a
adição de novas camadas provenientes da diferenciação do
câmbio;
• Lenho – constitui a parte resistente da árvores. Composta pelo

cerne e alburno; 8
• Cerne:
• Formado por células mortas, assumindo, assim, apenas a função
estrutural;
• Tem coloração escura, maior dureza e durabilidade;
• Por se tratar de células mortas, não sofre ataque de insetos e fungos,
sendo assim a parte mais comercial das árvores.
• Alburno:
• Parte externa mais nova e funcional, composta de células vivas
responsável pelo transporte de seiva bruta das raízes às folhas.
• O cerne vem do alburno que tem propriedades mecânicas inferiores 9
e bem menos durável.
• Medula:
• Região inicial de crescimento da árvore, localizada no centro do
cerne, desaparecendo com o tempo.
• Sua presença na madeira desdobrada representa um defeito ou
falha.
• Raios medulares:
• Elementos responsáveis pela condução da seiva bruta no sentido
transversal ao eixo da árvore e funciona como espécie de marração
entre diferentes camadas;
• São responsáveis, também, por inibir, a retratibilidade devido a 10
variação de umidade.
• Partes da seção de um tronco (diagrama):
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Classificação
• Quanto à botânica – conforme sua germinação e crescimento
• Endógenas ou de germinação interna:

• O crescimento se dá de dentro para fora (fruto interno);
• Possui maior facilidade de manuseio;
• Ex: palmeiras, bambus;
• Exógenas ou de germinação externa:

• Há desenvolvimento do caule de fora para dentro;
• Gimnospermas:
• Coníferas ou resinosas (madeiras brandas ou moles)
• Ex: pinus, pinheiro, sequoia, etc.
• Angiospermas: 12
• Frondosas ou folhosas (madeiras duras ou de lei)
• Ex: peroba, angelim, cedro, maçaranduba, sucupira, etc.
Classificação
• Quanto à disposição do raio lenhoso:
• Raio lenhoso é o agregado constituído de células disposta no

sentido radial em relação ao eixo da árvore;
• Na seção do topo aparecem como numerosas linhas retilíneas, na
seção tangencial aparecem assumem forma lenticular e na radial
são vistas como linhas ou fitas horizontais;
• Podem possuir raios estratificados ou não estratificados.
13
Classificação
• Quanto à disposição do raio lenhoso :
14
Classificação
• Quanto à utilização:
• Madeiras finas:
• Empregadas em marcenaria;
• Ex: Mogno, cerejeira, cedro, imbuia, pinho, sucupira, jacarandá, ipê,
etc.
• Madeiras duras ou de lei:

• Empregadas na construção civil como vigas, escoramentos e
suportes;
• Ex: Peroba-do-campo, peroba-rosa, braúna, canela, etc.
15
Classificação
• Madeira resinosa:
• Empregadas em construções temporárias ou protegidas de
intemperismos;
• Ex: Pinho (forma).
• Madeira branda:
• São peças de pequena durabilidade mas de grande facilidade de
trabalho;
• Ex: Timbaúva.
16
Classificação
17

Classificação
• Quanto ao beneficiamento:
• Bruta:
• Madeira de tora com ou sem casca que não sofreu nenhum processo
de serragem;
• Ex: Esticão, vara, estaca, etc.
18
Classificação
• Serrada:
• Qualquer peça de madeira cortada longitudinalmente por meio de
serra manual ou processo equivalente, não aplainada ou não
aparelhada, porém refilada, apresentando marcas de serra nos seus
cantos, topos e faces;
• Ex: Pranchões, viga, caibro, sarrafo, etc.
19
Classificação
• Industrializada:
• Produto da resserragem de qualquer espessura de madeira serrada
de modo a se obter peças mais finas;
• Ex: Soalho, forro, rodapé, taco, etc.
20
Produção
• As etapas de produção da madeira inicia-se com o corte ou a
derrubada da árvore e segue com os processos de toragem,
falquejo, desdobro e aparelhamento das peças.
• Corte:
• Realizado geralmente no inverno, época em que a madeira seca
melhor e mais lentamente, evitando o aparecimento de fenda e
rachaduras. Nessa época existe também a diminuição da vida
vegetativa, diminuindo a seiva elaborada, amido e fosfato que
nutrem fungos e insetos;
21
Produção
• Corte:
• Para a etapa de corte são utilizados:

