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CONHECIMENTOS

ESPECÍFICOS Profª. GABRIELA VIEIRA

PLANEJAMENTO FAMILIAR Art. 3º. Os procedimentos previstos nesta norma devem ser
Em 1984 foi realizado o I Encontro Nacional de Enfermagem desenvolvidos no ato da consulta em cumprimento às etapas do
em Planejamento Familiar, no Rio de Janeiro, onde foram abordados Processo de Enfermagem, cabendo-lhe a prescrição, administração e
aspectos gerais, o papel do enfermeiro e pesquisa e Planejamento procedimentos acerca dos métodos conceptivos e contraceptivos
Familiar, concluindo-se que disponíveis no SUS, com base em protocolos assistenciais.
✓ O planejamento familiar é uma das ações básicas de um
programa de materno-infantil; AVALIAÇÃO PRÉ-CONCEPCIONAL
✓ É indispensável respeitar a individualidade de cada pessoa, ✓ As atividades desenvolvidas na avaliação pré-concepcional
assegurando pleno acesso à educação e à informação sobre devem incluir anamnese e exame físico, com exame
métodos contraceptivos; ginecológico, além de alguns exames laboratoriais.
✓ A capacitação do enfermeiro em planejamento familiar deve ✓ A investigação dos problemas de saúde atuais e prévios e a
ser incrementada; história obstétrica são importantes para a avaliação do risco
✓ O planejamento familiar não é o fator decisivo para a gestacional.
resolução dos problemas socioeconômicos do País, mas ✓ A história clínica objetiva identificar situações de saúde que
contribuirá de forma positiva para a melhoria da qualidade de podem complicar a gravidez, como diabetes pré-gestacional,
vida da população; a hipertensão, as cardiopatias, os distúrbios da tireoide e os
✓ O planeamento familiar deve ser incluído em todos os processos infecciosos, incluindo as ISTs.
serviços de assistência materno-infantil;
✓ As classes sociais mais favorecidas já têm acesso às MÉTODOS DE ANTICONCEPÇÃO
informações e aos meios para planejar sua família. ✓ A escolha do método contraceptivo deve ser baseada no
acolhimento com escuta qualificada do profissional de saúde
PLANEJAMENTO FAMILIAR – LEGISLAÇÃO ao indivíduo, com ou sem parceria fixa, que procura o serviço
A regulação do planejamento familiar é por meio da Lei nº de saúde;
9.263/96, essa lei foi uma conquista importante para mulheres e ✓ Para isso, devem ser ofertados a homens e mulheres adultos,
homens no que diz respeito à afirmação dos direitos reprodutivos. jovens e adolescentes informação, acesso e escolha de
Art. 9° Para o exercício do direito ao planejamento familiar métodos eficientes, seguros, permissíveis e aceitáveis;
serão oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e ✓ Escolha livre e informada, com incentivo à dupla proteção;
contracepção que não coloquem em risco a vida e a saúde das ✓ Os métodos contraceptivos podem ser temporários
pessoas. (hormonais, barreira, intrauterinos e comportamentais) ou
LEGISLAÇÃO – ANTES definitivos (ligadura tubária e vasectomia).
MÉTODOS COMPORTAMENTAIS
✓ São técnicas de identificação dos sinais de ovulação pelas
mulheres. Para evitar a concepção, as relações sexuais são
concentradas em períodos não férteis.
✓ São exemplos de métodos comportamentais: tabelinha,
temperatura corporal basal, sintotérmico (indicadores de
ovulação), muco cervical (Billings), coito interrompido.

LEGISLAÇÃO ATUAL
MÉTODOS DE BARREIRA
✓ Previnem a concepção impedindo que os espermatozoides se
aproximem dos óvulos, seja por bloqueio mecânico ou
químico.
✓ São exemplos de métodos de barreira: preservativos
masculino e feminino, espermicidas, diafragma.

RESOLUÇÃO COFEN Nº 690/2022


Art. 1º. Aprovar a norma técnica referente à atuação do
Enfermeiro no Planejamento Familiar e Reprodutivo no âmbito do
Sistema Cofen/Coren.
Art. 2º. No âmbito da equipe de enfermagem, a atuação no
Planejamento Familiar e Reprodutivo é privativa do Enfermeiro,
observadas as disposições legais da profissão.
PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA

MÉTODOS HORMONAIS No estágio invasivo da doença os principais sintomas são:


✓ Sangramento vaginal (espontâneo, após o coito ou esforço);
✓ Previnem a gravidez por interferirem no ciclo ✓ Leucorreia;
ovariano, na capacidade de o endométrio acomodar ✓ Dor pélvica;
o embrião ou na migração e capacitação dos Esses sintomas podem estar associados com queixas
espermatozoides. urinarias ou intestinais nos casos mais avançados.
✓ São exemplos de métodos hormonais: DIU
hormonal, anticoncepcionais orais e injetáveis,
PREVENÇÃO
minipílula (método hormonal para mulheres que
estão amamentando).

VACINA CONTRA O HPV

PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO


DO ÚTERO E MAMA
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
É caracterizado pela replicação desordenada de
células de revestimento do órgão, comprometendo o tecido
subjacente e podendo invadir estruturas e órgãos contíguos
ou à distância.
O câncer do colo do útero é o terceiro mais comum
nas mulheres, destaca-se como o primeiro mais incidente na
Região Norte. 70% dos casos de câncer do colo do útero tem CITOPATOLÓGICO DE COLO DO
causa no HPV relacionado ao tipo 16 e 18.
Há duas principais categorias de carcinomas ÚTERO
invasores do colo do útero, dependendo da origem do RESOLUÇÃO COFEN Nº 381/2011:
epitélio comprometido: Art. 1º. No âmbito da equipe de Enfermagem, a coleta de
- Carcinoma epidermoide – tipo mais incidente e que material para colpocitologia oncótica pelo método de
acomete o epitélio escamoso (representa cerca de 90% dos Papanicolau é privativa do Enfermeiro, observadas as
casos); disposições legais da profissão.
- Adenocarcinoma – tipo mais raro e que acomete o epitélio Parágrafo único. O Enfermeiro deverá estar dotado dos
glandular (cerca de 10% dos casos). conhecimentos, competências e habilidades que garantam
rigor técnico-científico ao procedimento, atentando para a
capacitação contínua necessária à sua realização.

POPULAÇÃO-ALVO E PERIODICIDADE DO
RASTREAMENTO
✓ Segundo as Diretrizes Brasileiras para o
Rastreamento do Câncer do Colo do Uterino
(Ministério da Saúde – MS), o método de rastreio é a
citologia oncótica;
FATORES DE RISCO ✓ É o exame que previne o CA de colo do útero,
✓ HPV (principal fator de risco); consiste na coleta de material do colo uterino para
✓ Início precoce de atividade sexual; exame em laboratório;
✓ Multiplicidade de parceiros sexuais;
✓ Deve ser realizado em todas as mulheres com vida
✓ Tabagismo;
✓ Baixa condição socioeconômica; sexual ativa;
✓ Multiparidade; ✓ O intervalo entre os exames deve ser de três anos,
✓ Imunossupressão; após dois exames negativos, com intervalo anual.
✓ Uso prolongado de contraceptivos orais (mais de 5 anos).

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
As lesões percussoras do câncer do colo do útero são
assintomáticas, podendo ser detectadas por meio da realização
periódica do exame citopatológico e confirmadas pela colposcopia e
exame histopatológico;
Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 2
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✓ A amostra ectocervical deve ser disposta no sentido


transversal, na metade superior da lâmina, próximo da região
fosca.
✓ O material retirado da endocérvice deve ser colocado na
metade inferior da lâmina, no sentido longitudinal;

A fixação deve ser feita imediatamente para não perder o


material. A forma de fixar pode variar:
✓ Álcool a 96%;
✓ Spray de polietilenoglicol.

✓ O espéculo de tamanho P deve ser utilizado em mulheres


muito jovens, que não tiveram parto vaginal, menopausadas e
RECOMENDAÇÕES PRÉVIAS AO EXAME em mulheres muito magras;
✓ O exame não deve ser realizado no período menstrual, ✓ O espéculo de tamanho G pode ser indicado para as
aguardar o quinto dia após o término da menstruação; mulheres multíparas e para obesas;
✓ Evitar a utilização de lubrificante, espermicidas ou ✓ Condições intermediárias ou em caso de dúvida, use o
medicamentos vaginais por 48 horas antes da coleta; tamanho M;
✓ A recomendação de abstinência sexual prévia ao exame só é ✓ Aguardar o 5º dia após a menstruação para fazer a coleta;
justificada quando são utilizados preservativos com ✓ Não lubrifique o espéculo com qualquer tipo de óleo, glicerina,
lubrificante ou espermicidas. A presença de espermatozoides creme ou vaselina;
não compromete a avaliação microscópica; ✓ Em caso de mulheres idosas, com vaginas extremamente
✓ Evitar realização de exames intravaginais, como ressecadas, recomenda-se molhar o espéculo com SF;
ultrassonografia 48 horas antes da coleta; ✓ Em pacientes que ainda não iniciaram atividade sexual, a
✓ No caso de sangramento vaginal anormal, o exame coleta deverá ser realizada pelo profissional médico e com
ginecológico é mandatório e a coleta, se indicada, pode ser swab ou cotonete;
realizada. ✓ Em gestante ou na suspeita da gravidez, não realiza a coleta
✓ BANHO NORMAL NO DIA DO EXAME!!! do material endocervical;
✓ Nos casos de histerectomia, em que houve a retirada total do
COLETA DO MATERIAL colo, a coleta pode ser feita no fundo da vagina;
✓ A lâmina deve ser identificada com as iniciais do nome da ✓ O orifício externo do colo uterino das mulheres que nunca
mulher e o seu número de registro na unidade, com lápis tiveram parto normal é puntiforme e das que já tiveram é em
preto nº 2 ou grafite, na extremidade fosca; fenda transversa.
✓ Introduzir o espéculo com tamanho adequado as
características da mulher
✓ Ectocérvice: Encaixar a ponta mais longa da espátula de Ayre
no orifício externo do colo, fazendo uma raspagem em
movimento rotativo de 360° em torno de todo o orifício TRATAMENTO
cervical. ✓ Cirurgia;
✓ Endocérvice: introduzira escova endocervical e fazer um
✓ Radioterapia externa ou braquiterapia (radioterapia
movimento giratório de 360°, percorrendo todo o contorno do
orifício cervical. intravaginal);
✓ Quimioterapia;
✓ Cuidados paliativos.
A Lei 12.732/2012 garante ao paciente o direito de iniciar o
tratamento para neoplasia maligna no SUS até 60 dias após o
diagnóstico da doença.

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PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
CÂNCER DE MAMA Exame clínico das mamas: é realizado pelo profissional de saúde,
O câncer de mama é considerado um problema de saúde
deve incluir a inspeção estática, inspeção dinâmica, palpação das
pública e é o tipo de câncer mais incidente em mulheres, representando
23% do total de casos de câncer no mundo; mamas e das cadeias ganglionares axilares e supraclaviculares.
O câncer de mama, assim como outras neoplasias malignas,
POPULAÇÃO-ALVO E PERIODICIDADE DO RASTREAMENTO
resulta de uma proliferação incontrolável de células anormais, que forma
um tumor com potencial de invadir outros órgãos;
Há vários tipos de câncer de mama. Alguns se desenvolvem
rapidamente e outros não. A maioria dos casos tem boa resposta ao
tratamento, principalmente quando diagnosticado e tratado no início.

FATORES DE RISCO
✓ Menarca precoce;
✓ Menopausa tardia;
✓ Idade (>50);
✓ Primeira gravidez após os 30 anos;
✓ Nuliparidade;
✓ Exposição à radiação;
ATENÇÃO
✓ Terapia de reposição hormonal;
O autoexame das mamas, que foi muito estimulado no
✓ Obesidade;
passado, não provou ser benéfico para a detecção precoce de tumores
✓ Ingestão regular de álcool;
e por trazer falsa segurança, dúvida e excesso de exames invasivos.
✓ Sedentarismo;
Assim, não deve ser orientado para o reconhecimento de lesões,
✓ História familiar.
embora possa ser recomendada para que a mulher tenha conhecimento
de seu próprio corpo, devendo o profissional de saúde valorizar as
queixas e percepções da paciente (BRASIL, 2016).

AUTO-EXAME DA MAMA ESTÁ CONTRAINDICADO

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
✓ Nódulo palpável;
A mulher é estimulada a observar e palpar suas mamas sempre que se
✓ Endurecimento da mama;
sentir confortável, sem precisar de técnica específica ou ensino de um
✓ Secreção mamilar;
método padronizado de autoexame, valorizando-se a descoberta casual
✓ Eritema mamário;
de alterações mamárias suspeitas.
✓ Edema mamário em “casca de laranja”;
REDE CEGONHA
✓ Retração ou abaulamento;
A Rede Cegonha foi instituída em 2011, através da Portaria nº 1.459, e
✓ Inversão, descamação ou ulceração do mamilo;
consiste em uma rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito
✓ Linfonodos axilares palpáveis.
ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao
PREVENÇÃO
parto e ao puerpério, bem como à criança o direito ao nascimento
seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis.

PRINCIPIOS:
✓ O respeito, a proteção e a realização dos direitos humanos;
✓ O respeito à diversidade cultural, étnica e racial;
✓ A promoção da equidade;
✓ O enfoque de gênero;
✓ A garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de
mulheres, homens, jovens e adolescentes;
DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA ✓ A participação e a mobilização social;
✓ A compatibilização com as atividades das redes de atenção à
Diagnóstico Precoce: é fundamental a educação da mulher e dos saúde materna e infantil em desenvolvimento nos Estados.
profissionais de saúde para o reconhecimento dos sinais e sintomas do
OBJETIVOS:
câncer de mama, assim como o acesso rápido e facilitado aos serviços ✓ Fomentar a implementação de novo modelo de atenção à
de saúde. saúde da mulher e à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao
nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da
Rastreamento: a mamografia é o único exame utilizado para ✓ criança de 0 à 24 meses.
rastreamento, com capacidade de detectar lesões não palpáveis e ✓ Organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para
que esta garanta acesso, acolhimento e resolutividade;
causar impacto na mortalidade por câncer de mama, sendo por isso o ✓ Reduzir a mortalidade materna e infantil com ênfase no
exame de imagem recomendado para o rastreamento do câncer de componente neonatal.

mama no Brasil.
Participação da mulher: Saúde das mamas (autoconhecimento).

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PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
DIRETRIZES: ✓ Implantação do modelo "Vaga Sempre", com a elaboração e a
✓ Garantia do acolhimento com avaliação e classificação de implementação do plano de vinculação da gestante ao local de
risco e vulnerabilidade, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do ocorrência do parto;
pré-natal; ✓ Implantação e/ou implementação da regulação de leitos
✓ Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e obstétricos e neonatais, assim como a regulação de urgências e a
ao transporte seguro; regulação ambulatorial.
✓ Garantia das boas práticas e segurança na atenção ao parto e
nascimento; ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO
✓ Garantia da atenção à saúde das crianças de zero a vinte e AVALIAÇÃO PRÉ-CONCEPCIONAL:
quatro meses com qualidade e resolutividade; Entende-se por avaliação pré-concepcional a consulta que o casal faz
✓ Garantia de acesso às ações do planejamento reprodutivo. antes de uma gravidez, objetivando identificar fatores de risco ou
doenças que possam alterar a evolução normal de uma futura gestação.
COMPONENTES: Constitui, assim, instrumento importante na melhoria dos índices de
✓ Pré-Natal; morbidade e mortalidade materna e infantil.
✓ Parto e Nascimento; Faz-se necessária, portanto, a implementação da atenção em
✓ Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança; planejamento familiar em um contexto de escolha livre e informada, com
✓ Sistema Logístico: Transporte Sanitário e Regulação. incentivo à dupla proteção (prevenção da gravidez, do HIV, da sífilis e
Cada componente da Rede Cegonha apresenta ações estratégicas de das demais DST) nas consultas médicas e de enfermagem, nas visitas
atenção à saúde. domiciliares, durante as consultas de puericultura, puerpério e nas
PRÉ-NATAL: atividades de vacinação, assim como parcerias com escolas e
✓ Realização de pré-natal na Unidade Básica de Saúde (UBS) associações de moradores para a realização de atividades educativas.
com captação precoce da gestante e qualificação da atenção; A atenção em planejamento familiar contribui para a redução da
✓ Acolhimento às intercorrências na gestação com avaliação e morbimortalidade materna e infantil na medida em que:
classificação de risco e vulnerabilidade; ✓ diminui o número de gestações não desejadas e de
✓ Acesso ao pré-natal de alto de risco em tempo oportuno; abortamentos provocados;
✓ Realização dos exames de pré-natal de risco habitual e de ✓ diminui o número de cesáreas realizadas para fazer a ligadura
alto risco e acesso aos resultados em tempo oportuno; tubária;
✓ Vinculação da gestante desde o pré-natal ao local em que ✓ diminui o número de ligaduras tubárias por falta de opção e de
será realizado o parto; acesso a outros métodos anticoncepcionais;
✓ Qualificação do sistema e da gestão da informação; ✓ aumenta o intervalo entre as gestações, contribuindo para
✓ Implementação de estratégias de comunicação social e diminuir a frequência de bebês de baixo peso e para que eles sejam
programas educativos relacionados à saúde sexual e à saúde adequadamente amamentados;
reprodutiva; ✓ possibilita planejar a gravidez em mulheres adolescentes ou
✓ Prevenção e tratamento das DST/HIV/AIDS e Hepatites; com patologias crônicas descompensadas, tais como: diabetes,
✓ Apoio às gestantes nos deslocamentos para as consultas de cardiopatias, hipertensão, portadoras do HIV, entre outras.
pré-natal e para o local em que será realizado o parto, os quais serão As atividades desenvolvidas na avaliação pré-concepcional devem
regulamentados em ato normativo específico. incluir:
✓ Anamnese e exame físico;
PARTO E NASCIMENTO: ✓ Exames laboratoriais e ginecológico;
✓ Suficiência de leitos obstétricos e neonatais (UTI, UCI e ✓ Orientações: Nutricional, tabagismo e uso de álcool,
Canguru) de acordo com as necessidades regionais; medicamentos e drogas, condições de trabalho, ácido fólico, registro da
✓ Garantia de acompanhante durante o acolhimento e o DUM e intervalo interpartal;
trabalho de parto, parto e pós-parto imediato;
✓ Realização de acolhimento com classificação de risco nos Intervalo Interpartal: O Ministério
serviços de atenção obstétrica e neonatal;
✓ Estímulo à implementação de equipes horizontais do cuidado da Saúde recomenda um intervalo
nos serviços de atenção obstétrica e neonatal; de no mínimo 2 anos entre os
✓ RDC 36/2008- Ambiência das maternidades; partos.
PUERPÉRIO E ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA: ✓ Prevenção e ações: rubéola, hepatite B, toxoplasmose,
✓ Promoção do aleitamento materno e da alimentação HIV/AIDS e sífilis;
complementar saudável; ✓ Controle de doenças crônicas;
✓ Acompanhamento da puérpera e da criança na atenção ✓ Acompanhamento do parceiro.
básica com visita domiciliar na primeira semana após a realização do
parto e nascimento; A IMPORTANCIA DA ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL:
✓ Busca ativa de crianças vulneráveis; O objetivo do acompanhamento pré-natal é assegurar o
✓ Implementação de estratégias de comunicação social e desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido
programas educativos relacionados à saúde sexual e à saúde saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando
reprodutiva; aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas.
✓ Prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e Hepatites;
✓ Orientação e oferta de métodos contraceptivos. Se o início precoce do pré-natal é essencial para a adequada
assistência, o número ideal de consultas permanece controverso.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número adequado
SISTEMA LOGÍSTICO: TRANSPORTE SANITÁRIO E REGULAÇÃO. seria igual ou superior a 6 (seis). As consultas deverão ser:
✓ Promoção, nas situações de urgência, do acesso ao Mensais Quinzenais
transporte seguro para as gestantes, as puérperas e os recém nascidos Semanais
até a 28ª entre 28 e no termo
de alto risco, por meio do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência –
SAMU Cegonha, cujas ambulâncias de suporte avançado devem estar semana 36 semanas
devidamente equipadas com incubadoras e ventiladores neonatais;

