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Instituto Federal de Santa Catarina

Curso de Engenharia Civil

Materiais de Construção Civil II:


Madeiras
Profa Andrea Betioli
Profa Juliana Casali

2022-2
Materiais de Construção II

MADEIRA
Materiais de Construção II

MADEIRA
Materiais de Construção II

MADEIRA
Materiais de Construção II

MADEIRA

Localização: Zurique, Suíça


Arquiteto Responsável: Shigeru Ban
7 andares
Área: 10120.0 m²
Ano Do Projeto: 2013

http://www.archdaily.com.br/br/01-181822/premio-pritzker-2014-edificio-
comercial-tamedia-shigeru-ban-architects
Maior prédio em madeira

Japão planeja a construção do maior edifício de madeira do mundo


Prédio terá 350 metros de altura e 70 andares, sendo que somente 10% de sua estrutura feita de aço.

https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2018/02/japao-planeja-construcao-do-maior-edificio-de-
madeira-do-mundo.html
MADEIRA

Utilização da Madeira:
• Material de construção mais antigo;
• Pode ser utilizado em diversas etapas desde a fundação até
o acabamento, passando tanto pela estrutura como material
auxiliar.
• Pode ser usada também em diversos tipos de construção
como em estradas de ferro, galerias, etc.,
• Pode ser utilizada como combustível,
• Matéria-prima para papel (principal subproduto).
Materiais de Construção II

MADEIRA:
Razões para empregar madeira na construção civil:
• Apresenta resistência mecânica tanto à esforços de tração
como à compressão, além de resistência a tração na flexão;
• Resistência mecânica elevada em relação ao seu peso próprio
pequeno;
• Fácil trabalhabilidade permitindo ligações simples;
• Boas características de absorção acústica, bom isolamento
térmico;
• Custo reduzido e é renovável;
• Apresenta diversos padrões de qualidade e estéticos.
Durabilidade com manutenção adequada!!!
Materiais de Construção II

MADEIRA:
Restrições de emprego da madeira na construção civil:
• Material inflamável (tratamento retardante resolve);
• Material anisotrópico;
• Material biodegradável (fácil deterioração em ambientes
agressivos que desenvolveram agentes predadores como
fungos, cupins, mofo,..) ( tratamento preservativo resolve);
• Perda de propriedades devido a problemas de secagem e
umidade;
• Dimensões limitadas (podendo estes inconvenientes serem
resolvidos pela laminação, contraplacados (compensados) e
aglomerados).
Materiais de Construção II

MADEIRA:

Origem e produção:

• A madeira, como material de construção, é produto do


beneficiamento do tronco de árvores (comumente chamado de
“lenho”).
Materiais de Construção II

CONSTITUIÇÃO: estrutura fibrosa

Pinus

• Conífera ou resinosas (softwood): não


produzem frutos
- 35% das espécies – crescimento rápido

• Folhosas (hardwood): semente dentro do fruto


- 65% das espécies – crescimento lento
Peroba, ipê, aroeira, carvalho,
eucalipto, cedro, angelim

Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia


Materiais de Construção II

CONSTITUIÇÃO: estrutura fibrosa

“árvores de madeira de lei”


Materiais de Construção II

MADEIRA

Grandis

PINUS ELLIOTTI PINUS TAEDA Citriodora


EUCALIPTO
estrutura caixaria
Abatidas jovens
7 a 21 anos.
Abatidas jovens
7 a 10 anos.
Materiais de Construção I

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E MECÂNICAS


Existe mais de 30000 espécies diferentes de árvores!!!  Alta variação
nas propriedades

• Os diversos tipos de madeiras existentes permitem


que seu uso seja específico para cada tipo de
aplicação;

• A escolha só pode ser acertada se forem conhecidas


as propriedades físicas e sua resistência às
solicitações mecânicas.
Materiais de Construção II

MADEIRA: Dados comparativos

Madeira – resistência à compressão paralela à fibra


com U = 12%
Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia
Materiais de Construção II

Tronco
Materiais de Construção II

MADEIRA

Grandis EUCALIPTO

PINUS
Difícil a distinção visual dos
anéis de crescimento
Anéis de crescimento nítidos Tem cerne nítido (folhosa)
Estrutura é relativamente homogênea Alburno permeável ao tratamento
Cerne e alburno indistintos pela cor
o seu lenho é totalmente permeável ao tratamento
Materiais de Construção II

Casca

• É a proteção do tronco além de conduzir a seiva elaborada nas


folhas para o tronco;

• PARTE EXTERNA é morta (cortiça). Pode ser renovada, não


apresentando interesse como material de construção (mas pode
ser aproveitada como material de acabamento e termoacústico);

• PARTE INTERNA, transporta a seiva das folhas ao caule.


