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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA


CAMPUS DE TUCURUÍ

Professor: Dr. André Cruz Disciplina: Laboratório de


Curso: Engenharia Elétrica Eletromagnetismo

Aluno 1: André Luiz da Silva Aranha Matricula: 201833940018


Aluno 2: Camila Negrão Costa Matricula: 201733940033
Aluno 3: Daniel Aviz Gomes Matricula: 201833940009
Aluno 4: Jaciane Bastos da Silva Matricula: 201833940014

Data dos procedimentos: 28/06/22 Turma: 1

ROTEIRO EXPERIMENTAL 5 – LEI DA INDUÇÃO DE FARADAY


RELATÓRIO DE EXPERIMENTOS
EXPERIMENTO 5A

I. Instrumentos e Materiais utilizados


 1 Miliamperímetro analógico;  4 imãs permanentes no formato anelar;
 1 Multímetro Digital;  4 Cabos tipo banana-banana;
 1 Osciloscópio digital;  1 Bobina de 200/400/600 espiras;
 1 Fonte de tensão CA regulável;  1 Bobina de 800 espiras;
 1 Fonte de tensão CC regulável;  1 Bobina de 400 espiras;
 1 Bastão de alumínio com imãs  1 Núcleo magnético em O de ferrosilício.
permanentes;

II. Procedimentos Experimentais


Inicialmente, depositamos sobre a bancada de acrílico a limalha de ferro, e a
movimentamos para que as partículas ficassem mais uniformes possivel. Com o bastão de
alumínio com imãs permanentes apoiado sobre uma folha de papel sulfite, apoiados na
bancada do laboratório, levantamos a placa de acrílico e aproximamos lentamente do imã, até
perceber uma constância no padrão de linhas de campo que apareceram na limalha de ferro.
Com isso, foi possível de fazer o mapeamento do bastão de alumínio.
Figura 1: Mapeamento das linhas de campo devido ao bastão de imãs.

Retirando a base de acrílico, aproximamos do bastão de alumínio com imãs


permanente uma bússola, para que assim fosse possivel analisar os polos do imã, Figura 2.

Figura 2: Polaridade do imã.

Com o intuito de analisar a Lei de Faraday para os casos de movimentação de campo


magnetos tático e a presença estática de um campo eletromagnético variável no tempo
próximo de um solenoide, foram propostos dois circuitos para essas visualizações:

Figura 3: Circuito 1, experimento 5 A.


Como descrito na figura 3, conectamos os terminais de uma bobina de 200 espiras ao
circuito de um resistor de 10 Ω em série com o miliamperímetro, Imagem 1.

Imagem 1: Circuito real do experimento 5A

Movimentando bastão de alumínio com imãs permanentes de modo que o mesmo


passe por dentro da bobina, podemos analisar que, ao aproximar o imã da bobina, houve a
indução de corrente, e a direção e sentindo dessa dependia se afastamos ou aproximamos o
imã. Observamos que ao aproximar o bastão de alumínio com imãs permanente era induzindo
uma corrente positiva na bobina, e ao afastar, uma corrente negativa. Notamos também, que
se deixássemos o bastão parado dentro da espira, não havia corrente gerado.
O que está de acordo com a lei de Faraday, que é fundamentada no fluxo magnético
com o tempo, ficou claro que se o imã permanecer parado entre a bobina, não produzia
corrente na bobina. Já com o “desligar, ligar”, ou seja, aproximando e afastando, do imã á
bonina, isso gerava um fluxo de corrente elétrica.
Faraday observou que essa corrente elétrica era produzida por uma força eletromotriz,
que era proporcional a variação do campo magnético através do tempo, e que dependia
também da resistência do material, assim como, da área do material.
Portanto, concluímos que o experimento realizado está de acordo o a lei de Faraday.
Quando aumentamos a velocidade do bastão de alumínio com imãs permanente,
notamos que houve uma diferença. Quando movimentamos mais rápido o bastão, a variação
da tensão induzida na bonina reduziu.
Feito isso, conectamos um voltímetro em paralelo ao resistor e repetimos o
procedimento, movimentando o bastão de imã por dentro da bobina. Como resultado,
indicamos todos os picos de corrente e tensão, tanto positivo quanto negativo, obtidos no
experimento, nas tabelas abaixo:
Tabela 1. Picos de corrente velocidade normal, bobina Tabela 2. Picos de corrente maior velocidade, bobina
com 200 espiras com 200 espiras
Positivo Negativo Positivo Negativo
0.3 m A - 0.4 mA 0.1 m A - 0.1 m A

