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EDUCAÇÃO

MESTRADO EM EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
2.º CURSO: FACULDADE RORAIMENSE
ORAIMENSE DE ENSINO SUPERIOR

BOA VISTA (RORAIMA – BRASIL)


2010
2010-
10-2012

GUIA DO CURSO
Conteúdo

1 – ENQUADRAMENTO DO CICLO CICLO DE ESTUDOS NA REDE REDE DE FORMAÇÃO NACIONAL NACIONAL


DA RESPECTIVA ÁREA...................................................................................................... 3
2 – OBJECTIVOS DO CICLO DE ESTUDOS ...................................................................... 8
3 – PERFIL DO MESTRE EM EDUCAÇÃO, NA ÁREA DE ESPECIALIZAÇÃO DA
EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE SAÚDE .............................................................................................. 9
4 - ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO .................................................................... 10
4.1 - Áreas Científicas, respectivas Unidades Curriculares e Docentes ................ 11
4.2 - Corpo Docente .................................................................................................. 13
4.3 - Ementas/Conteúdos......................................................................................... 13
5 - INFORMAÇÕES DE CARÁCTERCARÁCTER GERAL .................................................................... 16
5.1 - Direcção de Curso............................................................................................. 16
5.1.1 - Director ....................................................................................................... 16
5.1.1 - Assistente Técnica ..................................................................................... 16
5.2 - Endereços.......................................................................................................... 16
5.3. Capa e Folha de Rosto do Projecto de Dissertação ........................................ 16
5.4. Capa e Folha de Rosto da Dissertação ............................................................ 19
6 - CRONOGRAMA .......................................................................................................... 22

2
1 – ENQUADRAMENTO DO CICLO
CICLO DE ESTUDOS NA REDE
REDE DE FORMAÇÃO NACIONAL
NACIONAL DA
RESPECTIVA ÁREA
A Organização Mundial de Saúde (O.M.S.) nas suas mais recentes recomendações releva
não só a importância do carácter preventivo das doenças, mas também o impacto positivo
que possui, no bem-estar das populações, a existência de uma área de formação do
cidadão dedicada à Educação para a Saúde (EpS). Na senda dessas recomendações, o
Estado Português tem tentado implementar um sistema de Saúde que acolha aquele
indicador, introduzindo, quer no sistema educativo, quer na área da Saúde, áreas
curriculares e de intervenção que a contemplem. Verifica-se, porém, um desfasamento
entre as condições necessárias para a implementação daquelas medidas e as condições
realmente existentes no terreno, nomeadamente na falta de quadros qualificados para o
fazer.

Na verdade, quer ao nível do Ministério da Educação, quer ao nível do Ministério da Saúde,


existem necessidades expressas que não encontram resposta nas estruturas de formação
inicial, ou contínua, dos profissionais saídos das instituições que os formam, sob a tutela
daqueles dois organismos. Na verdade, exigências recentes motivadas pela reestruturação
curricular do ensino secundário1, impõem aos professores do Grupo Disciplinar 11.º B
(Biologia e Geologia) a leccionação de disciplinas da área de Saúde para as quais não
tiveram preparação académica, quer inicial, quer contínua - porque não as há
institucionalizadas –, o mesmo se passando na área dos cursos de Ciências da Saúde. De
facto, nem os cursos de Medicina, nem os de Enfermagem, possuem essa valência (nem
muitos dos seus profissionais essa vocação ou esse interesse...) embora, mais tarde, no
desenrolar da sua vida profissional – principalmente os segundos – sejam chamados a
desempenhar funções nesta especialidade. De acordo com as estatísticas oficiais2 serão
necessários mais de 2 000 especialistas em EpS, só para satisfazer as necessidades do
Ministério da Saúde, ao nível dos Centros e Postos de Saúde espalhados pelo país. A estes,
deveremos juntar as necessidades do Ministério da Educação, o que originará, no seu
conjunto, um número muito elevado de profissionais, potenciais interessados em adquirir
essa especialidade e, consequentemente, em adquirirem uma qualificação académica a
juntar à que já possuem.

Para além disso, o Ministério da Educação definiu claramente, por Despacho de 2006, a
importância da Educação para a Saúde nas escolas básicas e secundárias, assim como as
áreas prioritárias de intervenção, que vêm a ser a alimentação e a actividade física, o
consumo de substâncias psicoactivas, a sexualidade e a violência em meio escolar.