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PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
Não existe alta do pré-natal, quando o parto não ocorre até a 41º solicitação do TIG. O diagnóstico da gravidez pode ser efetuado em
semana, é necessário encaminhar a gestante para a avaliação do bem- 90% das pacientes por intermédio dos sinais clínicos, dos sintomas e
estar fetal, incluindo avaliação do índice do líquido amniótico e do exame físico em gestações mais avançadas. De acordo com a
monitoramento cardíaco fetal. confiabilidade temos sinais e sintomas de presunção, probabilidade e
certeza.
CONSULTAS: SINAIS DE PRESUNÇÃO:
✓ Identificação precoce de todas as gestantes na comunidade e ✓ Atraso menstrual;
o pronto início do acompanhamento pré-natal, para que tal início se dê ✓ Amenorreia: sinal mais precoce (até 10 a 14 dias);
ainda no 1º trimestre da gravidez, objetivando intervenções oportunas ✓ Modificação mamária: 5ª semana: congestão mamária; 8ª
em todo o período gestacional, sejam elas preventivas e/ou semana: tubérculos de Montgomery; 16ª semana: colostro e
terapêuticas. Deve-se garantir a possibilidade de que as mulheres rede de Haller; Após 20ª semana: aréola secundária (Sinal de
realizem o teste de gravidez na unidade de saúde sempre que
Hunter).
necessário;
✓ Realização do cadastro da gestante, após confirmada a
gravidez, por intermédio do preenchimento da ficha de cadastramento Tubérculos de Montgomery
do SisPreNatal ou diretamente no sistema para os serviços de saúde
informatizados, fornecendo e preenchendo o Cartão da Gestante;
✓ Classificação do risco gestacional (em toda consulta) e
encaminhamento, quando necessário, ao pré-natal de alto risco ou à
urgência/emergência obstétrica;
✓ Acompanhamento periódico e contínuo de todas as gestantes,
para assegurar seu seguimento durante toda a gestação;
✓ Incentivo ao parto normal e à redução da cesárea;
✓ Realização de anamnese, exame físico e exames
complementares indicados;
✓ Imunização
✓ Oferta de medicamentos necessários (inclusive sulfato Aréola secundária – Sinal de Hunter
ferroso, para tratamento e profilaxia de anemia, e ácido fólico, com uso
recomendado desde o período pré-concepcional e durante o primeiro
trimestre de gestação);
✓ Avaliação do estado nutricional e acompanhamento do ganho
de peso no decorrer da gestação;
✓ Realização de práticas educativas: o incentivo ao aleitamento
materno, ao parto normal e aos hábitos saudáveis de vida, a
identificação de sinais de alarme na gravidez e o reconhecimento do
trabalho de parto, os cuidados com o recém-nascido, a importância do
acompanhamento pré-natal, da consulta de puerpério e do
planejamento familiar, os direitos da gestante e do pai, os riscos do
tabagismo, do uso de álcool e de outras drogas, o uso de medicações Rede de Haller
na gestação. Tais práticas podem ser realizadas de forma individual ou
coletiva, por meio de grupos de gestantes, sala de espera, intervenções
comunitárias;
✓ Visita domiciliar às gestantes e puérperas, principalmente no
último mês de gestação e na primeira semana após o parto, com o
objetivo de monitorar a mulher e a criança, orientar cuidados
adequados, identificar possíveis fatores de risco e realizar os
encaminhamentos necessários;
✓ Sistema eficiente de referência e contrarreferência,
objetivando garantir a continuidade da assistência pré-natal (em todos
os níveis do sistema de saúde) para todas as gestantes, conforme a
exigência de cada caso;
✓ Registro das informações em prontuário, no Cartão da
Gestante e no SisPreNatal, inclusive com preenchimento da Ficha Tubérculos de Montgomery
Perinatal, abordando a história clínica perinatal, as intercorrências e as
SINTOMAS DE PRESUNÇÃO:
urgências/emergências que requeiram avaliação hospitalar;
✓ Náuseas: 6ª semana – matutina – dura poucas horas. Regride
após 12 semanas. Causa: adaptação do organismo materno ao HCG
✓ Polaciúria: 6ª semana devido aumento do útero sobre a
DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ:
bexiga materna. Regride após o útero atingir a cavidade abdominal e
Para ampliar a captação precoce das gestantes, o Ministério da Saúde,
retorna nas duas últimas semanas.
por intermédio da Rede Cegonha, incluiu o Teste Rápido de Gravidez
nos exames de rotina do pré-natal, que pode ser realizado na própria
SINAIS DE PROBABILIDADE:
UBS, o que acelera o processo necessário para a confirmação da
✓ Amenorreia: após 10 a 14 dias de atraso menstrual;
gravidez e o início do pré-natal.
✓ Volume uterino: durante o período fértil o aumento sugere
Toda mulher da área de abrangência da unidade de saúde e com
gravidez;
história de atraso menstrual de mais de 15 dias deverá ser orientada
✓ Consistência uterina: quando vazio o útero é firme, grávido de
pela equipe de saúde a realizar o Teste Imunológico de Gravidez (TIG),
8 semanas é elástico (sinal de hegar);
que será solicitado pelo médico ou enfermeiro.
✓ Forma uterina: crescimento assimétrico, maior
Se o atraso menstrual for superior a 12 semanas, o diagnóstico de
desenvolvimento na área de implantação (sinal de piskacek);
gravidez poderá ser feito pelo exame clínico e torna-se desnecessária a

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PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
✓ Hiperpigmentação: vulva (sinal de jaquemier ou de ✓ A partir da 20ª semana, existe relação direta entre as
Chadwick), mucosa vaginal (sinal de kluge). semanas da gestação e a medida da altura uterina. Porém, este
parâmetro torna-se menos fiel a partir da 30ª semana de idade
Sinal de Hegar Sinal de Piskacek gestacional.

SINAIS DE CERTEZA:
✓ Percepção dos movimentos do feto: 18 a 20 semanas;
✓ Palpação dos segmentos fetais: cabeça e membros;
✓ Ausculta dos batimentos fetais; - Exemplo:
✓ Sinal de puzos: é o rechaço fetal uterino.
DUM = 25/07/2022
Sinal de Puzos DATA DA CONSULTA = 20/01/2023

FAZER A SUBTRAÇÃO DOS DIAS QUE SE


PASSARAM NO MÊS DA ULTIMA
MENTRUAÇÃO:
31-25=06

CÁLCULO DE IDADE GETACIONAL 31 – 25 = 06 179 7


Os métodos para esta estimativa da idade gestacional dependem da -14 25s
data da última menstruação (DUM), que corresponde ao primeiro dia de JUL = 06 39
sangramento do último ciclo menstrual referido pela mulher. AGO = 31 -35
Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e certa, o SET = 30 4d
método de escolha para se calcular a idade gestacional em mulheres OUT = 31 +
com ciclos menstruais regulares e sem uso de métodos NOV = 30 25 semanas + 4 dias
anticoncepcionais hormonais: Uso do calendário: some o número de
DEZ = 31
dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta, dividindo o total por
JAN = 20
sete (resultado em semanas).
Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece
o período do mês em que ela ocorreu, se o período foi no início, meio 179
ou fim do mês: considere como data da última menstruação os dias 5,
15 e 25, respectivamente.
Quando a data e o período do mês não forem conhecidos, a idade CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DO PARTO
gestacional e a data provável do parto serão, inicialmente, determinadas Calcula-se a data provável do parto levando-se em consideração a
por aproximação, basicamente pela medida da altura do fundo do útero
e pelo toque vaginal, além da informação sobre a data de início dos duração média da gestação normal (280 dias ou 40 semanas, a partir da
movimentos fetais, que habitualmente ocorrem entre 18 e 20 semanas. DUM), mediante a utilização de calendário. O cálculo consiste em somar
Pode-se utilizar a altura uterina e o toque vaginal, considerando-se os
seguintes parâmetros: sete dias ao primeiro dia da última menstruação e subtrair três meses
✓ Até a 6ª semana, não ocorre alteração do tamanho uterino; ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou adicionar nove
✓ Na 8ª semana, o útero corresponde ao dobro do tamanho
normal; meses, se corresponder aos meses de janeiro a março). Esta forma de
✓ Na 10ª semana, o útero corresponde a três vezes o tamanho cálculo é chamada de Regra de Näegele.
habitual;
✓ Na 12ª semana, o útero enche a pelve, de modo que é
palpável na sínfise púbica;
✓ Na 16ª semana, o fundo uterino encontra-se entre a sínfise
púbica e a cicatriz umbilical;
✓ Na 20ª semana, o fundo do útero encontra-se na altura da
cicatriz umbilical;

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PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
TÉCNICA PARA PALPAÇÃO ABDOMINAL (MANOBRAS DE
LEOPOLD):
1ª MANOBRA Delimite o fundo do útero com a borda cubital de ambas
as mãos e reconheça a parte fetal que o ocupa.

Exemplos:
2ª MANOBRA: Deslize as mãos do fundo uterino até o polo inferior do
DUM: 10 / 02 / 2022 útero, procurando sentir o dorso e as pequenas partes do feto.
+7 +9
DPP: 17 / 11 / 2022

DUM: 13 / 09 / 2022
+ 7 - 3 +1
DPP: 20 / 06 / 2023

Nos casos em que o número de dias encontrado for maior do que o


número de dias do mês, passe os dias excedentes para o mês seguinte,
adicionando 1 (um) ao final do cálculo do mês.
3ª MANOBRA: Explore a mobilidade do polo, que se apresenta no
estreito superior pélvico.

ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO FETAL


PALPAÇÃO OBSTÉTRICA
Objetivos:
✓ Identificar o crescimento fetal;
✓ Diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação 4ª MANOBRA: Determine a situação fetal, colocando as mãos sobre
entre a altura uterina e a idade gestacional; as fossas ilíacas, deslizando-as em direção à escava pélvica e
✓ Identificar a situação e a apresentação fetal. abarcando o polo fetal, que se apresenta.
A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida da altura
uterina. Ela deve iniciar-se pela delimitação do fundo uterino, bem como
de todo o contorno da superfície uterina. A identificação da situação e
da apresentação fetal é feita por meio da palpação obstétrica,
procurando-se identificar os polos cefálico e pélvico e o dorso fetal,
facilmente identificados a partir do terceiro trimestre. Pode-se, ainda,
estimar a quantidade de líquido amniótico.
A percepção materna e a constatação objetiva de movimentos fetais,
além do crescimento uterino, são sinais de boa vitalidade fetal.

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 8


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
ESTÁTICA FETAL
É a relação do feto com a bacia e com o útero, seu estudo permite
o conhecimento da nomenclatura obstétrica. CÓRMICA
SITUAÇÃO: É a relação do maior eixo do feto (coluna) com o maior
eixo da mãe. Pode ser longitudinal (quando os eixos coincidem),
transversa (eixos discordantes) ou oblíqua (esta situação é
transitória, vir a transversa ou longitudinal). O mais comum é a
situação longitudinal (99%).

LONGITUDINAL

POSIÇÃO: É a relação entre o dorso fetal e o lado materno. A posição


pode ser direita ou esquerda e sua localização serve para fazer a
ausculta dos batimentos cardiofetais. A posição mais comum de ser
encontrada é à esquerda.

OBLÍQUA TRANSVERSA
APRESENTAÇÃO: É a região que ocupa a área do estreito superior da
pelve materna e nela vai se insinuar. A apresentação pode ser cefálica,
pélvica ou córmica.

CEFÁLICA

DIREITA ESQUERDA

MEDIDA DA ALTURA UTERINA (AU)


OBEJETIVO:
Visa ao acompanhamento do crescimento fetal e à detecção precoce de
alterações. Em todas consultas, o profissional deve verifica a altura
uterina (AU).
PÉLVICA TÉCNICA PARA MEDIDA DA ALTURA UTERINA:
- Posicione a gestante em decúbito dorsal, com o abdome descoberto;
- Delimite a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino;
- Por meio da palpação, procure corrigir a comum dextroversão uterina;
- Fixe a extremidade inicial (0cm) da fita métrica, flexível e não
extensível, na borda superior da sínfise púbica com uma das mãos,
passando-a entre os dedos indicador e médio.
- Deslize a fita métrica entre os dedos indicador e médio da outra mão
até alcançar o fundo do útero com a margem cubital da mesma mão;-
Proceda à leitura quando a borda cubital da mão atingir o fundo uterino;-
Anote a medida (em centímetros) na ficha e no cartão e marque o ponto
na curva da altura uterina.

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 9


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
VACINAÇÃO NA GESTAÇÃO
Hipóteses diagnósticas de acordo com medida da AU VACINA DUPLA DO TIPO ADULTO – DT (DIFTERIA E TÉTANO): A
vacina dT é indicada para a proteção da gestante contra o tétano
AU menor que o esperado para a IG AU maior que o esperado para a IG acidental e a prevenção do tétano neonatal.
Gestante não vacinada e/ou com situação vacinal desconhecida: Deve-
Erro de cálculo da IG Erro de cálculo da IG se iniciar o esquema o mais precocemente possível,
independentemente da idade gestacional. No esquema recomendado
Crescimento intra-uterino restrito (CIUR), Diabetes gestacional constam três doses.
Pequeno para Idade Gestacional (PIG)

Morte fetal Gemelaridade 1ª DOSE 2ª DOSE 3ª DOSE


Oligoidrâmnio Polidrâmnio PRECOCE 30 A 60 DIAS 30 A 60 DIAS
Síndromes Hipertensivas Especifícas da
Gestação (SHEG)
Macrossômia fetal APÓS A 1ª DOSE APÓS A 2ª
AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDIOFETAIS
OBJETIVO:
DOSE
Constatar a cada consulta a presença, o ritmo, a frequência e a
normalidade dos batimentos cardíacos fetais (BCF). Deve ser realizada PRECOCE 60 DIAS APÓS A 60 DIAS APÓS
com sonar doppler, após 12 semanas de gestação, ou com Pinard, após
20 semanas. É considerada normal a frequência cardíaca fetal entre 1ª DOSE A 2ª DOSE
120 a 160 batimentos por minuto. Bradicardia e taquicardia são sinais
de sofrimento fetal.
Gestante vacinada:
✓ Gestante sem nenhuma dose registrada: inicie o esquema
vacinal o mais precocemente possível com 3 doses, com intervalo de 60
dias ou, no mínimo, 30 dias.
✓ Gestante com esquema vacinal incompleto (1 ou 2 doses): em
qualquer período gestacional, deve-se completar o esquema de três
doses o mais precocemente possível, com intervalo de 60 dias ou, no
mínimo, 30 dias entre elas.
✓ Gestante com menos de 3 doses registradas: complete as 3
doses o mais precocemente possível, com intervalo de 60 dias ou, no
EXAMES COMPLEMENTARES DE ROTINA mínimo, 30 dias.
1ª CONSULTA OU 1º TRIMESTRE: ✓ Gestante com esquema vacinal completo (3 doses ou mais) e
✓ Hemograma. última dose há menos de cinco anos: não é necessário vaciná-la.
✓ Tipagem sanguínea e fator Rh. ✓ Gestante com esquema completo (3 doses ou mais) e última
✓ Coombs indireto (se for Rh negativo). dose administrada há mais de cinco anos e menos de 10 anos: deve-se
✓ Glicemia em jejum. administrar uma dose de reforço tão logo seja possível,
✓ Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR. independentemente do período gestacional.
✓ Teste rápido diagnóstico anti-HIV. ✓ Gestante com esquema vacinal completo (3 doses ou mais),
✓ Anti-HIV. sendo a última dose há mais de 10 anos: aplique uma dose de reforço.
✓ Toxoplasmose IgM e IgG.
✓ Sorologia para hepatite B (HbsAg). VACINA DTPA TIPO ADULTO: A vacina é indicada a partir da 20ª
✓ Urocultura + urina tipo I. semana a 36ª semana de gestação, podendo ser administrada até 20
✓ Ultrassonografia obstétrica. dias antes da data provável do parto. A DTPA deve ser administrada a
✓ Citopatológico de colo de útero (se for necessário). cada gestação considerando que os anticorpos têm curta duração,
✓ Exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica). portanto, a vacinação durante uma gravidez não manterá alto nível de
✓ Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica). anticorpos protetores em gestações subsequentes.
2º TRIMESTRE:
✓ Teste de tolerância para glicose com 75g, se a glicemia VACINA CONTRA INFLUENZA (FRAGMENTADA): A vacina contra a
estiver acima de 85mg/dl ou se houver fator de risco (realize este exame influenza é recomendada a todas as gestantes em qualquer período
preferencialmente entre a 24ª e a 28ª semana). gestacional. O PNI disponibiliza esta vacina na rede pública de saúde a
✓ Coombs indireto (se for Rh negativo). todas as gestantes durante a campanha anual contra influenza sazonal.
O esquema consta de uma dose no período da campanha.
3º TRIMESTRE:
✓ Hemograma. VACINAÇÃO CONTRA HEPATITE B (RECOMBINANTE): Por
✓ Glicemia em jejum. considerar os riscos da gestante não vacinada de contrair a doença e de
✓ Coombs indireto (se for Rh negativo). haver transmissão vertical, o PNI reforça a importância de que a
✓ VDRL. gestante receba a vacina contra a hepatite B após o primeiro trimestre
✓ Anti-HIV. de gestação, independentemente da faixa etária. O esquema desta
✓ Sorologia para hepatite B (HbsAg). vacina deve ser seguido conforme os calendários de vacinação do
✓ Repita o exame de toxoplasmose se o IgG não for reagente. adolescente e do adulto.
✓ Urocultura + urina tipo I. ✓ Gestantes com esquema incompleto (1 ou 2 doses): deve-se
✓ Bacterioscopia de secreção vaginal (a partir de 37 semanas completar o esquema.
de gestação). ✓ Gestantes com esquema completo: não se deve vaciná-las.

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 10


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO ✓ Alterações genéticas maternas;
Gestação de Alto Risco é aquela na qual a vida ou a saúde da ✓ Antecedente de trombose venosa profunda ou embolia
mãe e/ou do feto e/ou do recém-nascido têm maiores chances pulmonar;
de serem atingidas que as da média da população considerada. ✓ Ginecopatias (malformação uterina, miomatose, tumores
O pré-natal de alto risco abrange cerca de 10% das gestações anexiais e outras);
que cursam com critérios de risco, o intuito da assistência pré- ✓ Portadoras de doenças infecciosas como hepatites,
natal de alto risco é interferir no curso de uma gestação que toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis terciária (USG com malformação
fetal) e outras DSTs (condiloma);
possui maior chance de ter um resultado desfavorável, de
✓ Hanseníase;
maneira a diminuir o risco ao qual estão expostos a gestante e o
✓ Tuberculose;
feto, ou reduzir suas possíveis consequências adversas. ✓ Dependência de drogas lícitas ou ilícitas;
Existem vários tipos de fatores geradores de risco gestacional. ✓ Qualquer patologia clínica que necessite de acompanhamento
Alguns desses fatores podem estar presentes ainda antes da especializado.
ocorrência da gravidez. Sua identificação nas mulheres em idade
fértil na comunidade permite orientações às que estão FATORES RELACIONADOS À HISTÓRIA REPRODUTIVA
vulneráveis no que concerne ao planejamento familiar e ANTERIOR:
aconselhamento pré-concepcional. ✓ Morte intrauterina ou perinatal em gestação anterior,
principalmente se for de causa desconhecida;
FATORES DE RISCO QUE PERMITEM A REALIZAÇÃO DO PRÉ- ✓ História prévia de doença hipertensiva da gestação, com mau
NATAL PELA EQUIPE DE ATENÇÃO BÁSICA: resultado obstétrico e/ou perinatal (interrupção prematura da gestação,
✓ Idade menor do que 15 e maior do que 35 anos; morte fetal intrauterina, síndrome HELLP, eclâmpsia, internação da mãe
✓ Ocupação: esforço físico excessivo, carga horária em UTI);
extensa, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, ✓ Abortamento habitual;
químicos e biológicos, estresse; ✓ Esterilidade/infertilidade.
✓ Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez,
FATORES RELACIONADOS À GRAVIDEZ ATUAL:
principalmente em se tratando de adolescente;
✓ Restrição do crescimento intrauterino;
✓ Situação conjugal insegura; ✓ Polidrâmnio ou oligoidrâmnio;
✓ Baixa escolaridade (menor do que cinco anos de estudo ✓ Gemelaridade;
regular); ✓ Malformações fetais ou arritmia fetal;
✓ Condições ambientais desfavoráveis; ✓ Distúrbios hipertensivos da gestação (hipertensão crônica
✓ Altura menor do que 1,45m; preexistente, hipertensão gestacional ou transitória);
✓ IMC que evidencie baixo peso, sobrepeso ou obesidade. ✓ Infecção urinária de repetição ou dois ou mais episódios de
pielonefrite (toda gestante com pielonefrite deve ser inicialmente
FATORES RELACIONADOS À HISTÓRIA REPRODUTIVA encaminhada ao hospital de referência, para avaliação);
ANTERIOR: ✓ Anemia grave ou não responsiva a 30-60 dias de tratamento
✓ Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou com sulfato ferroso;
malformado; ✓ Portadoras de doenças infecciosas como hepatites,
✓ Macrossomia fetal; toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis terciária (USG com malformação
✓ Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas; fetal) e outras DSTs (condiloma);
✓ Intervalo interpartal menor do que dois anos ou maior do que ✓ Infecções como a rubéola e a citomegalovirose adquiridas na
cinco anos; gestação atual;
✓ Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos); ✓ Evidência laboratorial de proteinúria;
✓ Cirurgia uterina anterior; ✓ Diabetes mellitus gestacional;
✓ Três ou mais cesarianas. ✓ Desnutrição materna severa;
✓ Oblesidade mórbida ou baixo peso (nestes casos, deve-se
FATORES RELACIONADOS À GRAVIDEZ ATUAL: encaminhar a gestante para avaliação nutricional);
✓ Ganho ponderal inadequado; ✓ NIC III (nestes casos, deve-se encaminhar a gestante ao
✓ Infecção urinária; oncologista);
✓ Anemia. ✓ Alta suspeita clínica de câncer de mama ou mamografia com
FATORES DE RISCO QUE PODEM INDICAR ENCAMINHAMENTO Bi-rads III ou mais (nestes casos, deve-se encaminhar a gestante ao
AO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO: oncologista);
FATORES RELACIONADOS ÀS CONDIÇÕES PRÉVIAS: ✓ Adolescentes com fatores de risco psicossocial.
✓ Cardiopatias; ✓
✓ Pneumopatias graves (incluindo asma brônquica); ASSISTÊNCIA À GESTANTE NO PERÍODO PRÉ-PARTO E PARTO
✓ Nefropatias graves (como insuficiência renal crônica e em O PARTO NORMAL
casos de transplantados); ✓ Acontece espontaneamente e o bebê nasce, na maioria das
✓ Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus, vezes, sem necessidade de qualquer intervenção;
hipotireoidismo e hipertireoidismo); ✓ 85% das mulheres podem ter parto normal;
✓ Doenças hematológicas (inclusive doença falciforme e ✓ A dor do parto normal serve para sinalizar que o nascimento
talassemia); irá acontecer;
✓ Hipertensão arterial crônica e/ou caso de paciente que faça ✓ Cultura do medo e mercantilização da cesariana (problema de
uso de anti-hipertensivo (PA>140/90mmHg antes de 20 semanas de saúde pública).
idade gestacional – IG); ✓ Diagnóstico de trabalho de parto: contrações uterinas
✓ Doenças neurológicas (como epilepsia); regulares e modificação cervical progressiva;
✓ Doenças psiquiátricas que necessitam de acompanhamento ✓ Contrações se iniciam na parte superior do útero e se
(psicoses, depressão grave etc.); propagam de forma decrescente até atingir o seguimento inferior tríplice
✓ Doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, outras gradiente descendente;
colagenoses);

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 11


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
✓ Trabalho de Parto: cerca de 2 a 3 contrações em 10 2ª FASE – PERÍODO EXPULSIVO
minutos; ✓ Progressão do feto pelo canal de parto;
✓ Parto: cerca de 5 contrações em 10 minutos. ✓ Inquietação e “vontade de evacuar” (compressão da ampola
retal);
TRÍPLICE GRADIENTE DESCENDENTE ✓ Duração imprecisa: média 30’ a 60’;
✓ Síndrome dolorosa: região vagino-perineal e prensa
abdominal (puxos);
✓ 10cm: saída do feto.

