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Sumário
11 ------ APRESENTAÇÃO
13 ---- -- COMO APROVEITAR AO MÁXIMO ESTE LIVRO
1 51 ----- PERSPECTIVAS
1 55 8.1 Perspectiva cônica (exata, rigorosa ou linear)
1 59 -------- 8.2 Perspectivas axonométricas
1 63 8.3 Construção de perspectivas isométricas com instrumentos
197 -- -- - REFERÊNCIAS
desenho é uma das formas mais o passado, pensar o futuro, idealizar pro-
CONTEÚDOS DO CAPÍTULO:
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É possível asseverarmos que tal expressão e as representações específicas para a
gráfica é a manifestação de um sistema de execução de projetos idealizados pelo
comunicação social, que conta histórias aluno.
e registra e documenta os hábitos ecos-
Frank Gehry, arquiteto canadense natu-
tumes de determinado grupo étnico para
ralizado nos Estados Unidos, afirma
as gerações futuras: é, portanto, uma lin-
que sua maior habilidade é alcançar
guagem cuja compreensão requer estudo.
a coordenação entre o olho e a mão.
À luz dessa linha de raciocínio, a leitura e Sua primeira manifestação de ideias é o
a interpretação da linguagem gráfica são croqui (palavra derivada do termo fran-
habilidades fundamentais para o estu- cês croquis), que mostra, de maneira
dante de áreas cuja rotina profissional uti- esquemática e subjetiva, a essência do
liza esse tipo de recurso. Essas habilidades edifício que está projetando. Os esboços
são adquiridas com a prática do dese- de Gehry sequer parecem edifícios, mas
nho, de forma análoga à alfabetização, e são responsáveis por um exercício formal
servem de base para desenvolver várias que desenvolve seu processo de criação.
competências, como a prática projetual
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Philippe Starck, por sua vez, criou o mais daqueles jogos americanos de papel) com
célebre espremedor de limões: o Juicy Salif, alguns croquis. Esses esboços começavam
projetado em 1990, considerado um ícone de um lado da toalha, em forma de lula, e
do design industrial e exibido no MoMA, evoluíam para a forma do espremedor ao
o Museu de Arte Moderna de Nova York. longo do papel: ao comer um prato de lula
Fundador da empresa fabricante do uten- com limão espremido, Starck desenhou
sílio, Alberto Alessi contou que recebeu do seu espremedor (Figura 1.3).
criador um guardanapo (na verdade, um
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EXERCÍCIOS RÁPIDOS
Que tal testar sua inteligência espacial por meio dos exercícios a seguir?
Objeto-alvo
a] b]
Objeto-alvo
'1//////////////////////////////////////////////////////////h
Perceber espaços por meio da visão direta situações que venham ao encontro das
ou de representações da realidade é, por- necessidades humanas.
tanto, característica das pessoas de grande
Com base nesses conceitos, Ribeiro, Peres
inteligência visual-espacial. O desenvol-
e lzidoro (2013) dizem que "a visão espa-
vimento dessa capacidade se dá, porém,
cial é a capacidade de percepção das
em todos, de forma mais tênue ou acen-
formas espaciais". De acordo com os
tuada, desde o nascimento até a adoles-
autores, apreender uma forma espacial
cência e a fase adulta, por meio dos siste-
"significa entender uma disposição tridi-
mas sensoriais.
mensional sem realmente ver a figura
Tais indivíduos com desenvolvida percep- correspondente".
ção espacial têm habilidade em lidar com
E como isso é possível? Por meio da inter-
formas, tamanho, distância, volume e
pretação de um conjunto de desenhos,
movimento - e, com base nesse conheci-
como o exemplo da Figura 1.4.
mento, podem apreendê-las, antecipando
,
.
Vista superior
Para os profissionais da área de dese- com linguagem específica, garante a inter-
nho técnico, a percepção espacial é uma pretação correta.
das habilidades mais importantes, pois
Está curioso para saber se acertaram ou
eles precisam raciocinar espacialmente
não? As imagens representam, respectiva-
durante suas atividades projetuais de cria-
mente, um mexicano andando de bicicleta,
ção, desenvolvimento, montagem, proto-
um careca do outro lado do muro e uma
tipação, execução e até mesmo instalação.
ervilha andando de skate.
'1////////////////////////////.,; '1////////////////////////////.,;
EXERCÍCIO RÁPIDO
o mas e afins.
SÍNTESE
DESENHO
não projetivo
projetivo
+ QUESTÕES PARA REVISÃO Indique, em cada alternativa, qual dos
sólidos (1, 2 ou 3) é obtido juntando
1 Considerando seus conhecimentos
as peças A e B.
prévios e o conteúdo trabalhado nes-
a]
te capítulo, aponte três momentos his-
A B
tóricos em que o desenho desempe-
nhou papel fundamental. Justifique
sua resposta.
iB
que estudo um importante psicólogo
cognitivo e educacional norte-ameri-
cano associou tal aptidão a um tipo es-
pedal de inteligência? Que inteligên-
eia é essa? 3
~~
1
@
2
3 3
+
8 Como podemos representar o am- Você pode também conferir o site do
biente em que vivemos? Como trans- designer e arquiteto Philippe Starck,
por nossas impressões e sensações a criador de diversos objetos interes-
nossos trabalhos? santes, como o Juicy Salif, seu famoso
espremedor de limões.
Discuta com seus colegas as questões
apresentadas e formalize sua resposta STARCK. Disponível em: <http://www.
por meio de desenho. starck.com/en/>. Acesso em: 16 nov.
2017.
PARA SABER MAIS
Que tal, então, perceber as diferen-
Para aprofundar os conceitos estu-
ças existentes entre as várias pinturas
dados neste capítulo, que tal assistir
rupestres? No site da Fundação Museu
ao documentário Esboços de Frank
do Homem Americano, você encon-
Gehry?
tra mais informações sobre o Parque
Lançado em 2005 e dirigido por Sydney Nacional Serra da Capivara, no Piauí.
Pollack, seu enredo parte do desco-
FUMDHAM - Fundação Museu do
nhecimento de Pollack a respeito de
Homem Americano. Disponível em:
arquitetura e do desafio proposto por
<http://www.fumdham.org.br/>.
Gehry: fazer um filme sobre a vida do
Acesso em: 16 nov. 2017.
arquiteto e seus métodos de trabalho.
1 '
REGRAS BÁSICAS PARA DESENHO À MÃO LIVRE
onforme pontuamos anterior- Um arquiteto, por exemplo, dificilmente
mente, a constituição e a elabo- conceberá uma casa usando o sistema de
ração do desenho, muitas vezes, projeção parelela. Para a concepção da
indicam um projeto ou esboço de algo edificação, ele trabalhará com inúmeros
com uma finalidade específica; portanto, esboços ou croquis, com o intuito de refi-
o desenho nem sempre é um fim em si nar suas ideias.
mesmo. Representar um objeto tridimen-
Ele levará em conta a circulação, as alturas,
sional para, por exemplo, elucidar um pro-
os fluxos e as sensações proporcionadas
cesso construtivo pressupõe o desenho
pelo espaço projetado; também poderá
como suporte e ferramenta auxiliar de
pensar na forma do telhado e em como
comunicação. Em engenharia, o desenho
as forças atuarão sobre ela, na melhor
pode significar a composição, o encaixe ou
maneira de organizar a estrutura da casa,
a montagem de elementos estruturais de
em que tipo de material usar e em qual
uma obra ou peça, sendo fundamental
seria seu resultado estético.
para transmitir uma ideia a quem vai cons-
truí-la ou montá-la.
