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A presente publ1cac.10 foi desenvo lvida no amb1to do
projeto de l11ternaclonalizacão da Industria Audiovisual
!
-
PRESIDE r,re f1.:,,1, •.
Fluminense (Proje to 37) do PROGRAMA DE APOIO A
EduJrdo Eul',C'llir, r, •.
COMPETITIVIDADE DAS MICRO E PEQUENAS INDUS-
; •' 1 /'
TRIAS - PROCOMPI 2016- 2020 - Convenio de Coo-
peracao Tecnica e Financeira 15/2016 celebrado entre
a Confederaçao Nacional da Industria - CNI e o Servi-
ço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas
- SEBRAE em 23 de Junho de 2016. GERENCI A DE TF U ,'nr,r, ,\ t
Muur1c100:•.1 :. '

EQUIPE TE U.iu,
Ana Carl...i Cc1u l ., d''; T1J1 r1
Andre Sc1 ,c 11 cJ
SUMÁRIO
Angelo CI q t,, I
Bernardo CI(• 1-, _. ,, . , •:, ,.
Debora E,1,,c1.,J PREFÁCIO• 4
Elian.:i Ro·:., 8 _,, .• ,,.,, :. André Scucato, Angelo Chafin
Fer n,111cJ.-, cJ,. :,, , .
Juho Cc-sc1r G. 1 1r: 1, o NOVO CONSUMIDOR E PRODUTOR: TEXTOS SOBRE
MJrc,a F,,_.,I j 'r:r. (j, ,
Sama11t11-, u, íJ . ,

CONCE PCN, Gi•J:.


...
O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR • 14
,
1 Jí r [ TORIAL DO AUDIOV1SUAL:10 ANOS DE ESrfMULO AO DESENVOLVIMENTO • 26
A11,1 C.1r1. 1 Coeri

- - - - - - - - : - -----.___\ Ancl1 e: Sr. u,,l!, 1


A 1l.\~í_'lí) ( 1
i 1111 !
Rodrigo Albuquerque Camargo

FICHA CATALOGRAFICA ! NARRATIVAS TRANSMIDIA' EXPERIÊNCIAS LÚDICAS


EL ABORACAO.. BERNARDO PALMA - CRB - 767 g
4 P R ü JE!íJ(;IJ/, f.r,. r DL ENTRETENIMENTO AUDIOVISUAL • 42
E·,t l J(j (.) _i' )

0442 Simone do Vale

INOVAÇÃO NO AUDIOVISUAL: CASES DE SUCESSO


fi
do 1ud1ov1su,11 1Coordc11.1c.:io
E NOVAS DIRETRIZES PARA A INDÚSTRIA • 56
Os dcs.:i os ' An dre Scuc,110 e- A111..;clo
1

Ana C1rla Cout ,11110 Tones EstucJio Fernanda Menegotto


Chafln 1 - Rio de J,111(•11 o 513 2019
hlE v:',,/, 1
160 p il colo, A·11,1 , 1 e, FASHION FILMES: ORIGEM E DESENVOLVIMENTO • 64
Od>;1 1 F ,, Ana Carla Coutinho Torres, André Scucato, Nathalia Coelho de Oliveira
PulJltCclC,10 clal) Ol ,1(1,l 110 ,11111J, to cio PROCOM PI E·.I ,C 'J , '

- CNI c SEBRAE OS DESAFIOS DA MÚSICA DE CONCERTO (A CHAMADA "MÚSICA CLÂSSICA")


E O QUE A MÚSICA BRASILEIRA DE CONCERTO PODE FAZER PELO BRASIL • 78
1 cl1ov1su ,11s 2 l11clu½ t r1.1 1
Rr•Ctil ·,rJS ,l ll to Arirlre Ili Ricarda Rocha
A11,1 e. .11-11
, Cout111t10 li Scuc1
An:clo ISTO NAO E UMA COPIA /\PROPRIACÕES DO GLOBAL PARA
coo '()() U •1' )I'
U• )1' t
~-,1. i' j h, O l OCAL NA AURORA DOS VIDEOGAMES NO BRASIL • 98
Emmanoel Ferreira