FASES CLÍNICAS DO PARTO

3ª FASE – PERÍODO DE DEQUITAÇÃO


✓ Do nascimento até a saída completa da placenta;
✓ Manejo ativo x passivo;
✓ Manobra de Jacob-Dublin;
✓ Clampeamento do cordão;
✓ Revisão do canal de parto;
✓ Formação do globo de segurança de Pinard

PERÍODO PREMONITÓRIO – PRÉ-PARTO


✓ Pode durar horas ou dias;
✓ Contrações dolorosas;
✓ Sem dilatação;
✓ Aumento da produção de secreções endocervicais – tampão
mucoso;
✓ Polo cefálico adapta-se ao estreito superior;
✓ Dor lombar;
✓ Descida do fundo uterino.

1ª FASE – PERÍODO DE DILATAÇÃO


✓ Fase latente: 8 horas, menor que 4 cm, dilatação de 0,35
cm/h; e
✓ Fase ativa: 6 horas, dilatação acima de 4 cm, 1,2cm/h –
1,5cm/h;
✓ Contrações coordenadas e regulares;
✓ Duração imprecisa: média de 8 a 14 h;
✓ Pode ocorrer amniorrexe (ruptura da bolsa das águas) e MANOBRA DE JACOB-DUBLIN
perda sanguínea; São realizados movimentos delicados de massagem de fundo de
útero e, ao mesmo tempo, suave tração e rotação do cordão
umbilical.

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 12


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO


4ª FASE – PERÍODO DE GREENBERG A SAÚDE DO RECÉM-NASCIDO NO BRASIL
✓ Pós-parto imediato; O cuidado com a saúde do recém-nascido (RN) tem importância
fundamental para a redução da mortalidade infantil, ainda elevada no
✓ Verificações de sinais vitais; Brasil, assim como a promoção de melhor qualidade de vida e a
✓ Amamentação na primeira hora (Golden Hour); diminuição das desigualdades em saúde.
✓ Hemorragia; No período neonatal, momento de grande vulnerabilidade na vida,
✓ Conforto da mãe; concentram-se riscos biológicos, ambientais, socioeconômicos e
✓ Vigilância contínua. culturais, havendo necessidade de cuidados especiais, com atuação
oportuna, integral e qualificada de proteção social e de saúde, direitos
GLOBO DE SEGURANÇA DE PINARD reconhecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Logo após o parto, o fundo do útero deve ser palpado acima da cicatriz O cuidado com a saúde do recém-nascido (RN) tem importância
umbilical, devendo apresentar fisiologicamente um bom tônus, estando fundamental para a redução da mortalidade infantil, ainda elevada no
firme, móvel e indolor. Brasil, assim como a promoção de melhor qualidade de vida e a
diminuição das desigualdades em saúde.

CUIDADOS NA HORA DO NASCIMENTO


No Brasil, nascem cerca de 3 milhões de crianças ao ano, das quais
98% em hospitais. Sabe-se que a maioria delas nasce com boa
vitalidade; entretanto, manobras de reanimação podem ser necessárias
de maneira inesperada. São essenciais o conhecimento e a habilidade
em reanimação neonatal para todos os profissionais que atendem RN
em sala de parto, mesmo quando se esperam crianças hígidas sem
hipóxia ou asfixia ao nascer.
O risco de haver necessidade de procedimentos de reanimação é maior
quanto menor a idade gestacional e/ou o peso ao nascer. O parto
cesáreo, realizado entre 37 e 39 semanas de gestação, mesmo não
havendo fatores de risco antenatais para asfixia, também eleva o risco
INDICAÇÕES DE CESARIANA de necessidade de ventilação do RN.
Segundo o Ministério da Saúde, as cesarianas devem ser
realizadas conforme as indicações clínicas elencadas abaixo CLASSIFICAÇÕES E TERMINOLOGIAS EM NEONATOLOGIA
(BRASIL, 2016): Considerando as características da fase perinatal e neonatal, é
necessário estabelecer a classificação de cada recém-nascido (RN),
uma vez que estes apresentam diversidade na sua fisiologia
representando diferença na conduta a ser tomada com cada um deles.

PUERPÉRIO
✓ Consultas Puerperais Devem ser realizadas nas UBS: a
primeira entre 7 e 10 dias e a segunda entre 30 e 40 dias;
✓ Gestação de risco habitual, a consulta pode ser realizada pelo
médico generalista ou pela enfermeira da equipe da UBS;
✓ Se a gestação foi de alto risco, a consulta deve ser realizada É importante que o recém-nascido seja avaliado quanto à sua idade
no serviço de referência. gestacional e ao seu peso logo após o seu nascimento, visto que essas
informações podem contribuir para a identificação de situações de risco
LÓQUIOS e intervenções precoces que possam ser necessárias.
São secreções que se formam no processo de cicatrização do útero,
são compostas por sangue, fragmentos deciduais, bactérias e
exsudatos.
✓ Lochia rubra: vermelho (1º ao 4º dia);
✓ Lochia fusca: serossanguinolento - acastanhado (5º ao 10º
dia);
✓ Lochia flava: amarelado (após 10ºdia);
✓ Lochia alba: esbranquiçado (4 a 8 semanas).

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 13


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
primeiro e no quinto minuto após o nascimento. Se o total é menor do
que 7 no quinto minuto, deve ser repetido a cada 5 minutos, até
completar 20 minutos. Caso o escore fique acima de 7, a avaliação
poderá ser interrompida.

ASPECTOS FUNDAMENTAIS PARA ASSISTÊNCIA DE QUALIDADE


Receber com dignidade a mulher, seus familiares e o recém-nascido;
✓ Atitude ética e solidária dos profissionais de saúde;
✓ Organização da instituição (ambiência – ambiente acolhedor);
✓ Respeito as individualidades;
✓ Adotar medidas e procedimentos benéficos para o
acompanhamento do parto e do nascimento;
✓ Evitar práticas intervencionistas desnecessárias.

OBSERVAÇÃO INICIAL DA SALA DE PARTO


✓ Berço de Calor Radiante ligado em temperatura entre 34 e
36ºC;
✓ Manter temperatura ambiente adequada 26ºC, para que se
mantenha com maior facilidade a temperatura corpórea normal do RN;
✓ Material de aspiração;
✓ Material de reanimação;
✓ Foco;
✓ Campos cirúrgicos aquecidos;
✓ Balança, fita métrica.
A NOVA ASSISTÊNCIA NA SALA DE PARTO
ÍNDICE DE APGAR
A Portaria nº 1.067/2005, que instituiu a Política Nacional de Atenção
A primeira avaliação do recém-nascido ocorre imediatamente após o
Obstétrica e Neonatal: Todo recém-nascido tem direito à assistência
seu nascimento ao lhe ser atribuído o escore de Apgar. Trata-se de um
neonatal de forma humanizada e segura. Esta portaria também
método objetivo para informar sua condição/vitalidade bem como a sua
estabelece o direito à presença de acompanhante em conformidade
resposta às manobras de reanimação. Entretanto, esse escore não
com a Lei nº 11.108/2005, a presença de acompanhante contribui para
deve ser utilizado para indicá-las.
a melhoria dos indicadores de saúde e do bem estar da mãe e do
recém-nascido. A presença do acompanhante aumenta a satisfação da
mulher e reduz significativamente o percentual das cesáreas, a duração
do trabalho de parto.

ASSISTÊNCIA IMEDIATA AO RECÉM-NASCIDO


Os cuidados imediatos são aqueles prestados ainda na sala de parto.
Segundo a OMS, os cuidados prestados ao RN devem ser
desenvolvidos conforme a ética profissional, a filosofia da instituição e
os princípios de humanização do nascimento.
A assistência imediata tem como objetivos:
✓ Favorecer a regulação térmica;
✓ Prevenir infecções;
✓ Estabelecer a permeabilidade das vias aéreas superiores,
mas não aspirar de rotina;
✓ Fortalecimento do vínculo do binômio.

Atividades que compõem a assistência imediata ao recém-nascido:


✓ Contato pele a pele;
✓ Clampeamento definitivo do cordão e avaliação do cordão;
Cada um desses componentes recebe um escore de 0 a 2 pontos.
✓ Aleitamento materno (1ª hora de vida);
Quando são somados tem-se o índice de Apgar. O escore é atribuído no
✓ Identificação do RN;
Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 14
PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
✓ Pesagem e medidas antropométricas;
✓ Sinais vitais;
✓ Profilaxia oftálmica;
✓ Vitamina K.

CONTROLE TÉRMICO
A transição do ambiente aquoso aquecido do útero para a sala de parto
representa um estresse térmico para o bebê. Ele responde ao frio com
vasoconstrição, tentando reduzir o calor perdido com a metabolização
de gorduras e consumindo assim, três vezes mais oxigênio e glicose.
Estabelecer um ambiente adequado minimiza as perdas, garanta a
temperatura ambiente na sala de parto de, no mínimo, 26 ºC.
Recém-nascidos no termo devem ser recepcionados em campos
aquecidos, secados, e desprezados campos úmidos e colocar no colo ALEITAMENTO MATERNO (1ª HORA DE VIDA)
da mãe (contato pele a pele), é importante cobrir o recém-nascido com ✓ Oferecer apoio qualificado à mãe durante a primeira mamada
campos secos. Manter o RN em berço aquecido e retirar o excesso de assegurando que o RN tenha uma boa sucção e mame
líquido amniótico com compressa macia, minimizando o choque térmico efetivamente;
e restringindo as perdas de calor. ✓ Fortalece a saúde do bebê (primeira vacina);
Os recém-nascidos pré-termo estão mais sujeitos à hipotermia. Os ✓ Reduz a morbimortalidade neonatal;
cuidados de rotina para este público incluem: Manter a temperatura da ✓ Promove o vínculo entre o binômio.
sala de parto maior ou igual a 26º C, ligar a fonte de calor radiante antes
do nascimento e pré-aquecer os campos, recepcionar o RN em campos PROFILAXIA OFTÁLMICA
aquecidos e colocá-lo sob calor radiante, secar e remover os campos O Guia de Atenção à Saúde do Recém-Nascido do Ministério da
úmidos. Saúde (BRASIL, 2014) recomenda que, para a prevenir a oftalmia
Em recém-nascidos pré-termo, menores de 1500g é recomendado que gonocócica, deve-se utilizar a profilaxia do método de Credé, que
se utilize saco plástico poroso e touca de malha tubular. consiste em:
I.Retirar o vérnix da região ocular com gaze seca ou umedecida com
água;
II.É contraindicado o uso de soro fisiológico ou de qualquer outra solução
salina;
III.Deve-se afastar as pálpebras e instilar uma gota de nitrato de prata a
1% em cada olho, em seguida, massagear suavemente as pálpebras
Antes de sair da sala de parto ocorre uma perda de temperatura para que o nitrato de prato banhe toda a conjuntiva.
corporal da criança de até 3º C, como consequência da evaporação do IV.Se o nitrato cair fora do globo ocular ou se houver dúvida, deve-se
líquido amniótico que a envolve, do ambiente mais frio da sala e das repetir o procedimento e limpar com gaze seca o excesso que ficar na
manobras a que é submetido o recém-nascido nos primeiros minutos. pele das pálpebras;
O frio pode ser muito perigoso para o RN e aumenta a V.A profilaxia deve ser realizada na 1ª hora depois do nascimento, tanto
morbimortalidade. A hipotermia pode provocar uma hipoglicemia, devido no parto vaginal quanto no cesáreo.
o maior consumo de glicose na tentativa de corrigir a temperatura
corporal. A hipoglicemia pode levar à convulsão e dano cerebral.

CONTATO PELE A PELE


Objetivos:
✓ Mantém a temperatura;
✓ Maior estabilidade cardiorrespiratória;
✓ Promove amamentação;
✓ Fortalece o vínculo. O Manual de Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal
(BRASIL, 2017) orienta que o tempo de administração da profilaxia da
CLAMPEAMENTO DO CORDÃO oftalmia neonatal pode ser ampliado em até 4 horas depois do
O clampeamento oportuno do cordão umbilical é a prática de pinçar o nascimento. Essa literatura recomenda a utilização da pomada de
cordão umbilical aproximadamente um a três minutos após o eritromicina a 0,5% e, como alternativa, a tetraciclina a 1% para fazer
nascimento ou após a suspensão da pulsação do cordão umbilical. Essa a profilaxia da oftalmia neonatal. O nitrato de prata a 1% só deve ser
prática é recomendada pela Organização Mundial da Saúde, pelo utilizado quando não houver disponibilidade de eritromicina ou
Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Pediatria. O recém- tetraciclina.
nascido deve ser posicionado sobre o abdome da mãe neste período.
O clampeamento tardio aumenta os níveis de hemoglobina e ferritina do
recém-nascido e protege contra anemia depois do nascimento. O
clampeamento imediato do cordão pode privar o bebê de até 25% do
volume de sangue circulante.

PINÇAMENTO E SECÇÃO DO CORDÃO


É realizado o clampeamento 2 a 3 cm de distância do abdômen, a
secção é realizada com tesoura ou bisturi estéril, a 1 cm de distância do
clamper e 2 cm do abdômen. Durante o procedimento é importante
observar a presença de duas artérias e uma veia no cordão umbilical.
O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral
às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (BRASIL,
2020) orienta que, além do nitrato de prata a 1%, para prevenir a

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 15


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
oftalmia neonatal, pode-se utilizar a tetraciclina a 1% (colírio), com Impressão plantar (pé direito) na declaração de nascido vivo (DNV): por
aplicação única, na 1ª hora depois do nascimento. se tratar de um documento legal da maior importância, deve ser
realizado com cuidado, já que borrões de tinta impedem a clara
visualização das linhas plantares inutilizando a identificação. Cabe a
enfermagem:
✓ Identificar o RN com pulseira própria;
✓ Registrar na ficha do RN sua impressão plantar e digital do
polegar direito da mãe;
✓ Preencher a Declaração de Nascido Vivo.

VITAMINA K
✓ Vitamina anti-hemorrágica;
✓ O RN é mais suscetível à doença hemorrágica por apresentar
níveis mais baixos de fatores da coagulação e menores reservas de
vitamina K.
✓ De acordo com as Diretrizes Nacionais de Assistência ao
Parto Normal (BRASIL, 2017), todos os recém-nascidos devem
receber vitamina K para a profilaxia da doença hemorrágica, conforme MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
descrição abaixo: Peso – bebê deve estar sem roupa e em balança previamente tarada.
Peso médio do recém-nascido: 2500g a 4000g perda de 10% do peso
na 1ª semana de vida (pesar com o RN despido).

Se os pais recusarem a administração intramuscular (IM), deve ser


oferecida a administração oral (VO) de vitamina K. Os responsáveis
devem ser advertidos de que esse método deve seguir as
recomendações do fabricante e exige múltiplas doses, vejamos:

Estatura – deve ser utilizada uma régua antropométrica ou graduada.


Evita-se fita métrica pela possibilidade de erro. A cabeça do bebê deve
IDENTIFICAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO ficar na extremidade fixa, com as pernas bem esticadas. Estatura média
A identificação do paciente faz parte das metas de do RN - 48 a 53 cm.
segurança do paciente, para o recém-nascido, a pulseira
de identificação deverá ser fixada no tornozelo, com
confirmação de identificação contida na pulseira da mãe.
Esta é uma medida extremamente importante,
considerando que esta ação evita a ocorrência de trocas
e/ou erros graves.

Perímetro cefálico (PC) – medido com fita métrica, passando pela


região mais proeminente do occipital até as bordas supraorbitárias (ou
glabela). Média: 33 a 35 cm.

A identificação do recém-nascido requer cuidados adicionais. A pulseira


de identificação deve conter, no mínimo:
1. RN de (nome da mãe);
2. Data do nascimento;
3. Hora do parto;
4. Sexo do bebê,
5. Número de registro.
Na circunstância de parto gemelar, usar a hora do nascimento e o termo
RN 1, RN 2, RN 3, precedendo o nome da mãe e, assim,
sucessivamente.

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 16


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA

Durante os primeiros dias de vida, o recém-nascido normalmente perde


Perímetro torácico (PT) – medido com a mesma fita métrica, passando 5 a 10 % de seu peso ao nascimento. Este peso é rapidamente
pela linha intermamilar. Deve ser, em média, 2 centímetros menor do recuperado à medida que ele começa a se alimentar.
que o perímetro cefálico. Média: 30 a 33 cm.
AVALIAÇÃO DA PELE DO RECÉM-NASCIDO
A Pele apresenta diversas características que devem ser atentamente
observadas durante o exame físico do RN. Deve-se avaliar:
✓ Textura e Umidade:
- Depende da IG;
- RN pré-termo extremo – pele muito fina e gelatinosa;
- RN a termo – pele lisa, brilhante, úmida e fina;
- RN pós-termo – pele seca, enrugada, apergaminhada e com
descamação acentuada;
- A textura da pele é um dos parâmetros utilizados na avaliação as IG.
✓ Coloração:
- A pele normal do RN apresenta cor rosada;
- Cor pletora (vermelho escuro) é observada em RNs policitêmicos (RNs
com aumento de eritrócitos), hiperoxigenados ou com hipertermia. A cor
pletora é um preditivo de evolução para icterícia;
- A palidez acentuada pode ser um dado importante para o diagnóstico
Perímetro abdominal (PA) – medido com fita métrica, logo acima do de anemia (aguda ou crônica);
coto umbilical. Cerca de 2 centímetros menor do que o perímetro - A cianose, coloração azulada decorrente da presença de pelo menos
torácico. Média: 28 a 31 cm. 5g de hemoglobina não saturada, é intercorrência relativa comum no
RN. É comum a presença de cianose de extremidades, essa condição
costuma regredir com o aquecimento.
✓ Presença de milium: são pequenos pontos brancos
provocados pela obstrução dos poros, localizado na região frontal e
nasal (1º mês).

SINAIS VITAIS
✓ Temperatura axilar: 36,5ºC – 37,2ºC;
✓ Frequência cardíaca: 120 – 160 bpm;
✓ Frequência respiratória: 30 a 60 rpm;
✓ Pressão arterial: 65mmHg/41mmHg.

ASSISTÊNCIA MEDIATA AO RECÉM-NASCIDO


✓ Higiene corporal; ✓ Presença de lanugo: Pelos finos que costumam recobrir a
✓ Exame físico completo; região do ombro e da escapula, encontrados de forma mais abundante
✓ Avaliação das capacidades de alimentação; nos RNs prematuros e desaparecem em alguns dias.
✓ Avaliação da perda ponderal.

ADAPTAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO
A primeira evacuação consiste no mecônio (substância negro
esverdeada e viscosa), que é conteúdo do intestino formado durante a
gestação. Todo recém-nascido deve eliminar o mecônio nas primeiras
24 horas após o nascimento.

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PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
✓ Presença de vérnix: Material gorduroso e esbranquiçado, ✓ Presença de Máculas vasculares: Manchas de cor salmão
cujas funções primordiais são a proteção da pele e o isolamento que desaparecem à pressão, e estão presentes principalmente na nuca,
térmico. Possui propriedades imunitárias e facilita a passagem do feto pálpebras superior e fronte. Não possuem importância clínica ou
na hora do parto. estética, desaparecem em alguns meses.

✓ resença de mancha mongólica: Caracterizada pela


imaturidade da pele na migração dos melanócitos (acúmulo irregular de
melanócitos), relacionada a fatores raciais, são mais comuns nas raças ICTERÍCIA NEONATAL
negras e orientais. Regride nos primeiros 4 anos de vida. ✓ Surge entre 48 e 72h depois do nascimento e tem como
causa a imaturidade das células hepáticas/hemólise exagerada.
✓ A icterícia é um dos problemas mais frequentes no período
neonatal e corresponde à expressão clínica da hiperbilirrubinemia.
✓ A presença de icterícia, antes de 24h de vida, ou de valores
de BT >12 mg/dL, independentemente da idade pós-natal, alerta a
investigação de processos patológicos.
Durante o exame físico, devemos descrever a intensidade da coloração
amarelada detectada e sua distribuição nos diferentes segmentos do
corpo, pois a icterícia evolui no sentido crânio-caudal. Para melhor
avaliação clínica utilizam-se as zonas de icterícia de Kramer.
FOTOTERAPIA:
✓ É a modalidade terapêutica mais utilizada mundialmente para
o tratamento da hiperbilirrubinemia neonatal.
✓ O sucesso depende das transformações fotoquímicas da
bilirrubina nas áreas expostas à luz.
✓ Essas reações alteram a estrutura da molécula de bilirrubina e
✓ Presença de Eritema tóxico: Aparece nos primeiros dias de possibilitam que os fotoprodutos sejam eliminados pelos rins ou pelo
vida sob lesão eritematosa multiforme (pápula, máculas e até algumas fígado, sem sofrer modificações metabólicas.
vesículas). Possui causa desconhecida e pode ser desencadeado por ✓ O mecanismo de ação básico da fototerapia é a utilização de
atrito ou pressão na pele. Regride espontaneamente. energia luminosa na transformação de bilirrubina em produtos mais
hidrossolúveis.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE A FOTOTERAPIA


✓ Proteger os olhos com cobertura radiopaca;
✓ Verificar temperatura corporal a cada 3 horas, para detectar
hipotermia ou hipertemia, e o peso diariamente;
✓ Aumentar a hidratação, pois a fototerapia com lâmpada
fluorescente ou halógena pode provocar elevação da temperatura
corporal;
✓ Adotar a prática da descontinuidade da fototerapia durante a
alimentação, inclusive com a retirada da cobertura dos olhos, desde que
a bilirrubina não esteja muito elevada.

EXSANGUINEOTRANSFUSÃO:
A exsanguineotransfusão é indicada quando houver necessidade de:
✓ Diminuir os níveis séricos de bilirrubina e reduzir o risco de
lesão cerebral (kernicterus);
✓ Remover as hemácias com anticorpos ligados a sua
superfície e os anticorpos livres circulantes;
✓ Corrigir a anemia e melhorar a função cardíaca nos RNs
hidrópicos por doença hemolítica.

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 18


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
ALEITAMENTO MATERNO
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que
envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no
estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de
infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e
emocional, e em sua saúde no longo prazo, além de ter implicações na
saúde física e psíquica da mãe.
Os benefícios resultantes do aleitamento materno para a criança e para
mãe são conhecidos e comprovados cientificamente. O leite materno é
um alimento completo, rico em água, sais minerais, lipídeos, açúcar,
enzimas, anticorpos, ferro, proteínas e vitaminas. O valor nutricional, a
proteção imunológica e o menor risco de contaminação contribuem para
a redução da morbimortalidade infantil por diarreia e infecções
respiratórias.
CLASSIFICAÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO
O aleitamento materno proporciona o crescimento e desenvolvimento
É muito importante conhecer e utilizar as definições de aleitamento
adequado, fortalece o vínculo do binômio, previne o excesso de peso,
materno adotadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e
hipertensão, colesterol alto e diabetes, auxilia na recuperação materna,
reconhecidas no mundo inteiro. Assim, o aleitamento materno costuma
reduzindo o risco de hemorragia pós-parto, reduz o desenvolvimento de
ser classificado em:
CA de ovários, útero e mamas.
✓ Aleitamento materno exclusivo: quando a criança recebe
somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano
FISIOLOGIA DA AMAMENTAÇÃO
de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou
As mulheres adultas possuem, em cada mama, entre 15 e 25 lobos
xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos
mamários, que são glândulas túbulo-alveolares constituídas, cada uma,
minerais ou medicamentos.
por 20 a 40 lóbulos. Esses, por sua vez, são formados por 10 a 100
✓ Aleitamento materno predominante: quando a criança
alvéolos. Envolvendo os alvéolos, estão as células mioepiteliais e, entre
recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água
os lobos mamários, há tecido adiposo, tecido conjuntivo, vasos
adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais.
sanguíneos, tecido nervoso e tecido linfático.
✓ Aleitamento materno: quando a criança recebe leite materno
Com o nascimento da criança e a expulsão da placenta, há uma queda
(direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não
acentuada nos níveis sanguíneos maternos de progestogênio, com
outros alimentos.
consequente liberação de prolactina pela hipófise anterior, iniciando a
✓ Aleitamento materno complementado: quando a criança
lactogênese e a secreção do leite. Há também a liberação de ocitocina
recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido
durante a sucção, hormônio produzido pela hipófise posterior, que tem a
com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo.
capacidade de contrair as células mioepiteliais que envolvem os
✓ Aleitamento materno misto ou parcial: quando a criança
alvéolos, expulsando o leite neles contido.
recebe leite materno e outros tipos de leite.
O leite produzido é armazenado nos alvéolos e nos ductos. A produção
do leite logo após o nascimento da criança é controlada principalmente
NÚMERO DE MAMADAS POR DIA
por hormônios e a “descida do leite”, que costuma ocorrer até o terceiro
Recomenda-se que a criança seja amamentada sem restrições de
ou quarto dia pós-parto, ocorre mesmo se a criança não sugar o seio.
horários e de tempo de permanência na mama. É o que se chama de
amamentação em livre demanda. Nos primeiros meses, é normal que a
criança mame com frequência e sem horários regulares. Em geral, um
bebê em aleitamento materno exclusivo mama de oito a 12 vezes ao
dia.
Muitas mães, principalmente as que estão inseguras e as com baixa
autoestima, costumam interpretar esse comportamento normal como
sinal de fome do bebê, leite fraco ou pouco leite, o que pode resultar na
introdução precoce e desnecessária de suplementos.
O tamanho das mamas pode exercer alguma influência no número de
mamadas da criança por dia. As mulheres com mamas mais volumosas
têm maior capacidade de armazenamento de leite e por isso podem ter
mais flexibilidade com relação à frequência das mamadas.
Já as mulheres com mamas pequenas podem necessitar amamentar
TIPOS DE LEITE MATERNO
com mais frequência devido a sua pequena capacidade de
Apesar de a alimentação variar enormemente entre as pessoas, o leite
armazenamento do leite. No entanto, o tamanho da mama não tem
materno, surpreendentemente, apresenta composição semelhante para
relação com a produção do leite, ou seja, as mamas grandes e
todas as mulheres que amamentam. Apenas as com desnutrição grave
pequenas em geral têm a capacidade de secretarem o mesmo volume
podem ter o seu leite afetado na sua qualidade e quantidade.
de leite em um dia.
Nos primeiros dias, o leite materno é chamado colostro, que contém
DURAÇÃO DA AMAMENTAÇÃO
mais proteínas e menos gorduras do que o leite maduro, ou seja, o leite
OMS, endossada pelo Ministério da Saúde do Brasil, recomenda
secretado a partir do sétimo ao décimo dia pós-parto. O leite de mães
aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos
de recém-nascidos prematuros é diferente do de mães de bebês a
primeiros seis meses. Não há vantagens em se iniciar os alimentos
termo. A principal proteína do leite materno é a lactoalbumina e a do
complementares antes dos seis meses, podendo, inclusive, haver
leite de vaca é a caseína, de difícil digestão para a espécie humana.
prejuízos à saúde da criança, pois a introdução precoce de outros
A concentração de gordura no leite aumenta no decorrer de uma
alimentos está associada a:
mamada. Assim, o leite do final da mamada (chamado leite posterior) é
✓ Maior número de episódios de diarréia;
mais rico em energia (calorias) e sacia melhor a criança, daí a
✓ Maior número de hospitalizações por doença respiratória;
importância de a criança esvaziar bem a mama.
✓ Risco de desnutrição se os alimentos introduzidos forem
nutricionalmente inferiores ao leite materno, como, por exemplo, quando
os alimentos são muito diluídos;

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PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
✓ Menor absorção de nutrientes importantes do leite materno, 4. Queixo tocando a mama.
como o ferro e o zinco;
✓ Menor eficácia da amamentação como método SINAIS INDICATIVOS DE TÉCNICA INADEQUADA DA PEGA
anticoncepcional; Bochechas do bebê encovadas a cada sucção;
✓ Menor duração do aleitamento materno. Ruídos da língua;
Mama aparentando estar esticada ou deformada durante a
mamada;
Mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou
achatadas quando o bebê solta a mama;
Dor na amamentação.
A má pega dificulta o esvaziamento da mama, diminui a produção do
leite e machuca os mamilos. Quando o bebê tem uma boa pega, o
mamilo fica em uma posição dentro de sua boca que o protege da
RESTRIÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO fricção e da compressão e previne lesões mamilares.
São poucas as situações em que pode haver indicação médica para a
substituição parcial ou total do leite materno. Nas seguintes situações o
aleitamento materno não deve ser recomendado:
Mães infectadas pelo HIV;
Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2 (vírus associado a
leucemia e degeneração neurológica);
Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação
(ex: antineoplásicos e radiofármacos). A contraindicação pode ser
absoluta ou relativa;
Criança portadora de galactosemia (crianças portadoras de
doença metabólica rara que não conseguem digerir a galactose, o
açúcar do leite, por falta da enzima responsável).
Já nas seguintes situações maternas, recomenda-se a interrupção
temporária da amamentação:
Infecção herpética: quando há vesículas localizadas na pele
da mama, a amamentação deve ser mantida na mama sadia;
Varicela: se a mãe apresentar vesícula na pele 5 dias antes
do parto ou até 2 dias depois, recomenda-se seu isolamento até que as
lesões adquiram a forma de crosta;
Doença de Chagas: na fase aguda da doença ou quando
houver sangramento mamilar evidente;
Abcesso mamário: a OMS recomenda que a amamentação
continue na mama sadia. Ademais, a mãe pode continuar a amamentar
a criança na mama comprometida. Mas se a sucção for muito dolorosa,
ela pode interromper temporariamente a amamentação na mama
afetada até a dor melhorar.
Consumo de drogas: o tempo de interrupção depende da CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
droga. Ex: maconha, cocaína, crack, heroína e morfina – a O crescimento e o desenvolvimento são importantes indicadores da
amamentação deve ser interrompida por 24 horas; etanol – 1 hora por qualidade de vida e da saúde infantil. São a principal linha de cuidado
dose ou até estar sóbria. de referência para a atenção integral à saúde da criança, que está
Em todos esses casos, deve-se estimular a produção do leite com pautada nas políticas públicas de saúde brasileira, sob os aspectos
ordenhas regulares e frequentes, até que a mãe possa amamentar o biológico, afetivo, psíquico e social.
seu filho. O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento está baseada
em um método simples, de baixo custo e de grande eficácia e que deve
POSICIONAMENTO E PEGA CORRETA ser implementado pelas equipes da atenção primária à saúde, visto que
✓ Barriga com barriga; tem uma estreita relação com os aspectos socioeconômicos, ambientais
✓ Boca bem aberta; e culturais.
✓ Cabeça e coluna do bebê alinhadas; Cabe aos pais/responsáveis/cuidadores promover uma passagem
✓ Lábios virados para fora; natural por as diversas fases da infância, possibilitando a construção de
✓ Mais aréola visível acima do que abaixo da um ser humano equilibrado, consciente das suas limitações e
✓ boca do bebê. possibilidades.
VIGILÂNCIA DO CRESCIMENTO
A importância de acompanhar o crescimento infantil está pautada na
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca quatro pontos-chaves
observação de como a criança está crescendo de forma saudável, para
que caracterizam o posicionamento e pega adequados:
que se possa evitar o comprometimento da sua saúde atual e da sua
Pontos-chaves do posicionamento adequado
qualidade de vida futura.
1. Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo;
O melhor método de acompanhamento do crescimento infantil é o
2. Corpo do bebê próximo ao da mãe;
registro periódico do perímetro cefálico, do peso, do comprimento ou da
3. Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido);
estatura e do índice de massa corporal (IMC) da criança na Caderneta
4. Bebê bem apoiado.
da Criança, que é disponibilizada pelo Ministério da Saúde.
O CRESCIMENTO DA CRIANÇA
Pontos-chaves da pega adequada:
É um processo mensurável que compreende a formação e aumento da
1. Mais aréola visível acima da boca do bebê;
massa tecidual e renovação dos tecidos. Esse processo depende de
2. Boca bem aberta;
fatores intrínsecos e extrínsecos.
3. Lábio inferior virado para fora;

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 20


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
Os Fatores intrínsecos determinam as características físicas do COMPRIMENTO/ESTATURA
indivíduo em formação. São representados pela complexa integração O comprimento/estatura é uma medida fiel do crescimento de uma
entre a carga genética e a carga hormonal. criança, uma lentidão no crescimento da estatura indica o começo de
Os Fatores extrínsecos ou ambientais influenciam o crescimento desde uma desnutrição dois a três meses antes. A estatura é uma medida
a concepção. Tem relação direta com a saúde e bem-estar materno- estável e regular, até a idade de dois anos, a criança é medida deitada
fetal. Após o nascimento influenciam significativamente no crescimento: (comprimento). A criança deve ser medida uma vez ao mês ou a cada
alimentação, doenças, higiene, habitação, atividade física. consulta.
A medida da estatura varia entre 48 a 53cm.
CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA
O melhor método de acompanhamento do crescimento infantil é o
registro periódico do peso, da estatura e do IMC da criança na
Caderneta de Saúde da Criança.
A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como parâmetros para
avaliação do crescimento de crianças (menores de 10 anos) os
seguintes gráficos: perímetro cefálico (de zero a 2 anos), peso para a
idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos),
comprimento/estatura para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e
de 5 a 10 anos), índice de massa corporal (IMC) para a idade (de zero a
2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos).

PERÍMETRO TORÁCICO (PT)


A característica dessa medida consiste na mudança de sua relação com
o perímetro cefálico (PC). Relação entre PC e PT:
✓ Até 6 meses – PC é superior ao PT.
✓ Cerca de 6 meses – PC é igual a PT.
✓ Cerca de 9 meses – PC inferior a PT.
PERÍMETRO CEFÁLICO (PC) A medida do perímetro torácico (PT) varia entre 3o a 33cm em crianças
O perímetro cefálico é a circunferência do crânio. Esta circunferência a termo.
aumenta rapidamente no primeiro ano de vida, a fim de adaptar-se ao
crescimento do cérebro. Essa medida permite identificar alterações.
Deverá ser verificado a cada consulta ambulatorial, mensalmente. Se há
indicações de anormalidades, deverá ser verificada diariamente.
A medida do perímetro cefálico (PC) varia entre 33 e 35cm em crianças
a termo.

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)


A inclusão do IMC como parâmetro de avaliação permite que a criança
seja mais bem avaliada na sua relação peso vs. comprimento (para
menores de 2 anos) ou peso vs. altura (para maiores de 2 anos). Tal
parâmetro auxilia na classificação de crianças que em um determinado
período estiveram desnutridas e tiveram o comprometimento de sua
estatura, possibilitando uma melhor identificação de crianças com
ATENÇÃO: excesso de peso e baixa estatura.
Em relação ao IMC, temos diferenças nos parâmetros em relação à
Desde 2016, meninos que a medida do PC é igual ou idade de 0 a 5 anos (gráficos de 0 a 2 anos e de 2 a 5 anos) e de 5 a 10
inferior a 31,9 cm e meninas com medida igual ou anos, conforme explicações na tabela a seguir:
inferior a 31,5 cm são preditivos de microcefalia.

PESO (P)
O peso é um excelente indicador das condições de saúde e da nutrição
da criança, ele sofre variações rápidas e importantes. O método de
pesagem deve ser preciso para não oferecer dados incorretos.

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 21


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ✓ A partir dos 10 anos:
O desenvolvimento é uma transformação complexa, continua, dinâmica • Mudanças relacionadas à puberdade;
e progressiva. Inclui, além do crescimento, maturação, aprendizagem e • Estirão do crescimento (meninas em torno dos 11 anos,
aspectos psíquicos e sociais.
meninos em torno dos 13 anos).
Os objetivos do acompanhamento do crescimento visam promover,
proteger e detectar precocemente alterações passíveis de modificação
que possa repercutir na vida futura das crianças.
REFLEXOS PRIMITIVOS
Os estágios de desenvolvimento cognitivo são sequenciais, a criança
Por que devemos verificar os reflexos primitivos?
vai crescendo e se desenvolvendo de acordo com os meios onde vive e
Porque eles podem trazer informações importantes sobre o estado de
os estímulos recebidos.
saúde neurológico do bebê. Os reflexos primitivos são caracterizados
A identificação de problemas, tais como, atraso no desenvolvimento da
por resposta motora involuntária a um estímulo e estão presentes desde
fala, alterações relacionais, tendência ao isolamento social, dificuldade
antes do nascimento.
no aprendizado, agressividade, entre outros, são fundamentais para o
desenvolvimento, a intervenção precoce e para avaliação do
CONSULTAS
prognóstico dessas crianças.
Na primeira semana de vida do recém-nascido deverá ocorrer a sua
O diagnóstico e acompanhamento do desenvolvimento das crianças são
primeira consulta.
de grande relevância. Os principais protocolos preconizam a avaliação
A Agenda de Compromissos para a Saúde Integral da Criança e
objetiva de habilidades motoras, comunicação e interação cognitiva, nas
Redução da Mortalidade Infantil, ressalta que este é um momento
consultas de supervisão de saúde.
oportuno para estimular e auxiliar o aleitamento materno exclusivo,
realizar imunizações e realizar a triagem neonatal (teste do pezinho).
ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO DE 0 A 10 ANOS
Porque eles podem trazer informações importantes sobre o estado de
✓ Entre 1 e 2 meses: predomínio do tônus flexor, assimetria postural
saúde neurológico do bebê.
e preensão reflexa. Número de consultas ideal:
✓ Entre 1 e 2 meses: percepção melhor de um rosto;
✓ Entre 2 e 3 meses: sorriso social;
✓ Entre 2 e 4 meses: o bebe fica de bruços e levanta a cabeça e A partir do
7 2
ombros; 2º ano de
consultas consultas
✓ Em torno de 2 meses: inicia-se a ampliação do seu campo de vida as
no 1º ano no 2º ano
visão; consultas
de vida. de vida.
✓ Aos 3 meses: o bebê adquire noção de profundidade; são anuais.
✓ Aos 4 meses: preensão voluntária das mãos;
✓ Entre 4 e 6 meses: o bebê vira a cabeça na direção de uma voz
ou de um objeto sonoro; TRIAGEM NEONATAL
✓ Em torno dos 6 meses: inicia-se a noção de “permanência do É um programa de rastreamento populacional que tem como objetivo
objeto”; geral identificar precocemente o RN com doenças metabólicas,
genéticas, enzimáticas e endocrinológicas, para que este possa ser
✓ Entre 6 e 8 meses: o bebê apresenta reações a pessoas tratado em tempo oportuno, com vistas a reduzir a morbimortalidade e
estranhas; melhorar a qualidade de vida.
✓ Entre 6 e 9 meses: o bebê arrasta-se, engatinha (*Entre 9 meses A Triagem neonatal (teste do pezinho) é obrigatória e gratuita, o período
e 1 ano, o bebê engatinha com apoio e, em torno do 10°mês, o ideal de coleta da primeira amostra é entre o 3º e o 5º dia de vida do
bebê fica em pé sem apoio); bebê. É importante ressaltar que o teste do pezinho apenas faz a
✓ A partir do 7° mês: o bebê senta-se sem apoio; detecção de anormalidades e não realiza diagnóstico.
O teste do pezinho detecta precocemente 6 doenças congênitas:
✓ Entre 1 ano e 1 anos e 6 meses: anda sozinho;
✓ Em torno de 1 ano: tem acuidade visual de um adulto;
✓ Entre 1 ano e 6 meses a 2 anos: corre ou sobe degraus baixos;
✓ Entre 2 e 3 anos: diz o próprio nome e nomeia objetos; Fenilcetunúria
Hipotireoidismo
congênito
Fibrose cística
✓ Em torno dos 2 anos: reconhece-se no espelho e brinca de faz de
conta;
✓ Entre 2 e 3 anos: começa a não utilizar as fraldas e usar o penico.
✓ Entre 3 e 4 anos: veste-se com auxílio;
Doença falciforme e
✓ Entre 4 e 5 anos: conta e inventa pequenas histórias; outras
Deficiência de Hiperplasia adrenal
biotinidase congênita
✓ Entre 4 e 5 anos: conta e inventa pequenas histórias; hemoglobinopatias

✓ A partir de 6 anos:
• A criança passa a pensar com lógica;
• Aumento da memória e habilidade com linguagem;
• A autoimagem se desenvolve;
• Os amigos assumem importância fundamental;
• Começa a compreender a constância de gênero;
✓ A partir dos 7 anos:
• Começa a desenvolver o julgamento global de autovalor;
• Maior influência dos pares (amigos, colegas da mesma
idade) e menor influência dos pais.