Lembra-se do guardanapo de Starck? -+ Fase 1: identificação do problema -
Da mesma forma, antes de partir para a Costuma se caracterizar pela "tomada
documentação e o compartilhamento de de conhecimento de uma necessidade
seu projeto, considerando normas e re- do mercado e [ ... ] identificação do
gras do desenho técnico, o engenheiro es- problema de criação de um novo pro-
boçará diversas vezes as peças da máqui- duto" (Silva et ai., 2011, p. 6). Nessa
na que está projetando - cada uma delas, etapa, recolhem-se todas as informa-
individualmente: seus encaixes, sua fixa- ções necessárias sobre o produto em
ção, possibilidades de uso de materiais etc. questão, definem-se objetivos, prazos,
custos e afins. Segundo os autores, é a
Assim, o desenho à mão livre, feito esbo-
única fase em que o desenho pode ser
çando-se as linhas com lápis (ou lapiseira)
dispensado durante o processo.
e borracha, configura-se em um excelente
método para as fases iniciais de um pro- -+ Fase 2 : desenvolvimento de concei-
jeto. A rapidez e versatilidade desse modo tos - É a parte mais criativa do pro-
fazem com que diversos problemas sejam cesso. Nessa etapa, conforme Silva
rapidamente solucionados e descartados et ai. (2011), uma ideia pode desen-
antes do envolvimento mais dispendioso cadear inúmeras outras. Apesar de
(em termos tanto de tempo quanto de nem todas poderem ser aproveita-
recursos financeiros). Nesse estágio de das em um primeiro momento, são
desenvolvimento do projeto, o volume de extrema importância para a plena
do estudo é mais importante do que a compreensão do problema e de sua
exatidão do traçado. O desenho à mão formalização. Nessa fase, tudo deve
livre ainda proporciona treinamento em ser documentado, nada descartado, e
técnica, forma e proporção, além de exer- é quando esboços e croquis exercem
citar a visão espacial. importante papel.
~///////////////////////////,;
EXERCÍCIO RÁPIDO
2.1
Você já viu outra forma de organização de ESBOÇOS E CROQUIS
projetos em sua vivência acadêmica ou
Os esboços e croquis, formas de represen-
profissional? Se sim, esboce um esquema;
tação gráfica rápida, compõem os estudos
se não, faça uma pequena pesquisa e
preliminares de projeto. São importantes
registre o resultado.
elementos, responsáveis pela apresenta-
~///////////////////////////,; ção inicial das ideias que, recém-saídas da
mente do criador, são doeu mentadas no
As formas de organização de projetos têm
papel.
semelhanças mútuas e o desenho técnico
Tais desenhos, comumente simples tra- constitucional da definição de espaços,
ços iniciais, tornam-se mais complexos à proporções, composição etc. Tal termo é
medida que seu autor prospecta forma, bastante usado nas engenharias.
função, material e tudo o mais. Por não
Apesar de tais distinções, os termos cro-
haver compromisso com o refinamento
qui e esboço podem ser considerados
gráfico, partem de ideias instantâneas,
sinônimos. Não existem materiais espe-
velozmente processadas.
cíficos ou regras para a elaboração de
Esses processos, além de facilitarem a esboços, podendo-se recorrer a qualquer
elaboração de ideias, aumentam o dina- tipo de ferramenta e suporte. Os mate-
mismo em adaptações, mudanças e toma- riais comumente usados são papel sul-
das de decisão. Como resultado, confi- fite ou papel-manteiga, lápis, lapiseiras e
guram-se como documentos flexíveis e borrachas.
adaptáveis.
2 .3
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88 78 68 58 48 38 28 8 H8
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F H 2H 3H 4H SH 6H 7H 8H 9H
O projetista tem de investir em um Figura E- Tipos de borracha: limpa-tipos
número considerável de lapiseiras e optar (A), borracha plástica (B) e lápis-borracha (C)
por lapiseiras de boa qualidade. Existem
A
linhas profissionais desses instrumentos.
Há também, no mercado, algumas opções
que mostram o tipo de grafite que está
sendo utilizado.
3.2
BORRACHA, LÁPIS-BORRACHA
E MATA-GATO
e
Outro instrumento que garante a preci- 3.4
são na hora de apagar traços auxiliares RÉGUAS
ou reparar erros em áreas pequenas é o
Para a maioria dos desenhos instrumenta-
mata-gato, uma chapa de rasura em alu-
dos, é necessário o uso de régua . Além da
mínio, apresentada na Figura 3.3.
tradicional, de 30 centímetros, podem ser
Figura li- Mata-gato usadas a régua paralela e a régua T, que
têm como função o traçado de linhas hori-
zontais paralelas. A primeira fica presa à
-• ••• ••••••••
-• mesa (prancheta) por meio de um sistema
de fios e roldanas, já a segunda se apoia
na lateral da mesa.
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Para auxiliar na limpeza, utiliza-se uma ~
~
escova apropriada. Em desenho técnico,
costuma-se chamá-la de bigode (Figura
B
3.4).
11,,,,,,,,,,,,,,,
(continuo)
e (Figura 3.5 - conclusão)
Figura I!!- Escalímetro triangular
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o 3.5 .1
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Uso DO ESCALÍMETRO
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seu comprimento real, medidos na mesma
B
~ V unidade. Usa-se a escala para represen-
tar peças em engenharia, mobiliários em
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~ "-------------. design, uma planta de uma casa ou um
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edifício em arquitetura, um mapa etc .
4:
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Por exemplo, se, em um mapa, a escala
3.5 indicada é de 1:1 000, significa que cada
ESCALÍMETRO medida no desenho é mil vezes menor
que a medida real, ou seja, cada centíme-
O escalímetro triangular (Figura 3.6) é um
tro medido no mapa representa mil centí-
instrumento de desenho técnico usado
metros (dez metros) na realidade.
para auxiliar no desenho de objetos em
escala ou facilitar a leitura das medidas Cada unidade marcada nas escalas do
de desenhos representados em escala. escalímetro corresponde a um metro,
Divide-se em três faces, cada uma com como mostra a Figura 3.7.
duas escalas distintas (1:20, 1:25, 1:50,
1:75, 1:100, 1:125). O projetista pode usar
Figura el- Escalas no escalímetro
múltiplos ou submúltiplos dessas escalas -""
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para trabalhar em diversas outras escalas. O)
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O projetista deve escolher a escala ou O grafite do compasso deve estar sempre
o conjunto de escalas que mais se adé- apontado e alinhado à ponta-seca, a fim
qua ao tipo e à quantidade de informa- de conferir maior precisão ao desenho.
ções que deseja apresentar - assunto O grafite deve ser apontado de modo a
que, aliás, retomaremos e detalharemos formar um cilindro truncado (visto de
posteriormente. lado, parecerá chanfrado) . Para apontá-lo
assim, usa-se uma folha de lixa fina de
água ou mesmo o lado fino de uma lixa
3.6 de unha.
COMPASSO
Em relação ao grafite, é recomendável que
O compasso é um instrumento utilizado o projetista tenha ao menos dois tipos de
para desenhar circunferências e arcos, grafite: um duro, para os traços auxiliares
realizar operações de rebatimento e auxi- (como 2 ou 3H), e outro escuro e mole,
liar na construção de desenhos feitos com para a finalização (28).
esquadro, podendo ser usado também
para transportar medidas.
Figura fll- Compassos de precisão
Menegotto (2017) aponta que o "com-
passo de precisão se diferencia do nor-
mal pela existência de um mecanismo
composto de um [sic] haste transversal
roscado vinculado aos braços do com-
passo". Esse mecanismo permite ajustar
e manter constante e fixa a abertura do
instrumento.
O esquadro pode ser utilizado individual- Quadro li- Traçado: retas paralelas
mente ou em conjunto com uma régua Passo 1:
paralela ou régua T. Coincida
uma aresta
Nas seções seguintes, ensinaremos você do esq uadro
com a reta .
a utilizar esquadros para criar retas para-
Passo 2:
lelas e perpendiculares. Fixe o esqua-
dro de 60°,
"colando-o"
ao esquadro
3.7.1 fixo de 45º.
CRIAÇÃO DE RETAS PARALELAS Passo 3:
COM ESQUADROS Movimente
o esquadro
de 45º nos
Para desenhar retas paralelas, posicione
dois sentidos.
um dos esquadros na folha, caso você já
tenha uma reta como base, e proceda
como nas imagens a seguir. Depois, apoie
o outro esquadro e deslize-o sobre o pri-
meiro sem tirá-lo do lugar (Quadro 3.1).
+
~/////////////////////////////////////////////////////////./4
EXERCÍCIO RÁPIDO
Você precisará de lapiseiras 0.3, 0.5, 0.7 e 0.9 com um dos grafites recomendados (suge-
rimos o HB).
Prenda sua folha na mesa na posição horizontal (paisagem). Com a lapiseira 0.9, faça uma
margem de 2,5 centímetros do lado esquerdo (para que possa furar o desenho e arma-
zená-lo em uma pasta) e 1,0 centímetro nos demais lados, conforme o modelo a seguir.
