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Biossegurança: todo cuidado é pouco - I

Autor: Marcelo de Andrade

Com biossegurança não se brinca , uma vez que não é possível saber de antemão se
o paciente está ou não com algum processo infeccioso. A recíproca também é verdadeira, pois
muitas infecções podem ser transmitidas aos pacientes por membros da equipe. Por isso, é
fundamental que todos os profissionais de saúde bucal, incluindo pessoal de apoio, sigam
protocolos de controle de infecção. Confira, a seguir, algumas medidas preventivas* sugeridas
por especialistas quanto ao uso de equipamentos de proteção individual e descarte de material
usado.

Luvas

Entre as recomendações universais de controle de infecção está a utilização de barreiras


físicas, como luvas, máscaras e óculos, que evitem a transmissão das doenças no consultório
do cirurgião-dentista. Luvas de látex ou vinil utilizadas em procedimentos cirúrgicos devem vir
esterilizadas de fábrica. Nos demais procedimentos, não precisam ser esterilizadas. As luvas
não podem ser reutilizadas nem lavadas ou esterilizadas, situações em que ocorrem danos ao
material. Enquanto estiver usando luvas, não manipule objetos fora do campo de trabalho
(canetas, fichas, telefone etc.).

Óculos

Outra recomendação universal é o uso de óculos e máscaras protetoras. Os primeiros evitam


ferimentos e contaminação pela conjuntiva. Os protetores oculares devem ter vedação
periférica e se moldar perfeitamente ao rosto, inclusivo sobre os óculos de grau, e devem ser
descontaminados por limpeza mecânica com água e sabão no final de cada atendimento.

Máscaras
As máscaras evitam contaminação pelas vias respiratórias e pela boca. Não podem irritar a
pele nem entrar em contato com lábios e narinas. Também não devem facilitar o embaçamento
do protetor ocular. Não podem permanecer penduradas no pescoço e devem ser descartadas
quando estiverem molhadas ou no final do período.

Avental

Batas, aventais e blusas descartáveis ou reutilizáveis também são indicadas. Devem ter
colarinho alto e mangas longas com punhos. Devem ser trocadas diariamente ou assim que
apresentem sinais visíveis de contaminação. Seu uso deve ser restrito ao interior da clínica.
Peças reutilizáveis devem ser imersas em solução de hipoclorito 1:5 por 30 minutos antes da
lavagem. A mesma precaução vale para gorros não descartáveis.

Óculos, máscaras e roupas de proteção têm que ser retiradas antes de o profissional sair da
área operatória ou laboratório para garantir a eficácia do controle de infecções.

Lixo

O lixo gerado em cada atendimento (gazes, algodão etc.) deve ser acondicionado em sacos
plásticos pequenos, que devem ser fechados e descartados em lixeiras maiores, dotadas de
tampa acionada por pedal e revestidas internamente com sacos plásticos próprios para
resíduos contaminados. Vale lembrar que o lixo gerado por consultórios deve ser tratado como
lixo hospitalar, ou seja, recolhido pelo serviço municipal responsável por este tipo de coleta e
incinerado.

Perfuro-cortantes

Agulhas, lâminas de bisturi, limas, arames e outros objetos perfuro-cortantes que entraram em
contato com o paciente devem ser considerados infecciosos e manipulados com todo cuidado
para evitar acidentes. A limpeza de instrumentos desse tipo deve ser feita com a proteção de
luvas grossas, que permitam segurança no manuseio. Os descartáveis devem ser jogados em
recipientes que impeçam cortes e picadas, com paredes rígidas, contendo solução
desinfectante (hipoclorito de sódio 1%). Quando estiver cheio, vedar o recipiente, rotular como
contaminado e desprezar no lixo destinado à coleta seletiva hospitalar.

Amálgama e mercúrio

Resíduos de amálgama e excesso de mercúrio devem ser acondicionados em recipientes


plásticos com água, devidamente identificados.

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