Num mundo em que a competitividade é mola de progresso, parece-nos natural que quem
está disposto em investir no seu futuro o faça de modo que considera seguro, porque
inquestionável, e, assim, queira obter a qualificação certificada. Isto é, queira obter um
diploma que certifique a posse dessa qualificação sem sofrer contestação por parte das
entidades empregadoras. Para além disso, se essa qualificação vier associada a um grau
de pós-graduação, mais vantagens trará a quem o possuir, uma vez que tal contribuirá, a
curto prazo, para a progressão na carreira profissional.

Tentando satisfazer as necessidades atrás identificadas e, em simultâneo, criando uma


oportunidade para o desenvolvimento pessoal, mas também profissional, dos Quadros
daqueles Ministérios – e de outros que estejam interessados na temática – propusemo-
nos elaborar uma proposta para a criação de um Segundo Ciclo de Estudos conducentes
ao Grau de Mestre, versando precisamente a área da Educação para a Saúde.

1 Vd. Ofício-Circular n.º D.S.E.E. 23/30.07.04.


2 AAVV (2005) – A Saúde em Número, Lisboa, Ministério da Saúde.

3
A proposta que ora apresentamos aproveita as sinergias emergentes do acordo de
cooperação entre o Centro de Investigação em Educação e Psicologia e o Centro de
Investigação em Ciências e Tecnologias da Saúde,
Saúde ambos da Universidade de Évora.

Se a proposta de um novo Ciclo de Estudos deverá, no nosso entender, responder a uma


necessidade clara da sociedade que nos acolhe, esta que agora apresentamos satisfaz, do
nosso ponto de vista, esse exigente critério. Por outro lado e sob o ponto de vista interno,
ela deve possuir, à partida, uma probabilidade de sucesso que mobilize aqueles que a
idealizaram e que terão de gastar muitas horas a elaborá-la, para a poderem apresentar
aos órgãos decisórios da nossa universidade, esperando que os mesmos sejam sensíveis
às necessidades por nós detectadas. Cremos, também, que a presente proposta se
encontra nessas condições.

A saúde não é só uma realidade objectiva que tem a ver com o bom funcionamento do
nosso corpo, mas uma realidade também subjectiva que se relaciona com a nossa forma
de a pensar, e de a representar mentalmente. Pessoas diferentes pensam a saúde de
maneiras diferentes. Épocas e culturas diversas pensam a saúde, igualmente, de maneiras
diversas.

Desde a dietética pitagórica, concebida como modo ou estilo de vida impregnado de alto
conteúdo moral e ético, passando pelas prescrições dietéticas da Antiguidade clássica,
pelos regimina sanitatis do ocidente cristão medieval ou pelas preocupações de Huarte de
San Juan acerca da alimentação dos pais e a sua influência sobre os filhos procriados, até
ao «elixires de longa vida» à base de álcool, ou os alimentos-medicamentos, e até aos mais
modernos discursos sobre estilos de vida, a saúde e a promoção da saúde, a história da
espécie está amplamente marcada por uma preocupação pela saúde e pelo bem-estar.

Em 1946 a O.M.S. definiu saúde como um «estado de completo bem-estar físico, psíquico e
social». Esta definição tem sido acusada de algum carácter estático, com interpretação
subjectiva, que arrasta um certo idealismo, uma vez que a vida humana é feita de tensões.
Dificilmente uma pessoa se sente em completo bem-estar, o que não quer dizer que não
viva com saúde. Procurando objectivar a definição da O.M.S., Luis Salleras (1990) definiu
saúde como «el logro del más alto nível de bienestar físico mental y social y de capacidad
de funcionamiento que permitan los factores sociales en los que vive inmerso el individuo
y la colectividad» (p. 18).

A definição da O.M.S. é, contudo, uma definição importante que corresponde à nova


preocupação da segunda metade do século XX de situar a saúde numa perspectiva
positiva, em que ter saúde deixa de ser apenas oposto de estar doente. Definir saúde
como bem-estar foi muito importante, uma vez que, segundo Silva (2002), deu
«consistência à mudança que a realidade social vinha construindo, de saúde como um
estado individual em que a pessoa não está doente, para a saúde como realização do
potencial humano aos níveis biológico, psicológico e social em que não basta não haver
doença mas se verifica uma capacidade de viver bem e de se sentir bem» (p. 22). A
definição da O.M.S. refere explicitamente a dimensão social da saúde/doença. Ela impõe
que a nossa concepção de saúde deixe de a encarar como um estado apenas individual,
centrado no funcionamento do corpo e da mente, para passar a compreendê-la como um
estado de existência que engloba as condições de vida da sociedade.