Materiais de Construção II

Câmbio

• Camada que se situa entre a casca e o lenho;

• Constituída de tecido vivo, responsável pelo crescimento dos anéis


Materiais de Construção II

Lenho
O que nos interessa como material de construção!!!

• É o núcleo do tronco, sendo portanto a parte resistente da árvore.


Esta parte é retirada através de desdobro (material serrado), material
utilizado na construção civil.
- Alburno: É a parte - Cerne: É a parte central
mais externa. Formado do tronco, sendo formado
por células vivas, tem por células mortas;
função resistente e de Este fato torna-o mais
transporte de seiva resistente visto não existir
(parte que melhor nesta região a seiva, e
absorve os consequentemente não
conservantes) ser atrativo a insetos e
outros agentes de
deterioração.
Materiais de Construção II

Vasos

• Ou raios medulares
• Ligam as diferentes camadas entre si e tem a função de
transportar e armazenar a seiva.
• Pelo seu efeito de amarração transversal, inibem em
parte a retratibilidade devida a variações de umidade
Materiais de Construção II

Medula

• É o miolo central,
mole, de tecido
esponjoso e cor
escura;
• Não tem
resistência
mecânica, nem
durabilidade, na peça Medula

desdobrada é
considerado defeito.

Material serrado
Materiais de Construção II

PRODUÇÃO DA MADEIRA

Preferencialmente durante o inverno - evita fendas


e rachaduras pela secagem mais lenta

A árvore é cortada em toras de 5 a 6 m para facilitar o


transporte

A tora fica com seção retangular pela remoção de 4


cantoneiras

Operação final para oter a


madeira bruta.

Desdobro
Desdobro
normal Desdobro
radial*
misto
*CONSTRUÇÃO AERONÁUTICA
Materiais de Construção II

PRODUÇÃO DA MADEIRA
Materiais de Construção II

APARELHAMENTO DA PEÇA
Materiais de Construção II

MADEIRA: transformadas

Madeira serrada Madeira beneficiada


Materiais de Construção II

MADEIRA: transformadas
Madeira
compensado laminada colada
MDF, MDP

Cross Laminated Timber (CLT) ou


laminado de madeira cruzada.
Materiais de Construção II

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E MECÂNICAS

• Os diversos tipos de madeiras existentes permitem


que seu uso seja específico para cada tipo de
aplicação;

• A escolha só pode ser acertada se forem conhecidas


as propriedades físicas e sua resistência às
solicitações mecânicas.
PROPRIEDADES

 Físicas  Mecânicas
• UMIDADE • RESISTÊNCIA À TRAÇÃO
• RETRATIBILIDADE • RESISTÊNCIA À
• DENSIDADE COMPRESSÃO
• CONDUTIBILIDADE • RESISTÊNCIA AO
TÉRMICA, ELÉTRICA E CISALHAMENTO
SONORA • RESISTÊNCIA À FLEXÃO
• RESISTÊNCIA A FOGO
Materiais de Construção II

MADEIRA: Umidade

 O conhecimento do teor de umidade da madeira é de grande


importância, pois todas as propriedades mecânicas, assim
como a massa específica aparente, variam com o mesmo.

Madeira recém cortada – saturada ou verde

A madeira quando exposta ao ar tende a apresentar um teor


de umidade em equilíbrio com o estado hidrométrico ambiente,
segundo o clima da região em que se encontrar.
Materiais de Construção II

MADEIRA: Umidade
Relembrando!!!!
Presença de água:
- Fisiologia da árvore;
Materiais de Construção II

MADEIRA: Umidade

Presença de água:
- Fisiologia da árvore;

Madeiras das Récem-abatidas

Árvores Vivas ↑ % umidade

Umidade????
Madeira
“VERDE”
Materiais de Construção II

MADEIRA: Umidade
Evaporação - Esta saída de água
H 2O livre ou capilar - não influencia
na estabilidade dimensional ou
H 2O na resistência
H 2O
H 2O
Madeira PONTO DE
Abatida SATURAÇÃO
(PS)
Ponto onde a madeira perdeu
H 2O toda água livre.
Condição que apenas as
20% a 30%
moléculas de água localizadas
(Norma 25%)
no interior das paredes
celulares, a água de
impregnação ou água de adesão
Materiais de Construção II

MADEIRA: Umidade
H 2O
H 2O Água de impregnação
H 2O
Secagem UE ~ UR / 5
PONTO DE natural ou UMIDADE DE
Madeira SATURAÇÃO artifical
EQUILÍBRIO
Abatida (PS)
(UE)
U= 12%, T = 20oC
Norma
URA = 65%

H 2O Além da redução em seu peso a


madeira se contrai, reduzindo seu
volume.