--
JOGOS DE TABULEIRO MODERNOS, HISTÓRIA, DESENVOLVIMENTO E MERCADO • 122

Firjan s,... , Leandro Nunes. Rodrigo Rego


_,,,_. ,,,
• .,,,,,,,,,,,. SES!
PACTO DE RESPONSABll.IDADE ANTIASSÉDIO SEXUAL NO SETOR DO AUDIOVISUAL e 136
SEBRAE ::::;;,-- Cl~J

PROCOMPI Leonardo Edde, Magda Hruza Alquéres


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tJA!<fJ/, ✓t.J 1111, ,',Ml!ll/ • .:

tecnologias de produção, translllissã


avanço das oe~ yações que viabilizaram as plataformas e redes sociais online, o público se tornou
'tal deflagrou profundas transtormaç""--

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1eudo digl
oca5enaes
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2017 o ,ou
dOS u,dJVlduOS
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fera cotidiana das práticas dos seus
muitos outros paises, essas mudanças
~ llas ~
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Cont1ri,,_ ·
,, rube reg15trou 98 milhões USUários br:...., . -""llbi
·=uetrn.. Ili,,.
com acesso à Internet no pais1. Por SUa v- ...., o ~
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sinantes no Brasil em 2018, superando >.i.... · ''"lbc
• capaz
.
nese
de deodir o quê, quando e onde consumir filmes, programas televisivos, sé-
games Somado a isso, a integraçao entre audiência e Indústria atingiu novos
patamares. É o caso. entre muitos outros, da trilogia 50 tons de cinza de E.L James,
que foi publicada no website Fanfictlon.net originalmente como uma adaptação da
saga crepuscuJol e dos longa- metragens Star Wars Uncur e 7he Empire Strikes
10 rruJhõeS de as ·~ e~- Back uncut5', refilmagens realizadas cena a cena por diferentes fãs da franquia
se d TV paga alem de obter um fat uramento maio ...-.y, ~ criada por George Lucas.
dO segmento e 2 r do 111 ,._
eievisão (SBT) no mesmo ano . ,-.: 0 Além dos aspectos tecnológicos. econômicos e estéticos, portanto, é preciso
arasfielíº de 1i ,
,., ,.,nto das redes de trar1Sm1Ssão por fibra óptica e r:.~•- considerar que, em meio à profusão de serviços e formatos oferecidos pelas pla-
eom oau•c ' ·-..oft
taceS dinâJTlicas e dispositivos móveis, a Internet se tomou Centrai~ taformas de strearníng como Netflix, vídeo sob demanda (V.O.D.) como !Tunes
ou mtd1as sociais como YouTube, a audiência conectada passou a exercer mais
ocas de =
,.,rtnbuição e consumo de produtos audiovisuais
.. , , ·=11CU!adoPara
11 ...,
influenc1a em negoaações com a industria midiática, participando mais ativa-
teaucas mais arrojadas das r~d~s dig1ta1S, esse conJunto de Práticas e a.
mente da co-criacão de produtos (Mart1no. 2014; Spurgeon: 2008). Enquanto, por
consolldação de wn arranjo rrudiat1co complexo. As redes de banda larga
um lado, os avanços tecnologicos possibilitaram a superação do modelo vertica-
0
trafego de conteudo em alta definição e, ao mesmo tempo, um en ,
lizado de produção e distribuição audiovisual, por outro lado, a convergência das
mtenso do publico com produtos audiovisuais de todos os tipos, do~
mdustnas rrud.Jàucas, consequentemente, é um processo Indissociável dos usos
de televlSão aberta às webseries e videos filmados por pessoas colllUns.
e práticas culturais desenvolvidos pelo proprio publico.
Conectado à rede mundial de computadores, por sua vez, 0 telet Assun sob a egide da chamada "cultura da convergência" (Jenkins, 2008), o
nhou acapacidade de reproduzir diferentes tipos de mídias, comor:lllii conceito de narrativa transnúdia assumiu uma importância fundamental para os
tografica fi!madora, televisão, controle remoto e console de gélmes, ' segmentos inovadores da industria do audiovisual Porém, ao contrário dos forma-
tida. as midias que antes eram distribuJdas e consUmídas sep~- tos narrativos convencionais, a narrativa transmidia demanda especial atenção às
televisao, radio, games e Internet - agora confluem para as mesmas práticas culturais que caracterizam o consumo contemporâneo de audiovisual. A
d!gítéllS online. Para atrair a audiência agora fragmentada e dls proposta deste capitulo. portanto, é analisar o conceito à luz das práticas de consu-
persa111
quantidade de janelas disponíveis no ambiente muJtiplataforrna a - mo de produtos audiovisuais em multlplas plataformas, um contexto caracterizado
1
tal chsporubilizou um numero maior de canais e formatos maJs lnt~ pela lógica "ep1dêrruca" dos virais, a preferência por linguagens lúdicas e ntveis mais
2011; Jenlons, 2008). acentuados de interaçao (Shifman. 2013:Jenklns, 2008; Burgess & Green. 2008).
Do ponto de vista da audiência, o modelo convencional de dlstribur;i,
udo audiovisual, por meio de TV aberta, canais por assinatura e midlasfisn
DVDs etc). oferecia uma experiência muito pouco flexível. Em decorreooa