A O.M.S.3 definiu como pré-requisitos de saúde, ou condições prévias da saúde, o


desaparecimento da ameaça de guerra, a igualdade de oportunidades, a satisfação das
necessidades fundamentais (alimentação, educação básica, água, saneamento,

3 O.M.S. (1985) – As Metas da Saúde para Todos, Lisboa, Ministério da Saúde.

4
alojamento adequado, emprego estável e papel útil na sociedade), o que exige vontade
política e apoio da população.

O novo conceito de saúde leva em linha de conta os factores socio-económicos, rejeitando


como ultrapassada a perspectiva que encarava a saúde como mero resultado de acções
individuais, de actos médicos e de serviços de saúde. A noção de saúde preconizada desde
a O.M.S. exige comunidades em que é possível nascer e viver em boas condições para a
realização das potencialidades humanas individuais e colectivas. Há uma estreitíssima
relação entre a saúde e o desenvolvimento económico-social com a qualidade de vida da
sociedade. Foi precisamente esta ideia que a Declaração de Alma-Ata (Conferência
Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde), de 1979, integrou, afirmando que a
saúde é um direito da pessoa humana, considerado fundamental, e uma meta social que
exige vontade política, a participação organizada da população e a responsabilidade e
auto-determinação das pessoas.

Mais modernamente, tem-se acrescentado ao conceito de saúde comunitária e política a


tónica da sustentabilidade. Trata-se de uma nova preocupação que se relaciona com os
efeitos da industrialização massiva da segunda metade do século XX, quer seja ao nível da
poluição ambiental, poluição do ar, da terra e da água que, conjuntamente com o
esgotamento dos recursos e a exploração demográfica, põem em causa a vida do, e no,
planeta, quer seja dos ataques directos ao ser humano (comercialização de alimentos com
toxicidade, contaminados por doenças, ou com elevados níveis de sal, de glícidos, de
lípidos, etc.).

A própria saúde pública é hoje um domínio que envolve as questões ambientais de um


ponto de vista dominantemente preventivo numa lógica de avaliação de riscos que toca o
nível da intervenção política. No que diz respeito às relações entre saúde e comunidade
poderíamos citar a Carta de Ottawa (1986), a Declaração de Adelaide (1988), a Declaração
de Milão (1990), a Conferência de Jakarta (1997), ou a Declaração de Atenas (1998),
entre algumas dos mais recentes compromissos que expressam as prioridades para a
promoção da saúde no século XXI e a imperiosa atitude desenvolvimentista sustentável e
em saúde.

Ainda assim, com este avanço conceptual, no dia-a-dia as pessoas associam muito a noção
de saúde ao seu bem-estar individual, no qual a ausência de dor ou de doença
diagnosticada (amiúde indolor) é o principal elemento. Estar de boa saúde, como diz o
povo, é poder realizar as tarefas quotidianas sem contrariedades ou limitações do corpo ou
da mente. Neste âmbito, a saúde é muitas vezes vista como um estado natural, próprio da
natureza humana, e que factores exteriores à pessoa (e.g., vírus, bactérias, ou condições
de trabalho ou de vida com forte stresse psicológico) podem modificar.

De uma forma geral as pessoas vivem sem grande preocupação no que respeita à saúde,
excepto quando algo indicia que qualquer coisa está mal. No último quartel do pretérito
século começou a delinear-se o campo autónomo de estudo da Educação para a Saúde
(EpS). Surge, contudo, sobre bases escassamente definidas e incorrendo em polarizações
que vão desde aqueles que a consideram como a panaceia preventista que tem resposta
para quase todos os males, até aqueles outros que a consideram como um campo retórico
no qual florescem discursos com belas formulações, embora amiúde especulativas e sem
rigor.

Este Segundo Ciclo de Estudos, que ora propomos, centrar-se-á no equilíbrio daquelas
posições extremas. Partilha do entusiasmo da primeira posição e considera que a EpS
pode ser um elemento novo e inovador dentro do sector da saúde, embora esteja longe de
considerá-la como uma panaceia que resolverá todos os problemas ou males existentes.

5
Na EpS há lugar para um discurso sério e rigoroso, assente em bases empíricas e
experimentais e com um nível de análise e de intervenção específico e sólido, tanto do
ponto de vista do conhecimento como dos métodos e procedimentos utilizados.

