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INFLAMAÇÃO E AUTOIMUNES - AULA 02

Dr. Victor Sorrentino

Nossa segunda aula sobre doenças autoimunes e doenças inflamatórias. Bom, agora que
vocês já entendem a base da expressão gênica (como a gente expressa o gene), vocês já sabem
muito sobre genética também, já teve aula sobre isso, mas, especificamente neste módulo, nós
vamos ao que além daquilo conta. Vocês já viram essa imagem antes, mas ela é muito importante,
porque nós estamos falando ali de nutrigenômica. Aquilo que você aprendeu se chama
nutrigenômica e epigenética. Aqui, nós enxergamos nesse prato que os exercícios físicos serão
importantes para o controle de doenças inflamatórias.

Quais exercícios físicos? Moderados ou, às vezes, leves. Volte ao Clube da Boa Forma,
aqueles exercícios são exercícios adequados a todos vocês, aquelas orientações são adequadas a
todos vocês. Para controle de doenças inflamatórias eu preciso estimular o meu músculo. O último
slide que eu mostrei, antes de mostrar as minhas fotos, o antes e o depois no Clube da Boa Forma,
contém a imagem de um músculo melhorando, através do controle inflamatório, todos os órgãos do
corpo. Você precisa de exercícios físicos se quer controlar doenças inflamatórias, meu amigo, minha
amiga, senão não tem jeito, desculpe-lhes informar isso. Isso só depende de vocês, pois no Clube
da Boa Forma tem toda a orientação do mundo para vocês iniciarem esse processo com segurança,
mesmo em casa.

Buenas, então, pensamos no exercício físico, sobre o comportamento alimentar, o qual


depende muito do nosso comportamento. No Guia da Saúde Mental vocês tem tudo de como
conseguir entender e regular a ansiedade, excesso de tristeza, depressão, falta de energia, tem
tudo lá. Hábitos alimentares, dietas propostas no Clube da Boa Forma. Quanto mais eu me dou
conta, cada vez mais eu vejo que não tem preço um curso como estes do Vida & Saúde, não tem.
Se vocês executarem aquilo que estão aprendendo, gente, olha, nossa! Falo para os meus próprios
pacientes que eu teria 50% da procura que tenho hoje e ficaria feliz com isso, porque gente tem de
sobra, muita gente já se resolveria neste curso.

A microbiota intestinal é importante. Vamos ter um módulo só sobre a saúde gastrointestinal,


só que a princípio aquela alimentação saudável será os nossos norteadores por enquanto. Durante
as aulas de autoimune terei de falar de uma estratégia alimentar, uma estratégia, que vai ser
importante para algumas condições específicas. Logo, esse prato, então, é um prato complexo, até

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o horário de comer vai fazer diferença. Sobre o horário é que vamos entender agora. Além de agora
de entender como é que se expressam os genes, têm uma condição que é a primária. Se você quer
entrar no jogo de controle de inflamação precisa de exercício físico, começar a controlar a
alimentação e regular seu ritmo circadiano, porque se não regula o ritmo circadiano você vai inflamar
mais.

Isso foi o Prêmio Nobel de Medicina sobre Clock genes, os genes que regulam o clock, o
circadian, que é o nosso relógio circadiano, isto é, o nosso ritmo circadiano: ter o dia e ter a noite,
dormir de noite, não comer muito tarde, não comer muito cedo, fazer exercício durante o dia, não
tem muito estresse de noite. Esses três pesquisadores - o Jeffrey Hall, Michael Rosbash e Michael
Young - ganharam o prêmio Nobel de Medicina em 2017. O Prêmio Nobel de Medicina em 2016 foi
sobre o jejum, e em 2017 foi sobre isso, só coisas naturais. “Regular o ritmo circadiano”, poxa, eu
falo isso há 13 anos. “Jejum”, eu falo há 13 anos. É natural, é biológico fazer jejum.

Então, depois desse prêmio de 2017, o que nos chamou a atenção é que de fato esse relógio
circadiano precisa ser respeitado, pois nós somos seres de 12 horas, nosso ciclo é de 12 horas. O
trabalho, excesso de comida, estresse, exercícios físicos, deveriam ser realizados, praticados, mais
nesse período de 12 horas do dia, principalmente, das 6 horas da manhã, no despertar, até às 18
horas. E se a gente for pensar na carga alimentar, ela deveria ser concentrada das 10 horas da
manhã às 18 horas, são os melhores momentos, melhores janelas para que o nosso corpo consiga
digerir adequadamente e metabolizar adequadamente. Todas as reações genéticas, aliás, a
expressão gênica vai depender muito disso. Ou seja, independentemente de você ter uma boa
alimentação, estar entregando os nutrientes para que seu corpo controle a expressão gênica,
dificilmente isso será suficiente sem você regular alguma coisa do seu ritmo circadiano.