'CUCCINa.LO, H C FUty Shades Of Green How Fantiction Went From Dirty Little Secret To M oney Machl
": Forbes Disponlvel em <hltps;//www.forbes.com / sltes/hayieycucdnello/ 2017 / 02/lO/ lilty- shades :
_~ e m . •htlps I t www statista.com /statistics/ 280685/ number- of- monthJy· 1
users1> Acesso em nov 2018 •m d~ee~l~ow• fanfictton - went - from - dirt y -litlle-secret - to- money- machlne I • 7f03albe264c>. Acesso
l CAS!RO OarueL
"'~--• Netfllx ultrapassa gigantes Net e Sky e já é a m aJor TV por assin.tin • • : Dlsporuvcl em. <http / t www.starwarsuncut.com1>. Acesso em dez. 2018
~.....,...,., em. <htlps //not'"'--"- O filme pode ser assistido na integra n canal fidal d ·
·sky ja , maio · "-'4.>UdlV uol com.br / nolldat mercado/ netfllx- ultrapassa
• - • r-tv- por-assínarura- no- brasil- 2!6597cpld• txt >. A cesso em dez. 201& com / warch' v•GjsF''' ZWnAOO A o o e Star War s no YouTube· <https:/ / www.youtube
,,, , . cesso em dez. 2018
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NARPMIVAS JfJM,';\.1101A e 11
convergenc1a a audiência
cu1nua da expenenoa de entreterumento
como toco da
nt Evil a partir de novas pistas e revelações, mas a própria Intensidade com
ReSJde
gênoa" tem sido empregado por diversos autores t1:,_ que 0 5 fãs passaram a Interagir com a narrativa do jogo eletrõnlco.
O1ermo"conver
d vez mais mtrtncada entre tecnologias lnd ...... a Em relação ao terceiro caso, o empacotamento de temporadas completas de
rornJ>Ul3ÇâO ca a · USttias
anto essas explicações enfatizam exdusivam e senados que podem ser ass istidas na Netfllx Ininterruptamente (prática apelidada
dlallCOS. Entret . ente a
vies que costuma ser ora ternológico, econ0rni- de "maratona de sérles" ou "binge watching"), diferente do tradicional modelo de
de um uruco ' ''""º oU consumo semanal de episódios, é um bom exemplo dos formatos rrúdiátlcos Inova-
buSC8-se exp llcar a convergênaa TTl!diátlca como um fenom
uruJater.us e1501ados. a saber,!}o surgimento de novos
ena
'
S dores, caractensticos da convergênda
tarores llleios~ Enfim. cada um dos três casos reafirma a relevância dos aspectos tecnológicos,
dJStnlJu,Jção. 2) a cooperação e as fusões de empresas, como no <:aso
mercadológicos e estéticos da convergência. Contudo, ao mesmo tempo. eles de-
AOL ou. J) a emergênoa de novas formas de conteúdo rnidiátlco ( ~ ,
~
monstram que nenhum desses aspectos está dissociado de um movimento cor -
Em pnmeiro lugar. de acordo com as explicações ele viés t ~
respondente na esfera cultural das práticas da audiência
gias expanruram O negóoO do audiovisual tornando, ao mesmo tetnpo, -~
aas de enrreterumento rna1S envolventes. Embora as tecnologias tenham
todas essas mudanças. as defiruções de convergência, como um
as, A convergência é um fenômeno provocado pelas transformações na base tec-
nológica. nos modelos de negód o e nas concepções estéticas dos formatos produ-
zidos pelas mdustnas rrúdiátlcas, mas o seu impacto também é, simultaneamente,
PrOCesso
mente cecnologico, Ignoram a dimensão sociocultural do ~ lst um fenômeno de caráter cultural sob o ângulo dos padrões "rrúgratórlos" de con-
, Oé,t...._
copo dos usos e praticas que permeiam as apropriações de produtos (~,...~ sumo de conteudo (Jenkins, 2008). Assim. longe de constituir um processo restrito
lhn bom exemplo foi a febre de Vldeos domésticos ~ ~ ao avanço das tecnologias, a convergênaa pode ser compreendida como um pro-
em2006comos famosos "foguetes·· de Coca-Cola e l)aStilhas Mentes. ~~ cesso multidlmenslonal que envolve múltiplos aspectos de natureza tecnológica,
empresas foi capaz de controlar a replicação epíd ~ do videomeme A • econômica, estética social e cultural
c.oca-Cola/Mentos (TheQ)ke/MentosExpertment).Na época, susanMrn-... O fenômeno da convergência é caracterizado pelo fluxo de conteúdo em plata-
tllo porta-voz da ux:a-Cola chegou a desabafar a sua fn ,.,..,_,_. _Toe
-.......UQl4 formas diferentes e pela cooperação enrre diferentes indústrias rrúdiáticas. Porém.
•• ...... cu,<IU no \'tl!K5-
bJm11. Prefer!rms que as pessoas bebam Coca-Cola em vez de realizar o motor que impulsiona essa loglca e o comportamento "migratório" dos próprios
tos com ela" Mas. em outubro de 2006, a gigante dos refrigerantes ecl ~ consumidores, que exploram o ambiente online à procura de experiências de en-
c eu e5'11Ít tretenimento cada vez ma.is interatlvas e dispersas em plataformas ou núdlas di-
publiro,criando oconcurso de Vldeos Poetry Jn Motion (Poesia em MOV!mentoi/·
gem 2008: iapsrott & Wllllams. 2008). ~ ferentes (Jenkins, 2008, p 27). Assim. além de tecnologias. estratégias corporativas
e formatos movaclores, portanto, a convergência também corresponde a um rico
Em segundo lugar, no caso da expllcaçll.o da convergência pela via da ~
arcabouço de práticas socioculturais
c;ao entre lndustr1as mldláticas, o exemplo da franquia Restdent Evl/ é elllble:'J:
A televisao, por exemplo. Já não corresponde ao modelo de uma única tela,
Desenvolvido pela japonesa Capcom o game foi lançado em 1996 para a~ mas á combinação de várias telas, com espectadores e conteúdo que migram de
ma PlayStatJon da Sony, com versões para consoles Nlntendo e Dreamcu a, uma plataforma para a outra (Dawson. 2007). Desse modo, ao contrário do mode-
outros. A grande popularidade do game acabou Incentivando a parceria er:- lo convencional de d.lstrlbuição de conteudo audiovisual, no contexto da cultura
Capcom e a Sony Plctur b
es, raço dnematografico da multlnadonal. em um ;r. da convergênda onde os espectadores também produzem conteúdo audiovisual.
to UlUSúado· o desenvo1 ·
vtmento da adaptação de um game para o dnenlil -1â sobretudo, é necessário levar em consideração que as práticas partidpatlvas dos
o contrano Entre 2002 e 2016 s consumidores assumiram o papel principal.
, a ony lançou seis longa- metragens homMI"'
que nao Só ampUou a pers~-•
.-~~uva dos jogadores em relação ao universofiainll