• Machado de lenhador;
•
Traçador (serra manual operada por dois homens);
• Máquina de derrubar;
• Ferramentas auxiliares (cunhas, alavancas, etc).
• Toragem – nessa etapa a árvore é abatida, desgalhada e

traçada em toras de 5,0 e 6,0 metros para facilitar o
transporte;
22
Produção
• Falquejo – é feita a remoção de quatro costaneiras (compostas
de casca e alburno), ficando com seção aproximadamente
retangular;
23
Produção
• Desdobro:
• É a operação final na obtenção da madeira bruta;
• É realizada em serrarias, com serra-fitas contínuas ou com serras
alternativas que podem ter lâmina horizontal, vertical ou várias
lâminas paralelas;
• O corte da seção pode ser tangencial, radial ou misto.
24
• Desdobro:
• Corte da seção:
Produção
25

Produção
• Desdobro:
• Corte da seção:
• Corte radial:
• Plano de corte da madeira paralelo aos raios lenhosos;
• o processo produz peças de melhor qualidade (menores contrações,
empenos, menores rachaduras durante a secagem, maior
homogeneidade, etc). Porém, sua utilização é restrita devido ao elevado
custo de mão-de-obra e por ter maiores perdas.
• Tangencial ou normal – plano ao corte da madeira no sentido axial

(do eixo longitudinal da árvore), em ângulo reto com os raios
lenhosos.
26
Produção
• Aparelhamento ou bitolagem:
• É o processo de obtenção da madeira serrada em bitolas

comerciais;
• Comercialmente, para telhados, a madeira pode ser aparelhada
ou não aparelhada:
• Madeira aparelhada:
• É aquela que recebeu um tratamento especial para torna-la mais lisa e
retirar as imperfeições.
• São utilizadas em telhados nos locais em que ficarão expostas, recebendo
uma camada de verniz ou pintura para melhorar sua aparência.
• Madeira não aparelhada:
• É a madeira que é vendida sem tratamento especial, geralmente
apresentando pequenas imperfeições e não são lisas. 27
• São utilizadas em telhados em locais em que não ficarão expostos.
Produção
• Aparelhamento ou bitolagem:
• Nomenclatura de peças serradas segundo a NBR 7203/82:
28
Propriedades
• Características (normal e paralela à fibras):
• Resistência à tração;
• Resistência à compressão;
• Resistência à flexão estática;
• Resistência à flexão dinâmica (carroceira de caminhão, vagões,
etc);
• Resistência ao cisalhamento (normal às fibras);
• Resistência ao fendilhamento;
• Resistência à penetração e ao desgaste (dureza superficial).
29
Propriedades
• Fatores que interveem nas propriedades físicas e mecânicas:
• Espécie botânica da madeira;
• Massa específica;
• Diferença entre o cerne e alburno – dependendo de qual ponto

da tora as amostras para confecção de corpos-de-prova foram
retirados, podemos ter respostas distintas;
• Umidade;
30
• Defeitos.
Propriedades
• Umidade:
• O teor de umidade é expresso em porcentagem do peso seco pela
expressão:
31
Propriedades
• Umidade:
• Formas de umidade:
• Água de constituição – não é alterada pela secagem, se encontrando
fixada no protoplasma da célula, na proporção de 90%;
• Água de adesão ou impregnação – satura as paredes da célula;
• Água de capilaridade – enche os canais dos tecidos lenhosos. É removida
pela secagem sem alteração do volume.
• Quando abatidas as madeiras possuem um teor de umidade entre 50
e 60%, sendo que, em madeiras mais leves esse teor aumenta;
• Para teores abaixo de 23% as madeiras estão sujeitas ao ataque de
agentes destruidores. 32
Propriedades
• Umidade (Classificação segundo o teor):
33
Propriedades
• Retratibilidade
• É a propriedade da madeira de alterar suas dimensões e o

volume quando há variação de seu teor de umidade. Essa
variação vai do seu valor anidro ao saturado;
• Tipos de retratibilidade:
• Volumétrica;
• Tangencial;
• Radial;
• Axial;
34
Propriedades
• Retratibilidade
• A retração axial é normalmente desprezível;

• A retração tangencial é quase sempre considerada o dobro da
radial;
• A soma das três anteriores é o valor da concentração
volumétrica.
35
Propriedades
• Densidade:
• Representada nas madeiras em termos de massa específica

aparente, a um determinado teor de umidade;
• Como os fatores são relacionáveis entre si através de uma dada
umidade, é indispensável a determinação da mesma, cujo valor é
de 15% para efeitos de comparação;
• A massa específica real é constante em todas as espécies, ficando

em torno de 1,5g/cm³.
36
Aplicações
• Andaimes;
• Telhado – pinho de 1ª ou 3ª, jatobá, peroba-rosa, paraju,

madeira de lei ou eucalipto, etc;
• Formas para concreto – pinho-do-paraná, tababuia, pinho de
3ª, jequitibá, etc;
• Pavimentação (tacos e soalho) – peroba-rosa, peroba-d-

