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Minuta Contestacao Excepcoes
Minuta Contestacao Excepcoes
1ª Secção Comercial
Proc. nº …………….-N
(Acção de Declaração de Nulidade)
LIMITADA, o seguinte:
º
O A. intentou a presente acção contra a 1ª Co Ré,
º
a sociedade …………….. (2ª Co Ré),
º
e o Estado Moçambicano.
º
Estabelece o art. 486º nº 2 CPC “(…) Quando termine em dias diferentes o prazo de
Av. Kim Il Sung, 961 cga@cga. co.mz Av. Kenneth Kaunda, 592
Tel (+258 ) 21 486 438/9/40/2/3/5 www. cga. co.mz Tel (+258) 21 496 900
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º
A ora 1ª Co Ré foi citada em 19.07.12. e cujo prazo terminou em 08.08.12.
º
A 2ª Co Ré foi citada em 01.08.2012 e o prazo para contestar termina em
21.08.12.
º
O Estado Moçambicano à data de 01.08.2012 ainda não tinha sido citado.
º
Desta feita, a Co Ré apresenta a sua contestação até 21.08.12 aproveitando-se da
cominação prescrita na sábia disposição legal citada (art. 486º nº 2 CPC).
º
O A. deduziu a presente acção escudado em matéria de direito substantivo,
mais precisamente, tendo em conta os preceitos constantes do art. 145º e segs.
CCom.
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º
Estabelece o art. 145º nº 1 CCom que, “(…) tanto a acção de declaração de nulidade
como a de anulação devem ser propostas apenas contra a sociedade (…)”.
º
E que tipo de acções de anulação e nulidade poderão ser propostas em face do
que vem consignado na norma citada e enunciada pelo A. na p.i.?
º
Apenas aquelas a que digam respeito a DELIBERAÇÕES SOCIAIS nos termos
do art. 145º nº 3 e 4 CCom, conjugado com os arts. 142º CCom (deliberações
nulas) e 143º CCom (deliberações anuláveis).
º
E o prazo, de natureza substantiva, para a propositura da acção de anulação é
de 30 dias contados nos termos do art. 144º nº 2 CCom,
º
não se interrompendo em dias feriados, férias, sábados e domingos (vide art.
298º nº 2 CC e Ac. da Rel. Porto, de 12-10-1-1966, in jur. Rel. p.705, Alberto dos
Reis in Ver, Leg. Jur., ano 78º, p. 365, S.T.J., de 24 de Janeiro de 1947 in Rev. Leg.
Jur., ano 80º, p. 104).
º
Por esse facto é que o A. alegou, para poder beneficiar-se do prazo a que se
refere o art. 144º nº 2 CCom que “(…) só tomou conhecimento no dia 25 de Maio
2012, através de um email recebido, onde foi informado que a Co Ré …….., Limitada
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na pessoa do senhor Gonçalo …………., havia cedido (…) a sua única quota da
sociedade Riolitos, Lda (…)” – cfr. art. 5º p.i.
º
Tendo, por esse facto interposto, a presente acção em 22 de Junho de 2012,
conforme carimbo de apresentação nº 837.
º
Sucede porém, que a causa de pedir, que terá de ter em conta a concretização da
matéria de facto correspondente à situação concreta dos elementos que
alegadamente pudessem inquinar de nulidade ou anulabilidade a(s)
deliberação(ões) social(ais) da 1ª Co Ré (cfr. arts. 142º e 143º CCom),
º
verifica-se pelo teor do articulado do A., em face do tipo legal de acção proposta
(cfr. art. 145º CCom), que não se requer a nulidade ou anulação de nenhuma
deliberação social,
º
mas antes, a nulidade da escritura pública de cessão de quotas celebrada entre a
ora 1ª Co Ré, a sociedade ……………, LIMITADA e a 2ª Co Ré e constante do
documento 4 junto aos autos com a p.i.,
º
e bem assim, a nulidade, pasme-se da escritura de compra e venda celebrada
entre a 2ª Co Ré e a SOCIEDADE ……….., SA representada Sr. OMAR ………..
e constante do documento 9.
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º
Desta forma, os fundamentos invocados na p.i. são totalmente contraditórios
com o tipo de acção proposta pelo A. ao socorrer-se da norma do art. 145º
CCom para dar corpo à p.i.,
º
faltando por isso a necessária CAUSA DE PEDIR em face da disposição legal
citada no artigo precedente.
