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Análise Crítica filme Rain Man

1) Fazer uma análise crítica tal como uma resenha do filme “Raiman”. A
resenha deve conter: Um breve resumo da história e uma análise crítica que
enfoque a relação entre autismo e o uso da memória.

Em Rain Main, filme americano de 1988, Tom Cruise interpreta o


personagem Charlie Babbit, que enquanto partia para descansar num fim de
semana, recebe a notícia de que se pai, com o qual não tinha contato há
muitos anos, havia morrido. Seu pai lhe deixou de herança apenas rosas
premiadas e um carro fato que deixa Charlie insatisfeito porque ele vive em
dificuldades financeiras e uma grande soma resolveria seus problemas.
Entretanto, devido ao relacionamento de ódio e amargura mantido entre os
dois, e interessado no dinheiro do pai, acaba descobrindo que toda a herança
deste, estimado em mais de três milhões de dólares, foi destinado a um
desconhecido.
Para sua surpresa maior, descobre que o homem é seu irmão, um
autista que passou a maior parte de sua vida em uma instituição. Raymond
interpretado por Dustin Hoffman tem comportamentos estereotipados
peculiares a pessoas com o mesmo diagnóstico: um caminhar desajeitado,
lento e inseguro, seu olhar é vago, aparentemente sem qualquer foco, e sua
voz é anasalada. Charlie irrita-se frequentemente com Ray porque não tem
paciência para lidar com suas limitações.
Com a intenção de conseguir metade da herança, foge levando seu
irmão à uma viagem e, em meio a ela, acaba descobrindo que ele possui uma
memória infalível e executa com facilidade cálculos numéricos, por isso, Charlie
ao perceber essas particularidades do irmão vão a um cassino em Las Vegas
onde ele consegue leva todas as rodadas contando as cartas.
Conforme Fernades e outros o autismo é um transtorno psiquiátrico de
instalação precoce descrito pela primeira vez por Leo Kanner, em 1943. Uma
imagem distorcida que muito tem dos autistas refere-se à crença de que todos
são gênios matemáticos, fato erroneamente apresentado pela maioria dos
filmes, como Rain Man. Existem de fato autistas com habilidades
extraordinárias, denominados de autistas de ‘alto desempenho’, mas que são
uma minoria, representando menos de 5% dos portadores do distúrbio. Com
relação a memória, apresentam um grande desenvolvimento da memória
fotográfica, da memória auditiva e da ‘memória de calendário’, este último
observado no filme Rain Man.
Para Jorge e Braga (2003), a Síndrome de Savant é uma condição rara,
em que a pessoa portadora das mais variadas desordens mentais, incluindo o
autismo apresenta brilhante talento ou habilidade contrastando com suas
limitações. Um exemplo da Síndrome de Savant é Kim Peek, que sabe mais de
7600 livros de cor tão bem quanto qualquer código de área, rodovia, cep e
estação de televisão dos Estados Unidos. Dele veio a inspiração para o
personagem, Raymond Babbit, no filme Rain Man. A Síndrome de Savant não
é um transtorno ou uma doença por ela mesma. É uma condição em que
extraordinárias habilidades e memória prodigiosa são impostas à uma
disfunção cerebral de base que surge de um defeito do desenvolvimento ou à
algum transtorno mental.
Fernandes e Outros citam em seu artigo que uma hipótese feita pelo Dr.
Rimland para explicar as altas habilidades e super memória no autista é que
estes indivíduos “têm uma inacreditável habilidade de concentração e podem
focalizar completamente a sua atenção em uma área especifica de interesse”.
Outra importante hipótese é que quando determinada parte do cérebro era
‘desligada’, em geral o lobo temporal esquerdo, pessoas eram capazes de
manifestar habilidades extraordinárias. Segundo o professor australiano, Dr.
Bruce Miller, quando uma parte do cérebro não funciona adequadamente ela
desbloqueia uma parte que até então encontrava-se inerte. Assim qualquer
pessoa poderia ter, através da inibição do funcionamento de certas regiões
cerebrais, habilidades extraordinárias. Logo, o motivo que alguns autistas
apresentam essas habilidades ainda é desconhecido.
Para Dividino e Faigle, a memória humana é capaz de realizar uma rica
variedade de operações. De um lado, a memória humana nos permite a
identificar e classificar sons, sinais, cheiros, gostos e sensações. De outro lado,
ela é capaz de reter e manipular informações que adquirimos durante nossa
vida. O autista pode apresentar altas habilidades numéricas e de memória,
porém não possuem, conforme teoria apresentada uma habilidade de fazer
conexões com a rede de informações que possuem armazenadas.
Podem-se citar dois tipos de memória: A memória de curto prazo ou
trabalho e a memória de longo prazo. Na primeira, a informação é retida por
alguns segundos e até minutos. Já a Memória de Longo Prazo recebe as
informações da Memória de Curto Prazo e as armazena. A Memória de Longo
Prazo, segundo Dividino e Faigle, possui capacidade ilimitada de
armazenamento e, as informações ficam nela armazenadas por tempo
ilimitado. Para Anderson (2004) esse fato deve-se ao quanto estudamos
(repetimos) o conteúdo a ser lembrado, porém isso o único fator responsável
quando este precisar ser evocado. Além do reforço de conexões para um
processamento significativo e uma relação afetiva com o conteúdo também tem
importância para os conteúdos armazenados na memória de longo prazo.
Com isso conclui-se que apesar de alguns autistas possuírem uma
memória espetacular, esses indivíduos não sabem o que fazer com tudo aquilo
o que aprendem. Eles não conseguem e não sabem utilizar a capacidade de
sua memória de forma a concatenar as informações aprendidas para a vida
cotidiana, ou seja, não sabem como aplicar esse conhecimento na sua vida e
nem tirar proveito em relação ao uso da memória. São, na verdade, grandes
repetidores de informações ou mesmo decorebas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ANDERSON, J.R. Psicologia Cognitiva e suas Implicações Experimentais.


Rio de Janeiro: LTC, 2004.

DIVIDINO, Renata Queiroz; FAIGLE, Ariadne. Distinções entre Memória de


Curto Prazo e Memória de Longo Prazo. Disponível
em:<http://www.dcc.unicamp.br/~wainer/cursos/906/trabalhos/curto-longo.pdf.
> Acesso dia 21/11/2010 às 14:50.
FERNANDES, Alisson V; NEVES, João V. A; SCARAFICCI, Rafael. Autismo.
Disponível em: <
http://www.ic.unicamp.br/~wainer/cursos/906/trabalhos/autismo.pdf>. Acesso
em 21/11/2010 às 15:47.

JORGE, Renata Silva; Braga, DJALMA Aranha. Síndrome de Savant: relato


de caso e revisão da literatura. Disponível em: <
http://www.revistamedicaanacosta.com.br/8(4)/artigo_3.htm>. Acesso em
21/11/2010 às 17:20.

MELO Denise Mendonça de. Processo de Memória – Esquecer para


Lembrar. Disponível em:
<http://www.acessa.com/viver/arquivo/psique/2004/10/20-memoria>. Acesso
dia 21/11/2010 às 15:16.

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