Umidade UE estufas
Materiais de Construção II

MADEIRA: Tipos de água

• Água livre
– Dentro dos poros
– Saída não causa retração
PONTO DE SATURAÇÃO (PS)
• Água de impregnação
– Impregna as paredes
– Saída causa retração
• Água de constituição
– Combinada quimicamente
– Saída com destruição da madeira

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Materiais de Construção II

MADEIRA: teor de umidade de equilíbrio

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Materiais de Construção II

MADEIRA: Umidade
MADEIRA EM AMBIENTE EXTERNO

• Umidade de equilíbrio (UE)


– UE ~ UR / 5
– UE varia entre 12 % e 18 %
NBR 7190 (2022): estabelece que no projeto de estruturas seja utilizada a umidade indicada na tabela
ou a do local onde será aplicada

Florianópolis
Materiais de Construção II

MADEIRA: Umidade

• As 4 CLASSES DE UMIDADE DA MADEIRA foram criadas pela NBR


7190 (2022)* no intuito de facilitar a vida do engenheiro na hora de
especificar a umidade da madeira que deve ser alcançada (ou perto)
na hora da aplicação das pecas para evitar posterior secagem
(ou absorção de umidade) em serviço com suas consequências
tais como deformações, fissuras, descolamentos, etc.
*Somente para MADEIRA EM AMBIENTE EXTERNO

Será que o teor de umidade de equilíbrio da madeira em ambiente


interno e o mesmo que em ambiente externo?
Teor de umidade de equilíbrio da madeira em ambiente interno em
Florianópolis (medidas de laboratório): em volta de 13%
Materiais de Construção II

MADEIRA: Umidade

2022
Materiais de Construção II

MADEIRA: Umidade

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Materiais de Construção II

MADEIRA: Umidade

 Todas as determinações da massa específica aparente e das


propriedades das madeiras para fins estruturais no estado seco
ao ar (10% a 20%) devem se referir à umidade padrão de 12%.
estabelecida pela NBR 7190:2022.

Para fins comerciais é comum a utilização da umidade padrão


referida ao Teor Normal Internacional da Madeira, que é de
15%.
Materiais de Construção II

MADEIRA: Umidade

PSF

Padrão da norma: 12%


Padrão alternativo (IPT): 15% (muito comum)

Abaixo de 23% de umidade pode-se considerar que a madeira está protegida


dos agentes de destruição (fungos e bactérias)
Materiais de Construção II

UMIDADE
• A MADEIRA DEVE SER EMPREGADA SECA, OU COM
TEOR DE UMIDADE EM EQUILÍBRIO COM O AMBIENTE;

• Movimentação por
secagem
- Fissuras
- Empenamentos

• Risco de
biodeterioração
Materiais de Construção II

MADEIRA: Secagem

• Secagem solar

• Natural

• Secagem estufa
40 a 100˚C
Materiais de Construção II

MADEIRA: Secagem
Materiais de Construção II

Aspectos favoráveis à secagem da madeira

↓ custo de transporte
↓ movimentação dimensional
 ↑ desempenho de acabamentos, como tintas, vernizes e produtos
ignífugos
 ↓ ataque de fungos
↑ eficácia da impregnação da madeira contra a demanda biológica
 ↑ propriedades de resistência e elasticidade

Grau de umidade nas peças:


Compatível com o ambiente de emprego (UE)
Materiais de Construção II

MADEIRA: Estimativa Umidade

Lab - Método da secagem em estufa (Gravimétrico)

U = mi – ms x 100
ms Campo -
Medidores
Depende: mi: massa inicial da amostra elétricos!
ms: massa da madeira seca (103 + 2ºC)
◦ Idade da madeira;
◦ Umidade relativa do ar.

A umidade influencia
diversas propriedades da madeira!!!!
Materiais de Construção II

Umidade p/ Resistividade

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Materiais de Construção II

Variação da Umidade afeta


 Massa específica
 Resistência mecânica
EX: Eucalyptus grandis 70,2 MPa (12%)
NBR 7190 - 59,5 MPa (18%)*

 Dimensão das peças Para intervalo de U entre 10 e 25%

 Durabilidade
Umidade padrão – 12% (norma), 15% (IPT) e 7% Europa
Materiais de Construção II

MADEIRA: Umidade x resistência


Materiais de Construção II

MADEIRA: Umidade x estabilidade dimensional

material anisotrópico
Materiais de Construção I

MADEIRA: material anisotrópico


Materiais de Construção II

MADEIRA: Estabilidade dimensional

Umidade varia entre o estado anidro e o estado de saturação dos tecidos celulósicos.