Esse artigo de 2013, The times they’re a-changing: effects of circadian desynchronization on
physiology and disease, já falava sobre isso: O efeito das dessincronizações. Vocês vão ver na
figurinha posterior que dessincronizar é isso aqui ó: é quando eu dessincronizo, porque eu como
muito tarde, porque me empanturro de comer no lugar errado, tomo café excessivamente de noite
ou final de tarde, quando eu não respeito o que é dia e o que é noite, quando eu fico assistindo série
aterrorizante todas as noites e acelerando o nosso estresse de noite, quando eu como errado,
quando eu consumo gordura demais, quando eu não entrego os nutrientes, a falta de sono
adequado, sono reparador, quando, enfim, todas as desregulações que a gente faz acabam
impactando na sincronização do nosso relógio circadiano, ou seja, dos clock genes, nos genes do
nosso relógio circadiano.

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Então, olha o exemplo dos bonequinhos ali, um bonequinho está healthy, saudável, o seu
ritmo circadiano natural e com alimentação do Timer-restricted feeding, da alimentação, por uma
janela e na outra janela sem comer. Isso tudo ajuda o nosso ritmo circadiano, como vocês viram na
nossa aula de jejum. O outro bonequinho com uma alimentação Unusual Feeding, comida o dia
inteiro porcariada, quantidade de comida inadequada, momentos inadequados, isso já é suficiente,
juntamente, com alguns hábitos inadequados como estresse de noite, má qualidade do sono, bebida
alcoólica de noite, para provocar uma atenuação do ritmo circadiano. Ou seja, ele fica todo
descontrolado, e a gente tem desordens metabólicas.

Quais são essas desordens metabólicas que podem acontecer? Todas, mas a primeira que
geralmente acontece é a inflamação. É quando a pessoa começa a perceber que começa a doer
mais coisas, dor de cabeça, uma endometriose que pode aparecer, ovário policístico que pode
parecer, dores articulares, dores na coluna, uma série de condições inflamatórias que podem
começar a acontecer. Ou, também, pode acontecer da pessoa não sentir nada, de uma inflamação
silenciada, crônica, silenciosa, que eu não percebo e ir danificando tecidos a ponto de chegar ao
momento que estoura. É a história do “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Estourou,
meus amigos? Aí para recuperar é muito mais difícil. Muitos de vocês têm doenças autoimunes,
então, não adianta só falar que é mais difícil e ai jogar a toalha. Vocês precisam entender que ou
fazem a parte de vocês ou talvez chegue um dia que a medicação já não faça mais efeito, isso é
muito comum de acontecer.

Não só isso de não fazer muito efeito, não é só isso. Nós temos um outro problema. Às
vezes, vou criando uma medicação, tomo outra e outra, há um acúmulo de medicação que, às
vezes, vai provocar efeitos colaterais tão graves que você pode até não morrer da autoimune, mas
morre de uma outra coisa que vem em decorrência do excesso de medicação. Se você tem histórico
de doença familiar, se você tem doenças inflamatórias e autoimunes, ou se quer ter uma saúde,
está aqui no Vida & Saúde já, você precisa obedecer isso para controlar a sua expressão
inflamatória, porque, meus amigos, não tem jeito, ao longo da vida se a gente largar, a gente vai
inflamando cada vez mais.

Eu amo essas imagens, porque o nosso ritmo circadiano depende, então, de pico de cortisol
de dia, de tarde um pouco menos, posso ter respostas ao estresse, ou seja, posso ter estresse ao
longo do dia, ter picos de estresse e depois ele volta e de noite eu preciso que esteja baixinho para
poder dormir. O que acontece ali quando cai o ritmo do cortisol? O normal é estar dentro daquelas
duas faixas. O que acontece? Eu tenho um aumento da produção lá pelas 8 horas da noite de
melatonina, que é um dos hormônios mais importantes que regulam o sono. Melatonina tem um

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efeito antioxidante, anti-inflamatório, regulador do sono, um efeito que ajuda na resistência
insulínica, controle de expressão gênica, inclusive para o coronavírus, para quem ficou atento às
notícias aí. Pesquisadores da USP tem um núcleo muito bom de pesquisa de melatonina, já
pesquisaram melatonina para diabetes, para obesidade, para uma série de condições. Agora, eles
pesquisaram e mostraram que a melatonina exerce uma função antiviral dentro dos pulmões. É
importante que vocês entendam que o simples fato de respeitar o ritmo circadiano já deveria ser
suficiente para muitas das pessoas. Vocês tem que entender que no passado não havia chances
de desregular tanto esse ritmo circadiano, porque dia era dia, noite era noite, não tinha tanta escolha
na televisão, não tinha tanta globalização, não tinha tanto estresse, então, era natural da gente
respeitar isso, e hoje em dia as coisas já não estão sendo respeitadas na base.

