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MIALGIA

❖ “... eu senti uma dor, fiquei com isso aqui cansado e dolorido (região da
atm*) e aí, isso faz uns 15 dias, e de lá para cá, toda vez que eu vou comer
granola ou alguma coisa mais dura, isso dói. Eu fico com isso aqui cansado
e eu não consigo terminar de comer a granola”. - Mialgia
Como a gente trata um paciente desse?
Recomendar evitar comer granola, alimentos duros (ideia interessante)
❖ “Eu fui no dentista para fazer um tratamento e saí de lá morrendo de dor
(região de atm). Até quando abro a boca isso dói, tá dolorido. Já é a
segunda vez, mas dessa vez ficou bem mais dolorido”.
Paciente ficou muito tempo com a boca aberta – Mialgia
Que recomendações daríamos ao dentista?
Utilizar abridor de boca, sessões mais curtas, iniciar por procedimentos mais
rápidos – efeito de treinamento (tratamentos mais pequenos**, pois ninguém
vai começar a fazer nesse paciente uma endodontia de um segundo molar
superior, por exemplo).
Obs. Toda vez que a gente coloca um músculo sob esforço, podem acontecer
duas coisas com esse músculo: a primeira é que ele não fique dolorido e no dia
seguinte você pode colocar uma carga maior nesse músculo, a segunda é que
se ele ficar dolorido, no dia seguinte a carga terá que ser menor pois o músculo
irá doer com menos carga que no dia anterior.
❖ “Quando eu me acordo de manhã eu sinto uma dor aqui na frente do
ouvido”. Qual a próxima pergunta que faremos? -> Há quanto tempo está
com este problema? “‘Este problema está presente há um ano, mas nas
últimas duas semanas está pior”. Aí é muito importante perguntar isso:
nesse um ano isto está evoluindo, está diminuindo ou está a mesma coisa?
“Nos últimos 15 dias ficou muito pior e agora está pior mesmo. A dor está
muito forte, eu me acordo de manhã com uma dor muito forte”. Todos os
dias? “Todos os dias”. É constante? “Eu fico com a dor e ela vai diminuindo
durante o dia, a tarde que eu consigo esquecer que estou com ela”. Nos dois
lados mas no lado direito está mais forte.
Hipóteses diagnósticas: inflamação articular ou mialgia em feixe inferior de
pterigoideo lateral
Perguntas da turma: A dor ocorre dos dois lados? “Sim, mas no lado direito é
mais forte”. Sente algum sintoma associado, ou seja, outra coisa além dessa
dor? “As vezes ela sobe para a cabeça”. Como é a dor? Pontada, choque...? “É
uma dor que fica direto, as vezes dá uma pontada”.
Prof: Se fossemos para o exame físico agora, o que faríamos? Palpação da
região para saber se tem capsulite, teste de pressão (supondo que a dor esteja
no lado direito, colocamos a carga no lado oposto e esperamos que aumente a
carga no lado dolorido consequentemente aumentando a dor - inflamação),
protusão contra resistência (para descartar ou incluir dor muscular).
Tratamento: Inflamação articular – placa interoclusal (como o paciente acorda
com essa dor, provavelmente é por algo que está fazendo durante a noite), pois
não vai receitar antinflamatório para o paciente o resto da vida.
Mialgia – placa interoclusal pois não vai receitar relaxante muscular para o
paciente para o resto da vida.
❖ Paciente chegou com a mesma queixa mas diz que nunca teve nenhum
problema e está doendo nos últimos dias – uma semana, quando acorda.
Carol sugere placa interoclusal. - Prof: se o paciente diz que está com isso há
uma semana, a primeira pergunta que tem que ser feita é se já teve isso antes,
se o paciente disser que nunca teve isso antes será que vai realmente colocar
uma placa? Não. O que devemos fazer? Orientação e relaxante muscular.
Ciclobenzaprina (relaxante muscular) – 5 a 10mg, depende de massa corpórea.
1 comprimido antes de dormir. Se o paciente tem história de uma semana de
dor, você utiliza por 1 semana essa medicação.
Prof - Se eu perguntar assim a vocês: Quais são os problemas que podem
surgir com o uso de ciclobenzaprina? Sonolência, boca seca (quando se usa
por muito tempo), paciente pode fazer hipotensão. Contraindicação desse
medicamento: grávidas, alérgicos, glaucoma de ângulo fechado (pode
aumentar a pressão ocular do paciente).