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 22


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
A escolha do local adequado para a punção é importante, devendo ser ✓ Caso a criança se alimente exclusivamente de leite materno,
em uma das laterais da região plantar do calcanhar, local com pouca dar SRO além do leite materno;
possibilidade de atingir o osso e causar osteomielite. As lancetas para a ✓ Caso a criança não esteja em AME, dar um ou mais dos
punção devem ser autorretrateis
seguintes itens: solução SRO, líquidos caseiros (tais como
caldos, soro caseiro, etc.) ou água potável.

PLANO B – quando a criança se apresentar desidratada


As crianças com desidratação deverão permanecer no serviço de saúde
. até a reidratação completa.
Durante um período de 4 horas, administrar a quantidade recomendada
de SRO (75ml/kg em 4 horas);
Reavaliar a criança de hora em hora e estar atento a sinais de piora
clínica.

PLANO C – quando a criança estiver muito desidratada


O atendimento pode ser iniciado na atenção básica por médico, com a
DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA adoção dos seguintes cuidados:
DIARREIA ✓ Iniciar hidratação endovenosa (EV) imediatamente: ringer
Perda de água e eletrólitos maior que o normal, resultando no aumento lactato ou Soro Fisiológico 0,9% e manter observação por no
do volume e da frequência das evacuações e diminuição da mínimo 6 horas na unidade;
consistência das fezes. A diarreia é definida como presença de três ou
mais evacuações amolecidas em um período de 24 horas. Fase de expansão:
A diarreia pode ocasionar desidratação, que favorece a desnutrição e ✓ Crianças menores de 1 ano: 30ml/kg na primeira hora e
leva a morte infantil. É uma das principais causas de morbimortalidade 70ml/kg em 5 horas;
infantil o Brasil, especialmente nas crianças menores de 6 meses que ✓ Crianças maiores de 1 ano: 30ml/kg em 30 minutos e 70ml/kg
não estão em AME. A percepção materna é extremamente confiável na
em 2 horas e 30 minutos;
identificação da diarreia de seus filhos.
A diarreia pode ser: ✓ Iniciar SRO assim que a criança começar a aceitação
INFECCIOSA – É o tipo mais comum, causada pela contaminação por (5ml/kg/hora);
vírus, bactérias ou parasitas, geralmente após a ingestão de alimentos
ou água contaminados. Reavaliar a cada 30 minutos, verificando a necessidade de
NÃO INFECCIOSA – A diarreia não infecciosa é aquela que não têm encaminhamento seguro à referência hospitalar e iniciando fase de
envolvido nenhum patógeno (causada por intolerâncias ou alergias manutenção enquanto aguarda transporte seguro.
alimentares). Fase de manutenção (enquanto aguarda transferência):
A diarreia pode ser classificada como: ✓ Soro glicosado 5% + soro fisiológico 0,9%.
AGUDA – Criança que apresenta diarreia por menos de 14 dias. A
maioria dos episódios de diarreia aguda é provocada por um agente Observações:
infeccioso viral e dura menos de duas semanas. ✓ Crianças menores de 2 meses com quadro de desidratação
CRÔNICA – Criança apresenta diarreia com duração maior que 14 dias. deverão ser encaminhadas para avaliação hospitalar com
Geralmente tem relação com intolerâncias alimentares. urgência, mediante transporte seguro dela;
DESIDRATAÇÃO ✓ O quadro clinico mais comum que associa vômitos e diarreia
É a principal complicação ocasionada pela diarreia.
em crianças é a gastroenterite viral.
SINAIS DE GRAVIDADE DE DESIDRATAÇÃO:
✓ Letargia;
✓ Inconsciência;
✓ Inquietude e irritação;
✓ Olhos fundos;
✓ Sinal da prega presente;
✓ Crianças não conseguem mamar ou beber líquidos.

Condutas indicadas pelo Ministério da Saúde sobre o cuidado a


crianças com desidratação:
PLANO A – quando a criança estiver hidratada
O atendimento pode ser feito na atenção básica por enfermeiro e/ou
médico, com a adoção dos seguintes cuidados:
Soro de Reidratação Oral (SRO) após perdas para tratamento no
domicilio com a dose:
✓ Crianças menores de 1 ano: 50 a 100ml após cada perda
hídrica;
✓ Crianças maiores de 1 ano: 100 a 200ml após cada perda
hídrica e conforme aceitação.

Recomendar para a mãe:


✓ Amamentar com frequência e por tempo mais longo a cada
vez;

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 23


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO
✓ Podem ocorrer em qualquer parte do aparelho respiratório,
como nariz, garganta, laringe, traqueia, brônquios ou
pulmões.
✓ Acomete indivíduos de todas as idades, sendo mais comum
nas crianças, nos idosos e nos imunodeprimidos;
✓ São causadas por vírus, fungos ou bactérias;
✓ Geram doenças como: faringite, rinite, sinusite, rinossinusite,
pneumonia e asma.
✓ Se a criança apresenta tosse ou dificuldade para respirar, é
importante saber:
✓ Há quanto tempo;
✓ Se a criança apresenta sibilância ocasional ou frequente;
✓ Frequência respiratória em 1 minuto;
✓ Se há tiragem subcostal;
✓ Realizar ausculta respiratória.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA ITR:


✓ Febre;
✓ Tosse;
✓ Mal estar;
✓ Dor torácica;
✓ Catarro;
✓ Pode haver dor abdominal;
✓ Pode haver dor de ouvido.

TÉCNICAS BÁSICAS DE ENFERMAGEM


DESNUTRIÇÃO
SINAIS VITAIS
✓ Ainda é um importante problema de saúde no mundo; A aferição dos sinais vitais é um modo eficiente e rápido de monitorar a
✓ Particularmente em crianças com menos de 5 anos de idade; condição do paciente ou de identificar problemas e avaliar a resposta do
✓ Carência de alimentos, entretanto, nem sempre é a causa cliente a uma intervenção.
primária da desnutrição;
✓ Em muitos países em desenvolvimento e nos países O QUE DEVE SER MENSURADO?
subdesenvolvidos, a diarreia é um fator importante de
desnutrição.

OUTROS FATORES QUE CAUSAM A DESNUTRIÇÃO:


✓ Alimentação com formula (em áreas com precárias condições
de saneamento);
✓ Conhecimento inadequado das práticas apropriadas de
QUANDO VERIFICAR OS SINAIS VITAIS?
cuidado da criança;
✓ Admissão na instituição de cuidados de saúde;
✓ Fatores econômicos e políticos;
✓ Durante a consulta em ambulatório;
✓ Baixa escolaridade;
✓ Conforme protocolo da instituição ou prescrição médica e/ou
✓ Condições climáticas.
de enfermagem;
✓ Quando as condições físicas gerais do paciente estão
✓ As duas principais formas de desnutrição são: alteradas;
✓ Kwashiorkor: principalmente por deficiência de proteína. ✓ Quando o paciente informa sintomas inespecíficos de aflição
Edema bilateral do dorso dos pés e pernas. física;
✓ Marasmo: desnutrição geral de calorias e proteínas. ✓ Antes e depois:
Caracterizado pelo emagrecimento acentuado, grande ✓ Procedimento cirúrgico (pré, intra e pós-operatório) e
redução do tecido adiposo, distrofia muscular e distensão diagnósticos;
abdominal. ✓ Transfusões de sangue e hemoderivados;
✓ Kwashiorkor – marasmático: ✓ Administração de medicamentos ou terapias que afetam as
- Forma de desnutrição que engloba aspectos clínicos e funções de controle cardiovascular, respiratório ou de
bioquímicos das duas formas anteriores; temperatura;
- As crianças com edema (Kwashiorkor e Kwashiorkor –
marasmático) serão classificadas como desnutridas graves,
independente do peso.

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 24


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
FATORES QUE INFLUENCIAM OS SINAIS VITAIS ALTERAÇÕES DE TEMPERATURA
✓ Febre ou Hiperpirexia:celular;
✓ Frequência respiratória (FR);
✓ Frequência cardíaca (FC).

Uma febre prolongada pode debilitar o paciente pela exaustão das


reservas de energia.
Febre: incapacidade dos mecanismos de perder calor e acompanhar o
ritmo de uma produção excessiva de calor, resultando no aumento
anormal da temperatura
TEMPERATURA
A temperatura é definida pela diferença entre a quantidade de calor
produzido por processos do corpo e quantidade de calor perdido para o Febre = Pirexia
ambiente externo.

REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL


O hipotálamo funciona como um termostato capaz de detectar as
variações de temperatura do sangue que por ele passa e ativar os
mecanismos de perda ou de conservação do calor necessários à
manutenção da temperatura normal.
Existem no hipotálamo dois centros:
Centro da perda do calor: Hipotálamo anterior – estimulações nesse
desencadeiam fenômenos de vasodilatação periférica e sudorese, que
resultam em perda de calor.
Centro da conservação do calor: Hipotálamo posterior: estimulações
nesse resultam em vasoconstrição periférica, tremores musculares
(calafrios) e até mesmo liberação do hormônio tireoidiano, que aumenta
o metabolismo o qual gera calor.

FATORES QUE AFETAM A TEMPERATURA CORPORAL

LOCAIS MAIS COMUNS PARA VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA

NÍVEL PERIFÉRICO

Axilar

Oral
HIPERTERMIA: É uma temperatura corporal elevada relacionada com a
incapacidade do organismo de promover perda de calor ou de reduzir
sua produção.
Retal HIPOTERMIA: É a perda de calor durante a exposição prolongada ao
frio em relação a capacidade do organismo de produzir calor.
TIPOS DE FEBRE
TEMPERATURA CORPORAL Sustentada/contínua: temperatura constante. Permanece elevada com
pouca flutuação. EX: ↑38ºC.
TEMPERATURA PADRÃO Intermitente: picos de febres + níveis usuais. Retorno a normalidade
pelo menos uma vez a cada 24 horas.
Remitente: picos + quedas de febre, sem retorno a normalidade.
Reincidente: períodos febris + períodos com temperatura aceitável.
Axilar: 36 a 37ºC
VERIFICAÇÃO DE TEMPERATURA
Material:
Oral: 36,5 a 37ºC ✓ Bandeja;
✓ Termômetro;
✓ Algodão;
✓ Álcool a 70%.
Retal: 36,4 a 37,4ºC

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 25


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
Procedimento: Bradisfigmia ou Bradicardia: abaixo do normal.
✓ Lavar as mãos; Normosfigmia ou normocardia: dentro da normalidade.
✓ Orientar o paciente quanto ao procedimento;
✓ Reunir o material e levar à unidade do paciente; VERIFICAÇÃO DO PULSO
✓ Deixar o paciente deitado ou recostado confortavelmente; Material: relógio com ponteiro de segundos.
✓ Limpar o termômetro com algodão embebido em álcool; Procedimento:
✓ Enxugar a axila do paciente, se for necessário; ✓ Lavar as mãos;
✓ Ligar o termômetro (eletrônico); ✓ Orientar o paciente sobre o procedimento que irá ser
✓ Colocar o termômetro na axila, se for o caso, mantendo-o com realizado;
o braço bem encostado ao tórax;
✓ Colocar o paciente sentado ou deitado com o braço apoiado;
✓ Retirar o termômetro após o bipe;
✓ Ler a temperatura; ✓ Colocar o paciente sentado ou deitado com o braço apoiado;
✓ Limpar com algodão embebido em álcool 70%; ✓ Colocar os dedos médio e indicador sobre a artéria radial ou
✓ Lavar as mãos; outro local escolhido (nunca o polegar);
✓ Registrar no prontuário do paciente. ✓ Pressionar suavemente até localizar os batimentos;
✓ Contar as pulsações durante um minuto;
ATENÇÃO ✓ Anotar frequência e características do pulso.
A verificação da Temperatura bucal é contra indicado em crianças,
pacientes agitados e confusos e após ingestão de bebidas quentes ou RESPIRAÇÃO
geladas. A respiração é o mecanismo que o corpo utiliza para realizar a troca de
A verificação da Temperatura retal é contra indicado em pacientes no gases entre a atmosfera e o sangue e entre o sangue e as células.
pós-operatório de cirurgias de reto ou com problemas ou infecções na FATORES QUE INFLUENCIAM A FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
região anal e em pacientes agitados.

PULSO
O pulso é a delimitação palpável da circulação sanguínea percebida em
vários pontos do corpo, constituindo um indicador do estado circulatório.

FATORES QUE INFLUENCIAM A FREQUÊNCIA DO PULSO

CARACTERISTICAS DA RESPIRAÇÃO
Frequência: é aferida em respirações por minuto, podendo ser: normal,
lenta ou rápida.
Ritmo: é verificado através do intervalo entre uma respiração e outra,
podendo ser regular ou irregular.
Profundidade/amplitude: deve-se verificar ser a respiração é profunda
ou superficial.
✓ Pulso radial;
✓ Pulso ulnar;
✓ Pulso femoral;
✓ Pulso carotídeo;
✓ Pulso poplíteo;
✓ Pulso tibial posterior;
✓ Pulso pedioso.

CARACTERISTICAS DO PULSO
Frequência: é aferida em batimentos por minuto, podendo ser normal,
lenta ou rápida.
Ritmo: é verificado através do intervalo entre um batimento e outro. TIPOS DE RESPIRAÇÃO
Pode ser regular ou irregular. Eupnéia: respiração normal.
Intensidade: é avaliada através da força da pulsação. Pode ser cheio Taquipnéia: aumento da frequência respiratória.
(quando o pulso é forte) ou fino (quando o pulso é fraco ou filiforme). Bradipnéia: diminuição da frequência respiratória.
Apnéia: ausência de movimentos respiratórios.
Dispnéia: dificuldade respiratória.
Ortopnéia: dificuldade em respirar na posição deitada.
Cheyne-Stokes: caracteriza-se por uma fase de apnéia seguida de
incursões inspiratórias cada vez mais profundas até atingir um máximo,
para depois vir decrescendo até nova pausa. Comum em pacientes com
o quadro de insuficiência cardíaca, TCE e AVC.

TERMINOLOGIAS Kussmaul: Caracteriza-se por inspirações profundas seguidas de um


Taquisfigmia ou Taquicardia: acima do normal. período de apneia e uma expiração rápida e breve, acompanhado por

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 26


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
outro período de apneia. Comum em paciente com o quadro de acidose Hipotensão: PA inferior à média;
metabólica. Convergente: quando a sistólica e a diastólica se aproximam (Ex:
120x100 mmHg;
Divergente: quando a sistólica e a diastólica se afastam (Ex: 120x40
mmHg);
Hipotensão ortostática: queda na PA acompanhada de sinais e sintomas
Biot: apresenta-se com duas fases. A primeira, de apneia, seguida de de perfusão cerebral inadequada, quando o paciente se levanta da
movimentos inspiratórios e expiratórios desordenados quanto ao ritmo e posição deitada para sentada ou de pé.
à amplitude. Quase sempre este tipo de respiração indica grave
comprometimento cerebral. MATERIAL NECESSÁRIO PARA AFERIÇÃO DA P.A

TÉCNICA PARA VERIFICAÇÃO DA RESPIRAÇÃO


✓ É necessário que os movimentos respiratórios sejam
contados sem o paciente perceber.
✓ Coloca-se os dedos no pulso do paciente, como se fosse
verificá-lo e observa-se os movimentos respiratórios pelo
levantar e abaixar do tórax.

PRESSÃO ARTERIAL
A pressão arterial é a força exercida sobre a parede de uma artéria pelo
sangue pulsante sob a pressão do coração.
Pressão sistólica: é o pico da pressão obtida no interior da aorta e dos
vasos periféricos durante a contração ventricular (sístole).
Pressão diastólica: é o valor da pressão sanguínea final obtida com o
relaxamento do coração (diástole).

FATORES QUE INFLUENCIAM A PRESSÃO ARTERIAL

TÉCNICA PARA VERIFICAÇÃO DA P.A


CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL – MS, 2013 – SBC, 2010 ✓ Lave as mãos e reúna o material e explique o procedimento
ao paciente.
✓ Colocar o paciente confortavelmente sentado ou deitado com
o braço apoiado e exposto, com a palma da mão virada para
cima (coloque o braço na altura do coração). Limpar o
diafragma e as olivas com álcool a 70%.
✓ Medir após cinco minutos de repouso.
✓ Evitar uso de cigarro e de bebidas com cafeína nos 30
minutos precedentes.
✓ Localizar com os dedos a artéria braquial. Coloque o centro
da câmara de ar do manguito sobre a artéria braquial.
✓ Ajuste com segurança o manguito em torno do braço, coloque
o manguito 2 a 3 cm acima do espaço antecubital.
✓ Pergunte ao paciente qual é a sua pressão sanguínea normal
CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL – SBC, 2020 e insufle 30 mmHg acima desse valor normal.
✓ Colocar o estetoscópio no ouvido e o diafragma sobre a
artéria braquial.
✓ Feche a válvula e infle rapidamente o manguito. Abrir a
válvula vagarosamente e observar no manômetro em que
ponto são ouvidos os primeiros batimentos (pressão sistólica)
e os últimos batimentos ou alteração nítida de som (pressão
diastólica).
✓ Continue a desinflar gradualmente o manguito, notando o
ponto em que o som desaparece. Ouça por 20 a 30 mmHg
após o último som e então deixe o ar restante escapar
rapidamente.
TERMINOLOGIAS PARA PRESSÃO ARTERIAL
Hipertensão: PA acima da média;
Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 27
PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA

✓ Liberar o ar e remover o manguito do braço do paciente.


Limpar o diafragma e as olivas com algodão com álcool a 70
%; ESCALA DE NIPS – AVALIAÇÃO DA DOR NEONATAL
✓ Recomenda-se duas séries em média de medições da
pressão arterial com intervalo de dois minutos;
✓ Lavar as mãos;
✓ Realizar o registro.

