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Legislação do estatuto do

deficiente físico e história da


amputação
Próteses e órteses
Prof. Me. Joaquim Henrique Lorenzetti Branco
LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO
DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA –
LBI – LEI Nº 13.146/2015

ESTATUTO DA PESSOA
COM DEFICIÊNCIA
“Deficiência”: o conceito social

A deficiência é um conceito em evolução; ela é resultado da


interação entre pessoas com impedimentos (8sicos, mentais,
intelectuais ou sensoriais) e as barreiras devidas às a=tudes e ao
ambiente que impedem a plena e efe=va par=cipação dessas
pessoas na sociedade em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas.
Disposições gerais

Art. 1º - É ins=tuída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com


Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), des=nada a
assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício
dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com
deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
Disposições gerais

Art. 2º - Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem


impedimento de longo prazo de natureza 2sica, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua par=cipação plena e efe=va na
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
Dos direitos fundamentais
v Habilitação, reabilitação e saúde:

Ø Reconhecimento da habilitação e reabilitação como um


direito da pessoa com deficiência, com vistas a sua
autonomia e par4cipação social em igualdade de condições
com as demais pessoas;
Dos direitos fundamentais
v Habilitação, reabilitação e saúde:

Ø Desenvolvimento de ações ar=culadas pelo SUS que


garantam à pessoa com deficiência e sua família a aquisição
de informações, orientações e formas de acesso às diversas
polí=cas públicas existentes, com a finalidade de propiciar
plena par=cipação social;

Ø Proibição de planos de saúde discriminarem a pessoa em


razão de sua deficiência.
v Habilitação, reabilitação e saúde:

Ø Os processos de habilitação e de reabilitação devem ser


embasados na avaliação mul4disciplinar, que analisa as
necessidades, habilidades e potencialidades de maneira
individual de cada pessoa com deficiência.
v Habilitação, reabilitação e saúde:
v Habilitação, reabilitação e saúde:

Ø Os profissionais envolvidos em serviços que promovem o


tratamento e a reabilitação de pessoa com deficiência devem
ser capacitados para exercer as técnicas e os procedimentos,
e devem manter-se atualizados por meio de capacitação
con=nuada. Todos os serviços de saúde pública devem
promover ações específicas para a pessoa com deficiência
8sica.
v Habilitação, reabilitação e saúde:
v Habilitação, reabilitação e saúde:
Acessibilidade

LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015


Ar=go 3º
“possibilidade e condição de alcance para u=lização, com
segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos
urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação,
inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou
privados de uso cole=vo, tanto na zona urbana como na rural,
por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.”
Redes de atenção à saúde

“São arranjos organiza4vos de ações e serviços de saúde, de


diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de
sistemas de apoio técnico, logís4co e de gestão, buscam
garan4r a integralidade do cuidado.”

As RAS têm como obje=vo promover a integração de ações e


serviços de saúde para prover uma atenção à saúde de forma
confnua, integral, de qualidade, responsável, humanizada,
com vistas à consolidação dos princípios e diretrizes do SUS.
Redes de atenção à saúde
Redes de atenção à saúde
Componentes redes de atenção à saúde

Atenção Básica;
Rede de Cuidado à
Pessoa com Deficiência Atenção especializada em
reabilitação audi4va, 2sica,
intelectual, visual, ostomia e em
múl4plas deficiências;
Atenção hospitalar e de
urgência e emergência.
Rede de cuidado à pessoa com deficiência

Ampliar o acesso e qualificar


atendimento às pessoas com deficiência
no SUS, com foco na organização de rede
e na atenção integral à saúde, que
contemple as áreas de deficiência
audi=va, 8sica, visual, intelectual e
ostomias.
Rede de cuidado à pessoa com deficiência

Ampliar a integração e ar=culação dos serviços de reabilitação


com a rede de atenção primária e outros pontos de atenção
especializada.

Desenvolver ações de prevenção de deficiências na infância e vida


adulta.
Componentes da Rede de Reabilitação:

CER - Centro Especializado em Reabilitação.

Oficinas Ortopédicas: local e i=nerante.

Centros-Dia.

Serviços de Atenção Odontológica para Pessoas com Deficiência.

Serviço de Atenção Domiciliar no âmbito do SUS.

Atenção Hospitalar.
Terminologia

• “portadores de deficiência”
• “portadores de necessidades especiais”
• “pessoas especiais”
• “inválidos”
• “deficientes”

“PESSOA(S) COM DEFICIÊNCIA”


audi6va, visual, ;sica, intelectual, mental
HISTÓRIA DAS AMPUTAÇÕES
História das amputações

v Amputações de membros são tão an=gas quanto a própria


humanidade.