❖ Paciente chegou com a mesma queixa. Eu estou com isso há três meses,
desde que arranjei um emprego novo, estou muito estressado com isso. Meu
chefe me cobra muito resultado. Toda vez que me acordo tenho esse
problema.
Prof: Muda alguma coisa no tratamento? Sim. Está ficando crônico isso aí.
Talvez a droga de primeira escolha não seja mais a ciclo pois terá que usar
durante um período mais prolongado. Mialgia Crônica.
Tratamento – 1ª escolha: Amitriptilina 5 mg(em um mosquito segundo o prof) a
25mg (prof já usou 50mg). Paciente com 60kg por exemplo, 10 mg. Tem que
ver a intensidade. Se tiver intensidade maior, aumenta a dose para 20, 25mg.
Normalmente 1 vez ao dia, antes de dormir, depende do problema do paciente.
60 cápsulas – 2 meses. Há pacientes que vão utilizar isso para o resto da vida.
Pede pro paciente voltar com 15 dias no máximo para avaliar.
Contraindicação é hipotensão, sonolência, aumento de peso, redução da libido
(não é frequente).
Prof: Se esse paciente chegar e disser que é alguém eu terminou a faculdade
agora, 22 anos e pergunta se isso aumenta de peso porque está muito
estressado e comendo muito chocolate e aumentei 4kg nesses 3 meses.
Continua sendo a amitriptilina a droga de primeira escolha? Não. Será a
Nortriptilina (parece ser menos efetiva do que a amitriptilina mas ela tem menos
efeitos adversos)
*Quem toma amitriptilina, na verdade, está tomando nortriptilina mais algumas
substâncias que são degradadas no processo de metabolização da droga, são
essas substâncias que causam mais efeitos adversos
Obs** Quais as recomendações para um paciente que quando mastiga alguma
coisa consistente, fica doendo? – Evitar
DOR MIOFASCIAL
❖ “Eu estou com uma dor nesse dente aqui de cima, já fui em 3 dentistas e
eles disseram que não tinha nada. E agora eu vou ficar aqui e só saio
quando você arrancar o meu dente”.
Examinou-se o dente, fez-se teste de vitalidade e o dente responde
normalmente, fez-se exame de imagem e o dente apresenta-se normal.
Possibilidades de diagnóstico nesse caso: Odontalgia atípica (é um tipo de dor
neuropática), dor neuropática, sinusite, migrânea (dói de PM a C), dor
miofascial, dor psicogênica (modifica o sítio de dor), neuralgia do trigêmeo
(outro tipo de dor neuropática).
Prof: Que perguntas vocês fariam para saber se é uma dor de dente ou não é
dor de dente?
Nós: Essa dor é latejante? Não. Há quanto tempo está com dor? Uma semana.
Dói com água gelada? Não. Dor aumenta quando deita-se? Não. Essa dor
acorda o paciente? Não. Passa quanto tempo com a dor? Está com a dor há
uma semana, ela piora e melhora. Algum remédio alivia a dor? Não tomou
nenhum remédio até agora. Dói a mastigação? Sim. Existe alguma coisa que
faça que inicia a dor? Quando mastiga ela piora bastante.
Ideia interessante: Anestesiar. Dor neuropática: o paciente afirma que a dor
mudou, ficou diferente, mas não passou. Dor de origem dentária: passa a dor.
Dor miofascial (quando uma banda muscular está com uma série de
problemas, tem alteração do metabolismo dela, aí o musculo fica bastante
contraído nessa área e sintomético, tem pontos de gatilho)
Como fecha o diagnóstico de dor miofascial? Quando a gente aperta essa
banda e pergunta ao paciente se é essa dor que ele está sentindo e ele afirma
que sim. O que é importante é que essa dor pode ser nesse local ou pode ser à
distância (exemplo: Masseter refere dor para dentes inferiores, Temporal refere
dor para dentes superiores).
Tratamento: Agulhamento seco (para crônica ou aguda). É importante também
evitar carga no músculo.
❖ Está com um problema que isso aqui meu (face* região pré-auricular) está
inchando.
Possibilidades: trauma, infecção dentária, pericoronarite, alteração na parótida
(parotidite, tumor), espasmo muscular.
Primeira pergunta a se fazer: Há quanto tempo está com esse inchaço? Se
está acontecendo com frequência? Isso começou a aumentar de volume faz 6
meses, progressivamente. Com essa informação temos como possibilidade
forte: tumor.
Obs) Caso que surgiu na aula: Hipertrofia unilateral do masseter: se apertar
aumenta bem mais.