Estabilidade dimensional está relacionada diretamente à presença


de água no interior da madeira, NÃO À ÁGUA LIVRE, somente
abaixo do ponto de saturação.
Materiais de Construção II

MADEIRA: Estabilidade Dimensional

A madeira é um material anisotrópico, as contrações e inchamentos


são diferentes dependendo do eixo anatômico considerado

Despreza ≈ 1%
Materiais de Construção II

MADEIRA: contração/inchamento
• CONTRAÇÃO:

• Quando a madeira é seca


abaixo do Ponto de Saturação
das Fibras (PSF, ponto P),
aparece a contração

• A contração é o resultado da
retirada da água de impregnação,
existente na parede das células.

A diminuição de volume dividida pelo volume no estado anidro designa-se


por retração volumétrica total e é expressa em percentagem.
Materiais de Construção II

MADEIRA: Retração volumétrica


Materiais de Construção II

MADEIRA: Retratibilidade linear

Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia


Materiais de Construção II

MADEIRA: Retratibilidade típicas

Relembrando: A presença dos raios medulares,


que se orientam horizontalmente da casca à
medula, impõem restrição à movimentação radial.

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Materiais de Construção II

MADEIRA: Retratibilidade cuidado!!


Materiais de Construção II

MADEIRA: Retratibilidade

CLASSIFICACAO DAS TORAS de espécies lenhosas e


uma orientação na escolha da madeira para empregos adequados

Retratibilidade Total (estado verde (saturado) à seco em estufa)


Materiais de Construção II

MADEIRA: Retratibilidade

- CLASSIFICACAO DAS PECAS JA DESDOBRADAS

COEFICIENTE DE RETRACAO VOLUMETRICA

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Materiais de Construção II

MADEIRA – Defeitos

Defeitos de secagem
RETRATIBILIDADE!!!!!!

A diferença entre a T e R é responsável por:

Depende do desdobro
Distorções e retrações
características, segundo os 3
eixos principais
Materiais de Construção II

MADEIRA: Retratibilidade

ITAÚBA em área externa!!!


Materiais de Construção II

MADEIRA: Retratibilidade

T – retração tangencial
R – retração radial
As espécies com baixo teor relativo T/R e baixos valores absolutos de T
e R, são as de melhor estabilidade dimensional.

Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia


Materiais de Construção II

MADEIRA:

 Para atenuar os efeitos da retrabilidade deve-se proceder uma


secagem e o desdobro de madeira convenientemente, bem como
tratamentos superficiais tais como impermeabilizações com produtos
específicos, pintura e envernizamento.

 Não devemos esquecer que a madeira seca fixa melhor as pinturas


e tratamentos preservativos e tem sua longevidade em obra
aumentada.
Materiais de Construção II

MADEIRA:
Materiais de Construção II

MADEIRA: Densidade

Define o peso, ou massa, por unidade de volume aparente da


madeira, a um determinado teor de umidade.
 Esta relacionada diretamente com propriedades como
resistência mecânica, grau de alteração dimensional e perda ou
absorção de água.
 Dela dependem a maior parte das qualidades físicas e
tecnológicas, servindo na prática como parâmetro para
classificação de madeiras.
Materiais de Construção II

MADEIRA: Densidade

Peroba, ipê, aroeira, carvalho,


Pinus eucalipto, cedro, angelim

umidade de referência internacional de 15%


Materiais de Construção II

MADEIRA: Densidade
Materiais de Construção II

MADEIRA: Densidade
Materiais de Construção II

MADEIRA: Densidade x resistência à compresão


Materiais de Construção II

MADEIRA: Densidade

Para comparação com


Ms = massa seca valores apresentados na
Vsat = volume saturado literatura internacional!

Massa específica obtida pelo quociente de massa pelo


volume, ambos na mesma densidade
Materiais de Construção II

MADEIRA: Densidade aparente


NBR 9170 não faz qualquer
menção de como fazer a
correção para 12%.