Tabela 3. Picos de corrente velocidade normal, bobina Tabela 4. Picos de corrente maior velocidade, bobina
com 400 espiras com 400 espiras
Positivo Negativo Positivo Negativo
0.4 m A - 0.4 m A 0.3 m A - 0.1 m A

Tabela 5. Picos de corrente velocidade normal, bobina Tabela 6. Picos de corrente com maior velocidade,
com 600 espiras bobina com 600 espiras
Positivo Negativo Positivo Negativo
0.5 m A - 0.5 m A 0.5 m A - 0.3 m A

Tabela 7. Tensão 200 espiras Tabela 8. Tensão 400 espiras


Positivo Negativo Positivo Negativo
0.2 mV -0.3 mV 0.3 mV -0.4 mV

Tabela 9. Tensão 600 espiras Tabela 10. Tensão 600 espiras com a adição dos imãs
Positivo Negativo anelares.

1 -0.8 mV Positivo Negativo


20 mV -18 mV
Observamos que a variação de fluxo de tensão foi maior quando adicionamos os imãs
anelares, pois aumentamos a variação de fluxo magnético com a adição dos imãs.

III. Discussão e Comentários


Um ímã em repouso dentro ou perto da bobina: Nenhuma tensão observada.
Um ímã se movendo em direção à bobina: Alguma tensão é medida, atingindo um
pico enquanto o ímã se aproxima do centro da bobina.
Um ímã passa através do meio da bobina: A tensão medida rapidamente muda de
sinal.
Um ímã passa para fora e vai para longe da bobina: A tensão medida está na direção
oposta ao caso anterior do ímã se movendo para dentro da bobina.
As observações são consistentes com a Lei de Faraday. Embora o ímã estacionário
possa produzir um grande campo magnético, nenhuma FEM pode ser induzida pois o fluxo
através da bobina não está variando. Quando o ímã se move mais próximo da bobina o fluxo
rapidamente aumenta até o ímã estar dentro da bobina. Assim que ele passa através da bobina,
o fluxo magnético pela bobina começa a diminuir. Consequentemente, a FEM induzida se
inverte.
EXPERIMENTO 5B
I. Procedimentos Experimentais
O experimento 5B, mostra a Lei da indução de Faraday em um transformador. Para
conseguirmos realizar o experimento foi utilizado uma fonte de tenção AC ajustável (varivolt)
para entregar uma corrente variável ao primário do transformador que é constituído de uma
bobina de 400 espiras, a conexão entre essas partes foi feita através de dois cabos banana-
banana e foi conectado um multímetro digital em paralelo aos terminais da fonte de do lado
primário com o intuito de medir a tensão nesse terminal, no lado secundário do Trafo foi
utilizada uma bobina de 800 espiras e em seus terminais foi conectado um osciloscópio com o
intuito de observar o sinal da tensão e os valores de pico da tensão produzida no lado
secundário. Posteriormente, utilizamos um núcleo de ferro-silicio em formato de O no
transformador para aumentar sua eficiência.
Nas figuras abaixo, encontra-se imagens dos instrumentos e materiais utilizados.

Imagem 4: Varivolt | Fonte: autor.


Imagem 5: Núcleo Ferro-Silicio.

Imagem 6:Bobina de 800 espiras Imagem 7:Bobina de 400 espiras | Fonte autor.
Imagem 8 : Osciloscópio | Fonte: autor.