Se o paciente informa que esse episódio começou há 7 dias (inchaço, não
desincha) e sente dor. Possibilidades: infecção dentária.
Aumenta e diminui de volume (primeira possibilidade a se pensar é alteração
em parótida), há 6 dias, durante as refeições aumenta. Possibilidades:
alteração na parótida (relacionado a aumento próximo ou durante refeições) ou
espasmo (provocado por dor, estresse e por muita atividade do músculo).
Se for alteração em parótida fazer ultrassom para verificar a obstrução
(primeira possibilidade) de algum ducto ou infecção.
ESPASMO – tratamento: relaxante muscular
Se o paciente tem vários episódios ao dia, distribuir a dose.
Ciclobenzaprina 15mg/dia (5 mg, 5mg, 5mg), no máximo 2 meses.
(normalmente se usa de 10mg a 20mg/dia, no máximo 30mg/dia)
Se o paciente tem uma história de 3 meses dessa dor, receita-se no mínimo 3
meses. Mas como é um tempo prolongado (não se deve receitar por tempo
prolongado a ciclobenzaprina) opta-se por outra droga, no caso antidepressivo
tricíclico.
DESLOCAMENTO DO DISCO COM REDUÇÃO
❖ Toda vez que eu abro a boca, eu ouço um estalo aqui. Possibilidades:
deslocamento de disco com redução, subluxação, aderência de superfície
(acontece pela manhã), alteração de forma (vai estar o tempo todo, e não
apenas em um turno; o ruído de abertura ocorre na mesma intensidade do
de fechamento).
Se leva a mandíbula em protrusão para capturar o disco, pede ao paciente
para abrir e fechar a boca em protrusão, se o ruído desaparecer o quadro é de
deslocamento de disco com redução.
“Eu não estou sentindo nada agora e isso está presente há 3 meses. Vim
porque a namorada está reclamando porque toda vez que vai beijar tem o
estalo e corta o clima”. – Paciente abre a boca e sente o estalo mas está
assintomático, não faz nada, apenas explica ao paciente do que se trata.
“Quando eu abro a boca eu sinto o estalo, tenho ruído e isso dói bastante”.
Mesmo diagnóstico, mas como apresenta dor, o tratamento será a placa
protrusiva. Paciente usará até desaparecer a inflamação.
DESLOCAMENTO DO DISCO SEM REDUÇÃO
❖ “Eu estava no cinema, comendo pipoca. Mordeu a pipoca que não estava
estourada com toda força de um lado. Depois que eu mordi com toda desse
lado eu ouvi um estalo aqui nesse mesmo lado e eu não estou conseguindo
abrir a boca”. Paciente está com o disco fora de posição.
Tratamento: Ver o lado que está afetado, empurrar a mandíbula para baixo e
para frente. Paciente está com dor: se o paciente estava no cinema, aconteceu
e veio direto para o dentista utiliza-se frio (termoterapia para diminuir edema,
‘evitar que o líquido saia do vaso’), se for depois de 24 horas utiliza-se quente
(‘colocar o líquido de volta para o vaso’). Se o paciente diz que está com uma
dor muito forte por causa desse problema, receita antinflamatório durante 3
dias.
48 anos e história de dor torácica: etoricoxib, celecoxib, meloxicam, diclofenaco
e cetoprofeno, omeprazol.
Problemas cardiovasculares: 1ª escolha – cetoprofeno
LUXAÇÃO
❖ “Ontem eu fui sair com uns amigos e tomei meia garrafa de vodka e
quando eu fui bocejar caiu o meu queixo”. A primeira pergunta que deve ser
feita é o que estava fazendo quando isso aconteceu.
O que fazer? Reduzir.
Isso já aconteceu outras vezes? É a quarta vez que acontece em 30 anos por
exemplo, é só reduzir mesmo. E fazer as recomendações: língua no palato
quando for bocejar, evitar alimentos que tenham que abrir muito a boca.
É a quarta vez em pouco tempo - tratamento: Redução, recomendações,
limitador de abertura bucal (passa um período usando, 4 meses por exemplo, e
não tira de vez, tira aos poucos). Se isso não funcionar, pensar em cirurgia.
Eu estava surfando e aconteceu esse problema. Estava rindo demais e
aconteceu esse problema – tratamento: relaxante muscular pois é provocado
por espasmo muscular.
CAPSULITE/SINOVITE
❖ Eu estava andando, tropecei, cai e bati com o queixo no chão. Agora eu
não consigo abrir direito a boca e estou com a dor desse lado aqui, não
estou conseguindo comer. Possibilidades: fratura (como saber se é fratura?