1
• ,.,dos aos smaz tphones
de b1mqt"
'
01 .nt1ustt 13 JS nJrrativas transm1d1<l
.. 11J!Cí h.1d!CO d
terauva Em pnmeuu lugar, Zucarln desmembrou a hístorta em midlas dlfe-
dJCJ e IJ'l
n.lft1lUV3S ~o sequénaas de eventos enc ,.,,, n.~rte da narrauva era contada por me10 de Vldeos e fotos dlgltals. enquanto a
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1 r- ·
1C'II""
D t ~ r~ pl 4) Na concepçilo tradldona1c1a tnmt>em devenn acompanhar os fragmentos textuais dos díártos online
(W·aJre. 2006·
J~JdléflCIª
~ CUltllq'
dr a ercotrem um 1raieto lmeai rumo a um dest JtrlbuJdOS as personagens Em segundo lugar, o produtor possibilitou a interferência
ou tustorlJS P ectio
ratr,135 S('!-"Ull permeadas por lacunas que deman,k do punhco no deSdobramento da st'.irle por meio de fórum de comentânos e e- matl.
mtiora as tustonas -""'Q[fl ,..._
E. r ouvmte /leitor I espectador para a sua Inter "'li , iwrJJ)do O desfecho dos ep1sodlos de acordo com as sugestões recebidas dos las
1
ór p.11'~ do ,1,,, Itais como os memes sao mais tacume,tetar.ao .._ Aranha 2014 p 129 Swarne 2008. p 7)
~nrros nJJrJtlVOS ._ e~~ Apes.:u da populandade e da receita gerada com anunaantes. a serie ntlo setor-
g ~ Mrtio paçao eco mação (ShUman. 2013 --
ambgUOS e al)eitOS ..,... • · pP l07
:)(ltJ ,;ustmtavel financeiramente e !01 cancelada em 1997 No entanto, pode-se afu -
ContudO o conceito ele , narratMl transrrudia , nao dertva do e ~'U(J
mar qo1e ouantunl.mk Senal e The Spot stlo exemplos pIone1ros de experiênaas
--~i~,e conceito foi desenvolvtdo por executivos
àlg)l:U.Or1&111.... ,.... - ' O de~' ruX'' do to1mato que apenas por volta de 2004 e Já desvmculado do seu sentido
inâ,lStn3 de brtnQuedoS para descrever a experiência luclica de enc ~- -~
, , ., na a ser rernnheado pela industria do audiovisual e pelo publJco como
cnac:.> de tustóTLaS por meio de produtos l.tccnaados pelos grandes~, '"""'
' narnrt.lva tranSmldla"
pubüeo uuanul. como bonecos e jogos por exemplo (Evans, 2011)~ rr ll ~Wlll"Jlt J Ehsabcl h Evans (20ll) a própna h1Stona da narrativa é repie-
0
on!me da Web I Onão ofereciam recursos paragraus llit ~ ' 1 de, .asos de urwersos ficcionrus representados em suportes dlterentes ou mul-
~~f~~ l!I\Sos~
tMdade e as l!mltai;0es hs1cas das redes telefõnlcas 1mpedlam O tráfego~ ~ , ;:-1.atcl. orma 10 longo do tempo A gwsa de exemplo. a pesquisadora menciona a
~ de dados lmd 1 <!o Rei Arthur um.1 tustona que atravessou os séculos sob formas variadas
Paradoxalmente porem. apesar das inumeras restrições da Web ~ n-o trild.!,,00 oral. llteratw-a teatro 'lrt<'s plásticas. locações realS como o castelo
10
amblenre marcado pela estrutura n.lo -l.tnear do hipertexto que as P~.~ r1c r r.1,--iget cmrma ~ te.f'VL>ào (Ev:ms 20ll)
uvas de transformar o computador em um espaço de fruiçào para ºilrrabvas: A praricns cugrta..s de colal:>oraçao. co-crlaçáo e partia pação colocaram em
riais interat.lV3S tomaram forma che<;\X' a concepc~ de miedo como estruturo llneai e fechada No ambiente vir -
Entre 1988 e L989 os do1S pnmeIros anos de abertura comercial da ~ ' ,li nenhum texto podl' ~ collSldNado completo (Wake. 2006. p.15) No entanto,
provedor AOL lançou a sene experimental QuantumLJnk Serial que a c;ur:, ~es '1JS' n.bwç.10 cll" ..ima mesma historia em dlferentes plataformas com o
,em ~ tMi dl.' proporoonar cxpt-n~naas mais complexas de entretenimento não di-
tres meses. se tornou o conteudo textual mais acessado no portal da
~ tt'I, !ll ci1 ldapt,1<ões convcnoonais
e.nada pela rotcir1Slil Tracy Reed a 5erle se desenrolava por meio de textos~
O c;e1 i.ldo Dr Who BBC L963 ), po1 exemplo, e wna narrativa que acumulou dl-
do5 em salas de bate papo e e maus O mais interessante. contudo, eque_~
t,·m ,t~ ad.1ptaçôt-s ao longo da sua existênoa Concebida originalmente para a TV,
actltar as , ugestões enV1adas pelo publJco, semanalm<!flte Reed tilmbemtQ;
J seu,· 101 uesdobrada cm uma variedade de produtos. como romances de banca.
alguns lc\s para 1nSerl-los na tustôna a partlr de 1delas que eles rnesnm ~
lcn~p mett agen.s radlonovelas e brinquedos Contudo. embora se referissem a um
\Swaine 2008 p 7)
me,;mo uruverw ficclOnal. cada uma das diferentes adaptações oferecia uma expe-
Poucos anos mais tarde em 1995, o publtcltario Scott Zucarin alou lllttt r ncw completo em si mesma (Evans, 20ll)
uma serie Inspirada no universo 1wenil de Mclrose Place (Fox, l992·lm'1 Muitos filmes e revtstüS em quadrinhos da Marvel são considerados ·'transmt-
apesar da precariedade dos recursos tecnológicos da época, combinava tt'C!St 1~1 como a franquia X-Men. mas, de lato, consistem em narrativas multiplatafor -
tos e wleos dlgitais (Fig l )
ma Alguns produtos midtat1cos podem oferecer perspectivas diferentes de uma
1
Pa roon.ido por empresas como Intel, Visa e Apple. The Spor lançou g; mesma narrat1v.i. como epIsód10s que ocorreram no passado, mas a existência
mcursos disponlveis para tomar a exper 1ênda do espectador mais cliverSlfrGi
, e ~ \RQAT v A5 lRANSM IDl1\
NARRATIVAS TRANSMOA • 51 •