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1
Agora, partindo do canto superior direito, faça linhas paralelas equidistantes (cerca de
0,5 centímetro) a um ângulo de 135º. Comece com a lapiseira 0 .3 e, a cada dez linhas,
mude a lapiseira, indo da de menor espessura para a de maior.
Dica: procure manter sempre a mesma força ao traçar as linhas; isso fará com que todas
fiquem uniformes.
~/////////////////////////////////////////////////////////./4
3.7.2 1////////////////////////////4
CRIAÇÃO DE RETAS EXERCÍCIO RÁPIDO
PERPENDICULARES
Faça uma margem em uma folha A4, con-
COM ESQUADROS
forme o modelo apresentado no exercí-
Para desenhar retas perpendiculares, posi- cio anterior.
cione um dos esquadros e apoie o outro
Agora, trace retas perpendiculares a uma
sobre ele. O segundo deve ser, então, ali-
distância de 0,5 centímetro e com os
nhado à reta que se deseja traçar per-
ângulos de 45º e 135º. Desta vez, porém,
pendicularmente. A partir daí, gire esse
você deve fazer uma reta com cada lapi-
lado em 90º. Faça o traço perpendicular
seira, conforme a figura a seguir.
na sequência, como mostra a Figura 3.10.
1////////////////////////////4
3.7.3 --+ Use fita mágica. Fita adesiva
PREPARO E LIMPEZA DO MATERIAL comum gruda no papel e na mesa,
soltando-se da mesa facilmente,
Verifique, antes de iniciar seu trabalho, os
mas não do papel; fita-crepe cola
seguintes itens:
na mesa, mas não cola bem no
- se sua mão está limpa e seca; papel - quando você usar seus ins-
trumentos, ela acabará grudando
- se sua mesa e seus instrumentos estão
neles e soltando-se da folha.
limpos;
--+ Para evitar que sua folha fique
- se suas lapiseiras e seu compasso
torta em relação à régua paralela
estão apontados.
ou T, coloque a folha sobre a mesa
Algumas dicas: e alinhe-a à régua. Em seguida,
cole a folha na mesa, conforme
- Use sua borracha o mínimo que puder
a ordem indicada na Figura 3.11.
e a mantenha limpa. Opte por uma
Isso evitará que sua folha fique
que solte poucos resíduos e não agrida
enrugada ou torta.
o papel.
Escala 1:10
D Unidade de medida: cm
Altura:
Largura:
o
Escala 1:25
Unidade de medida: cm
Altura:
Largura:
D
Escala 1:75
Unidade de medida: m
Altura:
Largura:
Escala 1:200
Unidade de medida: m
Altura:
Largura:
8 Com o escalímetro, meça a figura a seguir nas escalas 1:100, 1:20 e 1:2 SOO. Em se-
guida, imagine e documente o que esta imagem poderia representar, caso estivesse
nas escalas indicadas.
Dimensões:
1:100:
1:20:
1:2 500:
Representações:
1:100:
1:20:
1:2 500:
9 Após resolver alguns exercícios com o escalímetro, você pôde perceber a importân-
cia do uso da escala para o desenho técnico. Reflita : como poderíamos garantir a
representação do tamanho dos objetos em desenhos de cujas ampliações e redu-
ções não tenhamos controle depois de feitos?
10 Trabalhar com instrumentos e diversos grafites exige treino. Assim, agora, propomos
que você faça alguns exercícios com essa finalidade.
Para tanto, use as lapiseiras com os grafites recomendados e faça, com cada uma
delas, texturas como as indicadas na imagem. Para as texturas em linhas retas, use
esquadros; para as curvas, faça à mão livre. Utilize uma folha A4 e insira as margens
conforme o modelo a seguir:
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5
1
5 5
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•••
ri
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: ri
1
LI)
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••• N
1
2,5 10 1
1
1 1
Faça seus desenhos com cuidado e capricho. Procure manter sempre o mesmo peso
gráfico em seus traços.
PARA SABER MAIS
Que tal uma leitura? Este artigo, também apresentado no simpósio Graphica de
2007, traça a evolução dos padrões de representação gráfica, desde suas origens
até a computação gráfica.
- material utilizado;
Al
Nessa série, os papéis têm como base o formato AO, folha retangular de área igual a
1 m 2, cujas dimensões correspondem à relação existente entre o lado de um quadrado
e sua diagonal. Para compreender melhor essa relação, observe a Figura 4.4.
Figura Ili - Construção da folha AO e Figura li- Organizações das folhas (NBR
semelhança geométrica entre os forma- 10582)
tos da série A (NBR 10068)
--+it--- Espaço
para texto
Lb===!::;f;;;;;;;;;;§:t-- Legenda
- - Espaço para
desenho
"'
----++-- Espaço para
desenho
L..!:==::::l:~~!2:t-- Legenda
- - Espaço
a
1- -1 para texto
Fonte: ABNT, 1988, p. 1.
Outra norma fundamental é a NBR 10582 A norma prevê que os espaços reserva-
(ABNT, 1988), que trata da apresentação da dos para texto devem estar divididos em
folha para o desenho técnico. De maneira colunas do mesmo tamanho da legenda
geral, ela procura definir áreas para texto e ou, no mínimo, dez milímetros. Tais colu-
desenho, além de uniformizar a ocupação nas devem, preferencialmente, respeitar
de espaços. Eis as possibilidades clássicas as dobras do papel, a fim de facilitar a
de organização das folhas:
leitura. Esse espaço deve contemplar as - Instruções- Informações necessárias
informações apresentadas na Figura 4.6. para a execução do objeto representado.
As instruções gerais ocupam a área de
Figura m- Informações contidas no es-
texto, ao passo que instruções especí-
paço para texto
ficas de algum desenho constante na
prancha, quando houver, são registra-
das ao lado deste. Podem conter listas
Explanação
de material, estado de superfície, local
Instrução
de montagem e número de peças.
Referências
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N 51
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Rua Atibaia ~, 12 30 4 12
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A Figura 4.8 mostra uma planta esquemática de construção com marcação de área.
N
A
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CD N ~&· ....
Tábua de revisão - Elemento usado para registrar correções, acréscimos ou alte-
rações feitas na prancha após sua aprovação. Deve conter designação da revisão
(número, letra ou código), referência na malha, informação sobre o assunto da revi-
são, assinatura do responsável e data. Confira o modelo da Figura 4.10.
~ 10
Verif. Data
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(continuo)
(Figura 4.11 - conclusão)
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A padronização das dobras das folhas facilita o armazenamento e o acesso aos documen-
tos, pois usa como base o formato A4.
As margens, por sua vez, são limitadas pelo contorno ext erno da folh a e do quadro
(espaço para desenho, legenda e texto). As margens esquerd a e direita, bem como a
largura das linhas, devem ter as dimensões con stantes em um conjunto de documentos.
Outra preocupação da ABNT e das NBRs diz respeito à legibilidade dos desenhos, para
o que foram criadas as normas NBR 8402 (ABNT, 1994b), sobre a execução de caracte-
res para escrita em desenhos técnicos); NBR 8196 (ABNT, 1999a), sobre o emprego de
escalas; e NBR 10126 (ABNT, 1987b) sobre a cotagem em desenho técnico, que abor-
daremos e especificaremos durante todo este livro.
abela 111- Margens e linhas (mm) (NBR 10068)
Margem
--
Espaço para
desenho Margem
AO 25 10 1,4 Quadro
Al 25 10 1,0
Linha do
A2 25 7 0,7 papel
A3 25 7 0,5
A4 25 7 0,5
Fo nte: ABNT, 1987a, p. 3.
SÍNTESE
NBR 10647
termos empregados
NBR 8402
orientações sobre
NBR 10068 a escrita técnica
orientações sobre
folhas, dimensões
e leiautes NBR 8196
orientações sobre
escalas
NBR 10582
distribuição das
informações na folha NBR 10126
orientações sobre
cotas
NBR 13142
orientações para o
dobramento da cópia
QUESTÕES PARA REVISÃO 10 Para treinar as normas aprendidas,
que tal organizar uma folha de dese-
1 O que significa a sigla NBR? Quem de-
nho? Você pode usar uma A2 ou Al.
senvolve as normalizações brasileiras?