Abertura, maloclusão). Fez imagem e o paciente não apresenta fratura.
Dentes não estão ocluindo do lado afetado. Tratamento: antinflamatório.
Recomendações para a dieta do paciente: alimentos não consistentes
Paciente da última vez que tomou antinflamatório sentiu dores no estômago -
seletivo com omeprazol. Recomendações para paciente com história de dor
epigástrica? Evitar alimentos apimentados, café, chocolate, frituras, gorduras
(passa mais tempo para fazer digestão), frutas cítricas, bebida alcóolicas,
chicletes, fazer várias refeições ao dia (6 por exemplo).
Características no exame desse paciente: dor à palpação, abertura limitada,
mandíbula deflete para o lado afetado.
NEURALGIA DO TRIGEMEO
Características: choque, ficar com a mão no local *lembrar do paciente que foi*
(diferencia de dor de dente), tempo de duração da dor (vai até 2 minutos mas
normalmente é de segundos), descreve o trajeto do nervo, reflexo de fuga, a
intensidade do estímulo não é proporcional a resposta do paciente, não
desperta o paciente.
Tratamento: Carbamazepina
80 anos e 60kg: Começa com 50mg (1 antes de dormir nos dois primeiros dias
e a partir do terceiro dia tomar 1 pela manhã e outro antes de dormir à noite).
Se um paciente desse chega com dor muito importante que começou há três
dias e não está suportando (“parece que tomou um tiro na cabeça”) você não
começará com 50 e sim com 100mg ou até 200mg.
Recomendações: Não dirigir porque dá sonolência, se o paciente for muito
idoso (pela manhã quando ele for se levantar tem que ficar um pouco sentado
antes para depois levantar com calma – problema no cerebelo que é
responsável pelo equilíbrio), o uso é progressivo.
Contraindicação: paciente idoso que tem próstata bem volumosa e dificuldade
de urinar, se usar essa droga pode gerar retenção urinária, paciente com
alteração em equilíbrio
Obs) Carbamazepina só tem de 200mg e 400mg, o paciente tem que partir.
O paciente (a exemplo do que foi à fop) sente uma dor muito forte ao mastigar.
Como diferenciar de uma dor de dente?
DOR PAROXÍSTICA: dá e passa (exemplo: neuralgia do trigemeo). DOR
CONTÍNUA: não passa.
NEURALGIA PÓS-HERPÉTICA
Dor por herpes zoster: Quando se tem herpes zoster se tem um problema no
nervo. A dor normalmente é contínua, fica muito sensível.
Dor por neuralgia pós-herpética: surge 2, 3 meses depois que o paciente conta
a história de herpes ou até um pouco mais, não tem bolhas, não tem nada,
você só vai fazer esse diagnóstico porque o paciente tem uma história anterior
de herpes zoster, dor que é muito associada a pacientes bem idosos,
associada a episódios de estresse, segue o trajeto de um nervo. Dor contínua.
Tratamento:
Uso tópico: Capsaicina 0,025% com Lidocaína a 5% 50g creme
Aplicar (quantidade do tamanho de um grão de feijão) progressivamente 6
vezes ao dia, duração – depende do paciente. Alguns pacientes vão usar de 6
meses a 1 ano.
Amitriptilina (...)
Se o paciente contar que tem história de herpes e está com dor de dente há 2
meses.
Dor crônica que dura 5 anos: usa por 6 meses, depois que para a dor, por mais
3 meses.
Dor crônica de 1 mês: usa um mês depois que para os sintomas.
DOR DENTOALVEOLAR PERSISTENTE
“Eu estou com uma dor, essa dor é no meu dente, nesse PM, essa dor está
presente há 6 meses e eu já fui a vários dentistas e ninguém resolveu meu
problema. A dor está o tempo todo, ela desaparece (as vezes quando eu
acordo pela manhã, eu passo 20 a 30 minutos sem ter dor e depois reaparece
e fica direto comigo até eu dormir), essa dor não me acorda, sofre oscilação na
intensidade durante o dia. Não tem nada que aumente e nem que diminua a
dor, exceto quando estou mais aperriado”.
A dor não desaparece, mas oscila de intensidade durante o dia e a dor está em
um dente. Isto pode ser dor de dente? Não. Porque está há 6 meses, se eu
tomo quente não muda, se tomo gelado não muda, isto não é dor de cárie.