Deixe-me mostrar para vocês o que acontece, não posso deixar de mostrar para vocês,
porque o câncer é uma doença inflamatória também. Esse estudo foi publicado em 2018, no qual
61 estudos foram revisados envolvendo cerca de 115 mil mulheres com objetivo de avaliar se as
mulheres submetidas ao regime de trabalho de plantão noturno tinham maior incidência de câncer
ou não. Estou mostrando isso aqui porque estou em uma aula de doenças autoimunes. Meu amigo,
minha amiga, se você tem doença autoimune ou não tem, mas digamos que tem e está controlado
com remédio, e se não controlar o ritmo circadiano você tem mais chance de ter câncer. E se vocês
não têm doenças autoimunes, você também tem mais risco de ter câncer pelo simples fato de não
obedecer, porque muita gente olha assim: “À, eu não tenho doença autoimune, esse módulo não
vai ser tão importante”. Como assim? Doença inflamatória e tudo que eu vou ensinar para vocês é
importante para suas vidas. Eu vou focar em um tema, mas ele se amplia para a vida.

Privação de sono nessas mulheres que trabalham de noite, o que vocês acham que
acontece com relação ao câncer? Aumenta pouco, aumenta mais ou menos, aumenta muito?
Porque essas mulheres trabalham de noite, mas elas podem dormir durante o dia. “Não, eu
desconto esse sono, eu durmo de dia e durmo bem”. O que será que acontece? Façam suas
apostas. Resultado: observação de que houve um aumento de 32% do risco de câncer de mama
na população geral que trabalhava de noite (todas as profissões), sendo que as enfermeiras
apresentaram 58% a mais de câncer de mama. E aí, meus amigos? Por que esse estudo foi feito
com mulheres e mostrando que as enfermeiras têm mais chances de desenvolverem câncer?

Aliás, vou aconselhar vocês para que entrem lá no curso do meu amigo e paciente Fernando
Conrado, que se chama “Corações e Almas”, que também tem um produto como o meu assim, de
assinatura mensal. Vai ter um módulo lá que é VSM, que é o curso que ele fez separado do
“Corações e Almas”, mas se vocês tiverem a oportunidade de participarem, porque lá a gente fala

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sobre o biológico do ser homem e do ser mulher. Infelizmente, quando a mulher se submete ao
estresse masculino, e vice-versa, as coisas não dão bem. Genética é genética, mas biologia é
biologia, quem tem xx têm xx, quem tem xy têm xy. Tem mulher e homem no mercado. As escolhas
sexuais são outras histórias, o que você deseja se submeter ao longo da sua vida é de única e
exclusiva escolha sua. No entanto, parece que a biologia é inexorável, parece que quando a gente
coloca uma mulher a ter um estresse que seria mais do macho na natureza, porque o macho é
protetor, é o que vai a caça, as coisas não vão muito bem, queira ou não queira. Mulher que está
me ouvindo e homem que está me ouvindo, independente dos seus ideais, das narrativas que você
sustenta, eu posso até pleitear direitos iguais e tal, mas nunca serão iguais. Eu não posso submeter
a mulher ao estresse do homem físico, não posso colocar a mulher a ser estivadora, carregadora
de muito peso, vai lesionar mais a mulher, pois ela não tem massa magra para isso. E aí vice e
versa, se colocar o homem para o papel feminino não vai executar, não vai desempenhar bem.
Então, tem coisas que infelizmente não mudam, é a natureza, a biologia, a genética.