DOR
A dor é considerado o 5º sinal vital.
Etapas da avaliação da dor:
✓ Identificar;
✓ Quantificar (mensurar);
ASSEPSIA E CONTROLE DE INFECÇÃO
RESISTÊNCIA BACTERIANA
A resistência bacteriana é a capacidade da bactéria de evitar a ação
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS OBSTÁCULOS PARA AVALIAR E inibitória ou letal do antibiótico. Durante o tratamento as bactérias não
MENSURAR A DOR? morrem, se multiplicam, gerando outras bactérias resistentes, enquanto
✓ Incompreensão dos pacientes; as bactérias mais sensíveis são eliminadas.
✓ O estado mental alterado pela ansiedade; Constitui um grande problema de saúde pública devido ao aumento da
✓ Confusão e estado físico; morbimortalidade, diminuição das opções terapêuticas, aumento do
✓ A falta de tempo por parte do profissional. tempo de internação, aumento dos custos institucionais e a ocorrência
de surtos.
INSTRUMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA DOR
INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IRAS)
Denominada como Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS),
a infecção hospitalar, é toda infecção adquirida em ambiente hospitalar,
podendo manifestar-se durante a internação ou após a alta. A incidência
de infecções hospitalares por microorganismos multirresistentes é um
desafio para todos os profissionais da área de saúde.
As IRAS apresentam um grande problema para a segurança e
qualidade de vida do paciente, além, disso seu impacto pode resultar
em morte, hospitalização prolongada, incapacidade ao longo prazo,
grandes gastos às instituições de saúde e custo elevado para o paciente
e seus familiares.
As infecções, portanto, podem ser divididas em 2 conceitos:
Infecção Comunitária:
• aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do
paciente, desde que não relacionada com internação anterior;
• associada a complicação ou extensão da infecção já presente
na admissão, exceto se houver troca de microrganismos;
• em recém-nascido – aquisição por via transplacentária é
conhecida ou foi comprovada;
• as infecções se recém-nascidos associadas com bolsa rota
superior a 24h.
Infecção Hospitalar: aquela adquirida após a admissão do paciente e
que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser
relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 28


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
ATENÇÃO Desinfecção: é o processo de destruição de microrganismos
Quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e patogênicos, que possam existir nos artigos e nas áreas, através do
não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no uso de substancias desinfetantes.
momento da internação, é caracterizado infecção hospitalar toda
manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS HOSPITALARES
(setenta e duas) horas após a admissão. Áreas críticas: onde há risco aumentado de transmissão de infecção,
Os pacientes provenientes de outro hospital que se internam com onde se realizam procedimentos de risco, com ou sem pacientes, ou
infecção, são considerados portadores de infecção hospitalar do onde se encontram pacientes imunodeprimidos.
hospital de origem infecção. Áreas semicríticas: locais ocupados por pacientes com doenças
infecciosas de baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas.
PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES Áreas não-críticas: todos os demais locais de estabelecimentos de
(PCIH) assistência à saúde não ocupados por pacientes, onde não se realizam
Devido à alta incidência de IRAS no Brasil, o Ministério da Saúde criou o procedimentos de risco.
Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), que é um
conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, que MÉTODOS DE LIMPEZA
tem como objetivo à redução máxima da incidência de infecções. A limpeza do ambiente hospitalar, além de proporcionar um bem-estar
A Portaria nº 2.616/98 regulamenta o Programa Nacional de Controle de físico, é também uma ferramenta eficaz e importante para o controle de
Infecção e a implantação da Comissão de Controle de infecções.
Infecção Hospitalar (CCIH). Limpeza concorrente: realizada diariamente, em todas as unidades
O Programa de Controle de Infecção Hospitalar tem o intuito de levantar hospitalares com a finalidade de limpar e organizar o ambiente, repor os
os riscos e realizar ações preventivas, assim como dar visibilidade aos materiais de consumo diário e recolher os resíduos.
índices das infecções por dados estatísticos de cada instituição de Periodicidade:
saúde. Áreas críticas: 3 vezes por dia.
Áreas semicríticas: 2 vezes por dia.
COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH) Áreas não críticas: 1 vez por dia.
A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) tem as seguintes Limpeza terminal: Limpeza completa e minuciosa, incluindo todas as
atribuições: superfícies horizontais e verticais, internas e externas do ambiente. É
✓ Vigilância epidemiológica das infecções, compreendendo realizada na unidade do paciente após alta, transferências, óbitos ou
diagnóstico, notificação e consolidação de relatórios, avaliando o internações de longa duração.
exercício profissional pelos índices de infecção; Periodicidade:
✓ Investigação de surtos, em que revisam práticas assistenciais; Áreas críticas: semanal.
✓ Medidas de isolamento e precauções para evitar a Áreas semicríticas: quinzenal.
disseminação de doenças transmissíveis, indicação de medidas Áreas não-críticas: mensal.
protetoras adicionais para o atendimento dos pacientes;
✓ Adequação e supervisão das normas técnicas, avaliação de BOAS PRÁTICAS EM LIMPEZA HOSPITALAR
condutas e padronizações existentes na instituição; Uma das práticas recomendas pelo Programa Nacional de Segurança
✓ Política de utilização de antimicrobianos; do Paciente (PNSP), é a realização correta da higienização das mãos
✓ Definição de regras para a prescrição de medicamentos e pelos profissionais de saúde, com o intuito de remover a sujidade,
elaboração de protocolos clínicos para tratamento das IRAS. material orgânico e/ou microrganismos, objetivando a prevenção da
As ações da CCIH juntam-se os esforços dos coordenadores de cada transmissão cruzada, e, consequentemente, prevenindo a ocorrência
setor e da educação permanente sobre os cuidados frente a das IRAS.
higienização das mãos, uma vez que o principal veículo de transmissão
de infecções são as mãos e as vestes dos profissionais;
Por acompanhar e prestar o cuidado integral aos pacientes, a equipe de
enfermagem deve atentar-se aos meios que podem desencadear uma
infecção, intervindo de maneira eficaz na prevenção de sua ocorrência.

INFECÇÃO X COLONIZAÇÃO
Colonização: é a presença de microrganismos sem que ocorram
alterações nas funções normais do órgão/tecido ou resposta imune
inflamatória.
Infecção: os microrganismos estão se multiplicando em grande
quantidade e provocam alterações orgânicas.

CONCEITOS
Assepsia: conjunto de medidas utilizadas para impedir a penetração de
microrganismos (contaminação) em local que não os contenha.
Processo que permite afastar os germes patogênicos de um local ou
objeto. Existem 4 tipos de Higienização das mãos:
Antissepsia: procedimento que visa o controle de infecção a partir da ✓ Higienização Simples das mãos;
aplicação de substâncias microbicidas ou microbiostáticas na pele ou ✓ Higienização Antisséptica;
mucosa, impedindo a proliferação microbiana. ✓ Fricção das mãos com antissépticos (preparações alcoólicas);
Limpeza: é a remoção física de sujidades, detritos e microrganismos ✓ Antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos.
presentes em qualquer área e/ou artigo, mediante ação química
(soluções detergentes, desincrostantes ou enzimáticas), mecânica Outras práticas que contribui para redução das IRAS:
(fricção) ou térmica. A limpeza pode ser realizada de forma manual ou ✓ Manter cabelos presos ou curtos;
mecânica. ✓ Profissionais do sexo masculino devem estar barbeados;
✓ Não utilizar adornos;
✓ Manter unhas curtas e limpas;

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 29


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
✓ Equipamento de Proteção Individual (EPI): o uso de EPIs
deve ser apropriado para a atividade a ser exercida; OXIGÊNIO
✓ Equipamento de Proteção Coletiva (EPC): Descartex e placas Oxigênio é um gás transparente, inodoro, incolor e insípido. É utilizado
de sinalização; para tratar ou prevenir os sintomas e manifestações de hipóxia;
✓ Não tocar em superfícies com as mãos enluvadas. O oxigênio é considerado um medicamento, sua administração só pode
ser realizada sob prescrição médica, exceto em situações de
PRECAUÇÕES emergência.
As precauções tem como objetivo prevenir a transmissão de um
microrganismo de um paciente para outro ou para um profissional de OXIGENOTERAPIA
saúde. Essa prevenção abrange medidas referentes à transmissão dos A oxigenoterapia é um tratamento em que o objetivo é aumentar a
agentes envolvidos. concentração de oxigênio no sangue. Indicada para pessoas com
Precaução padrão: Devem ser utilizadas para todos os pacientes, insuficiência respiratória. O seu intuito é manter os níveis de oxigenação
independentemente da presença ou ausência de doenças adequados para evitar a hipoxemia.
transmissíveis comprovadas. O oxigênio pode ser dispensado de um cilindro, por sistema canalizado
Precaução de contato: Indicações - Infecção ou colonização por reservatório de oxigênio líquido ou concentrador de oxigênio.
microrganismo multirresistente. O método selecionado depende da concentração requerida de oxigênio,
Precaução para gotícula: Indicações – pacientes portadores ou com da variabilidade desejada na concentração de oxigênio e da
infecção por microrganismos transmissíveis por gotículas que podem necessidade de suporte ventilatório (aparelho de ventilação pulmonar
ser gerados pela tosse, espirro, conversação. mecânica, respiração espontânea).
Precaução para Aerossóis: Indicações – infecção respiratória suspeita
ou confirmada por microrganismos transmitidos por aerossóis (partículas OBJETIVOS DA OXIGENOTERAPIA
de tamanho menor ou igual a 5 micra). Reverter a hipoxemia e auxiliar no alcance de três metas:
✓ Oxigenação tissular melhorada;
OXIGENOTERAPIA ✓ Trabalho diminuído da respiração em casos de dispnéia;
✓ Trabalho diminuído do coração nos pacientes cardiopata.
CONCEITOS IMPORTANTES
FiO2: Fração inspirada de O2 corresponde à porcentagem de oxigênio INDICAÇÕES DA OXIGENOTERAPIA
que será enviada aos pulmões a cada ciclo ventilatório. FiO2 = 21%. Segundo a “American Association for Respiratory Care”, as indicações
Saturação: é um valor em porcentagem que representa a quantidade básicas de oxigenoterapia são:
de oxigênio circulante no sangue. ✓ Intoxicação por gases (monóxido de carbono);
Hipoxemia: baixa concentração de oxigênio no sangue.
✓ Parada cardiorrespiratória;
Hipóxia: baixa concentração de oxigênio nas células e tecidos do
corpo. ✓ Envenenamento por cianeto;
✓ Infarto agudo do miocárdio (IAM) – reduz a sobrecarga
TIPOS DE HIPÓXIA cardíaca;
Hipoxêmica: redução da concentração de O2 inspirado. EX: quando ✓ Sat O2 <90% em ar ambiente;
uma pessoa se submete a altitudes elevada; ✓ Sat O2 <88% durante a deambulação, exercício ou sono em
Circulatória: circulação capilar inadequada. EX: choque/parada portadores de doenças cardiorrespiratórias.
cardíaca;
Anêmica: diminuição da hemoglobina, o que causará a redução da
METÓDOS DE ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO
capacidade de transporte do O2 no sangue;
O estado de oxigenação do paciente determina qual aparelho de
Histotóxica: incapacidade dos tecidos de extrair O2 do sangue. EX:
administração de oxigênio é o mais apropriado. Alguns métodos de
envenenamento por cianeto.
administração de oxigênio:
• Cateter nasal;
SINAIS E SINTOMAS DE HIPÓXIA
• Máscara facial simples;
✓ Inquietação;
• Máscara de Venturi;
✓ Desorientação;
• Máscara rebreather parcial;
✓ Tontura;
• Máscara de não reinalação;
✓ Palidez;
• Cateter transtraqueal;
✓ Dispnéia/taquipneia;
• Máscara de pressão positiva contínua das vias respiratórias
✓ Ansiedade;
(CPAP);
✓ Rebaixamento do nível de consciência;
• Adaptador para tubo T.
✓ FC aumentada;
✓ Cianose;
SISTEMAS DE BAIXO E ALTO FLUXO
✓ Retração intercostal, batimento de asa do nariz.
SISTEMAS DE BAIXO FLUXO: fornecem oxigênio suplementar
diretamente às vias aéreas com fluxos de até 6L/min ou menos. Como o
DANOS CEREBRAIS DECORRENTES DA FALTA DE OXIGENAÇÃO
fluxo inspiratório de um indivíduo adulto é superior a este valor, o
oxigênio fornecido por este dispositivo de baixo fluxo será diluído com
ar, resultando em uma FiO2 baixa e variável (cateter nasal).

SISTEMAS DE ALTO FLUXO: fornecem uma determinada concentração


de oxigênio em fluxos iguais ou superiores ao fluxo inspiratório máximo
do paciente, assim asseguram uma FiO2 conhecida (máscara de
Venturi).

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 30


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA

SISTEMAS DE BAIXO FLUXO Vantagens:


✓ É leve e bem tolerada pelo paciente;
✓ Protege contra dosagens nocivas de oxigênio.
Desvantagens:
✓ Desloca-se facilmente;
✓ Dificulta a fala;
✓ Impossibilita o paciente de comer enquanto usa.

MÁSCARA FACIAL DE OXIGÊNIO


Dispositivo aberto, de plástico, adaptado à frente do rosto e apoiado no
queixo. Fornece grande quantidade de umidade, porém pequena de
SISTEMAS DE ALTO FLUXO oxigênio.

CATETER NASAL
Este meio fornece uma quantidade moderada de oxigênio (24 a 44%)
com um fluxo de 1 a 6 litros por minuto.
Vantagens:
✓ É leve e bem tolerado;
✓ Não interfere na fala e na alimentação.

Desvantagens:
✓ Quantidade incerta de O2 fornecida;
✓ Resseca a mucosa nasal;
✓ Pode ser irritante e incomodo com o uso prolongado;
✓ Fluxos rápidos podem provocar dor nos seios nasais.

Vantagens:
• É de fácil utilização;
• É bem tolerada e é útil para administrar oxigênio
com alta umidade.
MÁSCARA DE VENTURI Desvantagens:
Dispositivo de alto fluxo, fornece uma concentração de • Intolerância por parte de alguns pacientes;
oxigênio de 24% a 50%. O fluxo geralmente utilizado é de 4 a 12 litros • Pode exercer pressão sobre partes ósseas;
por minuto, conectada diretamente a rede de O2. Com umidificador usa- • Deixa a face frequentemente úmida.
se 15L/min.
TUBO T
Geralmente utilizado para fornecer mistura de ar/oxigênio altamente
umidificado, por meio de traqueostomia ou tudo endotraqueal.
Vantagens:
• A concentração de oxigênio e a umidade podem ser ajustadas
a todo momento, se necessário.
Desvantagens:
• Se houver obstrução da via de saída do ar, poderá ocorrer um
barotrauma.

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 31


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
✓ Oxigênio seco ou com baixa umidade lesiona o epitélio da
COLAR DE TRAQUEOSTOMIA mucosa respiratória;
Fornece oxigênio e umidade diretamente à traqueia. É utilizado com ✓ Provoca reação inflamatória e dificulta a eliminação do muco.
frequência em pacientes que estão sendo retirados do respirador
mecânico. RESPALDO LEGAL
Vantagens: Resolução COFEN nº 557/2017:
• É bem tolerado e permite ajustes de umidade. Art. 1º Aprovar, no âmbito da Equipe de Enfermagem, o procedimento
Desvantagens: de Aspiração de Vias Aéreas, conforme o descrito na presente norma.
• Se administrar em temperatura inadequada pode provocar Art. 2º Os pacientes graves, submetidos a intubação orotraqueal ou
queimaduras traqueostomia, em unidades de emergência, de internação intensiva,
semi intensivas ou intermediárias, ou demais unidades da assistência,
deverão ter suas vias aéreas privativamente aspiradas por profissional
Enfermeiro, conforme dispõe a Lei do Exercício Profissional da
Enfermagem.
Art. 3º Os pacientes atendidos em Unidades de Emergência, Salas de
Estabilização de Emergência, ou demais unidades da assistência,
considerados graves, mesmo que não estando em respiração artificial,
deverão ser aspirados pelo profissional Enfermeiro, exceto em situação
de emergência, conforme dispõe a Lei do Exercício Profissional de
Enfermagem e Código de Ética do Profissional de Enfermagem – CEPE.
TENDA DE OXIGÊNIO/HOOD Art. 4º Os pacientes em unidades de repouso/observação, unidades de
Fornece uma concentração de oxigênio muito variável, é utilizado, internação e em atendimento domiciliar, considerados não graves,
geralmente, em RN. poderão ter esse procedimento realizado por Técnico de Enfermagem,
Vantagens: desde que avaliado e prescrito pelo Enfermeiro, como parte integrante
• Fornece uma atmosfera fresca e úmida. do Processo de Enfermagem.
Desvantagens: Art. 5º Os pacientes crônicos, em uso de traqueostomia de longa
• A concentração de oxigênio cai para valores de ar ambiente, permanência ou definitiva em ambiente hospitalar, de forma
toda vez que se abre a tenda. ambulatorial ou atendimento domiciliar, poderão ter suas vias aéreas
• O paciente fica permanentemente molhado pela umidade. aspirada pelo Técnico de Enfermagem, desde que devidamente
• Gera pânico em pacientes que não suportam locais fechados. avaliado e prescrito pelo Enfermeiro, como parte integrante do Processo
de Enfermagem.
Art. 6º Nas hipóteses dos artigos 4º e 5º desta Resolução, deverá ser
instituído protocolo institucional prevendo a observação de sinais e
sintomas do padrão respiratório durante o procedimento, para
comunicação imediata ao Enfermeiro.

ASPIRAÇÃO NASO E OROFARÍGEA


- É utilizada quando o paciente é capaz de tossir efetivamente, mas não
consegue limpar secreções expectorando ou deglutindo;
- É realizada após o paciente tossir;
- De acordo com a redução da quantidade de secreções pulmonares e
se o paciente estiver menos cansado, ele é então capaz de expectorar
ou deglutir o muco e não há mais necessidade de aspiração.

ASPIRAÇÃO NASO E OROTRAQUEAL


- Utilizada quando o paciente com secreções pulmonares é incapaz de
eliminar as secreções por meio da tosse e não existe via aérea artificial.
- Um cateter é passado pela boca ou nariz até a traqueia (via de
preferencia é o nariz por ter mínimo reflexo de vômito).
- o procedimento é semelhante à aspiração nasofaríngea, mas a ponta
do cateter é direcionada para a traqueia do paciente.
- o procedimento é realizado de maneira rápida e não dura mais que 15
segundos.
Aspiração Traqueal
- É realizada através de uma via artificial, como um tubo orotraqueal ou
tubo de traqueostomia.
- Para evitar trauma da mucosa do pulmão, nunca aplique pressão de
aspiração ao inserir o cateter.
- Assim que estiver devidamente inserido, manter a pressão de
aspiração entre 120 a 150 mmHg.
NEBULIZAÇÃO X INALAÇÃO - A rotação do cateter aumentará a remoção de secreções que aderiram
NEBULIZAÇÃO: tem como finalidade umidificar o ar inspirado, fluidificar nas laterais do tubo traqueal.
secreções, oferecer aporte de oxigênio.
INALAÇÃO: tem como finalidade a administração de medicamentos, DRENAGEM POSTURAL
fluidificar secreções, oferecer aporte de oxigênio. A drenagem postural consiste no posicionamento do paciente favorecido
pela aplicação de forças gravitacionais, que aumentam o transporte de
UMIDIFICAÇÃO muco de lobos e segmentos específicos do pulmão em direção às vias
✓ É o processo por meio do qual se adiciona água ao gás; aéreas centrais, onde as secreções devem ser removidas mais
✓ É recomendável na oxigenoterapia prolongada; rapidamente com a tosse ou aspiração.
Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 32
PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
A periodicidade da técnica vai depender da necessidade de higiene FINALIDADES DA SONDAGEM ENTERAL
brônquica e desde que o paciente apresente condições clínicas ✓ Impossibilidade do paciente em alimentar-se pela boca;
favoráveis e que não contraindiquem a realização da técnica. ✓ Anorexia prolongada;
As posições de drenagem postural e o grau de inclinação variam com a ✓ Trauma de cabeça e pescoço;
área pulmonar a ser drenada. Caso o paciente apresente qualquer
✓ Desordens neurológicas;
alteração hemodinâmica, respiratória e/ou neurológica o procedimento
deverá ser suspenso e comunicado a equipe de enfermagem e médica. ✓ Queimaduras (exigências metabólicas elevadas).

INDICAÇÕES DA DRENAGEM POSTURAL CONTRAINDICAÇÃO SONDAGEM GÁSTRICA E ENTERAL


- Dificuldade para eliminar secreções; ✓ Esofagite;
- Retenção de secreções, em patologias como fibrose cística, ✓ Varizes esofagianas sangrantes;
broquiectasia ou pneumopatia com cavitação; ✓ Obstruções esofagianas;
- Atelectasia causada por tamponamento mucoso; ✓ Lesões esofagianas;
- Presença de corpo estranho nas vias aéreas. ✓ Obstrução gástrica;
Contraindicações da Drenagem postural ✓ Neoplasia do esôfago ou estômago.
AS CONTRAINDICAÇÕES SÃO DIVIDIDAS EM: ✓ Pacientes com fratura de base de crânio – SNG (obrigatória
- Absolutas: lesão de cabeça e pescoço, até que seja estabilizada e sonda orogástrica);
hemorragia com instabilidade hemodinâmica. ✓ Desvio de septo nasal;
✓ Grandes lesões de cavidade oral, fraturas de mandíbula e de
maxilar e fixações cirúrgicas de mandíbula.

SONDAGEM GÁSTRICA E ENTERAL

VIA NASOGÁSTRICA OU OROGÁSTRICA: A sonda é passada pelo


nariz ou pela boca e se direciona até o estômago.

SONDAGENS GASTRICAS E VESICAIS


SONDAGEM GÁSTRICA E ENTERAL
É a inserção de uma sonda, geralmente flexível na cavidade nasal
(nasogástrica) ou oral (orogástrica) com destino ao estômago ou
duodeno.

RESPALDO LEGAL
De acordo com a resolução do COFEN nº 453/2014, compete
PRIVATIVAMENTE ao enfermeiro estabelecer o acesso enteral por via VIA NASOENTÉRICA OU OROENTÉRICA: A sonda é passada pelo
oro/nasogástrica ou oro/nasoentérica para a administração da Nutrição nariz ou pela boca e se direciona até o intestino delgado.
Enteral.