Como se fecha esse diagnóstico? (para saber se é dor neuropática ou dor de
dente)
Anestesia – quando se tem dor de dente normalmente a gente anestesia e
acaba-se a dor. Quando é neuropática o paciente refere que não aconteceu
nada ou que ficou diferente, mas não passou.
Paciente do caso está com dor neuropática contínua e o tratamento é
antidepressivo tricíclico com capsaicina, mas vocês sempre comecem com um
e se não funcionar comecem com o outro, a não ser que a dor esteja muito
importante. Nesse caso deste paciente começaria com amitriptilina e se não
funcionar inicia o outro (capsaicina).
Dor de membro fantasma o paciente tem uma história de alguma amputação
(seja de polpa ou de dente).
Carbamazepina se usa em dor neuropática paroxística.
DOR POR AMPUTAÇÃO
É a mesma coisa que tudo que eu disse só que o paciente tem uma história de
amputação anterior (de polpa ou de dente).
“Eu tava com uma dor de dente, fui no dentista e ele colocou um curativo e o
dente continuou doendo. Voltei no dentista 1 semana depois e ele disse que
tinha que fazer canal. Na semana seguinte eu fiz o canal. Já estava com essa
dor há um tempo e aí esse canal demorou um pouco para terminar e a dor
continuou. Depois do canal a dor continuou. Aí depois disso, eu não aguentei
essa dor e fui e extrai o dente (isso já estava uns 4, 5 meses). E agora o que
eu estou sentindo é que no local que eu arranquei o dente eu sinto a dor como
se fosse um dente”. – dor crônica (mesmo tratamento para dor neuropática
contínua - Amitriptilina)
Dor fantasma (= dor por amputação) é uma dor que acontece 2, 3 ou até 6
meses depois que você faz a amputação (paciente estava com dor e teve que
tirar a polpa e ficou bom da dor e passou 3 meses sem dor alguma; depois
disso, por algumas alterações que se passam no snc o paciente começa a
desencadear dor). Essa dor desse paciente não é uma dor fantasma, é uma
dor crônica. Não é dor neuropática.
Dor fantasma não necessariamente necessita uma causa para a amputação
(por exemplo em casos de trauma que você perde o membro). Mas pode haver
dor prévia.
ARDÊNCIA BUCAL (SAB)
Paciente descreve ardor, queimor em mucosa bucal. Para ser diagnosticado
tem que estar presente há mais de 3 meses (normalmente)
Diagnóstico diferencial: cândida (tratamento: antifúngico daktarin gel)
Paciente que tem ardor, se você não souber o que é, inicialmente é uma ideia
interessante tratar como se fosse cândida e se não funcionar, você já vai para
ardência bucal.
Ver se tem prótese machucando, usar saliva artificial, tomar bastante água.
Tratamento de 1ª escolha: Clonazepam 0,5 a 6mg (começa com dose pequena
e vai aumentando de acordo com a necessidade do paciente) em um paciente
com massa corpórea boa. Distribui isso 3 vezes ao dia. Alguns pacientes vão
usar o resto da vida, outros por um período curto. Macerar, colocar no lugar e
depois engolir a medicação.
AFTA
“Tenho 14 anos, tenho na minha boca está cheia de aftas, na boca inteira. Isso
para mim é terrível, eu não posso comer, fica me incomodando, muita dor, não
consigo prestar atenção na aula. Tenho isso quase toda semana, pelo menos
15 dias em um mês”. Paciente não tem refluxo. Não usa aparelho. Qualquer
coisinha gera uma afta.
Tratamento paliativo.
BRUXISMO
Cuidado quando o paciente é idoso (descartar expansão central). O bruxismo
mais importante é aquele que o paciente começa a ranger durante o dia e ele
não consegue parar, ou alguma parte do corpo se mover sozinha (movimentos
involuntários).
Tratamento: primeiros 40 dias, placa interoclusal
Principal indicação da placa interoclusal: proteger os dentes
Bruxismo X Refluxo (erosão – restauração saindo de dentro da cavidade, sem
brilho, face lingual dos dentes)
Fatores associados ao bruxismo: estresse, expansão central, inibidores
seletivos de recaptação de serotonina.
Recomendações para pacientes com refluxo: evitar alimentos condimentados,
frituras, evitar comer muito antes de deitar, fazer várias refeições ao dia.
DTM ASSOCIADA À ARTRITE REUMATÓIDE
Crepitação da atm*
*Por que crepita? Porque o osso é todo irregular, cheio de erosão (quando há o
deslizamento entre as superfícies ocorre uma série de ruídos pequenos:
crepitação). Pacientes com artrite reumatoide podem apresentar este sintoma.