Primeiramente, ligamos o varivolt e ajustamos para uma tensão de 6V com o auxílio


do multímetro para uma medição com maior precisão, em seguida desligamos a fonte para
conectar o circuito, como mostrado na figura abaixo. Após a montagem do circuito e com a
checagem do professor, ligamos o varivolt e não conseguimos obter o valor esperado das
tensões nos terminais devido aos cabos banana-banana não estarem conduzindo bem, o
problema foi constatado através de testes de continuidade feitos com o multímetro digital, o
próximo problema que ocorreu foi na parte do secundário do transformador o sinal no
osciloscópio e a tensão na bobina não estavam coerentes, o problema foi resolvido com a
aproximação das bobinas para ter uma maior interação do campo eletromagnético, Após sanar
os problemas, registramos as tensões do lado primário e secundário do Trafo que estão
presentes na figura 06, o cálculo da relação teórica do transformador vão estar descritas no
tópico de análise dos dados experimentais.

Figura 06. Circuito do experimento 5B

O circuito real é mostrado abaixo


Ao conseguir realizar a primeira parte do experimento do transformador sem o núcleo,
desligamos a fonte variável de tensão AC e adicionamos meio núcleo de ferro-silicio entre as
duas boninas no Trafo ligaram novamente a fonte e registramos as tensões do lado primário e
secundário que estão presentes na figura 07. Em seguida desligamos a fone e adicionamos a
segunda metade do núcleo no Trafo, ligando a fonte e registramos as tensões do lado primário
e secundário que estão presentes na figura 08.

Figura 07: Circuito do Transformador com meio núcleo | Fonte: auror.

Figura 08: Circuito do Transformador com o núcleo completo | Fonte: auror.

Comentários sobre o experimento foram abordados nas simulações e questões


propostas, visto que, com o auxílio dos dados obtidos através do experimento, foi possivel
construir gráficos para melhor entendimento do assunto discutido.
II. Questões para discussão
1. Defina o conceito de indução modelado pela Lei de Faraday.
A conclusão de Faraday é que a variação do fluxo magnético que atravessa o circuito
produz uma tensão elétrica, que dá origem a corrente. Na verdade, a própria ideia de fluxo é
devida em grande parte a Faraday, que imaginava linhas de campo emanando de cargas
elétricas e de magnetos para visualizar os campos elétricos e magnéticos, respectivamente.
Lei de Faraday, também conhecida como lei da indução eletromagnética, afirma que a
variação no fluxo de campo magnético através de materiais condutores induz o surgimento de
uma corrente elétrica. Enuncia que quando houver variação do fluxo magnético através de um
circuito, surgirá nele uma força eletromotriz induzida.
2. Descreva como ocorre a indução eletromagnética nos Experimentos deste roteiro,
apontado as grandezas físicas que afetam o fenômeno de forma mais relevante.
A indução eletromagnética ocorre quando a variamos o campo magnético nas
proximidades da espira, proporcionando o surgimento de uma força eletromotriz induzida.
Quando a espira está inserida em uma região de campo magnético, como quando
disposta entre os polos magnéticos de um ímã, ela é continuamente atravessada por certa
quantidade de linhas de indução, também conhecidas como linhas de campo magnético.
Quando o “número” de linhas de indução muda, devido a movimentação do imã
dentro da espira, uma corrente elétrica surgirá na bobina, dando origem a um campo
magnético que se opõe à mudança na quantidade de linhas que atravessam essa bobina.
3. No Experimento 5A, explique a mudança do sentido da corrente induzida entre
os movimentos de afastar e aproximar os ímãs da bobina, e também quando se inverte a
posição da bobina.
O sentido da corrente elétrica induzida, em uma espira, depende da variação do fluxo
magnético sobre ela. Caso o polo magnético norte de um imã esteja apontado para a espira e
esse ímã aproxime-se, por exemplo, a espira produzirá um campo magnético norte para se
opor à tal variação.
Quando o ímã se move mais próximo da bobina o fluxo rapidamente aumenta até o
ímã estar dentro da bobina. Assim que ele passa através da bobina, o fluxo magnético pela
bobina começa a diminuir. Consequentemente, a FEM induzida se inverte.
4. No experimento 5B, levante hipóteses sobre a diferença nas relações de
transformação teórica e experimental entre as duas bobinas.
𝑁1 𝑉1 𝐼2
A relação de transformação de um trafo ideal é dada por = = , porém, na
𝑁2 𝑉2 𝐼1