campo, ipê, jacarandá, etc;
37
• Forros e beirais – pinho, peroba-rosa, pinus, etc;
Aplicações
• Estacas de madeira (mourões e tábuas de cerca) – aroeira,
eucalipto, braúna, ipê, etc;
• Lambris (revestimento de madeira) – ipê e pinho-de-riga;
• Dormentes (vias férreas) – aroeira;
• Marcenaria – imbuia, cerejeira, mogno, pau-marfim,

jacarandá, etc;
• Esquadrias – aroeira, cedro, sucupira, angelim, etc. 38

Produtos
• Madeira transformada:
• Constitui o processo de alteração da estrutura fibrosa a fim de

produzir peças mais adequadas a cada uso:
• Laminada – chapa de folheado colada a miolos rígidos ou celulares,
tendo aspecto final de madeira bruta. É usada para fabricar portas,
pisos, revestimentos, etc;
• Compensada – é formada pela colagem de três ou mais lâminas,
alterando-se as direções das fibras em ângulo reto. Os compensados
podem ter três, cinco ou mais lâminas, sempre em número ímpar.
São usados em estruturas de portas, formas para concreto, etc;
• Aglomerada – é fabricado com resíduos de madeira serrada e
compensada (pinus/eucalipto) convertido em flocos e partículas
coladas sob pressão, usando uma resina sintética como cola. É 39
utilizado em indústria de móveis.
Produtos
40

Produtos
• Reconstituída:
• São chapas obtidas pelas aglomerações das fibras celulósicas, separadas e
dispersas em processos de desfibramento, com autoclavagem dos
fragmentos em vapor d’água sob alta pressão, usando como aglomerante
lignina ou resina sintética;
• São utilizadas como softboard (forro e isolantes) e hardboard (painéis,
esquadrias e móveis);
• Entre os conhecidos temos o MDF (Medium Density Fiberboard), o HDF
(High Density Fiberboard) e o OSB (feitos com finas lascas de madeira
coladas sob pressão e alta temperatura).
41
Produtos
42

Produtos
• Laminada e colada:
• É um produto estrutural, formado pela associação de lâmina de madeira
selecionada, coladas com adesivos sob pressão;
• A espessura das lâminas variam de 1,5 a 5m;
• As lâminas podem ser emendadas com cola nas extremidades, formando

peças de grande comprimento;
• O processo de consiste na secagem das lâminas, execução de juntas de

emendas, colagem sob pressão, acabamento e tratamento preservativo.
43
Produtos
44

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• Custo baixo em relação aos demais materiais;

• Boa resistência à flexão e compressão, sendo maior que as do

• Pode ser trabalhado com ferramentas simples

• Vida útil prolongável através de preservação e manutenção;

• Boa resistência ao fogo (maior que aço comum). 4

• Anisotropia – possui propriedades diferentes nas 3 direções

• Durabilidade limitada quando desprotegida;

• 60% de celulose (massa);

• 12% de outras substâncias – óleos, resinas, amido, açucares, etc.

• Casca ou súber – elemento de proteção do lenho da madeira

• Lenho – constitui a parte resistente da árvores. Composta pelo

• Endógenas ou de germinação interna:

• Exógenas ou de germinação externa:

• Raio lenhoso é o agregado constituído de células disposta no

• Podem possuir raios estratificados ou não estratificados.

• Madeiras duras ou de lei:

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• Para a etapa de corte são utilizados:

• Toragem – nessa etapa a árvore é abatida, desgalhada e

• É a operação final na obtenção da madeira bruta;

• O corte da seção pode ser tangencial, radial ou misto.

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• Tangencial ou normal – plano ao corte da madeira no sentido axial

• É o processo de obtenção da madeira serrada em bitolas

• Nomenclatura de peças serradas segundo a NBR 7203/82:

• Espécie botânica da madeira;

• Diferença entre o cerne e alburno – dependendo de qual ponto

• Umidade (Classificação segundo o teor):

• É a propriedade da madeira de alterar suas dimensões e o

• A retração axial é normalmente desprezível;

• Representada nas madeiras em termos de massa específica

• A massa específica real é constante em todas as espécies, ficando

• Telhado – pinho de 1ª ou 3ª, jatobá, peroba-rosa, paraju,

• Pavimentação (tacos e soalho) – peroba-rosa, peroba-d-

• Lambris (revestimento de madeira) – ipê e pinho-de-riga;

• Marcenaria – imbuia, cerejeira, mogno, pau-marfim,

• Esquadrias – aroeira, cedro, sucupira, angelim, etc. 38

• Constitui o processo de alteração da estrutura fibrosa a fim de

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• As lâminas podem ser emendadas com cola nas extremidades, formando

• O processo de consiste na secagem das lâminas, execução de juntas de

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