Portanto, aqui a gente tem o porquê. Porque mulheres realmente sobre esse estresse elas
mudam muito, alteram demais a sua fisiologia hormonal, a sua epigenética. Além disso, as
enfermeiras de noite tomam café, estão submetidas a um estresse maior de noite porque lidam o
tempo todo com a vida e com a morte, estão em um ambiente com aquela luz artificial o tempo todo,
um ambiente que não é propício, a um estresse constante. Pois bem, aqui a prova cabal de que
isso é para todos. Se você que está assistindo aqui e tem alguém que conhece, um familiar que tem
doença autoimune, “Mas não, está tudo bem, está sendo tratada com remédio e não está sentindo
nada”. Se não mudar a base da sua saúde vai desenvolver outras doenças, não tem como segurar
isso. “À, Victor, mas não trabalho em plantão noturno”. Está bom, mas fica acordado até que horas?
Dorme bem? Assiste série toda noite? Fica assistindo televisão até altas horas da noite? É quase
igual. A série eu posso não estar no estresso ou a televisão no estresse, mas eu posso estar sendo
submetido ao estresse.

Temos aqui outro estudo, que é uma metanálise totalizando 29 estudos. Vocês do Vida &
Saúde já sabem, mas vou repetir que metanálises são grandes estudos em que se pega vários
outros estudos e se faz uma revisão deles para que não haja a possibilidade de que o resultado de
um destes seja um resultado parcial e irreal. Eu vejo vários e o que essa maioria nos diz. Enfim, a
conclusão do estudo: que a suplementação com melatonina foi eficaz em reduzir tamanho do tumor,
aliviar efeitos colaterais induzidos por radio e quimioterapia (incluindo plaquetopenia- baixa de
plaqueta-, fadiga e neuropatia - dores neurais), melhorar a taxa de sobrevida de 3 meses a 1 ano
em até 40%.

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Vocês percebem, então, que o sono é muito importante e que na impossibilidade de ter uma
qualidade de sono, a melatonina pode ser um adjuvante? A melatonina no Brasil vocês conseguem
comprar por site ou manipular em farmácia de manipulação. Agora, a gente vai ver aqui, não são
todos que são candidatos ao uso, uma vez que, primeiro, não tem o que substitua o seu hábito. Se
você está fazendo tudo errado, toma uma melatonina antes de dormir e acha que vai resolver a sua
vida, não vai, pode ser que até não melhore o seu sono. O mais importante é o hábito. E aqui o
detalhe que a pessoa que está indo em quimioterapia e radioterapia está lá em um estresse danado,
dificilmente a gente consegue mudar esse estresse a ponto de fazer tanta diferença na vida das
pessoas, ali a melatonina é um pouco mais eficaz em pelo menos em entregar aquilo que o corpo
não está produzindo durante a noite. Se não estou dormindo bem, naturalmente também não estou
produzindo melatonina.

Vamos ao exemplo do que estraga o seu sono e, consequentemente, lhe inflama mais: mais
dor de cabeça, mais dores articulares, mais dores de fibromialgia. Quer um exemplo prático disso?
A taça de vinho antes de dormir. “Doutor, mas eu relaxo com isso”. Olha, tem gente que se sente
maravilhosamente bem e relaxa com maconha, tem gente que se sente despertado, bem e disposto
com cocaína, ué. A percepção não é nada, meus amigos. Tem gente que adora consumir açúcar
porque se sente super bem, eu também adoro açúcar, mas não me faz bem. O álcool antes de
dormir não é positivo, ponto final. Aqui de novo um estudo publicado em 2018: o consumo de álcool
antes de dormir pode prejudicar em até 40% a percepção do sono reparador por acelerar a
passagem das primeiras fases do sono. Ou seja, atrapalha as fases do sono, passa a produzir
menos hormônios do sono, atrapalha o efeito antioxidante, o mecanismo antioxidante no seu corpo.
A ingestão baixa de álcool pode prejudicar até 10%, moderada até 24% e alta prejudica até 40%.

Então, essa sensação que a pessoa tem de relaxamento de noite deveria ser buscada com
chá e não com álcool, com outra estratégia, seja com meditação, oração, músicas calmas, um livro
adequado, e não com álcool. Isso não quer dizer que vocês não possam ingerir eventualmente, mas
se vocês têm doenças inflamatórias e autoimunes façam uma limpa, fiquem pelo menos uns 2
meses sem ingerir para ver o que vai acontecer, depois vocês colocam na exceção, senão não tem
como. O álcool prejudica o controle de expressão gênica, aquele controle que acontece na
metilação, ele atrapalha na metilação. Então, já vai por água abaixo a primeira aula que a gente
teve aqui.

