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Aula do dia 09.

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SISTEMA JURÍDICO CHINÊS

1. Não confundível com o Direito da República Popular da China (elementos


ideário marxista – leninista), tradição jurídica chinesa + romano – germânico +
commom law)

O sistema jurídico chines, mais uma vez, não é o sistema da república popular da china.
A influencia filosófica:

• Taoismo
• Confucionismo

Este tem uma forte influência filosófica, mais do que religiosas.

2. Influencia do Taoísmo

Não tendo uma matriz judaica crista, não têm uma dimensão religiosa, ou seja, não tem
esta dimensão exterior, há uma crença na ordem espontânea do universo, consagrada
na crença de LI e o FÁ.
Como livro sagrado, temos o Tao te Ching,
A cultura oriental é a grande oposição, até na forma de pensar, não há uma ordem das
coisas
tal como nós a temos.
Ao taoismo, seguiu-se a influencia do Confucionismo:
Este trouxe um desenvolvimento de uma certa filosofia assente num conjunto de
princípios que não especificamente religiosas e não têm por si só uma dimensão
coerciva externa. São regras de conduta mais dirigidas a uma dimensão espiritual do
individuo. (altruísmo, cortesia, moralidade);

3. Dois elementos

A partir do século III, com a Escola dos Legalistas (que chama atenção de FA garantir
nomeadamente a norma governo e funcionamento da vida social):
LI, influencia pelo Taoísmos- regras de conduta não escritas que se aplicam
essencialmente às relações sociais, de adesão social espontânea. Muito ligado à história, à
tradição, a um conjunto de valores com uma grande dimensão espiritual.
Este ideário tradicional (não sendo arde law)
FA, influencia pela escola legalista – este, pelo contrário, refere-se às normas, é um direito
estadual formal, impostas pelo estado e acompanhadas de um aparelho coercivo.
Dentro do LI e do FA há uma preferência social pelo recurso ao LI, ou seja, pelo recurso de
uma ideia de uma ordem espontânea do universo, mas também por uma ordem
espontânea da sociedade que não tem meios coercivos.
Confúcio, alicerça-se na mesma dicotomia – apela a uma ordem calma, princípio logica que
privilegia a adesão espontânea da comunidade. Implica-se aqui fortíssimas normas de
poder. O poder comunista chines aproveitou-se desta argumentação.

Tal como nos sistemas consuetudinários, prefere-se sempre a paz social, desvalorizando-
se das ideias do individualismo, da desvalorização de direitos subjetivos.

4. Direito na china nacionalista

Isto acaba por se refletir no momento atual!


Proclamação República da China (1912) – transição entre a tradição e a modernidade – e
depois com estabelecimento do Partido Nacionalista (1917): ocidentalização do sistema
jurídico (proximidade com civil law),
No século XX, a revolução republicana, derrubando o último imperador (até então,
vigorava o LI e o FA, depois, verifica-se um processo de ocidentalização). Abertura imposta
pelos países ocidentais (Macau e Hong Kong – foram territórios chines, mas era
administrado pelas potencias europeias, ao abrigo de um tratado internacional, mas foram
assinados quase sob a forma de coação, daí que se denominassem por tratados desiguais.
Ora foi esta abertura forçada que levou a uma reação nacionalista, que veio do sul.
Entre 1912 e até ao aparecimento do partido nacionalista e à revolução comunista,
manteve-se durante muito tempo o peso da tradição (LI (mais o LI) e FA).
A revolução comunista que se seguiu traz todo o ideário marxista-leninista, depois
adaptado ao maoismo que em larga medida revogava todo o direito anterior (ideia de uma
sociedade sem classes, traduzindo-se numa doutrina fechada, não convivendo bem com
tradição, espiritualidade, religião…).
O materialismo dialético de Marx recusa esta dimensão espiritual, religiosa.
Na china, verifica-se o mesmo.
Na república Popular da China, a instauração de um sistema marxista-leninista
levou a uma revogação de muitos códigos anteriormente adotadas, verifica-se, pois, a
alteração da ordem tradicional chinesa – lei do casamento; lei da reforma agrária; assenta
o sistema na lei e no principio da legalidade, ou seja, assente no FA, a lei como fonte de
direito.
No enanto, rapidamente, o próprio partido comunista percebeu as virtudes do LI e o que
fez foi adaptar o LI ao ideário do próprio partido comunista chines:1

O Li como ordem espontânea de adesão da sociedade, passou a incluir as pretensões da


ideologia do partido comunista chinês.

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TESTE!
A República popular da China passou por serias alterações, o ideário do partido
comunista levou a movimento dirigistas de superação de estruturas quase feudais,
económicas, políticas porque na verdade o ideal de Marx estava pensado para países com a
Alemanha e não propriamente como na china, onde o que havia eram camponeses e não
proletariado. 1975 – Ditadura do proletariado.
Isto refletiu-se numa decadência da república popular da china, com a revolução cultural
(com consequências trágicas com pessoas perseguidas por não seguirem o ideário
suposto).
Depois de 1975, morre Mao, e aí se dá uma grande modificação. Desde logo, pela criação
de uma constituição, descolonização (fruto das revoluções, como a de Portugal (25 de
abril) onde se libertam as colónias) 1999 – Macau e 1997 – Hong Kong.
Mas só 1982, Beng Chioping, diz “enriquecer é glorioso” – junta-se ao sistema capitalista e
por isso, a china tem feito uma liberalização económica muito grande.

5. O princípio “Um país, dois sistemas”2

Não foi a soberania que se transferiu, transferiu-se foi a soberania – isto com a
transferência de Hong Kong e Macau.
Enquanto o estado europeu privilegia a unidade, outro privilegiam outra formas. A China
quando recebeu o exercício de soberania de Macau e Hong Kong criou o princípio um pais
dois sistemas para tentar atrair Taiwan.
“Um país dois sistemas” tem por base um tratado de direito internacional –
declaração conjunta e o direito à autodeterminação dos povos. Este deu origem a
modalidades de constitucionalismos Regional – constituída pela Lei Básica (chinesa, a
china exerce a soberania, mas reconhece autonomia) da República popular da china que se
aplicam em cada região administrativa especial.
Durante 50 anos, as regiões, tem o direito de estilo de vida próprio, mantendo a autonomia
legislativa e judicial.
Hong Kong (tem diminuído a sua relevância) mantem ambições democráticas, mas Macau
não, apesar de registar umas diversas prosperidades (principalmente em receitas de jogo).
Recentemente, a China deu o primeiro passo para acabar com a autonomia
legislativa, porque aprova a Lei de Segurança Nacional (é, pois, ilegal porque não estava
prevista no tratado de direito internacional).
EM 1999 – Transferência da soberania de Macau, mas rapidamente, os próprios líderes
democráticos de Macau perceberam que seria necessário reafirmar a autonomia destes,
isto é apenas possível pela descolonização portuguesa – começa-se a verificar uma
interligação com portuguesa.

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TESTE

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