ENTÃO:

LOGSDON, 1998

ρ12 - dap U 12%


ρu – dap umida
U – umidade no momento do ensaio
δv – coef. Retratibilidade

Diagrama de Kollmann
(LOGSDON, 1998). Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia
Materiais de Construção II

MADEIRA: Condutibilidade

• Elétrica:
– Quando bem seca é excelente isolante elétrico;
Materiais de Construção II

MADEIRA: Condutibilidade

• Térmica:
– Em geral é mau condutor;
Materiais de Construção II

MADEIRA: Condutibilidade

• Acústica:
– Não é bom isolante acústico, porém quando usado em
tratamento acústico funciona satisfatoriamente por ter
capacidade de absorção de sons.
Materiais de Construção II

MADEIRA: atenuação acústica


Materiais de Construção II

MADEIRA: Comportamento sob fogo


Materiais de Construção II

MADEIRA: Comportamento sob fogo

Se a relação
superfície/volume das
pecas aumenta, a
combustão inicia
mais rapidamente e as
chamas se propagam
mais facilmente!!!

A combustão superficial forma uma capa de


madeira calcinada (≈ 10mm ) que impede a
passagem do ar dificultando a queima.
Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia
Materiais de Construção II

MADEIRA: Comportamento sob fogo

Resistência ao fogo (RITTER, 1990).


Uma peça de aço em
T≈300ºC já está em
processo de escoamento;

Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia


Materiais de Construção II

MADEIRA: Comportamento sob fogo

Tinta intumescente!

Vídeo!
Materiais de Construção II

PROPRIEDADES MECÂNICAS

Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia


Materiais de Construção II

PROPRIEDADES MECÂNICAS

Resistência à Compressão

Compressão
Compressão
normal às fibras
paralela às fibras
(fc90)
(fc0)

Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia


Materiais de Construção II

PROPRIEDADES MECÂNICAS

Resistência à Compressão

Compressão
Compressão
normal às fibras
paralela às fibras
(fc90)
(fc0)
ESMAGAMENTO DAS FIBRAS
¼ valor

Atenção para a FLAMBAGEM


(peças longas);

GRANDE RESISTÊNCIA
Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia
Materiais de Construção I

PROPRIEDADES MECÂNICAS

Resistência à Compressão
Materiais de Construção II

PROPRIEDADES MECÂNICAS
Resistência à Tração

Tração paralela
às fibras (ft0) Tração perpendicular
A
às fibras (ft90)
B

Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia


Materiais de Construção II

PROPRIEDADES MECÂNICAS
Resistência à Tração
Tração paralela
às fibras (ft0) Tração perpendicular
A
às fibras (ft90)
B

Ruptura por deslizamento entre as fibras


ou ruptura de suas paredes
↓ deformação e ↑ resistência ↓ resistência
Separação das fibras
Rasgamento do material

Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia


Materiais de Construção II

PROPRIEDADES MECÂNICAS

Resistência ao Cisalhamento
Cisalhamento Cisalhamento paralelo às fibras
perpendicular às
fibras (fv) Tensões na direção das Tensões perpendicular
fibras às fibras

DIREÇÃO DAS
FIBRAS É
PERPENDICULAR -
ELEMENTOS
TENDEM A ROLAR
ALTA RESISTÊNCIA - DIREÇÃO DAS TENSÕES UNS SOBRE OS
RUPTURA IMPLICA NO CISALHAMENTO COINCIDE COM A OUTROS
DESSES ELEMENTOS DIREÇÃO DAS FIBRAS,
↓resistência
(CISALHAMENTO É
HORIZONTAL) Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia
Materiais de Construção II

PROPRIEDADES MECÂNICAS
Flexão Simples
Enrugamentos de compressão

Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia


NBR 7190:2022
• 7 partes

• Incluem as madeiras
engenheiradas (MLC,
compensado e
recomposta)
AMOSTRAS

• Lotes homogêneos* floresta plantada – NBR


7190 – 4 (lote)
• Lotes homogêneos florestas nativas - NBR
7190 – 3 (isento de defeitos, CPs, Fc0,k)
• Lotes não homogêneos de floresta plantada -
NBR 7190 – 2 (por peça, ENS)
*Homogêneo quando o coeficiente de variação do ensaio de flexão (NBR
7190 – 4) for menor que 20%
Primeiro separar por lotes, por defeitos, densidade ou outra propriedade
Lotes homogêneos florestas nativas - NBR 7190 – 3 (isento de defeitos, Fc0,k)

PROJETO DE ESTRUTURAS DE MADEIRA - PARTE 3: MÉTODOS DE


ENSAIO PARA CORPOS DE PROVA ISENTOS DE DEFEITOS PARA
MADEIRAS DE FLORESTAS NATIVAS
Lotes homogêneos florestas nativas - NBR 7190 – 3 (isento de defeitos, Fc0,k)

