DIAGNÓSTICO PRÉ-IMPLANTACIONAL RALILY RODRIGUES DE ABREU
INTRODUÇÃO PARA QUEM É INDICADO?
• Idade materna acima de 35 anos, pelo risco aumentado de alterações do número de A infertilidade causada por fatores genéticos acomete um grande número de cromossomos (aneuploidias); casais que buscam tratamento de reprodução humana assistida. O diagnóstico • Falhas repetidas de tratamento de Fertilização “In Vitro” (falhas de implantação). genético pré‐implantacional (PGD) é uma técnica usada durante a reprodução Neste caso a técnica é geralmente referida como PGS (screening genético pré- humana assistida que investiga alterações cromossômicas e genéticas em implantacional); embriões in vitro durante diferentes estágios de seu desenvolvimento e • Abortamentos recorrentes de origem genética ou cromossômica; seleciona os embriões livres de alterações genéticas para implantação uterina. • Para evitar doenças genéticas ou hereditárias (específicas ou presentes na família); Três tipos de biópsia podem ser feitos no PGD: dos glóbulos polares, dos • Homens que apresentem baixa qualidade do sêmen; blastômeros e do blastocisto, em ordem cronológica de acordo com o • Para gerar embriões com histocompatibilidade específica; desenvolvimento embrionário (POMPEU; VERZELETTI, 2015). • Casais em que o parceiro/marido tenha idade superior a 50 anos;
Vantagens e desvantagens do diagnóstico pré-implantacional
• Permite a transferência de um embrião livre de anomalias cromossômicas e
alterações genéticas pesquisadas. • O diagnóstico pré-implantacional aumenta em mais de 70% as chances de gravidez para um casal. • Há um risco mínimo de a biópsia inviabilizar o embrião. • Há risco de Diagnóstico errôneo por Mosaicismo cromossômico. Mosaicismo significa que há mais de um tipo celular presente na amostra da biópsia usada para os testes genéticos. • A precisão deste teste é superior a 98%, portanto, a taxa de diagnóstico errôneo para as anomalias cromossômicas analisadas é menor de 2%. • Há possibilidade de, ao testar vários embriões, que nenhum deles seja geneticamente normal (MENDES; COSTA, 2013). DIAGNÓSTICO PRÉ-IMPLANTACIONAL Segundo a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, a infertilidade é a dificuldade de uma das partes do casal ou da associação de fatores femininos e CONSIDERAÇÕES FINAIS masculinos em conceber após um ano de relações sexuais regulares sem métodos contraceptivos. A reprodução humana assistida une técnicas que objetivam viabilizar O DPG é uma técnica bastante difundida pelo mundo e sua comprovada eficiência tem uma gestação para casais que têm dificuldade para ter filhos. permitido a muitos casais a geração de descendentes saudáveis. Por isso, espera-se O diagnóstico genético pré‐implantacional (PGD), do inglês Pre‐implantation Genetic que a procura por esta técnica aumente. O PGD, além de proporcionar um diagnóstico Diagnosis, é um método usado durante a fertilização in vitro (FIV) e a injeção assertivo, possibilita o envolvimento de profissionais de diversas áreas, como intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), do inglês Intracytoplasmic Sperm embriologia, obstetrícia e genética, pois convenciona técnica e análise. Faz parte da Injection, que permite o estudo de alterações genéticas e cromossômicas no rotina das clínicas de reprodução humana assistida, visto como passou a ser solicitado embrião antes da implantação no útero, permite a transferência de um embrião livre com maior frequência e com um leque de indicações muito maior. de anomalias cromossômicas e mutações genéticas.1 Muitos casais têm alto risco de passar alterações genéticas para seus descendentes e a interrupção precoce de uma gravidez com essas características pode ser evitada por meio do PGD (POMPEU; VERZELETTI, 2015). REFERÊNCIAS OBJETIVO • POMPEU, T. N.; VERZELETTI; F. B. Diagnóstico genético pré‐implantacional e sua aplicação na reprodução humana assistida. Rev. Reprodução & Climatério, Volume 30, n 2, 2015. • MENDES, M. C.; COSTA, A. P. P. Diagnóstico genético pré-implantacional: prevenção, tratamento de O objetivo do PGD/PGS é a seleção de embriões equilibrados (cromossomicamente doenças genéticas e aspectos ético-legais. Rev. Ciênc. Méd. Biol., Salvador, v.12, n.3, p.374-379, normais, ou não portadores de determinada doença genética) para a sua posterior set./dez. 2013. transferência ao útero da paciente, visando a obtenção de uma gestação. (Ver fig. 1). • IGENOMIX. Diagnóstico genético pré-implantacional: Qual é a diferença entre o PGT-M e PGT-A? (30 Jan., 2017). Disponível em: <https://www.igenomix.com.br/blog/pre-implantacional-diferenca-pgd- pgs/>. Acesso em 21 maio 2023 Figura 1 – Esquema básico Diagnóstico pré-implantacional