Mas o que é a EpS? Wood4 definiu-a com a «suma das experiências que influenciam
favoravelmente sobre os hábitos, atitudes e conhecimentos relacionados com a saúde do
indivíduo e da comunidade». Mais tarde, Derryberry5 acentuou que a EpS consistia num
«processo de aprendizagem encaminhado a modificar de maneira favorável as atitudes e a
influenciar os hábitos higiénicos da população». Gilbert6, no Canadá, considerou que a EpS
pretendia «instruir a população em matéria de higiene de tal forma que apliquem os
conhecimentos adquiridos ao aperfeiçoamento da sua saúde», enquanto que Grout7, nos
E.U.A., advogava uma educação sanitária como um «procedimento que entranha traduzir
os conhecimentos acumulados acerca da saúde em normas de comportamento adequadas
individuais ou comunitárias, valendo-se da educação» (Grout, 1984). As definições de EpS
elaboradas por outros autores clássicos, como Seppilli, Turner, Schneider, Bauer, entre
outros, são parecidas às que acabámos de citar.

Em todas estas definições «clássicas» de EpS, encontramos o conceito comum de modificar


positivamente os conhecimentos, atitudes e hábitos relacionados com a prevenção das
doenças e o fomento da saúde (o que, então, era denominado de hábitos de vida, práticas
higiénicas ou, melhor, regras higiénicas). Isto seria possível atingir com acções educativas
e persuasivas dirigidas exclusivamente ao indivíduo, sem incidir absolutamente nada sobre
o meio ambiente físico ou social vive imerso e que modernamente sabemos que influencia
de forma importante sobre os comportamento que adopta.

O objectivo fundamental da EpS, latente em todas as anteriores definições, diz respeito à


aquisição de conhecimentos e atitudes e à modificação do comportamento individual e
colectivo em assuntos relacionados com a saúde. Não se mencionam, contudo, os factores
ambientais externos ao indivíduo que condicionam ou influenciam na dita conduta, pelo
que são definições parciais, não compreensivas.

Com efeito, ao estudar o processo de modificação dos comportamentos da saúde, a


conduta humana está determinada não apenas por factores internos ao indivíduo, mas
também por factores ambientais externos. Se apenas insistimos sobre o indivíduo, ainda
que se modifiquem favoravelmente as atitudes e fique assim aberto o caminho para a
acção, muitas vezes não se empreende um comportamento adequado se os factores
externos não são favoráveis.

É por isso que as definições recentes de EpS incluem para além da acção sobre os
indivíduos, grupos ou colectividades, a actuação sobre os factores externos para torná-los
favoráveis (ou pelo menos neutros) à conduta positiva de saúde.

Na concepção actual, talvez a definição mais compreensiva de EpS seja a que foi proposta
pelo IV Grupo de Trabalho8 da National Conference on Preventive Medicine (EUA, 1975),
presidido por Anne E. Somers. Este grupo de trabalho estabeleceu a seguinte definição de
EpS:

O termo educação sanitária inclui todo um conjunto de actividades conducentes


a:

4 T. D. WOOD (1926) – Fourth Yearbook of the Department of Superintendent of the National Educational Association
Washington, National Educational Association.
5 M. DERRYBERRY (1943) – The Role of Health Education in a Public Health Program, Public Health Report, 62, pp. 1633-

1641.
6 J. GILBERT (1973) – L’Educatión Sanitaire, Montreal, Presses Universitaires de Montreal.
7 R. E. GROUT (1984) – Health Teaching in Schools, 1948, Philadelphia, W. B. Saunders Company.
8 A. R. SOMERS (Ed.) (1976) – Promoting Health, Aspen System Corporation.

6
1 – Informar a população sobre a saúde, a doença, a invalidez e as formas
através das quais os indivíduos podem melhorar e proteger a sua própria saúde,
incluindo o uso mais eficaz dos serviços de assistência médica do país;
2 – Motivar a população para alterar para práticas ou hábitos mais saudáveis;
3 – Ajudar a população a adquirir os conhecimentos e a capacidade necessárias
para adoptar e manter os hábitos e «estilos de vida» saudáveis;
4 – Defender alterações do meio ambiente que facilitem condições de vida
saudáveis e uma conduta saudável;
5 – Promover o ensino, formação e capacitação de todos os agentes de
educação sanitária da comunidade;
6 – Incrementar, através da investigação e da avaliação, os conhecimentos
acerca da forma mais efectiva de alcançar os objectivos relacionados mais
acima».

Em síntese, esta definição de EpS é um processo que informa, motiva e ajuda a população
a adoptar e a manter práticas e estilos de vida saudáveis, propugna as mudanças
ambientais necessárias para facilitar esses objectivos e dirige a formação profissional e a
investigação desses mesmos objectivos.