º
Estamos, assim, perante um facto subsumível na previsão da al. a) do nº 2 do
art. 193º do CPC, pelo que, nos termos legais,
º
a petição inicial é inepta, devendo decretar-se em consequência, a absolvição da
Ré da instância, excepção dilatória que aqui expressamente se invoca nos
termos do art. 494º nº 1 al. a) CPC.
º
Sem perder de vista e chamando à colação tudo quanto se articulou no capítulo
antecedente que aqui damos por reproduzido, para que não se repita
factualmente em nova prosa aquilo que já foi mencionado,
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º
sempre se dirá, que no PEDIDO, da presente acção, intentada nos termos do art.
145º CCom, não se solicita a declaração de NULIDADE ou a ANULABILIDADE
da deliberação(ões) social (is) da Ré,
º
mas antes, que seja declarado “(…) NULO e de nenhum efeito a escritura
pública de cessão de quotas, entrada de novo sócio e alteração do Pacto social
na sociedade …………, Lda (…)”!?,
º
E bem assim, declarar “(…) NULO e de nenhum efeito a escritura de venda do
imóvel localizado no foral da Matola, Bairro Malhampsene, Estrada Nacional
número ……….. (…) exarada pelo Segundo Cartório Notarial da Cidade de Maputo
(…)”!!??
º
Pelo que, os pedidos em face do tipo de acção escolhida pelo A., acção de
anulação ou nulidade de deliberação social interposta, são inapropriados para o
fim que se pretende atingir ao se lançar mão do regime do art. 145º CCom.
º
Estamos, assim, perante um facto subsumível na previsão da al. a) do nº 2 do
art. 193º do CPC, pelo que, nos termos legais,
º
a petição inicial é inepta, devendo decretar-se em consequência, a absolvição da
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Ré da instância, excepção dilatória que aqui expressamente se invoca nos
termos do art. 494º nº 1 al. a) CPC.
º
Na alínea a) do pedido, e na sequência daquilo que ali é solicitado pelo A. de
requerer a nulidade da escritura pública de cessão de quotas,
º
pede igualmente, sem qualquer fundamento a nulidade de “(…) todas as
escrituras subsequentes, com todas as consequências legais (…)”.
º
Igual pedido é requerido pelo A. na alínea b) do PEDIDO no que diz respeito à
declaração de nulidade da escritura de compra e venda.
º
Ora, não se compreende, nem faz qualquer sentido que o A. solicite a nulidade
de eventuais escrituras e/ou contratos efectuados por terceiros,
º
desconhecidas da Co Ré e do próprio A.,
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e sem chamar os intervenientes desses contratos nesta acção, em violação do
principio do contraditório,
º
o que consubstanciaria a que se o tribunal acedesse a esse facto, numa decisão
surpresa para esses intervenientes,
º
e uma afronta ao postulado constitucional de que ninguém pode ser condenado
sem se defender.
º
Desta feita, estamos perante um facto subsumível na previsão da al. a) do nº 2
do art. 193º do CPC, pelo que, nos termos legais,
º
a petição inicial é inepta, devendo decretar-se em consequência, a absolvição da
Ré da instância quanto aos pedidos deduzidos na parte final das alíneas a) e b)
do PEDIDO,
º
excepção dilatória que aqui expressamente se invoca nos termos do art. 494º nº
1 al. a) CPC.
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º
De acordo com o estipulado no art. 26º CPC, com as alterações introduzidas
pelo Decreto Lei nº 1/2005 de 27 de Dezembro, é parte legitima quem tiver
interesse em demandar do lado activo,
º
aferindo-se pela utilidade que a respectiva acção possa produzir, em função dos
factos carreados para os autos pelas partes, independentemente do
enquadramento jurídico gizado nos respectivos articulados com vista à
procedência do pedido.
º
Assim, a parte é legítima quando, admitindo-se que existe a relação material
controvertida, ela for efectivamente o seu titular.
º
Vejamos se assim acontece?