A fora o fato de que muitas das pessoas, muitos de vocês, muitos de nós, temos
características genéticas desfavoráveis na destoxificação do álcool, porque este vai chegar no
fígado e precisa ser desintoxicado, é uma droga para o fígado, nenhum tecido do nosso corpo

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consegue aceitar o álcool, ou seja, ele terá que ser eliminado, e corpo terá que lidar com a oxidação
dele. Bom, o primeiro passo desse metabolismo do álcool é a oxidação do acetaldeído, por uma
enzima chamada álcool desidrogenase. Então, eu preciso pegar aquilo ali e destoxificar, oxidar
primeiramente. Quando oxida aquilo este acetaldeído, que é tóxico mesmo em concentrações, ele
será convertido pelo álcool desidrogenase. Logo, ele converte o acetaldeído em acetato, isso é um
processo crucial, sendo que a partir disso eu vou eliminar.

Qual é o problema? Muitas pessoas tem polimorfismos sem saber, isso que as pessoas que
atendo e que gostam muito de um vinho de noite, eu peço para medir um teste genético para assim
poder mostrar para ela: “Olha, meu amigo, seu caso não tem jeito, ou para ou vai criar um câncer
ou vai criar uma doença autoimune”. Se você já tem doença autoimune pior ainda, porque mesmo
não tendo esse polimorfismo; polimorfismo: característica genética desfavorável. Ou seja, quando
você tem ali um gene que é defeituoso, entre aspas, e não faz aquilo que deveria fazer
adequadamente. Então, quando você tem esse GENE-ALDH2 (rs 671), que tem essas letrinhas do
lado, caracterizadas por AG ou AA, naturalmente vocês vão ter esse mecanismo do álcool
prejudicado e, isso acontecendo vocês não vão conseguir oxidar adequadamente o acetaldeído, ou
seja, vão se intoxicar mais, vão prejudicar ainda mais o processo de metilação, de expressão gênica,
de controle gênico, e vão prejudicar mais a sua inflamação. Vejam os detalhes que vão fazendo
diferença para vocês entenderem a base de vocês que têm doenças inflamatórias.

Tem um outro gene que é o GENE-CETP, o qual também é importante para doenças
cardiovasculares. Esse gene sempre vem acompanhado de alguma letrinha G. Esse processo não
acontece da maneira que deveria acontecer, e consequentemente, vocês irão se intoxicar muito
mais com o consumo de álcool, mesmo que em pequenas quantidades. Lembrem-se que quando
a gente coloca lá que baixa ingestão em cerca de 10% para a maioria das pessoas,
independentemente de ter polimorfismo ou não, se a pessoa tem característica genética
desfavorável é pior ainda aqueles números. “À, Victor, mas tenho doença autoimune e estou
tomando remédio, então, não estou sentindo nada, aí não tem problema nenhum, tomo um
alcoolzinho de noite, um vinho e relaxo”. Quer mais? Quer que eu te convença mais ainda que isso
não é positivo? Independente do seu cardiologista falar para tomar um cálice de vinho toda a noite,
porque ele acha que o seu corpo é um coração, esquece que você tem câncer, que você tem
doenças autoimunes, você tem intestino, vocês tem pâncreas, fígado, mas para ele é só coração?

Estudo com 115 mil indivíduos em 12 países. Conclusão: a ingestão de álcool aumenta a
chance de morte por todas as causas e o risco em desenvolver câncer em 51%. E aí, vale a pena
consumir frequentemente o álcool? Isso não quer dizer que vocês não possam consumir, mas isso

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também não pode ser um hábito frequente, e muito menos ter profissionais de saúde que
conseguem recomendar que as pessoas consumam isso de noite. Então, se vocês têm doenças
inflamatórias, meus amigos, não dá, deixa para a exceção, para o final de semana. Pô, tem gente
que bateu a pandemia começou a beber todos os dias e continuam bebendo todos os dias. Pô! É a
pessoa querer se lascar mesmo. Depois vai culpar o quê? A pandemia? Mas não é culpa da
pandemia, é culpa do seu hábito. Qual a necessidade de beber todas as noites? Mas qual é a
necessidade de uma coisa dessa? A quantidade de gente que expressou doenças autoimunes,
problemas de saúde, agora na pandemia foi incalculável.

Bom, então de noite, e isso é muito importante, não é só a ingestão de álcool ou agitação,
pois como disse para vocês, as telas azuis, as telas do notebook, do tablet, da televisão, elas tem
uma luz que é um componente, um feixe de luz, um comprimento de onda que é a luz azul. Vocês
percebem que é meio azulada aquela tela? Essa luz azul sinaliza ao nosso cérebro que é dia, e,
infelizmente, o cérebro achando que é dia acaba deixando de modular o ritmo circadiano. O que
vou aconselhar para vocês de novo aqui: coloca lá a tela amarelada e no mínimo de intensidade de
luz possível nos seus tablets, telefones, celulares, notebook, programado para que a partir das 20h
fique amarelado, essa é a primeira coisa importante.