prática não é exatamente isso que acontece, por diversos motivos. Primeiro; a corrente elétrica
que atravessa os enrolamentos não terá seus valores ideais, o que implica dizer que a
resistência dos enrolamentos R ≠ 0. As perdas no núcleo do transformador não são
desprezíveis, a permeabilidade muda de um caso ideal para um caso real. Então todas estas
propriedades são aproximadas, mas nunca realmente atingidas nos transformadores reais. Um
transformador hipotético tem sempre suas propriedades atendidas pelas equações dada acima.

5. No experimento 6.b, como pode ser fisicamente explicado a alteração da tensão


induzida com o ar e com o núcleo magnético? Utilize o conceito de acoplamento
magnético para ajudar na explicação.

Sabemos que quando duas bobinas estão próximas, um fluxo magnético é gerado e
induz uma diferença de potencial na bobina vizinha. Trivialmente falando este é o conceito de
acoplamento magnético. No experimento pode-se perceber esta diferença quando utilizamos
transformadores com núcleo de ar e núcleo de ferro. A diferença se dar basicamente na
indutância. Um dos meios pelos quais se pode aumentar a indutância de um certo indutor é
alterando seu tipo de núcleo, pois certos materiais aumentam a indutância, concentrando as
linhas de força de campo magnético que fluem pelas espiras. No núcleo de ar a
permeabilidade relativa é igual a unidade e nos núcleos de ferro este valor já são maiores, o
que nos leva a afirmar que, se aumentamos a permeabilidade dos materiais, aumentamos
também a sua tensão induzida nos enrolamentos vizinhos de um transformador.

3 – Simulações
3.1 – Experimento 5A
Figura 09. Gráfico de barra da tensão induzida para cada cada bobina | Fonte: autor.
Figura 10. Gráfico de barra da corrente induzida para cada cada bobina | Fonte: autor.

3.2 – Experimento 5B
Figura 09. Gráfico de barra da relação de transformação | Fonte: auror.

O gráfico de barra da relação de transformação mostra o desempenho do


transformador três tipos de núcleo. Percebemos que o Trafo sem o núcleo tem um péssimo
desempenho, devido as suas ondas magnéticas transitarem livremente sem um meio que
reduza a dispersão do fluxo magnético. Para o Trafo com meio núcleo, o transformador já
possui um melhor desempenho, pois possui um material ferromagnético que ajuda a
concentrar o fluxo magnético, mais só de um lado do transformador. Para o Trafo como
núcleo completo, o transformador tem o seu melhor desempenho pois não há mais dispersões
de fluxo magnético.
Outra característica importante que define o comportamento do gráfico dado acima é a
sua permeabilidade. Assim como na eletrostática que temos o adensamento de campo elétrico
nos materiais dado pelo termo (𝜀), na Magnetostática temos o adensamento de campo
magnético, mais conhecido como permeabilidade magnética que é dada pelo termo
adimensional “(µ)”. Essa permeabilidade muda de acordo com o material que é utilizado
como núcleo. Por exemplo para o núcleo de ar, essa permeabilidade magnética é igual a 1,
assim como a permissividade elétrica do ar é próximo a essa unidade. Já para núcleos de
ferro, a permeabilidade magnética altera-se para valores mais elevados ocasionando uma
maior indutância e consequentemente um aumento na tensão induzida na bobina vizinha de
um trafo. Portanto esse aumento na relação de transformação, que podemos observar no
gráfico quando alteramos o seu tipo de núcleo é também devido a sua variação na
permeabilidade magnética do material.

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