FINALIDADES DA SONDAGEM GÁSTRICA


✓ Alimentação;
✓ Admnistração de medicamentos;
✓ Descompressão gástrica;
✓ Drenagem de líquidos;
✓ Coleta do material gástrico;
✓ Irrigação gástrica;
✓ Prevenir broncoaspiração;
✓ Avaliação e controle de hemorragias digestivas

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 33


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
COMPLICAÇÕES SONDAGEM GÁSTRICA E ENTERAL Fixar a sonda;
✓ Aspiração pulmonar: por regurgitação da fórmula, sonda de Antes de administrar a dieta/medicações confirmar
alimentação deslocada, reflexo de vômito deficiente. posicionamento da sonda.
✓ Diarréia: devido ao esvaziamento gástrico retardado, terapia
ATENÇÃO!
com antibióticos, contaminação bacteriana, má absorção.
Pode-se colocar em risco a vida do paciente quando se administra
✓ Constipação: perda de fibra e perda de água; medicação ou alimentação pela sonda oro/nasogástrica ou nasoenteral
✓ Deslocamento da sonda: tosse ou vômito, sonda não fixada sem ter a total segurança da sua localização no paciente (estômago ou
de forma segura; intestino), introduzindo líquidos pela via brônquica/pulmonar.
✓ Cãibra, náusea/vômito: aumento rápido do fluxo ou volume,
intolerância à lactose. TESTES PARA CONFIRMAR O CORRETO POSICIONAMENTO DA
✓ Irritação das mucosas nasofaringea; SONDA:
Colocar um estetoscópio sobre o abdome do paciente e injetar
✓ Refluxo gastroesofágico;
rapidamente 20ml de ar. Se ruído borbulhante => no estômago.
✓ Aspiração pulmonar; Colocar a extremidade da sonda em um copo com água. Se a água
✓ Infecção pulmonar e oral; borbulhar => trato respiratório.
✓ Estimulação do nervo vago; OBS: São técnicas com alto grau de imprecisão! Não confiáveis!
✓ Necrose de asa de nariz;
✓ Deficiência do volume de líquidos – diarreia e desidratação; Adaptar a seringa à sonda e aspirar e medir o pH do líquido aspirado
✓ Distensão abdominal; utilizando um papel especial ou um medidor.
✓ Desequilíbrio eletrolítico;
✓ Oclusão da sonda. ATENÇÃO
Como o pH do líquido intestinal
MEDIÇÃO DA SONDA GÁSTRICA E ENTERAL
A medição é realizada da extremidade da sonda, desde a ponta do nariz
também é ligeiramente básico, esse
até o lóbulo da orelha, seguindo até o apêndice xifoide. método não irá diferenciar entre o
líquido intestinal e o pleural.

O padrão ouro para a confirmação do posicionamento correto da sonda


é através da realização de radiografia.

MATERIAIS NECESSÁRIOS

SNG = Levine CUIDADOS DE ENFERMAGEM


✓ Higienização das mãos antes e após o procedimento;
✓ Limpeza nas junções da sonda e equipo antes de instalar a
SONDA dieta;
SNE = Dobbhoff ✓ Manter a sonda fixada corretamente com esparadrapo;
✓ A fixação deve ser trocada com regularidade, ou sempre que
estiver descolando;
✓ Não tracionar a sonda;
✓ Observar a marcação da sonda diariamente;

✓ Higienize o nariz antes de colar novamente a fixação,


tomando cuidado para não deixar o tubo dobrar;
✓ Fornecer a dieta sempre com cabeceira elevada ou sentado;
✓ Lavar a sonda com 20ml de água filtrada após dietas ou
medicações;
✓ Após a dieta, manter o paciente sentado com a cabeceira
elevada por pelo menos 30 minutos;
Introduzir a sonda até a demarcação;
Paciente consciente – oferecer copo com água;
Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 34
PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
✓ As sondas devem ser trocadas sempre que houver algum ✓ Sonda vesical de Alívio;
problema, como rachadura, obstrução ou maus ✓ Sonda vesical de Demora;
posicionamento e funcionamento. Caso contrário, um
✓ Tamanho: 12, 14, 16, 18, 20;
paciente pode permanecer com a mesma sonda por até 5
meses, ou mais. ✓ Material:
• SVD: látex ou silicone;
SONDAGEM VESICAL • SVA: PVC siliconizado.
A sondagem vesical consiste na introdução de um cateter (sonda) ✓ Formato: duas vias e três vias.
vesical estéril pelo meato urinário até chegar à bexiga para a drenagem
da urina em pacientes com problema de eliminação urinária. CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO APROPRIADA DA SONDA
A escolha do tamanho da sonda se dá em função da
avaliação do tamanho do canal uretral do paciente. O diâmetro é de
acordo com a escala francesa (French), de modo que cada unidade
(1Fr) equivale a 0,33 milímetros.
Geralmente:
✓ 8 a 12 Fr: crianças;
✓ 12 a 16 Fr: mulheres;
✓ 16 a 20 Fr: homens.
FINALIDADES DA SONDAGEM VESICAL
✓ Facilitar a eliminação vesical;
✓ Facilitar a coleta de amostras estéreis de urina;
✓ Facilitar a avaliação da quantidade de urina residual;
✓ Permitir uma avaliação continua e apurada da diurese;
✓ Fornecer uma via para irrigação da bexiga;
✓ Realizar o controle indireto da função hemodinâmica e
SONDAS VESICAIS promover a drenagem de pacientes com incontinência
Sonda de foley: Possui uma via para drenagem de urina e outra urinária;
para inflar e desinflar o balonete ✓ Esvaziar a bexiga para procedimentos cirúrgicos ou
diagnósticos.

FINALIDADES DA SONDAGEM VESICAL


A drenagem da urina pode ser realizada por meio do sistema
aberto (intermitente ou de alívio) ou fechado (demora).

Sonda de foley de três vias: Usada quando é necessário manter a


irrigação da bexiga, instilação de medicamentos.

vesical de demora infantil de silicone com duas vias:


Utilizada quando a criança apresenta alergia ao látex. COMPLICAÇÕES DA SVD
Decorrentes da passagem da sonda: Infecção do trato urinário,
estenose de canal e obstrução da luz.
Decorrentes da cateterização prolongada: Inflamação renal crônica,
pielonefrite, ITU sintomática com pielonefrite, bacteremia, sepse e
morte.

COMPETÊNCIAS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM SONDAGEM


VESICAL
Resolução COFEN nº 0450/2013:
“...Requer cuidados de Enfermagem de maior complexidade
Sonda de Poliuretano: Usada com o intuito de promover técnica, conhecimentos de base científica e capacidade de tomar
alívio para o paciente. decisões imediata se, por essas razões, no âmbito da equipe de
Enfermagem, a inserção de cateter vesical é privativa do
Enfermeiro, que deve imprimir rigor técnico-científico ao procedimento.”
“Ao Técnico de Enfermagem compete a monitoração e
registro das queixas do paciente, das condições do sistema de
drenagem, do débito urinário; manutenção de técnica limpa durante o
manuseio do sistema de drenagem, coleta de urina para exames;
monitoramento do balanço hídrico ingestão e eliminação de líquidos;
sob supervisão e orientação do Enfermeiro.”

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 35


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
fabricante). Em geral, o volume está impresso na extensão
MATERIAL NECESSÁRIO SVD distal da sonda utilizada para insuflar o balão;
✓ Sonda foley; ✓ Adapte a sonda Foley ao coletor de urina de sistema fechado;
✓ Sistema fechado para coleta de urina; ✓ Realize a antissepsia com clorexidina tópica, com auxílio de
✓ Água destilada; pinca Pean e gazes estéreis, iniciando pelo meato urinário,
✓ EPIs; orifício vaginal, pequenos lábios e grandes lábios, com
✓ Antisséptico tópico; movimentos da parte superior para a parte inferior da vulva,
✓ Micropore; trocando a gaze em cada etapa;
✓ Seringa de 20ml; ✓ Afaste os grandes lábios com o dedo indicador e o polegar da
✓ Lidocaína; mão dominante, para visualizar o orifício uretral;
✓ Luvas estéreis; ✓ Lubrifique a sonda utilizando as gazes de apoio;
✓ Campo cirúrgico com fenestra; ✓ Introduza a sonda delicadamente no meato uretral até
✓ Gaze estéril; observar a drenagem de urina;
✓ Cuba rim; ✓ Encha o cuff da sonda vesical de demora, utilizando a seringa
✓ Pinça Pean; previamente cheia;
✓ Pinça anatômica; ✓ Prenda a sonda na face interna da coxa, com adesivo
✓ Bandeja. hipoalergênico;
✓ Retire as luvas estéreis;
TÉCNICA DO PROCEDIMENTO ✓ Prenda o coletor de urina de sistema fechado na parte inferior
✓ Reúna o material na bandeja e leve para o quarto do/da do leito, após etiquetá-lo com a data.
paciente;
✓ Explique o procedimento ao/a paciente e ao acompanhante; COMPLICAÇÕES DA SONDAGEM VESICAL
✓ Promova a privacidade do paciente com biombo e/ou Infecção urinária: complicação mais comum causa principalmente pelo
fechando a porta do quarto; uso incorreto da técnica asséptica.
✓ Posicione o/a paciente em decúbito dorsal; Hemorragia: pode ser causada pela utilização de uma sonda de calibre
✓ Higienize as mãos; inadequado ao tamanho da uretra, passagem incorreta, existência de
✓ Coloque as luvas de procedimento; patologias prévias.
✓ Realize a higiene íntima do paciente com clorexidina Formação de cálculos na bexiga: devido a longa permanência da
degermante; sonda.
✓ Remova o material utilizado na higiene íntima; Bexiga neurogênica: em pacientes com permanência prolongada da
✓ Retire as luvas de procedimento; sonda.
✓ Higienize as mãos; Trauma: devido a aplicação de força durante a passagem, utilização de
✓ Abra o material de cateterismo sobre o leito entre as pernas sonda muito calibrosa.
do/da paciente;
✓ Abra o material descartável, com técnica estéril, sobre o CUIDADOS DE ENFERMAGEM
campo fenestrado (sonda de Foley, seringas, agulhas, gaze ✓ Manter a sonda fixada (evitar trauma uretral) e evitar dobras
estéril, e sistema coletor fechado; no circuito de drenagem;
✓ Calce as luvas estéreis; ✓ Sempre manter o sistema de drenagem abaixo do nível da
✓ Teste o cuff (balonete) e a válvula da sonda utilizando seringa bexiga;
de 10 ml e água destilada, no volume recomendado conforme ✓ Cateter de alto calibre (>22 FR) deve ser evitado, exceto
o número da sonda; quando há indicação urológica especifica, como o risco de
✓ Conecte a sonda no coletor de urina de sistema fechado; obstrução por coágulos;
✓ Não deixar o sistema aberto, para evitar contaminação, e
TÉCNICA DO PROCEDIMENTO - HOMEM clampear o sistema somente para movimentação do paciente,
✓ Coloque a lidocaína gel a 2% na seringa (15 a 20 ml) com a ou se houver risco de refluxo urinário;
ajuda de um colega; ✓ No caso de transporte do paciente, manter o clamp aberto e o
✓ Realize antissepsia do meato urinário para a base do pénis, sistema de drenagem abaixo do nivel da bexiga;
trocando a gaze em cada etapa; ✓ A bolsa coletora deve ser esvaziada regularmente, para
✓ Posicione o pénis perpendicularmente ao corpo do paciente, manter um fluxo contínuo e para não haver risco de refluxo;
introduza o bico da seringa no meato urinário e injete todo o ✓ A extremidade do dispositivo de saída de urina não deve
lubrificante anestésico vagarosamente; tocar outras superfícies, como o recipiente de coleta ou piso;
✓ Introduza a sonda Foley no meato urinário até a extremidade ✓ Não é recomendado o esvaziamento simultâneo de vários
distal ou até observar a drenagem de urina; pacientes com um mesmo recipiente, devido ao risco de
✓ Encha o cuff da sonda vesical de demora, utilizando a seringa contaminação cruzada;
previamente cheia (de acordo com a especificação do ✓ Em caso de obstrução, se o cateter for de 2 vias, recomenda-
fabricante). Em geral, o volume está impresso na extensão se sua troca. No caso de 3 vias, proceder à desobstrução
distal da sonda utilizada para insuflar o balão; (irrigação vesical);
✓ Fixe a sonda na região suprapúbica com adesivo ✓ O tempo de permanência não indica a troca do cateter
hipoalergênico; vesical, considerar a troca se: estiver apresentando sujidade
✓ Retire as luvas estéreis; visível (resíduos aderidos, grumos), obstrução do cateter,
✓ Prenda o coletor na parte inferior do leito, após rotulá-lo com violação do sistema fechado, quebra da técnica asséptica,
a data; mau funcionamento, ou caso tenha sido instalado em outra
unidade hospitalar;
TÉCNICA DO PROCEDIMENTO - MULHER ✓ No caso de diagnóstico de ITU com indicação de tratamento
✓ Coloque a lidocaína gel a 2% utilizando as gazes estéreis antimicrobiano, considerar troca do cateter vesical e do
como apoio; circuito de drenagem;
✓ Coloque as luvas estéreis; ✓ Realizar a higiene das mãos antes e depois de manusear a
✓ Aspire a água destilada na seringa e teste o cuff (balonete) da sonda;
sonda vesical de demora (de acordo com a especificação do

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 36


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
✓ Sempre fixa a sonda com esparadrapo ou micropore, para CAUSAS PRÉ-ANALITICAS DE VARIAÇÕES DOS RESULTADOS DE
que não ocorra o tracionamento da mesma; EXAMES LABORATORIAIS
✓ Nunca deixar a bolsa coletora no chão; ✓ Variação cronobiológica, gênero;
✓ Clampear a extensão da sonda durante a movimentação do ✓ Idade, posição, atividade física;
paciente; ✓ Jejum, dieta;
✓ Não erguer a bolsa coletora acima do nível da cintura; ✓ Uso de fármacos e drogas de abuso
✓ Realizar a higiene intima diariamente e/ou após evacuação. ✓ Aplicação do torniquete, procedimentos diagnósticos;
✓ Comunicar se o paciente apresentar febre, colúria, hematúria, ✓ Infusão de fármacos;
odor fétido na urina, presença de secreção purulenta ou dor. ✓ Hemólise, lipemia.

COLETA DE MATERIAL PARA EXAMES LABORATORIAIS INSTRUÇÕES IMPORTANTES QUE DEVEM SER PASSADAS AO
A coleta de exames laboratoriais de pacientes em regime de PACIENTE:
internação e em situação ambulatorial nos laboratórios de análises ✓ A suspensão de medicamentos somente pode ser autorizada
clinicas, é uma atividade que a enfermagem desenvolve e que contribui pelo médico do paciente.
para a promoção, prevenção, manutenção e recuperação da saúde. ✓ O laboratório deve anotar o horário da última dose e registrar
esta informação no laudo;
OBJETIVOS DOS EXAMES LABORATORIAIS ✓ A ingestão de pequena quantidade de água, antes da coleta,
✓ Confirmar, estabelecer ou complementar o diagnóstico clínico; não quebra o jejum;
✓ Fornecer elementos para o prognóstico de determinadas ✓ O fumo e o café não são permitidos antes da coleta, pois
doenças; podem interferir na exatidão dos resultados.
✓ Estabelecer critérios de normalidade;
✓ Delinear fatores de riscos evolutivos COLETA DE SANGUE
Equipamentos e material de segurança necessário:
Os profissionais devem ficar atentos aos seguintes requisitos: ✓ EPI’s: jaleco, máscara, óculos, luvas descartáveis;
✓ Horário da coleta; ✓ Algodão hidrófilo;
✓ Tempo de envio da amostra para o laboratório; ✓ Álcool a 70%;
✓ Erro de identificação da amostra ✓ Agulha e seringa descartáveis;
✓ Jejum do paciente; ✓ Sistema à vácuo: suporte, tubo e agulha descartável;
✓ Tempo de jejum do paciente; ✓ Tubos de ensaio com tampa;
✓ Tempo de coleta de amostras; ✓ Etiquetas para identificação de amostras;
✓ Tubos e equipamentos usados apropriados para coleta de ✓ Caneta;
material biológico; ✓ Descartex;
✓ Uso prolongado do torniquete; ✓ Estante para tubos.
✓ Erro do volume ou quantidade da amostra para análise.
PROCEDIMENTOS QUE DEVEM SER OBSERVADOS PARA O
MATERIAIS BIOLÓGICOS E EXAMES MAIS SOLICITADOS INÍCIO DA COLETA DE SANGUE
Locais de escolha para a punção da veia:
✓ As veias basílicas mediana e a cefálica são as mais
utilizadas;
✓ A basílica mediana é a melhor opção, pois a cefálica é mais
propensa á formação de hematomas;
✓ No dorso da mão, o arco venoso dorsal é o mais
recomendado por ser mais calibroso

SANGUE
HEMOGRAMA: Consiste na contagem global de eritrócitos, índices
hematimétricos, valor de hemoglobina e valor hematócrito (Ht),
contagem global de leucócitos, contagem diferencial de leucócitos
(neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos) e contagem
global de plaquetas. É útil na avaliação de anemias, infecções
bacterianas e viróticas, inflamações, leucemias e plaquetopenias.
SOROLOGIA: É a avaliação da presença de determinados anticorpos
no soro sanguíneo. É útil no diagnóstico de infecções por vírus,
bactérias, fungos e protozoários.
GASOMETRIA: Análise de gases sanguíneos, como O2 e CO2 e do
equilíbrio ácido-básico, como bicarbonato e pH sanguíneo.

URINA
URINA TIPO 1: Avalia as características físicas e químicas e os
sedimentos urinários.
URINA 24 HORAS: avaliação da função renal.
UROCULTURA: pesquisa de microrganismos que pode evoluir para
pesquisa de antibiograma.

FEZES
PARASITOLÓGICO: identificação de parasitas.
COPROCULTURA: exame bacteriológico das fezes.

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 37


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA

COLETA DE SANGUE COM SERINGA E AGULHA DESCARTÁVEIS

ÁREAS A SEREM EVITADAS

Locais com cicatrizes de queimaduras;


✓ Áreas com hematoma;
✓ Membro superior próximo ao local onde foi realizado
mastectomia, cateterismo ou qualquer outro procedimento
cirúrgico.

✓ Solicitar ao paciente que diga seu nome completo para


TÉCNICAS PARA EVIDENCIAÇÃO DA VEIA
confirmação do pedido médico e etiquetas;
✓ Pedir para o paciente abaixar o braço e fazer movimentos ✓ Separar e organizar todo material a ser utilizado (tubos, gaze,
suaves de abrir e fechar a mão; garrote, etc.);
✓ Massagear delicadamente o braço do paciente (do punho ✓ Informar ao paciente sobre o procedimento que será
para o cotovelo); realizado;
✓ Fixação das veias com os dedos nos casos de flacidez. ✓ Posicionar o paciente de forma confortável e segura para a
realização da coleta;
✓ Higienizar as mãos e calçar as luvas;
USO ADEQUADO DO TORNIQUETE ✓ Escolher o local da punção;
✓ Posicionar o braço do paciente, inclinando-o para baixo à ✓ Realizar a antissepsia, do local da punção, lembrando após a
partir da altura do ombro; limpeza, o local não deve ser mais palpado;
✓ Posicionar o torniquete com o laço para cima, a fim de evitar ✓ Aguardar a secagem da área por 30 segundos;
✓ Não assoprar, abanar ou colocar algo no local;
a contaminação da área de punção;
✓ Garrotear o braço do paciente;
✓ Usar o torniquete por no máximo dois minutos; ✓ Se necessário, colocar o polegar ou o dedo indicador da mão
✓ Aplicar o torniquete cerca de 8 cm acima do local de punção não dominante a 2,5 cm abaixo do local da punção e puxar a pele,
para evitar contaminação do local; esticando delicadamente
✓ Ao garrotear, pedir ao paciente para fechar a mão para ✓ Retirar a proteção da agulha;
evidenciar a veia;
✓ Segurar a seringa e a agulha em um ângulo de 15º a 30º
✓ Não aperte intensamente o torniquete, pois o fluxo arterial graus, com bisel voltado para cima;
não deve ser interrompido. ✓ Assim que o sangue começar a fluir dentro da seringa,
desgarrotear o braço do paciente;
✓ Aspirar devagar o volume necessário de acordo com a
quantidade de sangue requerida na etiqueta dos tubos;
✓ Aspirar o sangue evitando bolhas e espuma, e com agilidade,
pois o processo de coagulação do organismo do paciente já foi ativado
no momento da punção;
✓ Retirar a agulha da veia do paciente;
✓ Exercer pressão no local, evitando a formação de hematomas
e sangramentos;
✓ Orientar o paciente a não dobrar o braço, não carregar peso
no mesmo lado da punção, por no mínimo 1 hora;
✓ Abrir a tampa do 1º tubo, deixar que o sangue escorra pela
sua parede, devagar para evitar hemólise;
✓ Fechar o tubo e homogeneizar, invertendo-o suavemente de 5
a 10 vezes de acordo com o tubo utilizado;
✓ Ao final, descartar a seringa e agulha no descartex;
✓ Verificar se existe alguma pendência, certificar-se das
condições gerais do paciente e liberá-lo;
✓ Colocar as amostras em local adequado ou encaminhá-las
imediatamente para processamento.