Nos termos da Constituição da República Portuguesa são tarefas do Estado (art.º 9.º)
«Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo e igualdade real entre os
portugueses» (alínea d); e «assegurar o ensino e a valorização permanente» (alínea f)». Todo
o cidadão (art.º 64.º) tem «direito à protecção da saúde e o dever de a defende e promover
(n.º 1). O direito à protecção da saúde é realizado (n.º 2) «pela criação de condições
económicas, sociais, culturais e ambientais que garantam, designadamente, a protecção
da infância, da juventude e da velhice, e pela melhoria sistemática das condições de vida e
de trabalho, bem como pela promoção da cultura física e desportiva, escolar e popular, e
ainda pelo desenvolvimento da educação sanitária do povo e de práticas de vida saudável
(alínea b)9.

Por outro lado, o Estado assegura (art.º 73.º) que «todos têm direito à educação e à cultura
(n.º 1), promovendo «a democratização da educação e as demais condições para que a
educação, realizada através da escola e de outros meios formativos, contribua para a
igualdade de oportunidades, a superação das desigualdades económicas, sociais e
culturais, o desenvolvimento da personalidade e do espírito de tolerância, de compreensão
mútua, de solidariedade e de responsabilidade, para o progresso social e para a
participação democrática na vida colectiva (n.º 2)»10.

9 O sublinhado é nosso.
10 O sublinhado é nosso.

7
2 – OBJECTIVOS DO CICLO DE ESTUDOS

Com este Segundo Ciclo de Estudos pretende-se:

- Contribuir para tornar a Saúde um património da colectividade;


- Modificar, positivamente, os comportamentos negativos relacionados com a promoção
e a restauração da saúde;
- Promover comportamentos e atitudes favoráveis à promoção e à restauração da saúde;
- Promover alterações ambientais favoráveis às modificações comportamentais
preconizadas;
- Adquirir as competências necessárias à realização de acções de Educação para a
Saúde, quer a nível individual, quer a nível comunitário;
- Capacitar os formandos para realizar ou participar em acções de carácter investigativo,
na área da Educação para a Saúde.

8
3 – PERFIL DO MESTRE EM EDUCAÇÃO, NA ÁREA DE ESPECIALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO PARA
A SAÚDE

O Segundo Ciclo de Estudos conducente ao Grau de Mestre em Educação,


Educação na área de
especialização de Educação para a Saúde,
Saúde deverá promover no formando as competências
que lhe permitam:

● Informar a população sobre a saúde, a doença, a invalidez e as formas através das


quais os indivíduos podem melhorar e proteger a sua própria saúde, incluindo o uso mais
eficaz dos serviços de assistência de saúde nacional;

● Ajudar a população a motivar-se e a adquirir os conhecimentos e as capacidades


necessárias para adoptar e manter os hábitos e «estilos de vida» saudáveis;

● Defender, fundamentalmente, alterações do meio ambiente que facilitem condições de


vida saudáveis e um comportamento saudável, com vista à concretização de um
desenvolvimento sustentável;

● Promover o ensino, a formação e a capacitação de todos os agentes de educação


sanitária da comunidade;

● Incrementar, através da investigação, os conhecimentos acerca da forma mais efectiva


de alcançar os objectivos relacionados com as suas acções educativas;

● Avaliar acções e projectos no âmbito da Educação para a Saúde;

● Assessorar as iniciativas de Educação para a Saúde projectadas, quer em âmbito


escolar, quer em âmbito comunitário.

● Comunicar conhecimentos, raciocínios, ideias, problemas e soluções a público


especialista e não especialista de forma clara e sem ambiguidades.

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4 - ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO

A estrutura curricular do curso integra disciplinas das áreas científicas das Ciências
da Educação, das Ciências da Saúde, da Psicologia, da Filosofia e das Ciências
Jurídicas e Políticas, distribuídas por uma componente de formação geral, uma
componente de formação específica e uma componente de seminários.

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4.1 - Áreas Científicas
Científicas,
ficas, respectivas Unidades Curriculares e Docentes

Áreas Unidades Curriculares Departamento/Escola


Departamento/Escola/Docentes
/Escola/Docentes u.c.