Faça a margem conforme a norma e,
2 Qual é a importância da definição e em seguida, determine as áreas de de-
da utilização de padrões no desenho senho e texto. Dobre o papel confor-
técnico? me a norma.
-t-
ASPECTOS GERAIS DO DESENHO TÉCNICO
ocê já aprendeu que, em desenho 5 .1
13
LI)
N
10 1 16 1 1 50
<cj"-
X
<cj" 1 1
Data RUOnGI Autor Cl ient e
1 )esenhou 1 1
"
,-< Prot~IDU
Vcr1ficou
1
1
1
1
•=• Des1gnaç:io: Numero do desenho
"
,-<
Obs
"
,-<
50 68
Exercício
Aluno(a):
Perlodo Prnfeuor(a)
1//////////////////////////////////////////////////////////./4
EXERCÍCIO RÁPIDO
Você se lembra da folha que elaborou no capítulo anterior? Aproveite-a para acrescentar
uma legenda. Utilize o segundo modelo, ideal para os exercícios trabalhados nesta obra.
1//////////////////////////////////////////////////////////./4
5.2
ESCRITA NORMALIZADA
A norma brasileira que rege a escrita de caracteres em desenho técnico é a NBR 8402
(ABNT, 1994b), cujas principais exigências são:
- legibilidade;
- uniformidade;
(7/10) h
(2/10) h
Dimensões (mm)
2,5
0,5
3,5
2,5
0,7
5
3,5
1
7
1,4
10
2
14
10
2,8
20
14
1•1 Para melhorar o efeito visual, a dist ância entre dois caracteres pode ser reduzida pela metade, como por exemplo: LA,
TV, ou LT, neste caso a dist ância corresponde à largura da linha "d".
* Podem ser utilizados dois tipos de letras normatizadas: o tipo A (espaçamento reduzido) e o tipo B
(ideal, com espaçamento normal).
A Figura 5.4 apresenta as características da forma de escrita normalizada pela ABNT para
desenho técnico explicada anteriormente.
.e
o
ri
........
~
ri
Segundo a norma, a escrita pode ser vertical ou inclinada . A inclinação deve ser de 15º
para a direita em relação à vertical, conforme a Figura 5.6.
15º
ABEDEE
abcdefgh
Quando o desenho técnico é feito com 5.3
o auxílio de softwares CAD, costuma-se LINHAS EM DESENHO TÉCNICO
usar fonte Simplex; quando ele é feito à
As linhas constituem parte fundamental
mão livre, devem ser respeitadas as pro-
do desenho técnico, cuja função é repre-
porções normalizadas. Em algumas áreas
sentar diversos elementos em diferentes
de trabalho, como arquitetura e design,
situações. Por exemplo, se o contorno de
a prática pressupõe certa liberdade para
uma aresta de peça estiver visível, deve
trabalhar com textos - contanto que não
ser representado de uma maneira; se ele
se descuide da legibilidade e da uniformi-
estiver oculto, de outra. Representar tais
dade, além de garantir qualidade nos pro-
elementos é essencial ao bom entendi-
cessos de reprodução.
mento do formato e das características
'1////////////////////////////.,; da peça em questão.
EXERCÍCIO RÁPIDO
A norma ISO 128-1 (ISO, 2003) define
Treinar a escrita técnica é fundamental. dez tipos de linha e suas espessuras, de-
Ao fim do livro, na seção "Anexos", você signando-lhes uma letra correspondente
encontra algumas páginas preparadas (de A a K). A norma brasileira correspon-
para o treinamento da escrita técnica. dente à ISO é a NBR 8403 (ABNT, 1984a),
Reproduza o modelo e treine o abecedá- marcada por pequenas modificações nas
rio em letras maiúsculas e minúsculas e os linhas G, H, J e K.
números. Preencha ao menos uma folha;
A diferença básica entre as normas é a
se necessário, use outras.
troca dos traços menores prescritos pela
'1////////////////////////////.,; ISO por pontos na NBR, conforme expõem
os Quadros 5.1 e 5.2.
B4
B3 \ \
B5 -'~~- \ .
\ \ \.
\ \
B1 \
\
---·-·-·-·-
CORTE YY
K1
Fonte: ABNT, 1984a, p. 3.
1//////////////////////////////////////////////////////////./4
EXERCÍCIO RÁPIDO
Que tal treinar as linhas normalizadas pela ABNT? Para tanto, use duas folhas sulfites
A4, com margens e legenda conforme o padrão.
Copie o modelo apresentado na figura a seguir. Você deve utilizar cada área para trei-
nar um tipo de traço. Use as seis divisões na primeira folha e, na segunda, as quatro
primeiras para os traços restantes.
Se houver dificuldade para desenhar alguma delas em especial, utilize os dois espaços
restantes para treinar mais um pouco.
5 5 5
1 1
"o -
~~
DDD ri
LI)
[J[J[J
-
LI)
"o -
~>-----------
,-·- --
r- 1 1- -
17,8
1-
1-
1-'
1-
1
.. 1
i
1//////////////////////////////////////////////////////////./4
Agora que você já treinou os padrões usados mais frequentemente, confira no Quadro 5.2
as definições de linhas da ISO 128-1, um dos mais célebres padrões internacionais.
(continua)
(Quadro 5.2 - conclusão)
'1//////////////////////////////////////////////////////////h
EXERCÍCIO RÁPIDO
Perceba que existem duas espessuras-padrão para o traço: fina e grossa . A relação entre
tais espessuras não deve, segundo a norma, ser inferior à razão 2:1. Deve ser escolhida
conforme o desenho, a escala e a dimensão do papel de acordo com a seguinte gama
(da mais fina para a mais grossa): 0,18, 0,25, 0,35, 0,5, 0,7, 1,4 e 2 milímetros.
Vale ressaltar que as espessuras devem ser as mesmas para todas as vistas desenhadas
na mesma escala ..
'1//////////////////////////////////////////////////////////h
Confira no quadro a seguir alguns exemplos de uso das linhas anteriorm ente vi st as.
2
Tracejada larga
Arestas e contornos não visíveis
3
Traço ponto estreita
Linh as de cent ro e eixos de simetria
·-·-· =1
Contínua estreita
Linh as de: cota, extensão, chamada, hachuras e
seções sobrepostas, diâm etros internos de roscas
externas e diâmetros externos de roscas internas
5 r-·--
~I
____ _J
7 ~
---·---·--
±0,2 mm Linhas de cota
5.3.1 5.3.2
LINHAS E PRECEDÊNCIA DAS PEÇAS TERMINAÇÃO DE LINHAS
DE CHAMADA
A NBR 8403 prevê que, quando há sobre-
posição de linhas em uma peça, só se deve A NBR 8403 também normaliza linhas de
representar uma delas, de acordo com a chamada, que colaboram para a com-
seguinte ordem: preensão do desenho ao indicar de modo
preciso as referências de cota, identifi-
1. arestas e linhas de contorno visíveis;
car um objeto ao qual se aplicam algu-
2. arestas e linhas de contorno invisíveis; mas características e apontar para arestas
específicas a fim de trazer informações
3. planos de corte;
complementares (como um detalhe
4. linhas de eixo e simetria; associado).
5. linha de centroides;
5.3.3
INTERSEÇÃO DE LINHAS
Silva et ai. (2011) pontuam que, em muitos casos, linhas variadas se cruzam em diferen-
tes situações em um desenho. Os autores complementam que, apesar de tais situações
nem sempre serem normalizadas, algumas convenções podem ajudar a compreender
os desenhos, sobretudo esboços.
A ISO 128-20 (ISO, 1996) normaliza algumas dessas situações, mas os softwares CAD
muitas vezes ainda não as utilizam. O Quadro 5.5 mostra tais representações, válidas
para linhas retas e curvas.
--i--1--
outra aresta (visível ou invisível), não
devem tocar-se.
-~-~--
5 Quando duas linhas de eixo inter-
ceptam, devem tocar-se.
-·+·-
Figura !ll- Exemplo de proporção de linha estendam além do limite da vista em que
Veja que o apontador é representado em escala natural, em seguida em uma escala redu-
zida (1:2) e posteriormente em uma escala ampliada (2:1). As informações do desenho,
como tamanho de fonte e cotas, permanecem iguais, garantindo a boa leitura.