Posso dizer para vocês que no Mac, no Iphone, tem uma função chamada night-shift, e a
gente programa, o meu está programado. Na verdade, o meu fica sempre assim, porque volte e
meia estou lendo alguma coisa ou até o meu filho chega do lado e a gente vai brincar de se ver ali,
tem uns programinhas que a gente se vê e fica com uma linguinha de cachorro e tal e eu brinco
com ele, mas é raramente. Mas então, a minha tela já fica amarelada, porque a criança não deveria
nem ser exposta, principalmente, antes dos 2 anos de idade, pois isso prejudica a retina, a hipófise,
enfim. O ideal para vocês todos é que coloquem esse programa em seus eletrônicos. Eu não sei no
Sansung ou em outras marcas o que se faz, mas provavelmente já existem aplicativos ou funções
para fazer isso, tal é a importância da tela ficar mais amarelada.

Existem pessoas que têm polimorfismo, inclusive, e que se prejudicam mais no álcool, ou
tem pessoas que se prejudicam mais com a tela azul. Então, não espere saber se você se prejudica
fica mais ou menos, porque você vai se prejudicar, tem gente que mais, tem gente que menos. O
simples fato de se expor muito a tela azulada de noite já seria suficiente para inflamar mais,
prejudicar o seu sono, a produção da melatonina, ou seja, já teria uma interrupção da produção de
melatonina, independente da sua idade. A melatonina que a gente chama também de “hormônio da
juventude''. Muita gente, com o passar dos anos, vai diminuindo muito a produção de melatonina e,
a gente sabe que estatisticamente a maioria das pessoas acima de 50 anos não produzem,

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independente de dormir bem. A pessoa pode até dormir bem, mas ela não produz melatonina. A
melatonina entra, então, como uma possibilidade terapêutica para ajudar e prevenir doenças
crônicas e o sono ser mais reparador.

Se vocês têm mais de 50 anos eu aconselharia a pensar em ter alguém que prescrevesse
doses baixas de melatonina, mesmo se vocês não têm nenhum problema de insônia ainda, dá para
fazer sublingual, para fazer spray, enfim, para que vocês tenham o hormônio. Aliás, é um pró-
hormônio na verdade que está em toda a natureza, em vegetal e animal, e ele tem um papel
regulador fundamental. Aconselho que vocês pensem bem sobre isso e tomem pelo menos 0,5 mg
sublingual de noite, se vocês não têm problema de sono. Se vocês têm problema de sono pode ser
usada uma dose personalizada. Não é só isso que vai fazer vocês dormirem, isso é uma das
ferramentas que mesmo fazendo ou não vocês terem uma noite de sono reparadora, não pode faltar
no corpo. Vocês entendem que não é uma coisa para dormir só? Que não pode faltar no corpo?
Mas às vezes a falta faz com que a pessoa durma mal, aí sim, se encaixou ali e a pessoa dormir
bem, maravilha. Sempre em mínimas doses, o menor possível.

Na melatonina existem também outros polimorfismos, não é só em relação a luz azul que
prejudica a produção de melatonina. O MTNR1B, que é um gene, e se a pessoa tiver um
polimorfismo ali tem, naturalmente, ao longo da vida uma baixa produção de melatonina, uma
dificuldade para emagrecer, desequilíbrio do balanço energético, resistência à insulina. Ou seja, se
essa pessoa tem esse polimorfismo e não sabe, ela tem facilidade para não ter um sono reparador.
O que se faz? Hábitos de vida inicialmente, hábitos de vida. Porque isso vai se expressar bem se
você der chance para se expressar: se você não respeita dia e noite, não praticar exercícios físicos
durante o dia, não respeita à noite, comer muito tarde e alimentos super calóricos antes de dormir,
café até muito tarde, as telas azuis, estresse de noite, excesso de luz e sons de noite.