Ciências da Educação - Teorias, Modelos e Práticas em Educação para a Saúde DPE/ECS/UE 5,0
Prof. Doutor Jorge Bonito

Ciências da Saúde - Promoção da Saúde DE/ESESJD/UE 5,0


Prof.ª Mestre Vitória Casas Novas

Ciências Jurídicas - Deveres e Direitos na Saúde FARES 5,0


Prof. Doutor Mauro Smith
5,0
Ciências da Educação - Bioética DPE/ECS/UE
Prof. Dr. Luís Sebastião

Ciências da Saúde - Saúde Pública FARES 5,0


Prof. Dr. Rozinaldo da Silva
5,0
Ciências da Educação - Investigação em Educação para a Saúde DPE/ECS/UE
Prof.ª Dr.ª Olga Magalhães
Ciências da Saúde - Estilos de Vida, Risco e Saúde DS/ECS/UE 5,0
Prof. Doutor Carlos Silva

Psicologia - Desenvolvimento e Prevenção de Comportamentos de Risco DP/ECS/UE 5,0


Prof.ª Dr.ª Madalena Melo

Filosofia - Filosofia, Educação e Saúde DF/ECS/UE 5,0


Prof.ª Dr.ª Teresa Santos

Psicologia - Psicologia, Educação e Comportamentos Agressivos DP/ECS/UE 5,0


Prof. Dr. Vítor Franco
Áreas Unidades Curriculares Departamento/Escola/Docentes u.c.

Ciências Políticas - Políticas de Saúde FARES 5,0


Prof. Doutor Luís Fernandes
5,0
Ciências da Educação - Avaliação de Projectos de Investigação em Educação para a Saúde DPE/ECS/UE
Prof. Dr. Jorge Bonito

Seminários - Orientação DPE/ECS/UE 5,0


Prof. Doutor Jorge Bonito

- Acompanhamento DPE/ECS/UE 5,0


Prof. Doutor Jorge Bonito
DPE/ECS – Departamento de Pedagogia e Educação da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora; ESESJD – Escola Superior de Enfermagem de São João
de Deus da Universidade de Évora; DP/ECS/UE – Departamento de Psicologia da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora; DF/ESC/UE – Departamento
de Filosofia da Escola de Ciências Sociais Universidade de Évora.

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4.2 - Corpo Docente

O Curso será assegurado por docentes da Escola de Ciências Sociais da Universidade e da


FARES (vide 4.1).

4.3 - Ementas/Conteúdos
Ementas/Conteúdos

Serão disponibilizadas as Ementas de cada Unidade Curricular, antecipadamente à sua


realização, que incluirá objectivos, conteúdos, critérios de avaliação e bibliografia.

4.3.1 - Teorias, Modelos e Práticas em Educação para a Saúde


1. - Saúde e bem-estar
2. - Educação para a saúde no século XXI
3. – Teorias da Educação para a Saúde
4. - Modelos da educação para a saúde
5. - Tratamento didáctico de temas educação para a saúde
6. - Intervenção comunitária, educação e saúde
7. – As Tecnologias de Informação e Comunicação em EpS.

4.3.2 - Promoção da Saúde


1. - A saúde no mundo - globalização e desigualdades
2. - A promoção da saúde como discurso - políticas de saúde e poder social
3. - A saúde como vida saudável e sustentável - desenvolvimento e risco
4. - A saúde comunitária - participação e cidadania

4.3.3 - Deveres e Direitos na Saúde


1. - Gestão sectorial dos Serviços Hospitalares e outros Serviços de Saúde
1.1. - Formas de gestão macro e micro
1.2. - Financiamento
1.3. - Recursos humanos
1.4. - Recursos materiais
1.5. - Produtividade e incentivos
2. - O Doente e o Serviço Nacional de Saúde: Direitos e Obrigações
2.1. - Os direitos dos cidadãos
2.2. - Expectativas e atitudes
2.3 - Os deveres dos doentes
2.4. - Limites e restrições
2.5. - O direito à informação
3. - Os Profissionais de Saúde e o Serviço
3.1. - Quadros de pessoal
3.2. - Carreiras médicas
3.3. - Regimes de trabalho e remunerações
3.4. - Relações com os utentes
3.5. - O risco e o erro na actividade médica

4.3.4 - Bioética
1 - Uma fenomenologia do humano: o pensar, o falar e o agir.
2 - A estrutura ética do agir humano
3 - Da ética tradicional à ética tecnológica: o paradigma bioético
4 - Os modelos da bioética:
4.1. - O modelo principialista
4.2. - O modelo consequencialista
4.3. - O modelo libertário
4.4. - O modelo do cuidado

4.3.5 - Saúde Pública


1. - A linguagem semiológica em Saúde Pública
2. - Bases conceptuais de epidemiologia
3. - Interacção ambiente/saúde
4. - As poluições e a saúde
5. - Radiações e saúde
6. - Alimentação e saúde

4.3.6 - Investigação
Investigação em Educação para a Saúde
1. - O conceito de investigação em Educação.
2. - Etapas do processo de investigação em Educação.
3. - Disseminação da investigação em Educação.