30
ESCALA 1:1
30
ESCALA 2:1
ESCALA 1:2
A norma brasileira que determina as condições para o uso de escala em desenho técnico
é a NBR 8196, de 1999.
Desenho Peça ~
natural
li
1:1
"'
..e
"'u
~
o
:Q
ampliação 2:1 .o
"'
u..
redução 1:2
1///////////////////////////////////////////////////////////,.;
EXERCÍCIO RÁPIDO
Com base na imagem a seguir, faça um esboço da peça nas escalas determinadas (não
é necessário reproduzir os detalhes, podendo-se usar outro exemplo de apontador).
Atente ao fato de que a unidade usada na cotagem da imagem é centímetros.
a. 1:1
b. 2:1
c. 1:2
1///////////////////////////////////////////////////////////,.;
5.4.2
ESCALAS GRÁFICAS
Om 40 m 80 m 120 m
Aspectos gerais
do desenho técnico
Numérica
Gráfica
Sabe onde podemos encontrar escalas gráficas? No Google Maps. Dê uma conferida:
<https://www.google.com.br/maps/place/Catedral+Metropolitana+Nossa+Senh
ora+Aparecida/@-15. 7983419,-4 7.8777281,172/data= !3m1!4bl !4m5 !3m4! lsOx
935a3b224clf9a91:0x55fbb231e9698d19 !8m2 !3d-15.7983419 !4d-47 .8755394>.
Acesso em: 20 nov. 2017.
LJ
D
D
A épura de Monge é, portanto, a planificação da projeção ortogonal.
w
4 1 3 6
B ~ E1. Gd
2
rn
Figura ai- Projeção pelo terceiro diedro (sistema americano)
rn
6 4 1 3
Gd E1 ~ B
5
w
Para facilitar a identificação do sistema de 6.2
@E] Projeção
plana
P'
Terceiro diedro
- - . . - - - - Raios
projetantes
e
F'
(continua)
corretamente a forma do objeto em ques-
tão. Na Figura 6.13, perceba que, apesar
de as formas serem diferentes, o resultado
das projeções é igual.
Figura 111- Projeção em um só plano: vista frontal
DOO
OD~
Ao observar cada par de projeções orto- Portanto, como você pode ver na Figura
gonais e sabendo que correspondem, 6.16, a projeção de um objeto no plano
respectivamente, às representações dos vertical representa seu comprimento e sua
três sólidos vistos por posições diferentes, altura (A), ao passo que a projeção hori-
pode-se compreender, a partir das figu- zontal representa sua largura e seu com-
ras planas, a forma espacial de cada sólido primento (B).
representado. Tais projeções são chama-
das de vistas. Nosso exemplo contempla
as vistas frontal e superior dos objetos.
Figura 11!- Representação de dimensões pela projeção
A
:~
;o
_:::
Comprimento
Vista frontal
Vista superior
[I]
Repare que a casa conta com ainda, ao menos, uma janela não retratada nas projeções.
Tome como exemplo a peça da Figura 6.18.
Figura ID- Resultados diferentes nos pia- Como na casa, as duas projeções apre-
nos de projeção para a mesma peça sentadas não representam inteiramente
a peça . Para representar esse prisma regu-
lar, é preciso, ao menos, de mais uma
projeção.
[I]
Na Figura 6.19, foi usada uma terceira vertical é considerado a frente da peça e
projeção, de um plano lateral, para que que todas as projeções devem ter seu sen-
a representação da peça fosse fiel à tido de rebatimento reposicionado para a
realidade. posição vertical, como na figura anterior.
Vista
A partir daí, ao se proceder a uma plani-
inferior
ficação das faces do cubo tomando como
Vista referência fixa a que contém a vista fron-
Vista lateral
frontal esquerda
tal, obtém-se um conjunto de seis vistas,
conforme a Figura 6.21.
Vista Vista
lateral posterior
direita
Vista
superior
Figura mi- Processo de planificação e resultado final
~
C1l
..e
C1l
u
~
o
:g
li
C1l
u..
r-,
1 1
1 ~-
-~ 1
1 1
Vista inferior
r-,
1 1
1 1
1 r--
-i 1
1 1
Vista lateral direita Vista fronta l Vista la teral esquerda Vista posterior
Vista superior
Repare que algumas linhas são tracejadas: em desenho técnico, representam arestas
ocultas, conforme estudamos no Capítulo 5.
Os rebatimentos normalizados para o primeiro diedro mantêm, em relação à vista de
frente, as seguintes posições:
B B
O objeto correspondente a tais projeções é contemplado pela Figura 6.23.
5JD
b]
D
DCnJ
c]
D
DO
2
5J
Com base no exercício anterior, observe as alterações em cada vista. Anote o que
observou.
3 Vamos complicar um pouco? Nomeie cada vista e complete as projeções.
a]
DO
[QJ
b]
c]
'1///////////////////////////////////////////////////////////,;
SÍNTESE
Projeções em diedros
Projeção ortogonal
Projeção de um objeto
em um plano ou mais Projeção pelo Projeção pelo
por meio dos chamados primeiro diedro terceiro diedro
raios projetantes (sistema europeu) (sistema americano)
1 Com base na imagem a seguir, nomeie cada um dos diedros e aponte quais são os
diedros normalizados.
2 No Brasil, qual sistema de projeção é comumente utilizado?
f----i
Vista inferior
1
BJ
Vista superior
BJ
Vista superior
f----i
Vista inferior
1
4 Desenhe a vista necessária faltante no espaço assinalado.
a]
~
"'
.e
1
"'u
~
o
:Q
..o
"'
u..
L _J
b]
L _J
e]
L _J
5 Associe, nos desenhos a seguir, as vist as correspondentes (planta e e levação).
Planta
aj ~ tj
o=o
~
CoJ mm ij ~ ~
80§rs2J
D [TI] B a
i] jJ k) 1)
o m ~ 5=a
m) n) o] p]
Elevação
D~BEJ
l_ 2 3_ 4_
QD@D
5 6 7_ 8_
~LJBLJ
9_ 10_ 11 12_
ºªº~
13 14 15 16
6 Desenhe, usando régua e esquadro, 7 Aponte, em relação às peças do exer-
todas as vistas das seguintes peças. cício 6, as vistas necessárias para sua
Para obter as medidas, utilize sua ré- representação precisa.
gua graduada.
8 (CESPE - 2012 - ANAC) Acerca das
técnicas de desenho técnico, base de
conhecimento do desenho arquitetô-
nico, julgue o item a seguir.
[ ] Certo
[ ] Errado
9 (CESPE - 2009- FUB) PARA SABER MAIS
] Certo
] Errado
Capítulo
CORTES E SEÇÕES EM PEÇAS
ocê já aprendeu, além das regras a identificação de tais imprecisões. Isso
A figura a seguir mostra o corte AB. Represente no espaço abaixo o corte CD.
~
1
CORTE AB
~
c1·-· 1. ·-·llo
CORTE CD
V//////////////////////////////////////////////////////////4
Brincadeiras à parte, a Figura 7.3 expõe como o corte é feito em uma peça.
1//////////////////////////////////////////////////////////./4
EXERCÍCIO RÁPIDO
Aponte qual dos cortes está representado corretamente e corresponde às peças ao lado.
a]
b]
c]
D
d]
~//////////////////////////////////////////////////////////,;
E quando o corte acontece em uma casa, como na Figura 7.4? Observe o exemplo a seguir.
Se você olhar para o lado para o qual a seta está apontada, verá algo semelhante à
Figura 7.5.
Figura F,1- Detalhe do corte de edificação
~
~
~~
C1l
..e
C1l
u
~
o
:g
li
C1l
u..
_,.
~ o
<D
.,,.,, .,,.,, ~
~
Jl
- o
<D
o
o ;::j o
,-<
N
~~ ~
- ,-<
1r
Existem regras específicas para a represen- -+ A porção da peça supost amente reti-
t ação dos cortes. No Brasil, eles são nor- rada não pode ser omitida nas demais
malizados pela NBR 10067 (ABNT, 1995b) . vista s, uma vez que o corte é imaginá-
rio e a peça não está, de fato, cortada.
Para desenhar um corte de acordo com
as normas, deve-se atentar aos seguintes -+ As zonas em que a peça foi cortada
itens: são assinaladas por meio de hachuras
conforme a NBR 12298 (ABNT, 1995c).