Ø Existem evidências mais an=ga encontradas no Ins=tuto


Smithsonian: Um crânio humano de 45 mil anos, com os
dentes desgastados e alinhados, o que indica a presença de
membros superiores amputados.
História das amputações
v Pinturas:
Ø Cavernas da Espanha e França com aproximadamente 36 mil
anos;
Ø Mu=lações de membros.
História das amputações
v História da guerreira Rainha Vishpla:
v Ferida na guerra = Membro inferior amputado, confeccionou
uma prótese em ferro e retornou a batalha.
História das amputações

v 2.300 a.C.: Arqueólogos russos descobriram um esqueleto de


uma mulher com um pé ar=ficial;

v A prótese era composta de Pé-de-cabra adaptado ao coto,


mediante um encaixe feito com a própria pele dissecada do
animal
História das amputações

v Historiador grego: Herodotos ( 424 a.C.):

Ø Um vidente Persa condenado à morte pelos Espartanos,


escapou dos instrumentos medievais de tortura amputando o
seu próprio pé. Após a cicatrização confeccionou um pé de
madeira, viajou para “Tregea” caminhando, foi recapturado e
finalmente decapitado.
História das amputações

v Aristofanes (Século V a.C.):

Ø Escreveu peça teatral “As Aves”. Personagem u=lizava prótese


em seu membro amputado.
História das amputações

v Amputações da pré-história e época medieval:


o As amputações eram causadas por diversos mo=vos:

Ø Amputações traumá=cas: batalhas, captura dos inimigos ou


punição judicial;

Ø Doenças (gangrena, tuberculose, lepra).


História das amputações

Ø Cirurgias: Com ou sem anestesias, analgésicos e instrumentos


próprios.
Ø Nas punições judiciais: Técnica de guilho=na com machado e
sem anestesia;
Ø Cura=vos cirúrgicos: Extratos de plantas com ópio, cânhamo,
cicuta e álcool;
Ø Ligaduras: Fibras de algodão e fios de cabelo humano;
Ø An=-sép=cos: Fumo, mel e vinagre;
História das amputações

Ø Cauterização: Óleo quente;


Ø Instrumentos cirúrgicos: Materiais de bronze, machados de
pedra e ossos de animais.
História das amputações
v Mais an4ga descrição técnica de amputação:

Ø Hipócrates (460 - 377 a.C.): Pai da medicina cienffica;


Ø Amputações por meio das ar=culações com guilho=nas,
sempre em tecidos necró=cos sem sensibilidade.
História das amputações

v Anos negros (entre os Séculos V e XV): “Era das trevas” :


Ø Houve uma pequena evolução cien=fica;
Ø Técnicas primi=vas de amputação voltaram a ser u=lizadas
nesses anos.
ü Amputações: Guilho=nas;
ü Anestesia: Bebidas alcoólicas;
ü Cauterização: Ferro quente ou óleo;
ü Processos infecciosos;
ü Morte (infecção ou choque).
História das amputações

v Surgimento de guerras:

Ø Número de pessoas amputadas aumentou bruscamente;


Ø Desenvolvimento de técnicas cirúrgicas mais avançadas;
Ø Novos disposi=vos mecânicos;
Ø Técnicas de prote=zação.
História das amputações

v Primeira Guerra Mundial:


v 300 mil amputados em toda a Europa;
v Forçou a pesquisa e o desenvolvimento da área da reabilitação;
v Nessa época as oficinas ainda confeccionavam de forma a
artesanal,
v Preocupação maior: Colocar os soldados mu=lados em pé para
retornar rapidamente a batalha.
História das amputações

v Segunda Guerra Mundial:


Ø Programas de pesquisas incen=varam novos estudos;
Ø Componentes pré-fabricados com princípios biomecânicos
mais funcionais;
Ø Aprimoramento dos encaixes proté=cos.
Ø Pés, tubos, adaptadores, ar=culações e materiais como fibras,
resinas, termoplás=co tem sido desenvolvidos: Reabilitação
com alta tecnologia.
História das amputações

Ø 1968: Hans Mauch/Sistema hidráulico dos joelhos proté=cos.


Ø 1970: Fundação ISPO (Sociedade Internacional para
Capacitação no Desenvolvimento de Próteses, Órteses e
Reabilitação).
Ø 1971: Prótese endoesquelé=ca com cobertura cosmé=ca.
Ø 1980: Pé SAFE/pé dinâmico.
Ø 1985: Encaixe CAT-CAM.
Ø 1986: Sistema ICEROSS para trans=biais.
Ø 1989: Sistema 3S (para próteses abaixo do joelho).

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