4.3.7
4.3.7 - Estilos de Vida, Risco e Saúde
1. - A saudificação do quotidiano
2. - Subjectividade, educação para a saúde e controlo social
3. - As novas tecnologias de promoção da saúde
4. - O discurso do risco
5. - Os testes de diagnóstico e o cálculo do risco
6. - Racionalidades leigas em saúde: ansiedade, incerteza e dependência

4.3.8
4.3.8 - Desenvolvimento e Prevenção de Comportamentos de Risco
1. - Conceptualizar o desenvolvimento, enquanto processo de transformação que ocorre ao
longo de todo o ciclo vital.
2. - Aprofundar o conhecimento das transformações desenvolvimentais que ocorrem ao
longo do ciclo da vida.
3. - Reflectir sobre os diferentes contextos em que ocorre o desenvolvimento.
4. - Reflectir sobre as diferentes trajectórias de desenvolvimento, e sobre os factores que
influenciam a construção dessas trajectórias.
5. -Reflectir sobre as relações entre desenvolvimento e bem-estar.
6. - Promover a reflexão sobre o próprio processo de desenvolvimento, potencializando a
capacidade de pensar sobre si e sobre os outros

4.3.9
4.3.9 - Filosofia, Educação e Saúde
1. - Questões introdutórias
1.1. - A conaturalidade da Filosofia, da Educação e da Medicina: cuidar e curar. A metáfora
da ajuda.
1.2. - A dimensão reflexiva da formação e da intervenção na área da Saúde.
1.3. - A educação como problema.
2. - A relação da educação com a saúde: crise e utopia.
2.1. - O poder ideológico e a impotência do discurso pedagógico na promoção da saúde
2.2. - A promoção da saúde e as contradições da cultura contemporânea.
2.3. - Determinação do ensinável em Educação para a Saúde.
3. - A possibilidade da educação: a mediação.
3.1. - A articulação entre a tradição e a inovação dos saberes e das práticas em saúde.
3.2. - A escuta e o diálogo como crítica a certa racionalidade educativa.
3.3. - A educação e o compromisso comunitário.

14
4.3.10
4.3.10 - Psicologia, Educação e Comportamento
Comportamento Agressivos

4.3.11
4.3.11 - Avaliação de Projectos de Investigação em Educação para a Saúde
1. – Âmbito, Natureza e Finalidades dos Projectos de Intervenção
1.1. – Porquê avaliar projectos?
1.2. – Tipos mais comuns de Avaliação de Projectos: Projectos de Avaliação de
Necessidades; Projectos de Avaliação de Processos; Projectos de Avaliação de Produtos;
Projectos de Avaliação de Eficiência.
1.3. – O papel dos avaliadores.
2. – Principais modelos de avaliação de projectos
3. – Dificuldades na Avaliação de Projectos
4. – Elaboração de um processo de Avaliação de Projectos
4.1. – Definição de critérios de aceitação e elaboração de padrões (referentes)
4.2. – A medida na Avaliação de Projectos
5. – Problemas éticos e deontológicos na Avaliação de Projectos

4.3.1
4.3.12
3.12 - Políticas de Saúde
1. – Saúde no Brasil: o sistema e as políticas
1.1. - As concepções políticas do sistema de saúde.
1.2. - A periodização das principais medidas políticas.
1.3. - A regulação nacional e internacional.
1.4. - O estado, o mercado e a comunidade na ordenação política do sector.
2. – Saúde no Brasil: organizações e profissões
2.1. - Organizações de saúde e processos de institucionalização.
2.2. - Divisão do trabalho em saúde e profissões.
2.3. - Processos de inclusão e exclusão profissional

4.3.13
4.3.13 - Seminário de Orientação

1. - Desenvolver competências na construção de projectos de investigação de natureza


quantitativa ou qualitativa;
2. – Assessorar o desenvolvimento de projectos de investigação.
3. – Incentivar o debate metodológico entre os mestrandos.
4. – Apoiar científica, técnica e humanamente os mestrandos.