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 38


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
COLETA DE SANGUE VENOSO A VÁCUO COLETA DE URINA

✓ Solicitar ao paciente que diga seu nome completo para


confirmação do pedido médico e etiquetas;
✓ Separar e organizar todo material a ser utilizado (tubos, gaze,
garrote, etc.); PROCEDIMENTO:
✓ Informar ao paciente sobre o procedimento que será realizado; ✓ Coletar preferencialmente a primeira urina da manhã ou
✓ Posicionar o paciente de forma confortável e segura para a qualquer outra urina do dia, porém com intervalo de no mínimo 2 horas
realização da coleta; sem urinar;
✓ Higienizar as mãos e calçar as luvas; ✓ Fazer a coleta do material com kit fornecido pelo laboratório;
✓ Escolher o local da punção; ✓ Lave as mãos;
✓ Realizar a antissepsia, do local da punção, lembrando após a ✓ Realize a higiene genital com água e sabonete comum, secar
limpeza, o local não deve ser mais palpado; bem o local;
✓ Aguardar a secagem da área por 30 segundos; ✓ Abra a embalagem do kit coletor, retire da embalagem do
✓ Não assoprar, abanar ou colocar algo no local; frasco coletor;
✓ Garrotear o braço do paciente; ✓ Ao urinar, despreze o 1º jato da urina no vaso e colete o 2º
✓ Se necessário, colocar o polegar ou o dedo indicador da mão não jato da urina no pote largo sem tampa;
dominante a 2,5 cm abaixo do local da punção e puxar a pele, esticando ✓ Transfira a urina coleta para o tubo estreito com tampa até
delicadamente completa-lo totalmente;
✓ Retirar a proteção da agulha de coleta múltipla de sangue a ✓ Tampe-o bem;
vácuo; ✓ Despreze caso necessário, o resto da urina que ficou no pote
✓ Segurar a seringa e a agulha em um ângulo de 15º a 30º graus, sem tampa no vaso sanitário;
com bisel voltado para cima; ✓ Jogue o mesmo no lixo;
✓ Assim que o sangue começar a fluir dentro do tubo, desgarrotear ✓ Entregue o frasco com a urina para o coletador para que o
o braço do paciente; mesmo identifique a amostra e encaminhe ao laboratório.
✓ Realizar a troca de tubos sucessivamente;
✓ Homogeneizar imediatamente após a retirada de cada tubo EXAME DE FEZES
invertendo-o suavemente de 5 a 10 vezes; Compreende as análises macroscópicas e microscópicas e bioquímicas
✓ Após a retira do último tubo, remover a agulha e fazer para a detecção precoce de sangramento gastrointestinal, distúrbios
compressão no local da punção, com algodão ou gaze seca; hepáticos e dos ductos biliares e síndromes me mal absorção.
✓ Exercer pressão no local, evitando a formação de hematomas e A coleta de fezes tem recomendações especiais, segundo as finalidades
sangramentos; do exame a que se destinam. As principais finalidades do exame de
✓ Orientar o paciente a não dobrar o braço, não carregar peso no fezes são:
mesmo lado da punção, por no mínimo 1 hora;
✓ Descartar a agulha após a retirada do braço do paciente;
✓ Verificar se existe alguma pendência, certificar-se das condições
gerais do paciente e liberá-lo;
✓ Colocar as amostras em local adequado ou encaminhá-las
imediatamente para processamento.

PROCEDIMENTO:

✓ Evacuar em recipiente limpo e seco;


✓ Transferir uma porção das fezes recém emitidas para o frasco
coletor, tendo cuidado para não ultrapassar a metade do frasco;
✓ Não utilizar laxantes ou supositório.
✓ FATORES QUE INTERFEREM NA AMOSTRA
✓ Contaminação com urina;
✓ Contraste radiológico na véspera do exame;
✓ Laxantes.

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 39


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
É caracterizado pela dificuldade no fornecimento de sangue e seus
componentes a uma área do cérebro, determinando o sofrimento ou a
morte dessa área e consequentes perdas ou diminuição das funções
comandadas por ela.

FATORES DE RISCO
✓ A pressão arterial é o principal fator de risco juntamente com:
✓ Doenças cardíacas: especialmente as doenças que produzem
arritmias. Ex: IAM.
✓ Colesterol: principalmente o LDL, tem relação com a formação de
ateromas.
✓ Fumo: torna o sangue mais concentrado e aumente o risco de
hipertensão.
✓ Uso abusivo de álcool: aumenta o colesterol e o risco de
hipertensão.
✓ Diabetes mellitus: relação direta com as obstruções vasculares.
✓ Sexo: até aproximadamente os 50 anos os homens têm maior
propensão, depois dessa idade os riscos praticamente se igualam.
✓ Anticoncepcionais orais: relacionados aos teores de hormônios.
✓ Obesidade: aumenta o risco de aterosclerose e de hipertensão.
✓ Aumento na concentração sanguínea: como em caso de MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
desidratação grave, doenças pulmonares graves, doenças pulmonares ✓ O AVC manifesta-se de modo diferente em cada indivíduo,
crônicas. pois os sinais e sintomas dependerão da área atingida, da extensão, do
✓ Sedentarismo: a falta de atividade física leva à obesidade, tipo e do estado geral da pessoa.
predisposição à hipertensão e ao aumento do colesterol. ✓ De maneira geral, a principal característica é a rapidez com
✓ Idade: risco de ter algum dos fatores anteriores. que aparecem as alterações (de segundos a horas).
CLASSIFICAÇÃO - Existem dois tipos de AVC: ✓ As manifestações clínicas mais comuns:
✓ AVC Isquêmico: Acontece quando não há passagem de sangue ✓ Fraqueza ou adormecimento de um membro ou de um lado
para determinada área, por uma obstrução no vaso ou redução do fluxo do corpo, como dificuldade de movimentar;
sanguíneo no corpo. ✓ Alteração da linguagem, passando a falar “enrolado” ou sem
conseguir expressar-se ou entender o que lhe é dito;
✓ Perda da visão de um olho, ou de parte do campo visual de
ambos os olhos;
✓ Perda de memória e/ou confusão mental, dor de cabeça
súbita, sem causa aparente, seguida de vômitos, sonolência ou coma.

O AVC isquêmico pode ser consequência de:


✓ Trombose arterial: uma placa de gordura (ateroma) obstruindo
uma artéria. Por exemplo, uma obstrução total da carótida direita
compromete a metade direita da frente do cérebro, determinando
problemas na metade esquerda do corpo.
✓ Embolia cerebral: um coágulo vindo de um coração com ICC
ou parte de um ateroma que se desprende e corre através de uma
artéria até encontrar um ponto mais estreito e obstruir a passagem de
sangue.
✓ Redução do fluxo sanguíneo: ocasionada por parada cardíaca
ou hemorragia intensa.

✓ AVC Hemorrágico: Pode ocorrer extravasamento de sangue
para dentro (intracerebral) ou para fora do cérebro (subaracnóideo).
Ambos podem ocorrer por crise hipertensiva ou por alteração sanguínea
em que ocorra muita dificuldade de realizar a coagulação normal, como
na hemofilia, diminuição das plaquetas ou uso de anticoagulantes. Outra DIAGNÓSTICO
situação que pode levar a hemorragia é um aneurisma. ✓ Avaliação física e neurológica;
✓ Tomografia Computadorizada - TC, para distinguir se é
isquêmico ou hemorrágico, o que determinará o tipo de tratamento;
✓ Ressonância Magnética – RM, que permitirá identificar a área
afetada;

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 40


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
✓ Angiografia por TC: permite a apreciação da oclusão das DOENÇA PULMONAR BSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC
grandes artérias intracranianas; ✓ Síndrome caracterizada pela obstrução crônica e difusa das
✓ Eletrocardiograma: vias aéreas inferiores, de caráter irreversível. É uma doença progressiva
✓ Ultrassonografia: identificar se há presença de ateroma. e está associada a uma resposta inflamatória pulmonar a partículas ou
✓ Testes laboratoriais: hemograma (leucócitos, pois ocorre no gases nocivos (principalmente fumaça de cigarro).
AVC) e glicose (pois na hemorragia há presença de hipoglicemia). ✓ A DPOC envolve Bronquite obstrutiva e Enfisema pulmonar.

MONITORIZAÇÃO E TRATAMENTO
✓ Monitorar:
✓ Função respiratória: oxigenioterapia, oximetria;
✓ Neurológica: escalas;
✓ Função circulatória e cardíaca: monitorização contínua nas
primeiras 48 horas. A FC deverá permanecer normal.
✓ A PA deverá manter-se no limite superior para favorecer a
perfusão de vasos estenosados e colaterais.
✓ Em casos de hemorragia a PA deverá ser reduzida;
✓ Temperatura corporal: a febre influencia negativamente no
prognóstico;
✓ Diuréticos – diminui o edema cerebral;
✓ Anticoagulantes – dissolvem o coágulo sanguíneo que está
bloqueando o fluxo;
✓ Medicações antiplaquetárias – assim elas não se unem ao
trombo e não obstruem a passagem.
Obstrução crônica e difusa das vias aéreas inferiores: decorrente de
TRATAMENTO CIRURGICO – AVC HEMORRÁGICO
inflamação pulmonar, hipertrofia de glândulas mucosas e células
✓ A craniotomia é realizada com o paciente que tem hemorragia
que supera 3cm de diâmetro, e a escala de Glasgow está abaixo de 14. caliciformes de vias aéreas centrais.
✓ A carótida é momentaneamente ocluída para que se reduza a
pressão nos vasos, o aneurisma é clampeado. Neste momento poderá FATORES DE RISCO
ocorrer isquemia cerebral ou hemiplegia súbita, pois durante o Estabelecidos: exposição ocupacional, tabagismo.
procedimento cirúrgico existe uma oclusão temporária do suprimento Prováveis: poluição ambiental, baixo nível socioeconômico, alcoolismo,
sanguíneo para o cérebro OU MORTE. tabagismo passivo na infância.
Possíveis: baixo peso ao nascer, infecções respiratórias recorrentes na
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
✓ Observar, comunicar e registrar alterações no nível de infância, história familiar.
consciência:
✓ Agitação psicomotora; BRONQUITE CRÔNICA
✓ Confusão mental; Estreitamento das vias aéreas inferiores (principalmente nos brônquios
✓ Déficit de resposta a estímulos verbais; e bronquíolos) associado à hiperprodução de muco nas regiões
✓ Paresias: diminuição ou fraqueza de movimentos;
acometidas.
✓ Parestesias: alterações de sensibilidade;
✓ Plegias: ausência ou perda da motricidade ou movimento Expectoração por 3 meses ao ano, por dois anos consecutivos, sem
volutário; outras causas pré-definida.
✓ Manter ambiente calmo, seguro e tranquilo;
✓ Estimular e facilitar a motilidade;
✓ Manter o ambiente livre de empecilhos que possam dificultar a
deambulação;
✓ Orientar quanto à importância da fisioterapia adequada;
✓ Reforçar movimentos realizados sem auxílio e com destreza;
✓ Manter ambiente calmo, seguro e tranquilo;
✓ Estimular e facilitar a motilidade;
✓ Manter o ambiente livre de empecilhos que possam dificultar a
deambulação;
✓ Orientar quanto à importância da fisioterapia adequada;
✓ Reforçar movimentos realizados sem auxílio e com destreza; ENFISEMA PULMONAR
✓ Facilitar e estimular atividades de autocuidado; Alargamento anormal e permanente dos espaços aéreos distais aos
✓ Pentear-se; bronquíolos terminais, com destruição de suas paredes, sem fibrose
✓ Vestir-se;
óbvia.
✓ Alimentar-se.
✓ Manter controle rigoroso de sinais vitais, comunicar qualquer A destruição da parede alveolar causa perda dos pontos de fixação das
alteração; vias aéreas terminais aos alvéolos, com colapso expiratório dos
✓ Manter BH rigoroso; mesmos, limitação do fluxo aéreo e hiperinsuflação pulmonar.
✓ Manter cuidados específicos a cada sinal e sintoma, bem
como ao tipo de AVC;
✓ Orientar os familiares quanto à importância de aceitar as
limitações, procurando adequar o indivíduo ao convívio social de forma
a mantê-lo útil e necessário, reintegrando-o com a melhor qualidade de
vida possível.

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 41


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
Hiperinsuflação;
Costelas horizontais;
Planificação do diafragma.

ESPIROMETRIA
Comprova a presença de limitação ao fluxo aéreo, indispensável na
definição de DPOC. Utilizada para estadiamento e avaliação da
gravidade.

DPOC – FASE ESTÁVEL


Os pacientes podem ser sintomáticos ou assintomáticos.
Sintomas eventuais, baixa intensidade e curta duração.
Tosse e dispneia persistente.

TRATAMENTO – DPOC FASE ESTÁVEL


Os broncodilatadores são utilizados em pacientes com sintomas
eventuais ou como manutenção naqueles com sintomas persistentes. O
uso de ser por via inalatória.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Dispnéia: inicialmente aos grandes esforços, podendo progredir até os
mínimos esforços.
Tosse: geralmente produtiva, expectoração mucóide, pequena a
moderada quantidade, intensidade variável. Na fase inicial apresenta-se
mais pela manhã, ao despertar (pigarro). DPOC – EXACERBADA
Sibilo: de intensidade variável, podendo estar ausente em alguns Piora de rápida instalação dos sintomas habituais. A gravidade da
pacientes. exacerbação é medida de acordo com a gravidade da dispneia, e tem
relação direta com o estadiamento do paciente.
A causa mais frequente da exacerbação é a broncoinfecção. Outras
DIAGNÓSTICO causas:
Anamnese; Pneumonia;
Exame físico; Pneumotórax;
Raio X do tórax; Embolia pulmonar;
Oximetria; Derrame pleural;
Espirometria; Insuficiência cardíaca descompensada;
Uso de medicações depressoras do centro respiratório.
Gasometria arterial.
TRATAMENTO
RADIOGRAFIA DO TÓRAX Antibioticoterapia;
Broncodilatadores;
Corcoesteróides;
Oxigenoterapia;
Controle dos fatores de risco;
Monitorização da função respiratória;
Oxigenoterapia;
Fluidificação de secreções;
Prevenção de infecção;
Exercícios respiratórios – fisioterapia.

INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO (IAM)


O infarto agudo do miocárdio (IAM) é causado pelo estreitamento de
uma artéria coronária devido à aterosclerose, ou pela obstrução total de
uma coronária por êmbolo ou trombo, ocasionando a necrose de áreas
do miocárdio.
Aumento do diâmetro (tórax em tonel);

Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 42


PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA

FATORES DE RISCO
✓ Homens >45 anos e mulheres >55 anos;
✓ Aumento do colesterol LDL e redução do HDL;
✓ História de IAM na família;
✓ Tabagismo;
✓ Obesidade;
✓ HAS e DM;
✓ Sedentarismo.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DIAGNÓSTICO


✓ O principal sinal de apresentação na maioria dos pacientes é O diagnóstico baseia-se:
a dor torácica, que surge subitamente e continua. As principais • História atual da doença;
manifestações clínicas do IAM são: • Exame físico;
✓ Palpitação; • Eletrocardiograma;
✓ Sopro; • Níveis séricos das enzimas cardíacas: Troponina, mioglobina e
✓ Distensão venosa; creatinofosfoquinase (CKMB).
✓ Alterações no ECG;
✓ Dispneia; TRATAMENTO
✓ Taquipneia;
O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo da
✓ Náuseas e vômitos;
✓ Redução do débito urinário; extensão e da área acometida.
✓ Pele fria e pegajosa;
✓ Sudorese;
✓ Palidez;
✓ Ansiedade;
✓ Inquietação;
✓ Tontura.

MANEJO CLÍNICO
Terapia analgésica e anti-isquêmica: PRIORIDADE
✓ Nitroglicerina;
✓ Sulfato de morfina;
✓ Beta bloqueadores: atenolol, metoprolol e propanolol.
Terapia antiplaquetária: ácido acetilsalicílico (AAS) e clopidogrel.
Terapia anticoagulante: heparina.
Terapia fibrinolítica.
Intervenção coronariana percutânea.
Oxigenoterapia: satO2 <90%.

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PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
✓ Fornecer oxigênio e administrar opiáceos (analgésico e
sedativo) e ansiolíticos prescritos para alívio da dor e diminuição da
ansiedade;
✓ Prevenir complicações, observando sinais vitais, estado de
consciência, alimentação adequada, eliminações urinária e intestinal e
administração de trombolíticos prescritos;
✓ Puncionar acesso venoso e auxiliar nos exames
complementares, como eletrocardiograma, dosagem das enzimas no
sangue, ecocardiograma, dentre outros;
✓ Atuar na reabilitação, fornecendo informações para que o
cliente possa dar continuidade ao uso dos medicamentos, controlar os
fatores de risco, facilitando o ajuste interpessoal, minimizando seus
medos e ansiedades.

PNEUMONIA
Doença inflamatória aguda, afeta especialmente os sacos de ar FATORES DE RISCO
microscópicos (alvéolos), causada por microrganismos como bactérias,
vírus ou fungos ou pela inalação de produtos tóxicos que comprometem
Idade: atinge principalmente crianças e idosos (<5 anos
os espaços aéreos dos pulmões. e >65 anos).
A pneumonia é geralmente causada por uma infecção, mas há uma Desnutrição: fragiliza o sistema imunológico.
série de outras causas. Consumo excessivo de álcool: diminui o reflexo da
VIAS DE INFECÇÃO
tosse e afeta a migração dos leucócitos;
Microaspiração do material proveniente das vias aéreas superiores (ex: Tabagismo: aumenta as secreções pulmonares e altera
microaspiração de secreções da orofaringe). a função ciliar.
Aspiração (comum em pacientes com disfunção da deglutição). Doença hepática ou renal: diminui a formação de
Inalação de aerossol contaminado do ambiente.
anticorpos e a função dos leucócitos;
Diabetes mellitus: diminui a função e a mobilização dos
leucócitos.
Deficiência de imunoglobulinas.

CLASSIFICAÇÃO
Pneumonia associadas aos cuidados de saúde:
ocorrem em pacientes que se encontram
institucionalizados, que estiveram hospitalizados durante
mais de 2 dias nos 90 dias precedentes, que têm contato
frequente com instituições de saúde (ex: hemodiálise,
quimioterapia) ou que estão imunossuprimidos. Ela pode
ser causada por vírus, bactérias, fungos e protozoários.
Pneumonia comunitária: Adquirida fora do ambiente
hospitalar ou até 48 horas da admissão na unidade
assistencial.
Pneumonia nosocomiais: Manifesta-se 48 horas depois
da admissão hospitalar ou desenvolve-se pouco tempo
após a alta hospitalar. Ex: aspiração.
ETIOLOGIA
A pneumonia é provocada pela penetração de um agente infeccioso ou
irritante (bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas) no espaço MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
alveolar, onde ocorre a troca gasosa. ✓ Febre e calafrios;
✓ Tosse seca ou produtiva;
✓ Dispneia;
✓ Fadiga;
✓ Taquipneia;
✓ Cefaleia;
✓ Confusão mental;
✓ Cianose;
✓ Mialgia;
✓ Náuseas e vômito;
✓ Diarreia;
✓ Ortopneia;
Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 44
PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
✓ Perda de apetite; ✓ Monitorar a resposta do paciente à terapia;
✓ Dor torácica; ✓ Observar se o paciente apresenta náuseas,
✓ hemoptise; vômitos e diarreia;
✓ Encorajar o paciente a realizar a ingesta de
DIAGNÓSTICO líquidos, para fluidificar as secreções;
Exames laboratoriais: ✓ Monitorar a ingesta e excreção, a pele e os
• Hemograma; sinais vitais;
• Glicemia; ✓ Auxiliar o paciente a tossir.
• Ureia e creatinina;
• TGO/TGP.
Exames bacteriológicos de escarro;
Hemocultura com antibiograma;
Pesquisa de antígenos;
Raio X do tórax.

OBJETIVOS DO RAIO X DO TÓRAX


✓ Confirmar o diagnóstico de pneumonia;
✓ Avaliar a gravidade da doença;
✓ Detectar doença pulmonar coexistente;
✓ Avaliar a evolução e possíveis complicações.

TRATAMENTO
O tratamento das pneumonias requer o uso de
antibióticos. A internação hospitalar pode ser necessária
quando o paciente é idoso, apresenta febre alta ou
alterações clínicas decorrentes da própria pneumonia.

COMPLICAÇÕES
Complicações associadas a alteração da função
pulmonar:
Insuficiência respiratória: decorrente da ocupação de
exsudato nos espaços alveolares, que resulta em
hipoxemia e insuficiência respiratória;
Atelectasia: decorrente da ocupação de exsudato nos
espaços alveolares, que resulta em retenção de
secreções e obstrução brônquica.
Derrame pleural: consequência do processo inflamatório
pleural;
Empiema: presença de líquido purulento na cavidade
pleural;
Necrose ou abcesso pulmonar: zona onde há
destruição do parênquima pulmonar, pouco frequente.
Complicações secundárias à bacteremia:
Choque séptico.
Coagulação intravascular disseminada.
Lesão de outros órgãos.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
✓ Realizar oxigenoterapia para tratar a dispneia,
hipoxemia, confusão mental ou distúrbio circulatório
(conforme prescrição médica);
✓ Monitorar a frequência e padrão respiratório,
sinais e sintomas de angustia respiratória;
✓ Avaliar nível de consciência (escala de
Glasgow);
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