PROJETO DE ESTRUTURAS DE MADEIRA - PARTE 3: MÉTODOS DE


ENSAIO PARA CORPOS DE PROVA ISENTOS DE DEFEITOS PARA
MADEIRAS DE FLORESTAS NATIVAS
Lotes homogêneos florestas nativas - NBR 7190 – 3 (isento de defeitos, Fc0,k)

PROJETO DE ESTRUTURAS DE MADEIRA - PARTE 3: MÉTODOS DE


ENSAIO PARA CORPOS DE PROVA ISENTOS DE DEFEITOS PARA
MADEIRAS DE FLORESTAS NATIVAS
MADEIRAS
NATIVAS
MADEIRAS
NATIVAS
MADEIRAS
NATIVAS
Lotes homogêneos* floresta plantada – NBR 7190 – 4 PROJETO DE
ESTRUTURAS
DE MADEIRA -
PARTE 4:
MÉTODOS DE
ENSAIO PARA
CARACTERIZA
ÇÃO PEÇAS
ESTRUTURAIS
Lotes homogêneos* floresta plantada – NBR 7190 – 4 PROJETO DE
ESTRUTURAS
DE MADEIRA -
PARTE 4:
MÉTODOS DE
ENSAIO PARA
CARACTERIZA
ÇÃO PEÇAS
ESTRUTURAIS
Lotes não homogêneos de floresta plantada - NBR 7190 – 2 (por peça, ENS)

PROJETO DE ESTRUTURAS DE MADEIRA - PARTE 2: MÉTODOS DE ENSAIO PARA CLASSIFICAÇÃO


VISUAL E MECÂNICA DE PEÇAS ESTRUTURAIS DE MADEIRA

Módulo dinâmico

Módulo estático

Classificação
Lotes não homogêneos de floresta plantada - NBR 7190 – 2 (por peça, ENS)

PROJETO DE ESTRUTURAS DE MADEIRA - PARTE 2: MÉTODOS DE ENSAIO PARA CLASSIFICAÇÃO


VISUAL E MECÂNICA DE PEÇAS ESTRUTURAIS DE MADEIRA

Classificação
Densidade aparente

Com base no módulo e na densidade aparente é


atribuída uma classe mecânica para cada peça (Classe
1, 2 ou 3)
Lotes não homogêneos de floresta plantada - NBR 7190 – 2

Propriedades
Lotes não homogêneos de floresta plantada - NBR 7190 – 2 (por peça, ENS)

PINUS

PROJETO DE ESTRUTURAS DE
MADEIRA - PARTE 2: MÉTODOS
DE ENSAIO PARA
CLASSIFICAÇÃO VISUAL E
MECÂNICA DE PEÇAS
ESTRUTURAIS DE MADEIRA
Lotes não homogêneos de floresta plantada - NBR 7190 – 2 (por peça, ENS)

PINUS
Lotes não homogêneos de floresta plantada - NBR 7190 – 2 (por peça, ENS)

EUCALIPTO
Lotes não homogêneos de floresta plantada - NBR 7190 – 2 (por peça, ENS)

EUCALIPTO
Materiais de Construção II

PROPRIEDADES MECÂNICAS

ρap(12%
%) fc0 ft0 ft90 fv Ec0
Nome Nome 3 (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) n
(Kg/m )
comum científico
Pinho do Paraná Araucaria angustifolia 580 40,9 93,1 1,6 8,8 15225 15
Pinus caribea Pinus caribea var. caribea 579 35,4 64,8 3,2 7,8 8431 28
Pinus Pinus caribea 537 32,6 52,7 2,4 6,8 7110 32
bahamensis var.bahamensis
Pinus Pinus caribea 535 42,3 50,3 2,6 7,8 9868 99
hondurensis var.hondurensis
Pinus elliottii Pinus elliottii var. elliottii 560 40,4 66,0 2,5 7,4 11889 21
Pinus oocarpa Pinus oocarpa shiede 538 43,6 60,9 2,5 8,0 10904 71
Pinus taeda Pinus taeda L. 645 44,4 82,8 2,8 7,7 13304 15

ft90 = resistência à tração normal às fibras


ρap(12%) = massa específica aparente a 12% de umidade fv = resistência ao cisalhamento
fc0 = resistência à compressão paralela às fibras Ec0 = módulo de elasticidade longitudinal
ft0 = resistência à tração paralela às fibras obtido no ensaio de compressão paralela às fibras

Antiga NBR 7190/97


Materiais de Construção II

PROPRIEDADES MECÂNICAS
ρap(12%) fc0 ft0 ft90 fv Ec0
Nome comum Nome científico
kg/m3 MPa MPa MPa MPa MPa