Para cortes, o padrão são linhas finas, - Ao desenhar os cortes, deve-se buscar
equidistantes e em 45º, conforme o representar a complexidade dos obje-
modelo da Figura 7.6. tos. Para o desenho ficar inteligível, é
essencial evitar ao máximo o uso das
Figura PI!- Representação de área de linhas de contorno invisíveis.
corte por meio de hachuras
- As superfícies de corte (à exceção
do corte parcial) devem ser sempre
•
Perceba que a textura está a 45º em
relação à vista frontal, mesmo que o
-----
A
------
objeto não esteja paralelo à linha hori-
zontal, como o segundo retângulo.
Caso haja um conjunto de peças repre-
sentado, é preciso alterar o sentido da - Por vezes, pode-se fazer uma transla-
hachura, usando um ângulo de 135º. ção do plano de corte para represen-
tar elementos não contemplados pelas
- Sempre que possível, os planos de
peças produzidas. Esse artifício, muito
corte devem passar pelos eixos de
usado na engenharia mecânica, reduz
simetria da peça a ser cortada.
o número de desenhos que compõem
a representação de peças e objetos.
Confira o exemplo da Figura 7.8.
Pii i i
Corte CD
r-·
cl
-@-1
. .
I L·-·-·w-·- ·~
6__
Perspectiva
Vista superio r
Para representar os dois furos presen- peça, mas arestas invisíveis foram
tes na peça, o corte CD sofreu uma suprimidas para tornar o desenho
translação. mais claro. Outra questão perceptível
ao analisar a imagem é o uso de
- A Figura 7.9, por seu turno, representa
hachuras com o sentido alterado,
um registro de gaveta em vista frontal
para que seja possível compreender
e um do corte. Perceba a quantidade
as peças que compõem o registro.
de informações constantes na vista.
O corte melhora o entendimento da
Figura F,1- Registro de gaveta
\ \ /
>-----J r-----<
/ \ \
Chumbo e zinco
! 7.1.2
1
Co rte AB
1 •
1 !
ffil .
.
.
1
CORTE PARCIAL
A
te@)~- i ! B i
fina à mão livre (A) e linha contínua fina
em zigue-zague (B), conforme a Figura
7.12.
~
1
o
·-·-·--+·-·-· "'
-s
1
7.2
Apesar de as duas notações serem possí-
veis, em engenharia, encontram-se muito
SEÇÕES
mais linhas finas à mão livre do que em É possível entender as partes internas
zigue-zague. Já na arquitetura, o segundo que compõem uma peça recorrendo ao
modelo é mais comum. uso das seções, que indicam, de maneira
simplificada, partes das peças e seus
perfis. Esse recurso evita o uso de vistas desnecessárias e garante o perfeito entendi-
mento da composição e da estrutura da peça.
A Figura 7.13 demonstra como é a seção da peça (A), devidamente representada por
B, ao passo que C e D representam respectivamente as vistas superior e frontal - por-
tanto, sem as especificidades da peça à mostra. Assim, pode-se verificar a importância
do uso de seções.
e D
·-·-·-·-·-·
<$} $
·-·--------·-
$
·-
6bÍé
Há diversas formas de usar seções, mas em todas elas só se representa a região seccio-
nada da peça, sem qualquer outro detalhe.
Como ilustramos na Figura 7.14, é possível fazer diversas seções em uma peça: pode-se
nomear cada uma (A) ou optar por indicá-las sucessivamente (B).
-~-
1
Seção AA
-•- j
Seção BB
-~-
1
Seção CC
(continuo)
{Figura 7.14 -conclusão)
~ -l:
-~- -*- -~-
1 j 1
SÍNTESE
Cortes Seções
Representação
do interior
dos objetos
5 Podemos substituir uma das vistas de um objeto por um corte? Nesse caso, como
o corte pode ser chamado?
1 1
,-...
o- 1
-~
'
[J[J[J ri
LJ")
DDD
~
LJ")
,-...
o -
-~
'
r-·- --
17,8
,- ,,-
1- 1-
4
A. Ferro fund ido
B. Cobre, latão e bronze
C. Aço
D. Chumbo e zinco
E. Alumínio e ligas leves
F. Borracha, plástico e isolantes
7 Defina o tipo de corte apresentado na peça a seguir.
1Í 1 1Í 1
L
a] Meio corte.
b] Corte total.
c] Corte parcial.
d] Vista cortada.
e] Corte composto.
~ F
-·$·-
,-l-,
1 ! 1
Corte AA
a] Meio corte.
b] Corte total.
c] Corte parcial.
d] Vista cortada.
e] Corte composto.
9 Defina o tipo de corte apresentado na 10 Com base nas seguintes peças, trace
peça a seguir: um plano de corte adequado a sua boa
~ representação.
ro
..e 1
ro
u r a]
i!2 1
o 1
:g
.oro
u..
1
1
1
_6_
! [!J
i
1
1 ·y·-
b]
G
1
Corte AA
-~~}~--m--
1
• 1
c]
-@- i 1----1
d]
a] Meio corte.
b] Corte total.
c] Corte parcial.
d] Vista cortada.
e] Corte composto. e]
11 Com base nas perspectivas a seguir, verifique se estão corretas as vistas das peças
A e B. Desenhe o corte na vista superior e, em seguida, aponte qual vista terá de
ser substituída.
A
.rl_
. . . .l_ ____.l....h_...... [Iru
1
D 1
b]
c]
1'&'1
d]
e]
f]
-~-
a]
1
r-,
+ -+
...J
r-
1-
L_..J
ee
b]
988
c]
CJCJ
~ E)J E)J
PARA SABER MAIS
Rolamento
-""
u
B
~
QJ
t:::
::,
..e
.!:Q.
-e~
::,
..e
u
o
~
>
Engrenagem
Flange
Porca
o Rebite
o
Capí~ulo 1
1
PERSPECTIVAS
esde a Antiguidade, o ser humano romanos na Antiguidade Clássica, mas, a
buscou retratar sua realidade em despeito disso, a representação fiel à rea-
pinturas. Tal forma de represen- lidade despertava o interesse de estudio-
tação, porém, nem sempre tencionava ser sos.
fiel à realidade. No Egito, por exemplo, os
Os gregos, à época, fizeram uma experiên-
objetos eram representados conforme seu
cia geométrica bastante similar à desco-
valor, tanto espiritual quanto temático.
berta da perspectiva que conhecemos
Essa forma de representação pressupu-
atualmente (Mandarino, 2011). Ao posi-
nha que as figuras fossem compreendidas
cionar um mesmo objeto em diferentes
por inúmeras pessoas - daí, aliás, a
pontos, considerando um observador e
importância da chamada lei da frontali-
um plano (quadro), usaram a "projeção"
dade. Semelhante forma de representa-
de tais objetos no plano com o intuito de
ção influenciou profundamente gregos e
representá-los, como na Figura 8.1.
Figura li- Experiência grega
Mais longe Mais perto Mais longe
O, '\ \
P, /
1
0 /
'\ \ / /
'\ 12,76\ \ 10,06/ / 12,76 /
Quadro
/
/
/
Observador
Fonte: Ma nd arino, 2011, p. 15.
O ponto de fuga (PF) corresponde aos Figura !1!- Perspectiva canônica com dois
lugares para os quais convergem as pontos de fuga
linhas que se dirigem ao horizonte.
PFl Horizonte PF2
As perspectivas podem apresentar um ou
mais pontos de fuga. Observe as imagens
a seguir.
8 .2.1 ; Profundidade
AXONOMETRIA OBLÍQUA
(PERSPECTIVAS MILITAR
Largura
E CAVALEIRA)
45º
B
60º
~
y
e (continua)
(continua)
(Figura 8.8-canclusão)
z 1////////////////////////////4
EXERCÍCIO RÁPIDO
8.2.2
y
AXONOMETRIA ORTOGONAL
X
(PERSPECTIVAS ISOMÉTRICA,
60º
DIMÉTRICA E ANISOMÉTRICA)
a = f3=y
~
º·
y X / o '-
120º / '-
/ '-
Na construção de perspectivas, é comum / '-
y,,
/ '-
prolongar os eixos x e y a partir do ponto 'x
de origem (O), formando ângulos de 30º A construção de objetos em perspectiva
com a horizontal, ao passo que o eixo z isométrica requer uma régua paralela ou
(vertical) é preservado. Confira, no exem- Te um par de esquadros.
plo a seguir, a representação de um cubo.