4.3.14
4.3.14 - Seminário de Acompanhamento

1. - Desenvolver competências na construção de projectos de investigação de natureza


quantitativa ou qualitativa;
2. – Assessorar o desenvolvimento de projectos de investigação.
3. – Incentivar o debate metodológico entre os mestrandos.
4. – Apoiar científica, técnica e humanamente os mestrandos.

15
5 - INFORMAÇÕES DE CARÁCTER
CARÁCTER GERAL
5.1 - Direcção de Curso
5.1.1 - Director
Jorge Bonito.
Professor Auxiliar
Doutor em Ciências da Educação na Área de Especialidade de Formação de Professores.
Correio electrónico: jbonito@uevora.pt
Sítio Web: http://evunix.uevora.pt/~jbonito
Telefone: 00 351 26 676 80 50
Telefax: 00 351 26676 80 73

5.1.1 - Assistente
Assistente Técnica
Maria João Correia
Correio electrónico: mjrg@uevora.pt
Telefone: 00 351 26 676 80 50
Telefax: 00 351 26676 80 73

5.2 - Endereços
Endereços
Departamento de Pedagogia e Educação, Universidade de Évora, Apartado 94, PT-7002-
554 Évora, Portugal.

Sítio Web: http://www.sac.uevora.pt/sac/estudos_pos_graduados/mestrados

5.3. Capa e Folha de Rosto do Projecto de Dissertação

16
PROJECTO DE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

TÍTULO

Nome

Boa Vista/Roraima
2011

17
UNIVERSIDADE DE ÉVORA

PROJECTO DE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

TÍTULO

Projecto apresentado ao Segundo Ciclo de


Estudos em Educação, na Área de
Especialidade de Educação para a Saúde da
Universidade de Évora, como parte dos
requisitos para a obtenção do grau de Mestre,
sendo orientado o Prof. Doutor XXXXXX

Boa Vista/Roraima
2011

18
5.4. Capa e Folha de Rosto da Dissertação

19
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
ÁREA DE ESPECIALIDADE EM EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE

TÍTULO

Nome

(Esta dissertação não inclui as críticas e sugestões feitas pelo júri)

Orientador: Professor Doutor …

Boa Vista/Roraima
2010

20
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
ÁREA DE ESPECIALIDADE EM EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE

TÍTULO

Nome

Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Educação


Área de Especialização em Educação para a Saúde

Orientador: Prof. Doutor XXXXXX

Boa Vista/Roraima
2010

21
6 - CRONOGRAMA

As sessões decorrem nas instalações da Faculdade Roraimense de Ensino Superior


(FARES), em Boa Vista, Roraima, de acordo com a seguinte distribuição:

22
UNIVERSIDADE DE ÉVORA
ÉVORA E FACULDADE RORAIMENSE DE ENSINO SUPERIOR (FARES)
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
Área de Especialidade de EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
(1.º ano/1.º semestre)
Número total de horas de contacto: 300 horas

Área Horas contacto


Unidades curriculares
curriculares Tipo Créditos Cronograma
científica
Teorias, Modelos e Práticas em Educação para a Saúde CEDU S 25 5 13-15.AGO.10
Investigação em Educação para a Saúde CEDU S 25 5 17-19.SET.10
Deveres e Direitos na Saúde SAUD S 25 5 8-10.OUT.10
Bioética FILO S 25 5 26-28.NOV.10
Promoção da Saúde SAUD S 25 5 10-12.DEZ.10
Saúde Pública SAUD S 25 5 18-20.FEV.11

(1.º ano/2.º semestre)

Área Horas contacto


Unidades curriculares Tipo Créditos Cronograma
científica

Estilos de Vida, Risco e Saúde CEDU S 20 5 MAR.10


Desenvolvimento e Prevenção de Comportamentos de Risco PSI S 20 5 ABR.10
Filosofia, Educação e Saúde FIL S 20 5 MAI.10
Psicologia, Educação e Comportamento Agressivos PSI S 20 5 JUN.10
Políticas de saúde SAUD S 20 5 JUL.10
Avaliação de Projectos de Investigação em Educação para a AGO.10
CEDU S 20 5
Saúde

23
(2.º ano/3.º semestre)
Número total de horas: 750
Área
Unidades curriculares Créditos Observações
científica

Elaboração da dissertação de natureza científica CEDU 25 Obrigatória


Seminário de orientação CEDU 5 Obrigatória

(2.º ano / 4.º semestre)


Número total de horas: 750
Área
Unidades curriculares Créditos Observações
científica

Elaboração da dissertação de natureza científica CEDU 25 Obrigatória


Seminário de acompanhamento CEDU 5 Obrigatória

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