dessas perspectivas nao prejudlca a compreensão integral das narrativas ofer


eci.
das em plataformas distintas - cinema e revista em quadrinhos. Trata-se, asstrn, dt
na.rratlvas multlplataforma. ou melhor, de versões de uma mesma narrativa (ftccio.
na1 ou nAo) produzidas para suportes diferentes e cuja existência não comprolllete.
de modo algum. 0 entendimento do texto principal escollúdo pelo consumtc1or,Isto
é, filme ou quadrinhos.
Em 2004, a rede públlca de televtsão brttanlca BBC (.Brttish Broadcast C.Orporatbi)
deddru Inovar no retorno de um dos seus programas mais antigos. a sêrle Dr. Who, ~ •
produção havia sido interrompida em 1989. Na sua nova encarnação, a série ~
micro-eplsódlos que deveriam ser baixados e asslstldos por telefone celular, os tOldJ.
o
sodes'. De acordo com Evans (2011), a finalJdade desses micro- eplsódlos era apresen_ ~
tar wn fragmento da história do eplsóclk> da semana seguinte. Além disso, foi 01acb )
um webslte do tipo ARG (Altemate Reallty Game), onde os fãs podiam "brincar de faz-
-de-conta" e participar do rrnmdo fictldo de Dr. Who por meio de depoimentos J>ara
.
uma das personagens da temporada (Fig. 2).

~-. .· .-., .,-:-~-~-~~t


,
A partir dessas e,cperlhldas mais luclicas e envolventes, a série Dr. Who deixou
de ser apenas wna narrativa multJplataforma para se transformar em wna expe.
~nda transmidla (Evans, 2011). Em contraste com as práticas de criação de nana.
avas televisivas mais complexas que predominou no inicio dos anos 2000 (Sconce, "' • FIGURA 1 REPROouc;ÃO DO wn5ITf 0A ~ M 9POT, -~

2004), portanto, o conceito de narrativa transmidla implica a dispersão de trag.