Jatobá Hymenaea spp 1074 93,3 157,5 3,2 15,7 23607


Angelim Votaireopsis
688 50,5 69,2 3,1 7,1 12876
Araroba araroba
Angelim Ferro Hymenolobium spp 1170 79,5 117,8 3,7 11,8 20827
Cedro amargo Cedrella odorata 504 39,0 58,1 3,0 6,1 9839
Cedro Doce Cedrella spp 500 31,5 71,4 3,0 5,6 8058
Eucalyptus
E. Citriodora 999 62,0 123,6 3,9 10,7 18421
citriodora
E. Grandis Eucalyptus grandis 640 40,3 70,2 2,6 7,0 12813
ρap(12%) = massa específica aparente a 12% de umidade ft90 = resistência à tração normal às fibras
fc0 = resistência à compressão paralela às fibras fv = resistência ao cisalhamento
ft0 = resistência à tração paralela às fibras Ec0 = módulo de elasticidade longitudinal
obtido no ensaio de compressão paralela às fibras
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ANTIGA NBR 7190/97


Materiais de Construção II

PROPRIEDADES MECÂNICAS

 O comportamento da madeira solicitada por TORÇÃO ainda não é


muito conhecido. A norma brasileira recomenda evitar a torção, em
virtude do risco de ruptura por tração normal às fibras.

 A RESISTÊNCIA AO CHOQUE é entendida como a capacidade


do material absorver energia pela deformação. A madeira é
material de ótima resistência ao choque.
Materiais de Construção II

MADEIRA – Fatores anatômicos

características melhor expressa sua qualidade para


- Densidade uso (Quanto maior a densidade, maior quantidade de
madeira por volume – maior resistência).

- Inclinação das fibras limitada a 6 graus (norma),

- Nós CUIDADO – presença de


nós, resinas e extratos
podem aumentar a
densidade sem contribuir
para a melhoria
significativa da
resistência!!

reduzem a reistência da madeira por interromper a


continuidade e direção das fibras.
Materiais de Construção II

MADEIRA – Defeitos anatômicos


- Defeitos Naturais

- Presença de alburno

- Presença de medula

-Faixas de parênquima
Materiais de Construção II

MADEIRA – Defeitos de utilização

Defeitos de secagem

Defeitos de produção

Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia


Materiais de Construção II

MADEIRA – Fatores ambientais e de utilização

• Agentes ambientais
Radiação solar, chuvas (molhagem e secagem)
Detalhes de projeto: influem na resistência ao intemperismo e
biodeterioração

• Agentes químicos
Materiais alcalinos

Manchas de cimento sobre madeira crua.


http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/135/imprime93278.asp
Materiais de Construção II

MADEIRA – Fatores ambientais


- Umidade - influência direta nas propriedades

- Ataques biológicos - fungos ou insetos

Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia


Materiais de Construção I

MADEIRA – Preservação
Organismos Xilófagos

• Os fungos necessitam de:


– Oxigênio
– Temperatura > 15⁰C
– Umidade > 20%

• Providenciar:
– Secagem (Umidade < 20%)
– Projeto: Proteção da água da chuva e contato com o solo
Materiais de Construção II

MADEIRA – Fatores ambientais


Organismos Xilófagos

• Madeira recém-abatida
• Madeira seca, mantida em UR > 90 %

Madeira de Pinus sp atacada por bolor


Materiais de Construção II

MADEIRA – Fatores ambientais


Organismos Xilófagos
Materiais de Construção II

MADEIRA – Fatores ambientais


Organismos Xilófagos
Materiais de Construção II

MADEIRA – Fatores ambientais


Organismos Xilófagos
Materiais de Construção II

MADEIRA:

O QUE FAZER?
Materiais de Construção II

MADEIRA:

PREVENÇÃO!!!
Materiais de Construção II

MADEIRA – Prevenção!!!!!

CONJUNTO DE MEDIDAS PREVENTIVAS E CURATIVAS PARA

CONTROLE DE AGENTES BIOLÓGICOS, FÍSICOS E QUÍMICOS

QUE AFETAM AS PROPRIEDADES DA MADEIRA, OU SEJA, SUA

DURABILIDADE

Pinus tratado
Eucalipto tratado
Materiais de Construção II

MADEIRA – Prevenção

 Projeto adequado
- Detalhamento
- Seleção de espécies mais resistentes
 Secagem
Tratamentos de preservação (biocidas)
- Sob pressão
- Aplicação superficial
Proteção superficial contra água
- Pintura (tintas, stain, vernizes)
- Hidrofugantes
Materiais de Construção II

MADEIRA – Prevenção

 Durabilidade natural da madeira;

 Condições de uso/exposição da madeira.