Quando um paciente chega e apresenta crepitação na atm, a primeira pergunta
a se fazer é se apresenta problema em alguma outra articulação do corpo.
Achados clínicos de pacientes com artrite reumatoide: começa a partir da 3 ou
4 década de vida, mais predominante em gênero feminino, começa nas
articulações distais e depois migra para as proximais.
Primeira coisa a se perguntar ao paciente é: quando você acorda pela manhã
sente sua mão entrevada e com dificuldade para movimentar a mão? Se sim,
isso pode ser um problema principalmente se for bilateral (pois essa artrite
normalmente acomete as articulações bilateralmente).
Raramente se inicia na atm. Quando é que a artrite reumatoide o sintoma
aparece nessa articulação? Quando o paciente tem um bruxismo severo a
noite! Tratamento nesse caso: reduzir a carga nessa articulação – placa e
alimentação (dieta que não inclua rolete de cana, morder pata de caranguejo,
roer osso de galinha, churrasco requentado; usar na dieta peixe, galinha
cozida, macarrão, esses tipos de coisas cozidas).
DTM ASSOCIADA À FIBROMIALGIA
Achados clínicos: cansaço, muita dor, ansiedade, sintomas em outras partes do
corpo (prof: mas estava mais pronunciada na atm? sim.)
Pacientes que tem fibromialgia talvez tenham um problema no sistema
descedente da nocicepção (que suprime a dor).
Esses problemas estão associados (geralmente é um ‘pacote’ grande de
alterações) a: intestino irritável, cefaleia, ansiedade, fatores genéticos.
Se o paciente não aguenta muitas vezes carregar uma sacola de pão que
sente dor, imagina aguentar uma carga de apertamento a noite por exemplo?
Que a carga é muito maior. Ele terá muita muita dor.
Tratamento: necessita de acompanhamento psicológico para resolver essas
questões todas, antidepressivo tricíclico. Se o paciente tem bruxismo noturno e
a dor principal desse paciente é matinal seria interessante a placa.
Nossa paciente: Nortriptilina 10mg, 1 comprimido antes de dormir, por 60 dias.
CEFALEIA TEMPOROMANDIBULAR
Existem mais ou menos uns 150 tipos diferentes de cefaleias - classificação
internacional das cefaleias.
Bem associada a desordens temporomandibulares, acontece quando o
paciente tem uma relação temporal entre a cefaleia e a dtm (ou seja, quando
tem dtm aparece a cefaleia, parou dtm e para a cefaleia) – diagnóstico. Muitos
dos pacientes que tem dtm apresentam cefaleia também.
Cefaleia tipo tensional: dor em peso, bilateral, descrita pelo paciente como um
aperto, dor cansada, duração e intensidade variável mas pode evoluir para uma
situação crônica diária.
Enxaqueca: dura de 2 a 48 horas, associada a fotofobia, fonofobia, náuseas e
vômitos, maioria unilateral, pulsátil, alguns pacientes têm aura.
Tratamento para dtm responde bem para esses tipos.
ODONTALGIAS NÃO ODONTOGÊNICAS
- Paciente com dor nos molares inferiores e eu fui no dentista e ele disse que
não tinha nada, fui em outro e a mesma coisa. Começou quando? Ontem.
Deitado a dor aumenta? Não altera. NÃO ESTAO NA SEQUENCIA CORRETA
DE ANAMNESE.
Essa dor desse paciente está associada a um evento agudo coronariano (20
por cento dos pacientes que estão fazendo evento agudo coronariano tem dor
em mandíbula, mas não chega pra nós porque tem uma série de outros
sintomas como sudorese e etc) (2 a 6 por cento com sintoma único dor na
mandíbula).
Subiu as escadas e a dor aumentou: ir de imediato ao serviço de emergência
cardiológica.
- Vocês não vão errar dente doendo por neuralgia do trigêmeo não ne?
- Vocês vão errar odontalgia provocada por sinusite?
Normalmente dói um grupo de dentes (geralmente pm superiores), geralmente
tem dor quando pressiona o seio maxilar do paciente, corrimento nasal, dor que
aumenta quando o paciente faz flexão, faz diagnóstico com imagem (assim que
fizer a periapical vai ver a imagem do seio velado – mais radiopaco), alguns
pacientes tem uma dor bem característica como dor na ponta das cúspides dos
dentes. Tratamento: otorrino.

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