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Teórico-Prático (Sumário)*
22 Novembro 2022
* Este material não substitui a consulta e o estudo das referências bibliográficas presentes no Programa da UC
Operações de manutenção da paz
Operações de manutenção da paz
▪ Não se encontram previstas na CNU
▪ Designação: PEACEKEEPING
▪ Doutrina: Capítulo “Seis e Meio” (6 ½ ), entre:
− Resolução Pacífica de Conflitos (Capítulo VI da Carta)
− E a ação em caso de ameaça a paz, rutura da paz e ato de
agressão (Capítulo VII da Carta)
➢ Conselho de Segurança:
- Cria a operação através de um voto formal: 9 votos afirmativos / 5 membros permanentes ou a
sua abstenção
➢ aprova um relatório: preparado pelo Secretário-Geral (prevê o mandato / duração da operação)
• Artigo 98º da Carta: delegação de poderes no SG no âmbito da para criação pelo CS de uma missão de peacekeeping
➢ supervisionar as operações: esforços diplomáticos, como a mediação e as negociações
com as partes em conflito
• Artigo 99º da Carta: o SG pode chamar a atenção do CS para a necessidade de criar uma missão de peacekeeping
Operações de manutenção da paz
REQUISITOS DO PEACEKEEPING
− O oficial comandante das forças deveria ser nomeado pelas NU e seria
responsável perante a AG e/ou CS (legitimidade)
− Missão é independente em relação a qualquer Estado
− O mandato deve ser claro e exequível
− A força não deveria conter elementos oriundos dos cinco membros
permanentes do CS
− A operação deveria ter o consentimento das partes, não sendo uma
imposição a nenhuma delas
− Não deveria interferir com o equilíbrio político e militar do conflito ➢ Após 1973 foram adicionados 2 novos
requisitos:
− Deveria ser de duração breve
− Os capacetes azuis só podem usar a força em
− Estão sob o comando operacional do SG legítima defesa
− Destacadas para o terreno para ajudar a controlar a resolver conflitos − Os Estados da região onde o conflito se
internacionais (cooperação) localiza não devem participar na operação
Operações de manutenção da paz
CATEGORIAS DO PEACEKEEPING
▪ Tradicionalmente, as operações de manutenção da paz inserem-se em
duas categorias principais:
➢ missões de observação: são formadas por pessoal militar não
armado e civil − investigação dos conflitos;
− supervisão dos armistícios;
Atividades: − manutenção dos cessar-fogos;
− patrulhar zonas-tampão;
− supervisionar a retirada das tropas;
− observação de eleições
➢ forças de manutenção de paz: são compostas por forças equipadas com armas ligeiras e incluem contingentes
de infantaria plenamente equipados
− interposição ou separação de forças
Atividades:
− a manutenção da lei e da ordem
Operações de manutenção da paz
PEACEKEEPING PÓS-GUERRA FRIA
CS - ao abrigo do Capítulo VII - utilizou a força armada para
1990 lidar com um caso de agressão entre Estados (crise do Kuwait)
▪ Passa a interpretar como “ameaça à paz e a segurança internacional”:
conflitos internos armados, crises humanitárias e atendados contra
as democracias
Exemplo: Resolução do CS 688(1991) o CS descreve o êxodo curdo
(norte do Iraque) como uma ameaça à paz e a segurança internacional,
implicitamente enquadrando esta crise interna no Capítulo VII da Carta
Missão de Peacebuilding (esforços para consolidar a paz após a conclusão da fase violenta do conflito)
− Construção da paz: trata-se de uma atividade crítica após o conflito
Intervenções armadas humanitárias
▪ As operações de peacekeeping da segunda geração criaram alguns precedentes: o da intervenção nos assuntos
internos sem o consentimento do Estado-alvo
▪ Justificativas para a intervenção:
➢ Situações de inexistência do aparelho estatal (Estados falhados)
➢ Incapacidade ou violência dos Estados sobre os seus cidadãos
➢ Guerra civil com apoio de facções externas
▪ O conceito de intervenção humanitária foi sendo desenvolvido como “RESPONSABILIDADE DE PROTEGER”
▪ A partir de 2005: consenso global de que os Estados têm a responsabilidade de proteger, quando:
✓ uma população estiver ameaçada de genocídio ✓ catástrofes naturais
✓ crimes de guerra / limpeza étnica ✓ crimes contra a humanidade
▪ Deveres dos Estados: a prevenção, a ação contra o incitamento, a capacidade de lançar alertas precoces e todo o tipo
de medidas que forem apropriadas
Cabe à comunidade internacional: a recorrer a medidas diplomáticas/humanitárias/outros meios pacíficos de
modo a proteger as populações
Se estas medidas se revelarem inadequadas: compete ao CS (Capítulo VII da Carta) decidir, caso a caso, o
uso da força
Exercício 1
O Estado “A” e o Estado “B” encontram-se sob tensão desde que o Estado “B” afirmou que parte do território do Estado
“A” lhe pertencia por direito. Neste contexto, o Presidente do Estado “B” pronunciou-se através da rede pública de
televisão do seu Estado afirmando que «os cidadãos do Estado “A” deveriam estar preparados para o dia em que tomaria
posse do que historicamente pertencia ao seu país”. O Estado “A” condenou publicamente este «ataque verbal» e
solicitou explicações. O Estado “B” manteve-se em silêncio.
Passada algumas semanas o exército do Estado “B” posicionou-se junto da fronteira com o Estado “A”, embora tenha
feito tentativa de atravessa a fronteira, não o fez.
Ao mesmo tempo, um grupo de cidadãos do Estado “B”, autoproclamados “ForceB” afirmou publicamente que como o
governo de “B” não fez nada para destruir o Estado “A”, iria tomar medidas para reconquistar o território que a seus
olhos pertencia ao Estado “B”, nomeadamente com a colocação de bombas em lugares estratégicos no Estado “A”.
Comente a situação.
Exercício 2
O Estado “S”, situado no continente africano de grande dimensão territorial e populacional, invadiu em novembro de
2021 o território do seu vizinho Estado “N” alegando que o governo deste último desenvolvia uma política desastrosa
no que se refere à conservação dos respetivos recursos hídricos, pondo em causa a futura sobrevivência do seu povo.
Aprecie a situação.