º
Na presente acção e da matéria factual carreada para os autos pelo A., verifica-
se que este pede a nulidade da escritura pública de cessão de quotas, entrada de
novo sócio e alteração parcial do pacto social na sociedade …………..,
LIMITADA (doc. 4 junto aos autos com a p.i.),
º
e que foi celebrada pela 1ª Co Ré (cedente),
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a sociedade ………….., LIMITADA (prestou o seu consentimento na cessão),
ambas representadas pelo Sr. Gonçalo ……………………..,
º
e a 2ª Co Ré na qualidade de cessionária.
º
O A. é titular de uma quota no valor de 57.120,00MT, correspondente a
sensivelmente 8% do capital social da 1ª Co Ré,
º
não sendo sócio da sociedade ……….., LDA.
º
O que isto significa é que o A. através desta acção e como já demonstrado, não
solicitou a anulação das deliberações da reunião do Conselho de
Administração da 1ª Co Ré, que teve lugar no dia 10 de Maio de 2011 e que
legitimou a cessão de quotas (doc.1),
º
e não o tendo feito em tempo,
º
não o pode nesta fase, e depois de expirado o prazo, fazê-lo.
º
Assim sendo, e não tendo o A. requerido a anulação das deliberações da
mencionada reunião do Conselho de Administração da 1ª Co Ré,
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º
que só o podia fazer mediante recurso para a Assembleia Geral da 1ª Co Ré,
conforme é entendimento pacifico da doutrina e jurisprudência dominantes
(vide L. P. Moitinho de Almeida, in Anulação e Suspensão de Deliberações
Sociais, pág. 13; Prof. José Alberto dos Reis, in Código de Processo Civil
Anotado, 3ª ed., pág. 676; Rodrigues Bastos, in Notas ao Código de Processo
Civil, vol. II, pág. 247; Pinto Furtado, in Código Comercial Anotado, vol. I, pág.
507),
º
não pode vir requerer a nulidade de um acto (cessão de quotas) que essa mesma
deliberação aprovou e não foi objecto de contestação.
º
Na mesma linha de entendimento que em nota solta aqui se deixa, para que o
pensamento não se ofusque, à medida que desembrulhamos o emaranhado
processual desta acção,
º
constata-se, de igual forma, que o A. não pode de forma alguma requerer a
declaração de nulidade da escritura de compra e venda do imóvel localizado no
Foral da Matola, Bairro de Malhampsene,
º
então propriedade da 1ª Co Ré, actualmente do Sr. OMAR ……… (não
demandado nesta acção) que envolvia a transmissão de um imóvel (cfr. art. 85º
al. i) do Decreto nº 4/2006 de 23 de Agosto),
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º
já que a deliberação do conselho de administração da 1ª Co Ré que também
autorizou a venda do imóvel não foi Impugnada pelo A., e portanto não
solicitada a sua anulação (doc.1).
º
Deste modo, o A. é parte ilegítima para demandar nos termos dos arts. 26º nº 1
e 494º nº 1 al. b) CPC.
º
Excepção dilatória que expressamente se invoca, devendo em conformidade a
1ª Co Ré ser absolvida da instância (art. 493º nº 2 CPC).
º
Estabelece o art. 28º nº 1 CPC que “(…) Se, porém, a lei ou o negócio exigirem a
intervenção dos vários interessados na relação controvertida, a falta de qualquer deles é
motivo de ilegitimidade (…)”,
º
O nº 2 do preceito legal citado no artigo anterior menciona “(…) É igualmente
necessária a intervenção de todos os interessados quando, pela própria natureza da
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relação jurídica, ela seja necessária para que a decisão a obter produza o seu efeito útil
normal (…)”.
º
Em face deste postulado processual, fundamental, para a sorte e desígnios desta
acção,
º
verifica-se no leve deslizar da pena que o A. ao requerer A NULIDADE DAS
ESCRITURAS CELEBRADAS e constantes dos pontos a) e b) do PEDIDO,
º
não demandou conforme lhe competia e se encontra legalmente estatuído, todas
as partes intervenientes desses negócios.