“Pô Victor não consigo testar os genes!” Não tem problema, vocês têm que fazer o seu papel.
Agora, sim, existem pessoas que têm mais dificuldades ainda, e como você não sabe se é o seu
caso tem que seguir tudo. Se você tem uma doença inflamatória ou autoimune (é mais fácil pensar
assim), parte do pressuposto de que pode ser de grande chance que você tenha um polimorfismo
no metabolismo do álcool e na melatonina. Então, o que você faz? Já sai na frente. Parte disso para
respeitar o ritmo circadiano e evitar o consumo de álcool, principalmente, à noite. E a melatonina,
que tem um outro nome técnico que é N-acetil-5-metoxitriptamina, ela é uma indolamina ubíqua, ou
seja, está em todos os tecidos do corpo, quase todos os tecidos têm receptores para a melatonina.
Ela é sintetizada naquela linha, volta lá no Guia da Saúde Mental, lá eu mostro direitinho o
mecanismo. Então, você vai consumir uma proteína e vai digeri-la, vai virar aminoácidos, você vai

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pegar o triptofano dessa proteína, que é um aminoácido, e vai incorporar nos músculos, nos ossos,
virar hormônio, e vai virar neurotransmissores também. Se tiver de sobra para isso acontecer, você
vai pegar esse triptofano e vai convertê-lo em serotonina através de um processo que se utiliza de
tetrahidrobiopterina, ácido fólico (lembra que eu falei aqui na primeira aula); vai pegar o folato,
metabolizar ele e vai utilizar também para virar a serotonina e a melatonina piridoxal-5-fosfato, a
Vitamina B6 metilada, metabolizada, quando isso acontece eu formo a melatonina, se eu estiver
sem luz. Então, tudo isso pode estar pronto para acontecer e com a luz não acontecer. Se você
perder muito esse time das 20 horas, quanto mais tarde você der chance para produzir melatonina,
menor vai ser a curva, pois se eu começar a produzir as 20 horas, ela faz uma curva enorme entre
a noite e de manhã, mas, se eu começar a meia-noite não dá tempo para criar uma curva e já cai,
porque de manhã vai cair.

A Pineal, essa estrutura glandular do nosso cérebro, vai fazer a produção, principalmente
da noite, durante o dia vocês terão uma produção pelo trato digestivo, 400 vezes, é muito
abundante, a pele produz. Ou seja, nós somos fotossensíveis, se tiver muita luz, se estiver dormindo
com a televisão ligada já prejudica a produção de melatonina. O seu filho também, criança é pior
ainda, tem mais risco de diabetes, câncer, depressão, problemas imunológicos, então, se deixar
uma luzinha ligada no quarto do seu filho é pior ainda. Bile, testículo, ovários. A produção é inibida
pela luz, como disse para vocês, essa produção de melatonina que estamos falando que é da noite.

Quais são as opções importantes para finalizarmos essa segunda parte das doenças
autoimunes? Primeiro, busquem a higiene do sono. Tem diversos materiais na internet sobre
higiene do sono, tem 500 coisas para pensar. Vou entregar para vocês aqui sobre higiene do sono
o que entrego para os meus pacientes, do que eles devem respeitar. Mas, além disso, nesse caso
aqui, “Poxa, estou produzindo pouco ou não tem jeito, eu chego um pouco mais tarde em casa,
preciso usar a melatonina?” Inicialmente, se você tem menos de 50 anos, não. O que se pode usar?
5-hidroxitriptofano, que é o 5-HTP, de 25 a 50 mg sublingual. Então, você coloca embaixo da língua
o 5-HTP. Você tem que manipular ou comprar pelo site no iHerb, na Amazon, Vitacost, enfim, você
consegue comprar. Compra o sublingual e deixa embaixo da língua de noite. O 5-hidroxitriptofano
é precursor de serotonina e precursor da melatonina, então, ele está prontinho ali. Só que se você
não tiver boa ingestão ou metabolização de ácido fólico/folato e Vitamina B6, você não conseguirá
transformar. Aí depende, quer garantir que isso vai acontecer? Aí tem que comprar ou por site
também ou manipular.

Nesse sublingual daria para entrar aqui: metilfolato 400 microgramas e P5P, piridoxal-5-
fosfato 20 miligramas, tudo sublingual. Então: 5-HTP 25 mg + metilfolato 400 microgramas +

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piridoxal-5- fosfato 20 mg, sublingual, próximo a hora de dormir. Assim, pelo menos está garantido
que tudo esteja disponível para que o seu corpo produza a melatonina de noite antes de dormir,
uma forma mais natural do que entregar diretamente a melatonina, pois você está entregando para
o corpo aquilo que ele sabe fazer, deveria saber fazer, se você tem menos de 50 anos. Outra coisa
que você pode fazer. Lembram que lá na aula do Clube da Boa Forma falamos sobre modulador
quântico para a fome chamado Vicium BloQ®? Essa mesma empresa Quantic Life tem uma
frequência da melatonina, é a água destilada, mas é a frequência da melatonina física. Então, vocês
podem também utilizar esse frequencial que não atrapalha a produção de nada e a frequência física,
que não é quimicamente, eu somaria isso antes de pensar na melatonina. Ou seja, aquele
sublingual, mas a frequência ou nos casos acima de 50 anos e tal vocês poderiam utilizar a
melatonina.