FONTE: HTTP:/ /WWW. THESPOT.COM/ (ACESSO EM DEZ. ;j 20181
,_ ....

mentos de uma mesma narrativa em plataformas micliátlcas diferentes, como ga.


mes, websites ou dispositivos móveis, a fim de proporcionar formas mais intensas
de engajamento para o publlco (Evans: 2011).
Diferente de outras práticas da indústria do audiovisual. como sequências, spin-
•offs, prequelas ou brinquedos licenciados, "narrativa transm1dla" adquiriu um sen-
tido específico relacionado â cr1açao de universos ficcionais mais amplos e coerentes
que sao oferecidos em formatos distintos â aucU~ (Long: 2007). Assim. de manei-
ra dlstlnta das simples adaptações de uma mesma história para miclias ou suportes
diferentes, portanto, narrativa transmJcUa não se refere à simples dupllcaçao de um
determinado conteúdo, mas à sua expansão em plataformas diferentes.
No modelo de roteiro transm1cUa. necessariamente, o espectador precisa deslo-
car-se para outras plataformas além da janela principal para coletar partes da histó-
ria. Para que a narratJva possa ser compreendida de forma integraL a participação do
. . - ....-~
ªá!}iP~ ~ÊR~. •voe!: vru ESSE HOMEM, ENTRE EM CONTATO COM a.ivE. · TO '
FONT~T-fFl°.IIWWW,WHOISOOCTORWHO CO UK/INDEX1SHTML. ACESSO EM DEZ. 20'18
• ÃÀISiO à lànlls. nome da naw da perlOIUlgffll homOnfma da série
.-:,-,
...
. '