º
Assim, no que respeita à ESCRITURA PÚBLICA DE CESSÃO DE QUOTAS,
ENTRADA DE NOVO SÓCIO E ALTERAÇÃO PARCIAL DO PACTO SOCIAL
NA …………………., LIMITADA que constitui o doc.4 junto aos autos com a
p.i. (doc.4 junto aos autos com a p.i.),
º
onde em anexo se encontra a Acta da Assembleia Geral da sociedade …………,
Limitada,
º
que obrigatoriamente teve de consentir na cessão de quotas a favor da 2ª Co Ré,
conforme decorre do artigo décimo dos seus estatutos (doc.2),
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º
constata-se que tinha obrigatoriamente de ter sido demandada na presente
acção a sociedade …………….., LIMITADA, na qualidade de interveniente
activa naquele acto notarial, ao lado do Cedente (ora 1ª Co Ré) - doc.4 junto aos
autos
com a p.i.
º
A mesma situação ocorre na escritura de compra e venda do imóvel localizado
no Foral da Matola, Bairro de Malhampsene,
º
onde o A. não demandou, conforme lhe competia, a compradora sociedade
…………., SA representada na escritura pelo Sr. OMAR ………….. (doc.9 junto
aos autos com a p.i.).
º
Desta feita, e sem mais delongas, o A. omitiu processualmente a demanda de
todos os intervenientes nos negócios celebrados,
º
o que com esta conduta, implicará que o tribunal não possa conhecer dos
respectivos pedidos,
º
sob pena de o fazendo, julgando procedente a acção, o que não se concebe mas
que apenas por mera hipótese académica se equaciona,
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º
emitir uma decisão judicial sobre a qual, as partes não intervenientes na lide,
por culpa do A., e com interesse directo na realização desses negócios sejam
prejudicadas.
º
Esse prejuízo decorre para sociedade …………….., LIMITADA que actualmente
tem um novo e único sócio (2ª Co Ré) desde Julho de 20011 e uma nova
gerência que administra a sociedade interagindo no mercado e desenvolvendo
os negócios para os quais o seu objecto social permite,
º
sendo que o prejuízo para sociedade ………… adviria do facto de ser o
COMPRADORA.
º
Deste modo, a 1ª e 2ª Co RR. são partes ilegítimas por preterição do
litisconsórcio necessário passivo, nos termos dos arts. 26º nº 1 e 494º nº 1 al. b)
CPC.
º
Excepção dilatória que expressamente se invoca, devendo em conformidade a
1ª e 2ª Co RR. serem absolvidas da instância (art. 493º nº 2 CPC).
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VI- DA INCOMPETÊNCIA DO TRIBUNAL EM RAZÃO DO TERRITÓRIO
- arts. 73º, 108º, 109º, 111º nº 3, 493º nº 2 e 494 nº 1 al. f) CPC.
º
Para que se possa decidir sobre o mérito ou fundo da questão em litígio, requer-
se que o Tribunal perante o qual a acção foi proposta seja competente.
º
Ora, in casu, a 1ª Co Ré tem a sua SEDE na Av. ……….., nº ……………., na
Cidade da Matola.
º
O A. deduziu a presente acção apoiado no art. 145º e segs. CCom, respeitante a
deliberações sociais que considerou nulas,
º
da 1ª Co Ré, cujsa sede se situa na Matola.
º
O imóvel cuja escritura se pretende considerar nula está situado na Matola,
º
A 1ª Co Ré era titular de uma quota correspondente a 100% do capital social da
sociedade ………….., LIMITADA, com sede na Cidade da Matola,
º
cuja escritura de cessão de quotas o A. pretende que o tribunal declarar a
nulidade.
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º
Tanto o imóvel objecto de compra e venda como as quotas cedidas são pertença
de sociedades sediadas na MATOLA.
º
O A. interpôs a presente acção em Maputo, Secção Comercial.
º
Estabelece o art. 86º nº 2 CPC que “(…) Se o réu for outra pessoa colectiva ou uma
sociedade, é demandado no tribunal da sede da administração principal (…)”–
sublinhado nosso.
º
O Tribunal competente para julgar a presente causa é o Tribunal Judicial da
Província de Maputo, Matola.
º
Desta forma, o Tribunal é incompetente em razão do território para conhecer do
pedido deduzido na p.i.
º
A incompetência em razão da matéria acarreta a incompetência relativa do
Tribunal Judicial da Cidade de Maputo,
º
e determina a remessa dos autos para o Tribunal Judicial da Província de
Maputo sendo a 1ª e 2ª Co RR. Absolvidas nesta instância, o que se alega para
os devidos efeitos nos termos e para efeitos do art. 111º nº 3 e 494º nº 1 al. f) do
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