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INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR FRANSCISCANO

Discentes: Daiane Poliana da Conceição Martins, Teresa Raquel Serra Sousa


Raimundo Paiva, Maria da Graça Silva da Silva e Maisa de Sousa Lima.

Periodo: 3º
Disciplina: Direito e Legislação
Atividade Avaliativa: CAPACIDADE LEGAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

RESUMO

A pessoa com deficiência mental ou intelectual possui capacidade legal


irrestrita para os atos jurídicos não patrimoniais, ou seja, aqueles que não envolvem
questões financeiras ou patrimoniais. No entanto, em relação aos atos jurídicos
patrimoniais, essa pessoa está sujeita a uma curatela temporária e específica, que é
uma medida protetiva proporcional às necessidades e circunstâncias de cada caso.

A curatela não afeta os direitos de família, como o direito de casar, ter filhos
e exercer os direitos da parentalidade, assim como os direitos do trabalho, eleitorais,
de testemunha e de obtenção de documentos oficiais de interesse da pessoa com
deficiência. É importante ressaltar que a curatela não é permanente e deve ter a
menor duração possível, de acordo com o artigo 84 do Estatuto da Pessoa com
Deficiência. Além disso, a decisão a curatela deve ser devidamente fundamentada
pelo juiz, explicando as razões e motivações para essa medida.

A capacidade legal da pessoa com deficiência não deve ser confundida com a
capacidade civil, nem com as hipóteses de incapacidade absoluta e relativa previstas
no Código Civil. São duas modalidades de capacidade jurídica que coexistem, sendo
a capacidade civil geral regida pelo Código Civil e a capacidade geral específica
regida pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência.

A pessoa com deficiência pode optar pelo procedimento de tomada de


decisão apoiada, que consiste em escolher duas ou mais pessoas confiáveis e idôneas
para aconselhá-la, orientá-la e apoiá-la na celebração ou não de negócios jurídicos
patrimoniais. Com esse procedimento, não há perda ou limitação da capacidade
legal, mas sim um reforço na segurança e validade dos negócios jurídicos.
É importante destacar que a idade avançada por si só não é considerada uma
deficiência ou enfermidade mental. O envelhecimento é um direito pessoal e social
protegido pelo Estatuto do Idoso, que visa à proteção da pessoa idosa e não à
redução de sua capacidade de exercício. Mesmo em casos de perda progressiva da
integridade mental e intelectual, como na doença de Alzheimer, a curatela deve ser
temporária, abrangendo apenas o tempo necessário para a realização de negócios
jurídicos no interesse da pessoa com deficiência.

Em resumo, os atos jurídicos patrimoniais realizados por pessoas com


deficiência mental ou intelectual são ineficazes juridicamente, a menos que tenham
sido intervencionados judicialmente através da instituição da curatela ou da
homologação da tomada de decisão apoiada. Essas medidas buscam garantir a
proteção dos direitos e interesses da pessoa com deficiência, considerando suas
necessidades e circunstâncias específicas.

Além disso, a pessoa com deficiência tem o direito de contrair matrimônio,


fundar uma família e exercer o direito de guarda e adoção de crianças. A capacidade
legal da pessoa com deficiência, incluindo aqueles com deficiência mental ou
intelectual, é reconhecida e protegida pela Convenção Internacional dos Direitos das
Pessoas com Deficiência, ratificada pelo Brasil.

O antigo paradigma de considerar pessoas com deficiência mental como


absolutamente incapazes foi superado, reconhecendo-se que cada pessoa possui
habilidades, capacidades e vontades próprias, mesmo que essas sejam diferentes da
maioria. A legislação brasileira evoluiu para promover a inclusão e garantir o exercício
dos direitos das pessoas com deficiência.

O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n. 13.146/2015) estabelece a curatela


como uma medida de apoio, em que a pessoa com deficiência recebe auxílio na
tomada de decisões sem que sua capacidade seja totalmente restringida. Além disso,
foi instituída a tomada de decisão apoiada, na qual a pessoa com deficiência conta
com o apoio de uma ou mais pessoas de sua confiança para exercer sua capacidade
jurídica.

É importante ressaltar que as salvaguardas estabelecidas visam garantir que as


medidas adotadas em relação à capacidade legal da pessoa com deficiência sejam
proporcionais, respeitem sua vontade e preferências, sejam revisadas
periodicamente e evitem conflitos de interesse ou influências indevidas.

Em suma, a legislação brasileira evoluiu para reconhecer a capacidade legal das


pessoas com deficiência, incluindo aquelas com deficiência mental ou intelectual,
promovendo sua inclusão, autonomia e exercício pleno de direitos, de acordo com
as disposições da Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
Pessoas com deficiência mental ou intelectual são caracterizadas por
impedimento de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, em
maioria das vezes essas pessoas eram qualificadas como "loucos em todos os
gêneros" ou "sendo considerado incapazes em seus atos". Porém com a criação do
estatuto da pessoa com deficiência que seria a (Lei n° 13.146) que garante que essas
pessoas tenham seus direitos garantidos, o estatuto ocasionou mudanças
importantes no âmbito do Direito Civil, a principal delas é que a Lei de Inclusão
separou os conceitos de deficiente e incapaz, partindo do pressuposto de que a
deficiência não retira a plena capacidade dos indivíduos.

Atualmente pessoas com deficiência mental ou intelectual deixaram de ser


consideradas incapazes onde os mesmos tem garantias. Foi elaborado o estatuto da
pessoa com deficiência lei número (Lei n°13.146) as garantias do estatuto são normas
e valores que impõe que toda pessoa com deficiência tem o direito à igualdade de
oportunidades e não deve de maneira alguma sofrer qualquer tipo de discriminação
garantindo a sua real inclusão social e participação ativa na sociedade.

A Constituição de 1988 garante todos os direitos fundamentais direito à vida,


saúde, educação, trabalho, seguridade social, transporte, direitos civis e políticos
sendo assim, toda uma estrutura jurídica e legislativa é necessária para que essas
pessoas tenham os seus direitos respeitados e condições plenas de acesso e
participação dos mais diversos âmbitos da sociedade.

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