. dIV L consequentemente, narrativa tran.,_,


r, ·1 ., /, .
. presan e - ... uud!a
espectador é un . em conceitos muito diversos. e~
tafOrma cons1Stem '" . tiu de um spin-off, cuja úrúca novidade residia no fato de poder ser assistido
muJtipla . definição de narrativa transmidia desenvoh,1.,. cons1s
Ne sse sentido, a . . •• iua !IA.. na internet.
cial para O entendimento mais amplo do tin """ llr...
. (2008) é essen , .,o de~""') Em relação ao segundo caso, apesar de se tratar de um projeto robusto de con-
JenkiJ1S . viSa contemplar. alem de considerar as diferenças nos i~. :. ~~ teudo patrocinado (bronded content) e constituir urna iniciativa inovadora quan-
que o conceito s do termo. Como explica Jenkins (2008), nanath~,
e contemporãneo . •v<1 tran...."' rmato de longa-metragens, Latitudes não consistiu de uma narrativa
to ao fo .
cos . extensa a ponto de não ser contida em uma ,·,,.., _,-~ transmídia e, sim, multiplataforma. Totalmente financiado pelas marcas He1-
é uma narrativa tãO ""uca ltd,11.
. ultiplataforma, a narrativa transmidia depende ·""lil.~
rente da narrativa m Profunrt.._ ~ neken,Fl·at e Procter and Gamble, além de contar com a parceria das gigantes Goo-
. . . . do espectador, que deve percorrer múltiplos t-. . _~ urner o filme foi roteirizado em oito episódios com média de 11 minutos de
da partiapaçao ativa __,.,,os~• gle e T , . . .
distintas para acompanhar e compreender urna única his' • - ~ -
duraça0 • Cada episódio foi filmado em uma capital do mundo diferente, mdUIIldo
em plataformas . . . . ~
No iruào de 20l8. a HBO lançou a nurusséne Mosruc, criada Pelo cineasta Paris, Nova Iorque, Londres e Veneza, e exibido às quartas-feiras no YouTube. Nas
Soderbergl\ diretor de Sexo, Mentira e Videot~~es e Traffic ninguém SOi lirnPo," noites de segunda-feira, uma versão estendida do mesmo episódio com 22 minu-
outros. Mosoic apresentou um projeto ~ d i a compacto, embora~ "'- tos de duração era exibida no canal por assinatura TNT, apresentando material ex-
dor Ao inves de estrear na TV ou na propna platafo~ de streanung do ranai.'7- tra como cenas de making off, por exemplo.
Embora a audiência do canal Latitudes no YouTube7 pudesse acompanhar o
GO. a série foi distribUJda inicialmente de fo~ gratwta para USUários d e ~
processo de produção do filme por meio dos episódios semanais, recorrendo aos
lphone,Ipad e Apple TV por meio de~ aplicativo para download no !Tunes,~-
mecanismos da plataforma para comentar, curtir ou reprovar e compartilhar os
versão opcional para S1Stemas Andro1d
videos em suas redes sociais. o roteiro dos episódios distribuídos no YouTube e
Por meio do aplicativo, o espectador poderia escolher entre as três ~
na TNT não exigia que os espectadores buscassem, em ambas as plataformas, in-
dlsponlveis para a história, cada uma representada pela perspectiva de UJnadia
formações necessárias para a interpretação coerente da narrativa como um todo.
personagens principais. Como a trama de Mosoic gira em torno de um crlme,o15-
Assim, era poss1vel assistir apenas aos episódios de 11 minutos do YouTube sem
pectador pôde explorar as diferentes perspectivas dos acontecimentos pela ~
prejUJzo algum da compreensão da história.