Sugerimos o uso dos esquadros de 30º e
60º para traçar as linhas dos eixos x e y
(horizontais no mundo real) e do esqua-
dro de 45º para as linhas verticais (z), con-
forme a Figura 8.13.
Figura li - Desenho com esquadros
(continuo)
(Quadro 8.2 - conclusão)
'1//////////////////////////////////////////////////////////./4
EXERCÍCIO RÁPIDO
Reproduza, usando sua régua paralela e seus esquadros, a imagem a seguir. Use uma
folha A4 com margens e legenda de acordo com as normas. Antes de desenhar, verifi-
que uma escala adequada ao tamanho de sua folha de papel.
'1//////////////////////////////////////////////////////////./4
8.3.1
CÍRCULOS ISOMÉTRICOS
V/////////////////////////////////////////////////////////./4
Agora, é hora de mais alguns exercícios para você fixar os conceitos estudados.
SÍNTESE
Tipos de perspectiva
Cônica Axonométrica
Militar e Isométrica,
cavaleira dimétrica e
(oblíqua) anisométrica
(ortogonal)
QUESTÕES PARA REVISÃO
b]
3 Desenhe as seguintes peças em perspectiva isométrica a partir do conjunto de vis-
tas dado.
a]
g 1
~
"'
..e
"'u
~
o
:Q
.o
"'
u..
td B ~ B
[EIJ
b]
ITI3
[8 a BJ D
c]
~
~En
d]
a
~[]b
1 1 : 1
Li iJ
4 (CESPE - 2012 - TJ-RO) Em termos 5 Desenhe, em perspectiva cônica (dois
práticos, a representação da pers- pontos de fuga), este dado, um cubo
pectiva cavaleira ou militar é utilizada de 1,5 cm de altura.
a 45º e deve ser construída a partir do
desenho da planta baixa. Nesse sen-
•
•••
tido, assinale a opção em que a figura
• I
' ,,,
em perspectiva corresponde à pers-
pectiva cavaleira.
' •
a]
I
- Profundidade: 55 cm
d]
Fl F2
F3
e]
7 Desenhe, em perspectiva isométrica,
seu quarto. Coloque móveis e aber-
turas. Desenhe as paredes até 1,5 m
(medida que os arquitetos usam para
desenhar a planta - corte em plano
horizontal).
Bom divertimento!
Cap1tu 1o
'
, 1
1
;
- ~---r--
SISTEMAS DE COTAGEM
norma brasileira para cotagem em representado, indicando sua verdadeira
desenho técnico é a NBR 10126 grandeza, sem necessidade de instrumen-
(ABNT, 1987b). Tal documento tos de medição, como escalímetros.
fixa os princípios gerais de cotagem que
Nesse sentido, os desenhos têm de con-
devem ser empregados em todos os dese-
ter todas as cotas necessárias para viabi-
nhos técnicos. Entre as diversas especiali-
lizar a plena execução do projeto. Assim,
dades de engenharia, design e arquitetura,
as cotas devem ser distribuídas nas vistas
pode haver normas complementares e
utilizadas para representar o objeto, con-
especificidades, mas, em geral, essa é a
forme as características de cada desenho.
norma a ser seguida.
Em arquitetura, por exemplo, usam-se cor-
As cotas são elementos de desenho
tes e elevações para assinalar as alturas
técnico cujo objetivo é fornecer infor-
e planta baixa para demarcar larguras e
mações sobre as dimensões do objeto
comprimentos.
9.1 Perceba que a cota auxiliar apresentada
DEFINIÇÕES resulta da somatória de quatro cotas.
Note, também, que há três cotas não fun-
A NBR 10126 define cota como a "repre-
cionais representadas, que não interferem
sentação gráfica no desenho da caracterís-
no funcionamento da peça em questão.
tica do elemento, através de linhas, símbo-
los, notas e valor numérico numa unidade A norma ainda postula que não é indicado
de medida" (ABNT, 1987b, p. 1). especificar os processos de fabricação ou
métodos de inspeção, exceto quando
As cotas subdividem-se em três grupos:
indispensáveis para assegurar o bom fun-
funcionais, não funcionais e auxiliares.
cionamento ou a intercambialidade (ABNT,
As cotas funcionais (F), segundo a norma, 1987b).
são essenciais para o funcionamento da
Observe a Figura 9.2: a cotagem funcional,
peça, que não recebe interferência direta
de acordo com a norma, deve ser escrita
das não funcionais (NF). As cotas auxi-
diretamente no desenho (A); ocasional-
liares (AUX) são meramente informati-
mente, todavia, pode-se justificar sua
vas - muitas vezes, derivadas de valores
escrita indireta (B). Já a cotagem não fun-
já informados- e têm como principal fun-
cional deve levar em conta a conveniência
ção evitar cálculos desnecessários.
para a produção e a inspeção.
Confira a Figura 9.1.
NF
u.. u..
NF
NF
AU X
f---~-t
A São elementos que compõem o sistema
de cotagem, conforme a NBR 10126 (ABNT,
1987b):
f---~-t
B
cota, ultrapassando-as em cerca de
três milímetros. Se necessário, podem
ser oblíquas.
25±0,06 1
1 2. Linhas de cota - linhas retas ou arcos,
40±0,005
normalmente com setas nas extremi-
dades, de traço contínuo fino, para-
f---~-t 1 15±0,01
lelas ao contorno do elemento cuja
dimensão definem.
~I
{setas)
80
{setas)
or i
Cotagem
correta
50
pg Cotagem
inadequada
70
60
o
LI)
o
LI)
om
Cotagem Cotagem
correta inadequada
Outras regras importantes: --+ Caso o espaço necessário seja insufi-
ciente, deve-se posicionar a cota pró-
- As cotas devem localizar-se preferen-
xima à linha de cota e ligada a ela por
cialmente fora do contorno da peça,
meio de uma linha de referência.
podendo ser colocadas no interior das
vistas caso propiciem mais clareza e --+ Sempre que possível, as cotas devem
legibilidade. ser alinhadas.
1 ~
- - - - - - 1
3
- ~
o ------.i 1 1 Cmeto
30
Não recomendado
1 1
~ -
Não recomendado
o
N
45
~ 15 1
Errado
45
1
15
LI) 1
ri
Aplicação da
~--------+-~ linha de referência
1
20
1. 25
.1. 15
.i. .1
15
Correto
Caso haja um elemento cortado que pre- que, nas linhas de cota horizontais, o
cise ser cotado, deve-se proceder con- número deve estar acima da linha; nas
forme a Figura 9.7. linhas de cota verticais, à esquerda; por
fim, nas linhas de cota inclinadas, deve-se
Figura !IJ- Exemplo de cotagem em peças
procurar a posição de leitura (horizontal).
interrompidas
Já no segundo método, as linhas de cota
são interrompidas e o número é posicio-
nado no meio da linha de cota, permane-
n
:- ]
40
50
Segundo método
9.5
Você viu, até agora, as regras gerais de cotagem, mas há elementos específicos, que
requerem procedimentos adequados.
Para definir um elemento angular, por exemplo, ao menos duas cotas são necessárias:
(continuo)
~
(Quadro 9.9- conclusão)
lQ X lQ
20 X 4 5º
Cotagem por lado e ângulo
Peças que serão manuseadas ou ficarão em regiões de grande circulação costumam ter
seus cantos vivos "quebrados", por assim dizer, a fim de atenuar os riscos de arranhões e
cortes. Para tanto, o recurso utilizado é o chanfro, configurado por pequenas inclinações
nas bordas das peças. Sua cotagem segue os mesmos princípios das peças angulares.
Analogamente, os cantos vivos dos furos presentes nas peças - os chamados escarea-
dos - também seguem tais regras, abarcando a possibilidade de apontamento do diâ-
metro do furo e do ângulo da inclinação, conforme a Figura 9.10.
(OTAG EM DE RAIOS
Você já viu diversas peças que contêm elementos circulares ou semicirculares. Para
dimensioná-los, é preciso lançar mão da cotagem de raios, na qual o limite da cota é
definido por uma única seta, que pode ficar dentro ou fora da linha de contorno da
curva, conforme a Figura 9.11.
