Você está na página 1de 2

O papel do psicólogo

Harley Pacheco de Sousa

Brasil
O papel do psicólogo está muito além de resolver problemas, mas tem uma
tarefa mais árdua e complexa, pois é o profissional responsável por colocar o
sujeito diante de sentimentos que ele não poderia sozinho.

Mas como colocar o sujeito diante de sentimentos que ele mesmo não
conhece? Talvez seja essa uma entre as maiores dificuldades desta atuação.

Atuação do profissional de psicologia deve ser como uma investigação


cientifica bem aplicada em que a ênfase em questionamentos sistemáticos que
conduzem a reflexão seja preponderante não deixando obviamente de avaliar
as diversas fontes de informações não apenas do tipo verbal, mas investigando
inclusive as encobertas e as privadas.

Nesse tipo de avaliação é de extrema importância que o profissional racionalize


e ensine o sujeito sutilmente a racionalizar independentemente dos problemas
que possa surgir transformando as aversões em auto-exploração racional.

O psicólogo deve absorver as informações passadas pelo sujeito que muitas


vezes estão fragmentadas e por isso é improvável que ele por si próprio possa
analisá-las, deve racionalizar realizando análise funcional da tríplice
contingencia e devolver de modo organizado ao mesmo para que o próprio
sujeito possa avaliá-la significativamente. Isso feito de modo adequado terá
forte impacto sobre a organização dos comportamentos do sujeito.

Durante o atendimento uma das tarefas do profissional de psicologia é colocar


o sujeito em contato com suas experiências e não com seus problemas, deve
estar disponível para acolhê-lo e fazê-lo sentir-se entendido, ou seja, ser
empático e ter disponibilidade para atender e receber uma gama ampla de
demandas impostas pelo próprio sujeito.

O psicólogo deve encarar as experiências do sujeito a partir do referencial do


próprio sujeito se excluindo ao máximo da vista da vista e se incluindo na
cliente.

Deve colocar o sujeito dentro da demanda no momento presente e deve agir


como facilitador no processo de visualização clara de si mesmo por parte do
cliente e de suas perspectivas diante das situações, ou seja, clarear as
demandas e conseqüentemente fazer o sujeito entrar em contato com essas
demandas de modo mais racional e frutífero para sua saúde psicológica e bem
estar em seu estilo de vida cotidiano.
O psicólogo deve proporcionar a possibilidade ao sujeito de modo sutil de lhe
dar com as aversões sociais sem mudar a ordem da sociedade em que vive,
fazendo o sujeito perceber que se mudar a si próprio mudará também a ordem
social de algum modo, pois são as atividades psicológicas que produze uma
determinada complexidade social.

O psicólogo não deve limitar-se ao plano abstrato do individual, mas deve


confrontar também os fatores sociais onde se materializa toda individualidade
humana. A conscientização não muda, mas facilita a mudança.

Você também pode gostar