dos próprios "suspeitos" por meio das três versões disporúveis para disJlOStill Produzida pela Rede Globo ao longo de 2012, a novela Cheias de Charme continua
móveis. antes de conhecer a própria perspectiva do diretor no desfecho desenld, sendo o exemplo mais contundente de wn projeto transmídia bem-sucedido no Bra-
vido para os episódios exibidos na televisão. sil. Não só houve uma efetiva distribuição de trechos da história em plataformas di-
No Brasil. as iniciativas do gênero ainda são tímidas e, notavelmente, \'8!11 ferentes, como as fofocas de bastidor publicadas no blog do empresário Tom Bastos
persistir wna confusão entre os conceitos de transmídia e narrativa multiplalm- e o videoclipe lançado no site Empreguetes.com Cheias de Charme, a exemplo das
ma. t o caso, por exemplo, dos episódios de Malhação produzidos para conm experiências desenvolvidas pela BBC em Dr. Who. promoveu estratégias de realidade
online em 2009 e do longa-metragem Latitudes (dir.Felipe Braga), lançadosoo1 aumentada borrando as fronteiras entre o cotidiano da audiência e o mundo ficcional
forma de episódios para o YouTube e TV a cabo, e em versão integral para odnelll da novela. Apesar do deslocamento do conceito para a produção audiovisual, a ludid-
e plataformas de vídeo sob demanda. dade é um dos principais componentes da narrativa transmídia. presente desde a sua
No Primeiro caso,embora os episódios de Malhação destinados para awebpt origem na indústria de brinquedos.
dessem enriquecer a experiência dos fãs, a compreensão da história contada• Com as suas formas lúdicas de distribuição e engajamento. a narrativa transmi.
i:1nela . . dia tem potencial para transformar não apenas o conteúdo mídiático, mas a própria
,... · pnnapaJ, a televisão, não dependia do conhecimento do conteúdo dispmt
vel na plataforma online da emissora. Com histórias independentes, elenco epll·
sonagens diferentes do texto principal consumido na TV, a websérle na veida' ' Dispomvel em <https://www.youtube.com/ channel/ UCKQDXYY- Null4SyrDdBll!8W> Acesso em dez
2018. ·
- ;

, mpreensão das maneiras que as audiênr-i~-


·a apartir da co '-'<IS on11h
indUStn midiátlco. Produzidas para contemplar lllúltt -....i e ~
-~,mir conteudo Pias p1. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
co11""''-iVaS tranSmldia. portanto, consistem em textos integrados co 1<1~
as narrat fi a·onal lúdico e coerente. rn º<h. .
. urn urnverso e . ~ ARANHA,G. Webcomics, webTV e neurodbldas: a escrita de roteiros para a web como es-
decnar •""' transmídia é defirúda tanto pela sua r tratégia de dlvlllgação de neurodêndas. IN: TAVARES. D & REZENDE, R. (org) MJdJas & Di-
Por fim. a narrau..., OtetrJia
. por meio da quais os seus diferentes fragrnent ~~ vulgação Cientifica: desafios e experimentações em meto à popularizaçao da Ciência Rlo de
elas tecnologias . OS sao ·~ Janeiro: Ciência e Cognição, 2014, pp124-146.
P ) e tudo não se deve perder de Vista que o mais lrn aces...,
(Evans, 2011 . on , , Portante ~ BURGESS, J. & GREEN, J. Youl\lbe Online Vldeo and Partidpatory Culture.
tos e as plataformas é a qualidade da experiência "'•di llat11.
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