Como é que a gente usa? Geralmente começa com 0.5 mg e vai aumentando para 1mg se
for necessário, para 2 mg se for necessário, 2.5 mg, 3 mg. Eu nunca passaria de 5mg, mas existem
casos e casos, então, isso a gente poderia individualizar. Mas, como existem marcas boas e ruins,
o mais fácil é manipular no Brasil ou escolher marcas como Now, que já citei para vocês aqui, ou
a Life Station, ou a Source Naturals, que são marcas americanas confiáveis e, que a gente tem mais
segurança se você for comprar pelo site. Comece com sublingual, doses baixas.

Agora, se o seu caso o problema é no meio da noite, “Eu acordo no meio da noite, toda noite
perco o sono”. Aí, talvez esse sublingual não deva ser utilizado antes de dormir, mas neste momento
quando você acordar, ou você não precisa de sublingual, ou você precisa de uma cápsula de
liberação lenta, e aí como libera lentamente, naquele momento que você despertar no meio da noite
vai estar contemplado lá a melatonina ainda sendo liberada, e, talvez, isso module o seu sono. Mas,
o primeiro de tudo, higiene do sono. Apesar da melatonina ser um dos hormônios importantes tem
uma série de coisas que acontecem no meio do seu sono e que a melatonina entrando, mesmo que
regule o seu sono, se não regular o resto, que não vai regular se você tiver excesso de luz, estresse
de noite e tal, vai ficar faltando igual.

Por último, além da melatonina e dessas estratégias todas, eu quero falar para vocês que
existe uma estratégia que é muito importante também. Além de tudo o que a gente falou, podemos
colocar um óleo de lavanda no travesseiro ou gotinhas de óleos de lavanda no nosso lençol, ou
então, colocar três ou quatro gotinhas na mão e inalar profundamente de noite, ou colocar num
difusor e isso faz uma grande diferença no ambiente do sono, por incrível que pareça. Aqui está um
estudo mostrando que o efeito do óleo essencial de lavanda, de sentir e inalar, melhora o cortisol e
a serotonina, diminuindo a ansiedade. Se você chega muito acelerado em casa e tal, e isso nós

Giovana Antinarelli - giantinarelli@hotmail.com - CPF: 856.514.511-53


temos o hábito lá em casa, tenho difusor em todos os lugares, aliás, tenho aqui na clínica também,
nas minhas clínicas, no meu spa em todos os quartos tem difusores. Então, nos difusores vocês
podem colocar gotinhas de óleo de lavanda ou inalar, do jeito que vocês quiserem, e isso pode
ajudar bastante a diminuir a ansiedade, cortisol de noite e, inclusive, modular níveis de gaba.

“Quem é o gaba, Victor?” Voltem lá no Guia da Saúde Mental. Aquele neurotransmissor que
tem o efeito inibitório, ele inibe a excitabilidade do sistema nervoso central. Então, ele modula, nos
deixando um pouco mais tranquilos e calmos. Eu não preciso falar que o exercício físico também é
fundamental para isso, ou seja, muitas pessoas precisam para a inflamação do exercício físico, para
dormir bem, para o efeito antioxidante e anti-inflamatório precisam de exercícios físicos também,
tem pessoas que o exercício físico por si só já faz um efeito todo de chegar de noite um pouco mais
cansado. Então, eu volto aqui a falar que o exercício físico além de fazer a gente produzir
substâncias anti-inflamatórias, ainda melhora a qualidade do sono, ele tem um efeito muito
potencializado, mas muito, infinitamente potencializado. Aproveitem de tudo que a gente falou aqui
sobre o ritmo circadiano, porque isso é muito especial e muito importante para vocês que têm
doenças inflamatórias. Muitas pessoas só fazendo isso, regulando o ritmo circadiano, já conseguem
modular a expressão da inflação e melhorar a inflamação e, assim, impedir que o corpo expresse
essas doenças inflamatórias.

Todos os direitos são reservados para: ALEXANDRE SCHNEIDER MACEDO EIRELE, PS MUST
SOLUÇÕES DE MARKETING ME, KAMILA LIMA MONTEIRO ME.

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