 Presença do(s) organismo(s) xilófago(s);

 Tratabilidade da madeira.
Materiais de Construção II

MADEIRA – Prevenção

Sequência de decisão

Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia


Materiais de Construção II

MADEIRA – Prevenção

Durabilidade natural da madeira

 Característica intrínseca do cerne/espécie (resistência ao ataque


dos organismos xilófagos)
 Alburno ↓ durabilidade natural ↓ resistência ao ataque de
organismos
 Se a espécie não é naturalmente durável para a classe de risco
e/ou se a madeira contém porções de alburno

TRATAMENTO PRESERVATIVO
Materiais de Construção II

MADEIRA – Prevenção
Riscos Biológicos

Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia


Materiais de Construção II

MADEIRA – Prevenção
Materiais de Construção II

MADEIRA – Preservação
Definição do(s) tratamento(s) preservativos

 Espécie botânica que permita tratamento (tratabilidade),


 Umidade da madeira no momento do tratamento,
 Processo de aplicação do produto de preservação,
 Parâmetros de qualidade necessários: retenção e penetração do
produto preservativo,
 Produto preservativo que satisfaça à classe de risco determinada.
Materiais de Construção II

MADEIRA – Preservação

Tratabilidade da madeira

 Impregnabilidade da madeira com produtos preservativos –


depende da característica intrínseca da espécie de madeira
 Na prática o cerne das madeiras de folhosas é não tratável e o
alburno é tratável.
 Na medida em que a espécie selecionada não é suficientemente
tratável e de baixa durabilidade natural, não é possível ter-se
certeza do seu tempo de vida útil.
Materiais de Construção II

MADEIRA – Preservação

Processos preservativos

 Sem pressão: impregnação superficial;


 Pinturas superficiais ou imersão

Riscos (Classe 1, 2 e 3)

Com pressão: impregnação profunda;


Preservativo com autoclave
Riscos (Classe 4, 5 e 6)

Os produtos usados para o tratamento são antifungicidos e inseticidas.


Materiais de Construção II

MADEIRA – Preservação

Parâmetros de qualidade do tratamento preservativo

 Penetração – profundidade alcançada pelo preservativo ou pelo(s)


seu(s) ingrediente(s) ativo(s) na madeira (mm).

 Retenção- quantidade do preservativo ou do seu(s) ingrediente(s)


ativo(s) contida num volume da madeira (kg/m³).
Materiais de Construção II

MADEIRA – Preservação

Classe de risco x tratamento preservativo

CCA - arseniato de cobre cromatado CCB - cromo, cobre e boro

Sais hidrosoluveis: CCB - cromo-cobre-boro, CCA - cromo-cobre-arsênio


Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia
Materiais de Construção II

MADEIRA – Preservação

Classe de risco versus tratamento preservativo

Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia


Materiais de Construção I

MADEIRA

Madeiras utilizadas na região

 Eucalipto (esquadrias, divisórias, forro, assoalho, lambri, roda-pé,


vistas, meia-cana, tesouras...)
Pinus (meia-cana, rodapé, caixaria...) – tratado – 20 anos
Cedro, cedrinho, cedrilho (forro, roda-pé, vista, espelho)
Angelim (esquadrias, forro, roda-pé, vista, espelho, caibro)
Angelim vermelho (telhado, > resistência)
Itaúba amarela (esquadrias, telhados, forros) – que menos
empena.
Materiais de Construção II

MADEIRA

Madeira de reflorestamento – pinus e eucalipto

 Madeiras de ciclo curto que representam um real compromisso


com o meio ambiente

 Uso do eucalipto e de pinus, tratados sob pressão, representa uma


excelente alternativa de material de engenharia na construção civil
MADEIRA CERTIFCADA

O FSC, Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal), é uma


organização independente, não governamental, sem fins lucrativos, criada para
promover o manejo florestal responsável ao redor do mundo. Mais de 70 países.

Uma das formas mais eficazes para garantir que um produto de origem florestal
não veio de práticas predatórias é o selo da FSC.

"É a garantia de que o consumidor está levando para casa um


produto cuja extração não causou danos ao meio ambiente, à
sociedade e à economia locais
Referências
• NBR 7190 Projeto de estruturas de madeira. (1997)
• NBR 7203 Madeira serrada e beneficiada. (1982)
• Catálogo de madeiras brasileiras para a construção civil - São Paulo : IPT
2013
• Livro: Materiais de Construção Civil. Geraldo C. Isaia. Ibracon, 2010.
• PPC 2345 – USP
• MCC1001 – UDESC

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