'--........- - , 1>.;,
o
ao
N
9 .7
Perceba que o centro das circunferências
(OTAGEM DE ÂNGULOS
de origem das curvas tem de estar mar-
cado e, em algumas situações, deve-se A linha de cota utilizada na cotagem de
também marcar a posição do centro em ângulos é traçada em arco, cujo centro
relação aos lados da peça. deve coincidir com o vértice do ângulo.
Muitas vezes, ao projetar uma peça, há elementos cuja distância se repete constante-
mente. Tal repetição pode ser linear ou angular.
No caso das repetições lineares (Figura 9.12), é preciso cotar o espaço total e o número
de espaços repetidos (A) . Já nos elementos angulares, identifica-se o valor do ângulo e/
ou a quantidade de elementos (B).
1 1 1 1 1
·$-·$-·-$·-$·-$·-·
i i i i i
,. 20., l : " · 1
110 (Sx22) ., 1
70
Caso os furos não sejam equidistantes, a cotagem deve acontecer conforme a Figura 9 .13.
1 1 1
·$-·-·-·-·-·-·-·-$·-$·-·
i i i
22
1
I. ,o. I: •
88
• I. ,, . I
SÍNTESE
Cotagem
~[--·-·-·
----
15 26
1- 26 -1
56
ESC 1:1
R ---------~~
ESC 1:1
2 Observando a imagem a seguir, responda às seguintes perguntas.
--------------------~~-~
ESP 5
~t
+-; ---<+>--_____.__
-·-$-·- ~
;Q
6 !
o
m
i i
_ _ ..__-+----+----+---'
25
40
50
ESC 1:1
N
m
-----------""""-~
49
~I
s Escreva, nas linhas indicadas, os nomes dos elementos de cotagem indicadas pelas
setas no desenho a seguir.
do desenho.
-é-.
. $ -é-
1 . • 1
<D ~t
,-<
N
11 Selecione três objetos de seu cotidia-
no (lapiseira, compasso e chaveiro, por
exemplo). Represente as vistas desse
objeto, sua perspectiva isométrica e
28 12
1 cote as peças. A escolha da escala é
Figura 1 fundamental.
Considerações finais
O meticuloso estudo dos conteúdos apre- Com o que você aprendeu aqui, é possível
sentados e trabalhados neste livro habilita trabalhar desde os projetos simples até os
você a elaborar desenhos técnicos usando grandes e complexos. Esses conteúdos são
instrumentos. a base para o trabalho com softwares CAD,
desafio seguinte ao aprendizado de dese-
Os conteúdos desenvolvidos visaram a
nho técnico. Tais programas são desen-
uma formação global, abordando os prin-
volvidos com base no que você estudou e,
cipais conceitos da área, suas característi-
portanto, seu conhecimento é fundamen-
cas, aplicações e muitos exercícios, viabi-
tal para desenvolver habilidades e compe-
lizando sua proficiência na representação
tências com vistas ao uso do computador
gráfica e no entendimento dessa lingua-
como ferramenta de desenho técnico.
gem, que se pretende universal.
Referências
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6158: sistema de tolerâncias e ajustes.
Rio de Janeiro, 1995a.
_ _. NBR 8402: execução de caracter para escrita em desenho técnico. Rio de Janeiro, 1994b.
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Janeiro, 1984a.
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_ _. NBR 10067: princípios gerais de representação em desenho técnico. Rio de Janeiro, 1995b.
_ _. NBR 10582: apresentação da folha para desenho técnico. Rio de Janeiro, 1988.
FERREIRA, J.; SILVA, R. M. Adaptação de desenho técnico mecânico. São Paulo: Senai, 2009.
FRENCH, T. E.; VIERCK, C. J. Desenho técnico e tecnologia gráfica. Porto Alegre : Globo, 1995.
GARDNER, H. Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes
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ISO - lnternational Organization for Standardization. ISO 128-1: Technical Drawings: General
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_ _ . ISO 128-20: Technical Drawings: General Principies of Presentation: Part 20: Basic
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. ISO 7200: Technical Product Documentation: Data Fields in Title Blocks and Document
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LACAZ. Desenho. ln : DERDYK, E. (Org.). Disegno. Desenho. Desígnio. São Paulo: Senac, 2007.
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MACHADO, A. Geometria descritiva. 26. ed. São Paulo: Projeto Editores Associados, 1986.
RIBEIRO, A. C.; PERES, M. P.; IZIDORO, N. Curso de desenho técnico e AutoCAD. São Paulo:
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SILVA, C. T.; RIBEIRO, A. S.; DIAS, C. T. Desenho técnico moderno. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
SPECK, H. J.; PEIXOTO, V. V. Manual básico de desenho técnico. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1997.
TATON, R.; FLOCON, A. A perspectiva. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1979.
abcdefghijk(mnopqrstuvwxyz
0123456789
Com base no modelo apresentado acima, trei ne a cal igrafia técnica. Use as indicações: nas
primeiras linhas, com apenas duas m arcações, faça as letras maiúsculas; nas seguintes, com
4 m arcações, treine as letras minúsculas. Treine os números no último conjunto de linhas.
Caso sinta necessidade, use ma is de uma folha.
Bom trabalho!
GRADE ISOMÉTRICA PARA ELABORAÇÃO DE CÍRCULO ISOMÉTRICO
Respostas*
respondentes às projeções que serão metálica com vários furos, que serve
representadas; detalhar as vistas, tra- para facilitar que o desenhista apa-
vista; com o mesmo traço, acentuar escova para limpar resíduos de borra-
em cada projeção os detalhes visíveis; cha e grafite sem prejuízos ao desenho,
pido que representam os contornos 5. A régua paralela fica presa à mesa por
A4
- AS
2
mento de uma aresta invisível
--i--1--
3 Quando uma aresta invisível termina
angularmente ou perpendi cularmente a
um contorno visível
-----1
----1
4 Quando duas linhas de eixo se
interceptam 1
-·+·-
a]
b]
b]
e]
e]
[JJ[I]
~
Questões para revisão
1. 5-ao normalizados o . .
ceiro diedro. pnme1ro e o ter-
b]
E§
1. ~
L
h 1
~
e]
L
5.
s_1_
D 6..2..,..
\
7~ 8..!!!,_
ºª 14~
D 15 _Ê_ 16_.l_
~
~ c!3 ~ [;b ~ Ea
Vista Vista Vista lateral Vista la tera 1 Vista Vista
frontal posterior direita esquerda superior inferior
~
E9 0
Vista Vista
e] [g
Vista lateral Vista la tera 1
l--~ 1BJ
Vista Vista
frontal posterior direita esquerda superior inferior
~ ~ ~
[II] [II]
Vista
rJ
Vista
-
Capítulo 7
Questões para revisão
Exercício rápido
1. O principal propósito do corte é tornar
p. 133
clara e legível a representação do inte-
--6.-J rior de objetos.
1
2. Duas orientações gerais para a cons-
trução de cortes:
1
-+ O plano de corte é indicado por
1
meio de uma linha traço e ponto
~ estreita (G3), semelhante à linha
CORTE AB
de simetria - à diferença de ter,
nas extremidades, um traço largo
o
para acomodar a identificação do
corte em questão.
:~
. . . . . .______.
. . . -JioIJ
~
r--E1---:r
b] A vista frontal terá de ser substituída.
12.
a]
b]
e]
d]
-E
e]
~~
f]
-~-
13.
a]
b]
a e rw
e]
a~
~~~
Capítulo 8 3.
a]
Exercício rápido
p.166
Desenhe a seguinte peça em pers-
pectiva cavaleira (45º) e militar (45º).
Para tanto, use uma folha A4, com as
margens conforme o padrão.
b]
c]
4. a
5. Resposta pessoal.
6. Resposta pessoal.
7. Resposta pessoal.
Capítulo 9
Questões para revisão
1.
...,.
C,
~ ...,.
N
-&
56
ESC 1:1
2. 4.
a] 65,30e5.
b] 6.
e] 10, 25, 40 e 50.
d] 10, 15 e 20.
3. e
5.
Linha de cota
20
6. e
7. Linhas auxiliares, linhas de cota, setas e cotas.
8. Resposta pessoal.
9. Errado.
Sobre os autores