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Analise descritiva da “Entre Quatro Paredes” de Sartre, feito por Harley Pacheco de Sousa,

estudante de psicologia da universidade São Marcos em 11/2011.

Esse resumo tem função de colocar o leitor em contato com a obra original e despertar o
interesse de leitura. Jamais sendo conivente ou estimulando a Semi Cultura.

A história fala de três personagens, Ines, Garcin e Estelle, que são levados até
uma sala fechada e terão que permanecer para sempre ali, enclausurados,
condenados a uma vida sem interrupção o texto se inicia com um dialogo entre
o Criado que aparentemente é um serviçal do Diabo e Garcin, os dois
conversam sobre os objetos e moveis. Um lugar esquisito onde não há nada
que seja frágil, que não há necessidades, o Criado se retira e Garcin conhece
Ines.

Inês o confunde com um carrasco, logo Garcin se identifica como publicitário e


Inês afirma que Garcin tem medo da situação de estar no inferno, mas de
qualquer modo Garcin diz que não o tem e quem tem é Inês, ela afirma que o
tinha apenas enquanto tinha esperança, mas que logo começaram a sofrer.

Chega Estelle, se apresenta, e discorrem uma conversa sobre o que os matou,


conversaram sobre o porquê de estarem juntos e sem entender contaram um
ao outro o motivo de suas mortes.

Eles percebem que são os diabos de cada um e que são maus segundo seus
próprios ponto de vistas, é perceptível durante a obra que percebem que estão
nus, mas não é o nu físico, mas o nu racional. Discorrem sobre suas vidas e
compartilham todas as maldades que já fizeram, todas as angústias que os
atormentam. E assim, portanto, se apresentam nus para os outros. Sartre
coloca cada um dos personagens como carrasco do outro, buscando desnudá-
los, buscando o que há por trás dos rostos. E acontece a prova de que o ser
humano necessita da comunicação, mesmo sabendo que esta será seu
inferno.

Garcin era um cafajeste, Inês lésbica e Estelle usa seu corpo em grande parte
das situações, cada um repugna o outro, mas Inês se sente atraída por Estelle,
que se sente atraída por Garcin, que tenta se esquivar até o momento em que
revela que não pode amar Estelle, porque a conhece demais.

Entre quatro paredes é um questionamento da condição humana acerca de


suas crenças e ações. É o que questiona o ponto em que o outro deixa de ser
importante e passa a ser negligente e repugnante.

O inferno não é estereotipado como se imagina, mas hipotético, onde


responsabiliza o indivíduo na escolha do caminho que melhor lhe agrada e
orienta sobre a importância dos sentimentos na vida das pessoas.
“aquele que me olha é sempre o meu carrasco.” Ou seja, apesar do
indivíduo desejar ser refletido na melhor forma, os olhos dos outros ignoram
isso e o enxerga em profundidade, com o rigor que efetivamente ele, o
individuo, não gostaria.

Sendo assim, a importância dos outros para cada um de nós, gera influências
que podem se tornar um inferno, devido à incapacidade humana de
compreender nossas fraquezas.

“o inferno são os outros” numa alusão à sua própria imagem refletida nos
olhos de quem os observa.

Mesmo quando somos submetidos à vigilância e o julgamento dos outros


podemos achar um paraíso. Neste caso, cabe ao individuo a responsabilidade
da escolha do caminho que mais lhe agrada.

A gente abria e fechava; isso se chamava piscar. Um pequeno clarão


negro, um pano que cai e se levanta, e aí a interrupção. (...) Quatro mil
repousos em uma hora. Quatro mil pequenas fugas”.

Isso remete a pensar que exatamente nesses momentos era possível fugir dos
julgamentos, mas no inferno hipoteco não é possível porque lá não há
necessidades inclusive a de piscar.

Independente da intensidade, todos os sujeitos se olhavam e esta visão não


passava do inferno de cada um. Cada um sabia os motivos de estar ali,
conduto, tentavam esconder dos outros os fatos que os levaram à situação,
para serem vistos como pessoas boas, exceto Inês, que não tinha esperança
de mudança.

"Pois bem, continuemos..."

E a história segue com o triangulo infernal amoroso onde Inês tentando


conquistar Estelle, que por sua vez procura se relacionar com Garcin;

Sabedores de que a consciência é liberdade condenada a existir- sem


possibilidade de fuga Garcin se antecipa ao fechamento das cortinas.
Excelente obra que mostra conceitos claros de existencialismo humano na qual
enfatiza-se na ansiedade, onde revela a luta do ser vivo contra o não-ser;

Entre os aspectos relevantes na concepção da obra e do existencialismo é que


está focado na pessoa existente, no ser humano emergente e em evolução.

Onde a existência precede a essência na criação do significado da vida: a


importância da vontade, da decisão e do compromisso.

Somos resultado das nossas escolhas dentro dos limites que nos são impostos
pelo mundo em que vivemos. As responsabilidades possibilitam o
enfrentamento da realidade tal como ela é, respondendo aos seus
determinantes de modo positivo.

Lendo a obra podemos notar que é justamente sobre esses aspectos que a ela
trata muito interessante recomendo a leitura do original, pois esse resumo tem
o objetivo apenas de colocar o leitor em contato com a obra.

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